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FACULDADE UNINASSAU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ÁLEX CANDEIRA NEVES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


A INFLUÊNCIA DO PROJETO NA PREVENÇÃO DE POSSÍVEIS
PROBLEMAS NA OBRA

PARNAÍBA-PI
2021
ÁLEX CANDEIRA NEVES

A INFLUÊNCIA DO PROJETO NA PREVENÇÃO DE POSSÍVEIS


PROBLEMAS NA OBRA

Trabalho de Conclusão de curso apresentado


para o Curso de Bacharelado em Engenharia
Civil da Faculdade UNINASSAU como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado,
sob orientação da Profª ??????

PARNAÍBA-PI
2021
Dedico esta monografia a minha mãe Joana Darc Candeira
de Carvalho, que sempre me deu forças, apoio e incentivo
durante todo o processo.
AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre comigo me guiando no caminho


certo.
Sou grato a todo suporte que minha família me deu durante esses anos e em toda
minha vida.
Agradeço também aos amigos, professores e corpo docente da Universidade, por todo
o apoio e conhecimento repassado.
A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas
pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que
todo mundo vê.
(Arthur Schopenhauer)
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RESUMO

O área da construção civil detém diversas ramificações, métodos e técnicas. O


empreendimento concluído é o resultado de uma boa conexão entre estes elementos.
No entanto, durante o percurso é necessário atuações contínuas de profissionais da
área. O principal componente deste mecanismo é o projeto, que não sendo bem gerido
pode arruinar a obra. Este trabalho contém boas condutas aos profissionais do ramo
de modo a prevenir incoerências na construção, através do uso de ferramentas
gerenciais e com intuito de otimizar resultados e minimizar perdas. Para tanto será
analisado as etapas de elaboração do projeto e fase de construção. O engajamento
entre técnicas de projeto com recursos gerenciais são os resultados esperados, com
intuito de reduzir os impactos do projeto no andamento do empreendimento.

Palavras Chave: Gerenciamento de Projeto, Otimização, Construção Civil.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Arranjo organizacional de uma construtora ...............................................13

Figura 2- Fluxo de dados para produção do projeto .................................................14

Figura 3- Processo de compatibilização ....................................................................16

Figura 4- Fases de execução do projeto ..................................................................19

Figura 5- Disciplinas envolvidas em construções multifamiliares ..............................20

Figura 6- Estrutura organizacional com integração de informações .........................22

Figura 7- Fases de execução do projeto a luz da construtibilidade ..........................24

Figura 8- Comparação entre projetos em função de seu custo médio ......................29

Figura 9- Detalhamento da interface entre elementos construtivos ..........................30

Figura 10- Condomínio Vivant, residência para PNE ................................................31


8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Atividades para compatibilização de projetos ..........................................17

Quadro 2- Dificuldades e suas responsabilidades em compatibilizar projetos .........18

Quadro 3- Princípios da Construtibilidade .................................................................23

Quadro 4- Expectativa de vida ao longo do tempo ...................................................32


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LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.


PMI – Project Management Institute.
NBR 14037/2011. Manual de Uso, Operação e Manutenção.
NBR 5674/2012. Gestão da Manutenção.
NBR 15575/2013. Norma de Desempenho.
NBR 16280/2014. Gestão das Reformas.
NBR 9050/2015. Acessibilidade.
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................11
2. OBJETIVOS .....................................................................................................................12
2.1. Objetivo Geral ...............................................................................................................12
2.2. Objetivos Específicos ....................................................................................................12
3. O PROJETO E SEUS IMPACTOS ...................................................................................13
3.1. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS .........................................................................15
3.2. PROCESSO PROJETUAL E SUAS INFLUÊNCIAS .....................................................18
3.3. FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS ..........................................................................20
3.4. CONSTRUTIBILIDADE ..................................................................................................21
3.5. INTEGRAÇÃO ENTRE ETAPAS DE PROJETO ...........................................................25
4. O PROJETO E A SUA EXECUÇÃO .................................................................................27
4.1 DETALHAMENTOS .........................................................................................................28
4.2 DETALHAMENTOS PARA ACESSIBILIDADE ................................................................30
4.2.1 Custos na Acessibilidade ..............................................................................................32
4.3 ENTREGAS PARCIAIS E INFORMAÇÕES INSUFICIENTES ........................................33
4.4 ALTERAÇÕES DE ESCOPO ...........................................................................................34
4.5 INTEGRAÇÃO ENTRE FASES DE EXECUÇÃO .............................................................35
4.6 INTERFERÊNCIAS DO CANTEIRO E O IMPACTO NO PROJETO ................................36
4.7 CONSIDERAÇÕES REGIONAIS ......................................................................................39
4.8 ETAPAS INDUSTRIALIZADAS .........................................................................................40
4.9 EQUIPE DE EXECUÇÃO DA OBRA .................................................................................41
5. METODOLOGIA ..................................................................................................................43
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................................44
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................45
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................46
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1. INTRODUÇÃO

Diversos são os agentes que causam falhas na construção civil. Não cumprimento de
prazo, de orçamento, desistências ou suspensões ocasionadas por má logística, mal
planejamento e modificações no projeto são alguns deles. Tais problemas geram
contratempos e perdas e a habilidade de administrá-los pode ser crucial para definir o
futuro de uma construtora. Atualmente a função de gerir os projetos, desde 2010,
voltou a ser da construtora, sendo que ela terceiriza apenas os projetos especiais,
desse modo é nítido que a influência do projeto na obra passa diretamente pela função
da mesma.
O projeto na construção civil envolve cada vez mais especialidades,
ao mesmo tempo em que exigências de prazo, custo e desempenho
são maiores. A qualidade do projeto tem impacto no processo
construtivo e nas etapas de uso e ocupação do edifício, influenciando
o seu comportamento ao longo da vida útil. (Carraro e Oliveira, 2015).

Todavia, somente 61% das obras são capazes de preservar o projeto inicial de acordo
com o IBAPE (2013). Sendo assim, outras 39% foram impactadas diretamente no
prazo para a modificação destes projetos. Por conseguinte, falta de coordenação,
objetivos mal definidos e mal interpretados pela equipe, falta de habilidade para
adaptar e deixar compatível a execução e técnicas adotadas na obra e projetos com
informações limitadas ou infundadas são alguns dos motivos para o fracasso de uma
obra. Neste contexto, é muito claro a necessidade por profissionais capacitados que
consigam atenuar os efeitos negativos na obra.

O presente trabalho foi estruturado com o intuito de apresentar os componentes


principais do projeto de uma construção ao decorrer de sua execução. O primeiro
capítulo aborda a importância dos projetos na construção, apontando os princípios
essenciais em prol de um projeto pertinente. No segundo capítulo são apresentados
os efeitos causados ainda na fase de projeto e a relevância que a compatibilização
dos mesmos possui. No terceiro capítulo são detonados os incidentes que podem
haver ao decorrer da execução do projeto, ocasionado consequências significantes,
visto que qualquer paralização por carência de dados pode gerar alterações de prazo
orçamento da obra. O quarto capítulo traz as considerações finais deste trabalho,
indicando uma alternativa de como lidar com o cenário de impactos de projetos.
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2.OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


Expor os principais constituintes do projeto que estão ao dispor da obra e apontar
quais condutas se deve ter a fim de reduzir os efeitos que teriam na etapa de
construção, colocando em evidência até que ponto o mesmo tem influência na origem
dos problemas na construção civil.

2.2 Objetivos Específicos

 Apresentar os principais elementos do projeto e seus impactos na obra;


 Apontar as boas práticas que se deve ter a fim de minimizar impactos negativos;
 Apontar mecanismos que facilitam na elaboração do projeto e evitam problemas
futuros;
 Demonstrar como um projeto bem elaborado e com a integração entre os
diversos setores do empreendimento tem um bom resultado final.
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3. O PROJETO E SEUS IMPACTOS

Há, dentro das construtoras, departamentos responsáveis pelo projeto, planejamento,


parâmetros, orçamentos, compras e contratações, construção e inspeção. O projeto
percorre no meio de tais departamentos, sendo necessário a atenção dos
responsáveis a possíveis problemas no mesmo. Havendo necessidade de correção,
a integração entre o setores, por meio de controles cruzados, ajuda identificar com
mais facilidade.

O arranjo organizacional de uma construtora é apontado na figura 1 abaixo, onde é


exposto a configuração dos departamentos e o percurso que tendem a trilhar a
composição do projeto. Por meio dessa estrutura, as definições passam pela direção
e é notável que não há a comunicação entre os departamentos, o que prejudica a
tomada de decisões sobre o projeto.

Figura 1: Arranjo organizacional de uma construtora

Por meio do levantamento quantitativo, o orçamentista, dentro da construtora, é o


primeiro integrante, depois do projetista, responsável por conceber uma construção
preliminar da obra. O reconhecimento dos elementos integradores do
14

empreendimento e a primeira apuração do conhecimento dos dados do projeto é feito


nesta etapa.

A estrutura analítica de trabalho e o cronograma, para delimitar os prazos e


reconhecer as circunstâncias da obra, é feita também. Na condução do levantamento
para cotação, pode-se verificar a disponibilidade dos itens exigidos, e também se as
indicações do projeto direcionam ao elemento certo.

É encabeçado, por meio da prévia do orçamento, as ações do departamento de


compras e contratações, que dedica-se a verificar se os dados do projeto são
suficientes para a produção das licitações, se outras empresas foram capazes de
assimilar as informações, e a competência das mesmas em efetivar o projeto. É
interessante ainda, nesta fase, possibilitar as proponentes da licitação a oportunidade
de indicar, se houver, alguma dificuldade de interpretação dos projetos e quantitativos.

A retroalimentação dos dados do projeto podem ser feitas nesta ocasião, para, caso
necessário, serem realizadas as retificações recomendadas, e em seguida direcionar
para a produção de acordo com a figura 2 a seguir.

Figura 2: Fluxo de dados para produção do projeto

As intercessões entre especialidades, exequibilidade, quantidade de informações,


complexidade, integração e dimensionamento de contingências são os principais
detalhes do projeto, que são possíveis de reconhecer ao perfazer estas disciplinas.

No entanto, mesmo tomando todas as medidas corretas, acontecem falhas no projeto,


induzindo a atenção do construtor a quais são as principais, como extingui-las ou
15

atenuá-las, de forma que se reduza substancialmente os maiores impactos do projeto


na efetivação da obra, por meio da identificação de falhas antes do encaminhamento
do projeto para a produção.

Na coordenação dos projetos, com o intuito de analisar e possibilitar as devidas


soluções para os mesmos, sua execução e sua futura performance, cabe-se a
interação entre os variados projetistas a partir dos primeiros estágios do processo de
projeto. É interessante frisar que a compatibilização de projetos é o elemento de
superposição de projetos e interfaces distintas na qual possibilita averiguar as
interferências e inviabilidades, de forma que é um dos principais mecanismos
disponíveis para a coordenação de projeto.

3.1 COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

É nesta fase que é feita a homogeneização dos projetos já concebidos, é o processo


de verificação de falhas, onde eventuais erros podem ser identificados, a fim de evitar
futuras anomalias esta etapa é vista como indispensável.

À medida que conhecem os benefícios da compatibilização


(diminuição do retrabalho, economia de material, maior controle de
prazos e orçamento) mais e mais construtores aderem à
compatibilização. (Chippari, 2003)
A compatibilização de projetos é responsável pela coerência entre os
subsistemas, somando a equipe de projetos ao analisar as
disparidades das soluções técnicas adotadas entre os subsistemas.
(Manneschi, 2011).
Realizada através da ação projetual, com verificação da sobreposição
e da identificação de interferências entre as mesmas. (Santos et. Al,
1998).
Análise, verificação e correção das interferências físicas entre as
diferentes soluções de projeto de uma edificaçã”. (Rodríguez, 2005)

Neste meio, a compatibilização de projetos tem fases necessárias que devem ser
citadas. É função do coordenador de projetos percorrer as fases a começar do
diagnóstico do processo de projeto até sua efetiva concessão à produção.

Na figura 3 é apresentado os estágios intermediários, no qual é feito a definição da


equipe, a capacitação de terceiros e outros procedimentos que possibilitam ao
coordenador de projetos conseguir analisar a proporção das incompatibilidades e as
16

práticas que devem ser tomadas para a resolução.

Nesta fase de verificação faz-se necessário critérios que proporcione um produto hábil
e efetivo, visto que é nela onde deverão ser reconhecidas as potenciais incoerências
entre projetos, a sua retificação ou a ratificação a fim de que o mesmo seja enviado
para a execução.

Figura 3: Processo de compatibilização


Fonte: Barros Neto, 2001 (adaptado).

A coordenação de compatibilização tem papéis que são mais do que a superposição


de projetos, elas tem a função de integrar os dados entre projetistas, construtores,
disciplinas, sistemas construtivos, escopos e estão definidas de acordo com o quadro
1 abaixo:
17

Quadro 1: Atividades para compatibilização de projetos

Antigamente, precedente a expansão do mercado, os profissionais eram capacitados


por meio de anos de formação acadêmica. No decorrer da expansão se fez necessário
o desenvolvimento de profissionais com a competência de controle do projeto (que
tenha entendimento de execução, projetos e aquisições). Atualmente, demanda-se
por profissionais que se destacam e tenham experiência em execução, gestão e em
projetar instalações.

Os princípios das disciplinas de projeto, dados de campo, questões legais, equipe


envolvida e boas práticas de engenharia estarão contidas no processo de
compatibilização do projeto, que possibilita a entrega do projeto consolidado. É
necessário que a gestão do processo do projeto, o planejamento do processo do
projeto e a logística de execução utilizada para o empreendimento como um todo,
sejam de conhecimento dos profissionais de compatibilização de projetos.

Apesar de tudo, é sabido que existem dificuldades na compatibilização dos projetos.


Foi feito um estudo pelo American Institute of Architects no qual indica que as
principais dificuldades são a diminuição de profissionais qualificados, participação em
vários projetos ao mesmo tempo, falhas na comunicação, identificação das
necessidades do usuário e alterações de ordem pedidas pelo cliente. Tais dificuldades
na compatibilização do projeto também podem ser relacionadas com seus atores, no
qual é apresentado no quadro 2 abaixo.
18

Quadro 2: Dificuldades e suas responsabilidades em compatibilizar projetos

Em fase cronológica, no entanto, é conveniente que a execução da compatibilização


do projeto seja feita no projeto executivo, porque é nesta etapa que o projeto é
estabelecido de forma que seja permitido ter atenção as alterações necessárias.
Complementarmente, como entregam suas versões “finais” as interferências entre
disciplinas são distinguidas com um precisão maior.

É muito indicado que se faça um escopo de compatibilização apresentando os


profissionais responsáveis, fabricação de um cronônimo para execução do escopo,
composto por toda a equipe e fundamentalmente apontando todas as ações e
providências realizadas.

A apuração do que será construído é feita no projeto executivo, porque é nesta fase
que é exposto a visibilidade de como executar (interação entre projeto e produção),
reconhece as interferências minuciosas e ajuda no planejamento da obra (decisões
racionalizadas). Desse modo apresenta os desenhos dos elementos específicos de
uma obra. Nesta etapa é incluído também as unidades de decoração e os
detalhamentos de mobília.

3.2 PROCESSO PROJETUAL E SUAS INFLUÊNCIAS

Há inúmeras áreas conectadas dentro do projeto que precisam ser monitoradas a fim
de garantir sucesso na execução. Desse modo, é preciso fazer o levantamento de
dados no qual concede dois pontos importantes para sua produção, o programa de
necessidades do cliente e o partido definido de projeto. Em prol da elaboração do
19

projeto, nesta fase, se faz necessário identificar elementos anteriores, planejar as


necessidades (previsões de datas e qualidade), atestar o partido arquitetônico, checar
as limitações de cunho financeiro e de tempo, analisar a legislação de urbanização,
averiguar a legislação referente a órgão de tombamento e estabelecer o padrão
construtivo indicado.

Na sequência, aliado ao que foi mencionando anteriormente, são determinadas as


interfaces com as boas práticas já indicadas pela construtora, sendo o controle sobre
problemas ocorridos, a experiência com obras já concluídas, as dificuldades com os
fornecedores, procedimentos com projetistas, as condições impostas e cumpridas
para fiscalização e condicionantes que em projetos passados não deram o retorno
esperado.

Com o intuito de elucidar o projeto por áreas prediais recomenda-se uma metodologia
para alinhavar as fases necessárias para sua produção de acordo com a figura 4.

Figura 4: Fases de execução do projeto


20

Os dados estão mais abrangentes no projeto executivo, e o seus componentes


principais são a estrutura (tipo de fundação, forma, escoramento e concreto),
instalação de gás (tubulação e sistema de aquecimento), instalações hidro sanitárias
(tipo de tubulação, louças e metais), instalação elétrica (tubulação e componentes),
esquadrias (tipo, sistema de funcionamento e ferragens) e vidros (tipos, cor e
espessuras).

Na figura 5 é apontado as técnicas de construção que podem estar presentes em um


projeto. Os condicionantes, premissas, restrições e impactos que podem haver na fase
de realização do empreendimento devem estar contidas ainda na etapa projetual.

.
Figura 5: Disciplinas envolvidas em construções multifamiliares.
Fonte: Qualharini, 2014.

3.3 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS

Desde a década de 90 foi estabelecido, por profissionais e softwares, a utilização da


tecnologia para criação de projetos, Longo (2014) informa que as análises de projetos
sem o uso do computador são inviáveis. No entanto, é preciso compreender que o
21

computador é uma ferramenta, mas não faz milagres. A sua rapidez e capacidade
podem proporcionar uma falsa sensação de segurança que nem sempre garantem
resultados satisfatórios. É fato que o homem é intrinsecamente um ser falho e tem,
por consequência, a possibilidade de cometer erros e que podem ser aumentados
pelo uso da informática. Desse modo fica nítido que os programas de projetos estão
se tornando progressivamente mais complicados.

Nos dias atuais há softwares eficientes que podem ser usados de uma maneira
integrada. Porém, na maioria das vezes eles são de difícil utilização e compreensão
das várias etapas, podendo os tornar o sinônimo de “caixas pretas”, intocáveis e ainda
perigosas. Caso o programa seja mal feito ou o engenheiro não tiver domínio sobre
ele, a consequência será de resultados totalmente arruinados.

E complementarmente, os dispositivos dos softwares estão cada vez mais


tecnológicos e abrangentes em relação as ferramentas e soluções que possuem. São
capazes de justapor projetos em 2D e 3D com uma nítida ilustração das interferências
entre projetos através de um mesmo programa.

É possível aproveitar melhor o tempo a fim de reconhecer impactos e possibilita que


o projeta seja aprovado ainda nas etapas iniciais através da utilização destas
plataformas. A plataforma BIM é a próxima fase de evolução desses sistemas, na qual
adiciona os elementos do projeto apontando instantaneamente que dois corpos não
ocupam o mesmo lugar no espaço, assegurando a mediação do projetista para
atenuar prováveis problemas.

3.4 CONSTRUTIBILIDADE

Para Ítalo Coutinho, coordenador da área de Engenharia e Construção do Instituto de


Educação Tecnológica (IETEC) “trata-se da somatória de experiências e
competências que as empresas têm para alcançar seus objetivos na obra” e completa
afirmando que “as construtoras podem maximizar as possibilidades de acerto nas
obras e, assim, melhorar os resultados se aplicarem estudos de construtibilidade em
suas obras”.
22

De acordo com Oliveira (1995) a construtibilidade pode ser definida como a habilidade
ou facilidade deste em ser construído. Por meio do pleno conhecimento da tecnologia
construtiva que deve ser utilizada no empreendimento tal conceito foi amplificado com
intuito de alinhar a experiência técnica com os princípios do projeto.

Um fator que contribui para que os profissionais pratiquem os mesmo erros é falta de
compartilhamento de dados entre os projetistas e construtores. Sendo assim, é feita,
por meio da construtibilidade, a integração das técnicas para elaboração de projetos
com o conhecimento e experiência construtiva.

Um dos principais mecanismo da construtibilidade é a gestão do projeto


fundamentado na racionalização construtiva por meio de um arranjo corporativo em
que seja possível a integração entre os inúmeros profissionais presentes no curso de
projeto, fazendo uso de uma comunicação competente de acordo com a figura 6,
criando uma equipe multidisciplinar e tendo a cooperação do cliente.

Figura 6: Estrutura organizacional com integração de informações

Para tal é proposto a execução das seguintes atividades:


- Realizar reuniões regulares com a equipe;
- Criar função do coordenador do projeto;
- Formalizar o processo de projeto, desenvolvendo parâmetros e indicadores;
- Descentralizar a tomada de decisão, tomando as de forma conjunta da equipe;
23

- Simplificação do projeto levando a execução mais fácil em canteiro;


- Fazer comunicações mais precisa e eficazes de elementos contidos no projeto;
- Gerenciar a execução das atividades no canteiro;
- Aumentar a eficiência no uso dos recursos disponíveis para projetar e construir.

O Construction Industry Institute apontou quais premissas devem ser obtidos para
realizar um projeto de acordo com a construtibilidade, quadro 3, apresentando
também o conceito de cada um para elucidar o entendimento da equipe atuante no
projeto.

Quadro 3: Princípios da Construtibilidade

Fonte: CII, 1993.


24

A construtibilidade possibilita a visualização do conjunto e assim se é capaz de


verificar o gargalo. A etapa do anteprojeto dispõe de dupla rodada, ou seja, ela não
conclui suas atividades dando continuidade ao projeto legal e isto é uma das
distinções em relação ao projeto legal.

O anteprojeto direciona-se para a fase de pré-executivo na qual as disciplinas estão


presentes e portam as boas práticas. De modo que sejam contemplado as boas
práticas de execução as informações voltam para o anteprojeto neste momento
cooperando para tal. Na figura 7 é apresentado uma sequência nova para efetivação
das fases do projeto. E tem como o principal benefício a obtenção de um anteprojeto
mais substancial no qual traz maior precisão dos dados contidos no projeto, e como
resultado, traz de forma preliminar às disciplinas dados mais confiáveis para implantar
suas soluções.

Figura 7: Fases de execução do projeto a luz da construtibilidade

É preciso pontuar que uma das indicações mais eficazes é que este técnica seja
executa na etapa do projeto e precisa ser implementado nas várias fases de projeto,
no decorrer do seu ciclo de vida, tendo distintos níveis de formalidade. E é fato que
quanto antes se der a implantação, melhores serão os efeitos, e alguns deles são a
redução das complexidades de execução, evolução de tecnologia e métodos
25

construtivos, crescimento da interação entre projetistas e construtores e adesão de


uma mesma visão entre os responsáveis.
As vantagens podem ser qualitativos ou quantitativos e oscilam de conforme alguns
aspectos como capacitação da equipe, melhoria na relação entre participantes,
redução de retrabalhos, redução de dúvidas e revisões de projeto, redução no custo
da equipe e consequente do projeto.

Outro fator condicionante são as relações sociais, porque incentiva o trabalho em


equipe, possibilita a criatividade guiando a enfoques inovadores, ressalta a integração
total do empreendimento e proporciona a consideração dos resultados atingidos.

As empresas devem criar base de dados e incentivar a consulta dos


registros de experiências construtivas já vivenciadas da aplicação da
construtibilidade, onde devem ser claramente especificados, os
passos, os procedimentos da construção para o desenvolvimento de
projetos futuros, desde que seja assegurado o fácil acesso a estes
registros, a sua permanente atualização bem como a qualidade dos
respectivos conteúdos. (Silva, 2006).

Há diversos conceitos indicados pela literatura, no entanto este conceito não é tão
estudo como deveria, porque as construtoras tem dificuldade de entender e instalar a
construtibilidade durante o ciclo de vida do projeto, sendo assim é requerido um maior
aprofundamento das perspectivas e expectativas do setor com intuito de abrandar
impactos de projeto neste cenário.

Todavia é válido ressaltar que projetos mais básicos conduzem a soluções mais
econômicas e estas não obrigatoriamente são de interesse do cliente. Este tópico
encaminha a uma vertente de que a construtibilidade precisa ser amplamente
explorada em edificações complexas.

3.5 INTEGRAÇÃO ENTRE ETAPAS DE PROJETO

Resultados que combatem a interferência entre os subsistemas são promovidas pela


compatibilização entre os projetos, porém é importante e necessário que estas sejam
integradas para desse modo assegurar um bom acabamento, qualidade e estética.
De acordo com Prado (2015), as boas práticas determinadas apresentam inúmeras
26

indicações que precisam ser respeitadas.

Estrutura x Estrutura: Pilares


- Executar os pilares evitando dentes ou requadros com as vigas, mantendo as
espessuras iguais.
- Executar pilares com dimensões constantes ao longo dos andares, procurando
modificar as fôrmas na passagem do subsolo para o térreo.
Estrutura x Estrutura: Vigas
- Evitar a utilização de vigas invertidas, principalmente junto aos pilares;
- Manter uniformes as alturas das vigas de um mesmo pavimento; - Evite abas em
vigas e vigas invertidas.
Estrutura x Estrutura: Lajes
- Em pavimentos com necessidades de lajes mais espessas, procurar o nível comum.
- Compatibilizar as espessuras das armaduras embutidas;
- Verificar as deformações previstas para panos de lajes extensos.
Estrutura x Alvenaria:
- A alvenaria deve sempre chegar ao fundo de vigas/lajes, sendo previsto o “aperto”.
- Compatibilizar a espessura de pilares com a das alvenarias;
- Procure modular a altura de vigas com o projeto de alvenaria;
- Procure modular a altura de laje com o projeto de alvenaria, evitando perda de
blocos;
- A espessura das vigas deve ser compatível com a espessura das alvenarias;
- A altura de peitoris e caixilhos deve ser compatível com a altura das vigas para evitar
a execução de vergas;
- O arremate de forro nas varandas deve ser compatível com a altura das vigas.
Estrutura x Acabamento
- Compatibilizar a locação de pilares com a arquitetura;
- Compatibilizar a locação dos pilares com as vagas de garagem;
- Verificar tipo, material e dimensões das portas para evitar interferência com vigas;
- Verificar o detalhe de arremate dos forros nas varandas, compatibilizando as alturas
das vigas com os caixilhos e forros;
- Adequar posição e altura de vigas com as passagens das rampas de garagem e
escadas.
- Atentar para a previsão de rebaixos em vigas;
27

- Sendo necessário encobrir as vigas, compatibilizar a altura das mesmas com as


cotas de forros, atentando para a região de arremate do forro nas bordas.
- Atentar para os tipos de revestimentos a serem utilizados nas paredes e a
necessidade de espessuras diferenciadas para as vigas e a alvenaria;
- Verificar as alturas dos peitoris e dimensões dos caixilhos para evitar a execução de
vergas sobre os mesmos;
- Compatibilizar níveis da estrutura com os previstos para os revestimentos de piso; -
Compatibilizar rebaixos com as cotas previstas para o piso acabado e desníveis;
- Compatibilizar rebaixos com a impermeabilização.
Estrutura x Instalações: Lajes
- Prever na fôrma, assim que o projeto de instalações for definido, a localização exata
das passagens de prumadas e dos shafts;
- Verificar as dimensões dos sulcos (espaços) criados para passagens de tubulação
de gás para a espessura das lajes e vigas;
- Verificar todos os rebaixos criados nas lajes, considerando as tubulações embutidas.
- Verificar se os furos necessários para passagem de dutos não interferem com as
barras de armação e quais alternativas.
Estrutura x Elevadores
- Para a caixa de elevadores, compatibilizar os pilares que suportam a caixa de corrida
com as dimensões e folgas necessárias para a obra e instalação do mesmo; - Criar
condições favoráveis à desforma, principalmente nos pilares que formam a caixa de
corrida do elevador, se esta tiver formato em "C“, verificar sua real necessidade.
- Deve-se atentar para manter o prumo da caixa do elevador.
- Se a tolerância para o desaprumo é de 0,2% a cada metro, o desaprumo no 20º
pavimento de um edifício com altura piso-piso de 3,00m chega a 12cm, e pode
prejudicar o uso do elevador.

4. O PROJETO E A SUA EXECUÇÃO

As atuações do construtor até o início da obra são muito importantes, no entanto


mesmo com praticando todas ações para reduzir os impactos do projeto na obra,
acontecem erros falhas de projeto que só são verificadas no decorrer de sua
execução. Desse modo, o projeto executivo aprovado para efetivação é passível de
28

possuir vícios que não foram visualizados em etapas passadas e sendo assim é neste
período que os efeitos podem ser irreprimíveis. Faz-se necessário pontuar que
qualquer necessidade de mudança no projeto contribuirá diretamente no prazo de
finalização do empreendimento, ainda mais se o subsistema referente encontrar-se
em andamento.

4.1 DETALHAMENTOS

O patamar de detalhamento dos projetos influencia para o bom discernimento da


equipe de produção sobre as intenções do projetista.
De acordo com o blog Projetou cada projeto exige alguns itens que variam de acordo
com cada tipo, no entanto os mais importantes são: Plantas de pontos e Layouts,
plantas de alvenaria e cotas, plantas de pisos com cores e paginação, planta de
forro, elevações internas do ambiente, detalhes gerais e específicos, imagens de
exemplo, tabelas de orçamento, tabelas de materiais, tabelas de especificações e
pode ir além.

Os projetos que não sejam ricos em detalhes geram mais imprecisão de entendimento
e por consequência erros na execução, que tem a tendência de causar mudanças no
custo, retrabalhos ou adversidades para alcançar a qualidade no produto almejado. E
neste contexto a figura 8 traz uma comparação entre um projeto dos Estados Unidos
e um nacional.
A verba média direcionada para o projeto no Brasil é de 3% em relação ao valor
empreendimento, sendo que em países com um maior desenvolvimento esta verba
média é de 6%, o dobro do que se gasta aqui. E desse modo, este investimento maior
possibilita um maior detalhamento e resoluções mais desenvolvidas em prol do
objetivo pretendido.
29

Figura 8: Comparação entre projetos em função de seu custo médio


Fonte: Prado, 2015 (adaptado).

É valido salientar que somado a possibilitar alguns erros de interpretação, a pobreza


em detalhamento do projeto poderá ser um ponto importante no planejamento da
consumação do serviço. E o mesmo tem a possibilidade de ser prejudicado, na direção
de que o prazo determinado e os recursos designados podem ser insuficientes em
função da falta de conhecimento prévio detalhado em relação a metodologia
construtiva que será utilizada.

Desse modo, os detalhamentos auxiliariam para evitar que o profissional possa tomar
decisões errados sobre o que fazer, porque ele já pode prognosticar o que será
construído e como precisa ser executado. Esta ação ajuda para que uma maior
qualidade de projeto seja atingida, visto que com estas especificações é possível
preservar a estimação já feita.

A figura 9 em sequência representa o detalhamento das camadas de uma


pavimentação em convergência com o revestimento de parede, apontando ao
profissional sobre a meta a se atingir por ele no momento da efetivação do mesmo.
Este ponto também traz os elementos envolvidos colaborando para que nenhum
aspecto seja ignorado durante a execução.
30

Figura 9: Detalhamento da interface entre elementos construtivos


Fonte: Blog Artesana, 2013.

A falta de detalhamentos no projeto pode resultar em grandes riscos, havendo a


chance de ocorrer tanto erros de interpretação como erros durante a execução. Outros
pontos que um bom detalhamento possui são os aspectos mais complexos de uma
obra, tais como portas, janelas, telhados, caixilhos, piso, desenho de piso, desenhos
de alvenarias e fechamentos, tipos de acabamento, tipos de alvenarias a ser usadas,
e tendo também outros detalhamentos como os de redes elétricas e hidráulicas, no
qual são de uma dificuldade maior ainda.

4.2 DETALHAMENTOS PARA ACESSIBILIDADE

Uma outra amostra de detalhamento se dá quando há a necessidade de que a


instalação seja adaptada para pessoas que portam necessidades especiais. Estas
variações de dados também estão indicadas em norma e é proposto que somando a
movimentação no percorrer de toda a edificação, estejam conjecturados que as
instruções de todos os subsistemas se disponham de forma adequada para a
utilização de acordo com as limitações do ocupante em acordo com o que está sendo
exibido na figura 10.
31

Figura 10: Condomínio Vivant, residência para PNE


Fonte: Construtora Vitale, 2013.
Por conseguinte, a acessibilidade precisar ser assegurada aos indivíduos com
deficiência física, visual, auditiva, mental e múltipla, causando assim distintas
situações, em acordo com as normas técnicas da ABNT. Em resumo, esta
acessibilidade pode ser alcançada com a implementação de rampas de acesso ao
imóvel, elevadores de acesso à área externa do imóvel, sanitários adaptados, piso
tátil e direcional, estacionamento ou garagens reservadas, escadas com corrimão e
circulação interna acessível.

Em concordância com intenção do imóvel, como, por exemplo, clubes, escolas,


cinemas, teatros, estádios esportivos, precisa-se ser feito outras edificação para
proporcionar a acessibilidade, por exemplo, nas quadras esportivas, salão de festas e
reuniões, piscinas, saunas, portarias, secretarias com móveis rebaixados, bibliotecas,
laboratórios, áreas de lazer, quadro negro, carteira, reserva de espaço em auditórios.
Na prática, são diversos as condições que se fazem necessárias para assegurar que
o imóvel com o nível de acessibilidade requisitado à pessoa com deficiência, e o
mesmo precisar passar pela análise do profissional técnico da área (engenheiro ou
arquiteto).
32

A amplitude da necessidade de acordo com a norma 9050 traz em consideração que


existe o envelhecimento da população e que modificações deste patamar em obras
com a ausência desta previsão tem a possibilidade de se tornar inviáveis quanto a
necessidade do morador. Baseado em dados do IBGE, é possível afirmar que, em 30
anos, a proporção de idosos brasileiros passará dos atuais 7,8% para 15% da
população (2020), e em 2050 os idosos deverão ser 50% da população, além da
perspectiva do aumento da expectativa de vida, como está representado no quadro 4.

Quadro 4: Expectativa de vida ao longo do tempo

Fonte: IBGE, 2014.

4.2.1 Custos na Acessibilidade

É possível afirmar que, do mesmo modo que em qualquer empreendimento de


Construção Civil, no momento em que os elementos construtivos para assegurar a
acessibilidade são adicionados no projeto da obra, o custo dos mesmos dimunui
notadamente, até ficar ínfimo.

O desembolso necessário para uma reforma em edificações convencionais em prol


de possibilitar a acessibilidade aos PPD é estimado na média entre 0,12% a 0,50%
em relação ao custo inicial de construção. No entanto, se a mesma edificação tivesse
sido projetado e construído com a ausência de barreiras arquitetônicas, o custo dos
componentes necessários para implementar a acessibilidade diminui para a faixa de
0,0006% a 0,13%. O efeito financeiro é mínimo quando comparado ao impacto
causado por intervenções depois do término da obra.
Ademais destes integrantes indicados no projeto executivo a NBR 14.645 –
Elaboração do “como construído” (em partes) expõem a necessidade de
33

representação fidedigna do que foi verdadeira realizado, com a adição de esquemas


verticais, isométricos e documentação para os usuários, que torna documentado tais
detalhamentos a fim de que possa ajudar na tomada de decisão em relação a
possíveis futuras intercessões.

4.3 ENTREGAS PARCIAIS E INFORMAÇÕES INSUFICIENTES

O fluxo de uma obra de empreitada que envolve o levantamento de um


empreendimento de alto nível tem início dispondo dos documentos necessário para a
licitação, que formado pelo memorial descritivo, projetos e levantamentos. Sendo que
é neste estágio que se define o escopo. A construtora analisa os dados
disponibilizados e referentes à obra e neles se baseado para a criação da proposta,
contendo o valor do contrato, prazo de execução, cronograma e atestados de
capacidade para execução do empreendimento.

No tópico 2.1 foi ilustrado que problemas com a ausência de dados por incumbência
do cliente causa danos a compatibilização, e somando a isso traz impacto na
execução no momento em que os projetos são levados a obra com informações
faltantes prejudicando o entendimento do objetivo. Neste instante são reveladas as
complexidades para executar o estabelecido que, se dando desta modo, pode ajudar
para diminuir o desempenho funcional ou até mesmo impossibilitar a execução, tendo
influencia direta no prazo. A qualidade almejada não será conseguida.

Sotile (2014) recomenda que em caso de entregas progressivas estas contenham a


maior parte do conteúdo do projeto e que o aprazamento entre elas seja curto. Todas
as entregas devem estar alinhadas com a execução da obra respeitando os prazos
definidos. Os documentos devem conter o termo de recebimento com período limite
para recebimento por parte do construtor.

Um outro fator fundamental é que a entrega parcial seja bem próxima da entrega final,
de modo que a entrega final contenha o mínimo possível de constituintes que não
façam uma diferença significativa na programação da execução da obra. Colocando
em foco essencialmente que a exposição da totalidade dos projetos é muito importante
34

para possibilitar a validação das atividades e asseguração de que a construtora possui


os dados necessárias para concluir o empreendimento.

4.4 ALTERAÇÕES DE ESCOPO

Os mais importantes documentos que irão definir o escopo da obra para quem o
executará são o projeto executivo e o memorial descritivo. Eles possibilitam a
fabricação da estrutura analítica do trabalho (EAT), cronograma e planilha
orçamentária. A fase a seguir é a determinação da construtora, elaboração do contrato
e aprovação para início da obra. Na execução do empreendimento o projeto pode
influenciar o escopo por fatores relativos a alteração das quantidades previstas,
necessidade de alteração de premissas de etapas predecessoras ou por requerimento
do cliente. Os dados de projeto precisam ser trabalhados a fim de evitar informações
insuficientes, incompletas e/ou divergentes.

No momento em que isto acontece as consequências são vistas na alteração do


escopo. E também se esta documentação já tiver sido aprovada para execução as
alterações em prazo e custo serão ligeiramente distinguidas e questionadas ao
contratante. O melhor método para abrandar os efeitos que foram causados por
mudanças no escopo é o investimento temporal e financeiro na etapa de fabricação
dos projetos.

Portanto, o sucesso de um projeto está diretamente ligado a garantir


que o mesmo vai satisfazer as necessidades para as quais foi
desenvolvido. Assim, sem uma definição correta do escopo não será
possível gerenciar o projeto, seus custos, prazos e necessidades. Se
o escopo não estiver claro, a contratante e até mesmo a própria
contratada poderão considerar que as mudanças estão dentro do
escopo contratado inicialmente e terão grandes dificuldades em
absorver acréscimos, ocasionando prejuízos para ambas as partes ao
resultado final do empreendimento (Dias, 2014 - PMBK)
35

4.5 INTEGRAÇÃO ENTRE FASES DE EXECUÇÃO

Segundo Limmer (1997) o que se tem observado, tanto na execução quanto no


gerenciamento da maior parte das construções habitacionais, é a predominância de
um sistema informal. Não existe, entre as várias equipes participantes do processo, a
integração mínima e necessária para racionalizar os procedimentos de
implementação do projeto.

Desse modo, o arquiteto produz o projeto de arquitetura, baseando-se no qual o


engenheiro de estruturas promove e calcula a estrutura e, no que lhe diz respeito, os
engenheiros de instalações criam o projeto de sua ocupação. Eles, individualmente,
fazem o trabalho de acordo com a sua visão, carecendo da troca informações com os
demais integrantes do processo de criação, desse modo acontecem as
incompatibilidades de projeto que foram apresentadas no tópico 2.1, e que só serão
nítidas no momento da execução, ou seja, na realização do empreendimento.

Alguns exemplos são os tubos que podem atravessar vigas ou cruzar lajes (onde
poderão ser danificados, tornando-se inúteis como condutores); são pilares e vigas
que formam nichos inconvenientes ou submetem a um engrossamento forçado de
paredes; são cotas erradas que fariam necessário um retrabalho, havendo até casos
de inversão de locação na planta com relação ao terreno.

Em um período em que traz à tona a qualidade e, consequentemente, em


produtividade, é necessário que o gerenciamento de um empreendimento tenha sido
feito como um todo, contando com recursos humanos, materiais, equipamentos e
também políticos, de modo a obter-se a obra concluída dentro dos padrões de prazo,
custo, qualidade e risco previamente definidos. Tendo a resolução do problema de
compatibilização dos projetos tem-se a necessidade de ´programar a execução do
projeto.

O planejamento estabelecerá as atividades a se trabalhar, sua temporização, a


interdependência entre elas e os recursos necessários. Se o projeto indicar problemas
com a compatibilização, construtibilidade, exigências em alcançar padrões e
36

informações insuficientes, terá como consequência um abalo no prazo das atividades


presumidas no planejamento.

Outro ponto é no momento em que a execução de uma disciplina não é harmonizável


com a seguinte, gerando gargalos entre etapas e uma necessidade de maior análise
desta integração. Caso haja a incumbência de atrasos precisa-se propor alternativas
que superponham atividades, aumentem recursos ou ambas. E é nesta fase que se é
identificado a influência do projeto na integração entre as diversas fases de execução,
e de modo geral visualizados no custo.

4.6 INTERFERÊNCIAS DO CANTEIRO E O IMPACTO NO PROJETO

A etapa de projeto e construção do canteiro de obras não possibilita tempo hábil para
a compatibilização entre o que será levantado e o que é o canteiro, e sendo assim
pode trazer de dificuldades na execução. Para tal se faz necessário observar as
princípios adotadas no orçamento, analisando a possibilidade de alinhar as
expectativas de prazos para implementação do canteiro e de início de serviços
preliminares.

É na etapa de canteiro que os aspectos locais se tornam mais aparentes, o que


dificulta a integração do projeto com a execução e tendo o impacto de elementos que
podem não estar bem destacados na fase de elaboração dos projetos. As condições
de entorno, atividades da região, acessos e horários para utilização da via,
posicionamento de equipamentos e condições dos vizinhos são alguns dos aspectos
que geram dúvidas para execução da obra.

Desse modo é indicado que se torne flexível o conjunto produtivo (modular), tendo
maiores recursos para mudanças posteriores a implantação do layout, tendo em vista
que o canteiro evolui com ao decorrer da obra e fundamentalmente com a etapa a
qual ele se dispõem. É necessário também projetar as necessidades de espaço nas
diversas acomodações da obra, equilibrando as áreas físicas e volumétricas do
canteiro e por consequência, antever superposições de planos de trabalho
homogeneizando as circunstancias de higiene e segurança no canteiro.
37

Na etapa de criação do projeto o canteiro possui inúmeras facetas, porque é com base
nela que a construção se desenvolverá. Qualharini (2008) indica que o melhor canteiro
é o que não existe, ou seja, quanto menor as instalações, com equipamentos e
materiais utilizados “just in time”, soluções modulares e facilmente deslocáveis, mais
contribuirão para a “invisibilidade” do canteiro e sua eficiência.

O ingresso à obrar precisa prever a movimentação de máquinas e equipamentos


pesados, facilidade de descarga e escoamento de resíduos de forma adequada.
Adicionalmente existe também a necessidade de checar as circunstancias do acesso
em relação às vias da região, como, por exemplo, se nos grandes centros há restrição
de horário, se nas regiões mais longes há dificuldade de logística. Este constituinte
precisa ser equacionado e previsto no decorrer da etapa de projeto para abrandar o
impacto na execução.

A realização de uma edificação requer equipamentos, materiais e mão de obra. Um


lote pronto para início de atividades precisa dispor de energia elétrica, água e insumos
que se não calculados em tempo hábil e de modo adequada, irão prejudicar a
execução das atividades.

Os materiais que serão necessários também necessitam de uma analisa prévia em


relação a sua localização de forma que não impacte na execução de serviços.
Necessita-se achar locais no canteiro que possibilitam a descarga e mobilização deste
componente proporcionando o fluxo dos tais de forma adequada para execução. Esta
atividade também é válida para os resíduos gerados de modo a respeitar a legislação
e estar condicionado assegurando um aspecto organizado e limpo.

Depois da fase de recebimento os materiais são armazenados dando a preferência


pela otimização do layout, organização e limpeza do canteiro de obras. São usados
conceitos para distinguir os materiais e apontar o local que devem ser armazenados
e por onde precisam ser movimentados, com intuito de reduzir distâncias e remover
os obstáculos.

Depois do armazenamento os materiais precisam ser direcionados aos postos de


produção (ou célula de produção). Essa movimentação necessita de ser feito de um
38

modo simples, porém eficiente, visando encurtar as distâncias, definindo linhas de


fluxos e acessos regularizados e sem obstáculos, e também de utilizar equipamentos
adequados até o transporte vertical.

Este transporte vertical forma um fator categórico na programação e nos fluxos de


valor da obra, com intuito de racionalizar esses fluxos e minimizar a participação de
operários nesse tipo de movimentação. Uma possibilidade é utilizar um modelo de
guincho com caçamba basculante acoplado ao elevador para transporte de
argamassa pronta.

Com automação do sistema é possível obter ganhos de produtividade e minimizar


fluxos que não geram valor. Este sistema pode ser verificado pelo operador de guincho
por meio de câmeras e serem operados com maior segurança por este profissional.
O canteiro precisa também estar de acordo com as normas estabelecidas para a
segurança e condições de meio ambiente de trabalho. As normas da ABNT NR 18 e
NR 24 são as que asseguram este elemento e influenciam diretamente nas medidas
que o canteiro precisa ter em relação a quantidade de profissionais, possuindo as
disposições de conforto e habitabilidade dos ambientes.

Se faz valido ressaltar que há exigências municipais que se não verificadas, também
afetam na execução das atividades. Necessita-se analisar a documentação e os atos
formais que estejam ligados a posturas municipais de Departamentos de Parques e
Jardins e Institutos de Meio Ambiente, no que se refere aos limites e impedimentos de
modificações em áreas verdes e em alterações nas encostas e maciços rochosos, que
tem a possibilidade de acometer em embargo da obra e multas.

Complementarmente a atenção ao cumprimento de regulamentos do Ministério do


Trabalho quanto ao cumprimento das normas de segurança e meio ambiente de
trabalho elas também são motivos de consequências, pois também podem ocasionar
embargos e, por consequência, retardo nas operações.
39

4.7 CONSIDERAÇÕES REGIONAIS

Neste aspecto existem duas considerações regionais a apresentar. A primeira é


referente às dificuldades para levantar edificações em locais em que não se dispõem
de infraestrutura de apoio. A cidade que é a provedora de materiais, equipamentos e
mão de obra encontra-se distante e o tempo para se providenciar estes elementos se
tem como a principal causa de atrasos, um modo de vencer isso é por meio de um
planejamento consolidado, sobretudo, com a cultura construtiva atual, uma empresa
tem a tendência de levar seu conhecimento para a cidade pequena com ciência dos
desafios em relação ao início do empreendimento. Tendo influência na execução da
obra, as decisões relativas à seleção de sistemas construtivos e diretrizes técnicas,
na qual decisões tem relação com a expectativa de conclusão da obra, se tornam
motivo de impacto por consequência de não dispor de fornecedores aptos a cumprir
a demanda.

A mão de obra local contidas em regiões distantes é qualificada para assumir apenas
serviços de baixa formação e em conforme o vulto da obra, a quantidade de
profissionais qualificados provenientes dos grandes centros se tornam insuficientes
para suprir os locais. Esta conjuntura implica para que a região apresente um potencial
efeito na qualidade do empreendimento, mesmo tendo elevação de orçamentos para
a execução.

Na gestão do projeto temos a segunda consideração a ser feita. As tomadas de


decisão do empreendimento se localizam na matriz e o tempo de resposta à
contingência também é visto com um problema caso não tratada de forma adequada
ou mesmo, se não obtiver níveis de tomada de decisão intermediários referente a
solução de impactos.

Relacionamento entre equipes, informações limitadas, incompatibilidade de rotinas


foram as principais dificuldades apontadas pelos profissionais, e também dificuldades
com a criação de documentos como contratos e carteira de clientes, em grandes
volumes, considerando que o volume da produção e das atividades no momento em
que cresce ligeiramente, não possibilita tempo hábil para a adequação e treinamento
40

da estrutura.

Nas duas considerações, as diferenças entre expectativas precisam ser averiguadas


de forma a impedir impactos. Uma as dificuldades é a execução de estudos mais
criteriosos na etapa de planejamento de modo que se obtenha um maior entendimento
das necessidades, expectativas e limitações da obra.

Levando em consideração o distanciamento da equipe gerencial, a falta de processos


e rotinas de acompanhamento do projeto são necessárias adaptações importantes,
ao que se confere uma grande parte dos conflitos. Neste aspecto, um modelo indicado
pode ser aderir a uma empresa gerenciadora, porque a mesma terá como dever fazer
as compatibilizações e adequações que forem necessárias, diminuindo assim o
impacto das incompatibilidades culturais. Esta empresa gerenciadora deve ter
autonomia para gerenciar e determinar acerca das contratações e questões técnicas
estabelecidas, abrandando a demora de algumas decisões.

Mesmo com as degradações que tem a possibilidade de acontecer, os conflitos


culturais e regionais acarretam no amadurecimento e desenvolvimento das
capacidades das empresas responsáveis e para a profissionalização. Admite-se que
este incremento precisar ser usado como experiência para o planejamento,
constituição e condução de futuras parcerias de modo a possibilitar que as empresas
consigam absorver maior quantidade possível dos benefícios esta parceria pode
promover na execução dos projetos.

4.8 ETAPAS INDUSTRIALIZADAS

A influência do projeto no canteiro de obras no ambiente de etapas industrializadas é


uma tendência. Rotineiramente novos elementos construtivos estão sendo alocados
no mercado e no dia a dia das obras e, assim, sua eficácia vem sendo pondo a prova
por profissionais e por usuários. O sucesso da integração destes elementos é
dependente do bom desempenho conquistado na associação entre sistemas.

De acordo com Qualharini (2008) pode-se ainda considerar, como principais, o


41

sistema estrutural e o de fechamentos, já que todas as outras etapas complementares


de uma construção devem se basear e se adaptar à estrutura e aos fechamentos. A
chave para os níveis mínimos de impactos está na integração do projeto com o
planejamento da execução.

Hoje é notável que há a necessidade de alteração da sistemática e da mentalidade da


construção civil. Uma enorme diversidade de materiais, equipamentos e práticas
tecnológicas inovadoras vem sendo importada para o mercado da construção.
Desse modo, no momento em que existe a alternativa por etapas industrializadas,
precisa-se analisar como estas podem ser integradas com as outras fases de projeto
e de como o canteiro estará ordenado para receber tais insumos.

A carência de industrialização tem origem no desbarato de materiais e de mão-de-


obra na construção convencional, e que a alternativa para diminuir este desperdício
indica para a racionalização, obtendo uma melhor utilização dos materiais e serviços
que necessita de mão de obra qualificada.

Um outro fator crítico analisado foi a ausência de conhecimento técnico a respeito das
potencialidades, limitações e condições de interação dos diversos sistemas entre si e
isoladamente. Bem como no processo de projeto, e também no executivo, existe esta
necessidade de se executar metodologias de trabalho que favoreçam o
aproveitamento dos novos sistemas, e também acabam por otimizar o seu uso no
processo construtivo.

4.9 EQUIPE DE EXECUÇÃO DA OBRA

Até então, desde o início da construção, o projeto foi concebido, dimensionado,


avaliado, corrigido, contratado, aprovado e passou por diversas operações de gestão.
No tópico 3.4 deste trabalho foram indicadas técnicas que colaboram para a boa
execução e, por consequência, favorecem a produtividade.

Porém, todo o esforço gerencial empregado no projeto nos direciona a uma discussão
a respeito de um elemento que não é planejado: A mão de obra qualificada para
42

efetivá-lo.

Dentro mercado existe a necessidade por profissionais que sejam capazes de lidar
com as novas tecnologias inseridas no mercado e fundamentalmente, com a filosofia
sistêmica da construção objetivando projetos que sejam paulatinamente mais
eficientes e sistemáticos.

De acordo com Sales (2001) para a execução dos sistemas industrializados nos
canteiros, é necessário que se tenha mão-de-obra especializada e qualificada, o que
ainda representa uma dificuldade para os empreendedores, já que as técnicas e os
materiais em questão são relativamente novos no mercado nacional e as empresas
que oferecem mão-de-obra nem sempre têm qualificação adequada.

É fato que os projetos complexos e modernos requerem uma mão de obra cada vez
mais qualificada para sua efetivação. No Brasil, a construção civil detém atividades
principalmente artesanais, onde se faz necessário gerar um mecanismo para preparo
de mão de obra que seja capaz de reconhecer e executar as atividades, tendo a
competência de prever já nas etapas de formulação do projeto, tal como abrandar os
impactos em que o projeto tem a possibilidade de provocar na execução por não
administrar a carência por profissionais competentes para executá-lo.

E para esta etapa de projeto precisa-se averiguar e calcular a quantidade de tempo


de trabalho que possivelmente será preciso para terminar cada atividade determinada
na rede de precedência, não ignorado a necessidade de levar em consideração as
características da equipe. Geralmente esta atividade é feita pelos profissionais que
obtiveram maior domínio do projeto em geral.
43

5. METODOLOGIA

Neste capítulo será informado os métodos usados para a elaboração desta pesquisa.
Este estudo tem caráter descritivo e utilizou-se da abordagem quantitativa para a
alocação de dados, sendo realizado uma revisão bibliográfica com relação ao tema
proposto e de assuntos que tenham ligação direta ou indireta com o mesmo. Gil (1991,
p. 46) afirma que “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis.”

Para o referencial teórico empregou-se o uso de trabalhos com autoria de


personagens respeitados no universo acadêmico devido a sua colaboração no que
tange aos temas discorridos, como QUALHARINI, BARROS NETO, AVILA, LIMMER,
estudos as Normas técnicas relacionadas ao assunto, trabalhos de conclusão de
curso e consultas a sites especializados na área.
44

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Limmer (2007) planejar consiste em projetar o futuro para atuar com
eficiência no presente, ou seja, definir metas e objetivos a serem alcançados em
determinado tempo (prazo) e a partir dessas diretrizes empreenderem as ações
necessárias para atingir os objetivos propostos. Neste âmbito, pode-se verificar que
possuir um bom planejamento é o ponto chave para um se ter início promissor em
uma obra, visto que ele permite a visualização organizada das metas dispostas.

Maximiano (2002) diz que gerenciar, administrar, coordenar ou gerir um projeto


significa aplicar técnicas, conhecimentos e habilidades como forma de garantir o
sucesso. Gerenciar um projeto envolve inicialização e finalização do mesmo, além das
etapas de planejamento, execução e atividade de controle. Desse modo, em
complemento ao primeiro autor, é possível observar a necessidade do conhecimento
e aplicação de técnicas requeridas em prol do sucesso no empreendimento, e também
o dever da gestão em estruturar as fases de planejamento, execução e atividades de
controle.

O gerenciamento de projetos no Brasil e no mundo tem experimentado


uma série de mudanças do ponto de vista teórico/conceitual, visto que
contribui com as gerências das empresas, proporcionando a estas um
exame bem detalhado das dimensões estratégicas que devem nortear
e permitir a adequada priorização dos projetos, bem como criar
mecanismos de controle e descarte dos mesmos (Vargas, 2010).

E ainda de acordo com Vargas (2010) outro tópico que também repercutia no
gerenciamento de projetos é a centralização de processos, na qual somente os líderes
de empreendimentos executavam, acompanhavam, controlavam e encerravam os
projetos, sem considerar as técnicas e ferramentas de apoio à execução dos mesmos.
Por fim, percebe-se a evolução do gerenciamento de projetos, que é outro fator dentro
deste tema de fundamental importância. Atualmente, fazendo uso de todas as
ferramentas gerenciais apresentadas neste trabalho e com a integração das equipes
responsáveis resultará em um empreendimento bem sucedido, com riscos
minimizados e otimização de recursos e tempo
45

7. COSIDERAÇÕES FINAIS

O principal instrumento, na construção civil, para a definição de como as etapas de


um empreendimento devem ser executadas é o projeto. A condução inadequada do
mesmo ocasiona em diversos impactos. Há alguns mecanismos que auxiliam e
colaboram para melhorar a intepretação de dados e integração da equipe reduzindo
os atrasos e prejuízos na obra, os quais estão presentes nesta pesquisa.

No entanto, para o melhor aproveitamento possível é necessário que utensílios


gerenciais voltados para compatibilização projectual, aliados a eficácia,
construtibilidade e boas condutas estejam unidos ao uso de técnicas que acatam
tempos e fases para elaboração de soluções.

E dentro deste cenário, o respeito pelo tempo necessário na gestão de projetos


possibilita a averiguação de interferências, detalhes construtivos e integração de
técnicas construtivas industrializas e convencionais. Este tempo também colabora
para que as atividades maturem mais e cheguem na etapa com execução com um
número maior de dados.

Contudo, no tocante a etapa de execução na obra é sabido que fazer uso das técnicas
que favorecem a boa execução da obra necessita obrigatoriamente que o canteiro de
obras seja habilitado para absorvê-las e apresentar retornos eficazes para logística,
controle de produção, gestão de obra e supervisão da mão de obra.

Com a gestão do empreendimento tendo um projeto bem retificado, compatibilizado e


compreendido alinhado as boas condutas apresentadas neste trabalho resultará em
um escopo valioso para a produção da programação, cronograma, e controle da obra.

Sabe-se que para há numerosos projetos cada vez mais complexos no mercado, e
para tal existem diversas ferramentas e técnicas em resposta. Todavia os mesmos
são provenientes de pessoas e exercidos em situações que exigem mais
componentes que os contidos nestes mecanismos. Para alcançar o sucesso no
projeto com riscos reduzidos é necessário compreender estas interfaces.
46

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Manutenção. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.

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Desempenho. ABNT, 2013.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 16280/2014. Gestão das


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Caso em um Edifício Residencial Multifamiliar. Monografia. Minas Gerais, 2011.

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BARROS NETO, José de Paula. Um Modelo de Compatibilização de Projeto de


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Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos-USP Construção
Civil, São Paulo, 2001.

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estudo e proposta para perfil, atividades e autonomia. São Paulo: EPUSP, 2013. 227p.
47

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Indústria da Construção. Ministério do Trabalho, 2015.

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