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3. Arquitetura organizacional
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Olá, tudo bem com você? Seja
bem-vindo(a) ao segundo percurso
de aprendizagem da disciplina
Administração e Organizações.
Aqui serão trocadas ideias e
informações sobre a evolução das
escolas da administração ao longo do
último século e sobre a arquitetura mais
adequada para cada modelo de gestão
na busca da efetividade organizacional.
Olá
Nesta Nota de Aula, você organizará
suas ideias e conhecimentos para
identificar os modelos e arquiteturas
adotados pelas organizações orgânicas
e mecanicistas, condições e exigências
que o mercado espera de um profissional
gestor.
Boa leitura, foco e sucesso.
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Dessa forma, a proposta é iniciar com as características de uma empresa orgânica e
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mecanicista e concluir com o modelo mais apropriado de acordo com a realidade de
cada organização e do ambiente do qual participa.
Além disso, uma organização é uma entidade, um ser concreto, uma instituição, isto é,
um ente formal instituído ou criado abstratamente, mas que toma vida concreta. E assim,
todo negócio precisa de uma organização para realizar sua tarefa básica, como atender
necessidades e desejos de um segmento de mercado de forma eficaz e sustentável.
No contexto organizacional, Rosa e Maróstica (2012, p. 28) afirmam que o estudo dos
modelos de organizações tem alta relevância, uma vez que a organização possui impacto
direto sobre os resultados de qualquer empreendimento. São três as áreas principais de
impacto, como:
• Custo: ao mesmo tempo que a organização é um aparato que possibilita a
realização da missão de qualquer negócio, ela tem um custo. Logo, a confi-
guração da organização, que poderá acarretar custos maiores ou menores,
está diretamente relacionada com a rentabilidade e a competitividade do ne-
gócio. As organizações precisam ter custos condizentes com as condições
de mercado.
• Eficiência: a organização lida com a produção do bem ou serviço oferecido
ao mercado pelo negócio. Logo, a eficiência organizacional se traduz em
maior sucesso para o negócio. Organizações ágeis, flexíveis, enxutas, disci-
plinadas são mais adequadas para a realização das tarefas requeridas pelos
mercados competitivos e instáveis de hoje.
• Sustentação: uma organização pode contribuir para a realização de objeti-
vos atuais ao mesmo tempo que compromete seriamente objetivos futu-
ros. Como usualmente o intuito de um negócio é perpetuar o modelo de
organização, ele deve ser sustentável, isto é, tem de contribuir não só para
a empresa realizar suas metas de curto prazo, mas também para garantir a
realização de metas futuras. Hoje parece haver sinais de que muitas grandes
empresas talvez tenham exagerado na dose ao buscar a produtividade e
competitividade e de que os modelos que adotaram provavelmente tragam
resultados colaterais negativos.
Dessa maneira, ainda segundo Rosa e Maróstica (2012), qualquer análise ou criação de
modelo organizacional precisa levar em conta as seguintes variáveis principais, como:
tamanho e tipo de organização; tarefas realizadas; organograma: funções, unidades,
estrutura de comando; processos; regras; sistemas de informação; e mecanismos de
controle.
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Pesqueux (2008) diz que, nesse sentido, o problema está em se confrontar o conteúdo
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de um modelo geral que visa a uniformizar as práticas de administração em relação aos
instrumentos desenvolvidos nas empresas, como também em relação às práticas sociais
ligadas à existência de diferentes contextos culturais, conforme o país. O projeto geral dos
métodos administrativos coloca o problema à medida que o mesmo induz à generalização
de uma verdadeira ideologia política do tipo administrativa, podendo desclassificar as
instituições políticas propriamente ditas, em um contexto de pensamento totalitário,
aquele que é exclusivo, independente das raízes geográficas.
Diante dessa diversidade, os estudos propõem dois modelos de gestão encontrados nas
organizações: o modelo mecanicista e o modelo orgânico. Costa (2015) explica que o
modelo mecanicista é adequado para as organizações com a produção em série, mesmo
pertencendo ao setor primário, secundário ou terciário. Como exemplos, têm-se os
modelos mais conhecidos, que são da linha de montagem da indústria automobilística e
de grandes franquias, como McDonald’s. Outro exemplo não muito conhecido, mas que
pode ser referenciado, é o de serviços gráficos com altas tiragens mensais para atender
às organizações do país. O modelo mecanicista talvez seja o mais indicado no que diz
respeito à precisão, à segurança e à confiabilidade. Mesmo utilizando-se de uma gestão
de baixo custo, esse modelo talvez não seja o mais adequado para a atualidade, no
momento em que as organizações passam por constantes mudanças e adaptações a
cenários diversos. Este modelo é conhecido como desumanizante e irracional, em função
de estar focado apenas na eficiência, sem se importar com outros aspectos, como a
geração e a manutenção de postos de trabalho, desenvolvimento humano, dentre outros.
Dessa forma, tem-se o modelo orgânico, que, segundo Barros (2020) relata, era investigado
até o presente em relação ao modelo organizacional utilizado, começou a ser alterado
na era da informação que se responsabilizou por modificar a antiga realidade, cheia de
rápidas e profundas mudanças, contendo uma imagem de organizações instáveis, em
um ambiente de incertezas, no qual a imprevisibilidade se tornou um fator crítico.
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em ambientes que oferecem problemas complexos e que não podem ser resolvidos por
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pessoas com especialidades tradicionais. Neste tipo de sistema, ninguém é especialista,
dado que ocorre uma contínua redefinição de tarefas, e o que é enfatizado é a natureza
cooperativa do conhecimento e não a especialização.
De acordo com Costa (2015), o modelo organizacional orgânico apareceu pela necessidade
de sobrevivência das organizações em um mercado extremamente competitivo e
dinâmico, exigindo muita capacidade de adaptações às mudanças. De forma oposta ao
modelo mecanicista, o modelo de gestão orgânica direciona a organização como um
sistema aberto, otimizando o atendimento de suas necessidades pela interação com o
mercado em que opera, utilizando-se de muitas maneiras para atingir seus objetivos.
Dessa forma, Costa (2015) reafirma que o modelo orgânico funciona com estruturas
organizacionais flexíveis e adaptáveis, decisões descentralizadas e necessidade de
capital humano de alto desempenho. Alguns estudiosos destacam também alguns
aspectos essenciais nas empresas que utilizam este modelo de gestão, como: os
cargos são modificados e redefinidos, constantemente; maior amplitude de comando do
supervisor; comunicações informais com maior confiabilidade; predomínio da interação
lateral e horizontal; ênfase nos princípios do bom relacionamento entre as pessoas. A
crítica principal direcionada ao modelo de gestão orgânico é a referência da natureza ser
considerada como objetivo real em cada aspecto, sendo uma ideia contrariada quando
aplicada à sociedade e à organização.
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O quadro 10.1 representa, resumidamente, as características dos modelos mecanicistas
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e orgânicos
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Figura 2 – Principais Teorias da Administração
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Fonte: ARRUDA, 2017.
De acordo com Maximiano (2018), a escola clássica tem esse nome porque seus
integrantes criaram e sistematizaram os conceitos fundamentais da administração, na
passagem para o século XX. Esses conceitos, mais que perenes, são atemporais, como:
eficiência, organização e processos produtivos. Os clássicos forneceram as primeiras
experiências, criaram as primeiras soluções e apresentaram as primeiras ideias. Uma de
suas principais preocupações, provavelmente a principal, era entender e fazer funcionar
as organizações e os sistemas produtivos que nasceram com a revolução industrial.
Frederick Taylor liderou o movimento da administração científica, com ênfase no combate
ao desperdício; Henry Ford desenvolveu e implantou a linha de montagem; Henri Fayol
direcionou o papel dos gerentes e o processo de administrar; Max Weber lançou as bases
para o estudo das organizações e da burocracia.
Para Arruda (2017), o pensamento administrativo iniciou com ênfase nas tarefas,
através da Administração Científica, de Taylor. Em seguida, a preocupação passou para
a estrutura organizacional, com a Teoria Clássica de Fayol. Dando seguimento, entra
a Teoria da Burocracia de Weber e, mais tarde, a Teoria Estruturalista. O foco humano
surgiu com a ênfase nas pessoas, por causa da Teoria das Relações Humanas e, mais
adiante, foi desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento
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Organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos Sistemas, que foi
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complementada pela Teoria da Contingência, que, posteriormente, desenvolveu a ênfase
na tecnologia. Cada uma dessas cinco ênfases, como: tarefas, estrutura, pessoas,
ambiente e tecnologia, provocou, em cada momento, uma teoria administrativa diferente,
gerando uma graduação no processo de desenvolvimento das teorias administrativas,
sendo cada teoria enfatizada e direcionada com uma ou mais dessas cinco variáveis.
Durante a segunda parte dos estudos de Taylor, que abrangeu a publicação da sua obra
Princípios de Administração Científica (1911), concluiu-se que a racionalização do trabalho
do trabalhador deveria ser acompanhada de uma estruturação geral para tornar coerente
a aplicação dos princípios na empresa de forma abrangente. Esse período foi marcado
pela idealização da Administração Científica, Gerência Científica ou Organização Racional
do Trabalho. Segundo Taylor, a Administração Científica representa uma evolução e não
uma teoria, possuindo características com 75% de análise e 25% de bom senso. Dessa
forma, a Administração Científica corresponde a uma combinação de “ciência em lugar de
empirismo; harmonia em vez de discórdia; cooperação e não individualismo; rendimento
máximo em lugar de produção reduzida; desenvolvimento do homem para alcançar a
maior eficiência e produtividade”.
Dessa forma, Henry Ford foi um dos maiores seguidores dos princípios de Taylor, aplicando
na indústria automobilística os princípios conhecidos como Fordismo. O mapa mental
apresentado abaixo mostra os princípios e as contribuições da Administração Científica:
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Figura 3 – Mapa mental da administração científica
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Fonte: Chiavenato, 2020.
Chiavenato (2020) citou que a Administração deve se basear em leis ou princípios. Fayol
define os “princípios gerais” da Administração, coletando-os de diversos autores de sua
época e sistematizando-os sem muita originalidade. Adota a denominação princípio para
afastar a ideia de rigidez, pois nada existe de rígido ou absoluto em matéria administrati-
va. Tudo em Administração é questão de medida, ponderação e bom senso. Os princípios
são universais e maleáveis e adaptam-se a qualquer tempo, circunstância ou lugar.
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Fayol propõe 14 princípios gerais de Administração, a saber:
1) Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das
pessoas para aumentar a eficiência.
2) Autoridade e responsabilidade: a autoridade é o direito de dar or-
dens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma
consequência natural da autoridade e significa o dever de prestar
contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3) Disciplina: depende de obediência, aplicação, energia, comporta-
mento e respeito aos acordos estabelecidos.
4) Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de
apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
5) Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto
de atividades que tenham o mesmo objetivo.
6) Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses
gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particula-
res das pessoas.
7) Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação
para os empregados e para a organização em termos de retribui-
ção.
8) Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da
hierarquia da organização.
9) Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai desde o escalão
mais alto ao mais baixo em função do princípio da unidade de
comando.
10) Ordem: um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar. É a
ordem material e humana.
11) Equidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pes-
soal.
12) Estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial
para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pes-
soa permanecer no cargo, melhor para a empresa.
13) Iniciativa: é a capacidade de visualizar um plano e assegurar pes-
soalmente o seu sucesso.
14) Espírito de equipe: a harmonia e a união entre as pessoas são
grandes forças para a organização.
A teoria clássica foi criticada, pois a visão parcial da Administração Científica se repetiu
na Teoria Clássica. A Clássica focou apenas a organização formal, deixando de lado a
organização informal. O foco exclusivo na forma e a ênfase na estrutura levaram a exageros.
A teoria da organização formal não ignora os aspectos humanos da organização, mas
não conseguiu dar tratamento sistemático à interação entre pessoas e grupos informais,
nem aos conflitos organizacionais e ao processo decisório.
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A figura abaixo traz um confronto entre as teorias de Taylor e Fayol:
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Figura 4 – Confronto entre as teorias de Taylor e Fayol
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• Competência e o mérito: são responsáveis direto pela admissão, classifica-
ção e mudança de função dentro a organização.
• Especialização da administração: O membro do corpo de administração nem
sempre é proprietário da organização, mas sim um colaborador especializa-
do na função de administrador da organização.
• Profissionalização dos participantes: os colaboradores de uma organização
são profissionais, pois se encaixam em diversos fatores como especialista
de um cargo.
• Completa previsibilidade do funcionamento: antecipação das tarefas e a pre-
visibilidade das atividades estabelecidas em normas e regulamentos.
Dessa forma, muitos estudiosos acreditam que o tipo ideal de Weber nunca será alcançado,
porque as organizações são essencialmente sistemas sociais, feitos de pessoas e não de
normas. As organizações refletem as imperfeições das pessoas, imperfeições que o tipo
ideal não captura. Dentre os problemas organizacionais estão: particularismo, satisfação
de interesses pessoais, excesso de regras e hierarquia.
Enfoque Comportamental
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Assim, a teoria do Comportamento Organizacional caminhou para um segundo estágio
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com relação à Teoria das Relações Humanas. Representou um desdobramento e
ampliação da Teoria das Relações Humanas, com a qual se mostrou crítica e implacável,
rejeitando as concepções ingênuas e românticas. A Teoria Comportamental criticou a
Teoria Clássica e o foco na organização formal, os princípios gerais da Administração, o
conceito de autoridade formal e as posições rígidas, inflexíveis e mecanicistas. Também
criticou a Teoria da Burocracia, no que se refere ao modelo da máquina, como modelo
organizacional.
Dessa forma, em 1947, o prêmio Nobel Herbert A. Simon lançou seu livro “O comportamento
administrativo”, que marcou o início da Teoria Comportamental na Administração. Este
livro constituiu o início da Teoria das Decisões. A Teoria Comportamental trouxe consigo
uma redefinição de conceitos, ampliou o conteúdo e diversificou a natureza da teoria
administrativa, passando a estudar a influência da liderança e da motivação para o
aumento da produtividade organizacional.
Estruturalismo
De acordo com Maximiano (2018), as interpretações sobre o que foi o enfoque estruturalista
variaram de autor para autor. De forma geral, o estruturalismo foi considerado uma síntese
dos escritos de Max Weber e da escola de relações humanas, sendo uma tentativa de
integrar a visão das estruturas formais com o comportamento humano. Mais essa síntese
também foi chamada de enfoque sociotécnico e enquadrada no enfoque sistêmico.
Pensamento Sistêmico
Maximiano (2018) mencionou que a trilha do pensamento sistêmico é uma linha sinuosa,
que corta muito frequentemente as trilhas das outras escolas. Muitas ideias da escola
clássica, da escola da qualidade e da escola da estratégia são sistêmicas. Mas o enfoque
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ou pensamento sistêmico é uma disciplina com vida e identidade próprias. Com o
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pensamento sistêmico, o campo de visão se amplia. Passa-se a enxergar totalidades, não
apenas componentes isolados: a floresta, e não apenas as árvores, que é uma imagem
frequentemente usada para sintetizar o pensamento sistêmico. Algumas pessoas têm
essa visão ampliada e são capazes de lidar com sistemas complexos. Linha de montagem,
cadeia de suprimentos, gerenciamento de projetos – eis algumas obras dos “arquitetos
de sistemas”.
A Teoria Geral dos Sistemas teve sua origem nos trabalhos do alemão Ludwig Von
Bertalanffy. Essa teoria tem como proposta produzir teorias e conceitos aplicados
à realidade empírica, permitindo uma visão diferente da realidade organizacional.
Bertallanfy criticou a visão que se tem do mundo, quando o mesmo se apresenta dividido
em diferentes áreas, como Física, Química, Biologia, Psicologia, Sociologia etc. Para ele,
a natureza não está dividida em nenhuma dessas partes, e afirmou que se deve estudar
os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências das suas partes.
Dessa forma, as funções de um sistema precisam de sua estrutura, onde cada sistema
tem uma finalidade que constitui o seu papel no intercâmbio com outros sistemas dentro
do meio ambiente. Os sistemas estão intimamente relacionados entre si e com outros
sistemas, influenciando-se reciprocamente. É a sua estrutura que define suas funções.
O conceito de sistemas proporcionou uma visão compreensiva, abrangente, holística e
gestáltica de um conjunto de coisas complexas, dando-lhes uma configuração e identidade
total. A análise sistêmica das organizações permitiu revelar o “geral no particular”,
indicando as propriedades gerais das organizações de uma maneira global e totalizante,
que não são reveladas pelos métodos ordinários de análise científica. Em suma, a Teoria
de Sistemas permite reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global,
permitindo a inter-relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de
naturezas completamente diferentes.
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• Entrada ou insumo (input): é a força ou impulso de arranque ou de partida do
sistema que fornece o material ou energia ou informação para a operação do
sistema. Recebe também o nome de importação.
• Saída ou produto ou resultado (output): é a consequência para a qual se reu-
niram elementos e relações do sistema. Os resultados de um sistema são as
saídas. Estas devem ser congruentes (coerentes) com o objetivo do sistema.
Os resultados dos sistemas são finais (conclusivos), enquanto os resultados
dos subsistemas são intermediários. Recebe o nome de exportação.
• Processamento ou processador ou transformador (throughput): é o mecanis-
mo de conversão das entradas em saídas. O processador está empenhado
na produção de um resultado. O processador pode ser representado pela
caixa negra: nela entram os insumos e dela saem os produtos.
• Retroação, retroalimentação, retroinformação (feedback) ou alimentação de
retorno: é a função de sistema que compara a saída com um critério ou pa-
drão previamente estabelecido. A retroação tem por objetivo o controle, ou
seja, o estado de um sistema sujeito a um monitor. Monitor é uma função
de guia, direção e acompanhamento. Assim, a retroação é um subsistema
planejado para “sentir” a saída (registrando sua intensidade ou qualidade) e
compará-la com um padrão ou critério preestabelecido para mantê-la con-
trolada dentro daquele padrão ou critério evitando desvios. A retroação visa
manter o desempenho de acordo com o padrão ou critério escolhido. No
fundo, tudo o que vai volta ou retorna pela retroação.
• Ambiente: é o meio que envolve externamente o sistema. O sistema aberto
recebe suas entradas do ambiente, processa-as e efetua saídas ao ambiente,
de tal forma que existe entre ambos – sistema e ambiente – uma constante
interação. O sistema e o ambiente encontram-se inter-relacionados e inter-
dependentes. Para que o sistema seja viável e sobreviva, ele deve adaptar-se
ao ambiente a partir de uma constante interação. Assim, a viabilidade ou
sobrevivência de um sistema depende de sua capacidade de adaptar-se, mu-
dar e responder às exigências e demandas do ambiente externo. O ambiente
serve como fonte de energia, materiais e informação ao sistema. Como o
ambiente muda continuamente, o processo de adaptação do sistema deve
ser sensitivo e dinâmico. Essa abordagem “ecológica” indica que o ambiente
pode ser um recurso para o sistema, como pode também ser uma ameaça à
sua sobrevivência.
Enfoque Contingencial
Qual é o melhor modelo, enfoque ou escola? Escola da eficiência, modelo japonês, enfoque
humanístico, estilo participativo – qual é o melhor? Tudo depende. As teorias oferecem
aos administradores a possibilidade de escolher entre modelos de gestão ou estilos, cada
um apropriado para uma situação. Segundo Maximiano (2018), o administrador pode
andar pela trilha que escolher, dependendo dos problemas a resolver.
Algumas teorias servem para determinados problemas, mas não para outros. Isso fez surgir
uma escola de pensamento chamada teoria da situação, enfoque contingencial ou teoria
situacional (contingency theory). A expressão vem do inglês contingent upon (depende
de…). Nessa concepção, a estrutura organizacional e o modelo de gestão dependem de
variáveis, como o ambiente, os recursos humanos, a tecnologia e o trabalho a realizar.
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A teoria situacional estabeleceu que não há maneira de administrar que seja melhor que
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outra. A solução “melhor” depende do ambiente da organização, de sua tecnologia e de
vários outros fatores. Em resumo, depende da situação.
Assim, Chiavenato (2020) diz que a Teoria da Contingência não possui nada de absoluto nas
organizações ou na teoria administrativa, sendo relativo onde tudo depende do ambiente.
Na verdade, existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e os modelos
de gestão direcionados ao alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis
ambientais são chamadas variáveis independentes, cujas técnicas administrativas
utilizadas são as mais diversas e dependentes dentro de uma relação funcional. Não
existe uma causa direta entre as variáveis independentes e dependentes, em vez de uma
relação linear de causa e efeito entre variáveis independentes do ambiente e as variáveis
administrativas dependentes, existe uma relação funcional entre as mesmas.
3. Arquitetura organizacional
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e determina a estrutura de como a empresa vai se conectar com o mercado, sendo
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importante que o fator humano seja essencial, contribuindo diretamente para que o
processo de mudança alcance êxito na organização.
Assim, a estrutura de uma empresa consiste em um modelo que pode ser usado para
representar seu ciclo de crescimento e de vida. O modelo de arquitetura auxilia no processo
de planejamento e análise da organização, sendo importante entender o negócio, o ramo,
o mercado no qual está inserido, os processos, os sistemas de informação e capital
humano e direcionar, com as estratégias empresariais, para atingir os objetivos almejados.
Resumindo, é importante repensar os métodos operacionais e a sua estrutura de suporte
para permanecer competitivo, sendo dada a combinação arquitetura-estratégia para que
a arquitetura inserida permita à organização implementar suas estratégias. É importante,
também, a atenção ao binômio arquitetura-cultura, para que a arquitetura se harmonize
com os indivíduos que trabalham na organização.
Segundo Robbins (2014), toda organização, grande ou pequena, com ou sem fins
lucrativos, tem uma estrutura. Algumas delas possui uma estrutura mais formal. Outras,
como muitas iniciativas empresariais, possuem estruturas muito simples e menos
formalizadas. O ambiente competitivo dos dias atuais mudou o foco de gestão para os
clientes, por controlar melhor as necessidades dos clientes e ser capaz de responder a
alterações nessas necessidades. Conforme as tarefas foram ficando mais complexas
e diversas habilidades foram sendo necessárias para realizá-las, a gerência teve que
introduzir o trabalho em equipes e forças tarefa.
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Estrutura simples
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Robbins (2014) menciona que o modelo de estrutura simples é amplamente utilizado
em empresas de menor porte nas quais o gerente e o proprietário muitas vezes são
a mesma pessoa. É uma estrutura que, em sua característica, é mais flexível e barata
para se manter, com prestação de contas clara e rápida. A fraqueza é que essa estrutura
funciona bem apenas em pequenas organizações, tornando inadequada quando uma
organização cresce, porque suas poucas políticas ou regras para orientar as operações
e a centralização resultam em sobrecarga de informações na parte superior. Conforme a
empresa cresce, a tomada de decisão torna-se mais lenta e pode eventualmente causar
uma paralisação se o único gestor continuar a tomar todas as decisões. Neste caso, se
a estrutura não for adaptada ao seu tamanho, a empresa pode perder o seu propósito e
corre a possibilidade de fracassar. Outro ponto negativo da estrutura simples é que nela
tudo depende de uma única pessoa. Caso ocorra algo com esse gestor, a informação e o
centro de tomada de decisões ficarão perdidos.
Estrutura funcional
Ainda baseado em Robbins (2014), no modelo funcional, a ideia é que a empresa agrupe
conhecimentos em especialidades semelhantes e relacionadas. Sua força se mantém
nas vantagens que se obtêm com a especialização do trabalho. Quando a empresa reúne
especialidades similares, a tendência é uma economia de escala, minimiza a duplicação
de pessoal e equipamentos e torna os funcionários satisfeitos e confortáveis porque
oferece a oportunidade de falar a mesma linguagem com os seus pares.
Como ponto fraco é que a organização frequentemente perde de vista seus melhores
interesses na busca pelos objetivos funcionais. Nesse caso, não existe função responsável
pelos resultados finais. Os membros dentro de suas funções individuais tornam-se
isolados e possuem pouca compreensão do que as pessoas estão fazendo em outras
áreas da organização.
Estrutura divisional
Robbins (2014) continua sua defesa, mencionando que o modelo de estrutura divisional é
composto de unidades ou divisões independentes. Cada divisão é autônoma e o gerente
da área responsável pelo desempenho é que assume total autoridade de tomada de
decisão estratégica e operacional. Na maioria dos casos, a empresa fornece serviços de
suporte, por exemplo, serviços financeiros e jurídicos para as divisões, atuando como um
gestor externo para supervisionar e controlar as diversas divisões.
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A desvantagem é a duplicação de atividades e recursos. Cada divisão pode ter um
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departamento de pesquisa de marketing, por exemplo. Assim, a duplicação de funções
da forma da divisão aumenta os custos da organização e reduz a eficiência.
Organização matricial
Para Robbins (2014), na estrutura matricial, os funcionários têm pelo menos dois chefes:
seu gerente departamental funcional e seu gerente de projeto ou produto. Os gerentes de
projeto têm autoridade sobre os membros funcionais que fazem parte da equipe de projeto
do outro gerente e a autoridade é compartilhada entre os dois gerentes. Normalmente, o
gerente do projeto tem autoridade sobre os funcionários do projeto relativo a suas metas,
mas as decisões ainda são de responsabilidade do gerente funcional. Para trabalhar de
forma eficaz, os coordenadores funcionais e de projeto devem se comunicar regularmente,
supervisionando as demandas sobre seus funcionários em comum.
Robbins (2014) afirma que uma organização que aprende é aquela que desenvolveu a
capacidade de se adaptar e mudar continuamente, pois todos os seus membros assumem
um papel ativo na identificação e resolução de problemas. Nesse caso, nas organizações
que aprendem, os colaboradores estão praticando a gestão do conhecimento bem como
compartilhando novos conhecimentos e aplicando nas tomadas de decisões ou na
execução de seus trabalhos. Na organização de aprendizagem, o importante é que os
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profissionais compartilhem informações e possam colaborar em atividades de trabalho
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em toda a empresa, em todas as especialidades funcionais e mesmo em diferentes níveis
organizacionais.
4. Imagens da organização
De acordo com Morgan (1996), que citou a respeito da imagem da organização com
a seguinte afirmativa: “As organizações são muitas coisas ao mesmo tempo”! As
organizações são complexas, possuem muitas facetas, sendo paradoxais. Dessa forma,
os desafios enfrentados pelos gestores são mais difíceis. Administrar e organizar
desafiam os gestores e as dificuldades são ainda maiores no ambiente de mudanças
constantes como nos dias atuais. Ser um líder ou profissional no mundo atual, precisa de
adaptação que ajude a organização nas múltiplas exigências de um mundo cada vez mais
turbulento. As exigências atuais são de que os gestores precisam desenvolver aptidões
que permitam ver, entender e mudar as situações com maneiras inovadoras.
Diante desse contexto, as ideias de Morgan datam de 1996, sendo um tema atual do
século XXI. Todas as teorias e as práticas organizacionais e da administração baseiam-
se em imagens, ou metáforas, que levam a entender as situações da maneira mais
eficaz, mesmo sendo parcial. Quando se dar conta disto, aprende-se a reconhecer que
as maneiras escolhidas para administrar e organizar levam a perder a oportunidade de
usar outros modos de administrar e organizar. Além disso, reconhece-se que como toda
metáfora tem suas vantagens e tem limitações, precisa-se ter consciência da existência
de pontos cegos que prejudicam a eficácia. Dessa forma, para atingir maior eficácia, os
gestores precisam desenvolver habilidades de identificar e usar diferentes abordagens
na administração de seus negócios. Na terminologia de Imagens, os gestores precisam
aprender a compreender as organizações de diferentes perspectivas e desenvolver
estratégias e ações consistentes com as visões que obtiveram, sendo algumas dessas
perspectivas e visões complementares e outras contraditórias. Quando se domina a arte
de lidar com essas contradições e paralelos, aumenta-se a visão periférica, criando a
flexibilidade necessária para identificar difíceis questões organizacionais e responder
com estratégias apropriadas para mudá-las.
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Dessa forma, os gestores com mais experiências na vida organizacional possuem a
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capacidade de adotar comportamentos mais abertos e flexíveis, eliminando incertezas,
até que apareça uma visão maior da situação. Esses gestores são mais conscientes da
abordagem das situações sob ângulos diferentes e com uma visão maior e variada de
criar uma gama com diferentes possibilidades de ações. Assim, à medida que o mundo
inova, percebem-se períodos de mudança, com grandes implicações para o campo da
gestão. Dessa forma, as teorias que já foram consideradas sólidas e fundamentais estão
se tornando obsoletas. Surgem novas abordagens em um ritmo mais rápido, de forma que
os administradores precisam entender seus problemas e tomar decisões corretamente. Os
administradores, de forma geral, são convidados a adotar novos paradigmas, desenvolver
novas competências, habilidades e atitudes para integrar o pensamento corretamente,
tornar-se habilidosos na gestão e aprender a jogar em times de sucesso. Dessa forma,
as principais publicações na área de negócios convidam os gestores a considerar várias
novas alternativas de estruturar, gerenciar e criar organizações que aprendem, pirâmides
invertidas, trevos, plantas aranhas, fábricas, organizações da terceira onda, empresas
virtuais, conglomerados e organizações enxutas, e muito mais ferramentas.
Resumo:
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de organização, definindo a estrutura mais indicada e adequada à realidade e tamanho
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de cada modelo, como: estrutura simples, funcional, divisional, matricial, baseadas em
equipe e organizações que aprendem. Os administradores precisam desenvolver com-
petências, habilidades e atitudes que proporcionem a visão, a compreensão e permitam
mudar as situações com novas maneiras de gerir as organizações. Para isso, precisam
entender o que está acontecendo em um nível mais profundo. Em vez de serem batidos
pelas últimas teorias e tendências, precisam ser capazes de desenvolver e assumir sua
própria posição na organização.
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Referências
Voltar ao sumário
ARRUDA, Consult. Evolução do Pensamento Administrativo. Disponível: http://www.ar-
rudaconsult.com.br/2017/02/evolucao-pensamento-administrativo.html – 22/02/2017.
Acessado em 15/05/2021
BARROS, Jorge. Modelo orgânico de organização. Disponível: http://www.gestaouniver-
sitaria.com.br/artigos/modelo-organico-de-organizacao – 01/12/2020. Acessado em
15/05/2021
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gente da moderna administração das organizações. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
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ge Learning, 2008.
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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Presidência
Lenise Queiroz Rocha AUTORA
CLAUDIA MARIA CARVALHO MIRANDA
Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar
Possui graduação em Administração de Empresas pela
Reitoria Universidade Estadual do Ceará (1988) e mestrado
Fátima Maria Fernandes Veras
em Administração de Empresas pela Universidade de
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação Fortaleza (2001). Atualmente é Supervisora de Estágio
Maria Clara Cavalcante Bugarim e Desenvolvimento de Carreiras dos Cursos de Gestão,
Vice-Reitoria de Pesquisa membro do NDE dos cursos de Administração e
José Milton de Sousa Filho
Marketing da Universidade de Fortaleza, professora dos
cursos de graduação em Administração e Marketing
Vice-Reitoria de Extensão nas disciplinas Administração e Organizações, Branding,
Randal Martins Pompeu Marketing e Empreendedorismo, além de assumir o
Vice-Reitoria de Administração cargo de CEO da empresa NutriPoint. Tem experiência
José Maria Gondim Felismino Júnior na área de Administração, com ênfase em Marketing,
Empreendedorismo e Gerencia de Pequenas Empresas.
Diretoria de Comunicação e Marketing
Ana Leopoldina M. Quezado V. Vale
Diretoria de Planejamento
Marcelo Nogueira Magalhães
Diretoria de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
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