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FACULDADE REGIONAL DA BAHIA

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MAYQUEL ARAUJO WAGNER

OS IMPACTOS GERADOS PELA FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO


DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Barreiras – BA
2022
MAYQUEL ARAUJO WAGNER

OS IMPACTOS GERADOS PELA FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO


DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao


curso de Bacharelado em Engenharia Civil da
Faculdade Regional da Bahia, como requisito para
obtenção do grau de Bacharel em Engenheiro Civil.

Professor de TCCII: Prof. Esp. Thays Cristina Lima da


Silva

Professor Orientador: Prof. Esp. Thays Cristina Lima


da Silva

Barreiras – BA
2022
MAYQUEL ARAUJO WAGNER

OS IMPACTOS GERADOS PELA FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO


DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito para obtenção de título


de Bacharel em Engenharia Civil da Faculdade Regional da Bahia UNIRB Barreiras

Data de Aprovação

20/12/2022

Banca Examinadora

_______________________________________________

Prof. Esp. Thays Cristina Lima da Silva (Orientador/a)


UNIRB – Faculdade UNIRB Barreiras

______________________________________________

Prof. Esp. Weldon Bispo Silva


UNIRB – Faculdade UNIRB Barreiras
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar
as dificuldades.
Agradeço a minha mãe senhora Egnalda Araujo, pois mesmo em dificuldades
nos criou pelo caminho certo e sempre incentivando a crescer e evoluir.
Agradeço a minha esposa Edeilsa, por estar ao meu lado me apoiando durante
toda essa jornada árdua.
Agradeço as minhas irmãs Mayara e Layla Rayane por terem me ajudado
durante esse período de formação assim dividindo um pouco esse fardo.
E também agradeço a todos os meus amigos e professores que me apoiaram
e me orientaram durante essa jornada.
"Não podemos resolver nossos problemas com o
mesmo pensamento que tínhamos quando os
criamos".

(Albert Einstein)
RESUMO

Um empreendimento em sua contemplação precisa de profissionais como projetista


construtores, investidores, engenheiros e outros, podendo existir algumas possíveis
falhas na execução. A necessidade de melhorar os processos faz da compatibilização
de projetos uma ferramenta essencial no intuito de detectar interferências entre os
diversos projetos que compõem a obra aperfeiçoando o desenvolvimento do produto
final. A pesquisa objetiva demonstrar os impactos gerados pela falta de
compatibilização de projetos na construção civil e como evitar os problemas gerados
pelas interferências ocorridas entre o que foi projetado e o que está executado em
campo. O trabalho foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas, no caráter
qualitativo exploratório com o intuito de atingir todos os objetivos proposto. Foram
levantados diversos conceitos sobre o tema abordado e levantadas várias maneiras
de executar a compatibilização de projetos, uma delas e mais utilizada atualmente é
a plataforma BIM. Portando foi possível perceber que a compatibilização de projetos
é necessária para qualquer edificação, não importando qual é o método utilizado,
contanto que seja eficaz para antecipar todas as interferências entre os diversos tipos
de projetos.

Palavras-chave: Compatibilização, Projeto, Interferências.


ABSTRACT

An undertaking in its contemplation needs professionals such as designers, builders,


investors, engineers, and others, and there may be some possible failures in the
execution. The need to improve processes makes project compatibility an essential
tool in order to detect interference between the various projects that make up the work,
enhancing the development of the final product. The research aims to demonstrate the
impacts generated by the lack of compatibility of projects in civil construction and how
to avoid the problems caused by the interferences that occurred between what was
designed and what is executed in the field. The work was carried out through
bibliographical research, in an exploratory qualitative character, in order to achieve all
the proposed objectives. Several concepts were raised on the topic addressed and
various ways of executing the compatibility of projects were raised, one of them, and
the most used today, is the BIM platform. Therefore, it was possible to perceive that
the compatibility of projects is necessary for any building, no matter which method is
used, as long as it is adequate to anticipate all the interferences between the different
types of projects.

Keywords: Compatibility, Project, Interferences.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pilar falso devido viga adentra espaço do cômodo. ................................... 21


Figura 2: Cruzamento de tubulações sob a laje. ....................................................... 23
Figura 3: Cruzamento de tubulações sob a laje. ....................................................... 24
Figura 5: Projeto arquitetônico atualizado. ................................................................ 26
Figura 4: Projeto elétrico elaborado em projeto arquitetônico desatualizado. ........... 26
Figura 6: saída de esgoto e ralo projetados na área do pilar. ................................... 28
Figura 7: mureta de alvenaria para acomodação dos tubos...................................... 29
Figura 8: Utilização da plataforma BIM na indústria da Arquitetura, Engenharia e
Construção. ............................................................................................................... 31
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Interferências Arquitetônico X Estrutural ................................................. 20


Quadro 2: Interferências Arquitetônicos X Hidrossanitários. .................................... 22
Quadro 3: Interferências Arquitetônicos X Hidrossanitários ..................................... 23
Quadro 4: Interferências Arquitetônico X Elétrico ..................................................... 24
Quadro 5: Interferências Arquitetônica X Elétrico ..................................................... 25
Quadro 6: Interferências Estrutural X Hidrossanitário .............................................. 27
Quadro 7: Interferências Estrutural X Hidrossanitários ............................................ 28
Quadro 8: Interferências Elétrico X Hidrossanitários ................................................ 29
Quadro 9: Protocolo de inclusão dos estudos desta revisão .................................... 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

BIM – Building Information Modeling (Modelagem da Informação da Construção)

CAD – Computer – Aided Design (Desenho assistido)

NBR – Norma Brasileira


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2. METODOLOGIA ................................................................................................. 13

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 13

3.1. PROJETO ......................................................................................................... 13

3.2. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETO ............................................................... 14

3.3. PROJETO ARQUITETÔNICO .......................................................................... 16

3.4. PROJETO ESTRUTURAL ................................................................................ 17

3.5. PROJETO ELÉTRICO ...................................................................................... 18

3.6. PROJETO HIDRASSANITÁRIO ....................................................................... 19

3.7. INTERFERÊNCIAS........................................................................................... 19

3.7.1. Projeto arquitetônico x estrutural ............................................................. 20

3.7.2. Projeto arquitetônico x hidrossanitário .................................................... 21

3.7.3. Projeto arquitetônico x elétrico ................................................................. 24

3.7.4. Projeto estrutural x hidrossanitário .......................................................... 27

3.7.5. Projeto hidrossanitário x elétrico .............................................................. 29

3.8. BULDING INFORMATION MODELING – BIM.................................................. 30

4. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 31

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 36

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
12

1. INTRODUÇÃO

No início do empreendimento sempre em sua contemplação contratar


profissionais qualificados na área que o empreendimento for atuar de forma a
minimizar os futuros erros que podem ocorrer no futuro. Pois de maneira conseguirá
realizar um planejado da obra de forma a evitar retrabalho e gastos desnecessários.
Atualmente a elaboração dos projetos a construção de uma edificação são
executados por várias empresas cada uma atuando em um setor de projeto diferente,
com isso aumenta gradativamente o índice de sugerem conflitos entre as diversas
especialidades de projetos que compõem uma edificação.
Devido as interferências geradas pelos diferentes tipos de projetos como
arquitetônico, no qual é o projeto base para elaboração dos outros projetos tais como:
estrutural, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias, entre outros. Com isso
vem a necessidade de compatibilizar os projetos para evitar esses conflitos entre os
elementos dos projetos.
A contabilização de projeto e realizada através da sobreposição de um projeto
sobre o outros, com a finalidade de identificar as possíveis interferências entre os
elementos dos projetos em questão. Dessa maneira pode-se identificar essas
interferências podendo alterar os projetos de modo com que esses conflitos sejam
extinguidos, assim os elementos dos projetos possam se acomodar harmonicamente
dentro do mesmo ambiente.
A plataforma BIM vem com o objetivo de auxiliar na compatibilização de modo
com que permite que visualizar os elementos dos projetos de forma tridimensional,
assim facilitando a visualização dos conflitos entra os elementos.
Portando com essa metodologia de compatibilização podemos eliminar os
gastos que seriam gerados por retrabalhos e desperdícios de materiais, assim
podendo obedecer aos orçamentos iniciais da obra e terminando-a conforme o prazo
de execução.
Este trabalho de conclusão de curso foi elaborado com a finalidade de
apresentar a partir de uma revisão de literatura, os impactos causados na construção
civil pela falta de compatibilização de projetos, desta maneira orientando os
profissionais da engenheira a optar por projetar suas edificações utilizando as
ferramentas de compatibilização de projetos.
13

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboração desse foi basicamente a de pesquisa


bibliográfica, com comportamento qualitativo exploratório, afim de uma absorção de
conhecimento da área de compatibilização de projetos e atingir os objetivos propostos
no trabalho.

Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o


problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-
se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento
de ideias ou a descoberta de intuições. (GIL, 2002, p.41).

A revisão bibliográfica pesquisou, principalmente, os temas sobre as atividades


de compatibilização de projetos e a coordenação de projetos. Além de outros
conteúdos que fundamenta o trabalho, relevantes ao seu desenvolvimento, como as
falhas resultantes da falta de compatibilização, a gestão do processo de projeto,
gestão da qualidade de projetos e os problemas causados pela falta de
compatibilização dos projetos.
Este trabalho foi desenvolvido em três etapas onde na primeira etapa foi feita
uma pesquisa de autores sobre o tema estudado, o qual foi levantado diversos outros
trabalhos que abordam sobre o assunto tratado. Na segunda etapa foi realizada a
definição dos conceitos das diversas disciplinas dos projetos que compõem uma
edificação. Na terceira etapa foi realizada a demonstração das possíveis interferências
que ocorrem entre os diversos tipos de projeto, em que seus elementos se conflitam
assim atrasando o andamento da execução da obra. Na quarta etapa foi discorrido
sobre a plataforma de modelagem 3D, no qual auxiliam na compatibilização de projeto
objetivando a diminuição das interferências ocorridas na iteração de dois ou mais
projetos.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. PROJETO
14

De acordo com a norma (NBR 16636-1:2017, pag.11.) o projeto pode ser


definido como a criação de uma representação detalhada de um objetivo ou meta,
desenvolvida em função dos princípios técnicos e científicos aplicáveis ao mesmo. O
mesmo deve se adequar aos recursos disponíveis, bem como as leis, regramentos
locais, e as alternativas que levem à viabilidade da decisão. Para realizar este trabalho
é necessária a contratação de um profissional habilitado que desenvolva o projeto de
acordo com a materialização da ideia original.
De acordo com a NBR 13531:1995, a elaboração de um projeto é definida como
a antecipação da fabricação de objeto a ser projetado, não sendo voltado apenas para
edificação, mas sim todas a ideias que se obedeçam aos aspectos técnicos exigidos
pela arquitetura e engenharia, deste modo especificando cada etapa de um projeto
desde sua elaboração inicial até a concepção do projeto de execução.
O projeto tem como objetivo buscar obter soluções dinâmicas, funcionais e
econômicas. Desta maneira atendendo as exigências do consumidor final, se
adequando a necessidade ambientais enquadrando-se na especificação das normas
técnicas, possuindo elementos e estilos que harmonizam os ambientes e
correspondendo as necessidades desejadas. O projeto é desenvolvido a partir de
necessidades e desejos do mercado, com aquisição do terreno, logo após vem a
aprovação por órgãos competentes, assim lançando um empreendimento no mercado
(NOBREGA, 2017).

3.2. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETO

Segundo Pompermaier e Rossi (2015) compatibilização define-se como o ato


de coordenar e englobar os projetos correlatos, dessa maneira desejando o ajuste
perfeito entre os mesmos e direcionando para obtenção dos parâmetros de controle
de qualidade total de determinada obra. Deste modo, a compatibilização tem como
finalidade minimizar ou eliminar as interferências identificadas entre os projetos
envolvidos, de modo a otimizar os processos, simplificar a execução, diminuir os
custos com desperdícios e retrabalhos, facilitando as futuras manutenções que a
edificação necessita.
Em meados da década de 60, devido ao crescimento do mercado imobiliário,
os escritórios de projeto abrangiam todo o processo de criação, de forma que era
15

possível atender as necessidades dos projetos arquitetônicos, estruturais e de


instalações. Com isso, os profissionais da época tinham conhecimento em todas a
áreas envolvidas, mas com o passar dos anos, cada área foi evoluindo e se
especificando cada vez mais, de modo que o conhecimento generalizado foi se
perdendo.
Entretanto, em decorrência disso surgiram incompatibilidades nos projetos que
só eram identificadas durante a execução das obras. Portanto, a compatibilização dos
projetos começou a ser necessária em meados da década de 80, o qual passaram a
ser percebidas pelas empresas um aumento nos custos das obras devido a
decorrência da incompatibilização (NOBREGA, 2017).
No fechamento do projeto o estágio essencial é a compatibilização, no que
corresponde em sobrepor de todos os projetos relacionado antes e durante o início da
obra. A principal função da compatibilização é diminuir as interferências físicas e
perdas de funcionalidade de uma edificação, que geram retrabalho nos canteiros de
obra (MENESES, 2021).
Com o avanço da tecnologia novas ferramentas foram desenvolvidas, porém
na especialização de mão de obra na área de projetos prediais não foram
implementadas essas ferramentas no processo de elaboração de projeto, de maneira
que uma grande parcela das empresas que os elaboram não utiliza as novas
ferramentas, desta maneira utilizando-as apenas para função de desenhar. Outro
motivo, são as grandes empresas no ramo da construção e projeto que utilizam do
método de terceirização dos serviços relacionados aos projetos, desse modo
apresentam divergências na padronização de representação dos elementos em planta
e soluções técnicas, controle de prazos e conteúdo de projetos, assim aumentando a
chance de surgirem incompatibilidades entre os diferentes projetos que compõem os
sistemas prediais de um mesmo edifício (NOBREGA, 2017).
No que se refere à diminuição das interferências entre os vários tipos de
projetos, a compatibilização dos mesmos é uma etapa fundamental quando realizada,
de modo a tornar a execução da obra mais organizada, seguindo os padrões
estabelecidos nos projetos, de forma planejada e racionalizada, dessa forma
resultando em um agente integrador dos vários tipos de projetos com uma
metodologia que visa a identificação e resolução das interferências antecipadamente.
Consequentemente, realizando uma execução de obra com os erros minimizados
após a redução das interferências serem detectadas, desta maneira os ganchos
16

obtidos são refletidos em todos os subsistemas e torna possível uma execução


planejada padronizada e que contribua para a racionalização (NOBREGA, 2017)

3.3. PROJETO ARQUITETÔNICO

De acordo com a norma (NBR 16636-1:2017, pag.11) o projeto arquitetônico


entende-se como a representação de um conjunto de elementos conceituais,
desenvolvido por um profissional habilitado, que se baseia em princípios técnicos e
científicos, com o objetivo de materializar uma ideia arquitetônica. Esta representação
deve estar de acordo com as leis e regramentos locais, bem como adequar-se aos
recursos disponíveis, de modo a garantir que a decisão seja viável.
Outro conceito de projeto arquitetônico é apresentado como a materialização
de uma ideia, do espaço planejado, sendo representada por meio de uma elaboração
de projeto. Com a concepção do mesmo nos possibilita estudar as formas mais
eficazes para suprir as necessidades dos usuários e a maneira mais eficiente de
solucionar os problemas envolvidos nesse projeto. A sua finalidade é antecipar os
futuros problemas de execução assim garantindo que a obra saia conforme o
planejado no projeto (NOBREGA, 2017).
Após a concepção do projeto arquitetônico é que se inicia o processo de
compatibilização preferencialmente na etapa de estudo preliminar, pois nessa etapa
há mais flexibilidade assim possibilitando um desenvolvimento que se comunica
harmoniosamente com os projetos complementares. Ele é responsável por dá forma
ao desejo do cliente, expressar por formas geométricas as suas necessidades, de
modo a atender aos mais diversificados tipos de utilização, como uma edificação por
exemplo que tem como base o projeto arquitetônico, que serve como esboço para
serem desenvolvidos os projetos complementares, de modo a respeitar os desejos do
cliente e atender todos os padrões exigidos e permitidos pelas normas em vigor
(DELESDERRIER, 2015).
Para a elaboração do projeto arquitetônico é essencial ter conhecimento básico
nos projetos complementares para compreender as condições necessárias para a
execução do mesmo. Com isso, o projetista fornecerá um projeto arquitetônico que
seja compatível aos projetos complementares.
17

3.4. PROJETO ESTRUTURAL

O projeto estrutural é desenvolvido de acordo com a legislação vigente e os


critérios de projetos estabelecidos pelo engenheiro responsável. Ele considera fatores
tais como a resistência dos materiais, a rigidez, a estabilidade, a ação dos agentes
externos, a deflexão e outros fatores que influenciam diretamente na segurança e
desempenho da estrutura. O projeto também inclui o dimensionamento de elementos
e detalhes construtivos. Além disso, ele considera os critérios de acessibilidade e
ergonomia, se for o caso.
A conclusão do projeto estrutural se dá com a especificação completa de uma
estrutura, ou seja, compreendendo todas as suas características gerais, tais como
locação e detalhamentos primordiais à construção. Logo, o projeto estrutural tem início
com uma visão geral da estrutura e tem fim com a documentação que proporciona a
sua construção. São numerosas e muito complexas suas etapas, tais como o
prognostico do comportamento da estrutura de modo que possam obedecer
adequadamente às exigências de segurança e utilização para as quais foi criada
(MARTHA, 2010).

O resultado estrutural utilizado no projeto é obrigado a seguir as exigências


de qualidade especificadas nas normas técnicas, que tenha eficiência
necessária para garantir a não ruptura, tendo plenas condições de serviço e
garantindo a durabilidade da estrutura. Deve também levar em consideração
as exigências arquitetônicas, funcionais, construtivas, estruturais e de
associação com os projetos complementares (NOBREGA, 2017, pág. 24).

Segundo (ARAUJO, 2014), o projeto estrutural é dividido em fases, como no


projeto arquitetônico, em que a definição da estrutura toma como base a planta
arquitetônica, na qual é enquadrada como a primeira fase do projeto estrutural, é
nessa etapa que se define a posição das vigas, pilares e as dimensões preliminares
dos vários elementos estruturais que compõem a estrutura. Desse modo as
dimensões são definidas a priori, considerando os seguintes fatores: vão de lajes e
vigas, altura do edifício, número de pilares em cada direção, entre outros. Essas
dimensões são fundamentais para o início dos cálculos, podendo ser modificadas no
decorrer em que a elaboração do projeto vai avançando.
18

A iniciação da estrutura também deve levar em consideração seu envolvimento


com outros projetos de engenharia, como projetos elétricos e hidrossanitários
elaborados por outros profissionais relacionados ao projeto final. O objetivo do projeto
estrutural é seguir sempre o projeto arquitetônico, quando isso não é possível, abre-
se um diálogo entre arquiteto e construtor para chegar a uma solução adequada, mais
outras questões que os designers enfrentam no dia a dia também merecem destaque
(NASCIMENTO, 2015).
Os resultados do projeto preparados por engenheiros de estruturas incluem
esboços, especificações e critérios de projeto. As dimensões e disposição dos
componentes devem permitir a passagem das tubulações previstas neste projeto
(ARAUJO, 2012). Ou seja, o calculista deve estudar a fundo para que se tenha uma
racionalização das peças da estrutura e de seus componentes, além de estudo do
solo para uma possível solução para que a sua fundação se adapte ao tipo de projeto
em questão.

3.5. PROJETO ELÉTRICO

O projeto de instalação inicia a interação com o projeto arquitetônico na etapa


do projeto legal, onde se terminar as questões como: áreas dentro da edificação para
equipamentos, necessidade de subestação e espaço de mediadores. O projeto
elétrico a depender da carga a ser instalada pode ser elaborado por um engenheiro
civil (NASCIMENTO, 2015).
Segundo Pompermaier e Rossi (2015) a finalidade do projeto de instalações
elétrica é garantir a segurança dos usuários da edificação, mediante que o sistema
funcione corretamente. Consequentemente, quem deve executar essa modalidade de
projeto tem que ser um profissional qualificado, podendo ser tanto um engenheiro civil
ou um engenheiro elétrico, dependendo do grau de complexidade do sistema a ser
dimensionado.
A depender da carga necessária para o pleno funcionamento do edifício, o
fornecimento de energia deverá ocorrer em baixa ou media tensão, se atendido em
média tenção o projeto elétrico deverá ser feito obedecendo as normas, prescrições e
regulamentos que englobam as informações sobre o fornecimento de energia elétrica
da concessionária na qual administra a região que será construída a edificação.
19

Para os projetos elétricos em baixa tenção, são compostos pelo cálculo das cargas
instaladas, dimensionamento da demanda, definição da entrada de serviço, posição
de quadros de medidores e caixas de passagem, marcação dos pontos de utilização,
prumadas e posição de tomadas e interruptores, sistema de recepção de TV e sistema
de segurança e seção de condutores (POMPERMAIER E ROSSI, 2015).
Com base na planta arquitetônica e estruturais o projetista de instalações
inicia a elaboração do projeto elétrico, projetando vistas a apresentação de
fundamentos gráficos que demostrem as características do sistema elétrico, projetado
no projeto arquitetônico.

3.6. PROJETO HIDRASSANITÁRIO

De acordo com Nascimento, (2015), o sistema hidrossanitário é responsável


por fornecer as condições essenciais para o dia a dia dos indivíduos que utilizam o
local, proporcionando água potável e saneamento, garantido a separação absoluta
entre o sistema hidráulico e o sistema sanitário, com a intenção de não contaminar a
água potável.
Cada edificação tem suas características, as quais o projeto hidrossanitários
tem a obrigação de ser planejados seguindo-as, sua elaboração preferencialmente
tem que ser iniciar após o termino do projeto estrutural (FERREIRA FILHO E
MAGALHÃES, 2011).
Segundo Nobrega (2017), o projeto hidrossanitário condiz aos sistemas de
fornecimento de água fria e quente, coleta de águas pluviais e coleta predial de água
e esgoto. Assim sendo para cada sistema citado acima, nos quais existem uma série
de normas que regulamentam os procedimentos para os projetos desde a elaboração
e seguindo para as especificações dos materiais e pelos processos construtivos.
A interação do projeto hidrossanitário e arquitetônico se dá pela obrigação da
definição dos shafts, no projeto estrutural se dá pela necessidade de verificar a
posição entre as vigas e pilares, evitando assim que haja interferências entre o
assentamento das tubulações e os elementos estruturais (DELESDERRIER, 2015).

3.7. INTERFERÊNCIAS
20

3.7.1. Projeto arquitetônico x estrutural

Durante o processo construtivo é possível identificar diversas interferências


entre a estrutura do edifício e sua planta arquitetônica, entre elas as interferências
mais comuns de se encontrar nas obra é a falta de alinhamento entre os elementos
estruturais (pilares e vigas) e elementos de arquitetura (paredes e esquadrias), com
isso vem a necessidade de compensar o desalinhamento dos elemento por meio de
um preenchimento de maior espessura do que o planejado, dificultando a instalação
dos elementos das esquadrias, elevando os custos da obra gerando resíduos,
ocasionando atrasos e retrabalho (NOBREGA, 2017).
O Maior índice de interferências entre os projetos de arquitetura e estrutura, é
proveniente da altura das vigas, pois os arquitetos estipulam um pré-dimensionamento
para os elementos estruturais, mas muitas vezes esse não é o adequado para a
segurança da estrutura e o calculista tem que aumentar a dimensão desses
elementos, por isso a grande quantidade de interferências relacionadas a esse motivo
(SENA, 2012).
Quadro 1: Interferências Arquitetônico X Estrutural

Disciplinas Itens Características das Modo de


analisadas Confrontados interferências análise
Pilares, Vigas e Desalinhamento de
Visual
Paredes pilares, paredes e Vigas
Esquadrias, Interseção de pilares e
Hard Clash
pilares e vigas Vigas com as esquadrias
Arquitetônico
Vãos de portas e janelas
X Vigas e pilares,
em desacordo com vão Soft Clash
Estrutural portas e janelas
estruturais
Pilares, vigas Caixas de elevadores não
centrais e condizentes com os Soft Clash
elevadores tamanhos dos mesmo
Fonte: (NOBREGA, 2017)

Um exemplo de interferência entre elementos dos projetos arquitetônico e


estrutural de um edifício está representado na figura 1 abaixo, na qual demostra a
21

construção de um “pilar falso”, devido uma parede da secção da viga da estrutura


invadido o espaço interno do cômodo, desse modo deixando uma protuberância na
parte superior da parede para esconder foi construído esse pilar falso.
Figura 1: Pilar falso devido viga adentra espaço do cômodo.

Fonte: AUTOR

3.7.2. Projeto arquitetônico x hidrossanitário

Podemos verificar algumas interferências entre os elementos conflitantes pelo


meio de observação direta entre os elementos do projeto arquitetônico como: paredes,
esquadrias e shafts/circulações verticais, e os elementos das instalações
hidrossanitárias tais como: tubos de água fria, esgoto e tudo de ventilação
(NOBREGA, 2017).
Alguns exemplos de interferências físicas e funcionais onde foram identificados
elementos conflitante, estão demostrados na tabela 2 abaixo. Geralmente o
desencontro dos aparelhos como vasos sanitários e pias, e suas entradas de água e
saída de esgoto, são os que mais geram problema de incompatibilidade.
22

Quadro 2: Interferências Arquitetônicos X Hidrossanitários.

Disciplinas Características das Modo de


Itens Confrontados
analisadas interferências análise
Interseção de prumadas
Tubulação de queda x Hard
de água fria e quente com
esquadrias Clash
as esquadrias
Desalinhamento de Visual e
Tubulação de queda
paredes com prumadas de Hard
X Shafts
esgoto e de água Clash
Tubulação de esgoto
Tubulação de Esgoto Soft
impedindo a colocação de
X Forro Clash
forro na altura correta
Arquitetônico
Dutos de Passagem X Inserção de dutos Hard
X
paredes horizontais e paredes Clash
Hidrossanitário
Diferença no
Peças
posicionamento de
hidrossanitárias X
aparelhos e equipamentos Soft
Tubulações (Água
hidrossanitários, nos Clash
Fria, Água Quente, e
projetos arquitetônicos e
Esgoto)
de instalações.
Interferência de elementos Soft e
Bancada X Registros
decorativos com Hard
e Válvulas
aparelhos hidrossanitários Clash
Fonte: (NOBREGA, 2017)
Segundo Avila (2011), a constatação das incompatibilidades entre os projetos
arquitetônicos e hidrossanitários, podem ser realizadas utilizando da sobreposição
das plantas de instalações hidrossanitárias com as plantas arquitetônicas de cada
pavimento de um edifício, algumas das interferências encontradas estão listadas na
tabela abaixo.
23

Quadro 3: Interferências Arquitetônicos X Hidrossanitários

Procedimento
Item Interferência
Proposto
Inexistência de ralos no Adicionar ralos para
piso da garagem captação da água
Coleta
Canaleta com grelha Reposicionar na
Pluvial
posicionada no meio da extremidade de cada
rampa rampa
Tubos de queda e
ventilação passando por Reposicionar no shafts
elementos próximo da prumada
Coleta de
estruturais
esgoto
Posição centralizada do
Reposicionar ralo na
ralo seco no box do
extremidade do box
banheiro social
Fonte: (AVILA, 2011, adaptado pelo autor)

Um exemplo de interferência entre elementos dos projeto arquitetônico e


projeto hidrossanitário está sendo demostrado pelas figuras 2, onde mostra os
cruzamentos dos tubos de esgoto sobre o forro do apartamento, com esse cruzamento
foi necessário fazer um rebaixamento nessa área do forro para cobrir corretamente
esses tubos conforme a figura 3 abaixo.

Figura 2: Cruzamento de tubulações sob a


laje.

Fonte: AUTOR
24

Figura 3: Plana do forro com o detalhe rebaixado.

Fonte: AUTOR

3.7.3. Projeto arquitetônico x elétrico

Podemos verificar algumas interferências entre os elementos conflitantes pelo


meio de observação direta entre os elementos do projeto arquitetônico como: paredes,
esquadrias e bancadas, e os elementos das instalações elétricas tais como:
interruptores, tomadas, pontos de luz e quadro de distribuição (NOBREGA, 2017).

Quadro 4: Interferências Arquitetônico X Elétrico

Modo
Disciplinas Itens Características das
de
analisadas Confrontados interferências
análise
Interruptores localizados atrás
Interruptores X
das folhas de aberturas de Visual
Arquitetônico portas
portas
X
Soft e
Elétrico Portas X Interferências de tomadas,
Hard
interruptores, interruptores e QD com portas.
Clash
25

tomadas e Quadro
de distribuição
Fonte: (NOBREGA, 2017)
Segundo Avila (2011), a constatação das incompatibilidades entre os projetos
arquitetônicos e elétricos, podem ser realizadas utilizando da sobreposição dos
projetos com o auxílio do software CAD, de modo que todos os conflitos físicos e
funcionais foram encontrados e as principais interferências foram listadas na tabela
abaixo.

Quadro 5: Interferências Arquitetônica X Elétrico

Procedimento
Item Interferência
Proposto
Reposicionar na
Quadro de Posicionamento do quadro parede da caixa de
distribuição distante do medidor escada próximo ao
medidor
Inexistência de tomada Adicionar ponto elétrico
Tomada próxima ao ponto de paralelo ao ponto da
antena antena
Luminária desalinhada Posicionar sobre a
Luminária
com a bancada bancada
Posicionamento da Reposicionar a
Unidade
alimentação sobre a alimentação na parede
condensadora
esquadria do jardim do banheiro
Ponto Ar Posicionado na Posicionar centralizado
condicionado extremidade da parede a parede
Rotacionar posição do
Ponto de alimentação do
Ponto ponto em 90 graus
chuveiro na suíte
chuveiro instalando-o na parede
posicionado sobre o pilar
lateral
Fonte: (AVILA, 2011, adaptado pelo autor)
26

Um exemplo de conflitos entre os projetos arquitetônicos e elétricos está sendo


demostrados na figura 4 onde mostra o projeto elétrico da edificação foi elaborado em
uma de uma planta arquitetônica desatualizada, na figura 5 está representando a
planta arquitetônica atualizada do edifício.

Figura 4: Projeto arquitetônico atualizado.

Fonte: AUTOR

Figura 5: Projeto elétrico elaborado em projeto arquitetônico


desatualizado.

Fonte: AUTOR
27

3.7.4. Projeto estrutural x hidrossanitário

De acordo com Nobrega (2017) no lançamento de estrutura tem que levar em


consideração as interferências que podem ocorrer na disposição dos elementos
estruturais e nas suas dimensões, nos quais devem permitir a passagem das
tubulações previstas nesses projetos. Na tabela abaixo está citando os problemas
referentes as passagens de tubulações em pilares e interseção de tubulações
hidráulicas.
Quadro 6: Interferências Estrutural X Hidrossanitário

Disciplinas Características das Modo de


Itens Confrontados
analisadas interferências análise
Passagem de tubulações Hard
Tubulação X pilares
interceptando pilares Clash
Interseção de dutos de
Tubulações ventilação com vigas e Hard
horizontais X vigas pilares sem previsão da Clash
passagem
Furos de passagem que
Estrutural Tubulações não foram previstos ou Soft
X horizontais X vigas decorrentes de alterações Clash
Hidrossanitário de projetos
Furos em lajes para Soft e
Tubos de queda X
passagem de prumadas Hard
lajes
com pouco detalhamento Clash
Interseção de prumadas
Tubos de queda x com vigas (geralmente em Hard
vigas projetos com diversas Clash
formas)
Fonte: (NOBREGA, 2017, adaptado pelo autor)
O desencontro de aparelhos com vasos e pias, suas entradas de água e saída
de esgoto e outro problema que geralmente provocam atrasos nas obras.
28

Quadro 7: Interferências Estrutural X Hidrossanitários

Procedimento
Item Interferência
Proposto
Tubos de queda e
Coleta de Reposicionar no shaft
ventilação passando por
Esgoto próximo da prumada
elementos estruturais
Prumadas de água fria
Reposicionar no shaft
passando por elementos
próximo da prumada
estruturais
Água Rotacionar posição do
Alimentação do chuveiro no
chuveiro em 90
banheiro suíte posicionada
instalando-o na parede
sobre o pilar
lateral
Fonte: (AVILA, 2011, adaptado pelo autor)

Um exemplo de interferência entre projeto estrutural e projeto hidrossanitário


está sendo representado na figura 06, na qual demonstra que três pontos do sistema
de esgoto do apartamento foi projeto em conflito com um pilar, sendo eles um ponto
de saída de esgoto de um tanque, outro ponto de saída de esgoto para escoamento
da água da máquina de lavar roupa e um ralo, todos eles projetados em cima da área
do pilar.

Figura 6: Saída de esgoto e ralo projetados na


área do pilar.

Fonte: AUTOR
29

Para solucionar o problema causado por esse conflito foi construído uma
mureta de alvenaria em frente ao pilar para acomodação dos tubos de esgoto e ralo
foi realocado 20cm na direção oposta do pilar conforme o demonstrado na figura 07.

Figura 7: Mureta de alvenaria para acomodação dos tubos.

Fonte: AUTOR

3.7.5. Projeto hidrossanitário x elétrico

Outro tipo de incompatibilidade de elemento conflitantes, acontecem nos


projetos de instalações elétricas e projeto hidrossanitários, onde em uma análise
direta os elementos das instalações elétricas (iluminação, tomadas, interruptores e
eletrodutos) e os elementos das instalações hidrossanitárias (água fria, esgoto e
colunas de ventilação e de esgoto) segue abaixo uma tabela com algumas das
interferências entre esses dois tipos de instalações.

Quadro 8: Interferências Elétrico X Hidrossanitários

Disciplinas Características das Modo de


Itens Confrontados
analisadas interferências análise
Alinhamento de Falha no posicionamento
Hidrossa

Elétrico
nitário
Inst.

Inst.

interruptores e de interruptores e Visual


X

tomadas tomadas
30

Interferência de
Tubulações x Hard
tubulações horizontais
Tubulações Clash
diversas
Pontos de iluminação em
Caixas de iluminação Hard
conflitos com tubos de
x tubulação de esgoto Clash
esgoto
Peças e aparelhos x Interferências de peças e Hard
tubulações aparelhos com tubulações Clash
Fonte: (NOBREGA, 2017)

3.8. BULDING INFORMATION MODELING – BIM

Também conhecido como Modelagem de Informação da Construção, BIM –


Building Information Modeling, é um modelo digital formado por um banco de dados
que presume acrescentar informações para diversas finalidades, desse modo
proporcionando um aumento de produtividade e racionalização do processo
(MENGATTI, 2015).
Segundo Monteiro et al (2017, p. 57), “Com a necessidade de novas
ferramentas de compatibilização de projetos, a criação da tecnologia BIM pode ser
considerada de suma importância para um grande avanço na resolução de diversos
problemas na construção civil”.
A plataforma BIM se diferencia da plataforma CAD no modo de representação
do desenho onde no CAD se desenvolve somente uma representação em linhas,
porém a plataforma BIM nos permite a interatividade de vários projetos, fazendo
análise tridimensional e organizando-os, encarregando –se para que não haja nenhum
elemento no mesmo espaço que outro (MONTEIRO et al, 2017).
A combinação de seu sistema de modelagem 3D com a troca, gestão e
compartilhamento de dados no período de vida útil de um edifício objetivando um
modelo com imagens gráficas tridimensionais em tempo real, no qual cada linha e
cada objeto apresentam dados físicos reais, essa é considerado segundo Freitas
(2014) como a principal característica do BIM.
31

De acordo com Campestrini (2015) na etapa de orçamento de obras, os


profissionais necessitam de dados dos materiais e o quantitativo que será utilizado,
em seguida, dar sequência ao orçamento. Com isso, quando a tecnologia BIM é
aplicada o orçamentista consegue ter acesso a um quantitativo preciso dos materiais
através de componentes BIM.

Figura 8: Utilização da plataforma BIM na indústria da Arquitetura, Engenharia e


Construção.

Fonte: (MELLO, 2012)

O BIM após entrar no Brasil, passou a ser reconhecido como compatibilização de


projetos, porém essa ferramenta não se resume somente a isso, a mesma está
presente desde o levantamento topográfico até o pós-entrega conforme o
representado na figura acima (MONTEIRO et al, 2017).

4. DISCUSSÃO

Quadro 9: Protocolo de inclusão dos estudos desta revisão

Título/ autor(es)/ Tipo de Principais


Objetivo
ano estudo achados
A importância da Descrever problemas A constatação
compatibilização causados pela falta de Revisão que a
de projetos das compatibilidade em Bibliográfica compatibilização
edificações para projetos. dos projetos
32

minimizar as ainda é pouco


falhas na presente nas
execução, reduzir empresas do
custos e garantir ramo e que existe
um maior controle pouca
de qualidade comunicação
(UGO RAFAEL entre os
GANÇALVES escritórios que
NÓBREGA, 2017) elaboram os
projetos, além
das interferências
entre os mesmo
que geralmente
são observadas
durante a própria
execução da obra
e resolvidas por
meio de
improvisos,
gerando
retrabalho,
desperdício de
materiais e
aumento do custo
de obra
Compatibilização Analisar com auxílio da Demonstrou
de projetos plataforma BIM, com o através de um
arquitetônico e software Revit, os estudo de caso
estrutural de uma pontos de interferência em uma
Estudo de caso
residência apontando os possíveis residência
unifamiliar com conflitos de projetos no unifamiliar com a
auxílio da intuito de prever futuros utilização do
plataforma BIM erros na fase de software Revit,
33

(BRUNA execução, reduzindo este da


MENEGATTI, gastos de retrabalho e plataforma BIM, a
2015) custos adicionais. compatibilização
dos projetos
arquitetônico e
estrutural no
modelo
bidimensional e
tridimensional.
Demostrou a
importância de
realizar a
compatibilização
Compatibilização
de projetos e
de projetos na
suas vantagens
construção civil: Apresentar a partir de
durante a etapa
Importância, uma revisão de
de planejamento
métodos e literatura, os motivos
da edificação.
ferramentas (ANA que levam os
Foram
CAROLINE engenheiros, arquitetos
Revisão levantadas
NOQUEIRA e as empresas atuantes
bibliográfica diversas
MONTEIRO, no ramo de construção
quantitativa maneiras de
ANONIO DA civil a optar por projetar
exploratória praticar a
SILVA suas edificações
compatibilização,
SOBRINHO utilizando as
algumas mais
JUNIOR, DAVID ferramentas de
eficientes e
STEWART compatibilização
outras mais
CRISPIM de projetos.
ultrapassadas.
CAVALCANTI,
Portanto, a
2017)
compatibilização
de projetos se faz
necessária para
qualquer
34

empreendimento,
seja qual for o
método que será
utilizado,
contanto que
sejam suficientes
para antecipar
todas as
interferências das
diversas
especialidades.
A partir do estudo
de caso ressaltou
Demostrar os conflitos a importância de
ocorridos em uma que, na maioria
situação pertinente em dos casos, as
A um empreendimento decisões a serem
compatibilização vertical (multifamiliar) tomadas sobre o
do projeto com 2 torres de 15 projeto se tornam
arquitetônico com pavimentos, um ponto crucial
os projetos observando os na reunião.
complementares conflitos, entre os Dessa forma,
Estudo de caso
(JONATAS DA projetos constata-se que o
CONCEIÇÃO complementares, ou uso da tecnologia
MENESES E seja, estrutura, elétrica, é uma peça
JOSÉ EDUARDO hidráulica, ar- fundamental na
QUERESMA, condicionado, lógico, engrenagem da
2021) instalações e combate a arquitetura e
incêndio, para análise e engenharia,
evitando assim tornando-se cada
retrabalhos. vez mais influente
na
compatibilização
35

devido ao
surgimento de
software e
equipamentos
facilitadores
desde a criação
dos projetos a
equipamentos na
montagem de
canteiros.
Fonte: (AUTOR)

De acordo com as monografias e artigos selecionados para a realização desse


trabalho, pôde-se verificar que na maioria dos projetos que são executados sem a
realização da compatibilização, tem um custo final da obra elevado devido ao alto
índice de retrabalho por motivos de interferências entre as instalações e estruturas
que estão sendo construídas e também pelo alto nível de desperdício de materiais
ocasionados pelos retrabalhos, desta maneira extrapolando o orçamento da obra.
Outro fator que é alterado pela falta de compatibilidade é o prazo final da obra
o qual com os retrabalhos e desperdícios de materiais, acarretam no maior tempo para
terminar a obra, com isso uns dos meios que os construtores acharam para minimizar
esse atraso na obra, era eles contratarem mais equipes para suprir a nova demanda
gerada pela necessidade de fazer as atividades que teriam que ser corrigidas.
De acordo com os autores podemos afirmar a importância da compatibilização
de projeto durante a etapa de elaboração dos mesmos para evitar as interferências
que geralmente ocorrem no período da execução das obras. Com a contabilização
implementada antes da execução podemos fazer com que todas as etapas da obra
ocorram conforme o planejado e respeitando o orçamento e tempo de execução.
Uma das maneiras mais eficiente de compatibilizar os projetos é a utilização da
plataforma BIM, na qual pode-se fazer a sobreposição dos diversos projetos de
maneira a identificar as possíveis interferências entre os elementos dos projetos e
corrigi-las antes do início da execução da obra, mas de forma que os projetos
interajam de maneira harmônica no mesmo ambiente.
36

Alguns dos estudos mostram quando temos um maior custo na fase de projeto,
fazendo com que os custos com retrabalho e desperdícios de materiais sejam
reduzidos, pois a obra em si poderá ser executada de forma mais harmoniosa devido
um planejamento mais minucioso na fase de projeto das edificações.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É perceptível neste trabalho que a falta de compatibilização de projeto para a


execução de obras na construção civil tem efeitos negativos como o aumento do
tempo de entrega da edificação e o aumento do custo final da obra, tudo isso
decorrente dos retrabalhos e desperdícios de materiais que são gerados devido as
interferências que ocorrem entre os projetos que compõem uma edificação.
Assim, foi apresentado algumas das interferências que podem ocorrer durante a
execução da obra em relação a cada projeto, em alguns casos dando alguns exemplos
de conflitos e como foram solucionados. É possível identificar que nos projetos de
instalações que ocorrem o maior número de interferências devia a uma maior área de
ocupação dentro dos ambientes.
Com a utilização da compatibilização de forma correta, podemos planejar melhor
e executar as obras com maior fluidez em cada etapa, dessa maneira seguindo o
orçamento inicial da obra e respeitando o prazo final de entrega da mesma. Com o
auxílio de ferramentas como a plataforma BIM permite fazer uma compatibilização de
forma mais precisa pois ele nos possibilita a visualização dos prováveis conflitos que
ocorreram e podemos fazer as alterações antes do início da obra para assim
realizarmos a obra de maneira mais harmônica.
Procurou-se aprofundar mais sobre os impactos causados na execução da obra
por falta da compatibilização de projeto, onde nos foi apresentado os conceitos do que
é um projeto, como ocorre uma compatibilização, cada tipo de projeto estudado e suas
interferências que ocorrem durante a realização da obra, mas apresentando como é
executado a compatibilização na plataforma BIM, para evitar o estresse por motivo de
retrabalho e desperdícios de materiais, ocasionados pelos conflitos entre os
elementos de cada projeto, assim a plataforma BIM nos permite antecipar esses
conflitos possibilitando a correção dos mesmos antes do início da obra.
37

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