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EDIFÍCIOS, NA PERSPECTIVA DO
EMPREITEIRO GERAL
JUNHO DE 2011
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2010/2011
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
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Editado por
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Autor.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
“O que o dinheiro faz por nós não compensa o que fazemos por ele”
Gustave Flaubert
AGRADECIMENTOS
Desejo agradecer a todos os que contribuíram com a ideia base para a elaboração desta tese e aqueles
que me foram dando motivação para a ir elaborando, mesmo durante um período de mudanças
profundas da minha vida pessoal, que muitas vezes me faziam acreditar que nunca chegaria a terminar
este trabalho.
À minha mulher Rosa e ao meu filho Bruno, que nasceu durante a elaboração deste trabalho, e que
foram ao mesmo tempo as dificuldades e as maiores forças que me ajudaram a superar e levar a bom
termo esta tese. São o meu presente e serão sem dúvida o meu futuro. É essencialmente por eles que
desejo ir mais além.
À minha família mais chegada, o meu pai, a minha mãe e o meu irmão, que me foram sempre
lembrando do trabalho que tinha à minha frente e sempre foram o meu suporte e incentivo para
prosseguir esta fase de estudos.
Ao meu orientador de tese, Professor Amorim Faria, pela ideia do tema, baseado na minha actividade
profissional actual, e por toda a sua disponibilidade, apoio e compreensão face à minha situação
pessoal e profissional.
Aos meus colegas de trabalho, incluindo as minhas chefias, que permitiram que baseasse a minha tese
na minha actividade profissional, e à minha empresa em geral, a partir da qual retirei muita da
informação necessária à realização deste trabalho.
David Pinto
i
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
RESUMO
Esta dissertação analisa o tema do controlo de custos em obras de edifícios sob o ponto de vista do
empreiteiro geral.
Começa por apresentar um modelo global de gestão de obra, com conceitos genéricos, enquadramento
e organização das empresas de construção e métodos específicos de controlo de custos.
Seguidamente analisa-se em maior detalhe as especificidades do controlo de subempreitadas e de
recursos próprios do empreiteiro geral, divididos em materiais, equipamentos e mão-de-obra.
Apresenta-se também um caso real de uma obra de um edifício e todos os passos e métodos aplicados
com vista à optimização, informação e controlo dos seus custos.
No final tecem-se algumas considerações acerca dos resultados obtidos com esta análise e fazem-se
algumas sugestões com vista a melhoramentos e desenvolvimentos futuros.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ABSTRACT
This essay examines the issue of cost control in the construction of buildings, from the point of view
of the general contrator.
It begins by presenting a comprehensive model of work management with generic concepts,
framework and organization of construction firms and specific methods of cost control.
Then it is analyzed in greater detail the specifics of the control of subcontrators and those of the own
resources of the general contrator, divided into materials, equipment and manpower.
It is also presented a real case of a project of a building and all the steps and methods used for the
optimization, information and control of its costs.
At the end, there are made some considerations about the results obtained with this analysis and some
suggestions for improvements and future developments.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i
RESUMO ................................................................................................................................. iii
ABSTRACT ............................................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1
1.1. OBJECTO, ÂMBITO E JUSTIFICAÇÃO .............................................................................................. 1
1.2. BASES E METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO ............................................................. 1
1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ................................................................................................. 1
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
viii
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................................69
5.1. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................. 69
5.2. RECOMENDAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ................................................................ 70
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................................... 71
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. A3.4 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Evolução dos Trabalhos .................................. 103
Fig. A3.5 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Económica ........................................ 104
Fig. A3.6 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Financeira ......................................... 105
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra .........................15 a 17
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ÍNDICE DE FÓRMULAS
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
TS – Trabalhos Suplementares
DO – Director de Obra
RMO – Relatório Mensal de Obra
Kv – Coeficiente de Venda
VG – Valor Global
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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INTRODUÇÃO
1.1. OBJECTO
A presente dissertação pretende estudar detalhadamente e sistematizar o processo de controlo de
custos, especificamente em obras privadas de edifícios, numa perspectiva do Empreiteiro Geral.
Procura-se então com esta Tese, preparar uma ferramenta de trabalho que facilite a implementação de
um determinado método de controlo de custos, nas obras, na perspectiva do empreiteiro geral. Sentiu-
se a necessidade, face à actividade profissional desenvolvida pelo autor como responsável da parte de
um Empreiteiro Geral pela gestão de obra e consequentemente do seu controlo de custos, de esmiuçar
todos os factores nele envolvidos, sistematizando uma determinada solução que sirva como ponto de
partida para uma implementação de um método unificado de controlo de custos neste tipo de obras.
1
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
O Capítulo 3 apresenta uma análise das principais acções a desenvolver com vista ao controlo dos
recursos (factores de produção) investidos nas obras. No Capítulo 3.1., Controlo de Recursos Próprios,
é feita a descrição das metodologias de controlo de custos de recursos de materiais, equipamentos e
mão-de-obra, sintetizando as principais acções a desenvolver nesse sentido. Para cada um deles são
abordados vários pontos, consoante a sua especificidade relativamente ao controlo dos seus custos. No
Capítulo 3.2., Controlo de Subempreitadas, analisam-se as especificidades dos recursos do tipo
Subempreitada, tipos de subempreitadas, metodologias de controlo, subempreitadas de mão-de-obra e
subempreitadas de aluguer de equipamentos.
No Capítulo 4, Estudo de Caso, é feita a análise de uma obra real, fazendo-se uma apresentação geral
da mesma, da sua organização, metodologias de controlo, aplicação dos conhecimentos adquiridos nas
várias etapas do seu controlo de custos.
No Capítulo 5, Conclusão, analisam-se os principais resultados obtidos com este trabalho, dando-se
algumas recomendações práticas acerca do tema e tentando ainda sugerir alguns melhoramentos e
desenvolvimentos futuros.
2
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
2
MODELO DE GESTÃO DE OBRA
2.1. INTRODUÇÃO
Actualmente, e cada vez mais, existe uma maior competitividade ao nível dos mercados, as condições
económicas são cada vez mais difíceis e o tempo para resolver os problemas e fazer circular a
informação é cada vez menor. Mas também essa mesma informação está disponível em cada vez mais
quantidade e as ferramentas existentes para a tratar vão sendo cada vez mais completas e acessíveis. É
essencial desenvolver a actividade da construção recorrendo às ferramentas e procedimentos mais
adequados a este mercado, com as suas especificidades próprias. No âmbito deste trabalho, feito na
perspectiva do Empreiteiro Geral, vamo-nos centrar na análise dos modelos de gestão de obras de
edifícios com um maior enfoque no controlo de custos, respectivos métodos, procedimentos e
ferramentas.
Neste capítulo define-se um modelo de gestão de obra numa perspectiva global, integrado na
organização de uma determinada empresa de construção. Para isso, numa primeira fase, apresentaram-
se alguns conceitos essenciais acerca do controlo de gestão e de seguida um modelo de organização de
uma empresa de construção, empreiteira geral, de uma obra de edifícios que servirá de modelo para o
estudo do caso, no capítulo 4 da dissertação.
Visto que os factores relevantes para o controlo de custos surgem logo na fase de análise inicial do
projecto, apresenta-se também uma descrição das diferentes fases dos projectos de construção, bem
como dos seus intervenientes, integrados na organização do empreiteiro geral, responsável por esse
mesmo projecto.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
4
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
c) Elementos do Orçamento:
• Actividade: elemento de trabalho realizado durante o projecto. Normalmente tem uma
duração prevista, custo estimado, e previsão de recursos afectados. Eventualmente
poderão ainda ser divididas ainda em tarefas.
• Recursos: factores de produção que compõe os custos. Dividimos em recursos de
materiais, equipamentos, mão-de-obra, subempreitada e diversos.
• Custos directos: custos de recursos de materiais, equipamentos, mão-de-obra ou
subempreitadas, directamente afectados ao custo unitário de uma ou várias actividades.
• Custos indirectos: custos de recursos não afectados directamente a actividades. São
exemplos de custos indirectos os custos de estaleiro, que podem englobar recursos de
materiais, equipamentos, mão-de-obra ou até mesmo outros custos diversos, necessários
para a execução da obra, mas não directamente na execução de uma determinada
actividade.
• Transfer: orçamento final da fase comercial;
• Transfer Conforme: orçamento final da fase comercial com acertos ao nível do detalhe,
mas mantendo o valor final;
• Objectivo: versão final do orçamento na fase de produção, que serve de base para o
controlo de custos;
• Pontos: reorçamentos ao longo da obra. Normalmente 25%, 50%, 80%, mas depende
muito da obra em particular.
• WBS (Work Breakdown Structure): organização dos elementos dos projecto por
actividades, em que cada nível mais baixo vai definindo o projecto de forma mais
detalhada (BARRIE et al, 1992).
5
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ferramentas de controlo de obra, estes custos reais são constantemente registados ao longo do decurso
do projecto e afectados às actividades correctas, definidas anteriormente em fase de orçamentação.
Comparando estes custos reais com os custos previstos, no caso de detecção de desvios importantes,
deverá ser analisado se tal se deve aos processos concretos de execução ou a incorrecções na
orçamentação. No primeiro caso, e se esse desvio for negativo, deve tentar-se corrigir a execução das
actividades em causa. No segundo caso, tanto se o desvio for positivo como negativo, esses resultados
devem ser comunicados aos responsáveis pela orçamentação de modo a que no futuro se proceda a
correcções, para que os projectos seguintes sejam optimizados.
O controlo de custos poderá ser feito de forma exaustiva, ao longo de toda a execução da obra, ou
pontualmente recorrendo a amostragens. Pode também incidir sobre os custos directos, indirectos ou
ambos. Em geral, e no caso em estudo, analisaremos o controlo de custos de uma forma exaustiva,
incidindo sobre a totalidade da execução da obra e de todos os tipos de recursos, de natureza directa e
indirecta.
Apresentam-se de seguida, de forma exaustiva os organogramas da empresa em estudo, nas áreas mais
relevantes e directamente relacionadas com a organização das obras, mais propriamente das obras de
construção civil. Incluímos então o Organograma Funcional Geral, o organograma da Área de
Construção Civil (com as versões relativas aos escritórios centrais e ao da zona norte), organograma
da Área de Controlo Operacional e Financeiro e o organograma de Controlo de Gestão de Obras
Próprias. Neste último está incluído o Técnico de Gestão que é o directo responsável pelo controlo de
custos, elemento central da presente dissertação (ver figuras 2.1 a 2.6).
6
ORGANOGRAMA FUNCIONAL GERAL
Presidente
do Conselho de Administração
Vice-Presidente
Executivo
C. Operacional e
Obras Públicas Construção Civil Financeiro
Auditoria
Contabilidade e Controlo Sistemas de Logística de Marketing e
Aprovis. Gestão de Gestão Qualidade e Financeira Finan/Org
Fiscalidade de Gestão Informação Equipamentos Comunicação
OP ACE’S Internacional Segurança ./Rep
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
7
8
ÁreadeConstruçãoCivil
Administraçãode
ConstruçãoCivil
DirecçãoGeral
DirecçãoGeral ProduçãoObras
DirecçãoGeral
ProduçãoObras ConstruçãoCivil
Comercial
ConstruçãoCivil Norte
ConstruçãoCivil
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Serviçode Serviçode
Serviçode Serviçode Serviçode Serviçode Serviçode Serviçode Serviçode Serviçode
Aprovisionam. ApósVenda
Engenharia Propostas Orçamentação ApósVenda Instalações Planeamentoe Aprovisionam. Orçamentação
Norte Norte
Especiais Controlo C.C.
Construção Civil
Administrador de
Construção Civil
Director Geral
Produção
(Obras C.C.)
Director
Coordenadores
Chefe de Chefe de
Chefe de
Directores de Departamento de Departamento de
Departamento de
Obra Instalações Planeamento e
Após Venda
Especiais Controlo
Técnico de Técnico de
Adjuntos D.O. / Técnico de Após
Instalações Planeamento e
Chefes de Frente Venda
Especiais Controlo
9
10
Construção Civil
Administrador de
Construção Civil
Director Geral
Produção
(Obras C.C. Norte)
Directores
Coordenadores
Chefe de
Directores de Departamento de
Obra Após Venda -
Norte
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Administração
ControloOperacional e
Financeiro
Direcçãode
Direcçãode
Direcçãode Controlode
Direcçãode Controlode Direcçãode
Direcção Contabilidade Gestãode
Auditoria Gestão Sistemasde
Financeira e Obras
Finan./Org./Rep. de ACE’Se Informação
Fiscalidade Própriase
Participadas
Estrutura
11
12
Controlo de Gestão Obras Próprias e Estrutura
Director de
Controlo de
Gestão de Obras
Próprias e
Estrutura
Chefe de Serviço
de Controlo de
Gestão
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Técnico Técnico
Administrativo de Técnico Estagiário
Administrativo de Administrativo
Obra de Gestão
Gestão de Gestão
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Início do Processo
Fim do Processo
A actividade que marca o início de todo este processo é a passagem de toda a informação respeitante à
obra por parte dos Serviços Comerciais para a Produção. Esta transmissão é formalizada através da
reunião de “Transfer”.
A actividade que marca o fim do processo é a implementação das medidas correctivas em obra e, no
final da obra, a recepção provisória da obra.
Só temos controlo efectivo de obra após estar disponível o Objectivo para a obra. Embora a elaboração
desse Objectivo seja da responsabilidade da Direcção de Obra, a equipa de Controlo de Gestão tem
que ser envolvida desde o início, de forma a garantir uma completa operacionalização e fiabilidade de
todo o processo.
Todas as actividades associadas a este processo são suportadas por um sistema informático de
informação e gestão de obra.
De seguida apresenta-se um fluxograma geral de todo o modelo, aplicado ao longo do decurso da obra
e um quadro resumo das actividades e intervenientes das mesmas, ao longo de todo o processo de obra
(ver Quadro 2.2).
13
50% do prazo 80% do prazo 100% do prazo
Prazo da Obra
14
Mês m m+1 m+... ... ... ... m+n
Aprovação Ponto 50% Ponto 80% Reunião Final Transferência
Objectivo Reuniões Mensais de Controlo de Obra Reuniões Mensais de Controlo de Obra
(Reanálise de Objectivo) (Reanálise de Objectivo) de Obra SAV
(Quando
existe)
Dia Até fim Mês M + 5 d Mês M + 10 d
Tempo Mês M + 15 d
a dia mês M
Administração R.M.O.
Controlo de
Gestão
Análise e
comentário ao
RMO
Dir.
Produção
Reunião de
Controlo de
Obra
Fluxo Mensal
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Elaboração
Dir. Registo das
Relatório
Obra medições do
Mensal de
trabalho
Produção dos Obra e
realizado
medidas
Procedi-
Resp. Admin. Integração
mentos de
Obra
"fim de mês" informação com
(nas obras onde existe
Sistemas Centrais
esta função)
Registo dos
Administrativo
consumos de
de Obra
recursos
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra (cont.)
Registo das Medições Além das tarefas administrativas, é também Dir. Obra
do Trabalho Realizado medido o avanço dos trabalhos realizados no
mês e registados os valores de produção Técnico de Gestão
efectiva dos trabalhos. As diferenças entre os
valores produzidos e os valores facturados Responsável Administ.
(provenientes da aplicação de Facturação a Obra
Cliente) geram de uma forma automática
movimentos de Proveitos Antecipados /
Trabalhos em Curso.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra (cont.)
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
As diferentes etapas da gestão da Obra permitem, à medida que se desenrolam os trabalhos, informar
os responsáveis dos resultados obtidos, facilitando o estabelecimento de novas previsões e a tomada
das medidas correctivas achadas necessárias.
Antes de chegar à fase de Produção, uma obra passou por vários estádios no seio da empresa. Para
explicar os procedimentos inerentes ao Controlo de Obra, é interessante definir quais foram esses
estádios, bem como as responsabilidades que foram sendo transferidas ao longo do processo.
a) Fase Comercial
Elaboração do orçamento comercial, da proposta e, por fim determinação do Valor de Venda na
Reunião de Fecho.
Com a entrega da Proposta a Empresa fica comprometida, perante o possível futuro Cliente, a um
Valor de Venda e a todos os pressupostos técnico-comerciais que suportam o seu cálculo.
c) Fase de Produção
c.1) Objectivo
A Produção apresenta a estratégia por si elaborada, com o fim de obter a melhor margem possível.
Passa pela reorçamentação da Obra, pela definição do Estaleiro, do prazo, dos aspectos técnicos a
considerar, assim como pela definição e quantificação dos desafios assumidos para alcançar o
Resultado Proposto.
A Margem que resulta da aplicação dessa estratégia, Margem Objectivo, servirá como referência
durante toda a gestão da Obra.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
A 50% e 80% de avanço dos trabalhos é feita uma reorçamentação com a finalidade de:
• Redefinir do valor final de Actividade e Despesa.
• Definir a Estratégia até ao final da Obra.
1. A vertente “Onde” (Frente de Trabalho/Conta). Nesta óptica, analisa-se “onde” se gastou e o que
se deveria ter gasto, obtendo-se assim um desvio na Frente de Trabalho/Conta. É possível, desta
forma determinar quais as frentes de trabalho onde o orçamento está a ser cumprido e as frentes de
trabalho onde isto não acontece. Podemos, também, ter associada a esta vertente de análise, a
noção de resultado por Frente de Trabalho/Conta. Para tal será necessário e suficiente associar o
preço unitário de venda a cada item do Orçamento Objectivo (O resultado será determinado da
seguinte forma: quantidade de trabalho executada x preço unitário de venda – custos incorridos
para a execução desses mesmos trabalhos). Com base no resultado obtido num determinado
momento (resultado histórico) será possível projectar, através de algoritmos matemáticos,
diferentes estimativas de resultado final de obra. Estas projecções poderão, quando devidamente
analisadas, fornecer informações importantes no respeitante ao andamento futuro da obra. Dado a
diversidade e a especificidade das Obras, é impossível definir um plano de “Frentes de
Trabalho/Contas” padrão. Assim, para cada obra, deverá ser adoptado o plano de “Frentes de
Trabalho/Contas” que melhor responda às necessidades de controlo de cada uma delas. O controlo
orçamental por esta vertente, implica a capacidade de alocar a cada conta, de uma forma correcta,
as despesas reais incorridas. Ou seja, as despesas reais têm que ser imputadas à “Frente/Conta” na
qual foram incorporadas. Se tal for impossível, ou efectuado de uma forma incorrecta/arbitrária, o
controlo não será efectivo e os resultados obtidos desprovidos de significado.
2. A outra vertente, é a vertente “o quê” (Natureza de Despesa). Nesta óptica analisa-se “o que” foi
gasto Vs. o que deveria ter sido gasto, independentemente do local onde tal ocorreu. Neste sentido,
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
cada recurso consumido na obra tem de pertencer a uma e só uma Natureza. Não temos associada,
neste caso, a noção de resultado, mas sim a de desvio no consumo de recursos (o resultado que
obtemos é ao nível da obra como um todo). Constatamos a evolução da obra em termos de desvio
em relação ao padrão (Objectivo). Um desvio positivo significa que a obra está a ter um melhor
desempenho relativamente à sua previsão (está a gastar menos do que o previsto,
consequentemente a melhorar a Margem Objectivo anunciada), um desvio negativo tem o
significado contrário. Para esta vertente a definição de um plano de Naturezas de Despesa
aplicável a todas as obras não apresenta as limitações supra mencionadas, em relação ao plano de
“Frentes de Trabalhos/Contas”. Por outro lado, a imputação das despesas incorridas pode ser
efectuada com um grau de fiabilidade elevado, uma vez que é o consumo dos recursos,
independentemente do local onde são consumidos, que gera despesa.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
(a) Estes custos não são da responsabilidade da Direcção de Obra e podem ser considerados de
duas maneiras: em % do Valor de Venda ou em valor Global.
Valor de Venda
Kv = [2.1]
Custo Industrial
Fórmula 2.1 – Kv
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
alterado é a estrutura de custos de cada tarefa, ou seja a rectificação de uma quantidade não origina a
alteração do custo unitário objectivo que lhe está subjacente.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Este método de avançar os Custos Indirectos, obriga a que os desvios (potenciais ou já verificados)
apareçam na altura em que são originados e não apenas quando o orçamento objectivo é esgotado. O
desvio mensal observado corresponde ao desvio expectável de fim de Obra.
• Custos com Materiais - quantidades entradas em Obra (Guias de remessa), valorizadas pelos
preços constantes das Notas de Encomenda deduzidas dos Stocks.
• Custos com Equipamentos - número de unidades de trabalho (dias, horas, Km’s, etc…),
valorizados aos preços/taxas fixadas com um Alugador ou com o Serviço de Equipamento.
• Custos Diversos - são considerados Custos Diversos, todos os custos que não se encaixam em
nenhuma das definições supra (Ex. Consumo de água/electricidade, telefones, Cartões p/
gasolina, rendas ALD, etc…)
Muitos destes custos não têm suporte na altura de fechar o mês. No entanto a obra já incorreu neles,
consequentemente têm de ser considerados no apuramento dos Custos Reais. Neste caso são
valorizados estes custos, procedendo-se à sua correcção quando de posse do seu valor real.
O custeio da obra é efectuado pelo registo diário das transacções em obra no sistema informático.
Portanto, o custeio da obra é efectuado pelo consumo dos recursos à medida que estes ocorrem, logo
na sua origem. Por exemplo, o custo de materiais é assumido no sistema informático pelo registo da
recepção de uma encomenda previamente efectuada. Outros exemplos são o registo das Folhas Diárias
de Mão-de-obra e Equipamentos, o registo dos Autos de Medição de Subempreitadas, etc. Este
conceito é sempre válido, em qualquer das vertentes de controlo assumidas (por Natureza de Despesa
ou por Frente de Trabalho / Conta). A diferença na utilização do sistema informático está em que no
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
controlo por Frente de Trabalho/Conta é necessário especificar “onde” o recurso foi consumido (para
que Frente de Trabalho são recepcionados os materiais constantes da Nota de Encomenda), ao passo
que num controlo por Natureza de Despesa, esta especificação não é necessária.
Como foi referido a valorização das Despesas é efectuada pelo seu custo real. No caso em que a
complexidade da Obra origine que a mesma seja compartimentada em termos de responsabilidade
orçamental, a valorização de alguns recursos pode ser feita através da definição de custos padrão.
Nesta situação enquadram-se os equipamentos pesados, as instalações de fabrico de betão ou brita, as
instalações oficinais, etc., geridos pela própria obra. Para estes “Centros Produtores” é efectuado na
obra um controlo detalhado da rentabilidade dos mesmos pela definição/orçamentação dos custos
previstos de funcionamento e controlo ou comparação dos custos reais incorridos. São definidos
Custos Padrão (orçamentados ou previstos) que custeiam as Frentes de Trabalho/Contas pelo trabalho
produzido por estes centros produtores, por um lado, e são imputados os custos reais para permitir o
funcionamento desses centros produtores em obra por outro. A análise dos custos reais imputados ao
Centro Produtor versus o trabalho por ele produzido para a obra permite gerir estes centros. Esta forma
de funcionar, permite também um custeio mais correcto das frentes de trabalho.
1
Orçamento TS = x Valor de Venda dos TS [2.4]
Kv
Fórmula 2.4 – Trabalhos Suplementares
Esta é a despesa em que se pode incorrer, sem alterar o Coeficiente de Venda (Kv). Apenas por mera
coincidência, este orçamento corresponde à verdadeira estimativa de custos para os trabalhos em
questão. À diferença entre a Despesa Possível e a Despesa Real, dá-se o nome de Desvio de Trabalhos
Suplementares, e é uma medida do benefício obtido pela Obra com a venda dos Trabalhos
Suplementares.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Neste caso o benefício obtido pela obra com a venda dos Trabalhos Suplementares será determinado
pela diferença entre o coeficiente de venda desses trabalhos e o coeficiente de venda da Obra.
2.4.5. PROVEITOS
O reconhecimento dos Proveitos é uma das peças fundamentais para se poder determinar o Resultado
de Exploração da obra. Este reconhecimento pode ser efectuado de duas maneiras como se apresenta
de seguida.
2.4.5.1. ACTIVIDADE
Considera-se como Actividade, a transformação em valor de venda do avanço do Orçamento
Objectivo da Obra no momento T. O cálculo da Actividade é efectuado da seguinte forma:
Onde Kv é o Coeficiente de Venda da obra. Este método simples permite determinar a cada momento
“T” o valor da Actividade de cada Obra.
Por outras palavras, qualquer despesa em que a obra incorra que esteja prevista em orçamento origina
Actividade, independentemente de essa despesa ter uma correspondência física no avanço do objecto
do contrato, a obra. Isto é, as despesas associadas à montagem de estaleiro, custos de projecto, entre
outras, não produzem nenhum avanço físico na obra, no entanto originam Actividade, uma vez que
estão previstas em orçamento e é efectuado um avanço destas despesas quando nelas se incorre.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
No caso das obras em Série de Preços a Actividade é determinada do mesmo modo apenas com a
diferença de que o coeficiente de venda utilizado depende do Valor de Venda e do Custo Industrial
calculados para esse momento T.
Pela definição de Coeficiente de Venda (Kv), no fim da Obra a Actividade deve ser igual à
Facturação. No entanto durante o desenrolar da Obra iremos observar desvios entre estes dois valores.
• Distorção: A facturação é calculada através dos preços de venda contratuais. A diferença entre o
preço de venda a cliente e o preço de venda teórico considerado no cálculo da Actividade
constitui essa distorção (preço de venda teórico de um artigo = orçamento do artigo x Kv).
• Sobre e Subfacturação: que resulta de diferenças nos critérios de medição utilizados na
avaliação da Actividade produzida e no Auto para Cliente, ou de tipos de facturação
particulares (ex.: facturação segundo Cronograma Financeiro).
• Desvios Técnicos: Revisão de Preços não apresentada a Cliente.
A obra a cada momento T deve analisar e justificar os desvios verificados entre Actividade e
Facturação. Os adiantamentos de Clientes e a Subempreiteiros, não são considerados nem Actividade
nem Facturação, assim como as retenções para garantia. Tratam-se apenas de movimentos de
Tesouraria e não representam efectivamente proveitos ou custos. Para o cálculo do Resultado de
Exploração, a valorização dos Proveitos das obras através da Actividade é o método mais correcto.
2.4.5.2. PRODUÇÃO
Outra forma de determinar os Proveitos a que a obra tem direito num momento T é determinar a sua
Produção. A Produção é calculada multiplicando as quantidades de trabalho realmente executadas (as
mesmas quantidades que dão origem ao avanço do orçamento objectivo), pelo preço de venda unitário
de cada artigo da Lista de Venda ao Cliente.
Neste caso o desvio verificado, durante o desenrolar da obra, entre Produção e Facturação terá origem
exclusivamente na Sobre e Subfacturação verificada. Os Proveitos determinados por este método
trazem para o Resultado de Exploração o enviesamento provocado pela distorção. A diferença entre
Actividade e Produção, se negativa, representa de algum modo o risco financeiro em que a obra
incorre, uma vez que representa os proveitos que, em termos contabilísticos, já foram considerados na
formação do resultado mas que ainda não estão formalizados perante o cliente.
26
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Neste caso, o Resultado de Exploração é a Margem Objectivo à qual se adiciona a performance obtida
pela Equipe da Produção expressa pelo Desvio ao orçamento.
Pode ser calculado de três maneiras:
Resultado de Exploração = Actividade – Despesas Totais (c/ ou s/ Enc. Estrutura) [2.8 a)]
Actividade – Orçamento Avançado (c/ ou s/ Enc. Estrutura) ±
Desvio ao Orçamento [2.8 b)]
Resultado Objectivo x Avanço Global ± Desvio ao Orçamento
[2.8 c)]
[2.8]
Fórmulas 2.8 – Resultado da Exploração
Assim, para que o Resultado Objectivo se concretize, a Obra só tem que garantir duas premissas
assumidas quando da realização do Objectivo:
O Resultado de Exploração também pode ser determinado, utilizando a Produção como forma de
valorizar os Proveitos. Neste caso:
Resultado de Exploração = Produção – Despesas Totais (c/ ou s/ Enc. Estrutura) [2.8 d)]
Neste caso o Resultado de Exploração, além de comportar o desvio ao orçamento, também comporta
todo o efeito provocado pela distorção da Venda (conforme referido no ponto anterior). Assim a
análise deste resultado, implica que a obra seja capaz de separar estes dois efeitos, para poder aferir
correctamente qual a sua posição face ao Resultado Objectivo.
27
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
(Kv) inalterado. Esta correcção é efectuada utilizando o método preconizado para os Trabalhos
Suplementares (despesa possível é igual ao valor da Revisão de Preços facturado a dividir pelo
coeficiente de Venda [Kv] da Obra). Como não temos custos directamente associados a este aumento
de facturação, o desvio verificado é levado imediatamente à margem gerando uma nova Previsão de
Fim de Obra.
Neste caso não é efectuada nenhuma correcção ao Orçamento Objectivo de uma forma directa. O
processo considerado consiste na comparação entre o coeficiente de Revisão de Preços Objectivo (Ro)
e o coeficiente de Revisão de Preços real, observado no mês M (Rp).
Onde:
Oo
Or = x (1 + Rp) [2.12]
(1 + Ro)
Em que:
28
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
2.4.8. REPORTING
Da aplicação de todos os conceitos atrás mencionados resultará um conjunto de mapas que constituirá
o Relatório Mensal de Obra, que analisaremos detalhadamente mais à frente.
29
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
30
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
3
CONTROLO DE RECURSOS
3.1.1. MATERIAIS
A gestão de materiais em obra consiste essencialmente numa questão de logística. Os materiais devem
estar disponíveis em obra, no lugar e momento correctos, com a quantidade e qualidade exigidas, com
o menor custo possível. Este objectivo deve ser tido em conta, desde o momento da encomenda até à
entrega, através de procedimentos eficazes de verificação e controlo de qualidade, de custos e de
prazos.
No momento da compra dos materiais, pelo empreiteiro geral, deve ser sempre mencionada a
quantidade, qualidade, preços e prazos de pagamento, prazos de entrega e modo de transporte. A
qualidade e quantidade dos materiais devem ser confirmadas no momento da entrega em obra, através
de inspecção, contagem e eventualmente alguns testes, e ficar registada em guias e outros documentos
de verificação (RITZ, 1994).
Tendo em vista o fornecimento de materiais, comprados pelo empreiteiro, os elementos disponíveis
devem ser contemplados na elaboração do planeamento da obra. Devem ter-se em conta as limitações
relativas aos prazos de fornecimento dos materiais, que podem envolver a necessidade de produzir
elevadas quantidades ou materiais específicos. Quando uma actividade necessita de um determinado
material ou conjunto de materiais, deve ser considerado no seu prazo aquele que for mais tardio entre
todos. Esse prazo deve levar em consideração a elaboração e envio da encomenda, desenhos de
preparação para aprovação pelo Dono de Obra, fabricação dos materiais, prazos de entrega e eventuais
períodos para inspecções alfandegárias (CLOUGH et al, 2000).
Em alguns tipos de materiais, por vezes a Direcção de Obra opta por encomendar as quantidades totais
necessárias para todo o período da obra, mesmo que esta seja de grande duração. Esta opção tem como
objectivo precaver-se contra eventuais aumentos dos preços, que se prevejam vir a ocorrer. Ao mesmo
tempo fica garantida a disponibilidade total desses materiais até final da obra. No entanto é necessário
ter alguns cuidados, coordenando estas entregas com o progresso dos trabalhos e planeando de forma
bastante exacta as reais necessidades da obra. Muitas vezes é indesejável a quantidade excessiva de
certos materiais em obra. Esses materiais ocupam, não raras vezes, espaço precioso no estaleiro da
obra, que pode ser limitado, ou interferir com a movimentação de pessoal e equipamentos. Para além
disso, alguns materiais poderão deteriorar-se com o tempo, ser estragados ou mesmo roubados. A
acrescer a isso, ainda temos o factor económico. A entrega antecipada de materiais exige da empresa
uma disponibilidade de dinheiro, quando ainda não tem produção nem o consequente retorno
monetário. No caso de empresas com estaleiro central e boas condições financeiras, esta poderá ser
31
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
realmente uma boa opção, pois os materiais poderão ficar guardados em óptimas condições, sem
interferir com a obra em curso, reduzindo custos que poderiam advir dum eventual aumento futuro dos
seus preços unitários.
Um dos mais relevantes exemplos desta situação é o aço, que é normalmente uma parcela bastante
significativa dos custos das obras de betão armado. Este material é por isso encomendado em grandes
quantidades, numa fase inicial, de modo a evitar o esperado aumento de custos futuros. O aço fica
então armazenado para futura utilização nas actividades da obra. Ao nível do controlo de custos, os
encargos com a compra destes materiais devem ser considerados tendo em conta estas condicionantes,
e de acordo com a política da empresa / obra, como veremos mais à frente.
3.1.2. EQUIPAMENTOS
Neste capítulo faz-se referência exclusivamente ao controlo de equipamentos próprios, da empresa
empreiteira geral. O caso dos equipamentos alugados a subempreiteiros é tratado no capítulo 3.2.4..
No que diz respeito aos equipamentos, que neste caso são próprios, a maior parte das escolhas e
decisões, no que diz respeito à determinação das necessidades de recursos, são tomadas no momento
de orçamentação em fase de concurso da obra. Estas decisões são posteriormente transferidas para o
âmbito da obra que deverá ajustá-las e elaborar um novo reorçamento, em que também estes valores
relativos a equipamentos são tidos em conta. Sendo os equipamentos próprios, e nos casos em que os
prazos da obra sejam relativamente curtos, os preços unitários não deverão estar muito longe daqueles
orçamentados em fase comercial. Mas também estes valores merecem atenção, pois não raras vezes
são feitos descontos, que depois se conclui serem impossíveis de manter durante o decurso da obra. Ao
nível das quantidades é que as diferenças são normalmente maiores. É da responsabilidade da
Direcção de Obra analisar as actividades e verificar a adequada afectação dos recursos de
equipamentos próprios a cada uma delas, de acordo com as disponibilidades actuais da empresa. É
recomendável elaborar uma análise cuidada, no limite ao detalhe diário, de modo a evitar conflitos e
sobreposições de equipamentos, em actividades diferentes. Na ocorrência destas situações, será
necessário proceder à recalendarização das actividades fora do caminho crítico da empreitada. Se tal
não for possível, podemos ainda recorrer a trabalho nocturno, durante os fins-de-semana ou em
múltiplos turnos, de forma a ultrapassar estas dificuldades. Outra solução óbvia poderá ser ainda
recorrer ao aluguer externo de outros equipamentos. Qualquer uma destas decisões deverá ser muito
bem ponderada, pois acarretará eventuais aumentos à duração e custo global da empreitada (CLOUGH
et al, 2000).
Devemos garantir ao máximo que o equipamento solicitado para executar determinados trabalhos é o
mais adequado para esses trabalhos e nas condições em que os mesmos serão executados. Para isso
devem ser consultados previamente, os intervenientes mais conhecedores sobre os equipamentos e
trabalhos a executar, como são o Encarregado de Obra, o responsável pelos equipamentos ou até o
mecânico em obra. É também recomendável que se tente implementar ao máximo a estandardização
das marcas, para facilitar a manutenção e as reparações (BARRIE et al, 1992)..
As actividades devem ser planeadas e calendarizadas de modo a maximizar a utilização dos
equipamentos em obra. Equipamentos parados continuam a ter custo, sem gerar qualquer proveito. É
recomendável que sejam feitas antecipadamente as diligências necessárias para suprir qualquer falta de
um determinado equipamento que tenha reparações ou manutenções planeadas previamente. Algumas
destas manutenções, mais ligeiras, podem mesmo ser realizadas em obra, por pessoal qualificado do
enquadramento de obra, da empresa ou de entidades exteriores. Nos casos em que as manutenções ou
32
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
reparações tenham que ser efectuadas no exterior, deve garantir-se que estas são feitas o mais
rapidamente possível e por profissionais qualificados, se possível e de preferência em períodos em que
o impacto na produção seja menor, como sejam os períodos nocturnos e fins-de-semana.
A produtividade de um equipamento depende também em grande medida do seu operador ou
manobrador. É normal que os Encarregados de Obra tenham as suas equipas e conheçam os
manobradores mais indicados para um determinado tipo de equipamento. Um manobrador
inexperiente, para além de conduzir a níveis de produtividade menores, pode provocar avarias ou
acidentes com o equipamento que manobra, levando a enormes e inesperados custos de reparação, ou
até mesmo acidentes de trabalho, que eventualmente poderão por em causa as margens de lucro de
toda a empreitada. Objectivamente, poderemos afirmar que todo o cuidado com os equipamentos
nunca é demais e que não se deve exagerar na sua utilização, apenas tendo em vista algum acréscimo
de produção.
Quanto aos custos decorrentes da manutenção ou reparação de equipamentos próprios do empreiteiro
geral, devem ser feitas algumas considerações. Estes custos devem ser previstos em fase de
orçamento, com base em experiência em obras anteriores com equipamentos e obras semelhantes.
Deve ficar também definido nesta fase o procedimento a implementar em caso de necessidade destas
manutenções ou reparações. Terá que ficar definida a extensão de responsabilidade na assunção dos
custos daí decorrentes, da parte dos serviços centrais da empresa ou da obra que efectivamente utilizou
os equipamentos envolvidos.
Ao contrário do que acontece com as subempreitadas e com os materiais, onde o custo é quase sempre
directamente associado a uma actividade, nos equipamentos e na mão-de-obra não é exactamente
assim. Normalmente os equipamentos e a mão-de-obra são recursos utilizados para a execução de
diferentes actividades. Neste caso chamamos a estes recursos e a essas actividades onde estes recursos
são associados, indirectos. Estes recursos de equipamentos e mão-de-obra serão então orçamentados
separadamente das actividades directas, consoante as necessidades globais da obra. Estes custos
indirectos poderão ser orçamentados, por exemplo, ao mês, como veremos desenvolvido em capítulos
subsequentes. Esta situação varia de empresa para empresa.
3.1.3. MÃO-DE-OBRA
O controlo da mão-de-obra própria de uma empreitada começa com a determinação das necessidades
de pessoal para a execução das actividades. Neste caso da mão-de-obra própria iremos ter em conta as
disponibilidades da empresa, recorrendo ao sector de recursos humanos.
Também neste ponto, já deverá haver bastante informação resultante da fase de concurso, que terá que
ser confirmada, tanto ao nível dos custos mensais como nas quantidades previstas. No que diz respeito
aos custos mensais de cada um dos trabalhadores, deve-se estar atento a casos particulares de outros
custos adicionais, como sejam subsídios ou ajudas de custo. Estes custos adicionais podem ocorrer em
determinados conjuntos ou equipas de trabalhadores ou em casos individuais, em que o trabalhador
poderá beneficiar de condições de remuneração específicas, que conduzam a um custo mensal mais
elevado.
Em obra, deve ser elaborado o planeamento das actividades contendo ao detalhe as necessidades
diárias de mão-de-obra para a execução de cada uma das actividades (ou conjunto de actividades de
âmbito semelhante). Este planeamento permite identificar eventuais picos de necessidades de pessoal,
onde várias actividades serão executadas em simultâneo. Estes picos devem ser nivelados através da
manipulação das actividades não críticas. Estas actividades poderão ser alteradas ao nível dos prazos, e
33
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
momentos de início e fim, sem alterar os prazos globais da empreitada. Esta manipulação tem como
objectivo último reduzir as necessidades de aumento pontual de mão-de-obra e consequentemente
aumento dos custos da obra. Este aumento de necessidades de trabalhadores em determinados
momentos da obra, também não é desejável pois teríamos que recorrer com maior regularidade a
despedimentos e novas contratações, o que é algo de totalmente ineficiente, dispendioso e totalmente
inadequado, até mesmo a nível social. Um novo trabalhador não é tão eficiente, quando inicia a
execução de um determinado tipo de trabalho, o que só ocorre em geral quando se familiariza com a
execução dessa actividade. Ocorre um fenómeno de “curva de aprendizagem”, onde os custos vão
tendencialmente sendo menores quando a actividade vai sendo continuamente executada pelos
mesmos colaboradores. Também devemos tender para um nivelamento dos trabalhadores, pois a sua
dispensa por alguns dias pode levar a uma indisponibilidade futura dos mesmos e bastante dificuldade
em encontrar novos trabalhadores para o trabalho exigido.
Existem inúmeros métodos, mais ou menos complexos, para o nivelamento da mão-de-obra. Alguns
destes métodos envolvem o recurso a ferramentas informáticas desenvolvidas especificamente com
este propósito, mas que em grande parte das situações se revelam de aplicação bastante complexa e
pouco expedita. Na maioria das obras, os responsáveis por este procedimento, recorrem a métodos
baseados basicamente em tentativas e aproximações sucessivas. Tendo em conta que grande parte da
informação relativa aos recursos da obra é estimada, e sujeita a imensos factores externos e
imprevisíveis, também os modelos de nivelamento de mão-de-obra recorrendo a tentativas e
aproximações parecem ser os mais adequados e suficientes para este âmbito.
Estes métodos de nivelamento envolvem a alteração, numa primeira fase, das datas de início das
actividades não críticas, que envolvam o recurso a trabalhadores incluídos nesses picos de mão-de-
obra. Podemos também aumentar o prazo dessas mesmas actividades, diluindo assim a necessidade de
número de trabalhadores. Na prática, este tipo de decisões acaba por ser tomado em obra, pela
Direcção de Obra ou até mesmo pelos Encarregados com mais experiência. Em projectos
relativamente simples, em que as exigências de mão-de-obra sejam relativamente constantes, é
suficiente e usualmente uma competência dos responsáveis pelas frentes de obra, as decisões no que
diz respeito à afectação dos trabalhadores a determinadas actividades. Em obras mais complexas, que
envolvam diferentes fases e grandes variações ao nível das exigências de mão-de-obra, é
recomendável o recurso a ferramentas informáticas, que permitem uma análise e optimização global
da empreitada (CLOUGH et al, 2000).
Actualmente as ferramentas disponíveis para o planeamento de obras complexas, fornecem uma boa
aproximação das quantidades necessárias e a sua calendarização. Permitem uma ilustração gráfica da
sua distribuição que é um suporte ideal para uma análise eficiente. Quando ocorrem problemas
pontuais ligados com necessidades de mão-de-obra, que não podem ser resolvidos com estas
ferramentas nem com horas extra nem subempreitadas, compete aos responsáveis pelas frentes de obra
levar a cabo uma análise diária das actividades e progresso dos seus trabalhos. A nível global, é da
competência do gestor da empreitada, identificar os problemas relacionados com a mão-de-obra, com
alguma antecedência, e tomar as decisões necessárias para minimizar esses problemas, informando
periodicamente os responsáveis pelas respectivas frentes de obra.
Ao nível do controlo de custos do pessoal em obra, há que implementar um sistema que permita
registar com o maior detalhe possível, toda a informação relativa aos trabalhadores. Cada contratação
de um colaborador, deve ser registada e mantida com os dados actualizados, incluindo toda a
documentação exigível legalmente, e outra que seja solicitada pela própria empresa empreiteira ou
pelo Dono de Obra. O sistema de registo de ponto do pessoal deve fornecer ao sector Administrativo e
consequentemente à Gestão de Obra, os elementos de entrada e saída de cada um dos trabalhadores.
34
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Estes sistemas podem ir desde o simples cartão de ponto, preenchido pelo responsável de frente de
obra, até a sistemas informáticos que registam as horas de entrada e saída, integrando esta informação
automaticamente no sistema de gestão de obra.
Tal como referimos anteriormente para os equipamentos, também os recursos de mão-de-obra estão
muitas vezes associados, não apenas a uma determinada actividade, mas a várias actividades a
desenvolver no decurso da obra. Estas actividades e os respectivos recursos, designados por indirectos,
são orçamentados a nível global, ou por mês, conforme veremos mais adiante desenvolvido neste
trabalho.
35
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
36
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
independentemente das quantidades contratadas. Na maioria das situações acabamos por cair neste
último caso. Porém, isto exige da parte do empreiteiro geral um elevado grau de acompanhamento e
fiabilidade da medição dos trabalhos executados mensalmente pelo subempreiteiro (CLOUGH et al,
2000).
37
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
38
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
4
ESTUDO DE CASO
• Trabalhos Preparatórios;
• Terraplenagens Gerais;
• Construção Civil;
• Arruamentos e Estacionamentos;
• Redes exteriores e Infra-estruturas.
39
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
No que se refere aos trabalhos do capítulo de Construção Civil, estes serão divididos de acordo com a
sua localização em distintos pontos da central:
• Percurso de Visitantes;
• Edifício da Pós-Compostagem em Pilhas;
• Zona Frontal dos Túneis;
• Túneis – Digestão Anaeróbia;
• Galeria Técnica;
• Poço de Decantação;
• Reactor – Tanque de Filtragem e de Armazenamento do Gás;
• Filtros Biológicos;
• Geradores;
• MT+E – Contentores para Armazenamento de Equipamento;
• Depósito para Armazenamento do Gás
Ainda relativamente ao capítulo de Construção Civil, e sem ir para já a maior detalhe, apresenta-se
apenas a sua principal divisão em grandes subcapítulos, que ocorrem na generalidade das localizações
expostas anteriormente:
• Movimento de Terras;
• Estrutura (Betão, Aço, Cofragem);
• Pavimento Térreo;
• Estrutura Metálica;
• Coberturas;
40
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
b. Director de Obra
c. Técnico de Gestão
d. Medidor / Preparador
e. Técnico de Prevenção e Segurança
f. Administrativo
g. Topógrafo (serviço externo)
2. Enquadramento de Obra:
a. Encarregado
b. Arvorados
c. Animador de Segurança
d. Manobradores
3. Mão-de-Obra de Apoio:
a. Serventes
b. Pedreiros
c. Emp. Limpezas
41
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Geral da empresa, onde a obra recorre para solicitar essencialmente equipamentos e serviços
especializados, eventualmente também alguma mão-de-obra específica, ou até materiais que aí estejam
em stock.
• Custos Directos:
o Materiais:
42
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
• Custos Indirectos – à partida ficam completamente definidos, pois incluem em grande medida
recursos próprios da empresa, cujos custos já são previamente conhecidos e poderão ser
considerados com valor relativamente bem estimado. Para cada um destes recursos são
definidos também o número de meses que irão ser necessários:
o Mão-de-obra (100% do valor mensal de cada colaborador, excepto nos casos
assinalados):
Enquadramento Técnico:
• Coordenador (25% do valor);
• Director de Obra;
• Técnico de Gestão (25% do valor);
• Medidor / Preparador;
• Técnico de Prevenção e Segurança (20% do valor);
• Administrativo;
• Topógrafo (sub. externa).
Enquadramento de Obra:
• Manobrador de Grua;
• Encarregado;
• Arvorados;
• Animador de Segurança;
• Manobrador de Multifunções (sub. externa).
Mão-de-obra de Apoio:
43
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
44
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Consumo de electricidade;
Consumo de água da rede;
Montagem e desmontagem do estaleiro (estimado em valor global);
Publicidade e Imagem (estimado em valor global)
Nesta fase devo ainda salientar alguns factores considerados na elaboração do Objectivo. No que diz
respeito ao betão, que nesta obra é fornecido pronto, foi considerado um desperdício de 3%. Este valor
foi tido em conta, tendo por base o valor indicativo da fase do Orçamente Comercial, e experiência de
obras similares anteriores.
Relativamente ao aço, passamos para o subempreiteiro de moldagem e aplicação, a responsabilidade
do desperdício. O aço é comprado ao fornecedor do material por nós, empreiteiro geral, que fará ao
subempreiteiro a medição da sua produção utilizando essa quantidade de aço por nós fornecido.
45
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
• Uma coluna com os desvios entre o Transfer (Conforme) e o Objectivo, que é igual à diferença
entre essas duas colunas. Um valor positivo significa que o valor do Objectivo é inferior ao
valor do Transfer, e um valor negativo que o valor do Transfer era inferior ao valor do
Objectivo;
• A última coluna, onde podemos ver o valor do desvio expresso percentualmente;
• A primeira folha, Folha de Fecho, que resume o Objectivo, contém ainda informação relativa a
Encargos Fixos da empresa. Estes encargos são definidos à partida pela empresa com uma
determinada percentagem fixa, que resultará num certo valor de custos em função do valor de
venda de cada obra. Nesta obra em particular foram tidos em conta Encargos de Estrutura, que
são justificados pelos serviços prestados pela estrutura da empresa, fora da obra, como por
exemplo, os Serviços Financeiros, Contabilidade, Jurídicos e de Aprovisionamentos. Também
foi orçamentado uma percentagem para reserva do Serviço de Pós-Venda, que será gasto
durante o período de garantia da Obra. Foram ainda orçamentadas duas outras parcelas,
resultantes das percentagens para gastos Financeiros e Seguros.
• As três últimas folhas, com um modelo relativamente diferente das anteriores, permitem
observar detalhadamente a distribuição mensal considerada na orçamentação dos recursos
indirectos, nas folhas de mão-de-obra, equipamentos e custos diversos, com a comparação
com o Transfer e as percentagens quantidades de imputação dos diversos recursos.
46
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
• Materiais Auxiliares
• Sobressalentes para equipamentos
50xx Outras Despesas Com o radical 50 serão classificadas todas as despesas que
não se enquadrem em nenhumas das outras classificações.
47
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
13 Betões e Argamassas
14 Pré-fabricados de Betão
15 Pré-esforço, Aparelhos de Apoio, Juntas de Dilatação
16 Materiais de Plástico e Fibras
17 Materiais Cerâmicos
18 Equipamento Sanitário
19 Materiais de Vidro
20 Materiais de Borracha e Lona
21 Materiais para Betuminosos e Derivados
22 Materiais Isolantes, Impermeabilizações, Vedantes
23 Ferragens
24 Inertes e Afins
25 Revestimentos
26 Coberturas
27 Tubagens e Acessórios de Canalização
28 Sementes, Plantas e Fertilizantes
29 Materiais para Drenagem
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
TIPO 3 - SOBRESSALENTES
49
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
50
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
200 Carpintarias
250 Revestimentos
300 Pinturas e Tratamentos
350 Acabamentos Amovíveis
400 Vãos Especiais
450 Diversos
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Utilizando esta estrutura de plano de Naturezas, com alguns ajustes e acrescentando no final de cada
recurso numeração sequencial (001, 002, …) criou-se no Objectivo desta obra os recursos
apresentados no Anexo A2 – Recursos do Objectivo do Caso de Estudo.
52
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Para o primeiro grupo é possível criar um plano standard que se aplica a qualquer tipologia de obra, e
como tal, deve ser adoptado, garantindo uma uniformização no tratamento da informação e facilitando
o trabalho de análise.
Para o segundo grupo a uniformização no tratamento da informação já não é possível porque a
definição destas contas depende da especificidade de cada obra e do tipo de controlo que a Direcção de
Obra pretende implementar. No entanto para obras de Construção Civil, nomeadamente Edifícios, é
possível estabelecer um Plano de Contas a um nível bastante agregador que permite alguma
uniformização na forma de disponibilizar a informação.
O risco que está associado a uma definição muito detalhada das contas 62, reside no facto de, no dia-a-
dia não ser possível imputar, de uma forma correcta, as despesas efectuadas à frente a que dizem
respeito.
De seguida apresenta-se parte do plano de contas adoptado para esta obra, no que se refere às contas
61 e 62. Este plano de contas, encontra-se dividido em dois níveis, o primeiro mais agregador e
consequentemente mais redutor em termos de análise, e o segundo com um maior detalhe, permitindo
uma análise mais fina da Obra.
53
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
54
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
55
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
62403 Sinalização
62404 Paisagismo / Espaços Verdes
625 DIVERSOS
62501 Rede de Drenagem Pluvial
62502 Rede Residual
626 SISTEMAS ELECTROMECANICOS
62601 Abastecimento de Água Serviço e Processo
62602 Rede de Incêndios
62603 Instalações Eléctricas e AVAC
O plano de contas completo das obras inclui ainda muitas outras contas que são utilizadas para outros
movimentos financeiros e também nos procedimentos de gestão de stocks.
A000000010
A000000020
……….
B000000010
……….
IND0000010
IND0000020
……….
• A - Trabalhos Preparatórios;
• B - Terraplenagens Gerais;
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
• C - Construção Civil;
• D - Arruamentos e Estacionamentos;
• E - Redes de Drenagem e Pluviais;
• F – Sistemas Electromecânicos, Eléctricos, Águas e AVAC;
• IND – Custos Indirectos.
• Despesas;
• Avanços.
4.2.3.1. DESPESAS
As despesas são todos os valores imputados a uma obra e registados na respectiva base de dados
informatizada dessa obra. Utilizaremos o termo despesas para designar todos esses valores, positivos
(efectivamente custos da obra) ou negativos (créditos). Estas despesas serão todas registadas
informaticamente de diferente formas, e em “módulos” diferentes, consoante provenham de
movimentos relacionados com:
• Subempreitadas;
• Materiais;
• Mão-de-Obra;
• Equipamentos;
• Diversos.
57
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Tem ainda de ficar definido, nesta fase de introdução do contrato de subempreitada para suporte
informático, as Naturezas e Contas para cada uma das actividades do articulado do contrato.
Preferencialmente é recomendável que haja uma ligação directa e unívoca entre cada uma destas
actividades e as actividades do orçamento do Objectivo. Desta forma, poderá com muito mais
facilidade saber-se de forma directa o custo que estará na realidade a ser imputado por uma
determinada subempreitada para a execução de uma actividade em concreto do orçamento em análise.
Com o contrato definido, pode partir-se para a elaboração dos autos de medição mensais desse
subempreiteiro. O medidor, responsável por esta tarefa, poderá efectuar estes autos directamente no
programa informático ou passar essa informação ao sector administrativo, que normalmente tem um
maior conhecimento do funcionamento do sistema informático de registo de custos.
Falta mencionar que este método de registo de despesas vai assumir para este módulo de
subempreitadas, os custos que vão do dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês em causa para a
elaboração do controlo de custos. Esta mesma calendarização é usada para todos os outros módulos,
embora tenhamos que ter em conta algumas particularidades nos módulos de equipamentos e de mão-
de-obra, como veremos mais adiante.
58
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Estando definidos estes documentos prévios, os materiais vão sendo recepcionados e registados em
obra, utilizando as Guias de Remessa. Cada recepção, com uma determinada Guia de Remessa, é
lançada informaticamente, associando nesta fase, esses materiais a uma determinada conta do Plano de
Contas da Obra. No que se refere às Naturezas, essa identificação já vem feita de uma fase anterior,
pois cada Artigo escolhido como descrição do material, já trás com ele uma Natureza associada. Nesta
fase, de Recepção de Encomendas (de Fornecedores ou Internas) em Contas, o custo do material vai
directamente ser assumido no período em curso e vai reflectir-se de imediato na elaboração do
próximo controlo de custos.
Por outro lado, para materiais recebidos em grandes quantidades mas que vão sendo progressivamente
consumidos pela obra, a situação é distinta. Esses materiais terão que ser recebidos para Armazém
ficando desta forma em Stock. Apenas posteriormente, quando os materiais forem realmente
solicitados e consumidos pela frente de obra, faremos uma Saída por Consumo do Armazém para a
Conta respectiva. Até lá, enquanto os materiais estão em Stock, estes ficarão identificados por uma
conta 31, com uma contabilização distinta para efeitos do controlo de custos. Este é o caso mais
correntemente utilizado para o aço, onde os valores em causa entre as quantidades em stock e as
quantidades realmente aplicadas, são muito distintas.
59
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
trabalhador. Temos ainda que definir os Períodos de Facturação. Recomenda-se que estes períodos
coincidam com os da Mão-de-Obra Própria, os seja de 16 a 15, de modo a facilitar a aferição de custos
mensais. Assim ficou definido nesta obra, que teve um subempreiteiro de Mão-de-Obra Alugada, que
disponibiliza Condutores/Manobradores, Pedreiros e Serventes.
Também para os colaboradores do Subempreiteiro são elaboradas as Folhas Diárias, recorrendo às
pastilhas individuais, donde resultam os dados de entrada e saída de cada um deles, da obra. Estes
dados vão permitir, depois do último dia do ponto (dia 15 nesta obra e na grande generalidade), a
elaboração automática do Auto de Medição de Mão-de-Obra Alugada. Este Auto, depois de aprovado
pelos responsáveis da parte do Subempreito e do Empreiteiro Geral, seguirá para os serviços centrais
de Contabilidade, para pagamento, normalmente até ao dia 10 do mês seguinte.
60
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
de representação, deslocações, estadias, viaturas, etc. Este “módulo” está por isso bastante aberto no
que diz respeito à forma como estas despesas são assumidas. Basta efectuar um único movimento para
que esta despesa fique assumida na nossa obra. Este movimento inclui a definição das naturezas e
contas de custos onde estes são imputados e entidade responsável por este débito. Depois de
totalmente preenchidos os campos do movimento, vai ser gerada a Autorização de Pagamento, tal
como ocorre para todos os outros “módulos” de custos anteriores. Mas neste caso, importa referir que
a esta Autorização de Pagamento deve ser anexa toda a informação relevante e necessária para
justificar sem gerar quaisquer dúvidas, os custos considerados.
Muitas vezes o que realmente se passa, é que neste “módulo” acabam por ser assumidas despesas que
deveriam ser assumidas em “módulos” mais adequados. A ausência de certos documentos necessários
para tal, ou algum facilitismo, acabam por justificar esta atitude. No caso da obra em estudo, por
exemplo, os débitos internos de materiais estão, na sua grande maioria a ser assumidos aqui. Quando o
débito é efectuado pelo estaleiro geral, os custos são introduzidos manualmente, tendo apenas o
cuidado de ir escolhendo as naturezas e contas mais adequadas para cada uma das parcelas de custos
de equipamentos.
4.2.3.2. AVANÇOS
Avanço é a quantidade declarada mensalmente como executada, relativamente à previsão expressa no
articulado das actividades. Mensalmente, é da responsabilidade da direcção de obra com estreita
colaboração com o Medidor, efectuar estes avanços. O articulado é preparado pelo Técnico de Gestão
e enviado para os responsáveis enunciados. O trabalho consiste em preencher, por actividade, as
quantidades realmente executadas em cada uma delas. Esta quantidade, ao ser multiplicada pelo custo
unitário, vai resultar num valor de previsão de custos, à data. Esse valor previsto vai ser, num passo
seguinte, comparado com os custos reais que foram previamente assumidos na obra, como explicado
anteriormente em cada um dos seus módulos. A diferença entre este custo previsto e o custo real irá
originar um desvio, positivo ou negativo, consoante os custos reais ficam aquém ou ultrapassam os
custos previstos para aquele momento da obra.
O medidor, que acaba por ser o principal obreiro na elaboração dos avanços, tende a suportar-se nos
autos de subempreitada, como meio de facilitar o preenchimento de parte significativa das actividades
do orçamento. Porém, é essencial estar alerta para possíveis diferenças entre as quantidades realmente
executadas e aquelas que algumas vezes são facturadas ao subempreiteiro. Muitas vezes estas
quantidades poderão ter sido sub ou sobre facturadas, por alguma razão que ultrapasse o mero
objectivo de contabilizar as exactas quantidades. Motivos financeiros ou outros, podem por vezes
alterar os valores parciais dos autos de subempreitada e induzir em erro os avanços que daí podem
resultar. Temos por isso que tentar ao máximo utilizar os valores realmente executados, mesmo que
isso possa conduzir a desvios, em determinado momento da obra. Se soubermos realmente aquilo que
se está a passar, saberemos justificar claramente o porquê dessas diferenças, que mais tarde certamente
serão compensadas. Também para isso serve a ferramenta das Valorizações, como veremos mais
adiante.
No que diz respeitos aos avanços de actividades do tipo Indirecto, normalmente é o próprio Técnico de
Gestão que efectua os avanços mensais, tal como ocorre nesta obra em estudo. Como as actividades
indirectas são geralmente orçamentadas por mês, o avanço torna-se bastante simples e imediato. Basta
avançar por mês a quantidade 1 (correspondente a esse mês) para cada uma destas actividades, com a
excepção de algumas, como por exemplo Seguros ou Custos Financeiros, com distribuição não linear,
que poderão eventualmente ser avançadas em valor global, no momento da ocorrência destes custos.
61
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Nesta obra, mesmo estas actividades foram avançadas mês a mês e valorizadas de forma a não libertar
margens que daí resultem, por ainda não terem sido assumidos os respectivos custos. Ainda no que diz
respeito exclusivamente a estas actividades do tipo indirecto, é importante referir que os seus avanços
são sempre realizados como Falta Gastar. Isto quer dizer que o valor introduzido no programa
informático não é o valor do mês, nem o valor acumulado, mas sim o valor acumulado que falta
consumir. É um método adoptado pela empresa como forma de distinguir os avanços das actividades
directas das indirectas e também para gerar um alerta imediato ao Técnico de Gestão, no momento dos
avanços, dos meses que ainda faltam consumir de determinados recursos indirectos, até ao final da
obra.
Começando pelo R.M.O., propriamente dito, é a parte inicial do documento que resume em algumas
páginas toda a situação da obra, relativamente aos avanços, previsões finais, facturações e
62
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
recebimentos. As duas primeiras páginas do R.M.O. contém informação geral sobre a obra, como por
exemplo a sua designação, valores de contrato, datas de início, fim e outras relevantes, prazos,
identificação do cliente, características do contrato e identificação dos responsáveis pela obra, da parte
do empreiteiro e do cliente.
A terceira folha do R.M.O. (Resumo de Situação da Obra) é sempre aquela que é analisada com mais
atenção, tanto pelos responsáveis em obra como pelos cargos de níveis hierárquicos superiores da
empresa. Isto porque contém todo o panorama geral da situação actual da obra. No quadro da parte
superior da página (A) disponibiliza a Evolução do Resultado Previsto da Obra, desde o Transfer,
Objectivo, Pontos, Previsão Fim de Obra e Aleas. Relativamente ao Transfer e ao Objectivo já foram
explicados previamente. Quanto aos pontos seguintes, serão analisados mais à frente. No quadro da
zona central (B) podemos ver o Resultado Actual da Obra, incluindo os Avanços e os Custos, abertos
pelos seus vários tipos, e apresentados com valores do período e acumulados. Surgem ainda nas
últimas linhas deste quadro, os Resultados Líquidos e Previstos (em valor e em percentagem) e o
respectivo desvio entre os dois valores. No quadro na zona inferior (C) surge a Evolução da
Facturação, com os valores mensais e acumulados dos Autos ao Cliente (ou outra forma de débitos),
divididos em categorias consoante são Trabalhos Contratuais, Suplementares. Revisão de Preços ou
Diversos.
Nas três folhas seguintes, podemos ver o Detalhe da Situação da Obra, que permite analisá-la a partir
de diferentes tipos de dados e vertentes. Na página 4, quadro A – Evolução dos Trabalhos, obtemos
entre outros dados, informação sobre a percentagem de obra realizada à data, comparando-a com a
data prevista no contrato. Na página 5, quadro B – Situação Económica, observamos de forma mais
detalhada e através de diferentes algoritmos de cálculo, o resultado final de obra. Esta informação é
apresentada também graficamente. Na página 6, quadro C – Situação Financeira, são apresentados
elementos relativos à facturação ao cliente, nomeadamente os valores de obra facturada, as cobranças
realizadas e os valores das facturas vencidas por cobrar. Também esta informação é apresentada
graficamente.
Segue-se o documento Resultado da Exploração, que em algumas obras é dispensado, que resume e
cruza em apenas uma página informação relativa à facturação com dados da produção e ainda
existências em obra. Nesta folha, e recorrendo a estes dados, surgem os valores calculados de Margens
e Previsões Finais de Obra.
O documento seguinte é extremamente importante e muito valorizado no processo de controlo de
custos mensal das obras. No Relatório de Despesas de Obras – Falta Gastar, podemos observar, por
naturezas, os respectivos valores de Objectivo, Despesas Acumuladas à data, Falta Gastar, Despesas
de Fim de Obra e os Desvios obtidos. O Falta Gastar é a diferença entre as Despesas de Fim de Obra e
as Despesas Acumuladas. E aqui entra uma das grandes decisões do Técnico de Gestão em articulação
com a Direcção de Obra. No início da obra as Despesas de Fim de Obra são iguais aos valores do
Objectivo. À medida que vão sendo assumidos os custos em obra, aumentando o valor da Despesa
Acumulada, o valor do Falta Gastar vai descendo. Quando o valor de Falta Gastar passar a ser
negativo, ou em qualquer outra situação por motivos de estratégia de obra, teremos que alterar os
valores das Despesas de Fim de Obra. O procedimento mensal habitual é copiar os valores de
Despesas de Fim de Obra do período anterior para o actual, mas poderá ser feito de forma diferente. A
este passo chama-se Introdução dos Valores Declarados. Temos à disposição alguns métodos
automáticos de introdução destes valores, que envolvem a Reorçamentação da Obra, e que serão vistos
mais adiante. Neste momento irei apenas mencionar a possibilidade de alterar manualmente alguns
destes valores, depois de copiar todos os valores do mês anterior para o mês actual. Como na maior
parte dos meses não pretendemos realizar qualquer Reorçamentação nem alteração dos valores de
63
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Previsão Final de Obra, teremos que aumentar os valores de Despesas de Fim de Obra nas Naturezas
onde temos Falta Gastar negativos. Consequentemente, para manter os valores totais, teremos que
reduzir os valores nas Naturezas onde estimamos que teremos melhores resultados. Como referi, este é
um mapa fulcral para tomar as grandes decisões em obra, nomeadamente no que diz respeitos às
alterações da Previsão Final de Obra e na sua diluição ou não por diferente Naturezas de trabalhos.
O mapa seguinte, Controlo de Naturezas, é também um dos mais importantes e solicitados no processo
do Relatório Mensal de Obra. Este mapa tem inúmeras colunas de informação relativas a cada uma das
Naturezas da obra. As colunas, incluindo as fórmulas nelas implícitas, são as seguintes:
• Valores Previstos:
o Objectivo (A);
o Alterações ao Objectivo (B);
o Trabalhos a Mais (C);
o Total Previsto (D=A+B+C);
• Avanço em percentagem;
• Valores Acumulados:
o Previsão Acumulada (E);
o Real com Stock (F);
o Stock (G);
o Valorizações (H);
o Despesas Corrigidas (I=F-G+H);
o Desvio Acumulado (J=E-I)
É através deste mapa, e do resultado da coluna dos Desvios Acumulados, que são tomadas outras
grandes decisões relativas à gestão da empreitada. Este diferencial entre as Despesas Corrigidas e as
Previsões Acumuladas, pode ser negativo ou positivo, consoante as Despesas são superiores ou
inferiores, respectivamente, às Previsões. A coluna da Despesa Corrigida permite que os valores de
Custos Reais sofram acertos, que chamamos Valorizações, que podem dever-se a vários motivos, e
que são manualmente preenchidos e associados a uma determinada Natureza e Conta.
As Valorizações são portanto uma das ferramentas disponíveis para analisar e controlar os desvios
actuais e previsão final de obra. As Valorizações são introduzidas manualmente, num ecrã próprio do
programa informático, com uma Natureza e Conta associada, e eventualmente alguma nota que
permite justificar a sua introdução. Utiliza-se esta ferramenta quando ainda não existem despesas
assumidas, embora o trabalho já tenha sido executado e consequentemente avançado. Neste caso a
Valorização é positiva e tem o valor do custo dos trabalhos (subempreitadas ou recursos próprios)
ainda por assumir na obra. Também poderá ser necessário fazer Valorizações negativas, embora não
seja de todo o mais comum nem o correcto. Pode ocorrer esta situação, por exemplo, em casos em que
os materiais sejam todos assumidos para a frente de obra, embora ainda parte deles esteja em stock.
Outro caso em que será necessário utilizar Valorizações negativas é quando ocorrem adiantamentos ao
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Subempreiteiro, por exemplo, em que os trabalhos efectuados à data da elaboração do R.M.O. estão
aquém dos valores assumidos em obra.
Relativamente ainda às Valorizações, mas agora ao nível dos Custos Indirectos, recorro com bastante
frequência a esta ferramenta para limitar os valores dos desvios, normalmente positivos numa fase
inicial da obra. Como os avanços dos Indirectos são feitos ao mês, é comum que os desvios sejam
altos na fase inicial da obra, pois grande parte dos custos indirectos não são imediatamente imputados
através dos débitos internos da empresa. Um caso flagrante desta situação passa-se com os débitos de
Seguros e de Serviço Pós Venda (SAV). As actividades que contêm estes custos são avançadas com a
mesma percentagem de facturação da obra, embora os custos só sejam normalmente imputados
praticamente na fase final da empreitada. A justificação para avançar estas actividades desta forma,
prende-se com a necessidade de manter uma certa continuidade do avanço global da obra ao longo do
seu prazo. Assim, é necessário valorizar estas despesas de modo a obter um desvio nulo. Esta situação
também ocorre na obra em estudo, para as naturezas de Seguros, SAV e Selos e Garantias.
Penso ser importante referir, antes de fechar este ponto, que existem outros mapas de análise de
resultados que, embora sejam igualmente importantes e que já usei em outras obras, não são impressos
nem analisados. É o caso, por exemplo, do mapa de Controlo de Contas, que como o nome indica,
permite analisar a obra na vertente das Contas, pelo lado das previsões e dos custos imputados a cada
uma delas. Temos ainda a possibilidade de obter um Balancete da Obra, por Contas, que mostra com o
detalhe escolhido todos os custos mensais e acumulados que foram imputados a cada uma das contas
visíveis no Balancete. Deixo ainda a nota de que alguns destes mapas podem ser obtidos com ou sem
Valorizações, com vista a obter diferentes tipos de análise.
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Até à data, na obra em estudo, foi apenas introduzido no orçamento da obra, um conjunto de Trabalhos
Suplementares que melhorou a margem final da Obra. Estima-se que em breve serão introduzidos
novos trabalhos suplementares, correspondentes a um novo conjunto de trabalhos novos aprovados.
Está também em curso a determinação da Revisão de Preços, para que em breve seja também
apresentada para facturação. Uma estimativa deste valor, determinada pela Direcção de Obra, já foi
declarada em Aleas, uma parcela onde são inseridos os valores de venda e custo previsionais.
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5
CONCLUSÃO
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congéneres. Pode também servir como guia para outros profissionais tais como os Técnicos de Gestão,
ou outras categorias profissionais da empresa, Donos de Obra ou Subempreiteiros, para que
compreendam e vejam esclarecidas algumas dúvidas acerca de procedimentos que têm
necessariamente impacto na sua vida profissional. Julga-se que esta dissertação poderá servir como
documento de suporte para facilitar as relações entre os intervenientes da obra, elucidando os vários
profissionais e construindo uma base comum de debate e auxiliar às decisões.
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BIBLIOGRAFIA
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FOLHA DE FECHO
Desvios
Transfer Trab. +/- Transfer
Transfer Pré-Objectivo Transfer /
de verbas Variantes Conforme
Objectivo
DESPESAS DE OBRA 0 0 0 0 0 0
MARGEM BRUTA 0 0 0 0 0 0
MARGEM LÍQUIDA 0 0 0 0 0 0
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RESUMO GERAL
Trab. Desvios
Transf. Transfer Desvios
Descrição Transfer +/- Objectivo Transfer /
verbas Conforme %
Var. Objectivo
PRODUÇÃO PRÓPRIA
MATERIAIS 0 0 0 0 0 0
SUBEMPREITADAS
SUBEMPREITADAS 0 0 0 0 0 0
TOTAL SUBEMPREITADAS 0 0 0 0 0 0
INDIRECTOS
ENQUADRAMENTO TÉCNICO 0 0 0 0 0 0
ENQUADRAMENTO OBRA 0 0 0 0 0 0
ALUGUER EQUIPAMENTO /
TRANSPORTES 0 0 0 0 0 0
LIMPEZA 0 0 0 0 0 0
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DESPESAS DE FUNCIONAMENTO 0 0 0 0 0 0
CONSUMIVEIS / COMPRAS 0 0 0 0 0 0
INSTALAÇÃO ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
HABITAÇÕES / ALOJAMENTOS 0 0 0 0 0 0
TOTAL CUSTOS 0 0 0 0 0 0
78
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Transfer Desvios
Trab. +/- Transfer Desvios
Descrição Transfer de Objectivo Transfer /
Variantes Conforme %
verbas Objectivo
PRODUÇÃO PRÓPRIA
Materiais 0 0 0 0 0 0
SUBEMPREITADAS
Global 0 0 0 0 0 0
TOTAL SUBEMPREITADAS 0 0 0 0 0 0
79
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INDIRECTOS
ENQUADRAMENTO TÉCNICO 0 0 0 0 0 0
ENQUADRAMENTO OBRA 0 0 0 0 0 0
LABORATÓRIO / CONTROLO
QUALIDADE 0 0 0 0 0 0
SEGURANÇA / MEDICINA NO
TRABALHO 0 0 0 0 0 0
LIMPEZA 0 0 0 0 0 0
VEÍCULOS / DESLOCAÇÕES /
ESTADIAS 0 0 0 0 0 0
DESPESAS DE FUNCIONAMENTO 0 0 0 0 0 0
CONSUMIVEIS / COMPRAS 0 0 0 0 0 0
ESTUDOS TÉCNICOS /
HONORARIOS 0 0 0 0 0 0
GASTOS FINANCEIROS
DIVERSOS 0 0 0 0 0 0
INSTALAÇÃO ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
HABITAÇÕES / ALOJAMENTOS 0 0 0 0 0 0 0
80
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Transfer Desvios
Trab. +/- Transfer Desvios
Descrição Transfer de Objectivo Transfer /
Variantes Conforme %
verbas Objectivo
MATERIAIS
Cimento e Aglomerantes 0 0
Madeira e Derivados 0 0
Betões e Argamassas 0 0
Pré-Fabricado de Betão 0 0
Materiais Cerâmico 0 0
Materiais de Vidro 0 0
Ferragens 0 0
Inertes e Afins 0 0
Revestimentos 0 0
Materiais Metálicos 0 0
TOTAL MATERIAIS 0 0 0 0 0 0
Quadro A1.5 – Comparativo Transfer / Objectivo - Materiais
81
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Desvios
Transfer Trab. +/- Transfer Desvios
Descrição Transfer Objectivo Transfer /
de verbas Variantes Conforme %
Objectivo
SUBEMPREITADAS
Movimento Terras 0 0
Estruturas Metálicas 0 0
Pré-fabricados 0 0
Equipamento Móvel 0 0
Instalações Especiais Geral 0 0
AVAC 0 0
Instalação Eléctrica 0 0
Águas/Esgotos 0 0
Gás 0 0
Demolições 0 0
Arranjos Exteriores 0 0
Pavimentação 0 0
Sinalização 0 0
Imperm./Isolamentos 0 0
Caixilharia 0 0
Serralharias 0 0
Cantarias 0 0
Carpintarias 0 0
Revestimentos 0 0
Pinturas e Tratamento 0 0
Estudos Técnicos 0 0
82
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Diversos Acabamentos 0 0
Sub. Construção Civil 0 0
Cofragens e Escoramentos 0 0
0 0
SUB. MÃO-DE-OBRA 0 0
TOTAL SUBEMPREITADAS 0 0 0 0 0 0
83
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Transfer Desvios
Trab. +/- Transfer Desvios
Descrição Transfer de Objectivo Transfer /
Variantes Conforme %
verbas Objectivo
ENQUADRAMENTO TÉCNICO
Director de zona 0 0 0 0
Gestionário 0 0 0 0
Medidor / Preparador 0 0 0 0
Tecnico de Prev.Segurança 0 0 0 0
Administrativo 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
ENQUADRAMENTO OBRA
Ferramenteiro 0 0 0 0
Encarregado de 1ª 0 0 0 0
Arvorados 0 0 0 0
Animador Segurança 0 0 0 0
Manobrador Multifunções 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
84
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Pedreiro 0 0 0 0
Limpeza de obra 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
ALUGUER EQUIPAMENTO /
TRANSPORTES
Aluguer Equipamento :
Betoneira 0 0 0 0
Baldes de Betão 0 0 0 0
Multifunções 0 0 0 0
Retro escavadora 0 0 0 0
Bombas submersiveis 0 0 0 0
Transportes Materiais 0 0 0 0
Martelo pneumático 0 0 0 0
Martelo eléctrico 0 0 0 0
Grupos Geradores 0 0 0 0
Quadros Electricos 0 0 0 0
Pimenteiros 0 0 0 0
Tripes Iluminação 0 0 0 0
Contentor Escritório c/ WC 0 0 0 0
Escritório 0 0 0 0
Contentor Ferramenteiro 0 0 0 0
Contentor Encarregado 0 0 0 0
Ferramentaria 0 0 0 0
Aparelho de Ar Condicionado 0 0 0 0
Contentor Balneário 0 0 0 0
Contentor Vestiário/Refeitório 0 0 0 0
Rebarbadoras Grandes 0 0 0 0
85
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Serras electricas 0 0 0 0
Rebarbadora Pequena 0 0 0 0
Aparelho de soldar 0 0 0 0
Pc Portactil - DO 0 0 0 0
Project - DO 0 0 0 0
Autocad - DO 0 0 0 0
Pc - Medidor 0 0 0 0
Autocad – Medidor 0 0 0 0
UPS – Medidor 0 0 0 0
PC - Administrativo 0 0 0 0
Sligoin 0 0 0 0
UPS - Administrativo 0 0 0 0
Nivel Topográfico 0 0 0 0
Impressora A3 0 0 0 0
Fotocopiadora 0 0 0 0
Scanner 0 0 0 0
Eqp. Segurança 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
VEÍCULOS / DESLOCAÇÕES /
ESTADIAS
Veículos Ligeiros 0 0 0 0
Portagens 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
DESPESAS DE FUNCIONAMENTO
Material de Limpeza 0 0 0 0
86
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Material Desenho 0 0 0 0
Internet 0 0 0 0
Telemóveis 0 0 0 0
Electricidade 0 0 0 0
Publicidade e Imagem 0 0 0 0
Trabalhos Fotográficos 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
CONSUMIVEIS / COMPRAS
Água 0 0 0 0
Limpeza de Fossa 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
GASTOS FINANCEIROS
DIVERSOS
Seguros (0,55%) 0 0
S.A.V. (0,8%) 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
INSTALAÇÃO ESTALEIRO
Vedação 0 0
Acessos Provisórios 0 0
Placas de Obra 0 0
Desmontagem do Estaleiro 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
TOTAL INDIRECTOS 0 0 0 0 0 0
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Betão
Eqp.fabr.Transp.Coloc
3001003 BETONEIRA Equipamentos mês 3001 Betão
Eqp.fabr.Transp.Coloc
3001004 BALDES DE BETÃO Equipamentos mês 3001 Betão
Eqp.Mov. E Elevação de
3005001 GRUA TORRE 30m Equipamentos mês 3005 Carga
Eqp.Mov. E Elevação de
3005002 MULTIFUNÇÕES Equipamentos mês 3005 Carga
3010001 RECTRO (COM MANOBRADROR) Equipamentos mês 3010 Eqp. Moviment. De Terras
3030001 BOMBAS SUBMERSIVEIS Equipamentos mês 3030 Eqp. Bombagem e Esgotos
Eqp.Transportes Mov.
3045001 TRANSPORTES MATERIAIS Equipamentos mês 3045 Cargas
Eqp. Dem Perf Carga
3050001 MARTELO PNEUMATICO Equipamentos mês 3050 Remoç Escombros
Eqp. Dem Perf Carga
3050002 MARTELO ELECTRICO Equipamentos mês 3050 Remoç Escombros
Eqp. Prod Transf Energia
3055001 GRUPOS GERADORES Equipamentos mês 3055 Elétrica
Eqp. Prod Transf Energia
3055002 QUADROS ELECTRICOS Equipamentos mês 3055 Elétrica
Eqp. Prod Transf Energia
3055003 PIMENTEIROS Equipamentos mês 3055 Elétrica
Eqp. Prod Transf Energia
3055004 TRIPES ILUMINAÇÃO Equipamentos mês 3055 Elétrica
Edificio Metálico e Const.
3060001 CONTENTOR ESCRITÓRIO Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060002 ESCRITÓRIO PRINCIPAL Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060003 ESCRITORIO FISCALIZ. Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060004 CONTENTOR FERRAMENTEIRO Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060005 CONTENTOR ENCARREGADO Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060006 INST SANITÁRIAS FRENTE Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060007 FERRAMENTARIA Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060008 APARELHO DE AR COND. Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060009 CONTENTOR BALNEÁRIO Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Edificio Metálico e Const.
3060010 CONTENTOR VESTIÁRIO/ Equipamentos mês 3060 Pré-Fabricadas
Eqp. Ofic Mecânica e
3075001 FERRAMENTAS ELECT PO Equipamentos mês 3075 Serralharia
Eqp. Ofic Mecânica e
3075002 REBARBADORAS GRANDES Equipamentos mês 3075 Serralharia
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Lubrificantes
Combustíveis e
1037003 CONSUMO VIAT. ENC. 1 Diversos mês 1037 Lubrificantes
Combustíveis e
1037004 CONSUMO VIAT. TEC. GESTÃO Diversos mês 1037 Lubrificantes
Combustíveis e
1037005 CONSUMO MAQUINAS Diversos mês 1037 Lubrificantes
1048001 CONSUMO DE MAT. ESCRITÓRIO Diversos mês 1048 Economato
1048002 CONSUMO DE MAT. DESENHO Diversos mês 1048 Economato
1048003 CONSUMOS DIVERSOS Diversos mês 1048 Economato
5001001 VEÍCULO COORD Diversos mês 5001 Veículos
5001002 VEÍCULO D.O. Diversos mês 5001 Veículos
5001003 VEÍCULO TEC. GESTÃO Diversos mês 5001 Veículos
5001004 VEÍCULO ENC. 1a Diversos mês 5001 Veículos
5002001 PORTAGENS COORD. Diversos mês 5002 Deslocações
5002002 PORTAGENS D.O Diversos mês 5002 Deslocações
5002003 PORTAGENS ENC. 1a Diversos mês 5002 Deslocações
5002004 PORT. TECN. GESTÃO Diversos mês 5002 Deslocações
5002005 REFEIÇÕES Diversos mês 5002 Deslocações
5002006 ESTADIAS (D.O) Diversos mês 5002 Deslocações
5002007 ESTADIAS (ENQUADRAMENTO) Diversos mês 5002 Deslocações
5002008 ESTADIAS (OUTROS) Diversos mês 5002 Deslocações
5004001 SEGUROS (% VENDA) Diversos Vg 5004 Seguros
5006001 ADSL / INTERNET Diversos mês 5006 Comunicação
5006002 TEL. COORD Diversos mês 5006 Comunicação
5006003 TEL. D.O. Diversos mês 5006 Comunicação
5006004 TEL. ENC. 1a Diversos mês 5006 Comunicação
5007001 CONSUMO DE ELECTRICI Diversos mês 5007 EDP - Electricidade
5008001 ÁGUA DE REDE Diversos mês 5008 Água
5008002 LIMPEZA DE FOSSA Diversos mês 5008 Água
5011001 DESMONT. ESTALEIRO Diversos Vg 5011 Instalações
5011002 Montagem Estaleiro / Rede Eléctrica Diversos Vg 5011 Instalações
5012001 PUBCICIDADE E IMAGEM Diversos Vg 5012 Publicidade
5015001 S.A.V (% VENDA) Diversos Vg 5015 SAV
5016001 SELOS E GARANTIAS (% VENDA) Diversos Vg 5016 Selos e Garantias
10050001 Moldagem de aço (SUB.) Subempreitadas Kg 10050 M.O. Armação de Ferro
10150001 MO Aplicação Betão geral (SUB.) Subempreitadas m3 10150 M.O. Colocação de Betão
10150002 MO Aplicação Betão limpeza (SUB.) Subempreitadas m3 10150 M.O. Colocação de Betão
Mão de Obra de Toscos e
10200001 Tx Horária Servente Subempreitadas Hr 10200 Acabamentos
Cofragem e
11050001 COFRAGEM SAPATAS/LINTÉIS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Escoramentos(c/Eqp)
Cofragem e
11050002 COFRAGEM MUROS RECTOS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Escoramentos(c/Eqp)
Cofragem e
11050003 COFRAGEM MUROS TÚNEIS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Escoramentos(c/Eqp)
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