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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLOGICO – CTC


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

LUCAS DIEGO MORAES SULENTA

MODELAGEM BIM APLICADA NO PROCESSO DE COMPATIBILIZAÇÃO E


EXTRAÇÃO DE QUANTITATIVOS DE PROJETOS DE EDIFICAÇOES

FLORIANÓPOLIS – SC
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLOGICO – CTC
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

LUCAS DIEGO MORAES SULENTA

MODELAGEM BIM APLICADA NO PROCESSO DE COMPATIBILIZAÇÃO E


EXTRAÇÃO DE QUANTITATIVOS DE PROJETOS DE EDIFICAÇOES
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado à
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Engenharia Civil.

Professor Orientador: Jano D'Araújo Coelho, Dr.

FLORIANÓPOLIS – SC
2022
Lucas Diego Moraes Sulenta

MODELAGEM BIM APLICADA NO PROCESSO DE COMPATIBILIZAÇÃO E


EXTRAÇÃO DE QUANTITATIVOS DE PROJETOS DE EDIFICAÇÕES

Este Trabalho de Conclusão de curso foi julgado adequado para obtenção do Título
de “Bacharel em Engenharia Civil” e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Graduação em Engenharia Civil.

Florianópolis, 25 de abril de 2022.

Banca Examinadora:

Prof. Jano d’Araújo Coelho, Dr.


Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Fernanda Fernandes Marchiori, Dra.


Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina

Eng. Guilherme Roberto da Silva


Avaliador
Tático Soluções
AGRADECIMENTOS
Dedico esse trabalho ao meu falecido pai, Carlos Alberto Sulenta que não teve
a oportunidade de presenciar mais essa etapa na minha vida, mas enquanto presente
sempre me incentivou a estudar e sem dúvidas formou meu caráter sendo o melhor
exemplo de pai e pessoa que conheci.
Agradeço a minha mãe, Sandra Moraes Sulenta por sempre estar presente me
ajudando nos momentos de dificuldade.
Agradeço aos meus avós Maria de Lurdes Moraes e Lauro Moraes que
assumiram papel de pais e me possibilitaram a oportunidade de estudar engenharia
na Universidade Federal de Santa Catarina.
Agradeço as minhas irmãs Aline Crisciane Furlan e Gabriela Natany Sulenta
por todo apoio e companheirismo.
Um agradecimento especial a minha namorada e futura esposa Eduarda
Caroline Bast que esteve comigo desde o início da minha graduação, que sempre
acreditou no meu potencial e que nas dificuldades é meu porto seguro.
Agradeço ao meu grande amigo Guilherme Roberto da Silva, que me incentivou
a fazer Engenharia civil e sempre esteve disposto a me ajudar.
Agradeço ao meu professor orientador Dr. Jano D'Araújo Coelho por toda
compreensão e paciência.
E aos amigos que fiz ao longo do curso que fizeram da faculdade um
pedacinho de casa.
RESUMO
Para a execução de qualquer empreendimento é necessário viabilidade técnica e
econômica, em outras palavras, garantir que os recursos disponíveis são capazes de
suprir a demanda de serviços que o empreendimento exige. Saber a quantidade de
cada serviço e garantir a harmonia entre as disciplinas durante a execução é de
fundamental importância no processo de orçamentação. O trabalho em questão trata
de apresentar o uso da tecnologia BIM no processo de modelação 3D para extração
e compatibilização de projetos executados em 2D, através do uso da ferramenta revit,
tecnologia que está em ascensão no Brasil e que em poucos anos se tornará
obrigatória em serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da
administração pública federal, seu conhecimento e domínio estão se tornando cada
vez mais requisitados.

Palavras chaves: Quantitativos. Orçamento. Compatibilização. Modelagem. BIM.


Projeto.
ABSTRACT
For the execution of any project, it is necessary technical and economic viability, in
other words, to guarantee that the available resources can supply the demand for
services that the project requires. Knowing the quantity of each service and ensuring
harmony between the disciplines during execution is of fundamental importance in the
budgeting process. The work in question presents the use of BIM technology in the 3D
modeling process for the extraction and compatibility of projects executed in 2D, using
the revit tool, a technology that is on the rise in Brazil and that in a few years will
become mandatory in engineering services performed by agencies and entities of the
federal public administration, their knowledge and mastery are becoming increasingly
required.
Keywords: Quantitative. Budget. compatibility. Modeling. BIM. Project.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma de Trabalho ................................................................................................. 24
Figura 2 - Opções de vinculações na plataforma Revit ................................................................ 26
Figura 3 - Configuração do vínculo.................................................................................................. 27
Figura 4 - Sapatas modeladas ......................................................................................................... 30
Figura 5 - Pilares modelados ............................................................................................................ 31
Figura 6 - Vigas Modeladas .............................................................................................................. 31
Figura 7 - Composição de elemento - parede de alvenaria estrutural ....................................... 32
Figura 8 - Composição de elemento – exemplo parede de acabamento .................................. 33
Figura 9 - Composição dos elementos - Laje ................................................................................ 34
Figura 10 - Composição dos elementos – exemplo piso ............................................................. 34
Figura 11 - Composição dos elementos – exemplo forro rebocado........................................... 35
Figura 12 - Composição do forro de PVC ...................................................................................... 35
Figura 13 - Exemplo Janela .............................................................................................................. 36
Figura 14 - Exemplo Porta ................................................................................................................ 37
Figura 15 - Menu template sanitário ................................................................................................ 43
Figura 16 - Modelo 3D Estrutural ..................................................................................................... 44
Figura 17 - Modelo 3D Estrutural ..................................................................................................... 45
Figura 18 - Ponto referencial para vinculação ............................................................................... 46
Figura 19 - Exemplo de incompatibilidade ..................................................................................... 47
Figura 20- Modelo Geral 3D ............................................................................................................. 48
Figura 21 - Fachada Frontal ............................................................................................................. 48
Figura 22 - Fachada Posterior .......................................................................................................... 49
Figura 23 - Exemplo Pavimento Interno ......................................................................................... 49
Figura 24 - Modelo Sanitário Vista 3D ............................................................................................ 50
Figura 25 - Modelo geral vista 3D .................................................................................................... 51
Figura 26 - Exemplo modelo 3D banheiro ...................................................................................... 51
Figura 27 - Exemplo modelo 3D área de serviço/cozinha ........................................................... 52
Figura 28 - Exemplo modelo 3D caixas de areia, passagem e gordura .................................... 52
Figura 29 - Sobreposição dos modelos 3D arquitetônico e sanitário......................................... 54
Figura 30 - Vista esquemática exemplo banheiro ......................................................................... 55
Figura 31 - Exemplo corte - banheiro .............................................................................................. 55
Figura 32 - Exemplo corte - banheiro .............................................................................................. 56
Figura 33 - Corte edificação.............................................................................................................. 56
Figura 34 - Corte edificação.............................................................................................................. 57
Figura 35 - Exemplo incompatibilidade sacada ............................................................................. 58
Figura 36 - Exemplo incompatibilidade sacada ............................................................................. 58
Figura 37 - Vista isométrica exemplo área de serviço/cozinha ................................................... 59
Figura 38 - Planta Baixa térreo compatibilizado ............................................................................ 60
Figura 39 - Planta Baixa 1º Pavimento compatibilizado............................................................... 60
Figura 40 - Planta baixa do 2º e 3º pavimento compatibilizado .................................................. 61
Figura 41 - Opções de criação de tabelas revit ............................................................................. 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estrutura de itens quantificáveis arquitetônico ........................................................... 28
Tabela 2 - Estrutura dos elementos quantificáveis hidrossanitário ............................................ 29
Tabela 3 - Especificações dos materiais e serviços adotados parede ...................................... 38
Tabela 4 - Especificações dos materiais e serviços adotados pisos ......................................... 40
Tabela 5 - Especificações dos materiais e serviços adotados teto ............................................ 41
Tabela 6 - Quantificação de insumos Arquitetônico ..................................................................... 63
Tabela 7 - Quantificação de insumos por Pano de Fachada ...................................................... 66
Tabela 8 - Quantificação de conexões de tubos ........................................................................... 67
Tabela 9 - Quantificação de tubulações ......................................................................................... 69
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 11
1.1 Justificativa ............................................................................................................................ 11
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................. 14
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 14
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 14
1.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO .............................................................................................. 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................................... 16
2.1 Projeto ................................................................................................................................... 16
2.2 Compatibilização de Projetos ................................................................................................ 16
2.3 Building Information Modeling – BIM ................................................................................... 17
2.4 Benefícios da utilização da tecnologia BIM ........................................................................... 19
2.5 Modelagem Paramétrica ....................................................................................................... 19
2.6 Processos de Orçamentação ................................................................................................. 20
2.7 Levantamento de Quantitativos ........................................................................................... 21
2.8 Ferramentas que operam com a tecnologia BIM.................................................................. 22
2.8.1 Software Revit ............................................................................................................... 22
2.8.2 Software Navisworks ..................................................................................................... 22
3 MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................................................ 24
3.1 Fluxograma ............................................................................................................................ 24
3.2 Estudo Bibliográfico............................................................................................................... 24
3.3 Obtenção dos Projetos .......................................................................................................... 25
3.4 Apresentação da Edificação .................................................................................................. 25
3.5 Modelagem dos Projetos ...................................................................................................... 25
3.6 Roteiro para extração de quantitativo de projeto ................................................................ 27
3.7 Roteiro para compatibilização dos projetos ......................................................................... 29
4 MODELAGEM ................................................................................................................................ 30
4.1 Processo de criação do template .......................................................................................... 30
4.2 Estrutural ............................................................................................................................... 30
4.2.1 Sapatas .......................................................................................................................... 30
4.2.2 Pilares ............................................................................................................................ 30
4.2.3 Vigas .............................................................................................................................. 31
4.3 Arquitetônico ........................................................................................................................ 31
4.3.1 Paredes .......................................................................................................................... 31
4.3.2 Pisos............................................................................................................................... 33
4.3.3 Forros ............................................................................................................................ 35
4.3.4 Esquadrias ..................................................................................................................... 36
4.4 Premissas............................................................................................................................... 37
4.4.1 Paredes .......................................................................................................................... 37
4.4.2 Pisos............................................................................................................................... 37
4.4.3 Forros ............................................................................................................................ 37
4.4.4 Rodapés ......................................................................................................................... 38
4.4.5 Esquadrias ..................................................................................................................... 38
4.5 Hidrossanitário ...................................................................................................................... 43
5 APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS ................................................................................................ 44
5.1 Estrutural ............................................................................................................................... 44
5.2 Arquitetônico ........................................................................................................................ 45
5.3 Modelo Sanitário ................................................................................................................... 50
5.4 Considerações ....................................................................................................................... 53
6 COMPATILIZAÇÃO ......................................................................................................................... 54
7 LEVANTAMENTO DOS QUANTITATIVOS........................................................................................ 62
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 70
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 72
10 APÊNDICES ................................................................................................................................ 75
11

1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
A engenharia é profissão na qual se adquire a formação técnica dos
conhecimentos científicos destinados à criação, aperfeiçoamento e implementação de
utilidades que sejam funcionais para a vida do ser humano. A construção civil trata de
um dos setores com maior investimento da economia brasileira nesse contexto, é
natural que se busque cada vez mais métodos para melhorar as técnicas já existentes
para o planejamento e execução de uma edificação.
Aproveitando as palestras oferecidas por diferentes órgãos estudantis do curso
de Engenharia Civil da UFSC, como PET (Programa de Educação Tutorial), CALEC
(Centro Acadêmico Livre de Engenharia Civil) e EPEC (Escritório Piloto de Engenharia
Civil), foi perceptível que a utilização dos novos softwares em plataforma BIM dentro
das empresas estava crescendo.
Estagiando na área, é perceptível que as empresas estão passando pelo
processo de transição de métodos mais tradicionais de se planejar, projetar e executar
uma obra e ainda se adequando às metodologias de desenvolvimento e planejamento
BIM. Algumas empresas ainda preferem realizar seus projetos: estrutural,
arquitetônico, hidrossanitário, elétrico, etc, no formato CAD 2D, para posteriormente
modelar e compatibilizar os mesmos utilizando softwares que trabalham utilizando a
plataforma BIM. É este cenário atual brasileiro o principal motivador para essa
pesquisa.
Todo esse processo feito de forma isolado causa uma certa falta de harmonia
entre projetos, que em obra vai causar diversos problemas como furos em lajes e
vigas, dificuldade em executar as tubulações no espaço previsto, esquadrias
conflitantes com vigas e pilares, que além de causarem atrasos e execuções
diferentes que o projeto, que influencia na qualidade do as built da obra, tem todo um
custo extra que conforme a quantidade e gravidade desses problemas interfere
significativamente na viabilidade financeira da construção. A maioria dos erros podem
ser detectados pelo processo de compatibilização de projetos
Em ENTENDO O BIM (2015) os autores citam que a Modelagem da Informação
da Construção deve ser vista como um novo paradigma de desenvolvimento de
empreendimentos de construção, visando a integração de profissionais em sistemas
de trabalho cooperativo do início ao fim da obra.
12

“Com BIM é possível contratar uma única equipe de projetos e ainda ter
inúmeros projetos diferentes até a definição das melhores soluções para o
projeto a ser executado no canteiro de obras. Esta é possibilidade oferecida
pelo BIM. Utilizando um modelo computacional, a equipe colaborativa de
projeto pode propor inúmeras soluções para as diversas necessidades do
empreendimento, e, mantendo no projeto apenas as melhores soluções
encontradas, tem-se um projeto melhor”. (ENTENDO O BIM, 2015).

Existe a necessidade de termos cada vez mais a integração entre os projetos para
solucionar ou reduzir os diversos problemas durante a etapa de execução da obra,
com a colaboração BIM pode-se extrair o melhor de cada profissional envolvido nos
projetos e assim encontrar a melhor solução para um objetivo compartilhado.
“Sob o ponto de vista do BIM, a colaboração precisa de gestão da informação,
pois é por meio da informação que há interação entre os profissionais. Essa
troca de conhecimentos (através da troca de informações) se dá de várias
formas, em reuniões, ligações telefônicas, e-mails, desenhos, planilhas,
memorial etc. A informação enviada por um profissional da equipe depende
daquela que este recebe anteriormente”. (ENTENDO O BIM, 2015

Percebendo os benefícios e seguindo a tendência mundial, o governo


estabeleceu primeiramente um plano estratégico em 2018, Estratégia Nacional de
disseminação do BIM pelo Brasil, com o decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018, que
foi revogado posteriormente pelo Decreto Nº 9.983, de 2019 que contém algumas
metas e indicadores:
• Difundir o BIM e os seus benefícios
• Estimular a capacitação em BIM
• Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e as
contratações públicas com uso do BIM
• Estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas
ao BIM
O Decreto Nº 10.306, de 2 de abril de 2020 estabelece a utilização
do Building Information Modelling (BIM) na execução direta ou indireta de obras e
serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração
pública federal, no âmbito da Estratégia Nacional de Disseminação
do Building Information Modelling - Estratégia BIM BR, instituída pelo Decreto nº
9.983, de 22 de agosto de 2019.
Na primeira fase, a partir de janeiro de 2021 o BIM deve abranger no mínimo:
Modelos de arquitetura, estrutural, instalações hidráulicas e elétricas e AVAC (ar-
condicionado e ventilação), detecção de conflitos físicos, extração de quantitativos,
geração de documentação gráfica extraída dos modelos
13

Na segunda fase, a partir de janeiro de 2024, devem ser incluídos os


usos: Orçamentação, o planejamento e o controle da execução de obras, atualização
do modelo e de suas informações como construído (as built).
Na terceira fase, a partir de janeiro de 2028, inclui obras consideradas de médio ou
grande relevância para a disseminação de BIM e prevê o uso de BIM no
gerenciamento e manutenção do empreendimento após sua construção
Segundo LEUSIN (2021)1, mesmo que essa estratégia tenha um prazo longo,
e focado em algumas obras, espera-se que na prática a disseminação seja mais forte
do que a prevista. Opinião que vai de encontro com o levantamento da Federação
Interamericana da Indústria da Construção (FIIC) que de 2018 para 2020, nos países
da américa latina o uso deu um salto no setor de construção imobiliária, saiu de 14,8%
para 79%, entre as construtoras que a usam integralmente ou parcialmente. Esses
números não representam a realidade brasileira, onde o levantamento foi coordenado
pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional). A análise formal focou em três
grandes segmentos do setor da construção de cada país: Incorporadoras;
construtoras e projetistas (arquitetos, engenheiros e consultores). No Brasil 38,4% das
empresas participantes do Mapeamento de Maturidade BIM Brasil entre julho e
setembro de 2020 afirmaram que utilizavam o BIM, e 70% das empresas planejavam
utilizar em até dois anos. (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e
Sinduscon/CE.
LEUSIN também acredita que mesmo os novos projetos sejam em BIM, os
métodos CAD vão conviver com o BIM por um longo período, o que faz o
conhecimento e o domínio da prática da transcrição de projetos 2D CAD para modelos
3D BIM seja cada vez mais relevantes para o mercado da construção civil.
Para realizar o projeto de uma edificação, é necessário que diversos projetos
de diferentes disciplinas, como estrutural, arquitetônico, hidrossanitário, elétrico,
sejam realizados e quando somados resultam no produto. Como citado anteriormente,
o problema é que a realização desses projetos é comumente feita de forma isolada,
sem ou com pouca comunicação entre os projetistas, que acaba acarretando

1
Sergio Leusin Doutor em Engenharia de Produção, pela COPPE UFRJ e Arquiteto pela FAU UFRJ,
em uma live sobre gerenciamento e gestão de projetos BIM
14

problemas na hora de compatibilizar os projetos, segundo KIRSTEN 2 possíveis


consequências da falta de compatibilização em projetos. são:
• Custos adicionais não previstos na construção
• Atraso no cronograma de entrega do empreendimento
• Redução da qualidade do empreendimento (improvisos em obra)
Existem algumas formas de compatibilização de projetos, Gonçalves3 cita alguns:
• Manual com projetos impressos
• Com programas CAD 2D
• Com modelos 3D
• Com modelagem de informação

Ele afirma que a utilização de programas CAD 2D é limitada e ineficiente na detecção


de interferências dos projetos prediais estruturais e complementares. Os desenhos
não são legíveis a ponto de se verificar todos os detalhes de plantas, cortes e
elevações.
Além do desenho em 3D, o BIM inclui elementos paramétricos, ou seja, ele une
desenho aos dados necessários para avaliar interferências, antecipar problemas e
garantir a execução eficiente do projeto, evitando, por exemplo, retrabalhos e
desperdícios de materiais. Com sistemas especializados em BIM, também é possível
efetuar rapidamente diversas simulações, contemplando diferentes cenários e
antecipando as dificuldades.

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Aplicar a tecnologia BIM na modelação e compatibilização de projetos 2D CAD
de uma edificação em um modelo 3D parametrizado utilizando o software Revit
1.2.2 Objetivos Específicos
1) Gerar um modelo BIM 3D a partir de projetos 2D
2) Compatibilizar, e verificar as interferências interdisciplinares dos projetos através
da tecnologia BIM
3) Gerar novas plantas baixa do projeto sanitário a partir do modelo compatibilizado

2
André Egon Kirsten Engenheiro civil, cursando mestrado em estruturas pela Universidade Federal
de Santa Catarina em publicação no site https://maisengenharia.altoqi.com.br/.
3
Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr em publicação no site https://maisengenharia.altoqi.com.br/.
15

4) Gerar uma tabela de quantitativos dos materiais e serviços


5) Gerar uma documentação gráfica, extraída dos modelos

1.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO


Por questões de tempo optou-se por não modelar o projeto hidráulico, apenas
o projeto das tubulações e conexões sanitárias foram modelados.

O projeto elétrico não foi fornecido, e portando também não foi modelado.

Não foram disponibilizadas informações sobre o acabamento utilizado, nem


qualquer tipo de memorial referente a obra, portanto para determinados acabamentos
e serviços foram considerados premissas que serão apresentadas no decorrer do
trabalho.

A compatibilização do projeto hidrossanitário será apenas espacial, modelando


os elementos de forma que façam sentido sua localização, não será considerado se o
que projeto atende ou não questões normativas de desempenho e funcionalidade,
essa verificação deverá ser feita pelo projetista caso ele entenda que as novas plantas
diferem muito das originais.

O intuito deste trabalho de conclusão não é fazer uma análise comparativa


entre métodos de obtenção desses quantitativos, e sim apresentar esse método,
portanto, a confiabilidade dos resultados é dependente do conhecimento do software
e da qualidade do modelo desenvolvido. Para garantir dados precisos é necessário
boa prática de modelagem, atentar-se aos detalhes de informações e evitar erros de
duplicidade.
16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Projeto
No Dicio, dicionário online de português, a definição de projeto é: Plano;
planejamento que se faz com a intenção de realizar ou desenvolver alguma coisa.
Esquema; noção inicial, escrita e detalhada, do que se pretende desenvolver; aquilo
que se pretende realizar, “Pró” denota antecedência. Deste modo, projeto pode ser
definido como uma ação prévia de um empreendimento, pesquisa ou desenho de
modo sistemático e planejado para alcançar um objetivo.
Por norma “é a descrição gráfica e escrita das características de um serviço ou
obra de Engenharia ou de Arquitetura, definindo seus atributos técnicos, econômicos,
financeiros e legais.” (NBR 5670:2012, apud FLORES, 2017)
Salgado et al (2007) defende que o projeto pode ser entendido como
produto, quando se refere à edificação que se quer construir, e como processo,
quando se refere às ações necessárias para concretizar a ideia original da edificação.
Projeto constitui a fase inicial da configuração de uma edificação, no qual se
lançam ideias básicas para a concepção e desenvolvimento do produto esperado
acrescenta que o processo de projeto objetiva o desenvolvimento de um produto,
através do envolvimento de profissionais com diversas atribuições técnicas de
diversas disciplinas. (Abbud, 2009, apud BORTOLOTTO, 2014).
2.2 Compatibilização de Projetos
Eastman et al. (2014) comenta que o processo de implantação de uma
edificação é fragmentado e dependente de formas de comunicação baseadas em
papel (projetos em CAD 2D). Erros e omissões nos documentos frequentemente
resultam em custos imprevistos e atrasos. Eastman acrescenta que um dos problemas
dessa forma de comunicação entre os projetos é o tempo considerável e gasto para
gerar informações críticas para avaliação de uma proposta de projeto, análises essas
que normalmente são feitas por último, sendo muito tarde para realizar modificações
significativas, se tornando um problema no canteiro de obra.
Segundo, RODRIGUEZ (2005), compatibilizar projetos é analisar, identificar e
corrigir interferências físicas entre as diferentes áreas de projeto de uma edificação.
A compatibilização define-se como uma atividade de gerenciar e integrar
projetos correlatos, visando ao perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo para a
obtenção dos padrões de controle de qualidade total de determinada obra.
(SINDUSCON PR, 1995 apud MIKALDO, 2006).
17

Compatibilizar projetos é verificar se os componentes dos sistemas ocupam


espaços não conflitantes entre si e, além disso, garantir que os dados compartilhados
tenham consistência e confiabilidade até o final do projeto (GRAZIANO,2003).
Com a compatibilização e ajustes entre os diversos desenhos, chega-se
ao projeto executivo final. Com ele, a construtora elabora o orçamento da obra com
uma ordem de grandeza mais próxima do real e pode iniciar o processo construtivo.
(REDAÇÃO AECWEB / E-CONSTRUMARKET, 2016 apud TEIXEIRA 2016) .
Algumas citações de trabalhos acadêmicos sobre esse tema:
“Compatibilizar o projeto em si, significa compatibilizar o projeto arquitetônico
do empreendimento com os respectivos projetos complementares. Quanto
mais projetos passarem por esse processo, maior é o grau de assertividade
da etapa construtiva é maior e o esclarecimento de informações passadas de
um profissional para outro. A compatibilização é antecedida pela detecção de
incompatibilidades geradas entre projetos, que podem ser identificadas
visualmente ou com auxílio de softwares especializados que indicam de
diversas formas, os locais onde elementos de disciplinas diferentes mostram
incompatibilidades entre si”. (BORTOLOTTO, 2014)

“Por muito tempo, a indústria AEC4 tem buscado técnicas para diminuir o
custo de projeto, aumentar a produtividade e qualidade e mitigar erros em
orçamento e planejamento. A tecnologia BIM vem de encontro a esses
objetivos por proporcionar uma melhor eficiência e harmonia entre as
diferentes disciplinas do projeto que, até pouco tempo atrás, encaravam-se
como adversárias”. (FLORES, 2017)

2.3 Building Information Modeling – BIM


Com o avanço tecnológico na construção civil, novas metodologias de trabalho
estão sendo implementadas, que buscam cada vez mais a melhora da qualidade do
produto.
Building Information Modeling (Modelagem de Informação da Construção), é
um processo auxiliado por uma tecnologia específica para modelar elementos de
projeto e que comporta o armazenamento e compartilhamento das informações do
projeto em um modelo digital integrado. Deste modo possibilita o acesso a
modificação e atualização do projeto por qualquer uma das partes envolvidas no seu
processo de desenvolvimento.
O conceito BIM segundo Mattos (2014) é ser uma tecnologia vinculada a uma
plataforma que carregue todas as informações para a gestão do projeto, da obra e de
toda vida útil da edificação. Desta forma, BIM vai além de simplesmente obter uma
maquete tridimensional do projeto, podendo ser definido em cinco dimensões:

4
AEC - Arquitetura, Engenharia e Construção
18

• BIM 3D: O BIM 3D é a consolidação dos projetos da obra num mesmo ambiente
virtual, em três dimensões, com todos os elementos projetados. Vale a ressalva
que modelos que contêm apenas dados tridimensionais e não possuem suporte
para alteração por não apresentar inteligência paramétrica não são
considerados modelos que utilizam a tecnologia BIM, tendo apenas efeito
visual. Uma das vantagens do BIM 3D é a chamada “clash detection” (detecção
de conflitos), como por exemplo, porta fora de lugar, tubulação que colide com
estrutura etc.
• BIM 4D: No BIM 4D é acrescentado o cronograma de obra ao projeto. Com
isso é possível acompanhar o avanço físico da obra e realizar planejamento.
• BIM 5D: No BIM 5D é acrescentado o orçamento da obra ao projeto.
Cada elemento recebe um vínculo representando o custo. Qualquer alteração
física no modelo 3D do projeto altera também o orçamento.
• BIM 6D: Na 6ª dimensão do BIM é feita a análise energética da edificação. A
sexta dimensão também está relacionada à sustentabilidade. Nesta etapa,
realizam-se simulações para maior economia de energia e certificados Green
Buildings.
• BIM 7D: O BIM 7D é relacionado ao uso e manutenção da edificação, até a
demolição. Neste uso do BIM, é feito controle de garantia de equipamentos,
planos de manutenção, custos de operação e até mesmo a análise de como se
dará a demolição.
O desenvolvimento de um modelo em BIM também permite a integração de
referências e concentrá-las no banco de dados. Sendo possível adicionar informações
aos elementos, obter comunicações extrapoladas, garantir maior assertividade,
velocidade na extração de quantitativos e elaboração de orçamentos. A modelagem
de empreendimentos através de softwares da plataforma BIM permite inserir
parâmetros aos elementos de projeto, agregando informações a cada etapa. (DINO,
2016).
Com uso de BIM para desenvolvimento de projetos, não só o fluxo
de informações é alterado, mas também as interfaces entre os projetistas e
o coordenador de projetos. Em outras palavras, com a plataforma BIM, o projeto
deixa de ser um processo linear e paralelo e torna-se integrado. (BURGARDT;
KINDLE; REIS, 2011). A partir da vinculação do modelo ao cronograma, é possível
planejar visualmente o andamento da obra e acompanhar o avanço físico de cada
19

etapa. Além disso, as informações obtidas nesse processo podem ser padronizadas
e utilizadas em outros empreendimentos similares. Assim, é possível ter mais
resultado em menos tempo.
2.4 Benefícios da utilização da tecnologia BIM
A engenharia aplicada a construção civil sempre busca técnicas para diminuir
o custo de projeto, aumentar a qualidade e produtividade e reduzir erros na hora de
orçar e planejar um empreendimento. Além de todas as vantagens já citadas Eastman
et al (2011) também destaca outros benefícios dessa tecnologia:

• Benefícios no PRÉ-construção para o cliente: através de um modelo virtual, é


mais fácil e preciso a visualização dos conceitos que se espera da obra e a
viabilidade para executá-los. Além disso, através de análises e simulações,
pode-se determinar se o empreendimento satisfaz todos os requerimentos
funcionais e de sustentabilidade esperados;
• Benefícios na construção: utilização do próprio modelo virtual para pré-
fabricação de alguns componentes, possibilidade de sincronizar projeto com
cronograma da obra, e facilitação da programação de compra de materiais ou
terceirização de serviços
• Benefícios após a construção: conexão entre modelo virtual e manutenção dos
materiais instalados, permitindo a conferência da obra estar dentro do
esperado, além de se ter um As-Built fiel e que servirá de ponto inicial para a
operação do local.
2.5 Modelagem Paramétrica
Uma edificação é constituída por partes individuais e de conexões que ocorrem
entre elas. A modelagem paramétrica permite que as partes sejam representadas por
entidades modeladas, as quais são atribuídas características fixas e variáveis.
Conforme Eastman et al (2011), os atributos fixos são definidos a partir de
propriedades como forma, desempenho, custo e construtibilidade e os atributos
variáveis são estabelecidos a partir de parâmetros regras de forma que os objetos
possam ser automaticamente ajustados conforme o controle do usuário ou mudança
de contexto.
O entendimento de parametrização dos objetos na tecnologia BIM é
fundamental para diferenciá-los de objetos 2D tradicionais. A modelagem paramétrica
é caracterizada por permitir associar a um objeto regras que determinam sua
20

geometria, assim como propriedades e características não geométricas. Os


parâmetros e as regras permitem que os objetos se atualizem automaticamente de
acordo com o controle do usuário ou mudanças de contexto. Os atributos aos objetos
são necessários para fazer a interface com análises, estimativas de custos, separação
de elementos conforme solicitações, entre outras aplicações, estes devem ser
definidos pelo usuário de acordo com a finalidade que cada elemento modelado vai
desempenhar. Desta forma, Eastman et al. (2014) elencam algumas definições de
objetos paramétricos:
• Dados e regras associados à objetos geométricos;
• A integração da geometria é feita de maneira não redundante, de forma que
não permite inconsistências.
• As regras paramétricas modificam automaticamente as geometrias associadas,
quando são feitas alterações.
• Os objetos possuem diferentes níveis de agregação, o que permite definir e
gerenciar os componentes de um elemento.
• As regras dos objetos conseguem identificar quando uma modificação viola a
viabilidade do objeto, no que diz respeito à construtibilidade, por exemplo.
• Os objetos têm capacidade de vincular-se ou receber, divulgar ou exportar
conjuntos de atributos, gerando relatórios referentes à materiais estruturais,
dados acústicos, de energia, sempre relacionado ao modelo e aplicações.
Segundo Farias (2007), ao desenhar, por exemplo, uma parede, o projetista
deve atribuir-lhe propriedades - tipo de blocos, dimensões, tipo de revestimento,
fabricantes etc., que são salvas no banco de dados. A partir dele, é gerada
automaticamente a legenda do desenho. Em outras fases da construção, porém,
também é possível extrair informações em outros formatos, como tabelas de
quantitativos de material para a equipe de orçamentistas

2.6 Processos de Orçamentação


Como citado na seção 3.5 a busca por reduzir gastos de maneira eficiente num
empreendimento é continua. Toda preocupação com os custos, seja através de
estimativas, estudos de viabilidade; identificação, descrição, quantificação e análise
de uma grande série de itens é chamado de processo de determinação de um produto,
o orçamento (MATTOS, 2006). Um fator primordial para um resultado lucrativo é a
eficiência desse processo, visto que quando um orçamento é malfeito, erros podem
21

gerar custos e serviços que não estavam previstos que dependendo da gravidade
podem ser fatais para o empreendedor.

Limmer (1996) define orçamento como a determinação dos gastos necessários


para realização de um projeto, conforme o plano de execução estabelecido e os
gastos traduzidos em termos quantitativos.

O orçamento tem como objetivo definir um valor necessário para realizar um


serviço ou atividade. Descrever todos os serviços, quantificá-los de forma adequada,
multiplicá-los pelos respectivos preços unitários, quando somados, resultará no preço
total.

O grau de detalhamento do orçamento infere na sua precisão, abundância de


informações disponíveis e de qualidade levam a levantamentos de dados mais
confiáveis.

2.7 Levantamento de Quantitativos


Segundo Dias (2004) o levantamento de quantitativos é efetuado com base na
análise do projeto, especificações técnicas e plantas construtivas. Por se tratar de um
procedimento manual, o orçamento pode estar sujeito a alguns equívocos. Sendo
assim, erros no levantamento de quantitativos vão influenciar expressivamente a
estimativa do custo final e inclusive, no estudo de viabilidade da obra. Portanto, é
preciso investir em conhecimento e processos de melhoria contínua na equipe e na
metodologia do desenvolvimento da obtenção desses levantamentos.
Esta etapa consiste em efetuar o levantamento de serviços a serem realizados
e suas quantidades conforme as especificações do projeto. O conhecimento dos
serviços necessários para a elaboração da obra gera ao engenheiro de custos as
condições de definir a lista dos custos unitários que devem ser considerados para a
formação do orçamento (DIAS, 2001). A quantificação de custos e insumos, da
maneira tradicional, em geral é feita através de análise do projeto, especificações
técnicas e plantas construtivas.
Santos et al. (2014) caracterizam o levantamento de quantitativos como sendo
a etapa preliminar à estimativa de custos da obra.
Para Mattos (2006) este é um processo que mais requer do projetista, pois
demanda uma avaliação criteriosa dos projetos, contagens, dimensões e cálculo de
áreas, volumes entre outros. Com base nessas informações, é elaborada a estimativa
22

de custo do empreendimento. Processo que demanda tempo e requer experiência do


orçamentista para recorrer a índices históricos ou de mercado para que seja possível
precificar de forma adequada os itens que compreendem o projeto. A utilização de
memória de cálculo é geralmente realizada por planilhas eletrônicas, podendo fazer
uso de softwares específicos de orçamentação. As características do levantamento
de quantitativos apontadas por Santos et al. (2014), salientam diversos aspectos onde
o processo de quantificação pode ser aprimorado com o uso da tecnologia BIM
2.8 Ferramentas que operam com a tecnologia BIM
São considerados softwares BIM aqueles que trabalham com informações
associadas a um modelo 3D da edificação que permite a integração de informações
sobre as suas características físicas e funcionais
2.8.1 Software Revit
É uma plataforma completamente distinta do AutoCad, tanto pela diferença
entre código base quanto pela estrutura de dados (EASTMAN ET AL., 2011). Esse
software é um aplicativo individual que inclui recursos para projeto de arquitetura, de
construção, de engenharia estrutural, de instalações elétricas, hidrossanitários e
mecânicas, vantagens oferecidas pelo software em
comparação ao CAD, destacando suporte para um processo de multidisciplinaridade,
para um total gerenciamento da edificação (AUTODESK, 2022).
O software Revit, comercializado e atualmente ainda desenvolvido pela
Autodesk, é um software criado dentro do conceito de Modelagem das Informações
de Construção, possibilitando ao usuário projetar com a modelagem paramétrica de
elementos. Deste modo, o software Revit foi desenvolvido especificamente para
possibilitar que os profissionais de projeto e construção desenvolvam suas ideias, da
concepção até a elaboração, usando modelos coordenados e consistentes.
Este software disponibiliza as famílias básicas de objetos que permitem criar
alternativas do objeto proposto informando a dimensão, tamanho, espessura, níveis,
material, custos, fabricantes entre outros de acordo com a necessidade do projeto.
2.8.2 Software Navisworks
O software Navisworks também é comercializado pela empresa Autodesk
desde 2007. Trata-se de um software de análise de projeto para coordenação a 3D,
planejamento a 4D, renderização foto-realística e publicação PDF. Segundo
o fabricante, o software permite criar um modelo de projeto, integrando o conceito de
projeto e informação da construção, incluindo complexos modelos de informação de
23

construção, prototipagem digital e os dados processuais. Com ele pode-se colaborar,


coordenar e comunicar-se com a equipe de forma mais eficaz para reduzir os
problemas durante o projeto e construção.
O software permite aos usuários abrir e combinar modelos 3D, realizar
simulação dinâmica (navegar ao redor do modelo em tempo real) e rever o modelo
utilizando um conjunto de ferramentas que incluem medições, comentários
e redlining (processo para sinalizar e apontar observações que permitem o
processamento digital e modificação dos documentos originais). Também apresenta
uma ferramenta de clash detection que permite a detecção de interferências. Isso
significa que os usuários podem selecionar partes do modelo e procurar lugares onde
os conflitos na geometria dos elementos aparecem. A ferramenta, deve ser capaz de
realizar a análise de detecção de conflitos em um ou mais arquivos de projeto. O
sistema deve ser capaz de gerar relatórios de detecção de colisões e esses relatórios
devem incluir uma lista de confrontos junto com a evidência visual
24

3 MÉTODO DE TRABALHO
3.1 Fluxograma
O fluxo das etapas seguidas no presente trabalho está apresentado na Figura
1.

Figura 1 - Fluxograma de Trabalho

Fonte: Autor (2022)

3.2 Estudo Bibliográfico


25

Para embasar a pesquisa, realizou-se um estudo bibliográfico sobre os


assuntos propostos, além de fortalecer conhecimentos adquiridos ao longo do curso
e oportunidades de estágios na área.

Após o aprofundamento nos conhecimentos dos softwares, foi feita a


fundamentação teórica, utilizando-se artigos, sites da área de projetos e engenharia
civil, e monografias (TCCs, dissertações e teses) para referência.

3.3 Obtenção dos Projetos


Para realizar os objetivos da pesquisa, buscou-se contato com a empresa, que
gentilmente disponibilizou os projetos de um de seus empreendimentos. A empresa
ao saber dos objetivos do trabalho forneceu as primeiras versões dos projetos em
DWG, nos quais segundo ela, havia muitas incompatibilidades que foram reajustados
posteriormente.

3.4 Apresentação da Edificação


O empreendimento é uma edificação que conta com 6 blocos com 4 pavimentos
cada. Para realização do estudo foi utilizado os projetos disponibilizados do bloco 6.
As plantas dos projetos são constituídas da planta nível térreo e planta nível TIPO.
Não foram fornecidos memorial descritivo nem detalhes sobre as atividades que foram
consideradas para a elaboração do orçamento. Com base nisso, o autor considerou
algumas premissas:

1) Para a parte de compatibilização dos projetos, será tomado como referencial o


projeto estrutural, isto é, os demais projetos serão modelados tendo como base
o modelo BIM estrutural.
2) Para os materiais utilizados na modelação que não estão especificados nos
projetos DWG, será considerado a forma convencional de execução de cada
insumo.
3) Os quantitativos internos serão agrupados de forma global.
4) Os quantitativos externos serão agrupados por pano de fachada.
5) Os quantitativos de tubulação serão separados por prumada e distribuição.
6) Os quantitativos de conexões e acessórios serão agrupados de forma global.

3.5 Modelagem dos Projetos


Nessa etapa, será iniciado o processo de modelação dos projetos utilizando o
software Revit. Para tal, inicialmente será realizado a preparação dos layouts em DWG
26

utilizando o software AutoCad, removendo informações irrelevantes para modelação,


para posteriormente vinculá-las ao software Revit.

Os projetos arquitetônicos e hidrossanitário foram recebidos agrupados em um único


arquivo DWG, para termos mais eficiência no processo de modelação, é necessário
modificar a plantas criando cada nível de construção de forma isolada e compatível
para que após a vinculação do DWG no software seja possível o desenvolvimento do
processo de modelação.

Através da opção de vínculo de CAD no Revit, podemos inserir as plantas em DWG


para auxiliar e possibilitar o processo de modelação e de vínculo Revit para inserir os
modelos executados que servirão de referencial para compatibilização no processo
de modelagem das disciplinas arquitetônica e hidrossanitário.

Figura 2 - Opções de vinculações na plataforma Revit

Fonte: Adaptado Revit 2022


27

Figura 3 - Configuração do vínculo

Fonte – Adaptado Revit 2022

Na figura 3 é apresentado o layout de configuração de um vínculo CAD, que é


como o vínculo será inserido no Revit, o posicionamento das coordenadas é o
mesmo que o do Autocad, permite a opção de inserir o vínculo apenas na vista atual
de trabalho, nesse caso, cada pavimento corresponde a uma vista. Essa opção
torna possível o processo de criação de maneira harmônica, vinculando apenas
informações necessárias para elaboração da atividade, também possuiu a opção de
ajustar as unidades de medidas do vínculo.

Após a vinculação estar feita, podemos dar início ao processo de modelação,


modificando as famílias disponíveis no software, atribuindo aos elementos valores e
caracterizas de acordo com a proposta, pois será através disso que serão extraídas
as informações de quantidades.

3.6 Roteiro para extração de quantitativo de projeto


O objetivo do levantamento de quantitativos é conseguir as informações
necessárias em termos de quantidade de cada material ou serviço proposto, para
posteriormente montar a composição dos custos que compõem o escopo da obra que
28

como visto anteriormente é multiplicado pelo seu custo unitário, e com o somatório de
todos os custos se tem o orçamento.

Como não foram apresentadas o escopo das atividades, tendo disponível


apenas os projetos em DWG, o autor montou uma estrutura, tabelas 1 e 2,
selecionando algumas atividades que impactam no custo do empreendimento
disponíveis nesses projetos afins de quantificá-los.

Tabela 1 - Estrutura de itens quantificáveis arquitetônico


ELEMENTO unidade
PAREDES m²
Blocos estruturais/cerâmico m²
Encunhamento alvenaria m
Marcação de alvenaria m
Acabamentos de Parede m²
PISOS m²
Contrapiso m²
Revestimento piso m²
FORROS m²
Forro PVC m²
Revestimento teto m²
RODAPÉS m
SOLEIRAS/PEITORIS m²
GUARDA CORPOS m
TELHADO m²
CALHAS E RUFOS m
ESQUADRIAS un
Portas un
Janelas un
Fonte: Autor (2022)
29

Tabela 2 - Estrutura dos elementos quantificáveis hidrossanitário


ELEMENTO UNIDADE
TUBULAÇOES m
Prumada m
Distribuição m
CONEXÕES/ ACESSÓRIOS un
Fonte: Autor (2022)
3.7 Roteiro para compatibilização dos projetos
Como visto os projetos foram desenvolvidos de forma isolada, além disso não
foi efetuado um projeto executivo, sobrepondo os projetos para que pelo menos
tivessem ideia se estava coerente ou não. A proposta de compatibilização deste
trabalho é modelar as disciplinas tendo como referencial o modelo a qual tem
dependência, por exemplo, o projeto estrutural foi modelado tomando as informações
de posicionamento de vigas, pilares e lajes como verdade, no processo de modelação
do arquitetônico foi vinculado ao modelo estrutural para dar base aos elementos
arquitetônicos, ajustando a posição dos elementos para que fizessem sentido, por fim
para o processo modelação do hidrossanitário foi vinculado ao modelo arquitetônico
e estrutural afim de seguir a mesma linha de raciocínio e modelar os elementos para
que fizessem sentido.

O objetivo é através do modelo tridimensional ter a oportunidade de prever


situações que apenas com a vista 2D não seria possível, como conflitos entre as
disciplinas, verificar a disponibilidade de espaços necessários para tubulações,
quantitativos mais precisos de forma antecipada, para que se for necessário corrigir e
alterar as informações ainda na etapa de projeto diminuindo os diversos custos
comentados na seção 1.1.
30

4 MODELAGEM
4.1 Processo de criação do template
O processo de criação do template é similar para todos os projetos, o que
muda é as famílias que serão utilizadas. São criados os níveis referentes aos
pavimentos do projeto, para vincularmos seus respectivos vínculos em DWG, além
desses níveis servirem de parâmetros para a criação dos elementos.

Inicialmente o Revit apresenta um pacote de família de diversos elementos,


que podem ter suas características geométricas e atributos alterados conforme as
necessidades do projeto em questão. Quanto maior o nível de informação atribuída
aos elementos, maior a precisão dos resultados extraídos do modelo.

4.2 Estrutural
4.2.1 Sapatas
Após a etapa de criação do template, ao todo foram modeladas 58 sapatas
seguindo as especificações de largura, altura e profundidade da base indicados no
projeto. Para modelagem foi utilizado a família paramétrica disponível no Revit.

Figura 4 - Sapatas modeladas

Fonte: Autor (2022)

4.2.2 Pilares
Para modelagem dos pilares utilizou-se a família paramétrica pilar estrutural
também disponível no software Revit. Ao todo foram modelados 62 pilares seguindo
as especificações de largura e altura da base indicados no projeto.
31

Figura 5 - Pilares modelados

Fonte: Autor (2022)

4.2.3 Vigas
De forma similar, utilizando família de vigas paramétrica foram modeladas ao
todo 292 vigas (vigas do térreo e primeiro pavimento).

Figura 6 - Vigas Modeladas

Fonte: Autor (2022)

4.3 Arquitetônico
4.3.1 Paredes
O recurso utilizado no Revit foi o de parede básica, que permite ter suas
propriedades alteradas e através disso atribuir diferentes materiais as camadas que
compõem a parede que se deseja criar.

O método de construção adotado foi separar a criação da parede em duas etapas:

• Etapa 1 considerando apenas o bloco de alvenaria;


• Etapa 2 considerando as camadas de acabamento.
32

O autor optou por esse método pois dá mais de liberdade na hora de modelar
paredes cujas faces não possuem o mesmo padrão de revestimento, como por
exemplo de um lado é chapisco, reboco, e pintura e do outro azulejo, além de
simular o ciclo construtivo, fazendo inicialmente o levantamento da alvenaria, e
posteriormente os acabamentos.

Foram criadas diversas paredes conforme o bloco a ser utilizado e o padrão


de acabamento, ressaltando, como não havia informação sobre a composição dos
acabamentos, o autor considerou elementos geralmente utilizados, como chapisco,
reboco, selador, massa corrida e pintura, alguns exemplos são mostrados a seguir.

Figura 7 - Composição de elemento - parede de alvenaria estrutural

Fonte: Adaptado Revit 2022


33

Figura 8 - Composição de elemento – exemplo parede de acabamento

Fonte: Adaptado Revit 2022


Nessa etapa de criação deve-se ficar atento a forma que se deseja extrair os
quantitativos, pois a forma de como os elementos são criados interfere diretamente
na formulação da tabela de quantidades do Revit, seguindo a proposta, foi utilizado
códigos que auxiliariam no agrupamento dos materiais nas futuras tabelas.

Uma vez ajustados as propriedades, as paredes foram inseridas de acordo as


especificações determinadas no projeto DWG, mas seguindo as restrições impostas
pelo modelo.

4.3.2 Pisos
O recurso de pisos no Revit, engloba os acabamentos horizontais, semelhante
ao recurso de paredes, ele permite a personalização das camadas que constituem o
piso de acordo com as especificações do projeto, seja ele apenas uma laje, ou uma
composição de contrapiso e revestimentos.

Novamente foram criados diversos elementos conforme as solicitações de


espessuras, contrapiso e padrões de acabamento.

Para o projeto estrutural esse recurso foi utilizado para modelação das lajes
como mostrado na figura 9.
34

Figura 9 - Composição dos elementos - Laje

Fonte: Adaptado Revit 2022

Para evitar a sobreposição das lajes, na modelação arquitetônica, o piso, semelhante


ao processo de criação das paredes, seguiu 2 etapas:

• Etapa 1 foi considerado apenas a estrutura da laje;


• Etapa 2 foi considerado a composição do contrapiso + revestimento.

Figura 10 - Composição dos elementos – exemplo piso

Fonte: Adaptado Revit 2022


35

A modelação desse elemento é feita definindo seu limite pela seleção das paredes
que o contornam, e atribuindo o deslocamento que o topo da estrutura está em relação
ao nível de referência do projeto, para evitar sobreposições e conflitos.

4.3.3 Forros
Os forros são elementos que semelhante aos pisos abrange acabamentos
horizontais, mas possuem um sistema de criação diferente. São criados a uma
distância especificada acima do nível de piso.

No projeto havia apenas as especificações das áreas de forro de PVC, o autor


optou em considerar o restante das áreas como forro rebocado e pintado conforme
apresentado a seguir.

Figura 11 - Composição dos elementos – exemplo forro rebocado

Fonte: Adaptado Revit 2022


Figura 12 - Composição do forro de PVC
36

Fonte: Adaptado revit 2022


Vale ressaltar que nesse projeto, as tubulações e conexões sanitárias ficam acima do
nível de forro e abaixo da laje, portanto a altura especificada em projeto deve ser tal
que permita a instalação de forma correta das tubulações e acessórios.

4.3.4 Esquadrias
No Revit a maioria das portas e janelas precisam ser inseridas em paredes, que
servem como hospedeiras. O software traz algumas como padrão, mas é possível
carregar outros modelos a partir de bibliotecas.

O recurso permite modificar dimensões, ajustar altura de peitoril, inverter a


posição de abertura, além de ajustar automaticamente molduras conforme a
espessura da parede na qual está inserida. É possível atribuir diversas informações
como o material e o modelo que a esquadria é feita. As figuras 13 e 14 mostram
exemplos.

Figura 13 - Exemplo Janela

Fonte: Adaptado Revit 2022


37

Figura 14 - Exemplo Porta

Fonte: Adaptado Revit 2022

Foram atribuídas as especificações de largura, altura e peitoril que estavam no


projeto, aos elementos.

4.4 Premissas
Como comentado ao longo do trabalho não estava detalhado nos projetos todos
os materiais e serviços que seriam executados, portanto foi considerado algumas
premissas:

4.4.1 Paredes
• Na modelação da alvenaria estrutural foi considerado apenas os blocos;
• Foi considerado blocos cerâmicos de 9cm na divisória da escadaria.

4.4.2 Pisos
• Foi considerado revestimento cerâmico nos ambientes que não estavam
especificados;
• Nas sacadas foi considerado piso cerâmico antiderrapante;
• Em ambientes destinado a casa de máquinas e ou de acesso restrito foi
considerado piso cimentado.

4.4.3 Forros
38

• Ambientes que não havia especiações foram considerados forros rebocados e


pintados.

4.4.4 Rodapés
• Foi considerado rodapés do mesmo material do piso de 5cm de altura

4.4.5 Esquadrias
• Os modelos adotados foram os que se aproximavam do projeto dwg seguindo
as indicações das dimensões de largura, altura e peitoril do projeto.

As tabelas 3, 4 e 5 apresentam os materiais e serviços considerados na modelação.

Tabela 3 - Especificações dos materiais e serviços adotados parede

PAREDE

REGULADOR PREPARADOR
AMBIENTE ACABAMENTO
BASE BASE

Massa Corrida
Quarto Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Sala Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Cozinha Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Área de Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Serviço + Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Lavabo Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

BWC Chapisco + Reboco Azulejo

Textura + Tinta
Sacada Chapisco + Reboco Selador Acrílica
(variável) 2D
39

Massa Corrida
Circulação Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Salão Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Festas + Tinta PVA 3D

Salão Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Jogos + Tinta PVA 3D

Espaço Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Gourmet + Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Academia Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Zeladoria Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Depósito
Chapisco + Reboco - Azulejo
Lixo

Casa de
Chapisco + Reboco Selador Tinta PVA 2D
Máquinas

Textura + Tinta
Escada Chapisco + Reboco Selador
PVA 2D

Duto
Chapisco + Reboco Selador Tinta PVA 1D
Elevador

Textura + Tinta
Duto
Chapisco + Reboco Selador Acrílica Branca
Ventilação
2D

Fonte: Autor (2022)


40

Tabela 4 - Especificações dos materiais e serviços adotados pisos

PISO

REGULADOR
AMBIENTE ACABAMENTO RODAPÉ
BASE

Rodapé
Quarto Contrapiso Porcelanato
cerâmico 5cm

Rodapé
Sala Contrapiso Porcelanato
cerâmico 5cm

Rodapé
Cozinha Contrapiso Porcelanato
cerâmico 5cm

Área de Rodapé
Contrapiso Porcelanato
Serviço cerâmico 5cm

Rodapé
Lavabo Contrapiso Porcelanato
cerâmico 5cm

BWC Contrapiso Porcelanato -

Porcelanato Rodapé
Sacada Contrapiso
Antiderrapante cerâmico 5cm

Circulação Contrapiso Porcelanato

Salão Rodapé
Contrapiso Porcelanato
Festas cerâmico 5cm

Salão Rodapé
Contrapiso Porcelanato
Jogos cerâmico 5cm

Espaço Rodapé
Contrapiso Porcelanato
Gourmet cerâmico 5cm

Rodapé
Academia Contrapiso Porcelanato
cerâmico 5cm
41

Rodapé
Zeladoria Contrapiso Porcelanato
cerâmico 5cm

Depósito
Contrapiso Cerâmica -
Lixo

Casa de
Contrapiso Cimentado -
Máquinas

Porcelanato
Escada - -
Antiderrapante

Duto
- - -
Elevador

Duto
- - -
Ventilação

Fonte: Autor (2022)

Tabela 5 - Especificações dos materiais e serviços adotados teto

TETO

REGULADOR PREPARADOR
AMBIENTE ACABAMENTO
BASE BASE

Massa Corrida
Quarto Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Sala Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Cozinha Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Área de Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Serviço + Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Lavabo Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D
42

BWC PVC - -

Textura + Tinta
Sacada Chapisco + Reboco Selador Acrílica Branca
2D

Massa Corrida
Circulação Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Salão Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Festas + Tinta PVA 3D

Salão Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Jogos + Tinta PVA 3D

Espaço Massa Corrida


Chapisco + Reboco Selador
Gourmet + Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Academia Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Massa Corrida
Zeladoria Chapisco + Reboco Selador
+ Tinta PVA 3D

Escada - - -

Depósito Textura + Tinta


Chapisco + Reboco Selador
Lixo PVA 2D

Casa de
Chapisco + Reboco Selador Tinta PVA 2D
Máquinas

Duto
- - -
Elevador

Duto
- - -
Ventilação

Fonte: Autor (2022)


43

4.5 Hidrossanitário
Foi optado pela execução do modelo apenas do projeto sanitário, visto que o
hidráulico é feito de forma similar, alterando apenas as famílias de tubos e conexões
utilizados.
A execução do modelo sanitário seguiu com a utilização do template contendo
famílias de tubulações e conexões que possibilitasse o modelo ficar o mais fiel
possível ao proposto no projeto DWG, vinculando os modelos estrutural e
arquitetônico, como já abordado nas delimitações do trabalho da seção 1.3 a
compatibilização foi realizada apenas de forma espacial, e não normativa, se
utilizando de recursos visuais e premissas para a tomada de decisões.

A premissa base foi que as tubulações sanitárias estariam abaixo da laje, e


acima do forro quando este indicado, as inclinações adotadas foram as especificadas
em projeto, e o espaçamento para acessórios e conexões seriam os mínimos para
sua real execução.

A figura 15 apresenta o menu da template sanitário, na qual podemos escolher


a tubulação que desejamos utilizar, diâmetro, inclinação e deslocamento em relação
ao nível associado, a maioria das conexões é feita de forma automática pelo software
conforme o traçado da tubulação ou devem ser inseridas e ajustadas manualmente.

Figura 15 - Menu template sanitário

Fonte: adaptado Revit 2022


44

5 APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS
5.1 Estrutural
Seguindo um sequenciamento lógico, primeiramente foi executado a
modelação do projeto estrutural, se baseando no arquivo DWG vinculado. As figuras
16 e 17 apresentam o modelo que foi desenvolvido conforme procedimentos indicados
na seção 4.2, que por se tratar de uma edificação em alvenaria estrutural, o projeto
estrutural compreendia apenas o térreo e o primeiro pavimento.

Figura 16 - Modelo 3D Estrutural

Fonte: Autor (2022)


45

Figura 17 - Modelo 3D Estrutural

Fonte: Autor (2022)

Por se tratar de um projeto básico, com poucos pavimentos o tempo gasto no


processo de criação do template e modelação foi em torno de 4 horas.

5.2 Arquitetônico
Em seguida foi criado um novo template para a execução da modelagem
arquitetônica e foi adicionado o modelo estrutural como vínculo Revit. A ideia era
realizar a modelagem em separado afim de simular situações em que os projetos são
feitos de forma isoladas e/ou por profissionais distintos e como essa prática afetaria
na qualidade dos projetos.

Ao optar por modelar os projetos em separado existem duas opções: modelar


o arquitetônico tendo como base o modelo estrutural ou modelar seguindo o projeto
em DWG, na pratica, caso não existisse o modelo estrutural seguiríamos pelo
segundo caminho e futuramente na sobreposição dos modelos, notaríamos as
divergências e inconsistência dos modelos, gerando assim uma necessidade de
ajuste, causando inconvenientes, pois afetaria diretamente os quantitativos de
46

materiais e serviços, e no modelo hidrossanitário que será executado tomando como


base o modelo arquitetônico, ou seja, causaria um enorme retrabalho e aumento de
custo operacional. Como modelo estrutural já estava executado pelo autor, e com o
intuito de já realizar a compatibilização no processo de modelação foi optado por
seguir a modelagem tendo como base o modelo estrutural.

Logo na vinculação do projeto arquitetônico em DWG notou-se pontos de


incompatibilidade espacial entre o vínculo cad e o modelo estrutural, dificultando a
escolha de ponto que serviria como referência para a vinculação das demais plantas
baixa nos seus respectivos níveis tanto do projeto arquitetônico quanto do
hidrossanitário que seria modelado sem seguida.

Como a escada é comum para os 3 níveis, foi escolhida como referencial e


está indicada na figura 18.

Figura 18 - Ponto referencial para vinculação

Fonte: Empresa
47

A partir disso, foi iniciado o processo de modelação das paredes do térreo tendo
as vigas baldrames como referência, pois como visto na figura 19 a posição de
diversas paredes estava fora da estrutura, o mesmo procedimento foi realizado para
a execução das paredes do pavimento tipo, tendo agora como referência as vigas do
pavimento 1. Foi adotado algumas considerações para a execução visto que em
alguns pontos a discordância entre os projetos era tamanha que impossibilitava a
execução da modelagem das paredes, tentando manter a caraterização dos
ambientes o mais próximo possível do projeto, respeitando os limites impostos pelo
modelo estrutural.

Na figura 19, as linhas rosa representam o projeto em DWG, e exemplifica um dos


desafios enfrentados no processo.

Figura 19 - Exemplo de incompatibilidade

Fonte: Autor (2022)

Por fim, após seguir todos os processos de modelagem dos elementos


arquitetônicos listados na seção 4.3 o produto é apresentado nas figuras a seguir.
48

Figura 20- Modelo Geral 3D

Fonte: Autor (2022)

Figura 21 - Fachada Frontal


49

Fonte: Autor (2022)

Figura 22 - Fachada Posterior

Fonte: Autor (2022)

Figura 23 - Exemplo Pavimento Interno


50

Fonte: Autor (2022)

O projeto arquitetônico contava com plantas de pavimento térreo, pavimento


tipo e cobertura, o tempo gasto no processo de criação do template, preparo das
plantas em DWG e vinculação foi em torno de 5 horas, já o processo de modelação
levou em torno de 10 horas, totalizando 15 horas, vale ressaltar que o autor possui
um conhecimento intermediário do software Revit, portanto tal tempo não deve ser
usado como parâmetro.

5.3 Modelo Sanitário


Seguindo os procedimentos informados na seção 4.5 obteve-se o produto
apresentado nas figuras a seguir.
Figura 24 - Modelo Sanitário Vista 3D

Fonte: Autor (2022)


51

Figura 25 - Modelo geral vista 3D

Fonte: Autor (2022)

Figura 26 - Exemplo modelo 3D banheiro

Fonte: Autor (2022)


52

Figura 27 - Exemplo modelo 3D área de serviço/cozinha

Fonte: Autor (2022)

Figura 28 - Exemplo modelo 3D caixas de areia, passagem e gordura

Fonte: Autor (2022)

Esse sem dúvida foi o modelo que levou mais tempo para ser concluído, o
tempo gasto não é preciso pois foi executado em etapas, mas o autor estima ter
levado em torno de 30 horas.
53

5.4 Considerações
A maior dificuldade enfrentada no processo, foi a falta de compatibilidade das
posições das tubulações em relação ao modelo arquitetônico, dificultando a
visibilidade e leitura para uma correta execução. Isso pode ser devido ao fato de o
projeto hidrossanitário ter considerado apenas o projeto arquitetônico e este parecer
que não levou em consideração o projeto estrutural. Como já avisado pelo engenheiro
responsável pelo empreendimento essas eram as primeiras versões dos projetos, o
que aumenta essa possibilidade. Numa situação real, esse modelo serviria de alerta
para as incompatibilidades e evitar prováveis erros no planejamento de execução da
obra, sendo necessário uma revisão por parte dos projetistas afim de resolver essas
incoerências.
54

6 COMPATILIZAÇÃO
Nesta etapa, serão apresentados a sobreposição dos modelos sanitário,
arquitetônico e estrutural. Através de opções de visibilidade disponíveis no Revit,
podemos extrair imagens que facilitam a visualização de cada disciplina de modo a
verificar a coerência de seus elementos e validar o modelo.

A compatibilização se deu apenas de forma espacial, gerando uma nova


documentação gráfica, que pode servir para uma eventual conferência por parte do
projetista para verificar questões de normas e desempenho, ou seja, verificar se a
tubulação traçada atenderá sua finalidade.

Figura 29 - Sobreposição dos modelos 3D arquitetônico e sanitário

Fonte: Autor (2022)


55

Figura 30 - Vista esquemática exemplo banheiro

Fonte: Autor (2022)


Figura 31 - Exemplo corte - banheiro

Fonte: Autor (2022)


56

Figura 32 - Exemplo corte - banheiro

Fonte: Autor (2022)


Figura 33 - Corte edificação
57

Fonte: Autor (2022)

Figura 34 - Corte edificação

Fonte: Autor (2022)


Na figura 35 e 36 é apresentado um exemplo de incompatibilidade no projeto,
a orientação da tubulação não faz sentido, a posição do ralo e do tubo de queda estão
invertidos, isso aconteceu em praticamente todas as sacadas.
58

Figura 35 - Exemplo incompatibilidade sacada

Fonte: Autor (2022)

Figura 36 - Exemplo incompatibilidade sacada

Fonte: Autor (2022)


Na figura 37 é apresentado um exemplo da tubulação da área de
serviço/cozinha, no projeto arquitetônico não estava especificado a presença de forro
rebaixado, como no caso dos banheiros, e a premissa assumida foi considerar forro
rebocado e pintado, essa visualização serve para uma reavaliação, caso realmente
não estivesse previsto, da utilização de forro rebaixado nessas áreas. Outro
questionamento seria a necessidade da execução de shafts pois a tubulação está
aparente nessas regiões e não estavam indicados no projeto arquitetônico. Vale a
59

ressalva, que o projeto é em alvenaria estrutural, podendo haver divergência por onde
a tubulação irá descer, mas considerando a sinalização e mantendo-se o mais fiel
possível do projeto em DWG, a tubulação desce por fora da parede, exposta.

Figura 37 - Vista isométrica exemplo área de serviço/cozinha

Fonte: Autor (2022)


A partir da sobreposição dos modelos agora é possível gerar novas plantas,
agora compatibilizadas entre as 3 disciplinas dos pavimentos.
60

Figura 38 - Planta Baixa térreo compatibilizado

Fonte: Autor (2022)


Figura 39 - Planta Baixa 1º Pavimento compatibilizado

Fonte: Autor (2022)


61

Figura 40 - Planta baixa do 2º e 3º pavimento compatibilizado

Fonte: Autor (2022)


Como visto nas figuras, mesmo buscando atender as posições das tubulações
de prumadas, algumas ficam em lugares inconvenientes, isso ressalta a importância
desse modelo para averiguar se o caminho adotado pelas tubulações está satisfatório
e atendendo as normativas de desempenho em simultâneo.

Outro ponto de importância é que a visualização espacial desse modelo de os


permite prever os conflitos entre tubulação e viga, evitando precisar furar esses
elementos no futuro ou precisar mudar o traçado da tubulação.

É notável os benefícios que um modelo tridimensional traz para um bom


planejamento e execução da obra. Com o fornecimento do arquivo do projeto em uma
plataforma que utiliza a tecnologia BIM, o profissional responsável pela execução da
obra pode facilmente solucionar quaisquer dúvidas sobre o projeto com o uso apenas
de um computador. Um corte no projeto, por exemplo, pode ser realizado em questão
de segundos utilizando-se o software Revit. Caso contrário, seria necessário contatar
os projetistas para solucionar estas dúvidas.
O método utilizado (modelagem 3D em software em plataforma BIM) se
mostrou extremamente eficaz, comprovando a justificativa e motivação desse trabalho
citados seção 1.1.
62

7 LEVANTAMENTO DOS QUANTITATIVOS


Após finalizada a modelagem dos projetos levando em consideração as
premissas adotadas é possível organizar tabelas de quantitativos dos materiais
utilizados. A figura 41 apresenta alguns exemplos de tabelas disponíveis.

Figura 41 - Opções de criação de tabelas Revit


63

Fonte: adaptado Revit 2022


Através dessas tabelas podemos filtrar os materiais que utilizamos na
modelagem que são de interesse quantificar e agrupá-los de modo que as
informações fiquem disponível da maneira que foi feito o planejamento, como citados
na seção 3.3.

O grau de detalhamento das informações está relacionado com o método de


desenvolvimento do modelo, atribuir um número maior informações e parâmetros aos
elementos aumenta a quantidade de informações possíveis de extrair.

Atribuir informações permite a separação e agrupamento das quantidades da


maneira desejada. A forma que essas informações chegam ao orçamentista deve ser
coerente com o planejamento adotado.

Como citado na seção 3.3 o agrupamento dos insumos foi feito da seguinte maneira:

• Alvenaria de forma global;


• Acabamentos internos global;
• Acabamentos externos por pano de fachada;
• Conexões e Acessórios de formal global;
• Tubulação separada por prumada e distribuição.

Gerando as seguintes tabelas de quantidades:

Tabela 6 - Quantificação de insumos Arquitetônico

ARQUITETÔNICO

DESCRIÇÃO QUANTIDADE UNIDADE

ALVENARIA

Bloco Estrutural 14cm 3757,23 m²

Bloco Cerâmico 9cm 54,23 m²

Encunhamento 1632,64 m

Marcação 1778,29 m

REVESTIMENTO DE PAREDE
64

Chapisco 5267,23 m²

Reboco 5267,23 m²

Selador 4556,73 m²

Massa Corrida 4556,73 m²

Textura 204,22 m²

Tinta PVA 1D 69,95 m²

Tinta PVA 2D 204,22 m²

Tinta PVA 3D 4168,54 m²

Azulejo 709,16 m²

PISOS

Contrapiso 1727,73 m²

Cimentado 19,92 m²

Porcelanato 1610,08 m²

Porcelanato Antiderrapante 210,21 m²

Cerâmica 9,43 m²

FORRO

PVC 113,93 m²

REVESTIMENTO DE FORRO

Chapisco 1580,66 m²

Reboco 1580,66 m²

Selador 1580,66 m²

Massa Corrida 1580,66 m²

Textura 29,1 m²
65

Tinta PVA 2D 29,1 m²

Tinta PVA 3D 1550,96 m²

RODAPÉS

Rodapé Cerâmico 5cm 1609,60 m

TELHADO

Telha fibrocimento ondulada 435,60 m²

CALHAS

Calha 28,43 m

RUFOS

Rufo 172,80 m

MÁRMORES/GRANITOS

Soleiras/Pingadeiras 209,69 m²

GUARDA-CORPO

Guarda corpo alumínio e vidro 110cm 140,33 m

Corrimão de parede 20,43 m

ESQUADRIAS

PORTAS

Porta de Abrir Madeira 1 Folha: 60x210 41 un

Porta de Abrir Madeira 1 Folha: 70x210 54 un

Porta de Abrir Madeira 1 Folha: 80x210 38 un

Porta de Abrir Madeira 1 Folha: 105x220 1 un

Porta de Abrir Metálica Veneziana 1 Folha: 70x210 1 un

Porta de Correr Alumínio e Vidro 2 Folhas: 140x220 32 un


66

JANELAS

Janela de Correr - 2 Painéis: 120x80 3 un

Janela de Correr - 2 Painéis: 120x100 31 un

Janela de Correr - 2 Painéis: 140x120 33 un

Janela de Correr - 2 Painéis: 160x120 32 un

Janela Maxim-ar - 1 Painel: 60x80 38 un

Fonte: Autor (2022)

Tabela 7 - Quantificação de insumos por Pano de Fachada


MATERIAL FACHADA FACHADA FACHADA FACHADA TOTAL UN
FRONTAL LATERAL LATERAL POSTERIOR
DIREITA ESQUERDA

chapisco 684,35 293,54 286,94 745,04 2009,87 m²

Reboco 684,35 293,54 286,94 745,4 2009,87 m²

Selador 684,35 293,54 286,94 745,04 2009,87 m²

Textura m²
684,35 293,54 286,94 745,04 2009,87
Acrílica

Tinta m²
Acrílica 86,63 - - 101,32 187,95
Bege 2D

Tinta m²
Acrílica 294,74 163,09 134,21 386,44 1042,83
Branca 2D

Tinta m²
Acrílica
302,98 130,45 152,73 257,28 843,44
TAN21B
2D
67

Fonte: Autor (2022)

Tabela 8 - Quantificação de conexões de tubos

CONEXÕES DE TUBOS - SANITÁRIO

Tigre: Descrição Contador

Antiespuma 100mm, Esgoto - TIGRE 12

Bucha de Redução Longa 50x40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 32

Bucha de Redução Longa 100x75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 14

Caixa Sifonada (5 Entradas), montada com Grelha e Porta Grelha 12


Redondos Brancos 100 x 140 x 50mm, Esgoto - TIGRE

Caixa Sifonada Montada com Grelha e Porta Grelha Redondos Brancos 65


100 x 100 x 50mm, Esgoto - TIGRE

Cap 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 14

Cap 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 7

Curva 45º Longa 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 2

Curva 90º Curta 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 24

Cruzeta 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 2

Cruzeta 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 16

Joelho 45º 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 99

Joelho 45º 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 229

Joelho 45º 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 4

Joelho 45º 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 69

Joelho 90º 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 119

Joelho 90º 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 302

Joelho 90º 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 9


68

Joelho 90º 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 80

Joelho 90º com Anel 40mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 45

Junção Simples 50 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 14

Junção Simples 75 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 80

Junção Simples 100 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 62

Junção Simples 100 x 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 44

Junção Simples 150 x 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 3

Luva Simples 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 613

Luva Simples 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 94

Luva Simples 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 228

Luva Simples 150mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 4

Porta Grelha Quadrado p/ Grelha Quadrada Branca 100mm, Esgoto - 42


TIGRE

Porta Grelha Quadrado p/ Grelha Quadrada Prata 100mm, Esgoto - 32


TIGRE
Prolongamento p/ Caixa Sifonada 100 x 100mm, Esgoto - TIGRE 151

Ralo com Saída Articulada - Porta grelha prata e grelha inox redondos 32
100 x 40mm, Esgoto - TIGRE
Ralo com Saída Articulada - Porta-grelha e grelha quadrados brancos 42
100 x 40mm, Esgoto - TIGRE
Redução Excêntrica 150x100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 1

Tê 50 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 130

Tê 75 x 75mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 1

Tê 100 x 50mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 2

Tê 100 x 100mm, Esgoto Série Normal - TIGRE 3

Caixa de passagem externa (CE), montada in loco, dimensão variada 14

Caixa de areia (CA), montada in loco, dimensão variada 9


69

Caixa de gordura, montada in loco, dimensão variada 7

Fonte: Autor (2022)

Tabela 9 - Quantificação de tubulações

PRUMADA DISTRIBUIÇÃO

DIÂMETRO COMPRIMENTO DIÂMETRO COMPRIMENTO

40mm - 40mm 126,73

50mm 195,01 50mm 402,11

75mm 194,06 75mm 55,31

100mm 85,38 100mm 268,86

150 - 150mm 31,30

Fonte: Autor (2022)


70

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como ressaltado anteriormente, o levantamento de quantitativos é a premissa
básica para realização de um orçamento de obra. Através do qual são definidos os
insumos necessários para execução dos serviços e posterior precificação de cada
item de acordo com a composição de custo unitário que o representa.
Ao final do processo, os objetivos do trabalho foram alcançados, uma vez que
foi modelado uma edificação compatibilizando 3 disciplinas ao longo do processo com
o uso da tecnologia BIM e através dos modelos foi possível extrair as informações de
quantitativos dos materiais e insumos que foram propostos.

Segundo os critérios definidos Santos et al. (2014), os procedimentos de


quantificação de projeto podem ser avaliados qualitativamente em função do grau de
dificuldade de uso da tecnologia proposta, confiabilidade e detalhe dos resultados
além de rapidez no levantamento. O grau de dificuldade desse método está
relacionado ao domínio da ferramenta Revit, o que requer um conhecimento prévio do
software, quanto a rapidez no levantamento, a quantificação é gerada
automaticamente, portanto, a agilidade de obtenção da informação é uma das grandes
vantagens do BIM diante do processo manual. Sendo necessária alteração de projeto,
o software entende e atualiza as informações automaticamente. Quanto a
confiabilidade do produto, o modelo é resultado das informações fornecidas ao
software e pode ser validada através de verificação visual. Ao fim, o modelo pode
servir até mesmo para divulgação e vendas, utilizando programas de renderização
mais realistas que utilizam a tecnologia BIM.
Quanto ao processo de modelagem, o autor estava familiarizado com o
software utilizado, mesmo assim, a solução das interferências e incompatibilidades e
até mesmo na modelagem de certos elementos se mostraram por vezes difíceis, o
que ressalta a necessidade constante de aprendizado sobre o programa.
O tempo gasto para a execução dos 3 modelos foi em torno de 50 horas, se
considerarmos que a jornada de trabalho é 8 horas por dia, em torno de 7 dias é
possível gerar um modelo capaz de detectar incompatibilidades e levantar a
quantidade de material e serviços a serem orçados, mesmo não tendo o tempo gasto
de outro método para um comparativo, a modelagem BIM se mostrou eficiente e
confiável.
71

O trabalho em questão adotou premissas quanto aos serviços e insumos a


serem levantados, como sugestão de trabalhos futuros, é utilizar a tecnologia BIM no
processo de levantamento de quantitativos seguindo uma EAP (Estrutura Analítica de
Projeto) pré-estabelecida, orçamentista e projetista sendo pessoas distintas, a fim de
aprofundar a cooperação entre os setores.
72

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75

10 APÊNDICES

Planta de fundação e de locação

Planta de forma nível térreo


76

Planta de formas nível tipo

Planta de forma tipo 1


77

Planta baixa arquitetônico nível térreo

Planta baixa arquitetônico nível tipo


78

Planta baixa arquitetônico nível cobertura

Projeto sanitário nível térreo


79

Planta baixa sanitário nível tipo 1

Planta baixa sanitário nível tipo 2 e 3

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