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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS

UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA BIM NO DESENHO


ARQUITETÔNICO: UM ESTUDO DE CASO.

NILTON DE JESUS PEREIRA

CRUZ DAS ALMAS, 2017


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS

UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA BIM NO DESENHO


ARQUITETÔNICO: UM ESTUDO DE CASO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como parte
dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em
Ciências Exatas e Tecnológicas.

Orientador: Professor Dr. Renê Medeiros

NILTON DE JESUS PEREIRA

CRUZ DAS ALMAS, 2017


AGRADECIMENTOS

A Deus por me conceder força e perseverança para continuar lutando pelos meus
objetivos. Sem ele nada seria possível.
Aos meus pais Antonio e Maria Nilza que me proporcionaram uma boa educação
familiar e sempre me incentivaram nos estudos.
À minha querida esposa Kelle pelo apoio e companheirismo, assim como minha amada
filha Nicole, pois sua existência deu-me forças para superar vários obstáculos e chegar à
conclusão deste curso.
Ao Professor Dr. Renê Medeiros por ter contribuído para a elaboração deste trabalho.
Aos meus colegas e amigos que contribuíram direta ou indiretamente para o meu
sucesso acadêmico.
RESUMO

A tecnologia BIM está transformando de maneira significatifa o mercado da construção


civil, pois possibilita a visualização prematura da edificação antes da sua construção. Por se
tratar de um modelo tridimensional e integrado, todas as informações estão concentradas num
banco de dados, facilitando assim, a extração das mesmas. A finalidade deste trabalho é
apresentar, através de pesquisa bibliográfica, uma das mais inovadoras tecnologias da industria
da AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção): a plataforma BIM (Modelagem da Informação
da Construção), bem como apresentar de forma suscinta os principais softwares desta
plataforma. Além disso, mostrar as facilidades na elaboração de projetos arquitetonicos
utilizando o Autodesk Revit Architecture 2017 (versão educacional) através de um estudo de
caso. Para a realização da pesquisa bibliogáfica foram utilizadas várias fontes de consultas:
livros, artigos acadêmicos e científicas, dissertação de mestrado, trabalhos de conclusão de
curso. Toda elaboração e modelagem do projeto arquitetônico foram feitas no Autodesk Revit
architecture 2017 (versão educacional). A tecnologia BIM mostrou grandes vantagens na sua
utilização através do software Revit, o qual despontou sua eficiência e facilidade na criação de
projetos de arquitetura. A geração de vistas e quantitativos automatizados são umas das
qualidades imprescindiveis deste programa.

Palavras-Chave: Elementos Paramétricos, Formato IFC, Interoperabilidade, Revit


Architecture, BIM.
ABSTRACT

The BIM technology is transforming in a significant way the construction market, since
it allows the premature visualization of the building before its construction. Because it is a
three-dimensional and integrated model, all information is concentrated in a database, thus
facilitating its extraction. The purpose of this work is to present, through bibliographic research,
one of the most innovative technologies of the AEC (Architecture, Engineering and
Construction) industry: the BIM (Building Information Modeling) platform, as well as
presenting briefly the main software of this platform. In addition, show the facilities in
designing architectural projects using Autodesk Revit Architecture 2017 (educational version)
through a case study. Several bibliographic sources were used: books, academic and scientific
articles, master dissertation, and course completion work. All drafting and modeling of the
architectural design was done in Autodesk Revit architecture 2017 (educational version). BIM
technology showed great advantages in its use through Revit software, which highlighted its
efficiency and ease in designing architectural projects. The generation of sights and automated
quantitative are one of the essential qualities of this program.

Keywords: Parametric Elements, IFC Format, Interoperability, Revit Architecture, BIM.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
1.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 12
1.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS ............................................................................................ 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 13
2.1. O QUE É BIM ................................................................................................................... 13
2.1.1. ELEMENTOS PARAMÉTRICOS ........................................................................ 15
2.1.2. INTEROPERABILIDADE E FORMATO IFC ..................................................... 16
2.2. BREVE HISTÓRICO SOBRE A TECNOLOGIA BIM ................................................... 17
2.3. A TECNOLOGIA BIM NO BRASIL ............................................................................... 17
2.4. PRINCIPAIS APLICAÇÕES INFORMÁTICA BIM ...................................................... 19
2.5. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO BIM ............................................................... 20
2.6. BIM VERSUS CAD .......................................................................................................... 22
2.7. REVIT ............................................................................................................................... 23
3. METODOLOGIA............................................................................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO (ESTUDO DE CASO) ................................................. 25
4.1. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO .................................................................................... 25
4.2. CONCEPÇÃO INICIAL – USO DO REVIT ARCHITECTURE .................................... 25
4.2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ARQUITETÔNICO BÁSICO ......................... 26
4.2.1. DESENHANDO PAREDES .................................................................................. 27
4.2.2. INSERINDO PORTAS E JANELAS .................................................................... 29
4.2.3. INSERINDO PISOS ............................................................................................... 30
4.2.4. INSERINDO FORROS .......................................................................................... 32
4.2.5. INSERINDO PILARES ......................................................................................... 32
4.2.5. INSERINDO VIGAS ............................................................................................. 33
4.2.7. INSERINDO ESCADA.......................................................................................... 35
4.3. CRIAÇÃO DE VISTAS .................................................................................................... 36
4.3.1. VISTA 3D .............................................................................................................. 36
4.3.2. CORTES ................................................................................................................. 37
4.3.3 FACHADAS............................................................................................................ 38
4.4. TELHADO – PLANTA DE COBERTURA ..................................................................... 38
4.6. ANOTAÇÕES DO PROJETO .......................................................................................... 39
4.6.1. IDENTIFICAÇÃO DE AMBIENTES ................................................................... 40
4.6.2. IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS .................................................................. 40
4.7. PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA .......................................................................... 42
4.8. GERAÇÃO DE FOLHAS DE IMPRESSÃO ................................................................... 43
4.9. TABELA/QUANTIDADES .............................................................................................. 43
4.10. IMPRESSÃO DO DOCUMENTO ................................................................................. 45
4.11. ESTUDO SOLAR ........................................................................................................... 46
4.12. PERCURSO VIRTUAL .................................................................................................. 47
4.13. RENDERIZAÇÃO .......................................................................................................... 48
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 51
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 52
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 4.1 – Tela inicial do Revit 25


Figura 4.2 – Tela inicial de um novo projeto 26
Figura 4.3 – Níveis criados 27
Figura 4.4 – Planta baixa do pavimento térreo 27
Figura 4.5 – Planta baixa do primeiro andar 27
Figura 4.6 – Representação 2D de paredes criadas no Revit 28
Figura 4.7 – Representação 3D de paredes criadas no Revit 28
Figura 4.8 – Representação 2D de paredes criadas no AutoCAD 28
Figura 4.9 – Inserção de parede 28
Figura 4.10 – Aba Modificar/Colocar Parede 28
Figura 4.11 – Seleção de um tipo de parede 29
Figura 4.12 – Editar montagem de parede 29
Figura 4.13 – Seleção de portas e janelas 30
Figura 4.14 – Janela de diálogo propriedades de tipo 30
Figura 4.15 – Aba Arquitetura – ferramenta Piso 31
Figura 4.16 – Contorno do piso definido 31
Figura 4.17 – Resultado em 3D após conclusão do modelo de edição 31
Figura 4.18 – Comando Forro 32
Figura 4.19 – Criação do forro em uma área fechada por paredes 32
Figura 4.20 – Aba Arquitetura – seleção de Pilar estrutural 32
Figura 4.21 – Pilares inseridos nas interseções dos eixos 33
Figura 4.22 – Vista em 3D após a inserção dos pilares 33
Figura 4.23 – Aba Estrutura – Seleção de Viga 33
Figura 4.24 – Vigas inseridos nas interseções dos eixos 34
Figura 4.25 – Vista em 3D após a inserção das vigas 34
Figura 4.26 – Aba Estrutura – Piso estrutural 34
Figura 4.27 – Aba Estrutura – Seleção de laje 34
Figura 4.28 – Aba Arquitetura – Ferramenta Escada 35
Figura 4.29 – Representação de escada em 2D 35
Figura 4.30 – Representação de escada em 3D 35
Figura 4.31 – Aba Vista – comandos para criar outras vistas 36
Figura 4.32 – Aba Vista – Vista 3D 36
Figura 4.33 – Resultado da seleção de Vista 3D 36
Figura 4.34 – Aba Vista – Corte 37
Figura 4.35 – Corte transversal 37
Figura 4.36 – Corte longitudinal 37
Figura 4.37 – Aba Vista – Criar Elevação 38
Figura 4.38 – Ícone que representa a posição da vista 38
Figura 4.39 – Fachada frontal 38
Figura 4.40 – Aba Arquitetura – seleção de Telhado 39
Figura 4.41 – Representação de telhado em 2D 39
Figura 4.42 – Representação de telhado em 3D 39
Figura 4.43 – Aba anotar – seleção de Texto 40
Figura 4.44 – Aba Arquitetura – seleção de Ambiente 40
Figura 4.45 – Aba Anotar – seleção de Identificador por categoria 40
Figura 4.46 – Aba Anotar – painel Cota 41
Figura 4.47 – Barra de opções da cota Alinhada 41
Figura 4.48 – Aba Anotar – Linha de detalhe 42
Figura 4.49 – Planta de Locação e Coberta 42
Figura 4.50 – Folha pela aba Vista 43
Figura 4.51 – aba Vista – Tabelas 43
Figura 4.52 – Seleção de categoria da tabela 44
Figura 4.53 – Adição de campos à tabela 44
Figura 4.54 – Tabela exibindo algumas informações das portas do projeto 44
Figura 4.55 – aba Vista – seleção de Levantamento de material 44
Figura 4.56 –Tabela Levantamento de material 45
Figura 4.57 – Impressão do documento 45
Figura 4.58 – Barra de controle da vista/ícone Caminho do sol 46
Figura 4.59 – Caminho do Sol 46
Figura 4.60 – Visualizar estudo solar 47
Figura 4.61 – aba Vista – Percurso virtual 47
Figura 4.62 – Editar percurso virtual 47
Figura 4.63 – Executar percurso virtual 47
Figura 4.64 – Exportação do percurso virtual 48
Figura 4.65 – Barra de controle – Renderização 48
Figura 4.66 – Janela de diálogo Renderização 49
Figura 4.67 – Imagem gerada com NVIDIA mental ray 49
Figura 4.68 – aba Vista – Renderização no Cloud 49
Figura 4.69 – Janela Renderizar no Cloud 50
Figura 4.70 – Imagem gerada no Cloud 50
LISTA DE SIGLAS

ABECE – Associação Brasileira de Consultoria Estrutural


ABRASIP – Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais
AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção
ASBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura
AU – Arquitetura e Urbanismo
BIM – Building Information Modeling
CAD – Computer Aided Design
DXF – Drawing eXchange Format
GSA – General Services Administration
IAI – International Alliance for Interoperability
IFC – Industry Foundation Classes
IGES – Initial Graphics Exchange Specification
MEP – Mechanical, Electrical and Plumbing
PDF – Portable Document Format
SINDUSCON-SP – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
SEIL – Secretaria de Infraestrutura e Logística
TI – Tecnologia da Informação
USP – Universidade de São Paulo
USTJ – Universidade São Judas Tadeu
10

1. INTRODUÇÃO

A indústria da Arquitetura, Engenharia e Construação (AEC) está passando por


mudanças significativas, tanto tecnológicas quanto nas tomadas de decisão perante os
processos construtivos. Tais mudanças surgiram com a necessidade de libertar este grande
mercado produtivo dos processos artesanais até hoje existentes.
Com o advento da tecnologia, a arte de projetar passou a ser eletrônica. Surge então a
plataforma CAD (Computer Aided Design), porém o desenho ainda continuou sendo
representado por segmentos de reta. Apesar disso trouxe grandes benefícios para os atores
envolvidos no projeto. Pensando na eficiência da indústria AEC, investiu-se numa nova
metodologia de trabalho na área da construção civil, onde as equipes podessem trabalhar de
forma integrada e colaborativa. Daí os softwares passaram a ser paramétricos e tridimensionas.
Assim, diminuem as chances de erros, consequentemente aumenta a produtividade.
Apesar de tantos avanços, o BIM ainda encontra muitas barreiras para sua difusão.
Investimentos de implantação elevados e escassez de profissionais são alguns dos fatores que
contribuem para a lentidão da propagação desta tecnologia.
Pensando na mudança de paradigma, buscou-se neste trabalho, fazer um estudo
bibliográfica a cerca da plataforma BIM, a fim de mostrar os inúmeros benefícios que esta
tecnologia proporciona para a industria AEC. Além disso, procurou-se mostrar os principais
softwares que utilizam a referida plataforma, enfatizando o Autodesk Revit Architecture 2017
(versão educacional), o qual foi utilizado para a criação do projeto do estudo de caso.
Este trabalho aborda os principais conceitos BIM, enfatizando alguns tópicos como
Elementos paramétricos, Interoperabilidade e Formato IFC. Fala ainda desta tecnologia no
Brasil, aponta algumas vantagens e desvantagens na sua utilização e mostra os principais
softwares que utilizam a plataforma BIM. Porém, enfatiza o Autodesk Revit Architecture 2017
(versão educacional), utilizando-o para aplicação do desenho arquitetônico desenvolvido neste
trabalho.
Um capítulo (4) foi dedicado ao estudo de caso, onde o Autodesk Revit Architecture
2017 (versão educacional) ganhou ênfase. Além de mostrar o passo a passo na elaboração do
projeto arquitetônico, é feita uma comparação entre este software e o Autodesk AutoCAD 2017
(versão educacional). Pois um dos objetivos deste estudo de caso é mostrar as facilidades de se
trabalhar com um programa que utiliza tecnologia BIM para desenvolver projetos
arquitetônicos.
11

Após isto, são apresentadas as consideraçoes finais e as referências bibliográficas


utilizadas para a elaboração deste trabalho. Os documentos gerados a partir do projeto
arquitetônico estão em anexo a este trabalho de conclusão de curso.
12

1.1. OBJETIVO GERAL

Analisar uma Proposta de Utilização da Tecnologia BIM na Construção Civil.

1.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS


 Estudar a plataforma BIM e os principais Softwares da referida plataforma, com
ênfase no Revit.

 Aplicar a Tecnologia BIM através do Revit em um Projeto Arquitetônico de uma


residência unifamiliar.
13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. O QUE É BIM

O conceito de BIM – Modelagem da Informação da Construção, se traduzido para o


português – reúne a ideia de se construir um edifício virtual antes de construí-lo efetivamente.
Todas as informações necessárias para construir o edifício estão no modelo digital criado ao se
projetar com esse conceito. O modelo eletrônico torna-se então um banco de dados que permite
a simulação real de um protótipo da construção verdadeira (NETTO, 2016).
Segundo Eastman et al (2014), o BIM tem suas raízes nas pesquisas sobre projeto
auxiliado pelo computador de décadas atrás, mas ainda não possui uma definição única e
amplamente aceita. Para ele, o BIM pode ser definido “como uma tecnologia de modelagem e
um conjunto associado de processos para produzir, comunicar e analisar modelos de
construção”.
De acordo com Eastman et al (2014), a Construtora M. A. Morteson Company que usa
frequentemente as ferramentas BIM em seus projetos define o BIM como “uma simulação
inteligente da arquitetura”. De acordo com a Mortenson, esta simulação deve exibir seis
características principais para que haja uma implementação integrada. A simulação deve ser:
 Digital;
 Espacial (3D);
 Mensurável (quantificável, dimensionável e consultável);
 Abrangente (incorporando e comunicando a intenção de projeto, o desempenho da
construção, a construtibilidade, e incluir aspectos sequenciais e financeiros de meios e
métodos);
 Acessível (a toda equipe do empreendimento e ao proprietário por meio de uma
interface interoperável e intuitiva);
 Durável (utilizável ao longo de todas as fases da vida de uma edificação).
O BIM é uma representação digital das características físicas e funcionais de uma
construção. Como tal, essa representação digital serve como um recurso de conhecimento
partilhado para obter informações sobre a construção, permitindo a criação de uma base
confiável para decisões durante o seu ciclo de vida, desde a concessão até a manutenção. BIM
poderá também ser entendido de forma ampla para a criação e utilização de modelos digitais e
14

processos de colaboração relacionados entre empresas para promover o valor dos modelos
(FREITAS, 2014).
De acordo com a National BIM Standart o conceito BIM envolve a geração e gestão de
uma representação digital de características físicas e funcionais de uma edificação. O modelo
BIM criado resulta num recurso de conhecimento confiável partilhado que apoia a tomada de
decisões desde os primeiros estágios conceptuais do projeto até ao final o seu período de vida
útil (TARRAFA, 2012).
Masotti (2014) afirma que o BIM possui diversas camadas de informação, conhecidas
como dimensões. Um modelo pode ser 4D, 5D, 6D, 7D, até nD, conforme o contexto da
utilização. Segundo a análise de Neil Calvert (2013 apud MASOTTI, 2014), as 6 principais
dimensões do BIM podem ser classificadas como:
 2D Gráfico – são as dimensões do plano, onde estão representadas graficamente as
plantas do empreendimento.
 3D Modelo – adiciona a dimensão espacial ao plano, onde é possível visualizar os
objetos dinamicamente. Um modelo 3D pode ser utilizado na visualização em
perspectiva de um empreendimento, na pré-fabricação de peças, em simulações de
iluminação. No caso do BIM, cada componente em 3D possuí atributos e
parametrização que os caracterizam como parte de uma construção virtual de fato, não
apenas visualmente representativa.
 4D Planejamento – adiciona a dimensão tempo ao modelo, definindo quando cada
elemento será comprado, armazenado, preparado, instalado, utilizado. Organiza
também a disposição do canteiro de obras, a manutenção e movimentação das equipes,
os equipamentos utilizados e outros aspectos que estão cronologicamente relacionados.
 5D Orçamento – adiciona a dimensão custo ao modelo, determinando quanto cada
parte da obra vai custar, a alocação de recursos a cada fase do projeto e seu impacto no
orçamento, o controle de metas da obra de acordo com os custos.
 6D Sustentabilidade – adiciona a dimensão energia ao modelo, quantificando e
qualificando a energia utilizada na construção, a energia a ser consumida no seu ciclo
de vida e seu custo, em paralelo a 5º dimensão. A energia, neste caso, pode estar
diretamente relacionada ao impacto físico do projeto no meio em que este está inserido.
 7D Gestão de Instalações – adiciona a dimensão de operação ao modelo, onde o
usuário final pode extrair informações de como o empreendimento como um todo
15

funciona, suas particularidades, quais os procedimentos de manutenção em caso de


falhas ou defeitos.

2.1.1. ELEMENTOS PARAMÉTRICOS

Em um projeto paramétrico, ao invés de se desenhar uma instância de um elemento do


edifício tal como uma parede ou pilar, o projetista primeiro define a Classe ou a Família do
elemento com geometria tanto quanto fixa como paramétrica e uma série de regras para
controlar os parâmetros e relações pelas quais um elemento é criado. Os objetos e suas faces
podem ser definidos usando relações envolvendo distâncias, ângulos e regras de
comportamento tais como: anexado a, paralelo a, e deslocado de (EASTMAN et al., 2014 apud
NETTO, 2016).
O conceito de parametria é fundamental para o entendimento do BIM. Eastman et al.,
(2014) define objetos BIM paramétricos da seguinte maneira:
 Consistem em definições geométricas e dados e regras associadas.
 A geometria é integrada de maneira não redundante e não permite inconsistências.
Quando um objeto é mostrado em 3D, a forma não pode ser representada internamente
de maneira redundante, por exemplo, como múltiplas vistas 2D. Uma planta e uma
elevação de dado objeto devem sempre ser consistentes. As dimensões não podem ser
“falsas”.
 As regras paramétricas para os objetos modificam automaticamente as geometrias
associadas quando inseridas em um modelo de construção ou quando modificações são
feitas em objetos associados. Por exemplo, uma porta se ajusta imediatamente a uma
parede, um interruptor se localizará automaticamente próximo ao lado certo da porta,
uma parede automaticamente se redimensionará para se juntar a um teto ou telhado, etc.
 Os objetos podem ser definidos em diferentes níveis de agregação, então podemos
definir uma parede, assim como seus respectivos componentes. Os objetos podem ser
definidos e gerenciados em qualquer número de níveis hierárquicos. Por exemplo, se o
peso de um subcomponente de uma parede muda, o peso de toda a parede também deve
mudar.
 As regras dos objetos podem identificar quando determinada modificação viola a
viabilidade do objeto no que diz respeito a tamanho, construtibilidade, etc.
16

 Os objetos têm a habilidade de vincular-se a ou receber, divulgar ou exportar conjuntos


de atributos, por exemplo, materiais estruturais, dados acústicos, dados de energia, etc.
para outras aplicações e modelos.
Moreira (2008) afirma que modelos paramétricos permitem o relacionamento entre
elementos que podem ser identificados visualmente. Quando uma variável é mudada, seu efeito
é visto nos elementos relacionados.

2.1.2. INTEROPERABILIDADE E FORMATO IFC

Um processo BIM pressupõe o envolvimento de vários integrantes ao longo de todo o


ciclo de vida da edificação. O BIM pressupõe comunicação entre os vários sistemas de análise
do modelo tridimensional. Sendo assim, interoperabilidade, é um conceito importante, é a
condição básica para que os modelos conversem entre si (ADDOR et al., 2010).
Nenhuma aplicação pode suportar sozinha todas as tarefas associadas ao projeto e à
produção de uma construção. A interoperabilidade representa a necessidade de passar dados
entre aplicações, permitindo que múltiplos tipos de especialistas e aplicações contribuam para
o trabalho em questão. A interoperabilidade baseia-se tradicionalmente em intercâmbio de
formatos de arquivos, como o DXF (Drawing eXchange Format) e o IGES, que intercambiam
somente a geometria (EASTMAN et al., 2014).
IFC é um formato de arquivo de dados voltado para o objeto, baseado na definição de
classes que representam elementos, processos, aparências, etc. utilizados pelos softwares
aplicativos durante o processo de construção de um modelo ou projeto. O IFC é um formato
não proprietário, de arquitetura aberta, uma linguagem comum, utilizada para a troca entre
modelos de diversos fabricantes (ADDOR et al., 2010).

O Industry Foundation Classes (IFC) foi desenvolvido para criar um grande conjunto
de representações de dados consistentes de informações da construção para intercâmbio entre
softwares de AEC. Ele se baseia nos conceitos e linguagens ISSO-STEP EXPRESS para sua
definição, com pequenas restrições na linguagem. Enquanto a maioria dos outros esforços
ISSO-STEP focaram em intercâmbios detalhados de software dentro de domínios de engenharia
específicos, pensou-se que na indústria de construção isso poderia levar a resultados
fragmentados e a um conjunto de padrões incompatíveis. O IFC foi projetado com uma estrutura
extensível, ou seja, seu desenvolvimento inicial pretendia fornecer definições gerais amplas dos
objetos e dados a partir das quais modelos mais detalhados e para tarefas especificas,
17

suportando intercambio de fluxos de dados particulares poderiam ser definidos. Nesse sentido,
o IFC foi projetado para tratar todas as informações da construção, sobre todo o seu ciclo de
vida, da viabilidade e planejamento, por meio do projeto (incluindo análise e simulação),
construção, até a ocupação e a operação (KHEMLANI, 2004 apud EASTMAN, et al, 2014).

2.2. BREVE HISTÓRICO SOBRE A TECNOLOGIA BIM

O Processo BIM existe desde fins da década de 80, quando Jerry Laiserin – um arquiteto
da Universidade de Princeton (EUA), especialista em Tecnologia da Informação (TI), deu
origem à IAI (International Alliance for Interoperability, atual BuildingSMART), em razão de
suas pesquisas na área de TI e interoperabilidade (ADDOR et al., 210).
Algumas destas companhias, como a Bentley, Autodesk, Optira e Commonpoint
tiveram um papel chave no movimento de adoção em larga escala da tecnologia BIM quando
em 2003, em uma Conferência de Construção em Seattle, nos Estados Unidos, apresentaram à
GSA (General Services Administration – órgão máximo de gestão de edificações públicas nos
EUA) a modelagem em 3D parametrizada, a integração com o cronograma e as análises
energéticas das edificações. Tal demonstração inspirou a implementação de um plano de adoção
do BIM na construção pública americana e resultou na adoção em larga escala do BIM pelas
empresas de projeto, construção e fornecimento de material na América do Norte segundo
PEGGY YEE (2009 apud MASOTTI, 2014).
Assim, os conceitos, abordagens e metodologias que hoje são identificados como
pertencentes ao BIM podem ser datados de cerca de 30 anos atrás. Já a terminologia Building
Information Modeling, está em circulação a, pelo menos, 15 anos (MENEZES, 2011).

2.3. A TECNOLOGIA BIM NO BRASIL

A partir do ano 2000 o BIM tem ganhado cada vez mais atenção nas terras brasileiras,
principalmente nos escritórios de arquitetura. Talvez por isso duas das revistas de grande
repercussão nacional pertencentes à Editora Pini, a AU (Arquitetura e Urbanismo) e a Téchne
(engenharia civil), dedicaram, em 2011, edições para análise desse novo paradigma
(MENEZES, 2011).
Hoje, todavia, apesar das naturais dificuldades de implantação, essa plataforma já
começou a ser adotada por vários profissionais das áreas de orçamentos, arquitetura, estruturas,
instalações prediais e de vedação (ROCHA, 2011 apud MENEZES, 2011).
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Há dois anos, associações de projetos em São Paulo e no Brasil, como a Associação


Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), a Associação Brasileira de Consultoria
Estrutural (Abece), a Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais (Abrasip) e o
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduson-SP), vêm se
reunindo, para analisar e discutir essa nova plataforma de trabalho, estudando “cases” com
empresas do setor e com as indústrias de materiais de construção, envolvendo até mesmo a
participação de universidades, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade
Presbiteriana Mackenzie e a Universidade São Judas Tadeu (USJT) (ADDOR et al, 2010).
No Brasil, a Gafisa é uma construtora que tem sido pioneira na implantação da
plataforma BIM. Em 2010, iniciou o desenvolvimento de cinco projetos residenciais para testar
diferentes softwares dessa plataforma disponíveis no mercado. A empresa montou cinco
equipes envolvendo funcionários da construtora, projetistas terceirizados e consultores, uma
para cada empreendimento. Com o software Revit, foram projetados um empreendimento em
Brasília e um em Goiânia. Com a ferramenta da Bentley, um imóvel em Santos. Com o
VectorWorks, um em São José dos Campos. E como ArchiCAD, outro prédio em Goiânia
(REIS, 2010 apud MENEZES, 2011).
Na esfera pública brasileira a adoção do BIM ainda é incipiente. Excetuando-se a
Engenharia do Exército que aderiu a metodologia em 2006 e que possui um sistema integrado
de patrimônio e de controle de obras (PORTAL BIM PARANÁ, 2014).
A primeira ação pública conhecida foi a contratação de uma empresa, pelo Governo
Federal, em 2010, para desenvolver uma Biblioteca BIM para a tipologia de edificação do
Programa do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida”. Nesse mesmo ano, ocorreu a
primeira licitação que fez referência ao emprego das soluções em BIM para o projeto do Porto
Maravilha no Rio de Janeiro. Em 2014 foram realizadas outras licitações como a dos aeroportos
regionais, sob a coordenação do Banco do Brasil. Em 2015 foi publicado pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão em parceria com a União Européia através da parceria Diálogos Setoriais – União
Européria Brasil; o volume chamado BIM - BUILDING INFORMATION MODELING NO
BRASIL E NA UNIÃO EUROPEIA (Brasil, 2015). Este relatório traz recomendações para a
implantação BIM na esfera pública, enfatizando a necessidade de organização de protocolos
relacionados aos padrões BIM (PORTAL BIM PARANÁ, 2014).
Na esfera estadual, Santa Catarina foi precursora na definição de um programa de
implantação em BIM e em 2016 realizou a primeira licitação para contratação de empresa para
19

a elaboração de projetos para o Instituto de Cardiologia de SC (PORTAL BIM PARANÁ,


2014).
O Estado do Paraná, através da SEIL, percebendo que a adoção de tecnologia nos
processos de engenharia é uma das ferramentas de melhoria de gestão de projetos e obras e que
consequentemente melhora a qualidade das obras, diminui a margem de erros e promove
transparência aos processos, vem implementando o Plano de Fomento ao BIM. E buscando o
envolvimento dos diversos atores do processo de contratação de projetos e obras de engenharia
como representantes de órgãos da indústria da construção, sindicatos e conselhos profissionais,
associações, academia, fornecedores de softwares, dentre outros (PORTAL BIM PARANÁ,
2014).

2.4. PRINCIPAIS APLICAÇÕES INFORMÁTICA BIM

As ferramentas BIM atuais variam de muitas maneiras: na sofisticação de seus objetos


base predefinidos; na facilidade com que usuários podem definir novas famílias de objetos; nos
métodos para atualizar os objetos; na facilidade de uso, nos tipos de superfícies que podem ser
utilizados; nas capacidades de geração de desenhos; na habilidade de manipular um grande
número de objetos e em suas interfaces com outros softwares (EASTMAN et al., 2014).
Cada plataforma BIM de projetos é apresentada em termos de sua herança, organização
corporativa, família de produtos da qual faz parte, se usa um único arquivo ou vários arquivos
por projeto, suporte para uso simultâneo, interfaces suportadas, tamanho da biblioteca de
objetos, classe geral de preço, sistema de classificação da construção suportado, escalabilidade,
facilidade de geração de desenhos, suporte a cortes 2D, tipos de objetos e atributos derivados,
e facilidade de uso (EASTMAN et al., 2014).
A necessidade de melhorar os processos de trabalho da indústria AEC e a
competitividade existente entre as várias empresas informáticas aplicadas à indústria AEC
levou ao desenvolvimento de várias plataformas BIM nos últimos anos (TARRAFA, 2012).
Segundo ele, entre as empresas mais disseminadas no mercado encontram-se:

 Autodesk – A Autodesk tem investido na produção de aplicações BIM com o


desenvolvimento do Revit (a Autodesk comprou o Revit à “Revit Technology
Corporation” em 2002, lançando em 2004 a sua primeira versão Autodesk Revit). Esta
aplicação apresenta vários módulos para diferentes especialidades. Para Arquitetura o
“Revit Architecture”, para Engenharia o “Revit Structure” e para instalações
Mecânicas, Elétricas e Hidráulicas o “Revit MEP”. Desde 2012 é vendido também o
20

Revit Suite que junta as capacidades de todos os módulos do Revit numa só. Para o
dimensionamento e análise estrutural é usado o “Robot Structural Analysis”, existindo
relação direta entre este e o “Revit Structure”.
 Bentley – Apresenta também aplicações BIM para a indústria AEC, salientando-se,
para Arquitetura o “Bentley Architecture”, para Engenharia estrutural o “Bentley
Structural Modeler”, para Mecânica e Elétrica respetivamente, o “Bentley Mechanical”
e “Bentley Electrical”. No que respeita a aplicações dedicadas à análise e
dimensionamento estrutural, refere-se o “STAAD.pro” e o “Bentley RAM Structural
System”.
 Graitec – Os seus programas informáticos BIM são orientados para Engenheiros e
incluem, “Advance Steel”, “Advance Concrete” e “Advance Design”, sendo este último
o programa de cálculo estrutural.
 Graphisoft – Desenvolve o “ArchiCAD”, aplicação BIM orientada para Arquitetos.
Não possui nenhum programa dedicado ao projeto de estruturas, contudo a
interoperabilidade com aplicações estruturais é possível.
 Nemetschek – Produz o “Allplan Architecture” destinado a Arquitetos, o “Allplan
Engineering” para os Engenheiros, bem como o programa de modelação e cálculo “Scia
Engineer”, que permite também a obtenção de desenhos.
 Tekla Corporation – Comercializa o “TEKLA Structures”, aplicação BIM orientada
para o projeto de estruturas de aço e betão. Não possui programa de cálculo estrutural,
no entanto é possível a interoperabilidade com programas informáticos com essa
finalidade, tais como, o Robot, SAP2000, STAAD.pro, entre outros.

2.5. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO BIM

Segundo Freitas, (2014), com a implementação da metodologia BIM são várias as


vantagens esperadas, de forma sucinta, as principais são:
 Diminuição de erros de desenho;
 Facilidade nas modificações de projeto as quais são realizadas automaticamente em
todo o modelo;
 Construção mais económica e consistente;
 Mais ajustes na execução;
 Quantitativos de materiais mais precisos;
 Visualização 3D da estrutura;
 Melhor compreensão visual do projeto;
 Melhor preparação do projeto;
 Modelação de objetos com definição das suas propriedades físicas;
21

 Facilidade na obtenção de documentos de construção (plantas, cortes, detalhes,


alçados, entre outros);
 A estrutura é modelada uma única vez, podendo ser usada nas várias especialidades
e fases do projeto;
 Consolidação da informação do projeto apenas num único ficheiro informático;
 Elevado nível da produtividade;
 Facilidade de concepção e percepção das várias fases de construção;
 Simplifica intervenções futuras no projeto.
A ideia de um único repositório se torna mais acessível a todos os usuários, a questão
resume-se à guarda e controle sobre os dados do produto, como ele é criado e atualizado. Cada
item é descrito apenas uma vez, usando qualquer ferramenta de modelagem. Mesmo que a
extração automática das quantidades possa ser alcançada pela maioria dos sistemas, o problema
reside com a utilização da extração de quantitativos especialmente em situações onde os
orçamentistas são omitidos do processo de projeto. É inevitável que a documentação e os dados
sejam cada vez mais automatizados a ponto da quantificação e de outros processos técnicos
exigirem a mínima intervenção humana (MATIPA, 2008 apud SANTOS et al., 2009).
Um dos principais benefícios do Building Information Modeling (BIM) é, sem dúvida,
o desenvolvimento de projetos completos e confiáveis, exigindo um aprofundamento ainda
maior no planejamento, a fim de garantir precisão em especificações e demais documentações.
As correções realizadas pelos profissionais são movimentadas em tempo real, isso faz com que
os dados dos demais projetos correlacionados sejam atualizados de forma simultânea. Assim,
evitam-se interferências ou conflitos na mudança. Ou seja, na mesma hora, pode-se solucionar
problemas e garantir a compatibilização antes da construção.
Segundo Eastman et al., (2014), esta tecnologia pode dar suporte e incrementar muitas
práticas do setor da construção civil.
Freitas (2014) afirma que as desvantagens existentes na adoção desta metodologia
passam basicamente por:
 Necessidade de aquisição de software;
 Mudança de mentalidades;
 Necessidade de formação dos futuros utilizadores;
 Necessidade de computadores mais potentes e com mais memória.
22

2.6. BIM VERSUS CAD

As melhorias tecnológicas, ligadas aos processos de construção, estão em constante


evolução, passando desde os desenhos desenvolvidos em lápis e papel, até às representações
virtuais tridimensionais com a inclusão de sistemas complexos de produção e desenvolvimento
dos projetos (FREITAS, 2014).
O conceito BIM prevê a construção em ambiente 3D virtual de objetos característicos e
não da sua representação. Tais objetos chamados de objetos inteligentes (objetos paramétricos
de construção), apresentam, além das propriedades espaciais associadas à sua representação,
propriedades intrínsecas aos mesmos. Se utilizarmos o objeto “porta” a título de exemplo,
teremos nos softwares CAD a representação geométrica do objeto em ambiente 2D e/ou 3D
através de linhas. No conceito BIM, a porta em questão é uma entidade única que tem os seus
elementos geométricos e propriedades intrínsecas definidas (FREITAS, 2014).
A implementação dos softwares CAD, em substituição ao lápis e papel, trouxe uma
melhor metodologia de trabalho e eficiência no tratamento dos projetos, seja no que diz respeito
à criação do desenho ou na sua edição. Por meio dos sistemas CAD os elementos (linhas,
pontos, textos, etc.) são inseridos em um espaço virtual através de vetores de coordenadas com
precisão matemática. Inicialmente com objetos 2D (duas dimensões) os sistemas CAD
evoluíram ao oferecer elementos 3D para a construção de superfícies e sólidos em um espaço
tridimensional. Apesar desta significativa evolução, a forma de projetar em sistemas CAD não
pode ser considerada uma mudança de paradigma, visto que apenas as ferramentas de desenho
foram transferidas para o computador, diminuindo erros, tempo de dedicação e proporcionando
maior facilidade para a aplicação de alterações necessárias, ou seja a modelagem ficou mais
eficiente, mas o resultado final manteve-se para fim de representação (FREITAS, 2014).
A diferença do BIM e do CAD é a elaboração do projeto, pelo usuário, usando objetos
ao invés de apenas as linhas. O BIM contém propriedades predefinidas, ou propriedades
definidas pelo usuário, que completam quantidades de material (ALDER, 2006 apud SANTOS
et al., 2009).
23

2.7. REVIT

Segundo Netto, (2016) o nome Revit vem das palavras em inglês “Revise Instantly”,
que significa Revise instantaneamente, ou seja, ao desenhar no Revit, as alterações de um objeto
se dão instantaneamente em todos os objetos iguais de maneira simultânea e em todas as vistas
do desenho em que ele aparece, de forma imediata.
Netto (2016) afirma que o Revit é uma ferramenta que utiliza um novo conceito, o BIM
(Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção), com o qual os
edifícios são criados de uma nova maneira. Os arquitetos não estão mais desenhando vistas em
2D de um edifício 3D, mas projetando um edifício em 3D virtualmente. Segundo a autora
supracitada, essa nova forma de projetar traz vários benefícios, tais como:
 Examinar o edifício de qualquer ponto.
 Testar e analisar o edifício.
 Verificar interferências entre as várias disciplinas atuantes na construção.
 Quantificar os elementos necessários à construção.
 Simular a construção e analisar os custos em cada uma das fases.
 Gerar uma documentação vinculada ao modelo que seja fiel a ele.
Por se tratar de um modelo virtual, é possível utilizar informações reais para analisar
conflitos de projeto, realizar estudo de insolação, uso de energia, entre outras facilidades. Os
construtores do projeto têm a facilidade de simular várias opções de construção, economizando
material e tempo de obra (NETTO, 2016).
O Revit Architecture completa a solução BIM junto com o Revit Structure (projeto de
estrutura) e o Revit MEP (Projeto de instalações elétricas, hidráulicas e ar-condicionado). A
interoperabilidade deles garante a solução completa do protótipo digital do edifício (NETTO,
2016).
Todos os objetos do Revit pertencem a uma família e essas famílias pertencem a
categorias ou classes. As categorias (classes) são os elementos construtivos (paredes, vigas,
pilares etc.) ou os objetos de anotação do desenho (texto, cotas, símbolos etc.) (NETTO, 2016).
24

3. METODOLOGIA

O presente trabalho visou desenvolver um estudo, através de revisão bibliográfica, sobre


a tecnologia BIM, bem como mostrar aplicações da mesma para elaboração de um projeto
arquitetônico simulando uma residência unifamiliar.
Para o emprego da tecnologia BIM utilizou-se o software Revit, escolhido dentre vários outros
desta plataforma. O Revit é um software paramétrico que apresenta vários módulos para diferentes
especialidades na área da construção civil. Neste trabalho, tanto o projeto arquitetônico, quanto a
modelagem da edificação foram desenvolvidos no Autodesk Revit Architecture 2017 (versão
educacional).
A sequência de etapas para o desenvolvimento do projeto arquitetônico foi a seguinte:
estudo solar do terreno afim de tornar a residência termicamente confortável e o desenho das
plantas baixas dos pavimentos térreo e primeiro andar. Após a elaboração das referidas plantas,
fez-se a inserção das esquadrias, do piso, dos pilares e das vigas e a modelagem da escada. Após
a conclusão destas tarefas, criou-se a planta de cobertura utilizando um telhado platibanda
acompanhado de calhas. O próximo passo foi a identificação das esquadrias, dos ambientes,
bem como de suas áreas e a inserção das cotas. Em seguida, inseriu-se os componentes, tais
como piscina, móveis, vegetação, etc.
Após a conclusão destas etapas foi a vez de mostrar a facilidade do Revit na geração de
cortes e fachadas. Daí, para finalizar a elaboração do projeto, fez-se a planta de locação e
cobertura. Depois disso foi feito a configuração dos documentos em folhas com formato A4 e
em seguida a exportação dos mesmos para PDF (Portable Document Format).
A fim de mostrar algumas ferramentas importantes do Revit, foram criadas algumas
vistas 3D e um percurso virtual na edificação e em seguida postos para renderizar. Para esta
ação utilizou-se a opção “Renderização no cloud”, onde os próprios servidores da Autodesk
executaram esta tarefa. Após isto, o projeto foi finalizado.
25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO (ESTUDO DE CASO)

A fim de demonstrar as facilidades das ferramentas BIM, desenvolveu-se um projeto


arquitetônico de uma residência unifamiliar fictícia utilizando o Autodesk Revit Architecture
2017 versão educacional.

4.1. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

A referida residência é composta por dois pavimentos: térreo e primeiro andar. O


pavimento térreo contém uma área de lazer, uma garagem, uma sala de estar, um dormitório,
um banheiro social, uma cozinha modelo americana e uma área de serviço. O primeiro andar
é composto por uma sala de TV, uma suíte contendo um closet, uma área de circulação, um
dormitório, um escritório e uma varanda.
A edificação foi construída num terreno que mede 10 (dez) metros de largura por 20
(vinte) metros de comprimento totalizando uma área de 200m2 (duzentos metros quadrados).

4.2. CONCEPÇÃO INICIAL – USO DO REVIT ARCHITECTURE

Por se tratar de um software da plataforma BIM e por ser o mais difundido nesta área,
todo o projeto foi desenvolvido no Autodesk Revit Architecture (versão educacional). Sua
interface gráfica é bastante intuitiva, proporcionando uma grande facilidade no manuseio do
programa.
Netto, (2016) afirma que ao iniciar o Revit, temos a opção de iniciar um novo projeto
ou abrir um projeto já iniciado. Também podemos criar uma família ou abrir uma existente.
Segundo a autora, as famílias são as bibliotecas de elementos construtivos. Ou seja, todos os
elementos utilizados no projeto fazem parte de uma categoria de famílias. Por exemplo, paredes,
portas, janelas, pisos, mobiliários, etc. cada um destes elementos ou objetos pertencem às suas
respectivas famílias. As figuras 4.1 e 4.2 mostram, respectivamente a tela inicial do Revit e a
tela inicial de um novo projeto.
Figura 4.1 – Tela inicial do Revit.

Fonte: Próprio autor, 2017.


26

A Figura 4.1 mostra a tela inicial do Revit. Como pode ser observado, existem várias
opções: Barra de acesso rápido, Guia do usuário, onde ficam localizadas as ferramentas, uma
faixa dedica a Projetos, outra dedicada à Famílias e do lado direito da tela ficam localizados os
Recursos.
Para criar um novo projeto, basta clicar em “Projeto” e em seguida clicar em “Novo”.
Daí, será solicitado um modelo para iniciar o projeto. O Revit tem quatro modelos: Construção,
Arquitetura, Estrutural e Mecânico. Neste projeto escolheu-se a o segundo modelo. Após a
escolha do modelo desejado surgirá a tela inicial para iniciar um novo projeto (Figura 4.2).

Figura 4.2 – Tela inicial de um novo projeto.

Ribbon
navegaç

Fonte: Próprio autor, 2017.

4.2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ARQUITETÔNICO BÁSICO

Conforme descrito no item 4.1, concebeu-se a elaboração do projeto da edificação


levando em consideração os limites do terreno. Como se trata de uma edificação fictícia o
terreno também não é real, logo foi pensado sem declividades, pois o foco principal aqui é
mostrar as facilidades que o Revit proporciona no desenvolvimento de projetos arquitetônicos.
Para iniciar o projeto no Revit, o primeiro passo foi criar os níveis e ajustar as cotas de
acordo com a altura de cada pavimento. Vale ressaltar que é recomendável ter um arquivo
template (modelo) configurado, com os padrões desejados pelo usuário afim de facilitar o
27

trabalho, bem como aumentar a produtividade, pois trabalhar num modelo pré-configurado, ou
seja, o modelo nativo do próprio Revit, não é uma tarefa nada fácil.

Figura 4.3 – Níveis criados.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Após feitas as configurações necessárias no programa, iniciou-se o projeto. Assim como


em qualquer projeto arquitetônico básico, o primeiro passo foi desenhar as plantas baixas da
residência, em seguida a inserção de esquadrias, pisos, lajes, dentre outros elementos que
compõe a edificação.
As figuras 4.4 e 4.5 mostram, respectivamente as plantas baixas dos pavimentos térreo
e primeiro andar.

Figura 4.4 – Planta baixa do pavimento térreo. Figura 4.5 – Planta baixa do primeiro andar.

4.2.1. DESENHANDO PAREDES

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

Para desenhar uma planta baixa no Revit, assim como no AutoCAD, inicia-se pelas
paredes, mas há uma diferença muito grande na inserção de tais elementos em cada um destes
programas. No Revit, as paredes são elementos construtivos que pertencem a um grupo de
família e são elementos parametrizados. Elas podem ser representadas tanto em 2D (Figura 4.6)
28

quanto em 3D (Figura 4.7). Já no AutoCAD, a construção de paredes é feita através de linhas


duplas e são representadas em 2D (Figura 4.8).

Figura 4.7 Figura 4.8 Figura 49

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

Como foi dito anteriormente, as paredes no Revit são paramétricas. Netto, 2016 afirma
que existem três famílias de parede no Revit: Básica, Cortina e Empilhada, onde cada família
tem vários tipos de paredes com diferentes características. Para o desenvolvimento deste
projeto, utilizou-se parede do tipo Básica.
Para inserir uma parede no Revit, deve-se acessar o seguinte caminho: aba Arquitetura
> Construir > Parede: Arquitetônica. Feito isso, basta escolher a opção desejada e começar a
desenhar.
Figura 4.9 – Inserção de paredes.

Fonte: Próprio autor, 2017.


s.
Após selecionar o comando “Parede: Arquitetônica”, a Ribbon muda para a aba
“Modificar/Colocar Parede” (Figura 4.6). Nela estão todos os parâmetros necessários para a
inserção das paredes.
Figura 4.10 – Aba Modificar/Colocar Parede.

Fonte: Próprio autor, 2017.


29

Ao selecionar o tipo de parede desejado, pode-se fazer modificar sua estrutura, como
por exemplo, o tipo de material que a compõe.

Figura 4.11 – Seleção de um tipo de parede. Figura 4.12 – Editar montagem de parede.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

Um fato interessante no que se refere ao desenho de paredes no Revit é o fato destas se


unirem automaticamente ao se cruzarem, formando interseções, evitando assim a necessidade
de utilização de comandos para aparar os cantos, como é feito no AutoCAD.

4.2.2. INSERINDO PORTAS E JANELAS

A inserção de portas e janelas no Revit é muito simples. Para isso, basta selecionar um
tipo porta ou janela entre as famílias disponíveis e inserir no local desejado. As aberturas são
feitas de forma automática. Vale ressaltar que estes componentes não são inseridos em qualquer
local, aleatoriamente. Eles precisam de um hospedeiro para serem fixados, neste caso, as
paredes. Já na Plataforma CAD esta tarefa é bem mais trabalhosa, pois todo o processo é feito
manualmente, ou seja, é preciso definir exatamente o local onde será inserido o componente e
fazer a abertura exatamente da largura do mesmo. Além disso, terá que desenhá-lo. Caso haja
necessidade de fazer alterações, por exemplo, na largura do referido componente ou até mesmo
muda-lo de local todo processo precisa ser refeito. No Revit, ao mover uma porta ou janela para
outro local, automaticamente a parede onde aquele componente estava hospedado será
preenchida.
30

O caminho para inserir uma porta ou uma janela é respectivamente: Aba Arquitetura
> Construir > Porta e Aba Arquitetura > Construir > Janela.

Figura 4.13 – Seleção de portas e janelas.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Assim como as paredes, todos os elementos do Revit podem ser modificados, pois são
parametrizados (Figura 4.13). Daí, ao inserir uma porta ou janela, suas propriedades podem ser
modificadas de acordo com o perfil desejado. Por exemplo, o tipo de material da folha, se vidro
ou madeira, a largura, altura, etc, todos estes dados são variáveis, cabe ao projetista decidir.

Figura 4.14 – Janela de diálogo propriedades de tipo.

Fonte: Próprio autor, 2017.

A janela de diálogo “Propriedades de tipo” (Figura 4.14) mostra as propriedades


existentes no elemento porta. O processo para janela é análogo a este.

4.2.3. INSERINDO PISOS

De acordo com Netto (2016), o piso é uma superfície horizontal que suporta elementos
do edifício apoiados nele. No Revit existem quatro tipos de pisos: arquitetura, estrutural, piso
31

por face e viga de bordo. Para o desenvolvimento deste projeto usou-se o piso arquitetônico,
que é um piso convencional. Para inseri-lo basta seguir o caminho Aba Arquitetura >
Construir > Piso. Veja Figura 4.15.

Figura 4.15 – Aba Arquitetura – ferramenta Piso.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Para criar o piso, precisa-se definir seu contorno através de linhas ou através do
perímetro das paredes, contudo seu contorno deve ser uma poligonal fechada.

Figura 4.17 – Resultado em 3D após conclusão do

Figura 4.16 – Contorno do piso definido modelo de edição.

Fonte: Próprio autor, 2017.


Fonte: Próprio autor, 2017.

O piso também é um elemento editável, ou seja, todo o material que o compõe pode de
ser alterado. Assim, o projetista pode definir de acordo com as características da edificação. No
AutoCAD, a representação do piso é feita através de hachuras. Aqui utilizou-se um piso
genérico, modificando apenas a aparência a fim de torna-lo semelhante a um piso real.
32

4.2.4. INSERINDO FORROS

Netto, (2016) afirma que “o forro é uma superfície horizontal que fica abaixo do piso
do pavimento seguinte com uma distância definida em suas propriedades. ” O processo de
criação de forros no Revit é análogo ao de pisos. Quando criamos os pavimentos da edificação
o Revit cria também pavimentos para plantas de forro. Portanto este deve ser inserido no
pavimento apropriado. O comando forro está localizado em Aba Arquitetura > Construir >
Forro.
Figura 4.19 – Criação do forro em uma área fechada por paredes.
Figura 4.18 – Comando Forro.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Existem vários tipos de forros, bem como diversas formas de manuseá-los. Como o
intuito aqui não é enfatizar este processo, foi mostrado apenas uma forma simples de inseri-los
numa edificação.

4.2.5. INSERINDO PILARES

Segundo Netto (2016), no Revit os pilares são divididos em dois tipos: Coluna:
arquitetura e Pilar estrutural. O primeiro possui características arquitetônicas apenas para dar
forma ao elemento; já o segundo é lido pelo Revit Structure como um elemento estrutural.Para
inserir um pilar estrutural deve-se seguir o seguinte caminho: Aba Arquitetura > Construir >
Coluna > Pilar Estrutural.

Figura 4.20 – Aba Arquitetura – seleção de Pilar estrutural.

Figura 4.20Fonte:
– Aba Próprio autor,
Arquitetura 2017. de Pilar estrutural.
– seleção
33

Como pode ser observado na figura 4.20, a seleção de colunas arquitetônicas é análoga
a de pilares estruturais. Mas há uma diferença para inseri-los. Os pilares estruturais são inseridos
nas intersecções dos eixos e unem-se a elementos estruturais do projeto. Já as colunas
arquitetônicas são inseridas em paredes e unem-se apenas a estas.

Figura 4.21 – Pilares inseridos nas Figura 4.22 – Vista em 3D após a


interseções dos eixos. inserção dos pilares.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

A facilidade para trabalhar com estes elementos no Revit é muito grande. Assim como
qualquer outro elemento pertencente a este software, as colunas também pertencem a tipos de
famílias. Elas podem ser editadas e modificadas de acordo com a necessidade da estrutura que
será projetada.

4.2.5. INSERINDO VIGAS

Assim como os pilares, as vigas também são elementos estruturais do projeto e são
elementos paramétricos. Para inseri-la basta clicar na Aba “Arquitetura” e em seguida clicar
em “Viga” (Figura 4.23).
Figura 4.23 – Aba Estrutura – Seleção de Viga.

Fonte: Próprio autor, 2017.

As vigas são inseridas nas interseções dos eixos. A inserção destas se dá entre dois
elementos, porém, se os pilares não forem do tipo estrutural este processo é inválido. Outra
forma de inserir uma viga é através de pontos inicial e final, ou seja, o projetista seleciona o
34

ponto onde deseja iniciá-la e traça uma linha até o ponto final, daí automaticamente a viga será
criada.

Figura 4.24 – Vigas inseridos nas


interseções dos eixos.
Figura 4.25 – Vista em 3D após a
inserção das vigas.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

Existem vários tipos de famílias de Vigas no Revit, por exemplo, viga de concreto, viga
metálica, viga de madeira, etc. Neste projeto foi utilizado o primeiro tipo.

4.2.6. INSERINDO LAJES

Segundo Netto (2016) as lajes são consideradas elementos estruturais para fundação.
No Revit, existem duais maneiras para inseri-las, através da ferramenta “Piso – Piso estrutural”
e da ferramenta “Fundação estrutural: laje”. A primeira é destinada a criação de lajes de
pavimentos, a segunda, como o próprio nome diz, para lajes de fundação. As lajes criadas neste
projeto foram através da ferramenta Piso – Piso estrutural.

Figura 4.26 – Aba Estrutura – Piso estrutural. Figura 4.27 – Aba Estrutura – Seleção de laje.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.


35

O processo de inserção da laje é análogo ao do piso. Ela pode ser inserida através de
paredes ou vigas existentes. Ao desenhar uma laje, ela é criada no nível abaixo e não será visível
na planta daquele pavimento. A visualização só será possível numa vista 3D.

4.2.7. INSERINDO ESCADA

Existem duas formas de desenhar escadas no Revit: Escada por componente e Escada
por croqui. Na primeira, as partes da escada independem umas das outras; na segunda, a criação
da escada é feita a partir de um croqui, ou seja, o desenho separado da borda dos degraus como
desenho no AutoCAD. Para inserir uma escada deve-se seguir o seguinte caminho: Aba
Arquitetura > Circulação > Escada.

Figura 4.28 – Aba Arquitetura – Ferramenta Escada.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Sabe-se que existem diversos tipos de escadas. Os mais comuns são: escada reta em
“U”, em “L”, etc. Neste projeto foi utilizado o tipo em “L” utilizando a ferramenta “Escada por
croqui”. A inserção é bastante simples e o cálculo do número de espelhos, da profundidade dos
degraus e da altura dos espelhos é feito de forma automática.

Figura 4.29 – Representação de escada em 2D. Figura 4.30 – Representação de escada em 3D.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.


36

4.3. CRIAÇÃO DE VISTAS

Os cortes, as vistas 3D, as elevações ou fachadas são componentes do desenho


arquitetônico denominados vistas. As ferramentas de criação de vistas estão localizadas na
“Aba Vista”, no menu “Criar”.

Figura 4.31 – Aba Vista – comandos para criar outras vistas.

Fonte: Próprio autor, 2017.

4.3.1. VISTA 3D

A vista 3D no Revit é gerada automaticamente ao clicar na ferramenta referente à


mesma. Para acessá-la basta seguir o seguinte caminho: Aba Vista > Criar > Vista 3D.

Figura 4.32 – Aba Vista – Vista 3D.

Fonte: Próprio autor, 2017.

A Figura 4.32 mostra o ícone referente à criação de vistas 3D e pode-se observar que
tem duas opções. O que no Revit pode ser feito com apenas um clique, no AutoCAD esta tarefa
não é tão simples. O projetista precisa dominar a ferramenta e entender muito sobre desenho
para poder gerar tais vistas.

Figura 4.33 – Resultado da seleção de Vista 3D.

Fonte: Próprio autor, 2017.


37

A representação do desenho em 3D auxilia bastante os projetistas durante o processo de


formação das ideias. Através da visualização 3D é possível verificar o comportamento de cada
elemento, bem como detectar interferências no projeto.

4.3.2. CORTES

A NBR 6492/1994 define corte com “plano secante vertical que divide a edificação em
duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no transversal”. O corte é uma vista e tem por
finalidade mostrar detalhes que outros desenhos do projeto não conseguem mostrar.
Criar um corte no Revit é muito simples, basta selecionar a ferramenta “Corte” (Aba
Vista > Criar > Corte ou através da barra de acesso rápido) e escolher o local que se deseja
passar o plano secante, para isso é preciso está na vista de planta. Daí é só clicar nos pontos
inicial e final e o corte automaticamente é desenhado. Na Plataforma CAD essa tarefa é feita
manualmente e requer muita habilidade do projetista, sem contar com o tempo que leva para
gerar um corte.
Figura 4.34 – Aba Vista – Corte.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Para visualizar um corte é preciso clicar em “Cortes”, no “Navegador de projeto” ou dar


um duplo clique na seta referente ao corte. Ao ser gerado, ele recebe o nome de “Corte 1” e os
demais terão a numeração sequencial. Fica a critério do projetista renomeá-los.

Figura 4.35 – Corte transversal. Figura 4.36 – Corte longitudinal.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.


38

4.3.3 FACHADAS

De acordo com a NBR 6492/1994 a fachada é uma representação gráfica de planos


externos da edificação. Assim como como os cortes, as fachadas ou elevações são criadas no
Revit de forma automática, para isso basta selecionar a ferramenta “Elevação” (Aba > Criar >
Elevação).
Figura 4.37 – Aba Vista – Criar Elevação.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Uma forma simples de criar uma fachada é clicando no ponto do desenho onde fica
ícone que representa a posição da vista. Ao fazer tal ação a vista será exibida automaticamente.
Esta tarefa no AutoCAD é feita de forma análoga aos cortes e também não é simples.

Figura 4.38 – Ícone que representa Figura 4.39 – Fachada frontal.


a posição da vista.

Fonte: Próprio autor, 2017.


Fonte: Próprio autor, 2017.

4.4. TELHADO – PLANTA DE COBERTURA

De acordo com Netto (2016), existem três formas para criar telhados no Revit: Pelo
perímetro, das águas do telhado, pela extrusão de um perfil ou por um estudo de massa. Neste
projeto, utilizou-se a primeira forma. Como o intuito aqui não é aprofundar o estudo sobre
telhados, mostrou-se apenas a inserção por perímetro. Para inserir um telhado deve-se seguir o
seguinte caminho: Aba arquitetura > Construir > Telhado. (Figura 4.40)
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Figura 4.40 – Aba Arquitetura – seleção de Telhado.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Netto (2016) afirma que criação de telhado por perímetro é feita através da definição do
seu contorno, por meio de desenho com linhas ou pela seleção de paredes, como na inserção de
pisos e lajes. O perímetro deve ser fechado. A inclinação e a quantidade de águas são definidas
logo em seguida, antes concluir a operação. Caso esta opção não seja respeitada, não tem
problema, basta selecionar o telhado e editá-lo, pois ele também é um elemento paramétrico.

Figura 4.41 – Representação de telhado em 2D. Figura 4.42 – Representação de telhado em 3D.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

A criação de telhado por perímetro é a forma mais simples no Revit. No AutoCAD, um


telhado em planta baixa também é simples de ser inserido, porem no momento de desenhar os
cortes e as fachadas esta representação torna-se uma tarefa árdua, além de demandar muito
tempo, exige do projetista bastante experiência.

4.6. ANOTAÇÕES DO PROJETO

Os textos de anotações no Revit também pertencem a tipos de famílias. Estas


ferramentas encontram-se na aba “Anotar”. Para inserir textos é muito simples, basta escolher
uma família com as configurações desejadas e pronto (Figura 3.43).
40

Figura 3.43 – Aba anotar – seleção de Texto.

Fonte: Próprio autor, 2017.

As famílias de textos disponíveis no Revit são exibidas na lista de “Propriedades e são


famílias do sistema.

4.6.1. IDENTIFICAÇÃO DE AMBIENTES

A ferramenta “Ambiente” permite definir uma propriedade para as áreas do projeto a


fim de indicar o seu uso e de se extrair a área dos ambientes criados (NETTO, 2016). Ela nos
permite identificar áreas de forma automática. O projetista decide quais informações devem
constar em cada ambiente, por exemplo, nome, área, perímetro, etc. Esta ferra menta está
localizada em: Aba > Arquitetura > Ambiente.

Figura 3.44 – Aba Arquitetura – seleção de Ambiente.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Os ambientes podem ser identificados de um a um ou de uma única vez. É muito simples


inseri-los no Revit. Esta tarefa no Autocade é muito trabalhosa, pois é feita manualmente. Além
disso, as áreas precisam ser calculadas individualmente.

4.6.2. IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS

A identificação de elementos no Revit segue a mesma lógica da de ambientes, porém


esta ferramenta está localizada na aba “Anotar” (Aba Anotar > Identificador > Identificar todos
ou Identificar por categoria).
Figura 3.45 – Aba Anotar – seleção de Identificador por categoria.

Fonte: Próprio autor, 2017.


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Para inserir um identificador basta clicar no elemento desejado. Caso deseje identificar
todos os elementos de uma só vez, deve se escolher a opção “Identificar todos” as categorias
referentes a cada elemento. A inserção de símbolos também segue a mesma lógica, muda apenas
a ferramenta (Símbolo).

4.6.3. COTANDO O DESENHO

O Revit possui diversos tipos de cotas, assim como no AutoCAD. Os comandos estão
localizados na aba “Anotar”.

Figura 3.46 – Aba Anotar – painel Cota.

Fonte: Próprio autor, 2017.

A Figura 3.46 mostra as várias opções para cotar um desenho. Neste projeto foram
utilizados dois tipos de cota: Alinhada e Radial. A cota alinhada, como o próprio nome diz, gera
cotas lineares alinhadas aos elementos do desenho. Elas podem ser inseridas manualmente
clicando de a ponto, como é feito no AutoCAD, ou automaticamente, clicando apenas no
elemento que se deseja cotar.

Figura 3.47 – Barra de opções da cota Alinhada.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Para cotar uma parede automaticamente, basta escolher as configurações indicadas na


Figura 3.47 e clicar sobre a mesma.
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4.7. PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA

A planta de locação tem por finalidade indicar a localização exata da edificação no


terreno onde esta foi construída. Como neste projeto tratou-se de uma pequena edificação, a
opção escolhida para desenhar a planta supracitada foi a utilização da ferramenta “Linha de
detalhe” (Aba Anotar > Detalhe > Linha de detalhe).

Figura 4.48 – Aba Anotar – Linha de detalhe.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Figura 4.49 – Planta de Locação e Coberta.

Fonte: Próprio autor, 2017.

O processo de desenho aqui foi feito manualmente como no AutoCAD, embora poderia
ter sido feito de maneira mais sofisticada através de modelagem de calçadas, mas isso não foi
objeto de estudo neste projeto. Portanto, foi mostrada apenas uma modelagem simples apenas
para representar o desenho.
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4.8. GERAÇÃO DE FOLHAS DE IMPRESSÃO

O procedimento de criação de folhas de impressão no Revit é feito através da aba


“Vista” (Aba Vista > Composição da folha > Folha) ou pelo Navegador de projeto, clicando
com o botão direito do mouse em “Folhas”.

Figura 4.50 – Folha pela aba Vista.

Fonte: Próprio autor, 2017.

No Revit não há limites de folhas a serem inseridas no projeto. A quantidade é decidida


pelo projetista. Após a criação destas, para inserir as vistas do desenho basta arrastá-las para a
folha criada e ajustá-las. A escala será a mesma da vista onde o desenho foi criado.
As folhas de impressão também pertencem a tipos famílias que podem ser criadas ou
baixadas em sites de terceiros. O Revit possui um modelo padrão nos formatos A0, A1, A2, A3
e A4. Caso o projetista deseje utilizar uma destas folhas, será preciso apenas editar a família e
fazer as alterações que julgar necessárias.

4.9. TABELA/QUANTIDADES

Uma das grandes vantagens de um software BIM é a sua capacidade de extrair


quantitativos. Estes podem ser esquadrias, paredes, pisos, forros, vigas, piares, etc. todos
organizados em tabelas. Segundo Netto (2016) as tabelas no Revit são geradas como vistas e
inseridas no Navegador de projeto. O caminho para criar uma tabela de quantitativos é o
seguinte: Aba Vista > Criar > Tabelas > Tabela/Quantidades. Veja Figura 4.51.

Figura 4.51 – aba Vista – Tabelas.

Fonte: Próprio autor, 2017.


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Ao selecionar “Tabela/Quantidades”, é exibida a janela “Nova tabela” (Figura 4.52).


Nela, seleciona-se a categoria desejada, por exemplo, portas, janelas, etc. Ao confirmar o
comando, o próximo passo é inserir os dados desejados como mostrado na Figura 4.53.

Figura 4.52 – Seleção de categoria da tabela. Figura 4.53 – Adição de campos à tabela.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

Após confirmação dos dados, exibe-se a tabela com a categoria escolhida, neste caso,
portas. Vale ressaltar que os campos da tabela são editáveis e esta pode ser formatada de acordo
com a necessidade do projetista. Por exemplo, escolher uma ordem de classificação dos campos,
classificar totais, etc. A figura 4.54 mostra o resultado do procedimento feito neste projeto.

Figura 4.54 – Tabela exibindo algumas informações das portas do projeto.

Fonte: Próprio autor, 2017.

O processo de geração de tabelas para levantamento de materiais é parecido com o de


tabela de quantidades. Para criar uma tabela com o quantitativo de materiais deve-se seguir o
caminho: Aba Vista > Criar > Tabelas > Levantamento de material. Veja Figura 4.55.

Figura 4.55 – aba Vista – seleção de Levantamento de material.

Figura 4.55 – aba Vista – seleção de Levantamento de material.


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O procedimento é análogo à criação de tabela de materiais, o que muda são as categorias.


Neste projeto gerou-se uma tabela de Levantamento de materiais com as categorias Parede e
Piso, afim de mostrar este grande benéfico do Software Revit Architecture 2017 (versão
educacional), como mostra a Figura 4.56.

Figura 4.56 – Tabela Levantamento de material.

Fonte: Próprio autor, 2017.

4.10. IMPRESSÃO DO DOCUMENTO

Após a configuração do documento o próximo passo foi imprimi-lo. Neste caso, a


impressão pode ser feita diretamente por uma impressora conectada ao computador ou pode ser
exportado para formatos PDF, DWF, etc. Este projeto foi publicado em formato PDF e
posteriormente impresso em formato A4 na escala 1:100 (um para cem). Para imprimir um
documento no Revit basta clicar no “Menu de aplicação” e depois em “Imprimir” (Figura 4.57)
ou pressionar simultaneamente as teclas “Crtl” + “P”.

Figura 4.57 – Impressão do documento.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Feito isso, os próximos passos são autoexplicativos. Assim, cabe ao usuário decidir se
manda diretamente para a impressora ou exporta para um dos formatos supracitados.
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4.11. ESTUDO SOLAR

O estudo solar ajuda a visualizar o comportamento do sol em vários dias e horários na


carta solar sobre a edificação. Para isso foi preciso fazer o ajuste do norte verdadeiro com todas
as posições em relação ao azimute e também a localização em relação à planta. Dessa forma,
possibilitou a visualização dos locais de iluminação natural ou de sombras no projeto.
Para iniciar o estudo solar no Revit basta clicar no ícone referente ao caminho do sol,
localizado na Barra de controle da vista (Figura 4.58) e ativá-lo.

Figura 4.58 – Barra de controle da vista/ícone Caminho do sol.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Feito isso, o resultado será exibido na área de desenho (Figura 4.59). Daí é preciso fazer
algumas configurações. Para isso deve-se clicar novamente no ícone referente ao caminho do
sol e escolher a opção “Configuração solar”. Na tela que surge faz-se todas as configurações
desejadas, concluindo assim a operação.

Figura 4.59 – Caminho do Sol.

Fonte: Próprio autor, 2017.

O caminho para a visualização do estudo solar é o mesmo utilizado para configurá-lo.


Porém a opção para executar esta tarefa é “Visualizar estudo solar. Ao clicar nesta opção ativa-
se a ferramenta de visualização (Figura 5.60) do referido estudo.
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Figura 4.60 – Visualizar estudo solar.

Fonte: Próprio autor, 2017.

4.12. PERCURSO VIRTUAL

O percurso virtual ou passeio virtual é uma vista de 360º (trezentos e sessenta graus) de
um determinado ambiente na edificação. Ele pode ser interno ou externo. Neste projeto foi
utilizado a segunda opção. No Revit, o comando “Percurso virtual” está localizado em Vista >
Criar > Vista 3D > Percurso virtual. Esta ferramenta também pode ser acessada na “Barra de
acesso rápido” (Figura 4.2).

Figura 4.61 – aba Vista – Percurso virtual.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Ao habilitar este comando basta definir o caminho do percurso e em seguida finalizá-


lo. Feito isso, seleciona-se a imagem e automaticamente é habilitada a ferramenta de edição do
percurso virtual (Figura 4.62). Clicando neste botão será exibida a Ribbon com o menu de
execução do passeio virtual. (Figura 4.63).

Figura 4.62 – Editar percurso virtual. Figura 4.63 – Executar percurso virtual.

Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.

Todo percurso virtual criado fica localizado no Navegador de projeto. Assim facilita
consultas posteriores. Os passos para exportar o arquivo estão explicitados na Figura 4.64
(Menu de aplicação > Exportar > Imagens e animações > Percurso virtual).
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Figura 4.64 – Exportação do percurso virtual.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Na janela seguinte faz-se os ajustes que julgar necessário, confirma e salva num local
desejado.

4.13. RENDERIZAÇÃO

Existem dois mecanismos de renderização no Revit: o NVIDIA mental ray e o Autodesk


Raytracer. O segundo não suporta renderizações com maior qualidade, apenas imagens
estáticas. Já o primeiro é capaz de renderizar aplicações mais sofisticadas como percurso virtual
e imagens 360º. Para iniciar o processo de renderização deve-se escolher uma vista em
perspectiva com os elementos que se deseja mostrar na renderização.
Para renderizar uma vista no Revit, seleciona-se o comando “Render”, localizado na
Barra de controle da vista (Figura 4.65).

Figura 4.65 – Barra de controle – Renderização.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Daí, abre-se a janela de diálogo “Renderização” (Figura 4.66).


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Figura 4.66 – Janela de diálogo Renderização.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Todas as configurações do render são feitas nesta janela. Ao selecionar o botão


“Renderizar”, a sena é renderizada. Após a conclusão do processo, a vista pode ser salva ou
descartada.

Figura 4.67 – Imagem gerada com NVIDIA mental ray.

Fonte: Próprio autor, 2017.

O processo de renderização no Revit também pode ser feito na nuvem. Para isto é
necessário ter uma conta Autodesk. Renderizar na nuvem, além de proporciona uma qualidade
alta em pouco tempo, o projetista continua trabalhando no projeto enquanto a imagem é gerada.
No Revit, para iniciar a renderização na nuvem, deve-se acessar a aba “Vista” e selecionar
“Renderização no Cloud” (Figura 4.68).

Figura 4.68 – aba Vista – Renderização no Cloud.

Fonte: Próprio autor, 2017.


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Em seguida, é solicitado a conexão com a conta da Autodesk para acessar o A360. Feito
isso, na janela “Renderizar no Cloud” (Figura 4.69), escolhe-se as opções desejadas e clica em
“Iniciar Renderização”.

Figura 4.69 – Janela Renderizar no Cloud.

Fonte: Próprio autor, 2017.

Ao selecionar “Iniciar renderização” o arquivo é enviado para os servidores da


Autodesk, os quais encarregam-se de fazer esta tarefa. Neste projeto, utilizou-se a renderização
NVIDIA mental ray (Figura 4.67) e a Renderização no Cloud, como mostra a Figura 4.70.

Figura 4.70 – Imagem gerada no Cloud.

Fonte: Próprio autor, 2017.


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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tantas vantagens citadas neste trabalho a respeito da plataforma BIM, é notório
que esta tecnologia veio para transformar o mercado da AEC. Por se tratar de uma plataforma
colaborativa, o BIM aproxima todas as equipes envolvidas direta e indiretamente no projeto,
proporcionando assim a integração de todas as disciplinas e facilitando a visualização das
inconsistências. Dessa forma, evita-se o retrabalho, consequentemente aumenta de forma
significativa a produtividade.
Quanto ao Autodesk Revit Architecture 2017 (versão educacional), constatou-se
inúmeras vantagens na sua utilização: interface gráfica intuitiva, facilidade na geração de
desenhos e extração de quantitativos, criação de vistas 3D automáticas, dentre outras. Sua
abrangência não se dar apenas na modelagem tridimensional do edifício. Para fazer tal
modelagem, o usuário da tecnologia BIM precisa ter conhecimento do processo construtivo.
Porém, não precisa ser um expert em Revit para poder manuseá-lo.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NETTO, Cláudia Campos. Autodesk Revit Architecture 2016 – Conceitos e Aplicações. 1.


ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

EASTMAN, C. et al. Manual de BIM. Um guia de modelagem da informação da


construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Editora
Bookman, Porto Alegre, 2014.

MENEZES, G. L. B. B. Breve histórico de implantação da plataforma BIM. Cadernos de


Arquitetura e Urbanismo, Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas. v. 18, n.
22, p-153-171, Belo Horizonte 2011.

MOREIRA, Thomaz P. F. A influência da parametrização dos softwares CADD


arquiteturais no processo de projetação arquitetônica. Dissertação de Mestrado,
Universidade de Brasília, UnB. 2008, 180p.

FREITAS, João A. G. Metodologia BIM: Uma nova abordagem, uma nova esperança.
Dissertação de Mestrado, Universidade da Madeira. 2014, 123p.

TARRAFA, Diogo Gonçalo Pinto. Aplicabilidade prática do conceito BIM em projeto de


estruturas. Dissertação de Mestrado, Universidade de Coimbra, Departamento de Engenharia
Civil. 2012, 69p.

MASOTTI, Luís Felipe Cardoso. Análise da Implementação e do Impacto do BIM no


Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. 2014,
79p.

ADDOR, Miriam. BIM – Building Information Modeling. ASBEA – Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura. Encontro Regional, 2009.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492:1994 –


Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994.
53

Portal BIM Paraná. BIM no Brasil. Disponível em:


http://www.bim.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=22. Acesso em: 22 de
março de 2017.

Diálogos Setoriais para BIM - Building Information Modeling no Brasil e na União


Europeia. Disponível em:
http://sectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/bim.pdf. Acesso em: 23 de
março de 2017.
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APÊNDICE

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