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A Deus por me conceder força e perseverança para continuar lutando pelos meus
objetivos. Sem ele nada seria possível.
Aos meus pais Antonio e Maria Nilza que me proporcionaram uma boa educação
familiar e sempre me incentivaram nos estudos.
À minha querida esposa Kelle pelo apoio e companheirismo, assim como minha amada
filha Nicole, pois sua existência deu-me forças para superar vários obstáculos e chegar à
conclusão deste curso.
Ao Professor Dr. Renê Medeiros por ter contribuído para a elaboração deste trabalho.
Aos meus colegas e amigos que contribuíram direta ou indiretamente para o meu
sucesso acadêmico.
RESUMO
The BIM technology is transforming in a significant way the construction market, since
it allows the premature visualization of the building before its construction. Because it is a
three-dimensional and integrated model, all information is concentrated in a database, thus
facilitating its extraction. The purpose of this work is to present, through bibliographic research,
one of the most innovative technologies of the AEC (Architecture, Engineering and
Construction) industry: the BIM (Building Information Modeling) platform, as well as
presenting briefly the main software of this platform. In addition, show the facilities in
designing architectural projects using Autodesk Revit Architecture 2017 (educational version)
through a case study. Several bibliographic sources were used: books, academic and scientific
articles, master dissertation, and course completion work. All drafting and modeling of the
architectural design was done in Autodesk Revit architecture 2017 (educational version). BIM
technology showed great advantages in its use through Revit software, which highlighted its
efficiency and ease in designing architectural projects. The generation of sights and automated
quantitative are one of the essential qualities of this program.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
1.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 12
1.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS ............................................................................................ 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 13
2.1. O QUE É BIM ................................................................................................................... 13
2.1.1. ELEMENTOS PARAMÉTRICOS ........................................................................ 15
2.1.2. INTEROPERABILIDADE E FORMATO IFC ..................................................... 16
2.2. BREVE HISTÓRICO SOBRE A TECNOLOGIA BIM ................................................... 17
2.3. A TECNOLOGIA BIM NO BRASIL ............................................................................... 17
2.4. PRINCIPAIS APLICAÇÕES INFORMÁTICA BIM ...................................................... 19
2.5. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO BIM ............................................................... 20
2.6. BIM VERSUS CAD .......................................................................................................... 22
2.7. REVIT ............................................................................................................................... 23
3. METODOLOGIA............................................................................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO (ESTUDO DE CASO) ................................................. 25
4.1. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO .................................................................................... 25
4.2. CONCEPÇÃO INICIAL – USO DO REVIT ARCHITECTURE .................................... 25
4.2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ARQUITETÔNICO BÁSICO ......................... 26
4.2.1. DESENHANDO PAREDES .................................................................................. 27
4.2.2. INSERINDO PORTAS E JANELAS .................................................................... 29
4.2.3. INSERINDO PISOS ............................................................................................... 30
4.2.4. INSERINDO FORROS .......................................................................................... 32
4.2.5. INSERINDO PILARES ......................................................................................... 32
4.2.5. INSERINDO VIGAS ............................................................................................. 33
4.2.7. INSERINDO ESCADA.......................................................................................... 35
4.3. CRIAÇÃO DE VISTAS .................................................................................................... 36
4.3.1. VISTA 3D .............................................................................................................. 36
4.3.2. CORTES ................................................................................................................. 37
4.3.3 FACHADAS............................................................................................................ 38
4.4. TELHADO – PLANTA DE COBERTURA ..................................................................... 38
4.6. ANOTAÇÕES DO PROJETO .......................................................................................... 39
4.6.1. IDENTIFICAÇÃO DE AMBIENTES ................................................................... 40
4.6.2. IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS .................................................................. 40
4.7. PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA .......................................................................... 42
4.8. GERAÇÃO DE FOLHAS DE IMPRESSÃO ................................................................... 43
4.9. TABELA/QUANTIDADES .............................................................................................. 43
4.10. IMPRESSÃO DO DOCUMENTO ................................................................................. 45
4.11. ESTUDO SOLAR ........................................................................................................... 46
4.12. PERCURSO VIRTUAL .................................................................................................. 47
4.13. RENDERIZAÇÃO .......................................................................................................... 48
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 51
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 52
ÍNDICE DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
processos de colaboração relacionados entre empresas para promover o valor dos modelos
(FREITAS, 2014).
De acordo com a National BIM Standart o conceito BIM envolve a geração e gestão de
uma representação digital de características físicas e funcionais de uma edificação. O modelo
BIM criado resulta num recurso de conhecimento confiável partilhado que apoia a tomada de
decisões desde os primeiros estágios conceptuais do projeto até ao final o seu período de vida
útil (TARRAFA, 2012).
Masotti (2014) afirma que o BIM possui diversas camadas de informação, conhecidas
como dimensões. Um modelo pode ser 4D, 5D, 6D, 7D, até nD, conforme o contexto da
utilização. Segundo a análise de Neil Calvert (2013 apud MASOTTI, 2014), as 6 principais
dimensões do BIM podem ser classificadas como:
2D Gráfico – são as dimensões do plano, onde estão representadas graficamente as
plantas do empreendimento.
3D Modelo – adiciona a dimensão espacial ao plano, onde é possível visualizar os
objetos dinamicamente. Um modelo 3D pode ser utilizado na visualização em
perspectiva de um empreendimento, na pré-fabricação de peças, em simulações de
iluminação. No caso do BIM, cada componente em 3D possuí atributos e
parametrização que os caracterizam como parte de uma construção virtual de fato, não
apenas visualmente representativa.
4D Planejamento – adiciona a dimensão tempo ao modelo, definindo quando cada
elemento será comprado, armazenado, preparado, instalado, utilizado. Organiza
também a disposição do canteiro de obras, a manutenção e movimentação das equipes,
os equipamentos utilizados e outros aspectos que estão cronologicamente relacionados.
5D Orçamento – adiciona a dimensão custo ao modelo, determinando quanto cada
parte da obra vai custar, a alocação de recursos a cada fase do projeto e seu impacto no
orçamento, o controle de metas da obra de acordo com os custos.
6D Sustentabilidade – adiciona a dimensão energia ao modelo, quantificando e
qualificando a energia utilizada na construção, a energia a ser consumida no seu ciclo
de vida e seu custo, em paralelo a 5º dimensão. A energia, neste caso, pode estar
diretamente relacionada ao impacto físico do projeto no meio em que este está inserido.
7D Gestão de Instalações – adiciona a dimensão de operação ao modelo, onde o
usuário final pode extrair informações de como o empreendimento como um todo
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O Industry Foundation Classes (IFC) foi desenvolvido para criar um grande conjunto
de representações de dados consistentes de informações da construção para intercâmbio entre
softwares de AEC. Ele se baseia nos conceitos e linguagens ISSO-STEP EXPRESS para sua
definição, com pequenas restrições na linguagem. Enquanto a maioria dos outros esforços
ISSO-STEP focaram em intercâmbios detalhados de software dentro de domínios de engenharia
específicos, pensou-se que na indústria de construção isso poderia levar a resultados
fragmentados e a um conjunto de padrões incompatíveis. O IFC foi projetado com uma estrutura
extensível, ou seja, seu desenvolvimento inicial pretendia fornecer definições gerais amplas dos
objetos e dados a partir das quais modelos mais detalhados e para tarefas especificas,
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suportando intercambio de fluxos de dados particulares poderiam ser definidos. Nesse sentido,
o IFC foi projetado para tratar todas as informações da construção, sobre todo o seu ciclo de
vida, da viabilidade e planejamento, por meio do projeto (incluindo análise e simulação),
construção, até a ocupação e a operação (KHEMLANI, 2004 apud EASTMAN, et al, 2014).
O Processo BIM existe desde fins da década de 80, quando Jerry Laiserin – um arquiteto
da Universidade de Princeton (EUA), especialista em Tecnologia da Informação (TI), deu
origem à IAI (International Alliance for Interoperability, atual BuildingSMART), em razão de
suas pesquisas na área de TI e interoperabilidade (ADDOR et al., 210).
Algumas destas companhias, como a Bentley, Autodesk, Optira e Commonpoint
tiveram um papel chave no movimento de adoção em larga escala da tecnologia BIM quando
em 2003, em uma Conferência de Construção em Seattle, nos Estados Unidos, apresentaram à
GSA (General Services Administration – órgão máximo de gestão de edificações públicas nos
EUA) a modelagem em 3D parametrizada, a integração com o cronograma e as análises
energéticas das edificações. Tal demonstração inspirou a implementação de um plano de adoção
do BIM na construção pública americana e resultou na adoção em larga escala do BIM pelas
empresas de projeto, construção e fornecimento de material na América do Norte segundo
PEGGY YEE (2009 apud MASOTTI, 2014).
Assim, os conceitos, abordagens e metodologias que hoje são identificados como
pertencentes ao BIM podem ser datados de cerca de 30 anos atrás. Já a terminologia Building
Information Modeling, está em circulação a, pelo menos, 15 anos (MENEZES, 2011).
A partir do ano 2000 o BIM tem ganhado cada vez mais atenção nas terras brasileiras,
principalmente nos escritórios de arquitetura. Talvez por isso duas das revistas de grande
repercussão nacional pertencentes à Editora Pini, a AU (Arquitetura e Urbanismo) e a Téchne
(engenharia civil), dedicaram, em 2011, edições para análise desse novo paradigma
(MENEZES, 2011).
Hoje, todavia, apesar das naturais dificuldades de implantação, essa plataforma já
começou a ser adotada por vários profissionais das áreas de orçamentos, arquitetura, estruturas,
instalações prediais e de vedação (ROCHA, 2011 apud MENEZES, 2011).
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Revit Suite que junta as capacidades de todos os módulos do Revit numa só. Para o
dimensionamento e análise estrutural é usado o “Robot Structural Analysis”, existindo
relação direta entre este e o “Revit Structure”.
Bentley – Apresenta também aplicações BIM para a indústria AEC, salientando-se,
para Arquitetura o “Bentley Architecture”, para Engenharia estrutural o “Bentley
Structural Modeler”, para Mecânica e Elétrica respetivamente, o “Bentley Mechanical”
e “Bentley Electrical”. No que respeita a aplicações dedicadas à análise e
dimensionamento estrutural, refere-se o “STAAD.pro” e o “Bentley RAM Structural
System”.
Graitec – Os seus programas informáticos BIM são orientados para Engenheiros e
incluem, “Advance Steel”, “Advance Concrete” e “Advance Design”, sendo este último
o programa de cálculo estrutural.
Graphisoft – Desenvolve o “ArchiCAD”, aplicação BIM orientada para Arquitetos.
Não possui nenhum programa dedicado ao projeto de estruturas, contudo a
interoperabilidade com aplicações estruturais é possível.
Nemetschek – Produz o “Allplan Architecture” destinado a Arquitetos, o “Allplan
Engineering” para os Engenheiros, bem como o programa de modelação e cálculo “Scia
Engineer”, que permite também a obtenção de desenhos.
Tekla Corporation – Comercializa o “TEKLA Structures”, aplicação BIM orientada
para o projeto de estruturas de aço e betão. Não possui programa de cálculo estrutural,
no entanto é possível a interoperabilidade com programas informáticos com essa
finalidade, tais como, o Robot, SAP2000, STAAD.pro, entre outros.
2.7. REVIT
Segundo Netto, (2016) o nome Revit vem das palavras em inglês “Revise Instantly”,
que significa Revise instantaneamente, ou seja, ao desenhar no Revit, as alterações de um objeto
se dão instantaneamente em todos os objetos iguais de maneira simultânea e em todas as vistas
do desenho em que ele aparece, de forma imediata.
Netto (2016) afirma que o Revit é uma ferramenta que utiliza um novo conceito, o BIM
(Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção), com o qual os
edifícios são criados de uma nova maneira. Os arquitetos não estão mais desenhando vistas em
2D de um edifício 3D, mas projetando um edifício em 3D virtualmente. Segundo a autora
supracitada, essa nova forma de projetar traz vários benefícios, tais como:
Examinar o edifício de qualquer ponto.
Testar e analisar o edifício.
Verificar interferências entre as várias disciplinas atuantes na construção.
Quantificar os elementos necessários à construção.
Simular a construção e analisar os custos em cada uma das fases.
Gerar uma documentação vinculada ao modelo que seja fiel a ele.
Por se tratar de um modelo virtual, é possível utilizar informações reais para analisar
conflitos de projeto, realizar estudo de insolação, uso de energia, entre outras facilidades. Os
construtores do projeto têm a facilidade de simular várias opções de construção, economizando
material e tempo de obra (NETTO, 2016).
O Revit Architecture completa a solução BIM junto com o Revit Structure (projeto de
estrutura) e o Revit MEP (Projeto de instalações elétricas, hidráulicas e ar-condicionado). A
interoperabilidade deles garante a solução completa do protótipo digital do edifício (NETTO,
2016).
Todos os objetos do Revit pertencem a uma família e essas famílias pertencem a
categorias ou classes. As categorias (classes) são os elementos construtivos (paredes, vigas,
pilares etc.) ou os objetos de anotação do desenho (texto, cotas, símbolos etc.) (NETTO, 2016).
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3. METODOLOGIA
Por se tratar de um software da plataforma BIM e por ser o mais difundido nesta área,
todo o projeto foi desenvolvido no Autodesk Revit Architecture (versão educacional). Sua
interface gráfica é bastante intuitiva, proporcionando uma grande facilidade no manuseio do
programa.
Netto, (2016) afirma que ao iniciar o Revit, temos a opção de iniciar um novo projeto
ou abrir um projeto já iniciado. Também podemos criar uma família ou abrir uma existente.
Segundo a autora, as famílias são as bibliotecas de elementos construtivos. Ou seja, todos os
elementos utilizados no projeto fazem parte de uma categoria de famílias. Por exemplo, paredes,
portas, janelas, pisos, mobiliários, etc. cada um destes elementos ou objetos pertencem às suas
respectivas famílias. As figuras 4.1 e 4.2 mostram, respectivamente a tela inicial do Revit e a
tela inicial de um novo projeto.
Figura 4.1 – Tela inicial do Revit.
A Figura 4.1 mostra a tela inicial do Revit. Como pode ser observado, existem várias
opções: Barra de acesso rápido, Guia do usuário, onde ficam localizadas as ferramentas, uma
faixa dedica a Projetos, outra dedicada à Famílias e do lado direito da tela ficam localizados os
Recursos.
Para criar um novo projeto, basta clicar em “Projeto” e em seguida clicar em “Novo”.
Daí, será solicitado um modelo para iniciar o projeto. O Revit tem quatro modelos: Construção,
Arquitetura, Estrutural e Mecânico. Neste projeto escolheu-se a o segundo modelo. Após a
escolha do modelo desejado surgirá a tela inicial para iniciar um novo projeto (Figura 4.2).
Ribbon
navegaç
trabalho, bem como aumentar a produtividade, pois trabalhar num modelo pré-configurado, ou
seja, o modelo nativo do próprio Revit, não é uma tarefa nada fácil.
Figura 4.4 – Planta baixa do pavimento térreo. Figura 4.5 – Planta baixa do primeiro andar.
Para desenhar uma planta baixa no Revit, assim como no AutoCAD, inicia-se pelas
paredes, mas há uma diferença muito grande na inserção de tais elementos em cada um destes
programas. No Revit, as paredes são elementos construtivos que pertencem a um grupo de
família e são elementos parametrizados. Elas podem ser representadas tanto em 2D (Figura 4.6)
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Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017. Fonte: Próprio autor, 2017.
Como foi dito anteriormente, as paredes no Revit são paramétricas. Netto, 2016 afirma
que existem três famílias de parede no Revit: Básica, Cortina e Empilhada, onde cada família
tem vários tipos de paredes com diferentes características. Para o desenvolvimento deste
projeto, utilizou-se parede do tipo Básica.
Para inserir uma parede no Revit, deve-se acessar o seguinte caminho: aba Arquitetura
> Construir > Parede: Arquitetônica. Feito isso, basta escolher a opção desejada e começar a
desenhar.
Figura 4.9 – Inserção de paredes.
Ao selecionar o tipo de parede desejado, pode-se fazer modificar sua estrutura, como
por exemplo, o tipo de material que a compõe.
Figura 4.11 – Seleção de um tipo de parede. Figura 4.12 – Editar montagem de parede.
A inserção de portas e janelas no Revit é muito simples. Para isso, basta selecionar um
tipo porta ou janela entre as famílias disponíveis e inserir no local desejado. As aberturas são
feitas de forma automática. Vale ressaltar que estes componentes não são inseridos em qualquer
local, aleatoriamente. Eles precisam de um hospedeiro para serem fixados, neste caso, as
paredes. Já na Plataforma CAD esta tarefa é bem mais trabalhosa, pois todo o processo é feito
manualmente, ou seja, é preciso definir exatamente o local onde será inserido o componente e
fazer a abertura exatamente da largura do mesmo. Além disso, terá que desenhá-lo. Caso haja
necessidade de fazer alterações, por exemplo, na largura do referido componente ou até mesmo
muda-lo de local todo processo precisa ser refeito. No Revit, ao mover uma porta ou janela para
outro local, automaticamente a parede onde aquele componente estava hospedado será
preenchida.
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O caminho para inserir uma porta ou uma janela é respectivamente: Aba Arquitetura
> Construir > Porta e Aba Arquitetura > Construir > Janela.
Assim como as paredes, todos os elementos do Revit podem ser modificados, pois são
parametrizados (Figura 4.13). Daí, ao inserir uma porta ou janela, suas propriedades podem ser
modificadas de acordo com o perfil desejado. Por exemplo, o tipo de material da folha, se vidro
ou madeira, a largura, altura, etc, todos estes dados são variáveis, cabe ao projetista decidir.
De acordo com Netto (2016), o piso é uma superfície horizontal que suporta elementos
do edifício apoiados nele. No Revit existem quatro tipos de pisos: arquitetura, estrutural, piso
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por face e viga de bordo. Para o desenvolvimento deste projeto usou-se o piso arquitetônico,
que é um piso convencional. Para inseri-lo basta seguir o caminho Aba Arquitetura >
Construir > Piso. Veja Figura 4.15.
Para criar o piso, precisa-se definir seu contorno através de linhas ou através do
perímetro das paredes, contudo seu contorno deve ser uma poligonal fechada.
O piso também é um elemento editável, ou seja, todo o material que o compõe pode de
ser alterado. Assim, o projetista pode definir de acordo com as características da edificação. No
AutoCAD, a representação do piso é feita através de hachuras. Aqui utilizou-se um piso
genérico, modificando apenas a aparência a fim de torna-lo semelhante a um piso real.
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Netto, (2016) afirma que “o forro é uma superfície horizontal que fica abaixo do piso
do pavimento seguinte com uma distância definida em suas propriedades. ” O processo de
criação de forros no Revit é análogo ao de pisos. Quando criamos os pavimentos da edificação
o Revit cria também pavimentos para plantas de forro. Portanto este deve ser inserido no
pavimento apropriado. O comando forro está localizado em Aba Arquitetura > Construir >
Forro.
Figura 4.19 – Criação do forro em uma área fechada por paredes.
Figura 4.18 – Comando Forro.
Existem vários tipos de forros, bem como diversas formas de manuseá-los. Como o
intuito aqui não é enfatizar este processo, foi mostrado apenas uma forma simples de inseri-los
numa edificação.
Segundo Netto (2016), no Revit os pilares são divididos em dois tipos: Coluna:
arquitetura e Pilar estrutural. O primeiro possui características arquitetônicas apenas para dar
forma ao elemento; já o segundo é lido pelo Revit Structure como um elemento estrutural.Para
inserir um pilar estrutural deve-se seguir o seguinte caminho: Aba Arquitetura > Construir >
Coluna > Pilar Estrutural.
Figura 4.20Fonte:
– Aba Próprio autor,
Arquitetura 2017. de Pilar estrutural.
– seleção
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Como pode ser observado na figura 4.20, a seleção de colunas arquitetônicas é análoga
a de pilares estruturais. Mas há uma diferença para inseri-los. Os pilares estruturais são inseridos
nas intersecções dos eixos e unem-se a elementos estruturais do projeto. Já as colunas
arquitetônicas são inseridas em paredes e unem-se apenas a estas.
A facilidade para trabalhar com estes elementos no Revit é muito grande. Assim como
qualquer outro elemento pertencente a este software, as colunas também pertencem a tipos de
famílias. Elas podem ser editadas e modificadas de acordo com a necessidade da estrutura que
será projetada.
Assim como os pilares, as vigas também são elementos estruturais do projeto e são
elementos paramétricos. Para inseri-la basta clicar na Aba “Arquitetura” e em seguida clicar
em “Viga” (Figura 4.23).
Figura 4.23 – Aba Estrutura – Seleção de Viga.
As vigas são inseridas nas interseções dos eixos. A inserção destas se dá entre dois
elementos, porém, se os pilares não forem do tipo estrutural este processo é inválido. Outra
forma de inserir uma viga é através de pontos inicial e final, ou seja, o projetista seleciona o
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ponto onde deseja iniciá-la e traça uma linha até o ponto final, daí automaticamente a viga será
criada.
Existem vários tipos de famílias de Vigas no Revit, por exemplo, viga de concreto, viga
metálica, viga de madeira, etc. Neste projeto foi utilizado o primeiro tipo.
Segundo Netto (2016) as lajes são consideradas elementos estruturais para fundação.
No Revit, existem duais maneiras para inseri-las, através da ferramenta “Piso – Piso estrutural”
e da ferramenta “Fundação estrutural: laje”. A primeira é destinada a criação de lajes de
pavimentos, a segunda, como o próprio nome diz, para lajes de fundação. As lajes criadas neste
projeto foram através da ferramenta Piso – Piso estrutural.
Figura 4.26 – Aba Estrutura – Piso estrutural. Figura 4.27 – Aba Estrutura – Seleção de laje.
O processo de inserção da laje é análogo ao do piso. Ela pode ser inserida através de
paredes ou vigas existentes. Ao desenhar uma laje, ela é criada no nível abaixo e não será visível
na planta daquele pavimento. A visualização só será possível numa vista 3D.
Existem duas formas de desenhar escadas no Revit: Escada por componente e Escada
por croqui. Na primeira, as partes da escada independem umas das outras; na segunda, a criação
da escada é feita a partir de um croqui, ou seja, o desenho separado da borda dos degraus como
desenho no AutoCAD. Para inserir uma escada deve-se seguir o seguinte caminho: Aba
Arquitetura > Circulação > Escada.
Sabe-se que existem diversos tipos de escadas. Os mais comuns são: escada reta em
“U”, em “L”, etc. Neste projeto foi utilizado o tipo em “L” utilizando a ferramenta “Escada por
croqui”. A inserção é bastante simples e o cálculo do número de espelhos, da profundidade dos
degraus e da altura dos espelhos é feito de forma automática.
Figura 4.29 – Representação de escada em 2D. Figura 4.30 – Representação de escada em 3D.
4.3.1. VISTA 3D
A Figura 4.32 mostra o ícone referente à criação de vistas 3D e pode-se observar que
tem duas opções. O que no Revit pode ser feito com apenas um clique, no AutoCAD esta tarefa
não é tão simples. O projetista precisa dominar a ferramenta e entender muito sobre desenho
para poder gerar tais vistas.
4.3.2. CORTES
A NBR 6492/1994 define corte com “plano secante vertical que divide a edificação em
duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no transversal”. O corte é uma vista e tem por
finalidade mostrar detalhes que outros desenhos do projeto não conseguem mostrar.
Criar um corte no Revit é muito simples, basta selecionar a ferramenta “Corte” (Aba
Vista > Criar > Corte ou através da barra de acesso rápido) e escolher o local que se deseja
passar o plano secante, para isso é preciso está na vista de planta. Daí é só clicar nos pontos
inicial e final e o corte automaticamente é desenhado. Na Plataforma CAD essa tarefa é feita
manualmente e requer muita habilidade do projetista, sem contar com o tempo que leva para
gerar um corte.
Figura 4.34 – Aba Vista – Corte.
4.3.3 FACHADAS
Uma forma simples de criar uma fachada é clicando no ponto do desenho onde fica
ícone que representa a posição da vista. Ao fazer tal ação a vista será exibida automaticamente.
Esta tarefa no AutoCAD é feita de forma análoga aos cortes e também não é simples.
De acordo com Netto (2016), existem três formas para criar telhados no Revit: Pelo
perímetro, das águas do telhado, pela extrusão de um perfil ou por um estudo de massa. Neste
projeto, utilizou-se a primeira forma. Como o intuito aqui não é aprofundar o estudo sobre
telhados, mostrou-se apenas a inserção por perímetro. Para inserir um telhado deve-se seguir o
seguinte caminho: Aba arquitetura > Construir > Telhado. (Figura 4.40)
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Netto (2016) afirma que criação de telhado por perímetro é feita através da definição do
seu contorno, por meio de desenho com linhas ou pela seleção de paredes, como na inserção de
pisos e lajes. O perímetro deve ser fechado. A inclinação e a quantidade de águas são definidas
logo em seguida, antes concluir a operação. Caso esta opção não seja respeitada, não tem
problema, basta selecionar o telhado e editá-lo, pois ele também é um elemento paramétrico.
Figura 4.41 – Representação de telhado em 2D. Figura 4.42 – Representação de telhado em 3D.
Para inserir um identificador basta clicar no elemento desejado. Caso deseje identificar
todos os elementos de uma só vez, deve se escolher a opção “Identificar todos” as categorias
referentes a cada elemento. A inserção de símbolos também segue a mesma lógica, muda apenas
a ferramenta (Símbolo).
O Revit possui diversos tipos de cotas, assim como no AutoCAD. Os comandos estão
localizados na aba “Anotar”.
A Figura 3.46 mostra as várias opções para cotar um desenho. Neste projeto foram
utilizados dois tipos de cota: Alinhada e Radial. A cota alinhada, como o próprio nome diz, gera
cotas lineares alinhadas aos elementos do desenho. Elas podem ser inseridas manualmente
clicando de a ponto, como é feito no AutoCAD, ou automaticamente, clicando apenas no
elemento que se deseja cotar.
O processo de desenho aqui foi feito manualmente como no AutoCAD, embora poderia
ter sido feito de maneira mais sofisticada através de modelagem de calçadas, mas isso não foi
objeto de estudo neste projeto. Portanto, foi mostrada apenas uma modelagem simples apenas
para representar o desenho.
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4.9. TABELA/QUANTIDADES
Figura 4.52 – Seleção de categoria da tabela. Figura 4.53 – Adição de campos à tabela.
Após confirmação dos dados, exibe-se a tabela com a categoria escolhida, neste caso,
portas. Vale ressaltar que os campos da tabela são editáveis e esta pode ser formatada de acordo
com a necessidade do projetista. Por exemplo, escolher uma ordem de classificação dos campos,
classificar totais, etc. A figura 4.54 mostra o resultado do procedimento feito neste projeto.
Feito isso, os próximos passos são autoexplicativos. Assim, cabe ao usuário decidir se
manda diretamente para a impressora ou exporta para um dos formatos supracitados.
46
Feito isso, o resultado será exibido na área de desenho (Figura 4.59). Daí é preciso fazer
algumas configurações. Para isso deve-se clicar novamente no ícone referente ao caminho do
sol e escolher a opção “Configuração solar”. Na tela que surge faz-se todas as configurações
desejadas, concluindo assim a operação.
O percurso virtual ou passeio virtual é uma vista de 360º (trezentos e sessenta graus) de
um determinado ambiente na edificação. Ele pode ser interno ou externo. Neste projeto foi
utilizado a segunda opção. No Revit, o comando “Percurso virtual” está localizado em Vista >
Criar > Vista 3D > Percurso virtual. Esta ferramenta também pode ser acessada na “Barra de
acesso rápido” (Figura 4.2).
Figura 4.62 – Editar percurso virtual. Figura 4.63 – Executar percurso virtual.
Todo percurso virtual criado fica localizado no Navegador de projeto. Assim facilita
consultas posteriores. Os passos para exportar o arquivo estão explicitados na Figura 4.64
(Menu de aplicação > Exportar > Imagens e animações > Percurso virtual).
48
Na janela seguinte faz-se os ajustes que julgar necessário, confirma e salva num local
desejado.
4.13. RENDERIZAÇÃO
O processo de renderização no Revit também pode ser feito na nuvem. Para isto é
necessário ter uma conta Autodesk. Renderizar na nuvem, além de proporciona uma qualidade
alta em pouco tempo, o projetista continua trabalhando no projeto enquanto a imagem é gerada.
No Revit, para iniciar a renderização na nuvem, deve-se acessar a aba “Vista” e selecionar
“Renderização no Cloud” (Figura 4.68).
Em seguida, é solicitado a conexão com a conta da Autodesk para acessar o A360. Feito
isso, na janela “Renderizar no Cloud” (Figura 4.69), escolhe-se as opções desejadas e clica em
“Iniciar Renderização”.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tantas vantagens citadas neste trabalho a respeito da plataforma BIM, é notório
que esta tecnologia veio para transformar o mercado da AEC. Por se tratar de uma plataforma
colaborativa, o BIM aproxima todas as equipes envolvidas direta e indiretamente no projeto,
proporcionando assim a integração de todas as disciplinas e facilitando a visualização das
inconsistências. Dessa forma, evita-se o retrabalho, consequentemente aumenta de forma
significativa a produtividade.
Quanto ao Autodesk Revit Architecture 2017 (versão educacional), constatou-se
inúmeras vantagens na sua utilização: interface gráfica intuitiva, facilidade na geração de
desenhos e extração de quantitativos, criação de vistas 3D automáticas, dentre outras. Sua
abrangência não se dar apenas na modelagem tridimensional do edifício. Para fazer tal
modelagem, o usuário da tecnologia BIM precisa ter conhecimento do processo construtivo.
Porém, não precisa ser um expert em Revit para poder manuseá-lo.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREITAS, João A. G. Metodologia BIM: Uma nova abordagem, uma nova esperança.
Dissertação de Mestrado, Universidade da Madeira. 2014, 123p.
ADDOR, Miriam. BIM – Building Information Modeling. ASBEA – Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura. Encontro Regional, 2009.
APÊNDICE