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UNIVESIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LUIZ PAULO SANTO SENA

Desenvolvimento de software para gestão de obras de construção


civil de pequeno porte

CRUZ DAS ALMAS


2018
LUIZ PAULO SANTOS SENA

Desenvolvimento de software para gestão de obras de construção


civil de pequeno porte

Trabalho de conclusão de curso de


graduação em Bacharelado em Ciências
Exatas e Tecnológicas, Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia.

Orientador: Prof. Dr. Geydison Gonzaga


Demetino

CRUZ DAS ALMAS -BA


2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por ter me concedido saúde, força e


disposição para fazer a universidade e o trabalho de final de curso. Sem ele, nada
disso seria possível.

Agradeço à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, por me proporcionar


um ambiente criativo e amigável para os estudos. Sou grato à cada membro do corpo
docente, à direção e a administração dessa instituição de ensino.

Agradeço a todos os professores, especialmente a Geydison Gonzaga


Demetino, que me deu todo o suporte com suas correções e incentivos e que fez toda
a diferença nesse ano.

Agradeço a meus pais e a toda minha família, que sempre foi minha maior fonte
de inspiração e força. Sou grato por sempre acreditarem e apoiarem meu sonho.

E, por fim, obrigado à minha namorada por todo apoio, incentivo, paciência e
companheirismo nesses meses de muito trabalho.
RESUMO

O setor da construção civil tem se desenvolvido de modo acelerado nos últimos anos,
a partir da busca por aperfeiçoamento na execução de suas atividades por meio de
novas tecnologias, as quais auxiliam a solução de problemas frequentes à engenharia,
como o desperdício de materiais e recursos. Estudos e pesquisas estão sendo
intensificados a fim de auxiliar a solução desses problemas e minimizar seus efeitos.
A partir disso, a elaboração e implantação de software de gestão adquire um papel
relevante para o setor, na medida em que facilita o gerenciamento dos
empreendimentos. Assim, o presente trabalho objetiva o desenvolvimento de um
software para a realização de cálculos eficientes e precisos a fim de quantificar os
recursos e evitar gastos dispendiosos em construções civis de pequeno porte. O
software foi desenvolvido na linguagem de programação de orientação a objeto c#.
Através da adoção do software de gestão, há facilitação no controle do
empreendimento, como a minimização das perdas, a exemplo de tempo e mão de
obra, assim como controle e redução de gastos, auxiliando em avanços relevantes à
área da construção civil.

Palavras-chaves: Software de gestão. Perda na construção civil. Tecnologia na


construção civil.
ABSTRACT

The civil construction sector has developed in an accelerated way in the last
years, from the search for perfection in the execution of its activities through new
technologies, which help the solution of problems frequently to the engineering, as the
waste of materials and resources. Studies and some research are being intensified to
help solve these problems and minimize their effects. Based on that, the elaboration
and implantation of management software acquires a relevant role for the sector, in
that it facilitates the management of the enterprises. Thus, the present work aims at
the development of software to perform efficient and accurate calculations in order to
quantify resources and avoid costly expenditures in small civil constructions. The
software was developed in the C # object-oriented programming language. Through
the adoption of management software, there is facilitation in the control of the
enterprise, such as the minimization of losses, such as time and labor, as well as
control and reduction of expenses, aiding in advances relevant to the civil construction
area.

Keywords: Management software. Loss in construction. Technology in


construction.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Agrupamento nas perdas devido ao momento de incidência

Figura 2 - Diagrama para identificação e correção das perdas

Figura 3 - Designer do aplicativo Reforma Simples


Figura 4 - Designer do aplicativo II CAPP
Figura 5 - Designer do aplicativo ConstruCalc
Figura 6 - Tela do software cálculo do piso

Figura 7 - Tela do software cálculo do telhado

Figura 8 - Tela do software cálculo do bloco

Figura 9 - Tela do software cálculo da pintura

Figura 10 - Tela do software salvar e carregar

Figura 11 - Diagrama de caso de uso

Figura 12 - Diagrama de sequência – Bloco

Figura 13 - Diagrama de sequência – Carregar

Figura 14 - Diagrama de sequência - Pintura

Figura 15 - Diagrama de sequência - Piso

Figura 16 - Diagrama de sequência - Salvar

Figura 17 - Diagrama de sequência - Telhado

Figura 18 - Planta baixa

Figura 19: Foto teste de caso piso


Figura 20: Foto teste de caso telhado

Figura 21: Foto teste de caso bloco

Figura 22: Foto teste de caso pintura

Figura 23: Foto teste de caso dados


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação das perdas quanto a sua natureza

Tabela 2 - Materiais básicos: perdas na obra detectadas por esta pesquisa


(FINEP / ITQC/PCC) e por outras fontes

Tabela 3 - Percentual de verificação para cada grupo de itens

Tabela 4 - Vantagens com implantação com software de gestão

Tabela 5 - Desvantagens com implantação com software de gestão

Tabela 6 – Resultados do teste de caso


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 11
3 OBJETIVO ............................................................................................................. 12
3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 12
3.2 OBJETIVO ESPECIFICO ............................................................................... 12
4 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 13
4.1 PLANEJAMENTO NA CONTRUÇÃO CIVIL .................................................. 13
4.1.1 GESTÃO DE OBRAS............................................................................... 13
4.2 PERDAS NAS CONTRUÇÃO CIVIL .............................................................. 15
4.2.1 CONCEITO ............................................................................................... 15
4.2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS ............................................................ 16
4.2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS PERDAS ............................................................. 19
4.2.4 PERDA DE MATERIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................ 20
4.3 PRODUÇÃO DE RESIDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................. 21
4.4 BENEFÍCIOS COM O FIM DO DESPERDÍCIO............................................. 22
4.5 TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................................... 23
4.6 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO .............................................................. 25
4.6.1 CLASSIFICAÇÃO..................................................................................... 25
4.6.2 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO C# ................................................. 26
4.6.3 DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..... 28
4.7 SOFTWARE DE GESTÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................. 29
4.7.1 CONCEITOS ............................................................................................ 29
4.7.2 SOFTWARE DE GESTÃO ....................................................................... 32
4.7.3 UML – LINGUAGEM DE MODELAGEM UNIFICADA ............................ 35
5 MATERIAIS E METODOS..................................................................................... 37
5.1 DESCRIÇÃO DE CASO DE USO .................................................................. 37
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 46
6.1 TESTE DE CASO ........................................................................................... 46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 54
9

1 INTRODUÇÃO

O campo da Engenharia Civil expandiu-se de modo acentuado a partir do


século XX, visto que a construção de grandes empreendimentos se fez necessária a
fim de auxiliar e acelerar o desenvolvimento econômico mundial vigente. Na medida
em que setor ampliava suas funcionalidades e absorvia novas informações, os
empreendimentos adquiriam projetos mais sofisticados, além de estruturas
inovadoras. Todavia, a presença de gastos dispendiosos de recursos e as elevadas
taxas de desperdícios e perdas expôs a relevância da implantação de ferramentas
tecnológicas, a fim de reduzir os efeitos e reparar as causas desse cenário.

Sabe-se que a execução dos projetos nos canteiros de obra mostra-se como a
etapa do empreendimento que torna mais visível as elevadas taxas de perdas como
reitera Braga (1999) e, consequentemente, concentra os materiais e recursos mais
ociosos na produção. A perda de recursos, como mão de obra, materiais,
equipamentos desnecessários e até mesmo tempo, expõe a grande lacuna presente
na engenharia civil, visto que as diversas inovações em técnicas de construção não
obtiveram acentuado sucesso na redução das despesas necessárias, desde a
elaboração do projeto até a entrega do produto final.

Nessa perspectiva, o surgimento dos softwares apresentou-se como um


caminho favorável à construção civil, em destaque aos softwares de gestão, os quais
permitem a implantação de programas específicos voltados ao gerenciamento dos
materiais e recursos, reduzindo as perdas e desperdícios, além de auxiliar a plena
execução do projeto de empreendimento a ser consolidado.

Através de uma revisão bibliográfica voltada à análise das perdas na


construção civil e da relevância da implantação de um sistema eficiente de
gerenciamento nesse campo, o presente trabalho objetiva o desenvolvimento e
apresentação de um software de gestão voltado a esse setor. Os estudos e análises
acerca das linguagens de programações consolidadas no mercado permitem a
elaboração de um programa eficiente, com um sistema seguro e de fácil manuseio
dotado de ferramentas destinadas ao cálculo de materiais necessários à obra e, a
partir disso, dos valores a serem gastos em cada etapa.
10

Essa perspectiva de introdução dos softwares de gestão na engenharia civil


apresenta-se relevante ao desenvolvimento do setor. Por meio de um gerenciamento
amplo e eficiente dos recursos, redução dos gastos dispendiosos e redução das
perdas nos canteiros de obras há uma transformação importante ao mecanismo de
construção, visto que eleva a eficiência em seus empreendimentos, aumentando
lucros e favorecendo os indivíduos que contratam esses serviços.
11

2 JUSTIFICATIVA

A necessidade de aperfeiçoar o processo produtivo e a contenção de gastos


faz com que a busca por avanços tecnológicos cresça de forma muito rápida,
principalmente, na área de construção civil. No Brasil, vive-se atualmente um período
de crise econômica e a diminuição dos custos é mandatório. Dessa forma, o anseio
por meios de produção mais econômicos está em bastante evidência nesse setor.

Além disso, a construção civil apresenta-se como uma grande produtora de


resíduos, o que se constitui um problema de grande impacto, uma vez que deve haver
processamento e descarte correto desses materiais. Sendo assim, não havendo a
correta aplicação desses procedimentos recomendados, poderá gerar problemas no
sistema de produção, além de despesas desnecessárias.

Com os avanços proporcionados pela tecnologia, os quais ajudaram a criar


técnicas e procedimentos que deixaram as produções mais rentáveis, a criação de um
software de gestão se mostra bastante eficaz na redução do custo e,
consequentemente, na diminuição na produção de resíduos. Logo, com uma
modelagem simples e cálculos mais precisos, essa plataforma de apoio, em conjunto
com a metodologia produtiva, mostra-se promissora e efetiva no campo da construção
civil, especialmente em obras de pequeno porte onde, em geral, não se tem recurso
para aquisição de softwares específicos que quase sempre tem alto custo.
12

3 OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um software de gestão de materiais utilizados em obras de


construção civil de pequeno porte com o intuito de minimizar custos e desperdícios.

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

-Estudo sobre gestão de obras e produção de resíduos;

- Estudo sobre os materiais desperdiçados em obras de pequeno porte;

- Estudo sobre o uso de tecnologias na construção civil;

- Estudo da linguagem de programação C#;

- Estudo sobre a linguagem orientada a objeto;

- Desenvolvimento da interface gráfica do software;

- Desenvolvimento das classes do software;

- Testes de validação;

- Análise de dados e discussão;


13

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 PLANEJAMENTO NA CONTRUÇÃO CIVIL

4.1.1 GESTÃO DE OBRAS

A gestão de projetos, regulamentada no território brasileiro pela lei 5.194, de


1966, é a organização e coordenação eficiente dos recursos envolvidos em uma obra,
como humanos e financeiros, além dos materiais e equipamentos necessários para
sua implantação. Sendo assim, para alcançar os objetivos preestabelecidos do
projeto, o qual consiste em um conjunto de atividades relacionadas entre si, faz-se
necessário o gerenciamento dos componentes de cada fase, de modo a atingir maior
eficácia. (LIMMER, 1997)

Inicialmente, o gerenciamento de um projeto envolve a estruturação de uma


equipe a fim de coordenar as atividades. A partir disso, o gestor deve definir as
responsabilidades dessa equipe, desenvolver mecanismos para controlar e avaliar o
andamento do projeto, como também para executar decisões relevantes. Desse
modo, há a consolidação de uma atitude empresarial pautada em um comportamento
organizacional, no qual é primordial o êxito do trabalho coletivo que envolve atividades
diversas com o objetivo em comum.

Além disso, a gestão de obras norteia-se na busca pela qualidade da execução


do projeto visando um gerenciamento de diversos aspectos, como prazo, custo,
qualidade e risco, afim de reduzir gastos, evitar desperdícios de materiais e cumprir
metas, como reiterou Limmer (1997).

4.1.1.1 PLANEJAMENTO DE TEMPO


14

O planejamento do tempo de uma obra relaciona-se com a criação e gestão de


um cronograma elaborado de modo a integrar todas as etapas do projeto de
construção visando um melhor aproveitamento do tempo disponível.

Para executar um planejamento do tempo de um projeto não se deve


estabelecer, exclusivamente, datas de início e termino da obra, mas também estipular
metas parciais em prol do objetivo central, ou seja, a conclusão do projeto. Além disso,
como abordado por Limmer (1997), o quantitativo e qualitativo da mão de obra e a
disponibilidade de recursos, financeiros e materiais, são essenciais para estipulação
do tempo total.

É inegável que cada projeto tem sua especificidade, dessa forma, como afirma
Polito (2013), para uma gestão mais eficiente faz-se necessário analisar
cautelosamente os desafios e peculiaridades que envolvem a obra, haja vista que
nenhuma metodologia de gestão se adapta a todos os ambientes.

4.1.1.2 PLANEJAMENTO DE CUSTO

O plano de custo, ou orçamento, consiste na quantização dos gastos


necessários à concretização de um projeto. Esse planejamento objetiva uma
estipulação do que será gasto no decorrer de cada etapa do empreendimento,
evitando, assim como afirmou Azevedo (1985), desperdícios de recursos, como
materiais e energias, além de fornecer uma referência para analisar os rendimentos
obtidos e controlar a execução desse.

Segundo Dias (2011), o planejamento de custo em um projeto não se finda com


a determinação dos gastos, uma vez que deve acompanhar as fases da construção
com rigor a fim de garantir o controle e manutenção da mesma.

Para elaborar uma orçamentação é preciso considerar os custos diretos e


indiretos do projeto. Essas despesas diretas, descritas por Tisaka (2006), são os
gastos ligados diretamente na produção da obra, a exemplo dos materiais, mão-de-
obra, equipamentos auxiliares e infraestrutura adequada. Já as despesas indiretas se
relacionam aos elementos secundários necessários à concretização da obra, como
tributos.
15

4.1.1.3 PLANEJAMENTO DE QUALIDADE

O planejamento de qualidade versa, de acordo com Thomaz (2001), um


conjunto de procedimentos, responsabilidades e recursos, os quais anseiam o
aperfeiçoamento da gestão e controle das atividades que compõem o
empreendimento. Sendo assim, ao implantar um sistema de qualidade na construção
civil, se pretende melhorar a qualidade e produtividade do serviço, com adequação
dos recursos disponíveis.

Assim, como foi abordado por Mattei (1998), os alicerces necessários para
implementação do planejamento de qualidade mostram-se fundamentais e compõem
os passos estabelecidos, sendo esses:

a) Diagnostico inicial: focado nos processos e nas pessoas, visa


estabelecer os elementos responsáveis para desenvolvimento do sistema.

b) Treinamento: qualificação de pessoas encarregadas de executar


com eficiência os requisitos das normas estabelecidas em torno da sua função.

c) Desenvolvimento do sistema: definir a política de qualidade.

d) Implementação do sistema: momento de treinamento, adequação


e avaliação das práticas implantadas.

e) Seleção e contração da entidade certificadora: escolha de


certificadora credenciada pelos órgãos governamentais competentes.

4.2 PERDAS NAS CONTRUÇÃO CIVIL

4.2.1 CONCEITO

A perda na construção civil é vista, frequentemente, apenas como o desperdício


de materiais. Todavia, esse conceito engloba também todos os gastos excedentes e
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desnecessários relacionados ao empreendimento, como serviços ineficientes, mão-


de-obra desqualificada e uso equivocado dos equipamentos.

A perda é um fator determinante à qualidade do produto final, na medida que


eleva os custos e reduz a eficiência dos serviços. Sendo assim, como afirmou Picchi
(1995), “perda é tudo aquilo que é despendido além do necessário em uma situação
ideal”. Assim, o controle das perdas em uma obra é de suma importância para
alcançar, com competência, os objetivos estipulados no projeto.

4.2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS

A classificação das perdas permite a identificação de suas causas principais e


o conhecimento de sua natureza com o intuito de reduzi-las. Desse modo, com base
nos estudos de Skoyles, (1976), Skoyles & Skoyles (1987) e Santos (1996), as perdas
estão agrupadas em acordo com sua natureza, sua origem, seu controle e seu
momento de incidência.

4.2.2.1 QUANTO À NATUREZA

Entende-se como natureza das perdas o modo como essas ocorrem, sendo
assim estão classificadas em:

Tabela 1 – Classificação das perdas quanto a sua natureza

NATUREZA DEFINIÇÃO

Superprodução desperdício provocado pela produção


exagerada de um material, a exemplo do
excesso de concreto para um
determinado período laboral.
17

Substituição uso de material ou equipamento que


supere em valor ou qualidade os que
foram pré-determinados no projeto.

Espera relaciona-se a ausência de sincronia


entre os trabalhadores, os fluxos de
materiais e as disponibilidades dos
equipamentos.

Transporte associada ao manuseio demasiado dos


elementos necessários a plena
progressão da obra.

Estoque decorre do acumulo desnecessário dos


materiais e equívocos na orçamentação.

Fonte: Skoyles, (1976), Skoyles & Skoyles (1987) e Santos (1996)

4.2.2.2 QUANTO A ORIGEM

Os desperdícios associados a origem estão relacionados a equívocos nos


processos que envolvem a construção civil diretamente, como planejamento e
execução do projeto, ou indiretamente, a exemplo da fabricação dos materiais e
preparação dos recursos humanos. Em síntese, essas perdas resultam de uma série
de fatores, ações ou decisões relacionadas às várias etapas desse processo, como
visto em Skoyles & Skoyles (1987) e em Enshassi (1996).

4.2.2.3 QUANTO AO SEU MOMENTO DE INCIDÊNCIA

Com relação ao momento de incidência, as perdas estão reunidas em 3 grupos


principais, assim como está explicito em Franchi et al (1993), conforme a figura abaixo:
18

Figura 1 – Agrupamento nas perdas devido ao momento de incidência

Fonte: Próprio autor

Como afirma Paliari (1999), para uma maior eficiência nessa classificação cabe
a associação entre cada momento de incidência e as etapas do processo de
construção, as quais são concepção, suprimentos, execução e uso-manutenção.

4.2.2.4 QUANTO AO SEU CONTROLE

A classificação das perdas no que se refere ao seu controle envolve a


capacidade do empreendimento em gerir seus materiais, equipamentos e mão de obra
por meio das tecnologias e métodos aplicados pelos seus gestores.

Nesse aspecto, as perdas podem ser consideradas ou evitáveis ou inevitáveis


de acordo com a relação custo-benefício (SANTOS et al,1996). As perdas evitáveis
correspondem aos componentes da construção, nos quais os gastos com a prevenção
do seu desperdício são menores do que o prejuízo gerado pelo seu
19

desaproveitamento. No entanto, perdas inevitáveis, também chamadas de naturais,


relacionam-se com a inviabilidade da sua prevenção.

4.2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS PERDAS

A identificação das perdas é importante para melhoria de qualidade e


produtividade dos serviços. Como já citado no item 4.2, existem vários tipos de
desperdícios, portanto, o gestor do empreendimento tem a função de buscar
metodologias para identificar tais perdas de forma eficiente.

Dessa forma, a criação de uma metodologia envolve o levantamento de dados


com o maior número possível de observações, utilizando princípios já adotados por
outros processos de produção. Assim, a obtenção dessas informações servirá como
base de dados para elaboração do processo de identificação de perdas. Dessa forma,
consoante ideias de Paliari (1999) para identificação eficaz das perdas é necessário
após a coleta de dados e identificação das causas promover ações de intervenção
(figura 2).

Figura 2 – Diagrama para identificação e correção das perdas


20

Fonte: Próprio autor

Após a coleta e análise dos dados dos empreendimentos observados haverá a


identificação dos principais causadores desses desperdícios e, por fim, serão criados
métodos de intervenções que ajudarão na diminuição e até mesmo fi ndá-los.

4.2.4 PERDA DE MATERIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A perda de materiais é um dos principais problemas enfrentados por empresas


na área da construção civil. Nesse aspecto, a busca por novos meios que visem
reduzir esse cenário e beneficiar o empreendimento é evidente. É válido ressaltar que
essas perdas podem ocorrer não apenas com o manuseio inadequado de material,
mas também através de outros fatores, como o transporte, estocagem, além da
correção de alguma falha, a exemplo da correção de uma parede não alinhada, na
qual há necessidade de remoção da diferença existente com o reboco.

Desse modo, em acordo com as ideias de Souza, expostas no Estadão (2002),


o entulho constitui-se apenas como a parte visível da perda de materiais, pois também
é possível encontrá-la nas etapas básicas da construção, a exemplo da fundação,
alvenaria e cobertura, nas quais o percentual de perdas alcança 9%. Já na parte de
revestimento, como argamassa, chapisco e reboco, chega a atingir 50%.

Conforme os dados da Tabela 2, com base no quantitativo de estudos de caso


(N), há uma perda muito grande de materiais básicos, como areia e cimento na
execução do empreendimento, a qual chega a atingir um percentual de 638%,
evidenciando números preocupantes nas taxas de desperdício. Dessa forma, é
perceptível a dispersão relevante na areia, na qual o percentual máximo é de 311%
e o mínimo de 7%. Logo, esse cenário expõe a predominância de falhas na gestão
de materiais em alguns canteiros de obras, as quais podem estar relacionadas à
estocagem para argamassa.

Tabela 2 – Materiais básicos: perdas na obra detectadas por esta pesquisa (FINEP /
ITQC/PCC) e por outras fontes
21

Materiais PINTO SOIBELMAN FINEP / ITQC/PCC


básicos (1989) (1993)
Media Mediana Mínimo Máximo N

Areia 39 44 76 44 7 311 28

Saibro - 182 174 134 347 4

Cimento 33 83 95 56 6 638 44

Pedra - - 75 38 9 294 6

Cal - - 97 36 6 638 12

Fonte: Souza, 1998

Portanto, a necessidade e relevância da melhoria na qualidade da gestão de


materiais nas obras beneficiaria não apenas o gestor, por meio da redução de gastos
e serviços, como também o meio ambiente e a comunidade circunvizinha à obra, com
a diminuição na criação de resíduos.

4.3 PRODUÇÃO DE RESIDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Sabe-se que a construção civil é um grande consumidor de recursos naturais,


como também é um grande produtor de resíduos. Consequentemente, há diversas
discussões acerca dessa produção de resíduos objetivando a busca de soluções para
esse cenário, a exemplo da diminuição da produção e, até mesmo reaproveitamento
dos materiais.

Inegavelmente, essas perdas resultam de uma ineficiência do sistema


produtivo, no qual falhas mostram-se evidentes desde o início do planejamento, como
na elaboração do projeto, perpetuam-se no recebimento e estocagem dos recursos e
afetam diretamente o processo final, isto é, a execução do empreendimento.

Consoante as ideias expostas por Souza et al (2004), o empreendimento de


construção civil constitui-se por várias etapas, sendo possível listar a “Concepção”, o
“Planejamento”, a “Aquisição”, a “Produção” e a “Utilização”, nas quais existem
significativa produção de resíduos. Todavia, a etapa de produção destaca-se pela
produção mais acentuada desses materiais remanescentes.
22

Além disso, os resíduos produzidos pelo empreendimento podem ser


classificados, conforme Andrade (1999) apud Souza et al (2004) nas categorias
listadas abaixo:

a) Forma de manifestação: relaciona-se à forma como a produção de


resíduos ocorreu, sendo possível citar pontas de aço não reaproveitáveis e a
argamassa perdida devido a embalagens danificadas.

b) Momento de incidência na etapa de produção: a execução de um


empreendimento possui diversas etapas, a exemplo de transporte, estocagem e
processamento, nas quais há produção de resíduos em todos esses processos de
modo que a intensidade e manifestação dessas perdas varia de acordo com o
material e serviço presentes.

c) Causas: relaciona-se com os fatores diretos que geram resíduos, a


exemplo dos materiais perdidos devido ao uso de ferramentas inadequadas na
execução de determinadas atividades.

d) Origens: constitui-se em produção de resíduos através de decisões


equivocadas ou ausência de medidas que preveniriam essas perdas.

Dessa forma, existem vários mecanismos que promovem a diminuição da


geração de materiais remanescentes, como um melhor planejamento do projeto,
através da utilização de software, uma organização mais eficiente do canteiro de obra,
além de melhorias no gerenciamento dos processos produtivos e dos materiais.

No entanto, apesar da implantação dessas melhorias, não há eliminação total


na produção de resíduos, uma vez que por menos significativo que seja, uma geração
mínima de recursos ociosos existirá. Logo, cabe à empresa promover ações
específicas na gestão do empreendimento, como reaproveitamentos e reciclagens,
em prol da eliminação dos resíduos gerados.

4.4 BENEFÍCIOS COM O FIM DO DESPERDÍCIO


23

Em acordo com o exposto, a redução e/ou eliminação de fatores administrativos


e laborais que acarretam o desperdício nos canteiros de obra resultam em benefícios
importantes tanto para o empreendedor quanto para a comunidade circunvizinha à
construção. Consoantes as ideias Santos e Farias (1998), ao aplicar a concepção de
construção enxuta, que consiste em aumentar a eficiência da produção ao eliminar
desperdícios, busca-se a eliminação consistente e completa de perdas materiais.

Esse cenário evidencia-se ao empreendedor na medida em que é perceptível


a execução da obra de forma fidedigna ao planejado no projeto inicial, sendo possível
alcançar uma otimização na gestão dos materiais, da mão de obra e do tempo. Dessa
forma, há uma melhora na qualidade produtiva tornando o empreendimento mais
eficiente, a partir da redução do tempo de produção e de gastos desnecessários, como
aquisição de materiais e equipamentos ociosos.

Além disso, esse planejamento de gestão a fim de reduzir os desperdícios


proporciona benefícios à comunidade ao entorno da obra, visto que resulta na
diminuição significativa de entulhos e resíduos poluentes, os quais desencadeiam
transtornos diversos aos indivíduos afetados.

4.5 TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A priori, a busca por inovações tecnológicas a fim de melhorar a eficiência e


reduzir despesas é de suma importância à transformação e ao aprimoramento da
construção civil. O desenvolvimento de software, processos, materiais e
equipamentos permitem um aumento significativo da otimização do processo
produtivo.

Nessa perspectiva, ao observar os dados recolhidos por Oliveira et al (2014)


nos estados brasileiros de São Paulo (SP), Santa Catarina (SC), Maranhão (MA) e
Sergipe (SE), o aumento na implantação das novas tecnologias nas empresas
brasileiras de construção promoveu avanços significativos em diversos setores dos
canteiros de obras além de melhorar a qualidade, a exemplo na melhoria do apoio e
dignificação da mão de obra, como também uma melhor organização do canteiro e
dos mecanismos de segurança do trabalho mais efetivo.
24

Tabela 3 – Percentual de verificação para cada grupo de itens

GRUPO DE ITENS Respostas SP SC MA SE Total

1- Apoio e Sim 69% 51% 56% 70% 63%


dignificação da
Não 29% 49% 43% 26% 34%
mão-de-obra
Em 2% 0% 1% 4% 2%
implantação

2- Organização de Sim 56% 34% 48% 61% 53%


canteiro
Não 43% 65% 51% 38% 46%

Em 1% 1% 1% 1% 1%
implantação

3- Movimento de Sim 56% 33% 42% 49% 46%


materiais e
Não 44% 67% 58% 51% 54%
deslocamentos
internos Em 0% 0% 0% 0% 0%
implantação

4- Ferramentas, Sim 44% 21% 36% 60% 45%


maquinas e
Não 56% 73% 64% 40% 54%
técnicas
especificas Em 1% 7% 0% 0% 1%
implantação

5- Segurança do Sim 70% 47% 56% 76% 65%


trabalho
Não 30% 53% 40% 23% 33%

Em 0% 0% 4% 1% 1%
implantação

6- Comunicação Sim 51% 25% 43% 43% 42%


interna
Não 48% 75% 56% 54% 56%
25

Em 1% 0% 1% 3% 2%
implantação

Fonte: Oliveira et al (2014)

Dessa forma, é perceptível o quão importante se mostra a implantação das


inovações tecnológicas no aperfeiçoamento da construção civil. Em suma, essa
relevante ferramenta destacou-se nesse ramo ao proporcionar cálculos mais
eficientes, a exemplo dos cálculos de quantitativo de materiais, de precisão no
dimensionamento de pavimentos, entre outros. Além disso, fundamentado no uso
dessas tecnologias, tornou-se possível ao empreendedor uma melhor otimização na
execução do projeto, a partir da diminuição do tempo produtivo, da aplicação de
ferramentas auxiliares e da elaboração de projetos mais precisos e objetivos.

4.6 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO

A priori, sabe-se que a linguagem compreendida por computadores, isto é, a


linguagem de máquina que permite a compreensão e plena execução dos comandos
almejados engloba somente sequências numéricas. Consequentemente, a
construção de programas e o planejamento de instruções a serem seguidas pelos
computadores utilizando apenas desse tipo de linguagem torna-se extremamente
trabalhosa e exige de uma demanda de tempo explicitamente maior. Nessa
perspectiva, em acordo com as concepções de Medina (2005), o desenvolvimento de
novas linguagens de programações advém da necessidade de facilitar o processo de
construção dos algoritmos, na medida em que são implantados mecanismos
linguísticos de comandos e de comunicação mais semelhantes à linguagem natural
entre os indivíduos que auxiliam em linguagens de informática mais compreensíveis
ao programador.

4.6.1 CLASSIFICAÇÃO

Desde o século XIX, há uma constante modificação e aprimoramento nas novas


tecnologias, as quais afetam, inegavelmente, as linguagens de programação. Sendo
26

assim, durante a busca por novas linguagens que atendessem as demandas das
inovações tecnológicas e reduzissem as taxas de erros fez-se preciso, como reiteram
Ferraz e Werner (2013), “o desenvolvimento de sistemas complexos de uma forma
confiável, tendo baixo custo na produção e manutenção caso houvesse necessidade”.

Em decorrência desse processo de elaborações e adaptações, a diversidade


de linguagens de programações desenvolvidas pode ser classificada em categorias
principais segundo Gudwin (1997):

a) Linguagem de Baixo Nível: constituem a chamada “Linguagem Assembly”,


ou seja, a unificação de todas as linguagens de baixo nível. Caracteriza-se pela
semelhança entre suas instruções com a linguagem das máquinas, em decorrência
disso, seu uso pelo programador demanda de determinada complexidade e exigência.

c) Linguagem Procedurais: caracterizam-se pela existência de estruturas de


controle que permitem testes de condições, além de selecionar alternativas, dividir o
código do programa em módulos e comandar repetições de grupos de códigos. Esse
tipo de linguagem destaca-se pela presença de algoritmos, os quais podem
estabelecer sequências de comandos. Dentre essa categoria, as linguagens mais
utilizadas são o C, o Fortran e o Pascal.

e) Linguagem Orientada a Objetos: visando a organização do processo de


programação, essa categoria de linguagem surge com uma representação mais
fidedigna possível dos sistemas computacionais. Torna a construção de software mais
prática e permite a implantação de sistemas mais complexos de forma mais segura.
Além disso, possui conceitos específicos, como abordados por Gudwin (1997), que
auxiliam em sua interpretação e execução. São exemplos dessa categoria a
linguagem Java, C#, Simula e Smalltalk.

4.6.2 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO C#

O C# é uma linguagem de programação que foi criada com o intuito de


desenvolver software na plataforma .NET Framework ambas da Microsoft®.
Caracterizada por uma linguagem simples, tem fácil entendimento, permitindo seu
manuseio por qualquer indivíduo detentor de conhecimento prévio de programação.
27

Os elementos que constituem a C# têm sua construção baseada,


principalmente, nas linguagens C++ e Java. Além disso, sua sintaxe é semelhante
com a linguagem c++, na qual pontos e virgulas (;) são usados nos fins das
declarações, chaves ({}) estão relacionadas no agrupamento de declarações.

A linguagem C# possui como uns dos principais recursos a orientação de


objetos, facilitando de modo significativo criação de aplicativos. Além disso, a
unidade de programação C# é a classe, isto é, padrão que dá origem a um conjunto
de objetos semelhantes entre si. Essa linguagem de programação possui como
plataforma de desenvolvimento o Software Visual Studio da Microsoft, o qual fornece
amplas vantagens no desenvolvimento de software, como a orientação de objetos,
validação de dados e, até mesmo tratamento de erros.

A técnica de orientação de objetos, a qual visa a organização do processo de


programação, torna a construção de software mais prática e permite a implantação de
sistemas mais complexos de forma segura. Tal técnica relaciona-se ao conceito de
objetos, ou seja, elemento computacional que representa uma entidade, seja está
abstrata ou concreta. Dessa maneira, é uma forma de desenvolver softwares mais
atrativos, permitindo ao programador adicionar componentes, como botões, caixas de
texto, entre outros de forma simples, deixando-o mais sofisticado e elegante ao
usuário.

Esse mecanismo pode ser implementado em várias linguagens de


programação, assim como Java, C#, Python e C++, havendo diferenças no processo
de implementação, todavia os conceitos fundamentais da orientação de objetos estão
presentes em todas essas linguagens.

A orientação de objetos possui conceitos principais abordado por Reis (2015)


e Gudwin (1997), como:

a) Classe – É uma forma de definir tipo de dado, ela é formada por


dados e componentes. Para definir esses dados são utilizados os atributos,
para definir a componente são utilizados os métodos. Em síntese, é o conjunto
de objetos que possuem características e comportamentos em comum
b) Objeto – Representação de um determinado elemento do mundo
real relevante à solução de um problema. Trata-se da ocorrência especifica da
classe, é a base da orientação de objetos.
28

c) Encapsulamento – Consiste em esconder os atributos da classe,


isso pode acontecer por dois motivos, sendo esses a manutenção de um código
de determinada classe dentro dela mesmo e para a não utilização de uma
classe de forma incorreta.
d) Associação de classes – É quando uma classe tem qualquer
relação com outra classe, como por exemplo se uma pessoa tem uma casa a
classe pessoa está associada a classe casa.
e) Herança – tipo de relacionamento que define que uma classe faz
parte de outra classe, a exemplo da classe funcionário que é uma pessoa,
assim a funcionário está relacionado a classe pessoa. Ou seja, é o mecanismo
que permite a reutilização de uma estrutura ou comportamento de uma classe
a fim de elaborar uma nova classe.

4.6.3 DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE NA CONSTRUÇÃO


CIVIL

Devido ao universo laboral tão competitivo e seletivo, a necessidade de um


profissional qualificado e que detém saberes de diversos âmbitos tornou-se
imprescindível ao destaque e plena execução das atividades de um indivíduo em
qualquer setor. Dessa forma, a construção civil não se distancia desse cenário, uma
vez que a formação dos engenheiros contemporâneos tange conhecimentos
predominantes de outras áreas, todavia, que são imprescindíveis a um profissional
completo.

Sendo assim, a linguagem de programação tornou-se uma ferramenta presente


no dia a dia da Engenharia ao auxiliar e aperfeiçoar a execução das mais diversas
atividades. A implantação de software e de determinados programas mostram-se
como relevantes aos profissionais, na medida em que a solução de problemas
complexos é facilitada e o planejamento e execução das obras são realizados de
modo mais efetivo e qualitativo.

O domínio e aplicação da linguagem de programação pelos engenheiros


permite a realização de cálculos mais precisos, simulações fidedignas à realidade e
uma gestão eficiente do projeto, desde o monitoramento do canteiro de obras até a
29

prevenção de gastos desnecessários associados ao desperdício de tempo, materiais,


instrumentos e da própria mão de obra. Nessa perspectiva, cabe citar softwares
específicos desenvolvidos e aplicados diretamente na construção civil como
ferramenta de controle e aumento da qualidade do projeto, a exemplo de AutoCAD
(associado ao CAD), MathLab (relacionado ao cálculo) e Arena (ligado à simulação).

Nessa perspectiva, torna-se evidente a relevância das linguagens de


programação à construção civil, na medida em que permitem o aprimoramento
profissional dos engenheiros. Dessa forma, a partir da disseminação e implantação
desse conhecimento nas atividades desses profissionais, tornou-se pertinente o
aumento da qualidade dos projetos, melhor administração dos recursos e gestão do
empreendimento, além da redução de erros e desperdícios. Em suma, o uso dos
algoritmos auxilia a capacitação profissional desses indivíduos ao torná-los capazes
de lidar com problemas e solucioná-los por meios mais eficientes e confiáveis.

4.7 SOFTWARE DE GESTÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

4.7.1 CONCEITOS

Compreende-se por softwares o conjunto de instruções e regras a serem


seguidas pelo computador em prol da execução de atividades específicas. Desse
modo, entende-se por software de gestão, conhecido também por Planejamento de
Recursos Empresariais (ERP), uma ferramenta tecnológica que, através de
programas intrínsecos às necessidades envolvidas no empreendimento, objetivam
aperfeiçoar o controle de uma empresa sob suas despesas, mão de obra, fluxo de
informações, além de promover um gerenciamento ágil e seguro.

Em acordo com as ideias de Schmitt (1998), a implantação de recursos


computacionais na Engenharia Civil é cada vez maior. Dessa forma, esse cenário
mostra-se como consequência dos benefícios gerados pelo uso de ferramentas
tecnológicas, em destaque aos softwares de gestão nos empreendimentos de
construção. Todavia, é imprescindível uma análise específica na estrutura e
30

organização do canteiro de obra antes da implantação desse instrumento de


gerenciamento, visto que para um funcionamento eficiente faz-se necessárias
adaptações e treinamentos específicos, a exemplo da capacitação de manuseio dos
trabalhadores.

A implantação dos ERPs no setor da construção civil acarreta em benefícios


relevantes às empresas, na medida em que melhora significativamente sua eficiência
e, consequentemente, a qualidade do seu produto. Essas vantagens são visíveis nas
mais diversas questões de um canteiro de obra, uma vez que a gestão eficiente
acarreta em transporte e armazenamento dos recursos de modo a evitar desperdícios,
auxilia os funcionários na efetivação de suas atividades em acordo com os objetivos
da empresa.

Vieira (2006) aponta que as principais vantagens (Tabela 4) relacionadas ao


uso dos softwares de gestão são:

a) Integração e padronização

b) Eficiência

c) Evitar desperdício

d) Otimiza adaptações

e) Evita redundâncias

Tabela 4 – Vantagens com implantação com software de gestão

VANTAGEM CONSEQUÊNCIA

Integração e Padronização Visão ampla dos dados do


empreendimento e implantação de
ações padronizadas nos diversos
setores
Eficiência Gerenciamento adequado às
necessidades do projeto com velocidade
e otimizando atividades
Evitar desperdício Agilidade reduz o tempo de serviço e a
organização gere as despesas e os
materiais
31

Adaptações Favorecem as mudanças de mercado e


auxilia mecanismos de adaptações
rápidos e satisfatórios
Evitar redundância Rastreamento de erros por meio do fluxo
integrado de dados
Fonte: Vieira (2006)

No entanto, a implantação dos ERPs pelas empresas de construção ocasiona


algumas desvantagens (Tabela 5) relacionadas ao seu uso. Os gastos necessários à
adoção desses softwares constituem-se como um dos principais ônus gerados por
esse recurso, visto que uma implantação adequada exige tempo e recursos
financeiros.

O fluxo de informações integradas e a agilidade dos processos efetuados pelos


gestores promovidos com o uso dessa ferramenta gera a necessidade de imposições
de padrões que englobem todos os setores, isto é, há necessidade de uma
reformulação e adaptações internas na execução dos trabalhos pelos funcionários, o
que envolve tempo e impõe treinamentos adequados a todos os indivíduos que
exercem atividades nos canteiros de obra.

Os softwares de gestão são desenvolvidos e comercializados por fornecedores


específicos, sendo assim, consoante as ideias de Palazzo et al (2006) apud Sallaberry
(2009), a adoção desses sistemas acarreta em dependência das construtoras, na
medida em que o domínio da tecnologia envolvida, como os comandos e as
configurações necessárias, é do fornecedor do software e não da empresa.
Consequentemente, as questões técnicas que podem ser enfrentadas pelas
construtoras, a exemplo de problemas na performance do sistema e de
parametrização, mostram-se diretamente relacionadas aos fornecedores e ao seu
domínio sobre o ERP, portanto, é uma desvantagem relevante a ser considerada.

Tabela 5 - Desvantagens com implantação com software de gestão

DESVANTAGENS CONSEQUÊNCIA

Despesas para a implantação Gastos de recursos financeiros e de


tempo no processo de implantação e
adaptações
Adaptação aos novos métodos de Mudanças nos padrões presentes no
trabalho empreendimento antes do uso do
software
32

Fornecedores Dependência das empresas aos


fornecedores e seu domínio sobre a
tecnologia implantada
Problemas técnicos Falhas no sistema, na parametrização e
na integração
Fonte: Palazzo et al (2006) apud Sallaberry (2009)

Apesar das desvantagens citadas acima, a adoção dos softwares de gestão


nos empreendimentos da construção civil e os resultados obtidos favoráveis às
construtoras, como a velocidade, integração, agilidade e redução de gastos
dispendiosos evidenciam a sobreposição das vantagens sobre os ônus no canteiro de
obras.

4.7.2 SOFTWARE DE GESTÃO

Devido à necessidade do aperfeiçoamento da gestão dos recurso e gastos da


construção civil, vê-se necessário a utilização de software de gestão. Dessa forma o
setor de elaboração e comercialização desse aplicativos estão em grande evidencia,
sendo possível lista:

a) Aplicativo Reforma simples

O Reforma simples constitui-se em um aplicativo disponível para


smartphones que elabora orçamentos para obras ou reformas através
de cálculos quantitativos de materiais. Suas funções incluem o cálculo de
infraestrutura e fundação, pavimentação interna e externa, estrutura, paredes,
revestimento, pintura, cobertura, entre outros. Após a conclusão do orçamento, o
aplicativo permite salvá-lo a fim de facilitar o acesso aos gastos necessários e permitir
alterações futuras.
Existe disponível para download a versão
gratuita do “Reforma Simples” e, mais ampla, a versão paga, denominada “pro”, na
qual há diversos serviços exclusivo, a exemplo de cálculos relacionados
à impermeabilização, na categoria Infraestrutura e
fundações, à pastilha cerâmica, na categoria de “Revestimento”, entre outros.
33

Além disso, o aplicativo disponibiliza a atualização mensal ilimitada dos preços


SINAPI, prioridade no lançamento de recursos novos e layout otimizado.

Figura 3 – Interface gráfica do aplicativo “Reforma Simples”.

Fonte: Fulgêncio (2016)

b) Aplicativo “II CAPP”

O “II CAPP” é um software que realiza o cálculo do quantitativo


de materiais necessários a uma obra. Dentre suas funcionalidades inclui-
se o cálculo da quantidade de cimento, capa isolante, alvenaria, reboco,
revestimento, piso, telhado, estrutura, entre outros. Ao término dos cálculos,
o software disponibiliza o arquivamento do orçamento no próprio programa, ou enviar
por e-mail e exportar por PDF ou EXCEL, em acordo com as necessidades do
usuário.
Apesar de ser um aplicativo gratuito, o idioma do sistema restringe-se ao
espanhol.

Figura 4 - Designer do aplicativo “II CAPP”.


34

Fonte: Site Web Capp

c) Aplicativo “Construcalc”

O “Construcalc” é um aplicativo disponível exclusivamente para smartphones.


Possui versões gratuita e paga, sendo a última diferenciada devido à presença
de funções mais sofisticadas, a exemplo da tradução
para diversos idiomas, como inglês, francês e espanhol, além de permitir o encontro
de profissionais da área da construção civil próximos à obra.
Além disso, o aplicativo faz cálculo do quantitativo de materiais, como por
exemplo o cálculo do concreto, paredes, piso grosso, piso completo, piso Inter
travado, azulejo, pastilhas, gesso, reboco, pintura, PVC e telhas. Por fim, mostra-se
como seu diferencial a possibilidade de adicionar o percentual da taxa de perdas
no cálculo do orçamento, o que permite a obtenção de valores mais fidedignos à
realidade do canteiro de obra.

Figura 5 - Designer do aplicativo “ConstruCalc”.


35

Fonte: Silva (2017)

4.7.3 UML – LINGUAGEM DE MODELAGEM UNIFICADA

A UML - Linguagem de Modelagem Unificada- é uma linguagem modelar


orientada a objetos elaborada a fim de estabelecer uma linguagem visual comum, a
qual permita uma visualização mais simples no desenvolvimento de software. Como
abordado em Lucidchart (2018), essa linguagem estabelece uma visão, semântica e
sintaticamente diversificada, para a compreensão estrutural e comportamental do
sistema de softwares complexos. A UML é composta por diversos modelos de
diagramas, os quais descrevem o limite, a estrutura, o comportamento e os objetos
neles contidos.

Segundo Bezerra (2015), o processo de desenvolvimento que adote a UML


envolve a criação de diversos documentos, podendo ser textuais ou gráficos. O autor
aponta ainda a representação gráfica como a melhor forma de representar o
desenvolvimento, nesse caso, o diagrama.

Além disso, para cada tipo de projeto há um modelo de diagrama para


representa-lo, a exemplo de diagramas comportamentais, os quais incluem diagrama
de atividade, diagrama de comunicação, diagrama de sequência, diagrama de tempo,
36

além do diagrama de caso de uso. É possível ressaltar dentre esses, o diagrama de


caso de uso e o de sequência, caracterizados abaixo:

a) Diagrama de caso de uso – representa uma determinada


funcionalidade do sistema, ilustrando como as funcionalidades se relacionam e
seus controles internos e externos.
b) Diagrama de sequência – representa como os objetos interagem
entre si e a ordem em que ocorrem.
37

5 MATERIAIS E METODOS

Inicialmente foi feita uma análise com base em uma revisão literária acerca da
introdução dos softwares de gestão e das linguagens de programação no setor da
construção civil. A partir disso, aprofundou-se o estudo sobre a linguagem C# para,
deste modo, desenvolver o software de gestão de obras.

A elaboração do software envolveu o desenvolvimento dos diagramas em UML,


sendo esses o de caso de uso e o de sequência, por meio do ---- . Em seguida, foi
desenvolvida a interface gráfica e a parte funcional no programa Visual Studio, ou
seja, as classes, métodos e objetos.

Findado esse processo, foi realizado um teste de caso a fim de validar a


eficiência do software desenvolvido e testar as suas funcionalidades. Dessa forma,
conforme os resultados obtidos foi possível desenvolver discussões acerca dos dados
obtidos e sua relevância ao setor da Construção Civil no que se refere à gestão das
obras e, consequentemente, redução das perdas e de gastos dispendiosos.

5.1 DESCRIÇÃO DE CASO DE USO

1- Cálculo do Piso

Sumário: O usuário utiliza o sistema para calcular o quantitativo de pisos.

Autor primário: Usuário

Fluxo principal:

1- O usuário insere dados no programa: Área total (A), seleciona o


tamanho do piso (AP), valor do metro quadrado do piso (VP) e o valor da mão
de obra por metro quadrado(VMOM).
2- Em seguida o programa realiza os cálculos e o usuário visualiza
os valores: quantidade de piso, valor do material, valor da mão de obra.
38

Figura 6: Tela do software cálculo do piso

Fonte: Próprio autor

2- Cálculo do telhado

Sumário: O usuário utiliza o sistema para calcular o quantitativo de telhas.


39

Autor primário: Usuário

Fluxo principal:

1- O usuário insere dados no programa: Área total (A), seleciona a


inclinação (IN), seleciona tipo de telha (TT), valor unitário da telha (VT).
2- Em seguida o programa realiza os cálculos e o usuário visualiza
os valores: Quantidade de telhas, valor do material.

Figura 7: Tela do software cálculo do telhado

Fonte: Próprio autor

3- Cálculo do bloco

Sumário: O usuário utiliza o sistema para calcular o quantitativo de blocos.

Autor primário: Usuário


40

Fluxo principal:

1- O usuário insere dados no programa: Tamanho do bloco (TB),


perímetro (P), área aberta (AB), altura(A), valor unitário do bloco (VB) e o valor
da mão de obra por metro quadrado(VMOM).
2- Em seguida o programa realiza os cálculos e o usuário visualiza
os valores: quantidade de bloco, valor do material, valor da mão de obra.

Figura 8: Tela do software cálculo do bloco

Fonte: Próprio autor

4- Cálculo da pintura
41

Sumário: O usuário utiliza o sistema para calcular o quantitativo de tinta a


utilizar.

Autor primário: Usuário

Fluxo principal:

1- O usuário insere dados no programa: Área total (A), área aberta


(AB), Demão, rendimento (R), quantidade no galão de tinta (QT), valor do litro
da tinta (VT) e o valor da mão de obra por metro quadrado(VMOM).
2- Em seguida o programa realiza os cálculos e o usuário visualiza
os valores: quantidade de pintura, valor do material, valor da mão de obra.

Figura 9: Tela do software cálculo da pintura

Fonte: Próprio autor

5- Dados
42

Sumário: O usuário utiliza o sistema para salvar ou carregar os dados


calculados.

Autor primário: Usuário

Fluxo principal:

1- O usuário insere dados no programa: O usuário tem a opção de


clicar no botão carregar ou salvar dados.
2- Em seguida o programa retornar: caso clique em salvar ele salva
os dados, caso clique em carregar o programa retorna os dados salvos.

Figura 10: Tela do software salvar e carregar

Fonte: Próprio autor

Figura 11: Diagrama de caso de uso


43

Fonte: Próprio autor

Figura 12: Diagrama de sequência - Bloco

Fonte: Próprio autor

Figura 13: Diagrama de sequência – Carregar


44

Fonte: Próprio autor

Figura 14: Diagrama de sequência - Pintura

Fonte: Próprio autor


45

Figura 15: Diagrama de sequência - Piso

Fonte: Próprio autor

Figura 16: Diagrama de sequência - Salvar

Fonte: Próprio autor


46

Figura 17: Diagrama de sequência - Telhado

Fonte: Próprio autor

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 TESTE DE CASO

No presente teste de caso há utilização do software desenvolvido para efetuar


o cálculo do quantitativo de materiais para uma residência composta por dois quartos,
uma sala, uma cozinha e um banheiro, com área total de 36,30 metros quadrados.
47

Figura 18: Planta baixa

Fonte: Próprio autor

Para o cálculo do piso necessário nesse estudo serão somadas as áreas de


cada cômodo separadamente. Encontrou-se como valores referentes a área da sala
6,975 metros quadrados, a da cozinha 6,8625 metros quadrados e a do banheiro 1,92
metros quadrados. Já para os dois quartos obteve-se uma área de 7,56 metros
quadrados para o primeiro e 5,88 metros quadrados para o segundo. Dessa forma,
totalizou-se 29,1975 metros quadrados correspondentes a área total do
empreendimento.

As dimensões do piso escolhido foram de 60x60 cm, cujo valor monetário


corresponde a 37,80 reais por metro quadrado. Assim, define-se a quantidade de
89,00 pisos em acordo com a área encontrada, além do custo da mão de obra de
48

30,00 reais por metro quadrado, correspondente a 876,00 reais e do valor de 1211,00
reais destinado a compra do material, sendo o total repassado ao usuário do software.

Figura 19: Foto teste de caso piso

Fonte: Próprio autor

Já para o cálculo do quantitativo de telhado será utilizado o cálculo da área da


residência acrescentados aos 50 centímetros de beiral resultando, então, em 42,90
metros quadrados em decorrência do uso de uma inclinação correspondente a 30 %
para o telhado romana. A unidade de tal telhado custa 1,49 reais, logo, será retornado
ao usuário do programa a quantidade 788,00 de telhas, como o valor de 1174,00 reais
correspondente a todo o material a ser utilizado.
49

Figura 20: Foto teste de caso telhado

Fonte: Próprio autor

No cálculo do quantitativo de bloco necessário à construção, foi escolhido um


bloco de dimensões 9 x 19 x 19 cm e com um perímetro de 39,40 metros. Nesse teste
de caso, a área aberta ocupada por portas e janela resulta em 13,23 metros
quadrados, visto que o empreendimento contém quatro portas com dimensões 2,10 x
0,80 metros, uma porta de dimensões 2,10 x 0,70 metros, além de duas janelas de
1,00 x 1,20 metros, uma janela com dimensões de 0,80 x 0,60 metros, uma janela
com dimensões 1,20 x 1,50 metros e uma janela com dimensões 0,60 x 0,60 metros.
Dessa forma, com uma parede de dois metros altura, obtém-se um valor unitário de
0,63 reais. Assim, o software informa ao usuário a necessidade de 3606,00 blocos,
como também o custo da mão de obra de 32,00 reais por metro quadrado,
correspondendo a 2098,00 reais e o valor referente ao material a ser adquirido em
2272,00 reais.
50

Figura 21: Foto teste de caso bloco

Fonte: Próprio autor

Por fim, para a realização do cálculo da pintura, foram utilizadas as áreas das
paredes, o que corresponde a 168,45 metros quadrados, sendo relevante considerar
a área aberta referente a 39,69 metros quadrados. Dessa forma, a quantidade de 3
demãos, o rendimento de 250,00 metros quadrado correspondente a um galão de 18
litros de tinta, além da quantificação da tinta necessária em litros e do valor do litro de
tinta 7,45 reais, o qual se refere à quantidade de litros do galão pelo seu custo, podem
ser calculados de modo eficiente pelo software. Consequentemente, há o retorno da
quantidade de 31,00 litros de tinta necessários à pintura da residência, do custo com
mão de obra no valor de 3,50 por metro quadrado estimado em 451,00 reais, além do
valor do custo total dos materiais em 231,00 reais.
51

Figura 22: Foto teste de caso pintura

Fonte: Próprio autor

A partir desses dados, o usuário do software tem a possibilidade de arquivar


tais informações ao clicar na opção “salvar”, atendendo a necessidade de uma
posterior consulta.
52

Figura 23: Foto teste de caso dados

Fonte: Próprio autor

Tabela 06 – Resultados do teste de caso


RESULTADOS

NOME ÁREA QUANTIDADE CUSTO MÃO VALOR VALOR


(m²) DE OBRA MATERIAL(R$) TOTAL(R$)
(R$)

PISO 29,1975 89 876,00 1211,00 2087,00

TELHADO 42,90 788 ------------------ 1174,00 1174,00

BLOCO 65,57 3606 2098,00 2272,00 4370,00

PINTURA 129,06 31 452,00 231,00 683,00

VALOR TOTAL 3426,00 4888,00 8314,00

Fonte: Próprio autor


53

7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO PARA TRABALHOS


FUTUROS
7.1 CONCLUSÃO

A partir do presente trabalho, no qual foi feita uma análise de gestão de


projetos, perdas na construção civil e auxílio das novas tecnologias no setor da
construção, torna evidente o quão importante é o desenvolvimento de softwares de
gestão com o intuito de obter de forma mais precisa o quantitativo de materiais de
construção e, em decorrência disso, a redução das despesas. A implantação desses
modelos de programas permite uma eficiência maior na gestão de empreendimento,
na medida em que facilita os cálculos de materiais e recursos, minimizando o
desperdício e maximizando o lucro.

O software desenvolvido foi elaborado em linguagem c# orientada a objeto e


se mostrou de grande simplicidade e agilidade de desenvolvimento, detentor de
cálculos bem elaborados, além de um manuseio acessível. Armazena os dados e em
qualquer momento ou etapa da construção, o usuário pode solicitar e retorna a todos
os dados armazenados no sistema.

7.2 RECOMENDAÇÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir do presente trabalho, surgiram aspectos relevantes a serem abordados


e aprofundados futuramente. Dessa forma, seguem listados sumariamente objetos de
futuras pesquisas:

• Criar um banco de dados com a finalidade de armazenar os dados


calculados, além de fornecer um quantitativo maior de informações ao
software de modo seguro e benéfico aos seus usuários;
• Elevar o total de materiais disponíveis para cálculo no software;
• Para uma maior abrangência de usuários, mostra-se relevante a
disponibilidade do software para um maior número de plataformas
compatíveis com o tal;
54

REFERÊNCIAS

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obras de construção de edifícios: superestrutura e alvenaria. 1999. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1999.

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Fase de Investimento. 2 ed. São Paulo: Pini, 1985.

BEZERRA, Eduardo. Princípio de análise e projeto de sistemas com UML.


3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

BRAGA, D. B. Sobre a Denominação e a Classificação das Perdas na


Construção Civil. In: XIX Encontro de Engenharia de Produção, 1999, Rio de
Janeiro- RJ. EP99 - XIX ENEGEP - Livro de Resumo. Rio de Janeiro - RJ: UFRJ,
1999. p. 5-248.

BRASIL. Decreto-lei n. 5192, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício


das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 1966. Seção 1, p.
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DESPERDÍCIO representa de 3% a 8% dos custos da construção. Estadão,


São Paulo, 23 maio 2002. Disponível em:
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DIAS, Paulo Roberto Vilela. Engenharia de Custo: metodologia de
orçamentação para obras civis. 9 ed. Rio de Janeiro: editora, 2011.

ENSHASSI, A. Materials control and waste on building sites. Building


Research and Information, v.24, n.1, jan, 1996.

FERRAZ, A. S, WERNER, Claudete. Uma abordagem sobre a evolução das


linguagens de programação com ênfase em orientação a objeto e orientação a
aspecto. s.i . Paranavaí, 2013.
55

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civil. In: Seminário da Qualidade na Construção Civil,2., Porto Alegre,1993. Gestão e
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