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Gestão e Tecnologia

das Construções
GESTÃO E TECNOLOGIA
DAS CONSTRUÇÕES
Expediente
Reitor: Ficha Técnica
Prof. Cláudio Ferreira Bastos Autoria:
Rodrigo Bastos Chaves
Pró-reitor administrativo financeiro:
Prof. Rafael Rabelo Bastos Supervisão de produção NEAD:
Francisco Cleuson do Nascimento Alves
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio Rabelo Bastos Design instrucional:
Ana Lúcia do Nascimento /
Pró-reitor acadêmico: Antonio Carlos Vieira
Prof. Valdir Alves de Godoy
Projeto gráfico e capa:
Coordenação pedagógica: Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Profa. Maria Alice Duarte G. Soares
Diagramação e tratamento de imagens:
Coordenação NEAD: Jocivan de Castro Costa
Profa. Luciana R. Ramos Duarte
Revisão Ortográfica:
Ana Lúcia do Nascimento /
Antonio Carlos Vieira

Ficha Catalográfica
Catalogação na Publicação
Biblioteca Centro Universitário Ateneu

CHAVES, Rodrigo Bastos. Gestão e tecnologia das construções. / Rodrigo Bastos Cha-
ves. – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2019.

80 p.

ISBN:

1. Planejamento. 2. Administração de materiais. 3. Contabilidade na obra. 4. Organização. I.


Centro Universitário Ateneu. II. Título.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou par-
cialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotos-
tática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para
tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser
dirigidos à Reitoria.
SEJA BEM-VINDO!

Caro estudante, por meio deste material você terá um breve


conhecimento sobre planejamento e gerenciamento de obras, a função
do gerente de obras, organização e planejamento do canteiro de obras e
acompanhamento da execução dos serviços das obras de engenharia.

Identificará, no decorrer dos estudos, como é feito o controle


administrativo dos principais documentos essenciais para a execução dos
trabalhos nas obras de construção civil, bem como a administração de
materiais e pessoas em obras.

Você ainda compreenderá sobre os principais equipamentos de


transporte verticais utilizados nas edificações e outros trabalhos relacionados
na área da engenharia. Compreenderá também sobre os estudos da
contabilidade e custos financeiros em serviços de engenharia.

Por último, aprenderá sobre a organização do trabalho, hierarquia


de cargos, as tecnologias mais atuais apresentadas na construção civil e
a implementação de tecnologia racionalizada em empreendimentos de
engenharia.

Bons estudos!
Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem e significam:

ANOTAÇÕES

CONECTE-SE

REFERÊNCIAS
SUMÁRIO

PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO
CANTEIRO DE OBRAS
1. Otimização de projetos............................................ 8

01
1.1. Gerenciamento de projetos........................... 13
1.2. Gerente de projetos ................................... 16
2. Organização administrativa de um
canteiro de obras.................................................. 17
3. Acompanhamento geral do andamento da obra... 20
Referências................................................................ 24

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E
PESSOAS NA OBRA

02
1. Apropriação e controle na construção................... 26
2. Administração de materiais na obra...................... 29
3. Administração de pessoal na obra........................ 32
Referências................................................................ 38
EQUIPAMENTOS, TRANSPORTE E CONTABILIDADE
NA OBRA
1. Equipamentos na obra.......................................... 40
2. Transporte e movimentação na obra.................... 42

03
2.1. Elevadores .................................................... 43
2.2. Grua .............................................................. 44
2.3. Plataforma de trabalho aéreo........................ 46
3. Contabilidade na obra........................................... 47
Referências................................................................ 54

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E AS NOVAS TEC-


NOLOGIAS USADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
1. Organização do trabalho....................................... 56
2. Novas tecnologias utilizadas na
construção civil...................................................... 58
2.1. Aço utilizado como material de

04
construção civil ............................................. 59
2.2. Gesso utilizado como material de
construção civil.............................................. 61
2.3. Mesas voadoras ........................................... 64
2.4. Deck light....................................................... 65
2.5. Concreto pré-moldado .................................. 66
3. Implantação de tecnologias construtivas
racionalizadas em obras....................................... 72
Referências................................................................ 78
Rodrigo bastos chaves

Unidade
Planejamento e organização
01 do canteiro de obras

Apresentação

Esta unidade apresenta as fases de planejamento e seus prazos,


podendo ser curto, longo e médio. Também vamos estudar sobre a otimização
e gerenciamento de projetos juntamente com a pessoa do gerente de projetos.

Estudaremos também sobre o planejamento, desenvolvimento e a


execução na construção do canteiro de obras, que é parte integrante de toda
construção civil.

E finalizando a metodologia de acompanhamento com as devidas


etapas na ordem de execução das edificações residenciais multifamiliares.
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
• Familiarizar o estudante com conhecimentos de projetos, planejamento e pro-
gramação de engenharia na construção civil;
• Apresentar ao estudante como o gerenciamento de projetos influencia no bom
andamento da obra;
• Conhecer as atribuições do gerente de projeto.

1. Otimização de projetos
O atender às necessidades deve ser elaborado por meio de estudos
preliminares que contemplem possíveis alternativas de concepção e que
definam a melhor opção sob o aspecto legal, econômico, social e ambiental.

É importante que se tenha, por intermédio de análises técnicas,


a convicção da viabilidade técnica do empreendimento, assim como a
avaliação do impacto ambiental que será causado. Atualmente, existem
projetos que são substancialmente alterados em face de exigências
ambientais não previstas.

Em obras, depois da conclusão dos estudos preliminares, é necessário


o desenvolvimento de anteprojeto para elaboração e representação técnica
da solução aprovada, a definição dos principais componentes arquitetônicos
e estruturais da obra, o estabelecimento das instalações em geral e a
definição do custo. Os estudos prévios devem ser elaborados para verificar a
viabilidade do empreendimento e são baseados em diversos parâmetros.
Estes, permitem definir a organização para executar a obra, tomar decisões,
alocar recursos, integrar e coordenar esforços de todos os envolvidos,
assegurar boa comunicação entre os participantes da obra, conscientizar
os envolvidos para prazos, qualidade e custos, caracterizar a autoridade do
gerente, estabelecer um referencial para controle, definir uma diretriz para
o empreendimento.

Para planejar é necessário conhecer também os critérios de aplicação


de cada técnica, a utilização conjugada das técnicas e o conhecimento delas
por todos os envolvidos.

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Existe no planejamento a variável do tempo, que divide o planejamento
em prazos (curto, médio e longo).

Quadro 01: Características do planejamento a partir dos prazos.

- Relacionado a decisões do dia a dia da obra;


- Atribuição de pacotes de trabalho às equipes de produção
(planejamento de comprometimento);
- Em geral, o horizonte de tempo é semanal;
CURTO
- Protege a produção contra incertezas relativas à falta de
recursos físicos;
- Forte participação da equipe de produção;
- Ênfase na identificação de problemas e controle em tempo real.

- Vínculo entre o planejamento de longo prazo e de curto


prazo (operacional);
- Horizonte de tempo tipicamente de 2 ou 3 meses;
MÉDIO
- Normalmente é móvel (ciclo de retroalimentação mensal);
- Protege contra as incertezas de natureza financeira;
- Programação de recursos com médio ciclo de aquisição.

- Estabelece o ritmo dos principais processos, baseado no


plano de ataque e datas marco;
- Horizonte de tempo igual ao prazo da obra (plano mestre);
LONGO
- Ênfase financeira da projeção de despesas mais detalhada;
- Retroalimentação em médio prazo;
- Programação de recursos com longo ciclo de aquisição.
Fonte: Elaborado pelo autor.

A atividade de planejamento é um esforço sistemático e formal, que


visa estabelecer direção para aumentar a probabilidade da ocorrência dos
resultados desejados.

O planejamento trata-se de um exercício de criatividade, onde


procuramos antecipar o que estaremos fazendo e o que poderá acontecer.

Definir as atividades antes da execução para evitar improvisos que


resultem em desperdícios e maus resultados é, sem dúvida, uma das
melhores providências quando se pensa em construir.

A importância de um planejamento é a eliminação de problemas


relacionados à incidência de perdas e baixa produtividade, aumento da
transparência dos processos (possibilidade de visualização), melhoria da
comunicação entre níveis gerenciais e diferentes intervenientes e proteção
da produção contra a incerteza da variabilidade.

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Segundo a norma ISO 10006, projeto é um processo único, consistindo
de um grupo coordenado e controlado de atividades com data de início e
término, conduzidas para atingir um objetivo com requisitos especificados,
incluindo restrições de tempo, custos e recursos.

O projeto é um plano de execução, é um planejamento para se


alcançar objetivos dentro de metas de orçamento e tempo. É um conjunto de
atividades que visa um objetivo, uma meta especifica e não há uma pessoa
que não os tenha. Tudo que é planejado, executado e finalizado, geralmente,
passou por um projeto.

FIQUE ATENTO
Um bom projeto não acontece por acaso. Ele resulta do pensamento cui-
dadoso sobre o que os clientes e usuários querem e sobre como anunciar e
alcançar os requisitos de projeto.
Estabelecer os objetivos de um projeto significa determinar a situação final
e produtos esperados. Os objetivos complementam a argumentação da descri-
ção, tornando a proposta mais clara e tangível.

O projeto se compõe de duas partes distintas: a parte gráfica e a


parte escrita. A parte gráfica possui os seguintes elementos: plantas, cortes
(transversais e longitudinais), fachada, detalhes arquitetônicos, infraestrutura
e superestrutura (concreto, madeira, metálicas), instalações elétricas,
instalações hidráulicas (água quente, água fria e água pluvial), instalações
sanitárias, impermeabilizações e cronograma físico-financeiro. Definimos
cada elemento da parte gráfica como sendo:
• Planta baixa: é o resultado de um corte horizontal obtido através de
seccionamento de um plano de nível, paralelo ao plano horizontal
de altura de 1,50 m (piso). É, na verdade, uma parte do desenho de
arquitetura que representa uma vista do projeto de cima para baixo.
• Os cortes: costumam ser utilizados para esclarecer o projeto da
edificação e o processo de construção. Cortes transversais e longitu-
dinais geralmente são desenhados na mesma escala da planta baixa
e mostram vistas de seções feitas em planos verticais.

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• Fachada ou elevação: é uma vista frontal, posterior ou lateral, pro-
jetada no plano vertical ou no plano de perfil. É um importante jogo
de desenhos de execução e do desenvolvimento do projeto. São es-
sencialmente vistas que mostram o exterior ou interior da edificação.
• Detalhes: são desenhos de dimensões ampliadas de certos elemen-
tos do edifício, para melhor interpretação.
• Estruturas: são expressas por desenhos cotados e dimensionados
de todos os elementos estruturais da obra como alvenaria, madeira
(telhados e forros), concreto armado e aço (ferragens).
• Instalações elétricas: são expressas por desenhos e esquemas com
bitolamento dos fios e condutores das redes elétricas, telefônicas, an-
tenas e a fixação de pormenores necessários à perfeita interpretação
do projeto.
• Instalações hidrossanitárias: são expressas por desenhos, esque-
mas e perspectivas com cotas e dimensionamentos. Divide-se em
sistemas de água-fria, água quente, esgoto, águas pluviais, gás.
• Impermeabilização: procedimento fundamental para proteger a
edificação contra a entrada indesejável das águas das chuvas e das
utilizadas em manutenções de limpeza predial, da umidade dos solos
ou das terras de jardinagem.
• Cronograma físico-financeiro: é um calendário gráfico tão rigoroso
quanto possível onde se prevê a época dos eventos das atividades e
estabelece também as datas dos suprimentos financeiros.

Já na parte escrita é onde se constam os seguintes elementos:


especificação, memorial e orçamento. Conceituamos a parte escrita
como sendo:
• Especificação: que pode ser dividida em especificação de materiais
e de execução, visando estabelecer os padrões de qualidade.
• Memorial: é uma exposição detalhada do projeto, descrevendo as
soluções adotadas, e a justificativa das opções, as características de
materiais, os métodos de trabalho.
• Orçamento: é a parte escrita que estabelece o custo provável da
obra. Nele constam as unidades, as quantidades, os preços unitários
e os custos parcial e total.

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A execução de um projeto sofre mudanças contínuas ao longo da
sua implantação, sendo necessário, para alcançar o objetivo, determinar uma
diretriz de atuação que leve a esse objetivo. Essa diretriz é estabelecida por
meio do planejamento do projeto.

Em projetos de qualquer tamanho significativo pode incluir a


responsabilidade sobre o encaminhamento da documentação para as
licenças de construção, segurança do local da obra, suprimento temporário
de água e energia, criação de escritórios temporários e outras instalações
de apoio, provisão de seguro para o trabalho em curso, gerenciamento do
pessoal na obra, manutenção de um ambiente de trabalho seguro, estoque
de materiais, realização de testes e controle de qualidade, provisão de
levantamentos do terreno e de maquinários de construção, provisão de
estruturas temporárias e proteção às intempéries, disposição ou reciclagem
dos resíduos de construção, licitação dos serviços de subempreiteiros e
coordenação de seus esforços, submissão de amostras e de informações
técnicas à equipe de design para revisão, manutenção de um registro
preciso da construção ao longo de sua evolução, monitoramento de custos
e da programação, gestão de mudanças no trabalho, proteção dos trabalhos
concluídos e outros.

O planejamento e a programação de um projeto promovem o seu


controle, porque é este que permite avaliar a qualidade do que foi planejado
e programado.

Um projeto de sucesso
satisfaz seus clientes e
patrocinadores...

Um projeto de sucesso satisfaz seus clientes e patrocinadores com


resultados que atendem aos seus objetivos, dentro das restrições de tempo
e custo. Observar os detalhes de forma criteriosa nos traz a possibilidade
de produzir produtos de qualidade, mantendo e promovendo relações
harmoniosas entre os envolvidos, incluindo os executantes e contribuindo
com o aprendizado da organização.

Um bom investimento em planejamento se justifica pela produtividade


na execução e pelo efetivo controle do projeto.

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Figura 01: Projeto arquitetônico com as devidas cotas.

Fonte: < https://bit.ly/2SkVYq9 >.

1.1. Gerenciamento de projetos


Conforme Gasnier (2010), gerenciamento de projetos é a aplicação do
conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto,
de forma a atingir e exceder as necessidades e expectativas dos interessados
pelo projeto.

A ferramenta computacional que auxilia no gerenciamento de projetos


é o MS Project da empresa Microsoft Corporation. O programa é necessário
para gerenciar três fatores que são escopo, tempo, custos. Havendo uma
das alterações nos fatores os outros, consequentemente, também serão
afetados. É uma ferramenta que gerencia a produção da construção civil de
modo mais rápido, organizado e preciso.

Por meio do programa MS Project elaboramos o chamado gráfico


de Gantt. Esse gráfico é um cronograma bastante simples, cujas colunas
marcam o tempo e as linhas são as atividades a serem desenvolvidas. É
usado para indicar o avanço das diferentes etapas de um processo.

O Project Management Institute (PMI) é uma organização mundial, sem


fins lucrativos, que serve aos interesses de seus associados, profissionais de
gerenciamento de projetos. O seu objetivo é promover o profissionalismo e
desenvolver o estado da arte no gerenciamento de projetos, provendo seus
associados com serviços e produtos de classe mundial e estabelecendo a
aceitação do gerenciamento de projetos como uma disciplina e uma profissão.

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O Project Management Body of Knowledge (PMBOK) é um guia de
orientação de profissionais sobre o conhecimento em gerenciamento de
projetos, elaborado pelo PMI, abordando as boas práticas já sedimentadas.
O PMBOK é uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de
projetos, descrevendo normas, métodos, processos e práticas estabelecidas.

São nove áreas de conhecimento, ou disciplinas que compete ao


PMBOK. São elas: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos
humanos, comunicação, risco e suprimentos. A seguir, vamos estudar um
pouco cada uma dessas áreas de competência.

• Integração: a integração do projeto objetiva assegurar harmonia e


coordenação entre os diversos elementos do projeto, por meio do
desenvolvimento de políticas consistentes, decisões de qualidade,
metodologias e ferramentas, a exemplo de reuniões com os envolvidos
e softwares para consolidação de toda a documentação.

• Escopo: o escopo define as tarefas necessárias e suficientes para que


o projeto seja concluído com sucesso, estabelecendo objetivamente
o que está e o que não está colocado no projeto.

• Tempo: o tempo objetiva assegurar a pontualidade na conclusão do


projeto, por intermédio da utilização de técnicas e ferramentas de
softwares de agendamento, a exemplo do MS Project comentado
anteriormente.

• Custo: o custo envolve os processos necessários para nos assegu-


rarmos que o projeto seja concluído dentro do orçamento aprovado.
Durante a execução, realizamos o controle dos custos, acompanhando
sua evolução e desvios em relação ao orçamento planejado.

• Qualidade: quem define a qualidade é o cliente. A qualidade em


projetos deve incluir processos que asseguram a satisfação das
necessidades. O controle de qualidade monitora os indicadores ge-
renciais e, caso necessário, promove ações corretivas para eliminar
as causas dos desvios.

• Recursos humanos: o projeto será realizado por pessoas e seu


sucesso depende do seu adequado envolvimento e de sua utilização
de maneira produtiva.

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• Comunicação: a comunicação é um grande desafio em todas as
organizações e projetos. Envolve coletar informações, processar e
gerar novas informações, assegurar a sua distribuição e organizar
seu arquivamento para eventuais necessidades.
• Risco: o risco é uma das principais causas de sucesso e fracasso
dos projetos. Avaliamos as ameaças e oportunidades que envolvem
o empreendimento. Compreende o conceito de uma estratégia para
lidar com os riscos. Na quantificação do risco avaliamos a probabili-
dade e o impacto de cada um dos riscos identificados.
• Suprimentos: trata-se da logística do projeto, envolvendo a iden-
tificação e o desenvolvimento de fornecedores e a administração
do processo de aquisição e abastecimento de produtos e serviços
externos. A seleção e desenvolvimento de fornecedores identifica
as potenciais fontes de abastecimento, determinando onde obter os
produtos e serviços requeridos.

Numa época em que se fala muito em qualidade e, por via em


produtividade, é preciso que o gerenciamento de um projeto seja elaborado
como um todo, colocando-se recursos humanos, materiais, equipamentos
e também políticos, de forma que se obtenha o produto desejado. Um
bom exemplo disso é a obra construída dentro das variáveis de prazo, custo,
qualidade e risco previamente estabelecidos.

O fator muito considerado no gerenciamento de projetos é o risco


incorrido em cada decisão gerencial. O risco pode ser conceituado como
a probabilidade de ocorrência de um evento e as consequências adversas
decorrentes desse evento.

...é necessário medir quais as consequências


que tal alteração pode trazer...

Ao tomar uma decisão de aumentar ou diminuir o prazo de execução


de uma atividade qualquer, inserida numa série de outras atividades, é
necessário medir quais as consequências que tal alteração pode trazer para o
projeto e qual a probabilidade dessas consequências serem concretizadas. O
mesmo pode ser dito com relação ao risco em não se cumprir determinado
valor orçado para a execução da obra.

GESTÃO E TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES | 15


Figura 02: Cronograma de gráfico de Gantt com as predecessoras.
2019 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

FASE 1 TÍTULO
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FASE 3 TÍTULO

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FASE 5 TÍTULO

Fonte: < https://bit.ly/2SPA0Lb >.

LINK WEB
Para saber mais sobre a origem, aplicabilidade, benefícios e como elabo-
rar um gráfico de Gantt, acesso esse link: < https://bit.ly/2E9HEYI >.

1.2. Gerente de projetos


A gestão de projetos pode ser definida como o planejamento, a
programação e o controle de uma série de tarefas integradas, de forma a
atingir os objetivos com êxito.

Conhecendo os métodos de análise de risco, o gerente de projetos se


capacita para determinar as diferentes probabilidades de variadas soluções
possíveis para um dado problema e, assim, qual a possibilidade de sucesso
de uma determinada alternativa.

Cabe ao gerente de projeto orientar a execução das atividades


planejadas, bem como gerenciar eventuais atividades não planejadas,
decidindo sobre o curso de ação apropriado.

Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério


do Trabalho e Emprego (MTE), o gerente de projeto responsabiliza-se por
prover soluções tecnológicas para produtos, processos e serviços e promover

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a transferência dos mesmos para o setor produtivo. Eles participam das
decisões da diretoria de pesquisa e desenvolvimento e operacionalizam-nas,
desenvolvem novos produtos, otimizam o desempenho da área de pesquisa
e desenvolvimento, disseminam resultados e atividades, captam recursos e
monitoram a proteção da propriedade intelectual da instituição.

O gerente de projeto é essencial para garantir o sucesso no


desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Ele é responsável pelo
controle de custos e locação de recursos, elaboração dos parâmetros-
-chave para o produto ou a especificação do serviço, coordenação da
equipe de desenvolvimento do produto, calendarização do processo de
desenvolvimento, solução de problemas.

Para ajudar os gerentes de projeto a executar as funções de


planejamento, organização, liderança e controle, diversas ferramentas e
técnicas foram desenvolvidas. Inclui também ferramentas para compreender
e listar o trabalho a ser feito, programar de forma lógica e eficiente as
tarefas a serem realizadas, designar tarefas para as pessoas e monitorar o
andamento.

Figura 03: O gerente de projeto orienta a execução das


atividades planejadas.

Fonte: < https://bit.ly/2UJyY0s >.

2. Organização administrativa de um canteiro de obras


O planejamento do canteiro de obras tem estreita relação com o
desempenho da logística interna do empreendimento.

As primeiras medidas para o adequado processamento da produção


em todos os tipos de indústria são o planejamento e o estabelecimento do
arranjo físico. Parte dessa tarefa deve definir quais seções ou departamentos

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serão requeridos, de acordo com as atribuições funcionais necessárias
para a obtenção da produção, para dimensionar as áreas demandadas por
cada uma dessas e o seu inter-relacionamento com os respectivos fluxos de
materiais e de informações entre essas, sempre na perspectiva de maximizar
o uso do terreno disponível, bem como da própria produção a ser obtida,
reduzindo deslocamentos desnecessários e o cruzamento de fluxos.

De acordo com a NR 1, do MTE, cujo título é “Disposições gerais”,


define canteiro de obras como sendo área do trabalho fixa e temporária, onde
se desenvolve operações de apoio e execução à construção, demolição ou
reparo de uma obra.

Somente pode entrar no canteiro de obras aquele que estiver trajando


uniforme adequado e utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

O canteiro de obras deve ser preparado de acordo com a previsão de


todas as necessidades, assim como a distribuição conveniente do espaço
disponível, e obedecerá às necessidades do desenvolvimento da obra.
Poderá ser feito de uma só vez ou em etapas independentes, de acordo
com o andamento dos serviços.

A circulação de pessoas no canteiro de obras é função principalmente


do tipo de desenvolvimento da obra. Podemos ter obra que se desenvolve
tanto no sentido horizontal quanto no sentido vertical. As obras que se
desenvolvem horizontalmente, necessitam de grandes extensões de terreno
para suas construções, entretanto, obras com desenvolvimento vertical,
obtêm-se grandes áreas construídas em pequenos terrenos, desenvolvendo-
se toda a construção verticalmente. As obras de desenvolvimento horizontal
necessitam de maior área de circulação do canteiro, para distribuição e
aplicação dos materiais e, em alguns casos, chega-se a construir vários
canteiros para reduzir as extensões de transportes entre o armazenamento
e o local de aplicação. Já as obras de desenvolvimento vertical, o canteiro
é concentrado e exige o mínimo de circulação pela própria característica
da obra.

O canteiro de obras pode ser dividido em setores para atividades de


gestão/administração, de armazenagem, de oficinas e de áreas de vivência:

Setor de gestão/administração: escritório técnico, administrativo e


posto de controle de entrada da obra.

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Setor de armazenagem: almoxarifado, depósitos cobertos para sacos
de cal, para sacos de cimento, além de áreas não cobertas para materiais
volumosos não perecíveis como areia, blocos e tijolos, ferro, madeira, pedras
britadas e telhas.

Setor de oficinas: locais para corte de madeira, para corte e dobragem


de ferros e para mistura de argamassas e concreto.

Áreas de vivência: instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local


de refeições, cozinha, lavanderia, área de lazer e ambulatório.

A organização do canteiro permite economizar tempo, reduzir


acidentes de trabalho, economizar mão de obra e materiais, melhorar a
qualidade do serviço, otimizar espaços ocupados.

O planejamento do canteiro de obras envolve o conhecimento do


fluxo físico (pessoas e materiais) e fluxo de informações relacionadas
à execução das atividades da obra. É necessário haver a previsão de
mecanismos de controle, para que os processos possam ser colaborativos,
cujo resultado é medido em eficiência e eficácia na produção da obra.

Um canteiro de obras bem projetado permite a realização de operações


seguras, reduz distâncias e tempos de movimentações de materiais e
trabalhadores. Dessa maneira, ocorre melhoria da produtividade, quando
ficam claramente definidos quais os fluxos de materiais, equipamentos e
trabalhadores.

Na fase de execução, ou mesmo antes, deve-se retirar a Anotação de


Responsabilidade Técnica (ART), que efetiva a participação do profissional na
execução dos trabalhos da obra ou serviço, de modo a permitir a verificação
da medida dessa participação.

...O tamanho dos containers


deve ser conforme a NR 18...

Para a montagem e desmontagem de instalação do canteiro de obras


com praticidade e rapidez, as construtoras estão optando por uma solução: a
utilização de containers. O tamanho dos containers deve ser conforme a NR
18, do MTE, com o pé direito não sendo inferior a 2,40 m e as aberturas para
a ventilação com dimensão equivalente a 15% da área do piso.

GESTÃO E TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES | 19


Figura 04: Canteiro de obras na forma de containers.

Fonte: < https://bit.ly/2MY2yg1 >.

3. Acompanhamento geral do andamento da obra


O acompanhamento da evolução da obra é realizado por intermédio
da medição do andamento dos serviços. Esta medição pode ser apurada
individualmente, com cada membro da equipe, ou em reuniões de
acompanhamento, com todos presentes.

Além do andamento, avaliamos ocorrências relevantes, desvios,


dificuldades, medidas corretivas, ânimo e moral das pessoas, riscos e a
previsão da conclusão da obra.

Quanto à classificação das construções em relação ao seu uso,


podemos considerar as mais significativas: obras residenciais, industriais,
comerciais, rurais, rodoviárias, ferroviárias, portuárias, aeroportuárias, especiais,
temporárias, de arte, mistas, subterrâneas, aquáticas, monumentos etc.

Existem etapas na construção de edifícios residenciais que nos


ajudam no dia a dia de obras. Elencamos essas etapas na ordem de execução:
planejamento (planta de situação, planta baixa, corte, fachada, coberta; os
projetos elétrico, hidrossanitário, de combate à incêndios, de estruturas); a
documentação (alvará de construção); demolição (engenharia de demolição);
limpeza do terreno; instalações do canteiro de obras; locação da obra
(levantamento topográfico do terreno, investigações geotécnicas e geológicas);
escavação da obra; fundação e desmonte de rocha; estrutura de concreto e
armações de aço; vedações; cobertura; impermeabilização; esquadrias (porta,
janela); revestimento (reboco, chapisco); piso; forros; instalações (elétricas,
hidrossanitárias, telefônicas e de gás); pintura; jardim (preparo da terra e

20 | GESTÃO E TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES


plantio); acabamento (limpeza da edificação); entrega (manual do proprietário,
manutenção da edificação); manutenção (inspeção predial).

É importante para o profissional da construção civil saber distinguir


rapidamente as variadas fases de uma obra, independente do seu tipo e uso.

Deve-se ter em mente que não existem receitas prontas para as


metodologias de construção: cada caso será sempre único, porque todos
eles envolvem uma grande variedade de condimentos locais.

As decisões sobre essas metodologias podem ser responsáveis pelo


sucesso ou pelo insucesso de uma construção. Cada empreendimento
merece estudo e decisão particulares.

Figura 05: Visão geral de uma edificação com os principais


materiais de construção.

Fonte: < https://bit.ly/2yp4Z80 >.

MATERIAL
COMPLEMENTAR
BIM – BUILDING INFORMATION MODELING
O modelo da informação da construção (BIM) é o conjunto de informações
geradas e mantidas durante toda a vida útil do edifício. Consiste na representa-
ção digital do processo de construção, permitindo e facilitando intercâmbio e a in-
teroperabilidade de informação em formato digital. O BIM pressupõe que quando
o arquiteto modela o edifício virtual, utilizando ferramentas tridimensionais, toda
a informação necessária à representação gráfica (desenhos rigorosos), à análise
construtiva, à quantificação de trabalhos e tempos de mão de obra, desde a fase
inicial do empreendimento até a sua conclusão, ou até mesmo ao processo de

GESTÃO E TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES | 21


desmontagem ao fim do ciclo de vida útil, se encontra no modelo.
Os elementos do edifício são definidos pela atribuição de conteúdo se-
mântico e vinculando-se a eles, propriedades.
São estabelecidas ligações que definem o modo de interação dos elemen-
tos entre si e com o modelo global.
Os objetos são organizados numa estrutura racional dividida por especia-
lidade e estratificada por nível de pormenorização.
Por exemplo: parede – especificam-se os seus parâmetros geométricos
como a espessura, o comprimento e a altura, bem assim outros parâmetros
como o material da parede, propriedades térmicas e acústicas, custos de mate-
rial e custos de construção, entre outros.
A gestão do processo de compartilhamento sobre o custo estimado e o
gerenciamento de projetos permite que equipes possam comparar estes com os
custos reais. A integração destes dois importantes processos pode levar a uma
maior adoção da tecnologia BIM (Building Information Modeling) e do IPD, (Inte-
grated Project Delivery) na construção.
Fonte: Adaptada de < https://bit.ly/2E5QgQ9 >.

Figura 06: Exemplo de desenho produzido a partir da tecnologia BIM.

Fonte: < https://bit.ly/2teM4au >.

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PRATIQUE
1) Por que antes de qualquer construção é importante o planejamento?

2) O projeto se compõe de duas partes distintas: a parte gráfica e a parte escrita.


Cite os três elementos da parte escrita e faça um breve comentário sobre
cada um deles.

3) Quais as primeiras medidas para o adequado processamento da produção


em todos os tipos de indústria?

4) Quais as atribuições do gerente de projetos?

GESTÃO E TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES | 23


5) Comente brevemente sobre o bom planejamento do canteiro de obras.

RELEMBRE
Vimos que o desenvolvimento de um projeto arquitetônico passa por es-
tudos preliminares que compõe alternativas de concepção até chegar na opção
mais viável em termos de aspectos legal, econômico, social e ambiental.
Estudamos que na execução de um projeto, este passará por variadas
mudanças ao longo da implementação para que alcance os seus objetivos.
O gerente de projeto é a pessoa responsável por fazer as mudanças ne-
cessárias no projeto e pelo sucesso do planejamento nas diversas etapas da obra.
Por último, vimos que para um bom planejamento do canteiro de obras
precisaremos de variáveis relacionadas com a logística de materiais e de pesso-
as, para não atrapalhar a produção e o andamento da construção.
Toda obra de construção civil necessita ser acompanhada por profissio-
nais legalmente habilitados. Esse profissional deverá ter conhecimento de toda
área da construção civil.

Referências
GASNIER, Daniel Georges. Guia prático para gerenciamento de projetos:
manual de sobrevivência para os profissionais de projetos. 1. ed. – São Paulo:
IMAM, 2010.
MTE. Gerentes de obras em empresa da construção. Disponível em:
<http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf>
Acesso em: 05 jan. 2019.
NOMUS. Gráfico de Gantt: o que é, como funciona e como montar o seu.
Disponível em: <https://www.nomus.com.br/blog-industrial/grafico-de-gantt/>.
Acesso em: 11 jan. 2019.
RENDER. BIM: a evolução do CAD. Disponível em: <https://blog.render.com.
br/diversos/bim-a-evolucao-do-cad/>. Acesso em: 10 jan. 2019.

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ANOTAÇÕES

GESTÃO E TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES | 79


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