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Introdução

Teoria das Organizações ementa a relação contexto histórico –


configurações organizacionais – teorias administrativas. A organização como
resultante do ambiente em que actua. Sistemas de gestão: objectivos,
subsistemas e natureza da administração.
As organizações: natureza, cultura, poder, política, tecnologia e
abordagens emergentes. A teoria administrativa e as metáforas
organizacionais. Ambientes organizacionais: ecologia, diversidade e
globalização. Estudo das patologias organizacionais. Estudo do desempenho
organizacional. Tendências e perspectivas da administração
O poder organizacional pode ser exercido numa perspectiva de controlo
e de supressão da autonomia dos sujeitos. Ou, numa perspectiva orientada ao
desenvolvimento dos sujeitos e libertária deles em sociedade. Os textos
seleccionados remetem o estudante a uma perspectiva reflexiva de exercício
do poder, em convergência com os objectivos organizacionais e de mobilização
dos sujeitos na acção administrativa.

Teoria das Organizações

Os denominados conteúdos de Formação Básica devem possibilitar ao


Administrador a compreensão da realidade social em que actua e dos factores
limitantes de ordem legal, econômica e socioambiental. Os conteúdos de
Estudos Quantitativos e suas Tecnologias estão sistematizados com o
propósito de habilitar o Administrador ao exercício de raciocínio lógico e de
tomada de decisões numa perspectiva instrumental e utilitária.
Os conteúdos de Formação Complementar integram os espaços de
flexibilidade curricular que permitem o desenvolvimento de estudos e de
práticas gerências orientadas à inserção situacional do Administrador, no meio
socioambiental envolvente em que irá actuar directamente após sua formação.
Trata-se de estudos opcionais, concebidos e discutidos de forma transversal,
através de laboratórios e de práticas não convencionais de ensino-
aprendizagem. Os conteúdos de Formação Profissional, de outra parte, estão
relacionados com as áreas específicas derivadas da administração como
campo de actuação profissional. Os conteúdos de Teorias da Administração e
das Organizações, Administração de Recursos Humanos, Mercado e
Marketing, Materiais, Produção e Logística, Financeira e Orçamentária,
Sistemas de Informações, Planejamento Estratégico e de Serviços integram o
bloco.
O estudo dos conteúdos de formação profissional possibilita
consistência teórica e conceitual ao Administrador, na interpretação dos
problemas e dos fenómenos que envolvem a condução de organizações do
primeiro, segundo e do terceiro sectores no meio produtivo. No contexto dos
conteúdos estruturantes da Formação Profissional, a Teoria das Organizações,
objecto central deste Guia, ocupa função angular dos conteúdos do bloco. O
estudo da Teoria das Organizações possibilita ao Administrador compreender
as abordagens distintas que envolvem o campo, sejam elas de natureza
prescritivas, normativas, explicativas ou descritivas.
A Teoria das Organizações é a base dos conteúdos que possuí Teoria
das Organizações possibilitam a sustentação de pressupostos teóricos e suas
respectivas aplicações, nos campos de Administração de Recursos Humanos,
Marketing, Financeira, Produção, Materiais, Logística, Sistema de Informações,
Estratégica de Serviços ou mesmo do Planeamento Estratégico.
Em cada um dos campos mencionados, o gestor, ao estudar, avaliar,
diagnosticar ou prognosticar acções orientadas para o contexto organizacional
irá se apropriar de conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos
orientados para o processo gerencial, amparado na Teoria das Organizações
como campo angular. Por exemplo: na análise da relação entre os objectivos
individuais dos colaboradores e os organizacionais; na análise da ênfase
predominante no processo gerencial – tarefas, pessoas, estruturas ou
ambiente; na prevalência de organização formal ou informal, no ambiente
funcional; no objectivo dominante – melhor maneira de fazer, eficiência do
processo e eficácia nos resultados, bem-estar dos atores sociais, máxima
eficiência, mantidas as regras e a disciplina; nos resultados almejados; nas
características marcantes da administração; nos tipos de incentivos e de
motivações presentes no ambiente funcional; dentre outros aspectos.

A Teoria das Organizações e seus campos de Administração de


Recursos Humanos, Marketing, Financeira, Produção, Materiais, Logística,
Sistema de Informa ções, Estratégia de Serviços e Planejamento Estratégico
devem ser trabalhadas para o desenvolvimento de competências (saber),
habilidades (saber fazer) e atitudes (ser) previstas no projecto pedagógico do
curso. Nesse contexto, o estudo da Teoria das Organizações instrumentaliza o
Administrador para a compreensão da acção organizacional e da função
administrativa, seja através do planejamento, da organização, da coordenação,
do comando e do controle dos recursos produtivos-homens, máquinas,
recursos naturais, capital, tecnologias de produção e de distribuição, em
convergência com os objectivos produtivos.

Além de contribuir para compreensão da complexidade inerente aos


entes produtivos, a Teoria das Organizações está diante de problemas
derivados de disfunções internas ou de mudanças originárias do ambiente
externo.
Outra dimensão relevante, com relação ao estudo da Teoria das
Organizações, está relacionada à sua contribuição para a compreensão dos
condicionantes de diferenciação das organizações de sucesso daquelas que
fracassam diante de problemas considerados simples em outros contextos.

Teoria das Organizações A compreensão e a interpretação da realidade


organizacional diante de problemas e de situações desconhecidas e não
controláveis – dominantes no quotidiano gerencial encontra amparo na Teoria
das Organizações. O estudo da Teoria das Organizações possibilita
compreender e ajustar os sistemas de gestão, as dimensões culturais
dominantes nas relações produtivas e de poder, inclusive frente ao meio
envolvente e à prospecção de tendências e de perspectivas no campo de
actuação.
A Teoria das Organizações instrumentaliza o gestor na análise e na
interpretação da interdependência dos elementos organizacionais, como:
objectivos; funções; estrutura; recursos; políticas de gerenciamento de
recursos; planejamento, execução, coordenação e controle das operações;
avaliação de resultados sob as ópticas de eficiência, eficácia e de efectividade.

No contexto do mundo corporativo/organizacional, o grande desafio


pessoal e gerencial, em ambiente complexo, dinâmico e marcado por intensas
e contínuas alterações de processos, de tecnologias, de demandas
mercadológicas e sociais, é actuar orientado na busca pela eficiência –
economicidade de recursos, em sintonia com os propósitos organizacionais – e
eficácia e com reconhecimento e conquista de legitimidade social –
efectividade. Esse é o desafio do Administrador, actuando no primeiro, no
segundo ou no terceiro sector (público, privado ou organizações da sociedade
civil), efectuando escolhas, alocando recursos e produzindo bens e serviços
públicos ou privados, a partir de recursos escassos e de progressivas
demandas.

E para transpor o desafio central do campo de actuação, o


Administrador encontra na Teoria das Organizações o suporte do
conhecimento necessário para a edificação da Gestão Profissional.

Teoria das Organizações Inicialmente, resgatamos três dimensões


transversais que se manifestam de forma directa no Projecto Pedagógico do
Curso e que necessitam ser buscadas de forma constante, no conjunto das
actividades de ensino e aprendizagem programadas.

Reconhecer a importância do conhecimento teórico-empírico para uma


adequada prática administrativa na área das organizações públicas. No
desenvolvimento desta disciplina serão realizadas abordagens teóricas e
apresentadas técnicas de gestão, que possibilitem o desenvolvimento de
actividades orientadas aos objectivos finalísticos, com economicidade de
recursos produtivos e reconhecimento por parte dos públicos atendidos. Ao
discutir a complexidade aplicada ao processo gerencial, particularmente, no
estudo das organizações, numa perspectiva transversal com os estudos
organizacionais, os estudantes serão orientados para uma gestão dinâmica,
não linear, revestida de princípios de autonomia e de aprendizagem
necessárias ao Novo Serviço Público.
Nessa dimensão, a Teoria das Organizações cumpre função angular, ao
possibilitar a compreensão ampliada dos fenómenos complexos que se
apresentam ao processo gerencial das organizações de produção
contemporâneas. Particularmente, diante do enfrentamento de problemas
diversos e complexos, com intensidade e expressiva dinamicidade. Teoria das
Organizações.

A análise das dimensões da burocracia e de seu triunfo, no contexto


organizacional, o dimensionamento de suas virtudes e o estudo de suas
mazelas serão desenvolvidos, numa perspectiva analítico-crítica, através de
diálogo consistente e transversal com estudiosos do tema, no país e no mundo.

Os aspectos discutidos para atender ao objectivo específico de


possibilitar Gestão Profissional orientada para aplicação do Saber Científico.
Ao final da disciplina de Teoria das Organizações, o académico deverá estar
apto para a compreensão dos problemas centrais que envolvem a gestão,
numa perspectiva científica, transversal e habilitado ao exercício de
proposições de mudanças horizontais inerentes ao Programa de Mestrado
Profissional. Para dar provimento aos objectivos geral e específico da disciplina
de Teoria das Organizações, seu conteúdo programático foi sistematizado em
Aulas de trabalho, as quais estão desenhadas em etapas interdependentes,
contemplando objectivo da secção.

A relação contexto histórico – configurações organizacionais – teorias


administrativas – Administração: um campo do conhecimento em construção
(parte introdutória). Orientada com o propósito de posicionar o académico no
processo histórico de construção do conhecimento, no campo. Para atingir o
objectivo central da aula, em convergência com os propósitos centrais da
disciplina, é importante que o condutor dos trabalhos aborde:

Teoria das Organizações ao desenvolvimento de ideias no campo, foi


programada a realização de Fórum e, ao final, actividades de aprendizagem
relacionadas à análise dos desafios do ensino em administração no país.

Administração: um campo do conhecimento em construção (parte


conclusiva).– Sistemas de Gestão: objectivos, subsistemas e natureza da
administração. Após os trabalhos de posicionamento do campo, em relação às
Ciências Sociais Aplicadas, os estudos percorrem um caminho convergente
aos Sistemas de Gestão, seus objectivos, subsistemas e natureza da
administração. Para alcançar esse propósito, é determinante a discussão
académica que aprofunde a função das organizações, no processo de vida
associada contemporânea, desvende suas tipologias, as estruturas e os
processos.

A análise das relações organizacionais frente ao seu entorno produtivo


pressupõe aspectos relacionados à sua complexidade, à formalização e ao
grau de centralização ou descentralização, presentes em sua dinâmica. Com o
propósito de consolidar a discussão objecto da aula, o Fórum aborda o tema da
mudança e remete o académico à reflexão relacionada à dinâmica e à
complexidade presente na acção administrativa.
As organizações: natureza, cultura, poder, política e processos
organizacionais em suas relações com o ambiente (análise da cultura). A
mudança organizacional foi tema transversal, na aula anterior de trabalho. A
sua implantação no mundo organizacional, não raro, esbarra em dimensões
culturais. A partir de elementos da cultura.

É importante que, ao discutir o tema, o condutor pedagógico, amparado


nos textos sugeridos os nos complementares, considere as seguintes
dimensões: a) perspectivas plurais e heterogéneas das organizações; b)
natureza do homem; c) aspectos relacionados ao clima e seus reflexos nos
resultados organizacionais. O Fórum programado transita de perspectiva
teórica para o mundo organizacional e remete o estudante à reflexão relativa
aos efeitos da cultura no mundo corporativo. O exercício de aprendizagem,
amparado em artigos de estudos de casos desenvolvidos em organizações
públicas nacionais, remete o académico à compreensão dos factores
relevantes da cultura organizacional na acção administrativa.

– As organizações: natureza, cultura, poder, política e processos


organizacionais em suas relações com o ambiente (análise de poder, política e
tecnologia). Na acção administrativa, o poder é variável e determinante na
dinâmica organizacional, particularmente, em relação à definição dos padrões
de actividades. O poder organizacional pode ser exercido numa perspectiva de
controlo e de supressão da autonomia dos sujeitos. Ou, numa perspectiva
orientada ao desenvolvimento dos sujeitos e libertária deles em sociedade. Os
textos seleccionados remetem o estudante a uma perspectiva reflexiva de
exercício do poder, em convergência com os objectivos organizacionais e de
mobilização dos sujeitos na acção administrativa.

Permitem, ainda, que ele compreenda que, nas organizações


burocráticas, o poder exercido de forma desmedida pode remeter os sujeitos a
um estado de anomia e causar patologias organizacionais. Na actividade de
aprendizagem, amparado em texto clássico de Jean Francois Chanlat, foi
proposta a produção textual relacionada aos factores causadores dos conflitos
organizacionais. Aula 6 – As organizações: abordagens emergentes. Em sua
obra, O indivíduo nas organizações: dimensões esquecidas, Chanlat (1996)
destaca que aspectos relacionados às dimensões de diversidade, de
identidade, de relações de género e de ecologia são temas emergentes no
meio social, já que causam reflexos nos processos gerenciais. Chanlat,
Touraine, Arendt, dentre outros autores clássicos das Ciências Sociais, através
de estudos específicos e distintos, apontam visões convergentes para a
necessidade urgente de um novo olhar e outro modo de pensar, para
compreender o homem, as organizações e o mundo em geral.

Nessa perspectiva, o propósito central da aula é o de discutir as


abordagens emergentes e seus reflexos no funcionamento organizacional e na
vida associada em geral. Inicialmente, é recomendável que o condutor
académico programe a assistência seguida de discussão integrada do filme
Hannah Arendt 20 Teoria das Organizações (2012). Os textos abordam
aspectos relacionados a questões de género, de identidade de diversidade e
seus reflexos na acção administrativa.

A verificação de aprendizagem remete à reflexão do tema Diversidade e


Liberdade: um desafio organizacional, amparado pelo filme Hannah Arendt,
como recurso pedagógico de apoio.

– A Teoria Administrativa e as Metáforas Organizacionais. Nos estudos


organizacionais e, particularmente, no quotidiano da vida organizacional, os
gestores e os autores se apropriam de mitos e de metáforas organizacionais,
respectivamente. Ao discutir os Mitos da Administração, por exemplo, Davis
(1999) destaca que, muitas vezes, tudo o que você pensa que sabe pode estar
errado e disserta sobre um amplo conjunto de mitos presentes nas relações
organizacionais, particularmente no discurso gerencial. O estudo da teoria das
organizações tem como um dos seus propósitos a superação e o abandono por
completo de mitos na acção administrativa. Na obra Imagens da Organização
(1996), Gareth Morgan desenvolve um conjunto de metáforas para interpretar
os processos de mudanças no mundo organizacional, particularmente diante
da complexidade inerente ao seu funcionamento.

As metáforas desenvolvidas por Morgan (1996): máquinas, organismos,


cérebros, culturas, sistemas políticos, prisões psíquicas, fluxo e transformação
e instrumentos de dominação, permitem compreender as organizações em
suas relações com o entorno envolvente. Nesta aula, os textos selecionados
dialogam com o pensamento metafórico discutido por Morgan (1996) a partir de
dimensões complementares. O Fórum reforça a reflexão do tema e a actividade
de verificação de aprendizagem, remete o estudante à reflexão relacionada à
organização mecânica e seus atributos centrais.

– Ambientes Organizacionais: ecologia, diversidade e globalização. No


processo de construção do pensamento ambiental, o polonês Ignacy Sachs
tem papel de destaque, desde a Conferência de Estocolmo (1972) até os dias
de hoje, por sistematizar ideias e propor novos caminhos aos processos de
produção e de organização da vida associada. Ao discutir o tema da ecologia e
do meio ambiente, em estudos empreendidos no início da década passada,
Sachs (2002) propõe dimensões estruturantes para compreensão, análise do
tema e proposição de outros caminhos, em convergência com a edificação da
sustentabilidade. Nos estudos organizacionais, as dimensões de ecologia e do
meio ambiente são emergentes, diante da integração mundial dos mercados e
da progressiva hegemonia de grandes corporações nas relações sociais de
produção.

Teoria das Organizações correlatas, analisam os conflitos presentes nas


relações sociais e organizacionais, diante da emergência da ecologia e do meio
ambiente na agenda organizacional. Estudos nacionais e de outros países
foram seleccionados para situar o académico na complexidade do tema e do
desafio derivado dele na acção administrativa. O Fórum convida o académico a
realizar a edificação de reflexão, particularmente a partir da perspectiva
ambiental definida por Sachs (2002).
Estudo das Patologias Organizacionais. O funcionamento
organizacional, em face da dinâmica e da complexidade inerente aos
processos e às suas relações com o meio envolvente, experimenta distúrbios e
disfunções. A identificação de conflitos efectivos, ou potenciais, entre os
objectivos organizacionais, previamente definidos, e as acções em curso, ou
quanto aos resultados já alcançados, cumpre função indutora de mudanças. O
surgimento de patologias organizacionais requer acções correctivas de
mudanças e de ajustes, nas estruturas, nos processos, nas pessoas, etc.

Estudo do Desempenho Organizacional. O estudo do desempenho


organizacional aplicado às organizações públicas, não raro, remete ao
emprego de métodos e de técnicas gerências desenvolvidas e amplamente
aplicadas nas organizações privadas.

– Tendências e Perspectivas na Gestão: por outra racionalidade na


Gestão! A racionalidade instrumental ou funcional é hegemónica no mundo
organizacional e causa inúmeros reflexos no processo de vida associada
contemporânea. Partindo do pensamento de Habermas, acção comunicativa, e
de Guerreiro Ramos, racionalidade substantiva, os textos convergem para o
propósito de trabalhar o processo gerencial orientado para a cooperação
intraorganizacional e interorganizacional, a partir da sociedade civil como
protagonista central. O Fórum remete o académico à reflexão das
racionalidades funcional e substantiva como complementares no processo de
vida associada.

A actividade de verificação de aprendizagem, a partir de estudos


aplicados, convida o académico a sistematizar dimensões estruturantes e
distintas dos processos gerenciais orientados às racionalidades funcional e
substantiva.

– Tendências e Perspectivas na Gestão: complexidade e gestão! O


processo gerencial, em sua dinâmica, reflecte atributos de complexidade, no
funcionamento das organizações em suas relações com entes produtivos e
grupos sociais. A compreensão da dinâmica, a não linearidade, a
reconstrutividade, o processo dialéctico e evolutivo, a irreversibilidade, a
intensidade, a ambiguidade e a ambivalência contribuem para os processos de
condução e de tomada de decisões no ambiente organizacional. Os textos
seleccionados abordam dimensões relacionadas ao holismo, à incerteza, à não
linearidade, à dinâmica, à auto-organização e à evolução, dentre outros.

O Fórum remete o académico para a construção textual de uma das


dimensões inerentes ao fenómeno da complexidade, aplicada ao ambiente
organizacional. A actividade de verificação de aprendizagem, em aderência aos
temas da aula e do fórum, convida o académico para a narrativa de fenómenos
organizacionais que expressem a materialidade da complexidade no quotidiano
da gestão.

– Tendências e Perspectivas na Gestão: gestão social! Após o


desenvolvimento dos temas e da abordagem de conteúdos afins à gestão
estratégica, ocorre conexão com as dimensões de cidadania deliberativa e da
co-produção do bem público, através da gestão social. A gestão como
resultante do envolvimento das organizações formais – públicas privadas e da
sociedade civil organizada, grupos de comunidades e cidadãos que
compartilham entre si, poder e responsabilidades para a produção de serviços
públicos.

A emancipação dos sujeitos, a acção comunicativa e a cidadania


deliberativa são temas transversais aos textos de trabalho alocados. O
propósito é situar o académico na discussão presente no campo,
particularmente, diante dos desafios gerências de legitimidade organizacional e
social das Teoria das Organizações. O Fórum resgata estudo comparativo
entre os processos gerencial, burocrático e social de gestão, e remete o
académico à análise dos elementos distintos. A verificação de aprendizagem,
apoiada em estudo metodológico orientado à análise de políticas públicas,
apresenta dimensões e variáveis indicativas da gestão social na prática.

– Tendências e Perspectivas na Gestão: modernidade e pós-


modernidade! A análise da gestão organizacional contemporânea, diante das
dimensões de modernidade e de pós-modernidade desenvolvidas nas Ciências
Sociais remetem a outros olhares sobre a acção administrativa. Nessa
perspectiva, os textos de apoio exploram dimensões relacionadas à negação
do colonialismo gerencial e à dialogicidade e seus reflexos na governação.

O Fórum parte de texto que estabelece os contrapontos e os indicativos


de modernidade e de pós-modernidade presentes na vida organizacional e
social. A actividade de verificação de aprendizagem, remete o académico para
o estabelecimento de relações de paralelismo dos traços For distas e da
Burocracia, nos processos gerenciais e, a partir daí, convida para a narrativa
de fatos assemelhados no mundo organizacional.

Alguns autores e seus pontos de vista sobre a organização

Para Katz e Kahn (1975) “a organização é um dispositivo social para cumprir,


eficientemente, por intermédio do grupo, alguma finalidade declarada.

Stoner e Freeman (1999) entende que a organização se dá quando duas ou


mais pessoas trabalham juntas e de modo estruturado para alcançar um
objectivo específico ou um conjunto de objectivos.

Ferreira (1998) percebe a organização como “um conjunto de duas ou mais


pessoas inseridas numa estrutura aberta ao meio externo, trabalhando em
conjunto e de um modo coordenado para alcançar objectivos.

A organização pode ser vista, ainda, a partir dos elementos que a


constitui, conforme

cinco elementos Elementos do conceito de organização


Ferreira 1998. Esses cinco elementos, segundo Ferreira (1998), devem
estar inter-relacionados e interdependentes para que a organização possa
atingir seus resultados.
• As tarefas constituem o trabalho a ser realizado para o alcance dos
objectivos.
• Os indivíduos variam em termos de capacidades, conhecimentos e
aptidões, história de vida, atitudes e comportamentos.
• Os grupos são formados por duas ou mais pessoas, em interacção.
• A estrutura é a disposição e coordenação dos meios para alcançar os
fins.
• O ambiente representa o contexto maior onde a organização funciona,
proporcionando oportunidades e restrições ao funcionamento da organização.

A organização pode ser analisada, de forma complementar, a partir do


seu funcionamento interno e, portanto, vista como um sistema de papéis ou
conjunto de actividades que são esperadas de cada indivíduo que ocupa uma
posição na organização Ferreira (1998).

As características da organização

Como sistema social As organizações sociais são um tipo ou subclasse de


sistemas sociais que, segundo Katz e Kahn, podem ser caracterizadas da
seguinte forma:
• Possuem estruturas de manutenção, de produção e de suporte de produção;
• Têm um padrão elaborado e formal, no qual a divisão de trabalho resulta em
uma especialidade funcional de papéis;
• Existe uma clara estrutura de autoridade, que reflecte o modo pelo qual são
exercidos o controlo e a função gerencial;
• São orientadas por seu feedback ou pelo conhecimento sobre suas próprias
operações e o carácter mutável de seu meio ambiente;
• Há uma formulação explícita de ideologia, a fim de prover o sistema com
normas que fortificam a estrutura de autoridade. (Katz e Kahn 1975).

As organizações podem ser entendidas, ainda, a partir de seus


objectivos naturais.

De acordo com Kohn (2000), as organizações como sistemas sociais possuem


alguns objectivos naturais, tais como proporcionar ou aumentar:
• A satisfação das necessidades de bens e serviços da sociedade;
• O emprego produtivo para todos os factores de produção – redução de custos
versus melhoria de resultados;
• O bem-estar da sociedade;
• O retorno justo aos factores de entrada – salários justos aos empregados,
retorno para o capital investido, remuneração adequada para os fornecedores
de recursos;
• Um clima em que as pessoas possam satisfazer diversas necessidades
humanas. Para que as organizações consigam atingir seus objectivos naturais
de maneira eficiente, eficaz e efectiva, é necessário que elas sejam bem
administradas.
Mas, o que se entende por Administração? Veja na próxima secção alguns
conceitos apresentados por autores da área.

O que é Administração?

A Administração, segundo Mary Parker Follet (1999), é “a arte de fazer as


coisas através das pessoas”. Você pode entender a Administração como o
processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o trabalho dos membros da
organização para alcançar todos os objectivos previamente estabelecidos.

A visão de processo para a Administração procura enfatizar que todos os


administradores, independente de seus níveis e áreas de actuação, engajem-
se continuamente nas quatro funções inter-relacionadas de planejar, organizar,
dirigir e controlar.

– As funções administrativas A função direcção está relacionada com a


maneira de dirigir os esforços colectivos para um propósito comum; comunicar
e negociar com as pessoas para obter consenso; orientar as pessoas e obter
consonância; liderar e motivar as pessoas.

As funções

A função organização diz respeito à delegação de responsabilidades para o


cumprimento das tarefas.

A função controle refere-se ao monitoramento das actividades e dos


resultados e ao uso de correcções, caso necessário, de acordo com os
objectivos traçados.
A função planejamento envolve a definição de objectivos e os meios (acções)
para alcançá-los.

Planejamento estratégico É o processo de elaborar a estratégia – definindo a


relação entre a organização e o ambiente. O processo de planejamento
estratégico compreende a tomada de decisões sobre qual o padrão de
comportamento que a organização pretende seguir, produtos e serviços que
pretende oferecer, mercados e clientes que pretende atingir.

Organização “Abrange a determinação das tarefas que serão realizadas, quem


irá executá-las, como agrupá-las, quem se reportará a quem e quem tomará as
decisões” visando ao alcance dos objectivos e resultados estabelecidos de
forma eficiente.
Direcção É o processo de influenciar e motivar os funcionários a realizarem as
actividades essenciais necessárias ao atendimento dos objectivos
organizacionais.
Controle É o processo de estabelecer padrões de desempenho, medi-los,
compará-los e executar acções correctivas, caso necessário.

A RACIONALIDADE INSTRUMENTAL E SUBSTANTIVA NOS ESTUDOS


ORGANIZACIONAIS
As discussões deste capítulo trarão como proposição as observações sobre a
racionalidade instrumental, bem como a crítica a esse modelo de razão, além
dos conceitos da racionalidade substantiva, nas quais estarão presentes a
partir das leituras de Azevedo e Albernaz (2015), Guerreiro Ramos (1989),
Souza e Carrieri (2011), e Vizeu (2005). 

Encontra-se presente na sociedade moderna uma visão inocente quanto à


Teoria das Organizações, uma vez que a racionalidade instrumental, por
possuir um caráter associado à produtividade e resultados imediatos, tem sido
relacionada a uma razão de objetividade normativa de mercado conforme
previsto por Weber, ignorando as relações de intersubjetividade e interpessoais
entre os indivíduos. No entanto, Habermas, ao admitir também a
insustentabilidade da teoria marxista, na qual presume-se que a liberdade e a
racionalidade são decorrentes das forças de produção, propõe uma abordagem
dicotômica entre a racionalidade instrumental e substantiva, onde a implicação
ética e a emancipação do homem não devem se tornar prisioneiras do
pragmatismo instrumental (GUERREIRO RAMOS, 1989).

Neste caso, questiona-se: é possível prever uma convergência entre a


racionalidade substantiva e instrumental ou apenas debruçar-se na polarização
paradigmática de tais racionalidades no campo da teoria organizacional?
De acordo com Guerreiro Ramos (1989), a racionalidade instrumental aliena o
homem através de um adestramento cultural, impedindo-o do exercício de sua
liberdade de expressão. O autor destaca também que não se pode
predeterminar as ações comportamentais dos seres humanos, uma vez que
estes vivem em constantes mudanças, e que a eles são conferidos
independentemente o direito intelectual de definir o que é melhor ou pior para si
mesmos. Portanto a racionalidade instrumental é explicitamente criticada ao
afirmá-la como “a raiz do caráter enganoso da ciência social” (GUERREIRO
RAMOS apud AZEVEDO; ALBERNAZ, 2015, p. 598).

A partir da Escola de Frankfurt percebe-se uma inquietude em relação à


racionalidade instrumental, prevista por Weber e citada por Mannheim como
uma forma de se alcançar metas não levando em consideração a conduta para
tal finalidade, desde que o resultado seja auferido. E neste caso, o próprio
responsável pelos fins, isto é, o indivíduo exime-se de qualquer julgamento e
senso crítico, inclusive oculta seus próprios valores e ética, torna-se puramente
técnico e pragmático, tal qual os valores das organizações são aceitos como
seus próprios valores. Sendo assim, verifica-se uma proposição entre as
premissas sobre racionalidade, a chamada racionalidade substantiva, cujo
processo de comunicação é uma das formas de o homem se expressar sem
distorções, a fim de se relacionar com os outros e com o ambiente no qual está
inserido (GUERREIRO RAMOS, 1989).

A comunicação nas organizações, tal qual é percebida na racionalidade


instrumental, possui distorções, por exemplo em relação ao subordinado
(quando se submete incontestavelmente ao superior por receio de opor a ele) e
ao superior (quando receia que uma oposição é sinal de insubordinação,
quando comunica-se a fim de apenas transmitir informações). Portanto,
propõe-se a Teoria da Ação Comunicativa como forma de combater as
distorções no processo de comunicação e inclusive para permitir o
desenvolvimento de relações interpessoais, considerando a intersubjetividade
entre os sujeitos. Apesar das críticas, base no funcionalismo e no empirismo
das ciências sociais contrariando os filósofos da Escola da Frankfurt, esta
teoria apresenta-se como uma alternativa à teoria pragmática dominante na
racionalidade instrumental (VIZEU, 2005), esta que por sua vez impulsiona o
comportamento de reprodutibilidade.

Isto posto, alega-se que processo de reprodutibilidade faz com que o indivíduo
permaneça refém do instrumentalismo, uma vez que este não lhe permite
autenticidade. Contudo entende-se que tanto a racionalidade instrumental
quanto a substantiva são característica dos seres humanos, sendo que cada
uma exercerá maior ou menor influência dependendo do contexto em que uma
ou outra se faz necessária (SOUZA; CARRIERI, 2011).

Quanto aos estudos organizacionais, observam-se críticas à sua forma


funcionalista (instrumental) abrindo espaço para o interpretativismo. Além
disso, nota-se um anseio em incentivar os críticos dos estudos organizacionais
a romperem com a timidez em apontar falhas aos seus próprios pares.
Exemplo disso, se dá nos estudos da Paes de Paula (2009), ao abordar uma
fragilidade equivocada na interpretação crítica da teoria frankfurtiana ao ser
comparada à crítica da ideologia marxista ortodoxa, quando na realidade
aquela teoria não deve ser reduzida ao simplismo, elitismo ou
conservadorismo. Ao contrário, é preciso defender o sujeito emancipado, tal
qual transcendendo a sua forma natural, de forma que a práxis possa substituir
a performance, de tal forma que a emancipação do homem o faz pensar por si
próprio e buscar alternativas que lhe auxiliem na obtenção de outras
realidades.

Ainda, com relação às críticas das teorias organizacionais, Faria (2009), ao


apontar-se pessoalmente nessa abordagem, aponta a teoria crítica
frankfurtiana, na qual considera presente em três gerações, sendo a primeira,
filiada ao marxismo; a segunda, liderada por Habermas, considerada deslocada
do marxismo, pois possui base no funcionalismo (instrumental) em que
acredita-se na razão enquanto instrumento prático, sendo preciso que a
emancipação do homem em sociedade possa através do desenvolvimento de
suas potencialidades, levá-lo ao caminho da autorreflexão; e a luta pelo
reconhecimento. É possível compreendê-la também, como marxista ocidental.

Além da Escola de Frankfurt, o autor também propõe a teoria crítica nos


estudos organizacionais, tratando-a como uma economia política do poder em
estudos organizacionais, a qual permite que as demais teorias dialoguem entre
si, enfatizando a concentração do trabalho. Os estudos críticos em gestão
também são conhecidos como critical management studies, que possui
eventual viés marxista, e finalmente a análise crítica em estudos
organizacionais, ou pós-estruturalismo de Foucault, tal qual aponta as relações
de poder, não sendo considerada marxista ou frankfurtiana.

A FIRMA E A ORGANIZAÇÃO

Salienta-se a importância em iniciar este tópico a partir do seguinte


questionamento: como é possível enxergar as organizações no mercado
capitalista burocrático, frente às crescentes pressões na obtenção de lucro?
A princípio, entende-se que um dos fatores relativos à economia nas
organizações é a interpretação de que gestores são maximizadores de lucro.

No entanto, esse pressuposto nem sempre é consensual, tendo em vista que


os economistas das organizações geralmente preocupam-se em desenvolvê-
las endogenamente a partir do seu capital intelectual, tornando-as mais
competitivas entre as outras, garantindo inclusive, a sua permanência e
sobrevivência no mercado. Uma das formas de sobrevivência refere-se às
redes de negócios, possibilitando maior efetividade frente às ameaças dos
concorrentes, e a governança. Esta última possui expressiva importância nas
questões de redução de custos e no combate aos efeitos da racionalidade
limitada e do oportunismo, sendo que esta classifica-se a partir das estruturas
hierárquicas de governança, e aquela como governança de mercado
(BARNEY; HESTERLY, 2004).

Outro ponto importante nesse contexto diz respeito aos objetos presentes na
Teoria dos Custos de Transação (TCT), sendo o primeiro apresentado como
racionalidade limitada – os responsáveis pelas atividades econômicas nas
organizações são dotados de racionalidade limitada pois atuam na incerteza e
não fazem previsões sobre negócios, não possuem compreensão do ambiente,
o que causam as incertezas nas negociações, bem como à falta de
maximização de competências. Já o segundo, é apontado como oportunismo –
inferido como o ato de burlar as transações de negócios a fim de tendenciá-las
aos interesses pessoais, fazendo uso, inclusive de desvios de informações
(FIANI, 2002).

Cabe ressaltar também, que no ambiente de mercado, existem dois tipos


importantes de influenciadores à concorrência, definidos como monopólio e a
competição perfeita. Na competição perfeita, as empresas buscam relacionar-
se com o mercado visando a obtenção da maximização dos lucros de forma
que não sejam extraordinários, pois caso isso aconteça, haverá um
desequilíbrio no mercado, impedindo a inserção de novas empresas nessa
estrutura. Para se chegar ao equilíbrio, compreende-se que o curto prazo é o
momento de ajuste de estabilidade, pois quando uma nova empresa se instala,
esta pode apresentar lucros extraordinários ou prejuízos, e portanto, é preciso
controlar os impulsos econômicos até que se chegue no equilíbrio, a longo
prazo. Quando isso não ocorre, isto é, quando o equilíbrio é rompido, tem-se o
mercado sobre domínio do monopólio, à disposição de apenas um provedor de
matérias-primas e métodos de produção. Portanto, quando não há
concorrência, os maiores prejudicados são os consumidores, pois o
monopolista explora esse capital da forma que lhe for conveniente, uma vez
que os valores dos produtos não seguem uma lógica de mercado. Em
consequência, o monopolista decide os rumos da demanda e da oferta, pois
possui o modelo de lucro plenamente calculado, tendo em vista que não
sofrerá pressões de concorrentes (MELO, 2002).

Sabe-se que a partir do desenvolvimento das tecnologias de informação e


inovação, no fim do segundo milênio da Era Cristã, o capitalismo se
reestruturava, mais especificamente através do progresso tecnológico, nos
anos 70, ocasionando também uma mudança na estrutura social, na qual os
indivíduos passaram a buscar uma identidade devido à conexão e desconexão
das redes e às particularidades do ser. Neste caso, remodela-se uma nova
sociedade capitalista procedente da transformação tecnológica e da inovação
informacional, gerando indivíduos cada vez mais individualistas e carentes de
uma identidade social (CASTELLS, 1999).

Portanto, a partir desse processo, os modos de produção – capitalismo


(maximização de lucros) e estatismo (maximização do poder) – e os modos de
desenvolvimento – informacionalismo (visando o desenvolvimento tecnológico
a partir da produção, experiência e poder) e o industrialismo (visando o
crescimento econômico e a maximização da produção) – abarcam o novo
modelo capitalista global, no qual predominam a maximização do trabalho, da
produtividade e em especial, do lucro (CASTELLS, 1999). Nesse caso,
apreende-se que a partir do aumento da comunicação em redes e do
desenvolvimento tecnológico, a formação de identidades torna-se cada vez
mais necessária, uma vez que o isolamento ou exclusão do indivíduo propicia a
busca pela afirmação de sua identidade, contribuindo para a inclusão e a
formulação de políticas sociais.

Sabe-se ainda, que através do processo de reestruturação do capitalismo, com


viés econômico, surgem teorias relativas à concorrência de mercado, tais quais
a visão clássica atribui a mobilidade de capital entre as indústrias onde os
investimentos tendem a atrair novas indústrias, já que não há barreiras à
entrada no mercado. Neste caso, a concorrência exerce uma pressuposta
ideia, a longo prazo, de determinação de preços e equilíbrio da taxa de juros.
Contudo, segundo Marx, esse movimento da economia capitalista, mesmo não
excluindo a tendência à homogeneidade das taxas de lucros, também permite
o desenvolvimento tecnológico, de forma endógena, por meio de investimentos
de inovação. Destarte, há uma tendência a um equilíbrio tanto na oferta quanto
na demanda, promovendo uma concorrência perfeita, onde o preço de
mercado e o lucro sejam estáveis (ROSENBERG, 2006).

No entanto, Schumpeter acredita que quanto maior é o investimento, seja em


tecnologia, diferenciação de produtos e inovação, maior é a busca pelos lucros
extraordinários e pelas vantagens competitivas entre as empresas, resultando
em monopólios. Sendo assim, de acordo com a perspectiva neo-
schumpeteriana, a concorrência é um espaço para o oportunismo econômico
às empresas que visam a obtenção de lucros extraordinários, favorecendo o
monopólio e tornando discricionário a essas empresas o poder de controlar os
preços acima do nível competitivo de mercado, possibilitando a elas a
maximização de lucros a curto prazo, e promovendo inclusive a criação de
oligopólios (POSSAS, 2013).

Reforçando a ideia neo-schumpeteriana, entende-se que mesmo no processo


de conhecimento tecnológico, as redes de empresas, sejam elas demandantes,
absorvedoras, transmissoras, fontes ou isoladas, não há um compartilhamento
entre elas devido, principalmente, às suas especializações tecnológicas e de
processos inovadores, fazendo com que não haja uma concorrência direta
entre elas, e cria barreiras às entradas de novas empresas (RUFFONI;
SUZIGAN, 2015).
CONCLUSÃO

Muito embora existam questões a serem respondidas quanto ao futuro da


Teorias das Organizações, torna-se preciso compreender a origem conceitual
do trabalho e suas abordagens frente às teorias organizacionais. Dessa forma,
segundo a proposição de Braverman (1977), surge no capitalismo industrial um
conceito antagônico sobre os que trabalham e os que se beneficiam dessa
mão-de-obra, no qual o trabalho se deve ao adestramento humano, pelo
capitalista, na arte da utilização de ferramentas e técnicas como processos de
execução produtiva de forma que são aplicados conhecimentos tradicionais e
competências nos ofícios. Nestes casos, quanto maior é o número de
trabalhadores reunidos em prol de um ofício, maior a necessidade de uma
forma de gerência para coordená-los e controlá-los.

Desta forma, observa-se duas vertentes sobre o conceito de trabalho, mais


especificamente quanto à divisão social do trabalho atribuída ao vocabulário
marxista (quando permite ao homem executar e explorar várias habilidades na
execução de tarefas), e a divisão parcelada do trabalho (quando favorece à
alienação humana em relação à mecanização e divisão sistemática das tarefas
e subtarefas) presente no capitalismo. Portanto, ainda segundo Braverman
(1977) a partir da concepção de Taylor, a organização do trabalho nas
organizações preza incessantemente pela eficiência, sob um mecanismo de
gerência científica, no qual objetiva-se ao controle, à organização, à análise e à
estruturação do desempenho pelo trabalhador.
Referências bibliográficas

 CHIAVENATO, 2000; MAXIMIANO, 2000; STONER; FREEMAN, 1999)


 (MAXIMIANO, 2006).
 (ROBBINS, 2000, p. 33
 (STONER; FREEMAN, 1999).
 ALCADIPANI, R.; CRUBELLATE, J. M. Cultura organizacional:
generalizações improváveis e conceituações imprecisas. Revista de
administração de empresas, v. 43, n. 2, p. 64-77, 2003.
 AZEVEDO, A.; ALBERNAZ, R. O. A Razão d’A Nova Ciência das
Organizações. Cadernos EBAPE.BR, v. 13, n. Edição Especial, p. 593-
604, 2015.
 BAIARDI, A. Elinor Ostrom, a premiação da visão unificada das ciências
humanas. Cad. CRH, Salvador, v. 24, n. 61, p. 203-216, Abr. 2011.
 BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. Economia das organizações:
entendendo a relação entre organizações e a análise econômica. In:
CLEGG et al. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo,
Atlas, 2004, v. 3, cap. 5, p. 131-179.
 BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do
trabalho no século XX. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.

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