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FUNDAMENTOS DA

ADMINISTRAÇÃO I

PROF. JOHNY MAGALHÃES


FACULDADE CATÓLICA PAULISTA

Prof. Johny Magalhães

FUNDAMENTOS
DA
ADMINISTRAÇÃO I

Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
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emissão de conceitos.
FUNDAMENTOS DA
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA 07
ADMINISTRAÇÃO

CAPÍTULO 02 ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE 15

CAPÍTULO 03 OS DIFERENTES PAPÉIS NAS ORGANIZAÇÕES 26

CAPÍTULO 04 TEORIAS E IDEIAS FUNDAMENTAIS DA 35


ADMINISTRAÇÃO

CAPÍTULO 05 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO 47


CIENTÍFICA

CAPÍTULO 06 OS PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE 59


FAYOL

CAPÍTULO 07 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS E SUAS 65


CARACTERÍSTICAS

CAPÍTULO 08 PRINCIPAIS ESTUDOS DA ADMINISTRAÇÃO 72


PÓS-TAYLOR

CAPÍTULO 09 ESCOLA DA QUALIDADE E SUAS 78


ESPECIFICIDADES

CAPÍTULO 10 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM 87


ORGANIZACIONAL E DA ADMINISTRAÇÃO
EMPREENDEDORA

CAPÍTULO 11 A EFICIÊNCIA E O DESEMPENHO 97


ORGANIZACIONAL

CAPÍTULO 12 ANALISANDO O PROCESSO 104


DECISÓRIOTOMANDO DECISÕES NAS
EMPRESAS
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 13 110
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS
CAPÍTULO 14 EMPRESAS 115

REFLEXÕES IMPORTANTES SOBRE OS


CAPÍTULO 15 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 119

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INTRODUÇÃO

A carreira dos profissionais de gestão está e sempre esteve em alta no mercado


profissional. Assim, não é difícil abrir sites de anúncios de vagas de empregos e
encontrar diversas vagas procurando gestores que estejam aptos a assumir o desafio
de gerenciar uma organização. Por isso, a todos que anseiam estudar Administração,
ou, ainda, qualquer carreira de gestão, saiba que é uma carreira promissora e que
possui inúmeras oportunidades profissionais para você.
Além disso, é importante avaliar que mesmo tendo inúmeras vagas de emprego,
as organizações estão mudando, novas tecnologias são lançadas a todo momento,
novas expectativas estão aparecendo, o ambiente como um todo tem se tornado
extremamente complexo. Portanto, temos que cada vez mais os administradores e
gestores têm diante de si uma organização mais complexa e que muda constantemente.
Salientamos, ainda, que mesmo com essas mudanças constantes, as organizações
ainda fazem uso da boa Teoria da Administração. Esta, por sua vez, acabou adaptando-
se às necessidades da sociedade e das próprias organizações, para que pudesse
atender a contento todos que estão dentro e fora do ambiente organizacional. Aos
profissionais de gestão, resta o trabalho e a função de estudar todas as principais
teorias, para que se possa acompanhar sua evolução, bem como para que possam
tomar decisões baseadas nessas importantes ferramentas.
Ao longo deste material, serão apresentados conceitos, processos e as principais
teorias de Administração que todo administrador deve conhecer para que se torne um
profissional de qualidade e que contribua para o sucesso das organizações.
Bons estudos!

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AOS
FUNDAMENTOS DA
ADMINISTRAÇÃO

O entendimento sobre gestão é um assunto de fundamental importância para todos


os profissionais que desejam atuar no universo empresarial, por isso, é extremamente
importante que estudos sobre fundamentos da administração possam compor a jornada
acadêmica de formação de novos gestores. Ressalta-se ainda que a administração,
bem como a gestão integram a área do conhecimento conhecida como ciências sociais
aplicadas, que estuda todas as variações e entendimentos acerca dos processos de
evolução da sociedade que sejam aplicados ao universo empresarial.
Hoje é praticamente impossível avaliar qualquer aspecto da sociedade sem
considerar o papel das organizações dentro delas, pois atualmente temos empresas
atendendo em praticamente todas as áreas. Há organizações que atuam na área da
saúde, da educação, da indústria, do comércio, dos agronegócios e outros. Todas
essas organizações integram o dia a dia das pessoas, participando ativamente de
todos os processos que estão relacionados ao seu trabalho, sua educação, seu modo
de consumo e atendendo a todas as necessidades.
Uma disciplina, como é o caso desta, visa auxiliar na formação de novos profissionais
que estarão à frente das organizações no futuro. Assim, é necessário que estudos
sobre fundamentos, princípios e a história da gestão possam ser realizados para uma
boa formação dos profissionais gestores. Em especial, é necessário considerar, ainda,
que ao se estudar a história das organizações, é possível compreender a história da
evolução da própria sociedade. Portanto, essa compreensão somente tende a colaborar
com a formação dos gestores.
A teoria geral da administração, como também é costumeiramente chamada, pode
ser entendida como a área responsável por estudar as dinâmicas que são voltadas para
a ação e a adaptação constante das organizações ao meio ambiente em que estão
inseridas. Portanto, temos que compete à teoria geral da administração compreender
como ocorreu o processo evolutivo das organizações ao longo do tempo, como se
deu sua adaptação às novas necessidades da sociedade, bem como qual foi o papel
desempenhado pelas grandes organizações ao longo dos anos.

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Considerando o processo evolutivo das organizações ao longo do tempo, é necessário


compreender que:

[...] as organizações funcionam com base em modelos de gestão que


utilizam (pelo menos em tese) práticas consagradas, que trouxeram
resultados em outras organizações em determinada época e contexto.
Os conhecimentos, práticas e técnicas desenvolvidos, testados e
implementados formaram a moderna Teoria Administrativa, um corpo
de conhecimentos administrativos contendo princípios (diretrizes
que orientam a ação dos profissionais), práticas e considerações de
ordem metodológica sobre as principais doutrinas administrativas
(SOBRINHO, 2010, on-line).

A administração é uma área que foi constituída a partir da contribuição de diversas


culturas. Como ela se refere à gestão, é necessário que todos que se utilizam dela possam
saber que a administração acabou sendo composta por conhecimentos de diversas
culturas. Na Figura 1 é possível observar quais foram as culturas que mais contribuíram
para o aprofundamento e estudos das teorias de gestão e de seus impactos.

Figura 1 – Culturas que contribuíram para a evolução das teorias de gestão


Fonte: adaptado de Maximiano (2010).

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A contribuição da China também deve ser validada como de grande importância


para o desenvolvimento e consolidação da teoria da administração. Assim, é necessário
validar todos os conhecimentos desenvolvidos por essa cultura. Em especial, a cultura
chinesa acabou colaborando para o desenvolvimento das técnicas de planejamento,
comando, doutrina e estratégia militar, que acabaram ajudando na consolidação da
administração em todo o mundo.

ISTO ESTÁ NA REDE

A importância da participação chinesa nos estudos da administração é algo


inegável. Assim, sempre que possível é importante que os gestores possam buscar
quais são as referências teóricas e práticas oriundas dos estudos acerca da gestão
naquele país oriental. Uma das obras chinesas mais difundidas em todo o mundo
e que traz importantes colaborações da China sobre o planejamento e a hierarquia
é o livro A arte da Guerra, de Sun Tzu. Em seus 13 capítulos, o livro apresenta uma
série de estratégias militares que foram utilizadas em grandes combates e que
podem ser aplicadas ao mundo corporativo. Caso você não encontre esse livro para
ler, recomenda-se que ouça o audiolivro dele disponível neste link:
Acesse-o e aproveite: https://www.youtube.com/watch?v=DcBSpjw4NtA

Para o entendimento de conceitos importantes acerca da gestão, é necessário


compreender que “a palavra Administração vem do latim, ad – que significa ‘direção’,
‘tendência para’, e minister – que significa ‘subordinação ou obediência’, ou seja, quem
realiza uma função sob comando de outra ou presta serviço a outro” (CARVALHO,
2008, p. 11).
A administração ainda precisa ser compreendida sob o ponto de vista de variados
aspectos fundamentais. Em especial, é indispensável avaliar a administração por meio
da influência dos filósofos e das ciências. Pela análise do Quadro 1 apresentado a
seguir, é possível observar essas influências:

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Tipo de Influência Principais aspectos


Influência dos Sócrates (470 a.C.-399 a.C.): o filósofo grego, em sua discussão com Nicomaquides, expõe seu ponto de vista
filósofos sobre a Administração: uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência.
Platão (429 a.C.-347 a.C.): filósofo grego discípulo de Sócrates, analisou os problemas políticos e sociais
decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra A República, expõe a forma
democrática de governo como a preferida na Administração dos negócios públicos.
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): discípulo de Platão, foi o filósofo mais influente até o início da Idade Moderna.
Deu o impulso inicial à Filosofia, à Cosmologia, à Nosologia, à Metafísica, à Lógica e às Ciências Naturais, abrindo
as perspectivas do atual conhecimento humano. No livro Política, que versa sobre a organização do Estado,
distingue as três formas de Administração pública:
• Monarquia ou governo de um só: que pode redundar em tirania.
• Aristocracia ou governo de uma elite: que pode tender a uma oligarquia.
• Democracia ou governo do povo: que pode degenerar em anarquia.
Durante os séculos que vão desde a Antiguidade até o início da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma
variedade de preocupações gradativamente distanciadas dos problemas administrativos.
Thomas Hobbes (1588-1679): filósofo e político inglês, defendia o governo absoluto em função de sua visão
pessimista da humanidade. Na ausência do governo, os indivíduos tendem a viver em guerra permanente e conflito
interminável para obtenção de meios de subsistência. Em seu livro Leviatã, assinala que o povo renuncia a seus
direitos naturais em favor de um governo que, investido do poder a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida
social e garante a paz. Todavia, o Estado representa um pacto social que, ao crescer, alcança as dimensões de
um dinossauro ameaçando a liberdade dos cidadãos.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): desenvolveu a Teoria do Contrato Social: o Estado surge a partir de um
acordo de vontades. O contrato social é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem
a autoridade de um governo, regime político ou um conjunto de leis ou regras que atua sobre todos de modo
igualitário. Para Rousseau, o homem é bom por natureza e a vida em sociedade o deturpa.
Influência das Francis Bacon (1561-1626): filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica Moderna baseada no método
ciências experimental e indutivo ao separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório,
antecipando-se ao princípio da prevalência do principal sobre o acessório em Administração
René Descartes (1596-1650): filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna,
criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e à Geometria da época. Na Filosofia, celebrizou-
se pelo livro O discurso do método, no qual descreve seu método filosófico denominado método cartesiano,
cujos princípios são:
• Princípio da dúvida sistemática ou da evidência: consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma,
enquanto não se souber com evidência – clara e distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com a dúvida
sistemática, evita-se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo o que seja evidentemente certo.
• Princípio da análise ou da decomposição: consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em
tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias à sua compreensão e solução, e resolvê-las separadamente.
• Princípio da síntese ou da composição: consiste em conduzir ordenadamente os pensamentos e o raciocínio,
começando pelos aspectos mais fáceis e simples de conhecer para passar gradualmente aos mais difíceis.
• Princípio da enumeração ou da verificação: consiste em fazer verificações, recontagens e revisões para assegurar
que nada foi omitido ou deixado de lado.
O método cartesiano teve decisiva influência na Administração, principalmente nas abordagens normativas e
prescritivas, como na Administração Científica e nas teorias Clássica e Neoclássica. Muitos de seus princípios
foram baseados na metodologia cartesiana, com a predominância da análise e da divisão do trabalho.
Galileu Galilei (1564-1642): físico, matemático e astrônomo italiano, é considerado o pai da ciência moderna de
cunho experimental. Partiu da observação de fatos isolados, estabeleceu leis capazes de prever acontecimentos
futuros e criou as condições para o surgimento da física newtoniana.
Isaac Newton (1643-1727): considerado o mais influente na história da Ciência, sua física tradicional trouxe
forte tendência ao determinismo matemático e à exatidão na Administração. Para ele, o mundo físico era um
mundo ordenado, lógico e matematicamente previsível. A influência da física newtoniana, com seu racionalismo,
exatidão, causalidade e mecanicismo, foi profunda nas demais ciências e tornou-se a lógica fundamental no
início da Teoria Administrativa.
Quadro 1 – Principais influências de filósofos e ciências na administração
Fonte: Chiavenato (2021, p. 33).

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A administração é uma área que vem desenvolvendo-se muito nos últimos anos.
Assim, é fundamental que todos os profissionais que estiverem atuando na área
busquem conhecer todos os elementos que fazem parte dela, bem como busque
compreender que estudar seus fundamentos é extremamente necessário para que se
torne um bom gestor. Os estudos sobre a gestão devem compreender que a evolução
da sociedade deve ser compreendida, pois:

A teoria das organizações é composta por diversas peças, como um


grande mosaico. E esse sistema está continuamente em movimento:
surgem novos elementos que alteram sua compreensão, levando-nos
não só a questionar, ao menos parcialmente, as “certezas” e crenças
anteriores, gerando novos insights e momentos de compreensão,
como também a comparar e a buscar o entendimento cada vez maior.
A busca desse entendimento é contínua, porque os novos elementos
nos desafiam. Tentamos encaixar as diversas peças do mosaico,
os diversos elementos do quebra-cabeça, e, por um momento,
acreditamos ter compreendido as inter-relações entre elas (MOTTA,
VASCONCELLOS, 2021, p. 20).

As transformações sociais têm o poder de influenciar vários aspectos da sociedade.


Dessa forma, é necessário avaliar que essas transformações também têm de ser
analisadas como algo que influencia a forma como as organizações são gerenciadas.
Conforme apresentado na Figura 2, temos que os estudos acerca da administração
possuem dois enfoques principais. São eles:

Figura 2 – Enfoques do estudo da administração


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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Em relação aos estudos da administração acerca do enfoque explicativo, é necessário


avaliar que ele é composto por teorias que são formuladas a partir de pesquisas
empíricas. Por isso, temos que os conceitos derivados dela acabam surgindo a partir
de observações práticas e constituem o conjunto de conhecimentos empíricos. Assim,
temos que o enfoque explicativo tem como objetivo ser proposições teóricas de um
dado momento e que possuem alguns limites para sua aplicação e análise. Portanto,
temos que o principal motivo de se desenvolver o enfoque explicativo é de melhorar
o entendimento em torno de determinado objeto de uma pesquisa.

ANOTE ISSO
Os estudos da administração devem ser realizados não somente pelos administradores,
mas também integra parte importante da formação de gestores financeiros, gestores
de recursos humanos, gestores de produção, gestores de marketing, profissionais das
ciências econômicas e das ciências contábeis. Assim, é possível supor que os estudos
da administração auxiliam no desenvolvimento de diversos conhecimentos que podem
ser aplicados em diversas áreas do conhecimento.

Os estudos que são realizados por meio dos enfoques prescritivos podem ser
considerados como “abordagens que propõem técnicas e ferramentas, visando
solucionar problemas específicos, essas proposições têm um comprometimento
com a prática e com a eficiência técnica, são, portanto, dogmáticas em suas
proposições” (MOTTA, VASCONCELOS, 2021, p. 21). Assim, para a formação de bons
gestores é necessário realizar estudos em todos os enfoques possíveis, garantindo,
consequentemente, uma melhor compreensão de todos esses estudos.

Figura 3 – Os enfoques prescritivos e descritivos permitem um melhor entendimento da gestão


Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/sucesso-estrat%c3%a9gia-o-neg%c3%b3cio-2081168/

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A necessidade de se aperfeiçoar as técnicas de gestão na sociedade se originou


do fato de nem sempre as empresas possuem todos os recursos necessários para a
sua gestão. Assim, é muito importante saber que as organizações possuem recursos
limitados. Portanto, temos que compete aos administradores tomarem decisões para
lidar com os recursos que as empresas possuem, agindo para que eles possam ser
alocados da melhor maneira possível. A escassez de recursos, portanto, é o principal
fato com que o gestor precisa lidar para conseguir obter os resultados desejados em
sua organização.
Além disso, é necessário avaliar que muitos fatores históricos acabaram influenciando
no desenvolvimento das teorias de gestão. Dentre eles, os principais são:
• Grandes navegações: as trocas que se intensificaram com as grandes navegações
conduzidas pelos países europeus desde os séculos XIV e XV fizeram com que
houvesse um natural aperfeiçoamento dos processos de organização. Nessa
época, começaram a surgir grandes companhias de navegação que realizam o
transporte de mercadorias entre as nações, levando, também, aspectos culturais
e conhecimentos.
• Revoluções industriais: as revoluções industriais acabaram permitindo que
houvesse um natural crescimento das organizações. Assim, tornou-se necessário
avaliar que houve um crescimento da complexidade na gestão desses negócios.
À medida que as empresas cresciam, mais e mais recursos necessitavam ser
administrados e gerenciados pelos administradores, novos processos produtivos
precisavam ser implementados, o que fazia surgir melhores técnicas de gestão
para lidar com todas essas novas necessidades do ambiente organizacional.
• Guerras: as guerras ocorridas, em especial durante o século XX, fizeram com
que houvesse um aperfeiçoamento natural das técnicas de planejamento e
estratégia dos exércitos. Destaca-se ainda que essas guerras, após finalizadas,
propiciaram que todos os desenvolvidos surgidos a partir delas pudessem ser
utilizados pelas empresas nos anos seguintes.
• Crise de 1929: o período da Grande Depressão, ocasionada pela quebra da Bolsa
de Valores e por um período de grande instabilidade econômica em vários países,
trouxe muitos aprendizados para as organizações. Todos os aprendizados em
tempos de dificuldade econômica acabaram sendo incorporados na gestão das
empresas. Aliás, a gestão da escassez é uma das características principais do
processo de gestão.

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• Globalização: o processo de quebra de barreiras, com o uso cada vez mais


maciço das novas tecnologias, possibilitou que as empresas pudessem aumentar
seus mercados consumidores. Assim, temos que as organizações acabaram
aperfeiçoando seus processos de gestão, melhorando também os seus resultados
em termos de eficiência e eficácia.
• Era do conhecimento: as novas tecnologias propiciaram que as empresas, no
final do século XX e início do século XXI, tivessem de fazer uso de cada vez
mais dados nos processos de gestão. Assim, tem se tornado necessário que os
profissionais possam fazer uso de novas tecnologias que efetivamente possam
revolucionar suas tomadas de decisões. Tecnologias como Blockchain, Smart
Contracts, Business Intelligence e outras acabaram modificando a forma como
as organizações são gerenciadas.

O estudo de uma disciplina, como é o caso desta, permite que novos profissionais
possam ser preparados para os processos de gestão que ocorrem nas organizações
do século XXI. Mas, assim como em todas as áreas do conhecimento, é necessário
que esses profissionais reconheçam todos os aspectos históricos que permitiram o
desenvolvimento da área da administração até os dias atuais.

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CAPÍTULO 2
ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE

As organizações possuem um espaço de grande importância e relevância em toda a


sociedade. Sem elas, praticamente temos inviabilizada uma série de serviços que são
fundamentais para o pleno funcionamento de toda a atividade social. Atualmente, temos
que as organizações existem para atender diversas necessidades das pessoas. Dentre
essas necessidades, as principais são: saúde, educação, segurança, lazer, transporte,
consumo de produtos e serviços.
O estudo do papel das organizações na sociedade acabou sendo realizado por
diversas óticas. Nesta disciplina, optou-se por conduzir esses estudos por meio da
compreensão do papel do dinheiro na sociedade. Por isso, muitos dos exemplos
presentes ao longo desta aula serão de empresas que atuam no setor bancário e no
sistema financeiro, que se aperfeiçoou à medida que a sociedade se desenvolve e se
modifica.
Os consumidores são partes integrantes do que costumeiramente chamamos
de sistema produtivo. Assim, é importante entender como eles atuam dentro desse
sistema e como influenciam o seu funcionamento. É necessário avaliar, ainda, que o
sistema produtivo é algo que remonta aos primórdios da sociedade, quando as relações
de consumo começaram a se desenvolver, o que contribuiu para o surgimento das
primeiras empresas. O sistema produtivo ainda se desenvolveu em conjunto com
outro sistema de grande importância. Isto era específico para ajudar na organização
dos trâmites financeiros da sociedade.
O processo de estudo e compreensão sobre as especificidades do sistema
financeiro nos países possui relação basicamente com a evolução do sistema
bancário. Por isso, é necessário que se tenha um entendimento sobre como os
bancos e, consequentemente, o dinheiro ganharam espaço e importância na história
da sociedade. É importante avaliar, ainda, que o dinheiro como meio de troca de
mercadoria e serviços ganhou cada vez maior importância em toda a sociedade.
Segundo Erling (2015, p. 58), temos que:

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[...] a moeda é instituto social eficiente, dotada de reciprocidade, que


pode ser considerada a primeira grande inovação financeira mundial,
pois permitiu a substituição do sistema de troca direta de bens, que
contém evidentes desvantagens sociais relacionadas a dificuldades
na coincidência recíproca de necessidades econômicas, por um
sistema monetário que assegura e incentiva a divisão social do
trabalho. A moeda é, sem dúvida, a medida adequada de dimensão
social do valor dos bens no mercado.

A criação da moeda acabou impactando a forma como a sociedade se relacionava em


suas transações comerciais. Assim, é fundamental que todos que estejam estudando
sobre o sistema financeiro nacional possam avaliar corretamente como a moeda
impactou as relações sociais. Em se tratando dos principais aspectos, é importante
avaliar os seguintes como essenciais:
• Eficiência: o uso da moeda como meio de troca acabou proporcionando uma
enorme eficiência para as relações comerciais. Também é necessário avaliar
que, com a moeda, as relações passaram a ser mais seguras e padronizadas
em todas as transações.
• Unidade de conta: o uso da moeda proporcionou a padronização da forma
como as relações são realizadas. Também é necessário avaliar que, por meio da
unidade de conta proporcionada, foi possível às pessoas realizar pagamentos,
pagar contas, controlar entradas e saídas de recursos financeiros, bem como
foi possível a criação da Contabilidade como ciência responsável por controlar
as mutações do patrimônio.
• Reserva de valor: o uso das moedas proporcionou a todos os seus usuários
utilizá-la como reserva de valor. Assim, era possível controlar seu patrimônio e
contabilizá-lo. A moeda apresenta uma característica essencial na economia.
Por meio dela, é possível a quem seja seu dono possuir um ativo mais líquido
na economia.

Com o uso da moeda, é possível às pessoas adotar um padrão único de troca que
seja referendado entre todas as pessoas, auxiliando, assim, as trocas realizadas. O
valor do dinheiro é indiscutível, e tem cada vez mais se consolidado perante toda a
sociedade. Sendo assim, é importante considerar que seu uso visa facilitar o processo
de interação da própria sociedade.

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Ao facilitar os processos entre pessoas e empresas, é importante considerar que


todos os agentes econômicos poderão ter suas relações econômicas facilitadas. O uso
do dinheiro também facilita a formação dos preços. Serve como meio de pagamento
e auxilia a minimizar os riscos ocasionados ao longo das transações.
A sociedade sempre esteve em constante evolução. Assim, é importante avaliar
que o processo de uso da moeda acabou se consolidando à medida que as relações
comerciais aumentavam na sociedade. Quanto mais as pessoas negociavam com
seus clientes e parceiros comerciais, utilizando as moedas, mais o seu uso se difundia
entre os territórios e nações. Com as relações comerciais em franco desenvolvimento,
é interessante avaliar que as organizações também passaram a se desenvolver cada
vez mais.
Com a maior difusão do uso do dinheiro entre as pessoas, é obrigação dos governos
que proporcionem características a esse dinheiro, para que a sociedade possa utilizá-lo
sem nenhum tipo de desconfiança. No Quadro 2 são apresentadas as características
que devem ser garantidas pelos governos à sociedade em relação ao dinheiro de seus
respectivos países:
Característica Definição
O dinheiro necessita estar disponível na sociedade. Portanto, não pode ser um
Disponibilidade
ativo como o ouro, que não é facilmente encontrado pelas pessoas.
O dinheiro não pode ser trocado a todo instante. A constante troca da moeda de
Durabilidade um país pode provocar sérias desconfianças da sociedade em relação àquela
economia.
Fungibilidade O dinheiro precisa ter a capacidade de ser gasto ou consumido.
O dinheiro deve ser facilmente transportado pelas pessoas que fazem uso
Portabilidade dele. Portanto, não poderia ser algo pesado, grande ou com características que
impedem que ele seja facilmente transportado.
O dinheiro de um país precisa ser confiável, ou seja, as pessoas não podem ter
Confiabilidade
dúvida sobre sua utilização no dia a dia.
Quadro 2 – Garantias dadas pelos governos para o uso de suas moedas para empresas e pessoas
Fonte: adaptado de Erling (2015, p. 59).

Em relação à utilização da moeda, sua consolidação somente foi possível graças ao


fato de os governos aceitarem adotá-la como reserva de valor em sua economia. Para
que isso fosse possível, temos que ficou convencionado na sociedade que competiria
aos diferentes governos realizarem o processo de emissão, controle e fiscalização
do uso da moeda em toda a economia. Com as funções dos governos muito bem

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definidas, temos que surge as primeiras bases do que no futuro seria denominado de
sistema financeiro nos países.
O modelo econômico escolhido pelos países também é uma atividade que acaba
influenciando no sistema financeiro e também na forma como eles lidam com a moeda
em seu território. Assim, faz-se importante analisar que:

Os governos devem dotar as suas moedas das características


apresentadas acima como forma de demonstrar que a sua economia
é segura também. Importante também considerar que o uso do
dinheiro e a sua importância cada vez maior foi fortalecida a partir
do momento que o capitalismo surge e se desenvolve como sistema
econômico na maioria dos países, sendo assim, é importante refletir
sobre o papel do capitalismo no fortalecimento e no histórico do uso
do dinheiro por toda a sociedade mundial (ARAI, 2015, p. 22).

A adoção do sistema capitalista pela enorme maioria dos países, bem como sua
influência e sua importância cada vez maiores em toda a sociedade proporcionaram
que os governos fossem cobrados a garantir maior segurança a todas as pessoas
e empresas que faziam parte desse sistema. Sendo assim, surgiu a necessidade de
que os países implementassem estruturas capazes de organizar a forma com que o
dinheiro era utilizado em seu país (IZIDORO, 2016).
A criação de grandes instituições para cuidar das operações do Sistema Financeiro
de cada país fez com que elas pudessem ser utilizadas para executar as diversas
atividades e vantagens que competiriam aos governos (TAVARES, 2014). Com as
grandes instituições, tornou-se possível executar e operacionalizar todas as políticas
necessárias para que os países pudessem organizar o uso das moedas pelas pessoas
e organizações em seus territórios. Como forma de entender um pouco mais sobre
isso, é necessário avaliar a figura do Banco Central, que foi criado no Reino Unido e
que tinha como principais atribuições as seguintes:

[...] ao seu Banco Central o monopólio de emissão de moeda e o


controle do padrão-ouro, além de consolidar em si a prestação das
atividades de liquidação e compensação interbancária, atuando como
banco dos bancos e, eventualmente, como prestamista de última
instância, em uma estrutura bancária relativamente concentrada em
poucas e grandes instituições (ERLING, 2015, p. 64).

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O desenvolvimento do sistema financeiro mundial em parte da Europa permite


entender como esses fatos propiciaram o desenvolvimento das organizações e de
todas as fases das revoluções industriais que tiveram grande impulso nos países
daquele continente. Obviamente, à medida que as empresas europeias intensificaram
o desenvolvimento de seus negócios com empresas de outros países, todos os
conhecimentos de gestão também passaram a ser transferidos junto às mercadorias.
Em termos conceituais, é importante avaliar que “a sociedade humana é feita de
organizações que fornecem os meios para atendimento de necessidades das pessoas.
Assim, temos que praticamente tudo depende das organizações” (MAXIMIANO, 2004,
p. 25). As palavras-chave que podem ser utilizadas para definir as organizações são
objetivos e recursos, conforme descrito na Figura 4 apresentada a seguir:

Figura 4 – Aspectos dos objetivos e recursos na definição da administração


Fonte: elaborado pelo autor (2022)

Em relação aos recursos, temos que as organizações necessitam de diversos tipos


de recursos para que possam atender às suas necessidades. Dentre eles, podemos
ter: recursos humanos, materiais, financeiros, informação, espaço e tempo. Esses
recursos são administrados e gerenciados para que possam atender às necessidades
das organizações.
Em relação aos processos, é necessário avaliar que os de transformação são
realizados nas organizações como forma de transformar os recursos em produtos e
serviços que serão comercializados por ela. As organizações podem apresentar diversos
tipos de processos de transformação. Dentre eles, os principais são os seguintes:

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• Produção: transformação da matéria-prima pelo uso de máquinas e equipamentos


e da atividade humana.
• Administração de encomendas: aqui ocorre o processo de transformação de
um pedido feito por um cliente na entrega de uma mercadoria, ou, ainda, na
prestação de um serviço.
• Administração de recursos humanos: transformação das necessidades que uma
organização tem de mão de obra em contratação e treinamento de colaboradores.

Quando se aborda a questão dos objetivos, temos que eles são os produtos e serviços
pelos quais as organizações foram criadas para atender. As organizações podem ter
objetivos distintos, enquanto uma montadora de veículos tem, como objetivo principal,
ofertar veículos modernos e que atendam às necessidades dos seus clientes. Temos
que uma organização pública como uma prefeitura visa administrar os recursos públicos
captados na forma de impostos em serviços para a população daquele município.
Segundo Chiavenato (2021, p. 2), temos que as organizações possuem a característica
de serem:

[...] extremamente heterogêneas e diversificadas, com propósitos,


tamanhos, características e estruturas diferentes. Não existem duas
organizações iguais. Elas podem ser lucrativas (como as empresas)
ou não lucrativas (como o Exército, as igrejas, os serviços públicos, as
entidades filantrópicas etc.). A Teoria das Organizações (TO) é o campo
do conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizações
em geral. À medida que alcançam tamanho e complexidade maiores
em suas operações, as organizações precisam ser administradas, e
a sua Administração requer um aparato de pessoas estratificadas
em diversos níveis hierárquicos que se ocupam de incumbências
diferentes. A Administração nada mais é do que a condução racional
das atividades de uma organização. Ela trata do planejamento, da
organização (estruturação), da direção (liderança) e do controle
de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que
ocorrem dentro de uma organização. Assim, a Administração é
imprescindível para a existência, o funcionamento, a competitividade
e a sustentabilidade das organizações. Sem a Administração, as
organizações jamais teriam condições de existir, crescer e alcançar
êxito em seus negócios em um ambiente tão dinâmico e mutável.
A Teoria Geral da Administração (TGA) é a área do conhecimento
humano que se ocupa do estudo da Administração das organizações.

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Considerando que as organizações possuem características únicas, é necessário


avaliar que é esperado da Administração um grande alcance em termos de atender
as necessidades de todos que esperam algo dessas organizações. Assim, temos que
o conceito de administração vem sendo aperfeiçoado nos últimos anos. No Quadro 3,
apresentado a seguir, temos alguns conceitos importantes acerca da Administração:

Aspecto principal do
Definição
conceito de Administração
Administração: é um processo contínuo e sistêmico que envolve uma série de atividades
Administração como impulsionadoras, como planejar, organizar, dirigir e controlar recursos e competências para
processo contínuo e alcançar metas e objetivos organizacionais. Ela implica em fixar objetivos a serem alcançados,
sistêmico tomar decisões no meio desse caminho e liderar todo esse processo para o alcance dos objetivos,
a fim de oferecer resultados aos públicos estratégicos da organização.
Administração: envolve a articulação e a aplicação de vários conjuntos de recursos e competências
Administração como organizacionais para alcançar objetivos. Ela é um processo abrangente que envolve e põe em
articulação uso uma variedade de recursos: humanos, financeiros, materiais, tecnológicos e uma torrente
de dados e informação.
Administração: exige ações orientadas para alcançar objetivos, fazendo com que pessoas e
órgãos trabalhem de maneira conjunta e integrada. Não se trata de uma atividade randômica
Administração faz uso de ou casual, e sim de uma abordagem proposital e direcionada para alvos previamente definidos,
ações envolvendo objetivos individuais, grupais e organizacionais ou uma combinação deles. Inclui
esforços para completar atividades sequenciais e sucessivas a fim de alcançar níveis cada vez
mais elevados de excelência e competitividade.
Administração: envolve o direcionamento de atividades executadas por todo o conjunto organizacional.
Administração como
É um processo desenvolvido nos vários níveis das organizações por pessoas com diferentes funções
direcionamento
intencionalmente estruturadas e coordenadas para o alcance de propósitos comuns.
A Administração ocorre exclusivamente dentro de organizações: ela não acontece em situações
isoladas. Todas as organizações – como nações, estados e municípios, empresas, indústrias,
empreendimentos de todo tipo, não importando seu tamanho ou natureza – precisam ser
O ambiente da
administradas. Ocorre que cada organização é única, singular e diferente das demais, e suas
Administração
características ímpares afetam tanto o administrador quanto todas as pessoas que com ele
interagem. Assim, o administrador precisa necessariamente compreender a organização que
dirige.
A Administração requer fazer as coisas por meio das pessoas: o papel do administrador não é
executar, mas assessorar as pessoas e desenvolver nelas capacidades e competências para que
As pessoas são essenciais executem adequadamente suas atividades. Deve saber ajustar as capacidades e as competências
para a Administração das pessoas aos requisitos da organização e dos objetivos a serem alcançados por meio do
esforço conjunto. Para isso, deve saber comunicar, orientar, engajar, ensinar, liderar e motivar
pessoas.
A Administração requer, simultaneamente, lidar com situações múltiplas e complexas, muitas
vezes inesperadas e potencialmente conflitivas. Assim, a Administração é um processo complexo
Administração como
que requer integração, articulação e visão de conjunto, principalmente quando as atividades são
múltiplas funções
divididas, diferenciadas e fragmentadas. Isso requer consistência e flexibilidade, reflexão e ação,
espírito analítico e sintético, olhar para o todo e para suas partes simultaneamente.
Quadro 3 – Conceitos de Administração utilizados nas teorias de gestão
Fonte: CHIAVENATO (2021, p. 16).

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A grande complexidade existente em relação às organizações pode ser observada


nos inúmeros conceitos apresentados anteriormente. Assim, é de grande importância
que todos que estiverem estudando assuntos relacionados aos fundamentos da
Administração possam conhecer a infinidade de conceitos que fazem parte dessas
teorias.

ISTO ESTÁ NA REDE

A compreensão sobre os estudos das organizações e sua relevância para a


sociedade deve ser conduzida como forma de melhorar significativamente o
processo de aprendizagem das teorias da Administração. Assim, recomenda-se
assistir ao vídeo intitulado “Organizações – conceitos iniciais”, no qual o professor
Marco Ferrari apresenta inúmeros conceitos de grande relevância.
Acesse-o por este link e aproveite: https://www.youtube.com/
watch?v=ozwmTtJ2H7M

A Administração ainda precisa ser estudada a partir de três concepções conforme


demonstrado na Figura 5 a seguir:

Figura 5 – Concepções em que a Administração pode ser compreendida


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

A concepção da ciência quando aplicada no estudo da Administração deve ser


analisada para investigar o conhecimento e a compreensão do que a teoria de
Administração entende como teoria. Assim, é a partir dessa concepção que surgem

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novas leis, hipóteses e métodos que são empregados nos estudos acerca das
organizações.
Por intermédio da concepção das artes, é possível entender a visão, a intuição, a
abordagem criativa e inovadora que os profissionais precisam ter para que possam atuar
no ambiente organizacional. Já em relação à concepção da tecnologia, é importante
avaliar que ela busca transformar e operar uma realidade no universo organizacional.
Assim, ela aplica normas e procedimentos com rigor e sobre a base de um programa
que seja objetivamente definido.

ANOTE ISSO

Os profissionais que estiverem atuando na gestão devem estar sempre atentos


às necessidades em termos de tecnologias que as organizações possuem. Assim,
será possível modernizar cada vez mais os processos utilizados por elas e todos os
seus benefícios. As organizações precisam estar abertas aos novos aprendizados,
pois, por meio deles é possível desenvolver e implementar tecnologias que estejam
disponíveis.

O entendimento de que a gestão empresarial deve ser vista como uma importante
teoria não pode deixar de ser conhecida pelos profissionais que estudam sobre gestão.
Sobre o pensamento administrativo dar margem para o desenvolvimento da gestão
empresarial, é importante avaliar que ele:

[...] surge como consequência do processo de modernização da


sociedade e é a expressão da lógica burocrática, baseada no controle
da atividade humana por meio da regra, objetivando o aumento
de produtividade e a geração de lucro na sociedade industrial.
Gradualmente, porém, os diversos estudiosos das organizações vão
relatando os problemas e as disfunções produzidos pela estrutura
burocrática. Neste livro, relataremos alguns desses estudos e visões
que constituem parte da crítica à burocracia e que representam a
evolução do pensamento administrativo contemporâneo (MOTTA,
VASCONCELOS, 2021, p. 12).

Os estudos sobre a gestão empresarial acontecem utilizando-se de variadas


ciências. Assim, é importante que os gestores que estudam e analisam essas áreas
possam também avaliar conceitos sobre Ciências Sociais, Psicologia, Matemática,

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Estatística, Antropologia e quaisquer outras áreas que possam agregar uma nova
visão interessante sobre os estudos da Administração. A importância de se utilizar
várias áreas do conhecimento ocorre porque dentro das organizações existem várias
funções organizacionais que devem ser observadas e entendidas. Essas funções estão
apresentadas na Figura 6 a seguir:

Figura 6 – Principais funções organizacionais de uma empresa


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

As funções organizacionais podem ser entendidas de diversas formas. Assim, é


importante avaliar que, dependendo do autor estudado, ele trará outras funções como
mais importantes. Entretanto, é importante avaliar que essas funções são importantes
e necessárias de serem compreendidas por todos os profissionais que estiverem
atuando na gestão, pois por meio delas é que ocorrerão a maioria dos processos
decisórios dentro das empresas.

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É comum que no desenvolvimento da carreira profissional do gestor ele acabe


optando por desenvolver sua carreira a partir de uma determinada área. Assim, temos
os profissionais gestores que são especialistas em marketing, em recursos humanos ou
finanças. Portanto, é necessário avaliar que esse profissional acabará desenvolvendo
seus conhecimentos e suas práticas mais especificamente sobre essa área em questão.
Mas, é sempre necessário ressaltar que mesmo que um profissional de gestão busque
se especializar em uma determinada área, ele deverá buscar conhecer as demais e
como elas são importantes para seu setor em especial.

Figura 6 – As pessoas podem ocupar diferentes papéis no ambiente empresarial


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/o-neg%c3%b3cio-finan%c3%a7a-empres%c3%a1ria-3563101/

O estudo dos fundamentos da Administração ainda precisa ser considerado para


entender quais são os papéis fundamentais que podem ser percebidos dentro das
empresas. Assim, é necessário que os gestores possam avaliar e entender um pouco
mais sobre como esses papéis se desenvolvem. Em nossa próxima aula, vamos
tratar sobre os diferentes papéis que existem dentro das empresas e suas principais
características.

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CAPÍTULO 3
OS DIFERENTES PAPÉIS
NAS ORGANIZAÇÕES

As organizações possuem uma complexidade enorme. Assim, elas têm diante de si


enormes desafios em termos de gestão que precisam ser compreendidos por todos os
profissionais que integram os seus quadros funcionais. Por isso, é muito importante
conhecer que nem todas as pessoas desempenham os mesmos tipos de papéis no
ambiente empresarial, bem como é necessário avaliar que, dependendo do tipo de
empresa, será necessário entender todas as perspectivas dos papéis que podem ser
desempenhados pelos profissionais gestores nas empresas.
Primeiramente, faz-se importante desmistificar a ideia de que gestor é apenas
o dono da empresa ou o profissional que ocupa o cargo máximo na organização.
Segundo Maximiano (2004, p. 36), “as pessoas que administram qualquer conjunto de
recursos são administradoras, gerentes e gestores; portanto, quase todas as pessoas,
independentemente da posição que ocupam, ou do título e seus cargos, desempenham
tarefas de administração”. Assim, é importante que todos estejam preparados para
atuar como gestores e possam desempenhar esse papel com a máxima eficiência e
eficácia.
Os termos “eficiência” e “eficácia” aparecem inúmeras vezes em todos os estudos
acerca das teorias de gestão nas organizações. Dessa forma, é fundamental avaliar
a questão do desempenho das empresas. Consequentemente, é importante avaliar
que elas aparecerão ao longo desses estudos também. Eis suas definições:
• Eficácia: é o conceito utilizado para indicar que uma empresa está conseguindo
cumprir com seus objetivos. Assim, quanto mais alto for o grau de realização
dos objetivos, mais uma organização é eficaz (MAXIMIANO, 2004).
• Eficiência: este é o conceito utilizado para designar que a empresa faz uso, de
maneira produtiva, de todos os seus recursos. Portanto, temos que quanto mais
eficiente for uma organização, mais alto será seu grau de produtividade ou a
economia na utilização de seus recursos (MAXIMIANO, 2004).

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Apesar de ser uma das principais funções dos administradores tornar as suas
organizações eficientes e eficazes, temos que muitas empresas podem operar por um
longo tempo como organizações ineficazes e ineficientes. Geralmente, essa ineficiência
pode ser camuflada por alguns resultados positivos das empresas, o que poderá
prejudicar um bom diagnóstico dos gestores.
No Quadro 4 é possível observar as principais diferenças existentes em relação
aos conceitos de eficiência e eficácia:

Eficiência Eficácia
Ausência de desperdício Capacidade de realizar resultados
Uso econômico de recursos Grau de realização dos objetivos
Menor quantidade de recursos para produzir mais
Capacidade de resolver problemas
resultados
Quadro 4 – Diferenças entre os termos de eficiência e eficácia
Fonte: MAXIMIANO (2004, p. 32).

As pessoas ocupam papel central no universo empresarial. Por isso, é muito


importante entender o que elas fazem dentro das empresas e quais são os diferentes
papéis desempenhados por elas. Segundo a teoria de gestão, um administrador poderá
ocupar papéis em diferentes áreas das empresas. Temos os papéis informacional,
interpessoal e decisorial. Em relação ao processo de disseminação das informações,
temos que ele poderá ocupar um dos seguintes papéis:
• Monitor: o gestor deverá procurar obter muitas informações para que possa
entender o funcionamento do seu negócio. Assim, ele deverá buscar se relacionar
o máximo possível para entender como a organização funciona, bem como
deverá captar tudo o que se passa no universo empresarial.
• Disseminador: o gestor deverá divulgar todas as informações que interessam a
organização em seu ambiente interno. Assim, ele deverá ser o responsável pela
circulação interna das informações, bem como deverá atuar para que essas
informações sejam as melhores possíveis para atender as necessidades da
sua empresa.
• Porta-voz: este é um importante papel em relação à disseminação das informações
das organizações. Geralmente, ele é desempenhado por pessoas que têm como
função comunicar as intenções e posicionamentos da empresa para o público
externo. Segundo Maximiano (2004, p. 40), “no papel de porta-voz, o gerente
fala oficialmente em nome da organização para os públicos externos, o papel
do porta-voz compreende em nome da organização para os públicos externos”.

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Em relação aos papéis do administrador relacionados às características decisorial e


interpessoal, é importante avaliar as informações apresentadas no Quadro 5 a seguir:
Categoria Papel Atividade
Assume deveres cerimoniais e simbólicos, representa a organização, acompanha
Representação
visitantes, assina documentos legais.
Interpessoal Liderança Dirige e motiva pessoas, treina, aconselha, orienta e se comunica com os subordinados.
Mantém redes de comunicação dentro e fora da organização, usa malotes, telefonemas
Ligação
e reuniões.
Inicia projetos, identifica novas ideias, assume riscos, delega responsabilidades de ideias
Empreendedorismo
para outros.
Toma ação corretiva em disputas ou crises, resolve conflitos entre subordinados, adapta
Resolução de conflitos
Decisorial o grupo a crises e mudanças.
Alocação de recursos Decide a quem atribuir recursos; programa, orça e estabelece prioridades.
Representa os interesses da organização em negociações com sindicatos, em vendas,
Negociação
compras ou financiamentos.
Quadro 5 – Aspectos dos papéis decisorial e interpessoal dos administradores
Fonte: CHIAVENATO (2021, p. 7).

O papel do administrador, portanto, vai muito além da supervisão de pessoas. Assim,


é necessário que ele possa compreender inúmeras outras atividades que poderão guiar
a Administração para atender aos seus inúmeros objetivos empresariais. Dentre as
principais funções dos administradores, temos as funções relacionadas aos papéis
de decisões. Na Figura 7 temos esses importantes papéis apresentados:

Figura 7 – Papéis de decisão dos administradores


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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O papel que o administrador pode desenvolver e que tem caráter de empreendedor


tem como função principal atuar como iniciador e maior planejador das mudanças na
organização. Geralmente, temos que as mudanças ocorrem a todo o momento nas
empresas. Entretanto, nem sempre elas são planejadas e desejadas pelos gestores.
Por isso, é necessário que ele esteja preparado para lidar com essas mudanças da
melhor maneira possível. Além disso, é necessário avaliar que o papel de empreendedor
não está relacionado apenas ao início do negócio. Esse papel pode se fazer presente
também dentro das empresas que já se encontram estabelecidas. Nesse caso, é
função do empreendedor descobrir novas oportunidades, novos negócios e novas
opções, para que as organizações possam melhorar os resultados dos seus negócios.
O segundo papel que pode ser desempenhado pelos administradores e que está
relacionado às decisões é o papel de controlador de distúrbios dentro das empresas.
Segundo Maximiano (2004, p. 40), “distúrbios, ao contrário das mudanças controladas,
são as situações que estão parcialmente fora do controle gerencial, tais como eventos
imprevistos, as crises ou os conflitos”. Assim, é fundamental que as empresas tenham
bons gestores para que eles possam controlar os distúrbios em seus negócios, bem
como para que possam avaliar fazer com que as empresas minimizem a perda de
seus recursos em todos os distúrbios.

ISTO ESTÁ NA REDE

As mudanças são inevitáveis em todas as organizações. Assim, é importante que


todos os gestores possam estar preparados para lidar com essas mudanças em
seus negócios. Em termos de novas tecnologias, temos que as mudanças são
inevitáveis em vários tipos de negócios, restando para as empresas a difícil tarefa de
se adaptar a essas mudanças. Para que seja possível você compreender um pouco
mais sobre essa realidade, recomenda-se que você assista ao vídeo “A evolução da
tecnologia até os dias de hoje!”, que apresenta inúmeras mudanças que acabaram
causando inúmeras modificações na gestão das empresas.
Acesse o link e aproveite: https://www.youtube.com/watch?v=NA8pdCKxkNc

O papel de negociador é o terceiro tipo de papel que deve ser conhecido pelos
profissionais que estão atuando como tomadores de decisões. Esse papel possui
relação direta com a necessidade que os gestores possuem de representar as empresas
em negociações em seu dia a dia. Geralmente, temos que compete aos gestores
representar as empresas em negociações diversas. Dentre elas, temos: negociações
com sindicatos, negociações com clientes, negociações com fornecedores, negociações
com credores, negociações com instituições bancárias e nas negociações que estão

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relacionadas aos empregados. Assim, é natural que os administradores busquem


desempenhar todas as funções relacionadas à negociação em seus negócios.
Dentre os tipos de negociação que um administrador pode ter de lidar dentro das
organizações, temos que são as negociações com os colaboradores, pois esse é um
tipo de conflito que acontece em diversas instâncias no ambiente empresarial. Dentre
os métodos de solução de conflitos possíveis, a Figura 8 apresenta três dos mais
conhecidos e utilizados no universo empresarial:

Figura 8 – Métodos de solução do conflito entre grupos com colaboradores


Fonte: MOTTA, VASCONCELOS (2021, p. 45).

O último papel que pode ser desempenhado pelos administradores em relação ao


papel de tomada de decisões está relacionado à administração de recursos. Nesse
caso, é importante avaliar que “a alocação de recursos é o coração do sistema de
formulação de estratégias de uma organização; assim, o papel do administrador é
administrar recursos, inerentes à autoridade formal, está presente em praticamente
qualquer decisão que o gesto tome” (MAXIMIANO, 2004, p. 40). Como os recursos

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dentro das organizações são escassos, é importante avaliar que esse é um papel de
grande complexidade para os administradores.

ANOTE ISSO

Os profissionais de Administração devem estar atentos a todos os possíveis papéis


que podem ser ocupados por eles. Por isso, é muito importante que ele busque
todos os conhecimentos necessários para que possa atender às expectativas que a
organização deposita em relação a ele no cumprimento desse papel. A busca pelo
conhecimento é de grande relevância para que os gestores possam melhorar o
cumprimento de suas funções.

Os profissionais gestores precisam estar preparados para desempenhar todos os


papéis necessários pelas organizações. Por isso, é muito importante avaliar que é
indispensável que os gestores desenvolvam um conjunto de competências necessárias
para que eles possam desempenhar as suas funções dentro das organizações. Em
relação a esse tema, é necessário avaliar que, em se tratando do conhecimento, ele:

[...] é apenas um dos múltiplos e variados aspectos na avaliação


de sua capacitação profissional. Ele não é apenas analisado pelas
organizações por seus conhecimentos sobre Administração, mas
principalmente pelo seu modo de agir, pelas suas atitudes, habilidades,
competências e filosofia de trabalho. A finalidade é verificar se essas
qualidades se coadunam com os padrões de cultura e de trabalho,
com a competitividade da organização e com as pessoas que vão
trabalhar com ele. Além disso, não existe uma única maneira certa de
um administrador avaliar as situações ou de conduzir as organizações
ou parte delas. Pelo contrário, existem várias maneiras de levar a
cabo as tarefas em condições específicas por dirigentes de atitudes
diversas e modos de agir próprios. Aliás, é oportuno lembrar a lei
de indeterminação do físico Heisenberg: o processo de se observar
um fenômeno altera esse fenômeno. Se na Física a observação
dos átomos equivale a alterar a posição e a velocidade deles, na
Administração de uma organização, a presença de um profissional
em determinada função afeta e modifica essa função e as pessoas
envolvidas, independentemente do que seja realizado. A presença de
outro profissional produziria uma alteração diferente. Além do mais,
se a modificação ocorre, a maneira de agir deve ser, e acaba sendo,
diferente. Para Katz, o sucesso do administrador depende mais de sua
atitude, seu desempenho e da maneira como lida com as pessoas e as
situações do que de seus traços de personalidade. Depende daquilo
que ele consegue fazer e não daquilo que ele é. Esse desempenho é o
resultado de certas habilidades e competências que o administrador
possui e sabe utilizar (CHIAVENATO, 2021, p. 2).

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No Quadro 6 é possível avaliar quais são os tipos de competências necessárias de


serem desenvolvidas pelos gestores:
Tipos de competências Descrição
Este tipo de competência é necessário para que se possa processar e
utilizar informações; os administradores aplicam suas competências
e habilidades intelectuais. Em essência, essas habilidades referem-
Competências intelectuais
se a todas as formas de raciocinar. São competências usadas para
elaborar conceitos, fazer análises, planejar, definir estratégias e tomar
decisões.
Este tipo de competência são as que os gerentes usam para
liderar suas equipes, trabalhar com seus colegas, superiores e
clientes. Quanto mais elevado é o cargo do administrador, mais
esse tipo de competência se fará necessário. Dentre os aspectos
Competências interpessoais
das competências interpessoais, é necessário avaliar os seguintes:
capacidade de entender e de aceitar a diversidade das pessoas,
capacidade de motivar as pessoas, capacidade de entender os
princípios de liderança, capacidade de comunicação.
Este tipo de competência está relacionado aos conhecimentos sobre
atividades específicas do gerente, da equipe e de sua organização.
Se você é administrador em um banco, a competência compreende
Competências técnicas
os conhecimentos sobre o ramo bancário e sobre o banco específico
em que você trabalha. As competências técnicas são específicas
de cada profissão.
Este tipo de competência pode estar relacionado à introspecção,
o que significa rodas as relações e formas de reflexão e ação da
Competências intrapessoais pessoa a respeito dela própria, como: autoanálise, autocontrole,
automotivação, autoconhecimento, capacidade de organização
pessoal e administração do próprio tempo.
Quadro 6 – Tipos de competências necessárias aos administradores
Fonte: MAXIMIANO (2004, p. 42).

Com a evolução das técnicas e teorias da Administração, é importante conhecer,


ainda, que, nos últimos anos, estão sendo avaliadas algumas habilidades como
essenciais para quem for desempenhar funções na área da gestão. Essas habilidades
se dividem em:

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Figura 9 – Habilidades necessárias para o administrador


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

Em relação às habilidades técnicas, essas são muito semelhantes às competências


técnicas já apresentadas. Segundo Chiavenato (2021, p. 3), elas “envolvem o uso de
conhecimento e a aplicação de técnicas relacionadas com o trabalho e sua realização,
é o caso de habilidades em contabilidade, em usar o computador, planejar, organizar
etc.” As competências técnicas constituem o aspecto “hard” e estão relacionadas com
o fazer do trabalho do administrador, isto é, com o trabalho com “coisas” envolvendo
todos os processos materiais ou objetos físicos e concretos desse profissional.
Sobre as habilidades humanas, elas congregam as competências intrapessoais e
interpessoais. Esse tipo de habilidade envolve “as capacidades de comunicar, motivar,
coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais, estão relacionadas à interação
com as pessoas, ao desenvolvimento da cooperação da equipe, ao encorajamento da
participação e ao envolvimento e engajamento das pessoas” (CHIAVENATO, 2021, p. 3).

Figura 10 – As habilidades são essenciais para um bom administrador


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/compet%c3%aancia-experi%c3%aancia-m%c3%a3o-lupa-2741773/

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As habilidades conceituais são importantes, pois elas envolvem a visão da


organização ou de uma unidade/setor organizacional. Assim, temos que é importante
que o administrador possa buscar conhecer todos os conceitos, teorias e modelos que
se fazem necessários para o bom desempenho do seu trabalho. Segundo Chiavenato
(2021, p. 3), “essas habilidades estão relacionadas com o pensar, o raciocinar, o
diagnóstico das situações e a formulação de alternativas de solução dos problemas,
representam as capacidades cognitivas mais sofisticadas do administrador e que lhe
permitem planejar o futuro, interpretar a missão, desenvolver a visão, definir estratégias
e perceber oportunidades onde ninguém as enxerga”.
O conjunto de competências e habilidades relacionadas às atividades dos
administradores podem ser estudadas e analisadas sobre diferentes óticas no ambiente
organizacional. Assim, é necessário que os gestores possam buscar mapear quais
são as necessidades das empresas em relação a eles, para que possam desenvolvê-
las e atendê-las.
Os gestores devem, portanto, buscar conhecer todos os elementos que fazem parte
dos fundamentos básicos acerca da Administração. Para isso, é necessário conhecer
todos os elementos que integram o conjunto de teorias da Administração e de todo o
seu processo de aplicação. Assim, temos que em nossa próxima aula vamos abordar
quais são as principais teorias e ideias fundamentais que permitiram o desenvolvimento
da Administração.

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CAPÍTULO 4
TEORIAS E IDEIAS
FUNDAMENTAIS DA
ADMINISTRAÇÃO

O processo de evolução das teorias e ideias fundamentais da Administração


decorreu basicamente dos estudos relacionados aos processos produtivos das
organizações. Por muito tempo, o setor produtivo das empresas foi o principal
e acabou canalizando a maior parte dos estudos que colaboraram para o
desenvolvimento das teorias da Administração. Assim, estudar e compreender
os processos produtivos também é estudar o surgimento dos primeiros estudos
relacionados às teorias da Administração.
O processo produtivo das organizações vem sendo constantemente estudado
ao longo dos anos. Assim, é fácil supor que existem princípios, fundamentos e
aspectos que devem ser compreendidos por todos os profissionais que atuam nessa
área. Sobre a Administração da produção, é importante refletir que a evolução da
própria sociedade acabou influenciando a forma como as empresas produziam.
Com uma demanda cada vez maior, temos que as empresas necessitaram se
adaptar para atender o consumo crescente de mercadorias e serviços.
Nesta aula, vamos dividir os estudos em dois momentos: no primeiro vamos
fazer um resgate histórico de toda a evolução do processo produtivo. Aqui serão
apresentados aspectos da primeira, segunda, terceira e quarta Revolução Industrial,
bem como serão apresentadas quais são as tecnologias mais atuais. No segundo
momento, serão apresentados aspectos fundamentais acerca das principais teorias
da Administração. Note, portanto, que em termos históricos e cronológicos, cada
uma das partes será contada de maneira individualizada. Primeiramente faremos
o percurso histórico da evolução das indústrias e, posteriormente, apresentaremos
cronologicamente as principais teorias da Administração.
O processo produtivo nasceu em condições muito rudimentares. Nessa época,
os produtos eram fabricados por artesãos e suas famílias, que produziam conforme

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a demanda das populações. Os produtos possuíam um caráter de exclusividade,


pois não era comum padronizá-los. Assim, temos que quem quisesse qualquer tipo
de produto nessa época necessitava encontrar um artesão que fabricasse esse
produto e pudesse produzi-lo conforme seu desejo. Nessa época, temos que havia
escassez de produtos devido aos processos produtivos serem muito morosos e não
apresentarem o devido planejamento para atender às necessidades das pessoas.
Conforme as sociedades foram evoluindo, tivemos que os artesãos começaram
a estruturar melhor seus processos produtivos. Eles passaram a contratar novos
ajudantes que lhes auxiliassem a fabricar uma maior quantidade de produtos.
Algumas ferramentas passaram a ser incorporadas nos processos produtivos,
facilitando o aumento da produção, bem como percebeu-se que com a padronização
de processos produtivos, esses produtos poderiam ser fabricados com maior
agilidade. Surgem, então, as primeiras empresas industriais, ainda pequenas, mas
que já começam a organizar os processos produtivos como forma de garantir uma
maior quantidade de produtos para atender às demandas cada vez mais crescentes.
Historicamente, esse processo na sociedade ficou conhecido como primeira
Revolução Industrial, tendo sido marcado por uma grande alta tecnológica no
ambiente organizacional. Novas tecnologias foram desenvolvidas como forma de
melhorar os processos das indústrias, aumentando sua produção, melhorando
a qualidade e fazendo com que a produção pudesse atender a uma demanda
que crescia muito com as navegações. Basicamente, temos que essa fase de
desenvolvimento ocorreu primeiramente nos países da Europa, em especial na
Inglaterra, que era a principal economia mundial.
O século XVIII marcou o período em que a primeira Revolução Industrial ocorreu
na Inglaterra. Dentre os fatores que marcaram esse período, os principais estão
descritos no Quadro 7, apresentado a seguir:

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Característica Definição
O processo da revolução industrial acabou fortalecendo o capitalismo como sistema
econômico nos principais países da Europa, possibilitando posteriormente que ele fosse
difundido para as colônias e demais países que efetuavam transações comerciais com esses
Sistema econômico
países. É importante avaliar ainda que o capitalismo fazia uso dos recursos acumulados
no sistema financeiro inglês para serem aplicados no desenvolvimento das indústrias que
passaram a dominar a maioria das grandes cidades europeias.
Com a busca cada vez mais frequente pela expansão da produção, as primeiras máquinas
foram desenvolvidas como forma de aumentar a produção. Ressalta-se ainda que o uso do
vapor acabou se consolidando para a criação de máquinas que pudessem ser incorporadas nos
Surgimento das máquinas
processos produtivos. Assim, os trabalhadores passaram a ser substituídos pelas primeiras
a vapor
máquinas que trabalhavam 24 horas ininterruptas. O desenvolvimento das máquinas a
vapor é apontado pelos especialistas e historiadores como o ponto de partida da primeira
Revolução Industrial na Europa.
A Revolução Industrial acabou influenciando muito a forma como patrões e empregados
se relacionavam. É necessário avaliar ainda que, nessa época, os trabalhadores eram
Relações patrão e
tratados apenas como um insumo do processo produtivo, sendo facilmente substituídos.
empregado
Entretanto, nessa época começaram a surgir os primeiros indícios de organização por parte
dos trabalhadores em busca de melhores oportunidades de trabalho nas fábricas do período.
O período da primeira Revolução Industrial ficou marcado por pagar baixos salários para os
Péssimas condições de trabalhadores, o que, por sinal, acabou agravando a situação das grandes cidades industriais
trabalho na Europa de forma geral. Além de pagar baixos salários, outra característica que marcou o
período foi o fato de que os trabalhadores eram expostos a jornadas de trabalho degradantes.
A Revolução Industrial não foi um processo com começo, meio e fim. Esse processo ainda
está em curso por meio de suas fases. Ao retratar os estudos sobre a Revolução Industrial,
A revolução em diversas
temos que os especialistas acabaram dividindo esse período em quatro fases distintas.
fases
São elas: primeira Revolução Industrial, segunda Revolução Industrial, terceira Revolução
Industrial e a fase atual, que é denominada de quarta Revolução Industrial.
Fonte: elaborado pelo autor (2022)

É impossível desconsiderar o peso que fatores históricos tiveram ao longo da


Segunda Revolução Industrial. Dentre os principais, está o fato de que nesse período
compreendido ocorreram as duas grandes Guerras Mundiais (JONES, 2010). A influência
das guerras no sistema produtivo, bem como todas as inovações ocorridas graças a
esses fatos históricos, propiciaram a assimilação de várias tecnologias e inovações,
que, a princípio, foram empregadas no fornecimento de produtos para as guerras, mas
que posteriormente passaram a ser incorporados na fabricação dos mais variados
produtos destinados ao consumo da sociedade em geral.
Sobre o período da segunda Revolução Industrial, é importante considerar ainda que:

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A Segunda Revolução Industrial corresponde à continuidade do


processo de revolução na indústria. O aprimoramento de técnicas,
o surgimento de máquinas e a introdução de novos meios de
produção deram início a um novo momento. A industrialização que,
antes, limitava-se à Inglaterra, expandiu-se para outros países, como
Estados Unidos, França, Rússia, Japão e Alemanha. O ferro, o carvão
e a energia a vapor, característicos da primeira fase da Revolução
Industrial, agora dão lugar aos representantes da segunda fase: o
aço, a eletricidade e o petróleo (ESCOBAR, 2021, on-line).

O período da Segunda Revolução Industrial também pode ser caracterizado pelos


seguintes fatos apresentados na Figura 11 a seguir:

Figura 11 – Características do período conhecido como Segunda Revolução Industrial


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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A informação e as redes de computadores marcaram os períodos conhecidos


como Terceira e Quarta Revolução Industrial. Sendo assim, é importante considerar
aqui, também, algumas especificidades históricas que propiciaram um grande
desenvolvimento organizacional das empresas que surgiram ou que se desenvolveram
ao longo da época em que os fatos ocorreram.
O levantamento, processamento e, principalmente, o uso da informação ganharam
cada vez mais destaque no campo das organizações. As informações, apoiadas a
partir da Terceira Revolução Industrial da tecnologia, acabaram “provocando mudanças
na forma de pensar e agir da sociedade contemporânea, que hoje é denominada
sociedade da informação/conhecimento” (SANTOS; RIBAS; OLIVEIRA, 2017, p. 19).
Por isso, costumeiramente pode-se chamar esse período de Revolução Informacional.
A Terceira Revolução Industrial ocorreu basicamente após o fim da Segunda Guerra
Mundial. Nesse período, além do uso da tecnologia da informação nos diferentes
processos pelas organizações, tem-se também o uso da robótica como um dos
principais marcos históricos desse período. O ambiente econômico, político e social
da Terceira Revolução Industrial pode ser compreendido da seguinte maneira:

[...] na terceira fase, liderada também pelos Estados Unidos, teve início,
com o final da Segunda Guerra Mundial (meados do século XX) e com
a introdução do uso de novas fontes de energia, a nuclear. Logo após
a guerra, surge um novo cenário nas relações econômicas e formas
de produção. Há uma velocidade maior na tecnologia e inovação,
acompanhadas da globalização, com destaque para setores como
informática, genética e biotecnologia, além da internet, melhorias nas
condições de trabalho e ampliação dos direitos trabalhistas. Houve o
fortalecimento do sistema capitalista com o crescimento econômico
também do Japão e da Alemanha (Ocidental), que passaram a figurar
como potências econômicas e, posteriormente, alguns países emergentes
surgem como potenciais economias globais, como Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul (BRICS) (ROCHA; VENDRAMETTO, 2016, p. 29). 

A globalização, juntamente com a internacionalização do capital, acabou


desencadeando uma série de processos em todas as áreas do saber, gerando, também,
grandes impactos tecnológico, social e econômico em todos os aspectos da vida social
(LELIS, 2015b). Os processos de internacionalização do capital podem ser associados
a múltiplos fenômenos aplicados às relações internacionais. Sendo assim, torna-se
possível afirmar que a globalização e a internacionalização do capital geraram diversos
impactos nas áreas da economia, das finanças, da tecnologia, da comunicação e
também da gestão organizacional. 

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O capital passou a influenciar cada vez mais as estratégias econômicas e industriais


dos países. Com isso, é possível perceber que indivíduos, organizações e também as
nações têm atuado para atender aos anseios e interesses do capital em detrimento
das necessidades sociais dos países envolvidos.
Nas indústrias que surgiram durante a Terceira Revolução Industrial, é possível se
perceber que há um número cada vez menor de pessoas trabalhando. Esse processo
se deve basicamente ao uso e ao emprego de máquinas e equipamentos com alto grau
de informatização. A era digital chegou, então, para os mais diversos setores. Esse
processo fez com que houvesse um crescente emprego do conhecimento ao invés
de se utilizar da força física, fazendo com que os recursos financeiros das indústrias
passassem a ser empregados no uso de novas tecnologias e também no uso da
informação como suporte às tomadas de decisão (LOZADA, 2017, p. 182).
Sobre a Terceira Revolução Industrial, é importante avaliar as características
apresentadas no Quadro 8 a seguir:
Característica Descrição
Amplo uso da tecnologia da informação e dos sistemas digitais nos
Uso da tecnologia
diferentes processos existentes nas organizações.
Investimento no desenvolvimento da robótica, da biotecnologia e
Uso da robótica e engenharia também da engenharia genética e o consequente emprego dessas
tecnologias nos processos realizados pelas organizações.
Diminuição nos custos da produção e aumento da produção industrial
Avaliação dos custos
para atender às novas demandas;
Avanço do capitalismo como Aceleração do capitalismo na economia e de todos os efeitos sociais
modelo econômico que isso provoca.
Diversificação da matriz Aumento da diversificação da matriz energética com o descobrimento
energética e o desenvolvimento de novas fontes de energia.
Preocupação com o meio Busca pelo uso de energias menos poluentes nos diferentes
ambiente processos e atividades organizacionais.
Aumento da consciência ambiental de empresas, consumidores e
Consciência ambiental
da sociedade de uma forma geral.
Consolidação da financeirização do capital, com aumento do trânsito
Financeirização do capital
de capital entre investidores e corporações.
Aumento da terceirização em processos produtivos, consolidando
Terceirização de processos
os esforços no core business das organizações.
Internacionalização de Expansão das empresas para atuação em vários países e economias
negócios e consolidação das multinacionais.
Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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É possível afirmar ainda que a sociedade se encontra à beira de uma nova revolução
industrial. Tendo em vista que a Terceira Revolução Industrial se estendeu até meados
dos anos 1990, é possível considerar que a sociedade vive uma nova revolução. Esse
fenômeno ainda não apresenta uma descrição completa e uníssona, porém já é algo
inegável em todo o mundo (LOZADA, 2017).
A Quarta Revolução Industrial é constituída de uma multiplicidade de fenômenos
sociais e tecnológicos que podem ser observados em toda a sociedade. Esse fenômeno
nada mais é do que a interconexão de máquinas de última geração supervisionadas por
gestores que atuam sob o signo da inovação em um processo de mudança permanente,
em ritmo on-line. Portanto, o sucesso na Quarta Revolução Industrial somente pode ser
alcançado quando as tecnologias e os recursos humanos atuam de forma conjunta
e integrada (KRAJEWSKI, RITZMAN, MALHOTRA, 2009).
As máquinas, e aqui se incluem desde ferramentas até supercomputadores, estão
mais inteligentes. Com isso, é possível perceber que a inovação é uma constante
no campo organizacional. A Inteligência Artificial, que ocorre quando as máquinas
assimilam a capacidade de aprender, tem ocasionado uma grande evolução no ambiente
empresarial em todo o mundo. Dentre as principais aplicações da Inteligência Artificial
nas mais diversas áreas, é possível citar as que estão presentes na Figura 12 a seguir:

Figura 12 - Aplicações da Inteligência Artificial nos negócios


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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A Inteligência Artificial pode ser utilizada para solucionar os mais variados problemas
– desde os considerados relativamente simples até os mais completos, que fazem parte
de sistemas ainda mais complexos. A Inteligência Artificial envolve utilizar métodos
baseados no comportamento inteligente de humanos e outros animais para solucionar
problemas complexos.
A tecnologia da informação propiciou o surgimento da Indústria 4.0. Essa expressão
acabou se espalhando pelo mundo e tem como sinônimo “integração de tecnologias de
informação e comunicação que permitem alcançar novos patamares de produtividade,
flexibilidade, qualidade e gerenciamento, possibilitando a geração de novas estratégias
e modelos de negócio para a indústria” (SACOMANO et al., 2018, p. 29).
Conforme expõe Corrêa (2019), na Indústria 4.0 há:

[...] um novo nível de organização e controle de toda a cadeia de


valor (cadeia de suprimentos) ao longo de todo o ciclo de vida dos
produtos; a disponibilidade de todas as informações relevantes em
tempo real, que é conseguida por meio da interligação de todas as
instâncias, processos e atores que participam da criação de valor; e a
criação de cadeias de suprimentos que sejam dinâmicas, otimizadas,
controladas em tempo real e organizadas por meio de interconexão
digital (CORRÊA, 2019, p. 362).

O perfil do profissional que atua na Indústria 4.0 também é peculiar, pois as empresas
que estão nesse patamar precisam de profissionais mais flexíveis, que tenham, dentre
suas características, a adaptação às mudanças com facilidade e que sejam capacitados
para interpretar um grande volume de informações (LELIS, 2015a). Além disso, espera-
se que esses profissionais possuam senso crítico, que entendam ciência de dados
e possam tomar decisões com base em informações fornecidas em tempo real por
softwares e máquinas cada vez mais avançados (SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA, 2018). 
Em relação aos hardwares, a Indústria 4.0 apresenta manufatura aditiva, utilizando
a impressão 3D, e também se utiliza de veículos autônomos, da robótica avançada e
da Internet das Coisas (Internet of Things – IoT). Quanto aos softwares, a Indústria 4.0
utiliza data analytics, Inteligência Artificial, machine learning, realidade virtual, realidade
aumentada e, mais recentemente, blockchain.
A Business Intelligence tem feito cada vez mais parte do dia a dia das organizações dos
diferentes setores da sociedade. Essa expressão pode ser entendida como o conjunto
“que combina arquiteturas, ferramentas, bases de dados, ferramentas analíticas,
aplicativos e metodologias” (SHARDA; DELEN; TURBAN, 2019, p. 15). Com a integração

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de um maior número de sistemas, é possível observar que o processo de tomada


de decisão se torna mais assertivo e eficiente. Com isso, as empresas conseguem
integrar ainda mais seus setores e passam a atender às demandas informacionais
de todos os seus stakeholders.
Os sistemas integrados pela Business Intelligence “passaram então a oferecer
capacidades adicionais de visualização, alertas e mensurações de desempenho.
Em 2006, os principais produtos comerciais já apareciam sob o termo ‘inteligência
de negócios’ (BI)” (SHARDA; DELEN; TURBAN, 2019, p. 15). A todo momento novas
tecnologias estão sendo desenvolvidas, as empresas estão evoluindo, bem como
novos processos produtivos estão surgindo como forma de melhorar a qualidade dos
produtos e serviços que estão sendo disponibilizados pelas organizações.

ISTO ESTÁ NA REDE

Os gestores precisam estar atentos ao momento econômico, político e social da


sociedade. Assim, será possível avaliar todos os aspectos que possam impactar
diretamente na gestão de seus negócios. Assim, recomendamos que acesse o site
a seguir, no qual é realizado um resumo sobre as etapas da Revolução Industrial e
que devem ser conhecidos por todos os gestores.
Acesse o link e aproveite: https://www.salesforce.com/br/blog/2018/Janeiro/O-que-
e-Quarta-Revolucao-Industrial.html

gora chegou o momento de apresentarmos brevemente quais as principais teorias


de Administração que devem ser conhecidas por todos que estudam a gestão. Para
isso, recomenda-se que se observe o Quadro 9 a seguir, que apresenta o histórico
evolutivo de todas essas teorias:

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Ênfase Teorias da Administração Principais enfoques


Racionalização do trabalho
Tarefas Administração científica
Ciência da Administração
Organização formal
Clássica
Princípios gerais da Administração
Neoclássica Funções do administrador
Estrutura
Burocracia Organização formal burocrática
e Múltipla abordagem
Estruturalista Organizações formal e informal

Matemática e Análise intraorganizacional


Pessoas
tecnologia Análise extraorganizacional
Grupos sociais
Ambiente Relações humanas
Organização informal
Teoria das decisões
Tecnologia Comportamental
Estilos de Administração
Análise organizacional
Sistemas
Abordagem de sistema aberto
Análise ambiental (imperativo ambiental)
Contingência
Competitividade Administração da tecnologia
Caos e complexidade
Novas abordagens Aprendizagem organizacional
Capital intelectual
Quadro 9 – As principais teorias da Administração
Fonte: CHIAVENATO (2021, p. 18).

A enorme quantidade de teorias acerca da Administração demonstra que houve


um interessante processo evolutivo da Administração nos últimos séculos. Conforme
as organizações foram se aperfeiçoando e tornando-se cada vez mais complexas, é
notório que elas acabaram demandando novos achados teóricos para serem utilizados.

ANOTE ISSO
Os aspectos de cada uma das teorias estão temporalmente relacionados ao estágio
evolutivo da sociedade. Por isso, é necessário entender que conforme a sociedade
evolui, isso acaba influenciando também nas organizações e, automaticamente,
demanda novas teorias que possam se adequar a esse novo ambiente. Assim,
temos que se torna cada vez mais claro o motivo da Administração fazer parte da
área de Ciências Sociais aplicadas.

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Os estudos acerca da evolução da Teoria da Administração demandam muitas


análises sobre ela. Por isso, é fundamental que os profissionais gestores saibam que
tanto:

[...] o significado quanto o conteúdo da Administração sofreram uma


formidável ampliação e aprofundamento por meio das diferentes
teorias que abordaremos neste livro. O conteúdo do estudo da
Administração varia de acordo com a teoria ou escola considerada.
Cada autor em Administração tende a abordar as variáveis e assuntos
típicos da orientação teórica de sua escola ou teoria. Aliás, uma
das razões que nos levou a escrever este livro foi a necessidade de
abordarmos as várias teorias da Administração de maneira integrada,
seus respectivos temas, assuntos e conteúdo (CHIAVENATO, 2021,
p. 18).

Em termos de datas, é importante se atentar que as principais teorias, ao


menos aquelas responsáveis por verdadeiramente constituir a base das teorias
da Administração, se desenvolveram na primeira metade do século XX conforme
apresentado a seguir:
• 1903 – Teoria da administração científica
• 1909 – Teoria da burocracia
• 1916 – Teoria clássica
• 1932 – Teoria das relações humanas
• 1947 – Teoria estruturalista
• 1951 – Teoria dos sistemas
• 1953 – Abordagem sociotécnica
• 1954 – Teoria neoclássica
• 1957 – Teoria comportamental
• 1962 – Desenvolvimento organizacional
• 1970 – Teoria matemática
• 1972 – Teoria da contingência
• 1978 – Tecnologias emergentes
• 1990 – Novas abordagens
• 2000 – Caos e complexidade
• 2020 – Quarta Revolução Industrial

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As teorias da Administração continuam evoluindo conforme as organizações têm


necessidade de acompanhar o desenvolvimento, as novas tecnologias e, principalmente,
acompanhando o desenvolvimento das novas tecnologias. Em nossa próxima aula,
vamos tratar, em especial, das características da Administração científica que
proporcionou um grande salto para a gestão das organizações no início do século
passado.

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CAPÍTULO 5
A IMPORTÂNCIA DA
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

A Administração integra a área das Ciências Sociais aplicadas. Por isso, é importante
avaliar que ela acaba evoluindo à medida que a sociedade também evolui. Por isso,
é necessário entender que os processos realizados dentro da Administração visam
atender expectativas internas e externas das organizações. É importante avaliar, ainda,
que a Administração possui uma série de teorias que são fundamentais para que os
gestores possam se apoiar no momento da tomada de decisão, mas você sabe o
que é uma teoria?
Uma teoria em Administração pode ser encarada como um conjunto de “ideias
práticas que ajudam a entender e administrar organizações” (MAXIMIANO, 2004, p.
47). Sobre as teorias relacionadas à Administração, é importante avaliar os seguintes
aspectos principais:
• Relação com a história: as teorias de Administração possuem uma história
muito antiga. Praticamente, temos que elas nasceram e evoluíram à medida
que os primeiros gestores criaram as primeiras organizações. Assim, temos
que que conforme os problemas de gestão surgiam, os gestores encontravam
formas de resolver esses problemas, utilizando-se de técnicas como definição
de objetivos, planejamento de atividades, alocação de recursos e implantação
de controles diversos.
• Relação com a vida das pessoas: muitas das técnicas que permitiram o surgimento
das primeiras teorias de Administração estão relacionadas ao dia a dia das
pessoas, pois, à medida que os problemas surgiam dentro das organizações, se
tornou comum que as soluções fossem buscadas dentro da experiência pessoal
de cada um. Ainda é necessário avaliar que os problemas que as organizações
possuem são “problemas eternos, que as pessoas e as organizações sempre
enfrentarão, motivando continuamente o surgimento de ideias e técnicas para
administrar todos os tipos de empreendimento” (MAXIMIANO, 2004, p. 48).

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• Relação com o desenvolvimento: a sociedade evoluiu e continua evoluindo com


o passar dos anos. Portanto, é natural que as organizações também evoluam
conforme essas mudanças acontecem. O desenvolvimento da sociedade é
fato fácil de ser observado, assim como pode-se observar que as organizações
evoluem e a própria teoria de Administração acaba evoluindo junto.

A teoria da Administração acabou surgindo a partir da demanda de várias áreas e


situações da sociedade. Na Figura 13 apresentada a seguir estão descritas quais são
as principais ideias precursoras:

Figura 13 – Aspectos históricos importantes para a teoria da Administração


Fonte: MAXIMIANO (2004, p. 49).

Ao se estudar os fundamentos da Administração, é muito importante avaliar que


grandes obras e grandes mudanças que surgiram ao longo da história da sociedade
acabaram afetando no desenvolvimento e, principalmente, na consolidação das teorias

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de administração. Assim, é fácil supor que não existe uma única teoria que tenha
condições de abarcar todos os apontamentos relacionados a essa área. Por isso, em
relação às primeiras teorias da área da Administração, é possível dividi-las em três
escolas:
• Escola clássica;
• Escola comportamental;
• Escola do Pensamento Sistêmico.

Cada uma dessas escolas é construída a partir da observação de um grupo de


pesquisadores e gestores que se utilizam das suas experiências para definir uma
teoria que seja empregada no maior número de organizações possível. No Quadro
10 é possível observar quais são os principais postulados que são utilizados para
construir uma teoria de Administração:
Postulado Definição
Sistema de Uma organização é um sistema de comportamentos sociais interligados
comportamentos de numerosas pessoas, que chamaremos participantes da organização.
Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivos da
Grupo
organização em troca dos quais contribui para ela.
Cada participante continuará sua participação na organização enquanto os
Importância dos
incentivos que lhe são oferecidos forem tão grandes ou maiores do que as
incentivos
contribuições que dele forem solicitadas.
Administração dos As contribuições trazidas pelos diferentes grupos de participantes são a
incentivos fonte da qual a organização retira os incentivos a eles oferecidos.
A organização só continuará existindo enquanto as contribuições forem
Continuidade da
suficientes para proporcionar incentivos suficientemente grandes para
organização
motivar as contribuições.
Quadro 10 – Postulados da teoria da Administração
Fonte: Lacombe (2009, p. 23).

A primeira grande teoria da Administração integra a denominada escola clássica.


Denominada de Administração Científica, essa escola teve como um de seus principais
estudiosos o engenheiro Frederick Winslow Taylor, que tinha como principal motivação
aumentar a produção das indústrias, buscando atender cada vez mais clientes
interessados em seus produtos. Basicamente, temos que o grande objetivo de Taylor
era aumentar a eficiência do processo produtivo por meio da racionalização do trabalho
e evitar desperdício.

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Sobre a Administração Científica, é importante observar que cada autor trouxe inúmeras
contribuições sobre esse período. Por exemplo, Ribeiro (2016, p. 22) afirma que:

A Administração Científica é uma escola clássica de administração,


que já recebeu também outras denominações: clássica, americana
e tradicionalista. Inicialmente, Taylor chegou à conclusão de que a
administração das empresas precisava ser melhorada e que havia
muitas perdas com a ineficiência. Diante da situação industrial
colocada anteriormente, um grupo de engenheiros (sendo Taylor o
principal deles) que trabalhavam na área operacional da empresa (chão
de fábrica) desenvolveu trabalhos visando conhecer o funcionamento
das tarefas para, assim, elaborar um método de trabalho mais
eficiente. Taylor considerou que os problemas de falta de eficiência
e de baixa produtividade da empresa estavam ligados ao fato de
as pessoas não estarem satisfeitas no seu trabalho. Estudando o
ambiente industrial, chegou à conclusão de que essa insatisfação era
causada pela baixa remuneração recebida pelos funcionários, que a
consideravam injusta e não incentivava a produzir mais.

A participação de Taylor no desenvolvimento da Administração Científica é


extremamente relevante. Alguns especialistas chegam a apontá-lo como o pai da
teoria, o que lhe concede uma posição de extrema relevância entre todos os pensadores
da Administração. Entretanto, é necessário avaliar que muitos outros profissionais e
especialistas também tiveram uma grande contribuição no desenvolvimento dessa
teoria. No Quadro 11 estão apresentados os principais pensadores que contribuíram
no desenvolvimento da Administração Científica:
Idealizador Ano Contribuição
Frederick Taylor 1903 Criador e estudioso com atuação mais destacada nesta teoria.
Henry Gantt 1910 Criou o gráfico de Gantt (método gráfico de acompanhar fluxos de produção).
Junto com a esposa Lillian, desenvolveram estudos dos movimentos nos trabalhos e as situações
de fadiga; propuseram redução das horas de trabalho; interligaram Administração Científica e
Frank Gilbreth 1912
psicologia industrial.
Em 1947, analisaram a atuação dos supervisores das organizações.
Aperfeiçoou e padronizou as condições de trabalho e as técnicas administrativas existentes
Harrington
1912 na época.
Emerson
Considerou que as chefias devem auxiliar e orientar os trabalhos dos subordinados.
Hugo
1913 Consolidou a importância da psicologia industrial nos estudos de Administração nas organizações.
Münsterberg
Consolidou a linha de montagem móvel (o produto em processo de fabricação se desloca,
enquanto os operadores ficam parados) em 1910 e, em 1914, mecanizou o processo.
Henry Ford 1914
Implantou o dia de 8 horas de trabalho e duplicou os salários (para os operários também
comprarem seus carros).
Quadro 11 – Idealizadores e contribuições da Teoria da Administração Científica
Fonte: RIBEIRO (2016, p. 25).

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A teoria da Administração Científica trouxe todos os elementos científicos que


existiam na época para procurar racionalizar o processo produtivo. Assim, é importante
avaliar que inúmeros pesquisadores e cientistas de diversas áreas do conhecimento
foram incorporados às equipes de trabalho de Taylor para criar melhores maneiras
de realizar os trabalhos e os processos dentro das organizações. Sendo assim, é
importante avaliar que, além da necessidade de se aumentar a produção, outros motivos
levaram ao surgimento da Administração Científica. Dentre eles, temos:
• Aumento da complexidade organizacional: basicamente, esse motivo está
amparado em duas importantes realidades da época, tais como “crescimento muito
rápido da economia e, consequentemente, das organizações, e desorganização
administrativa das organizações como resultado do acontecimento anterior”
(OLIVEIRA, 2012, p. 23).
• Busca do maior rendimento possível proporcionado pelos recursos das
organizações: a realidade econômica apresentava a necessidade de se aumentar
cada vez mais a eficiência produtiva das organizações da época. Assim, toda e
qualquer teoria que pudesse proporcionar maior rendimento era extremamente
incentivada. As organizações, à medida que cresciam, apresentavam a
necessidade de aprimorar seus processos internos. Assim, era necessário avaliar
tarefas, tempos e métodos que eram aplicados nos processos organizacionais até
então, buscando revisá-los em busca de melhores resultados. Outra necessidade
em evidência e que permitiu o surgimento da Administração Científica foi a
necessidade de

[...] ajustar o sistema básico de pagamento da época, o qual se


relacionava ao dia trabalhado e às peças produzidas, sendo que essa
situação desmotivava os trabalhadores das organizações, pois estes
acreditavam que seus esforços só proporcionavam benefícios para
os proprietários das organizações e, portanto, não se esforçavam em
suas tarefas e o nível de produtividade era baixo” (OLIVEIRA, 2012,
p. 23).

A filosofia que deu origem ao surgimento da Administração Científica acabou se


baseando em quatro aspectos fundamentais conforme apresentado na Figura 14 a
seguir:

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Figura 14 – Bases da filosofia da Administração Científica


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

A preocupação com a redução de custos é um dos aspectos fundamentais para


a teoria da Administração Científica. Por isso, é necessário que se avalie que aqui se
permitiu a aplicação de vários conceitos da contabilidade de custos, que acabaria se
estruturando nos anos seguintes. O pagamento de melhores salários aos profissionais
também é algo que trouxe inúmeros resultados positivos para o processo produtivo.
Assim, os trabalhadores acabaram ganhando mais em suas funções, o que permitiu
maior empenho da parte deles. Segundo Ribeiro (2016, p. 23):

Por meio desse sistema, Taylor dava ao trabalhador a oportunidade


de trabalhar com a máxima eficiência, recebendo em troca um salário
superior àquele pago aos demais trabalhadores de sua categoria.
Para Taylor, conseguia-se, assim, maior produtividade e rendimento,
pois, na sua visão, tanto trabalhadores como empresa passavam
a ter seus interesses atendidos, melhor remuneração de um lado e
menor custo de produção do outro.

O estudo dos tempos e movimentos parte da Administração Científica, que acabou


se tornando símbolo da teoria. Tinha como significado cronometrar os “movimentos
dos trabalhadores, dividindo-os nas tarefas que os compunham, chamando-os de
unidades básicas de trabalho” (MAXIMIANO, 2004, p. 55). Esse estudo de tempos e

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movimentos fazia com que os trabalhadores realizassem o mínimo de esforço possível


para realizar o seu trabalho, permitindo que ele aumentasse seus resultados e se
tornasse mais eficiente.

ISTO ESTÁ NA REDE

O estudo de tempos e movimentos que foi conduzido por Taylor na época do


desenvolvimento da Administração Científica acabou sendo amplamente aplicado
em várias empresas, sendo que até os dias atuais existem empresas que realizam
esses estudos em busca de ganhar maior eficiência em seus processos produtivos.
Como forma de compreender um pouco mais sobre essa técnica fundamental
da Administração Científica, recomenda-se assistir ao vídeo intitulado “Estudo de
Tempos e Movimentos”, que está apresentado a seguir.
Acesse o link e aproveite: https://www.youtube.com/watch?v=Kj-efAWvrbU

A aplicação do estudo de tempos e movimentos serviu para que Taylor pudesse


obter três vantagens principais. São elas:

Vantagem Definição
Aumentar a produtividade no processo produtivo, visando uma
Aumento da produtividade situação benéfica de ganho para os proprietários, os supervisores, os
operários, bem como para os compradores dos produtos fabricados.
Aumentar a rotatividade do capital circulante da organização,
Rotatividade do capital propiciando pouca imobilização dele, bem como otimizada rapidez
no processo produtivo.
Aumentar a economicidade no processo produtivo, principalmente
pela redução do volume de transformação de matérias-primas e do
Economicidade
nível de retrabalho – refazer o que já foi feito – nas atividades das
organizações.
Quadro 12 – Vantagens da aplicação do estudo de tempos e movimentos
Fonte: OLIVEIRA (2012, p. 27).

A terceira base filosófica da Administração Científica afirma que os empregados


deveriam ser selecionados e capacitados para que pudessem ser mais adequados às
tarefas que iriam realizar. Para isso, seria necessário que a organização tivesse uma
estrutura básica. Assim, as funções seriam divididas conforme a Figura 15 apresentada
a seguir:

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Figura 15 – A estrutura básica da organização era formada por:


Fonte: RIBEIRO (2016, p. 24).

Na visão da Administração Científica de Taylor, temos que a parte da estrutura


denominada de estado-maior é composta pelo trabalho de planejamento da organização.
Aqui está um pequeno grupo de pessoas que é responsável por comandar todas
as demais partes. Por isso, suas duas funções principais são o planejamento e a
coordenação.
As funções relacionadas aos encarregados estão associadas ao processo de
preparação dos operários e de auxiliar na execução do trabalho. Basicamente, Taylor
descreveu o papel de oito encarregados conforme apresenta Ribeiro (2016):
• Encarregado das ordens de execução – acompanhava as encomendas,
o planejamento de execução e seu andamento, inclusive no que tangia a
abastecimentos, registros etc.
• Encarregado das instruções – tratava das minúcias da execução do trabalho
de acordo com o planejamento.
• Encarregado do tempo – registrava os tempos despendidos e chamava a atenção
dos executantes para o que excedia o planejado.
• Encarregado da disciplina – tratava da administração do pessoal: recrutamento,
seleção, comportamento, dispensa etc.
• Encarregado geral – providenciava a matéria-prima, utensílios etc.
• Encarregado de fabricação – controlava o andamento do trabalho.
• Encarregado de inspeção – fazia o controle da qualidade dos produtos.

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• Encarregado da conservação – cuidava da limpeza e manutenção das máquinas


e ferramentas.

Sobre os operários, Taylor apresenta que eles deveriam ter a oportunidade e as


condições para que tivessem o máximo de ganho possível. Assim, era esperado
que a empresa pudesse tratar esse profissional com a máxima justiça e respeito às
suas particularidades. As organizações deveriam buscar sempre proporcionar boas
condições de trabalho aos seus trabalhadores, pois, com estudos realizados na época,
quanto maior a qualidade no ambiente de trabalho, mais satisfeito o trabalhador estará
e isso impacta em sua eficiência.
A Administração Científica acabou determinando um sistema em que as organizações
pudessem implementar um sistema de reconhecimento de mérito, ou seja, que elas
pudessem reconhecer os trabalhadores com a maior eficiência. Na Figura 16 estão
apresentadas as bases para o reconhecimento do mérito dos trabalhadores segundo
a Administração Científica:

Figura 16 – Sistema de reconhecimento de mérito


Fonte: RIBEIRO (2016, p. 25).

O fordismo é o sistema de produção que surgiu nas fábricas de veículos da Ford.


Ele passou a implementar as inovações propostas por Taylor e mais algumas. Esse
sistema acabou refletindo a maior preocupação da indústria automobilística na época
em que a produção aumentava rapidamente.

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ANOTE ISSO

No sistema produtivo de Ford, temos que os operários viam os produtos passando


por esteiras, enquanto os primeiros estavam parados. Somente quando o produto
chegava perto dele é que o trabalho era realizado, sem que fosse necessário que se
deslocasse pela fábrica, ficando atrás do seu posto de trabalho. Isso aumentava a
capacidade produtiva dos trabalhadores.

Sobre a participação e importância de Henry Ford no desenvolvimento do processo


produtivo e da Administração Científica, temos que é importante refletir que ele trouxe:

[...] várias contribuições fundamentais nessa ocasião: a produção em


massa, a intercambialidade das peças e a linha de montagem, que é
um processo de produção em que os componentes do produto a ser
fabricado são transportados por meios mecânicos, em geral correias
transportadoras, aos locais em que ficam os operários incumbidos de
montar cada componente ou conjunto de componentes no produto
que está sendo produzido. A chave para a produção em massa não
residia como muitas pessoas acreditam − na linha de montagem
em movimento contínuo. Consistia, principalmente, na completa e
consistente intercambialidade das peças e na facilidade de ajustá-
las entre si. Essas foram as inovações na fabricação que tornaram
possível a linha de montagem. A intercambialidade era assegurada,
especificando-se a tolerância máxima admitida para a variação das
medidas das peças que tinham que ser ajustadas, isto é, cada parte
de uma peça que precisava se ajustar em outra teria que ser fabricada
com dimensões que variavam de um valor mínimo a um máximo
admissível. Foi esse sistema de determinação de tolerâncias para as
dimensões das peças que permitiu montar em grande escala peças
produzidas em fabricantes diferentes (LACOMBE, 2009, p. 106).

A produção do modelo Ford T por meio da linha de montagem móvel, somada


à grande demanda por seus veículos, fez a Ford Motor Company uma das maiores
indústrias da primeira metade do século XX. Sendo assim, é praticamente impossível
estudar sobre a Administração Científica e desconsiderar o papel de Henry Ford e da
sua indústria no desenvolvimento dessa teoria.

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Figura 17 – Henry Ford e um dos seus modelos de veículos


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/autom%c3%b3veis-henry-ford-vintage-velho-502135/

À medida que as indústrias se tornaram mais complexas e passaram a ter parte


da sua produção feita pelas máquinas, foi natural que parte dos seus operários não
conseguissem acompanhar a evolução do ritmo produtivo. Com isso, eles passaram a
ser substituídos pelas máquinas em busca de redução de custos e ganhos de eficiência.
Um terceiro nome ainda é constantemente lembrado quando se fala da Administração
Científica. Ao lado de Taylor e Ford, temos que o engenheiro francês Fayol também
ficou conhecido como um dos maiores contribuintes para a validação dessa teoria.
Em suma, Fayol acabou colaborando para a definição das seis funções básicas de
uma organização. Elas estão apresentadas no Quadro 13 mostrado a seguir:

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Função Operação
Essa função se resume em produção, fabricação, transformação. A função
técnica nem sempre é a mais importante. Mesmo nas empresas industriais, há
Técnica
circunstâncias em que qualquer uma das outras funções pode ter influência muito
maior no desenvolvimento da empresa do que a função técnica.
Essa função se resume em compras, vendas, permutas. A prosperidade de uma
empresa industrial depende tanto da função comercial quanto da função técnica;
Comercial
se o produto não se vende, a empresa não gera resultados. Saber comprar e
vender é tão importante quanto fabricar bem
Esta função se resume em procurar e gerenciar os recursos financeiros. Está
envolvida em todas as ações da empresa, uma vez que gerencia o capital necessário
para pagamento de salários, aquisição de equipamentos e matérias-primas,
Financeira pagamento de dividendos, realização de melhorias nos edifícios e constituição de
reservas. É indispensável ter habilidade na gestão dos fundos a fim de empregá-
los bem, evitando aplicações indevidas e maléficas para a saúde financeira da
organização.
Esta função se resume em proteção de bens e de pessoas. Sua missão é proteger
os bens e as pessoas contra roubo, incêndio e inundação, evitar greves e atentados
De segurança
e, em geral, todos os obstáculos de ordem social que possam comprometer o
progresso e mesmo a própria existência da empresa.
Esta função se resume em realizar inventários, balanços, preços de custo e
estatísticas. Constitui-se no departamento de organização e fiscalização do setor
De contabilidade
financeiro das empresas, revelando, a todo momento, a posição e o rumo do
negócio. Deve dar informações exatas sobre a situação econômica da empresa.
Esta função se resume em realizar a previsão, organização, direção, coordenação
e controle. Nenhuma das cinco funções precedentes tem o encargo de formular o
programa geral de ação da empresa, de constituir seu corpo social, de coordenar os
Administrativa esforços, de harmonizar os atos. Essas operações não fazem parte das atribuições
e caráter técnico nem tampouco das funções comercial, financeira, de segurança
ou de contabilidade. Elas constituem outra função, designada habitualmente sob o
nome de Administração, cujas atribuições e esfera de ação são muito mal definidas.
Quadro 13 – Funções de uma organização segundo Fayol
Fonte: RIBEIRO (2016, p. 47).

Fayol ainda foi responsável por definir inúmeros princípios que são fundamentais
nas operações de gestão nas organizações. Assim, é importante aprofundar ainda
mais os estudos acerca das suas contribuições.

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CAPÍTULO 6
OS PRINCÍPIOS DE
ADMINISTRAÇÃO DE FAYOL

Fayol é um dos nomes mais ouvidos e estudados da Administração Científica,


portanto, compreender sua forma de pensar essa teoria é, de fato, de grande importância
e relevância para todos os estudantes de gestão. Conforme os pensamentos de Fayol,
temos que a Administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos
que são abertos em uma sociedade. Consequentemente, é necessário que esses
empreendimentos possam fazer uso de uma teoria de Administração que esteja
alinhada aos objetivos.
Além disso, é importante avaliar que Fayol foi pioneiro em vários processos enquanto
esteve envolvido com os estudos acerca da Administração, tanto que, segundo
Maximiano (2012, p. 49):

Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que o governo (governança)


e a administração deveriam ser vistos como funções separadas das
demais funções da empresa. O maior impacto dessa ideia está em
identificar o trabalho estratégico dos administradores e separá-lo das
atividades operacionais da empresa. Apontando essa distinção, Fayol
tornou mais nítido o papel dos executivos – os administradores de
nível mais alto na hierarquia da organização. Com razão se diz que
Fayol analisou a empresa de cima para baixo; Taylor ocupou-se do
chão de fábrica. Fayol também incluiu no livro uma discussão sobre as
capacidades (competências) necessárias nos cargos administrativos.
Antecipando em mais de meio século um ponto de vista que seria
defendido por autores americanos, Fayol argumenta que a capacidade
administrativa e a capacidade técnica têm importância inversamente
proporcional conforme a posição na hierarquia. A capacidade técnica
é mais importante na parte inferior da hierarquia; a capacidade
administrativa é mais importante no topo.

O livro publicado por Fayol no qual apresentou parte de sua teoria acabou apresentando
dois aspectos fundamentais acerca da Administração:

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• Necessidade e possibilidade de um ensino administrativo: com o crescimento


das indústrias e o aumento da complexidade organizacional, é necessário que
cada vez mais administradores sejam formados, o que torna importante que a
Administração possa ser facilmente ensinada a todos.
• Princípios e elementos da Administração: a definição de funções do administrador
e de alguns princípios específicos é de fundamental importância para que a
Administração possa apresentar os resultados que toda a sociedade espera.

Os estudos de Fayol proporcionaram à Administração um dos seus principais


conceitos. Segundo ele, a Administração pode ser compreendida por meio das cincos
funções apresentadas na Figura 18 a seguir:

Figura 17 – Funções da administração segundo Fayol


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

De acordo com Fayol, dentre as funções, temos que o planejamento está relacionado
com a visão de futuro que uma organização possui. Geralmente, temos que uma
empresa não é aberta pensando em seu fechamento. Por isso, ela deve ser pensada
com sua atuação futura. É importante avaliar, ainda, que é função da Administração
projetar um futuro para a organização. Para isso, será necessário que ele visualize o
futuro esperado, possa traçar planos e programas de ação que levem ao alcance dele.

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A função de organização está relacionada com o duplo organismo material e social


que a empresa possui, ou seja, para que ela possa funcionar se faz necessário que
ela esteja estruturada e possa, com essa organização, realizar as funções pelas quais
foi concebida. É importante avaliar, ainda, que a organização em qualquer empresa é
função básica e que deve ser pensada como algo indispensável para seu funcionamento.
Sendo assim, é função do administrador buscar proporcionar a máxima organização
possível para que o negócio possa funcionar e atender às necessidades de seus
clientes, colaboradores e sócios.
A terceira função da organização segundo Fayol é a que se refere ao comando. Ela
possui relação direta com a atuação do administrador dentro da organização. Compete ao
administrador realizar todos os esforços necessários para que as pessoas sejam dirigidas
dentro da estrutura organizacional. Para isso, é importante que eles busquem, na figura
do administrador, a orientação necessária para atuarem dentro da organização.

ANOTE ISSO

Salienta-se, ainda, que para que o administrador possa comandar uma organização,
é de fundamental importância que ele tenha o poder para tal, ou seja, que
efetivamente as pessoas respeitem esse administrador e possam seguir o que ele
informa como certo no ambiente organizacional.

A função coordenação do administrador está relacionada com a função do comando.


Basicamente, temos que a coordenação está relacionada à operacionalização do
comando. Assim, temos que a coordenação possui relação direta com a atuação do
administrador para ligar, unir e harmonizar todos os atos, esforços coletivos dentro
do ambiente organizacional. Aqui é importante observar que o administrador deverá
buscar sanar qualquer tipo de dúvida dos seus comandados, em relação a qual
direcionamento deve ser seguido na gestão da empresa. Assim, esclarecer dúvidas
e direcionar esforços é uma das principais atividades do administrador em relação à
sua função de coordenação.
A última função do administrador apresentada por Fayol está relacionada ao controle,
pois temos que as organizações possuem recursos limitados, ou seja, elas nunca
dispõem de todos os colaboradores que desejam, de todos os recursos financeiros
ou de todas as máquinas e equipamentos. Por isso, é importante que o administrador
tenha o controle sobre todos esses recursos, para que possa tomar as melhores
decisões possíveis.

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Segundo Fayol, temos que deve haver uma espécie de proporcionalidade em relação
à função de administrar, pois:

[...] ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e


não é privativa da alta cúpula. A função administrativa não se
concentra exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio
dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre os níveis
hierárquicos. À medida que se desce na escala hierárquica, aumenta
a proporção das outras funções da empresa; e à medida que se sobe
na escala hierárquica, aumenta a extensão e o volume das funções
administrativas (CHIAVENATO, 2021, p. 82).

Ainda em suas obras e estudos, temos que Fayol ganhou enorme relevância na
Europa, onde seus projetos encontram grande campo de aplicação. Assim, é importante
avaliar que parte de seu reconhecimento se deveu também ao grande desenvolvimento
que as indústrias europeias estavam apresentando nas primeiras décadas do século XX.

Figura 18 – O desenvolvimento das indústrias proporcionou maior valor aos achados de Fayol
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/f%c3%a1brica-nostalgia-maquinaria-4477482/

A gestão das organizações poderia ser realizada segundo Fayol utilizando o conjunto
de 14 princípios que ele desenvolveu como forma de orientar a atuação dos profissionais
administradores. No Quadro 14 é possível conhecer quais são esses princípios e como
eles podem ser aplicados na gestão:

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Princípio Definição
Implica a especialização dos trabalhadores, permitindo que se tornem experientes e mais produtivos. A divisão do trabalho tem
Princípio da divisão do trabalho
como finalidade produzir mais e melhor com o mesmo esforço.
Autoridade, institucional e pessoal, acompanhada das responsabilidades correspondentes. A responsabilidade é a contrapartida da
Princípio da autoridade autoridade. Entretanto, a responsabilidade, em geral, é evitada, enquanto a autoridade é desejada. O medo das responsabilidades
paralisa muitas iniciativas e anula muitas qualidades. Um bom chefe deve ter e disseminar a coragem de assumir responsabilidades.
Disciplina essencialmente, obediência, assiduidade, atividade, postura, sinais exteriores de respeito conforme os acordos
Princípio da disciplina estabelecidos entre a empresa e seus agentes. Quando a indisciplina se manifesta ou quando o entendimento entre chefes e
subordinados deixa a desejar, na maior parte dos casos o problema resulta da incapacidade dos chefes.
Cada empregado não deve ter senão um chefe e não deve existir dualidade de comando. Em todas as associações humanas,
Princípio da unidade de comando
na indústria, no comércio, no exército, na família, no Estado, a dualidade de comando é fonte perpétua de conflitos.
Apenas um chefe e apenas um programa para um conjunto de operações que tenham a mesma finalidade. É a condição
Princípio da unidade de direção
necessária para a unidade de ação, a coordenação das forças, a convergência dos esforços.
Subordinação do interesse individual ao interesse geral, conciliando os interesses contraditórios quando necessário. É uma das
grandes dificuldades do governo (da empresa). Os meios para realizar esse objetivo são: firmeza e bons exemplos mostrados pelos
Princípio da subordinação
superiores, maior equidade possível nos acordos entre a empresa e seus empregados, supervisão constante do funcionamento
da empresa pelo dirigente.
Remuneração equitativa do esforço. Todas as formas de remuneração que podem melhorar o valor e as condições do pessoal,
Princípio da remuneração estimular o zelo dos agentes de todos os níveis, devem ser objeto de contínua atenção por parte dos chefes. Este é um dos
equitativa princípios que Fayol mais desenvolve. Ele analisa diferentes possibilidades de remuneração – seis no total, inclusive participação
nos lucros e prêmios de acordo com o desempenho. São formas de remuneração que hoje continuam avançadas.
Grau de centralização e descentralização – escolha feita em função das condições de atividade e de qualidade do pessoal.
Princípio da centralização e Encontrar à medida que proporciona o melhor rendimento possível é o problema da centralização e da descentralização. Tudo
descentralização que aumenta a importância do papel dos subordinados é descentralização; tudo que diminui a importância desse papel é
centralização.
O princípio da administração hierárquica. Este caminho é imposto simultaneamente pela necessidade de garantir a transmissão
de informações e pela unidade de comando. Mas, nem sempre é o mais rápido. É um erro afastar-se da via hierárquica sem
Princípio da cadeira hierárquica necessidade; é erro bem maior segui-la quando provoca danos para a empresa. Para evitar problemas com a hierarquia, Fayol
sugere a “ponte”, ou seja, um canal de comunicação diagonal, possibilitando a uma pessoa comunicar-se com outra quando
necessário.
Simultaneamente material e social. É conhecida a fórmula da ordem material: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu
lugar. A fórmula da ordem social é idêntica: um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar. Segundo Fayol, a ordem
material deve ter como resultado evitar as perdas de materiais e de tempo. Os materiais devem estar em seu lugar, e o lugar
Princípio da ordem
deve ser escolhido de forma a facilitar a utilização dos materiais. Parecem os princípios do Sistema Toyota de Produção, que
você verá nas próximas aulas. A ordem social, para Fayol, está relacionada com a pessoa certa no lugar certo. A ordem social
pressupõe que duas operações administrativas difíceis tenham sido resolvidas: organização e recrutamento.
Princípio da equidade no
O chefe da empresa deve se esforçar para fazer penetrar o sentimento de equidade em todos os níveis da hierarquia.
tratamento dos empregados
Princípio da estabilidade de Em geral, o pessoal dirigente das empresas prósperas é estável; os que trabalham nas empresas deficitárias (infelizes, nas
pessoal palavras de Fayol) são instáveis.
Conceber um plano e assegurar seu sucesso é uma das grandes satisfações do homem inteligente; é, também, um dos mais
Princípio da iniciativa poderosos estimulantes da atividade humana. A iniciativa de todos, juntando-se à do chefe e, se necessário, suplementando-a, é
grande força para as empresas. É preciso que o chefe saiba sacrificar o amor próprio para dar tais satisfações a seus subordinados.
Que é essencial para a direção reforçar a moral da mão de obra. É preciso talento real para coordenar os esforços, estimular o
zelo, utilizar as faculdades de todos e recompensar o mérito de cada um sem despertar ciúmes e sem perturbar a harmonia das
relações. Neste ponto, Fayol aborda a má interpretação do lema “dividir para reinar” e o abuso das comunicações escritas, como
Princípio do espírito de equipe
perigos a evitar. Dividir seu próprio pessoal é falta grave que o chefe pode cometer, resultante de incapacidade administrativa.
Quanto às comunicações escritas, devem ser evitadas quando se quer rapidez; devem ser preferidas quando se quer precisão
e evitar mal-entendidos.
Quadro 14 – Os princípios de Administração segundo Fayol
Fonte: MAXIMIANO (2021, p. 53).

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Os princípios apresentados por Fayol servem como norte para que os administradores
possam lidar com as maiores dificuldades no universo empresarial. Assim, é de grande
importância que esses princípios possam ser utilizados para uma tomada de decisão
mais assertiva dentro das organizações. O uso da teoria de Fayol ainda hoje é válido
em várias organizações. Por isso, é necessário reconhecer sua importância.

ISTO ESTÁ NA REDE

O estudo sobre as funções do administrador ainda hoje é de grande relevância


na compreensão desse papel no universo empresarial. Em um mundo cada vez
mais dinâmico, em que os desafios são imensos, temos que aprender um pouco
mais sobre o que as organizações esperam desse profissional, que é de grande
importância. Como forma de compreender um pouco mais sobre o papel do
administrador, recomendamos que você assista ao vídeo intitulado “5 funções
do administrador segundo Fayol”, que está neste link: https://www.youtube.com/
watch?v=EKO9AFAYPxk

Os estudos de Fayol, até os dias atuais, se apresentam como algo de grande


relevância para organizações e administradores. Assim, é muito importante e relevante
tomar conhecimento de toda a sua obra, bem como avaliar como ainda hoje ela pode
ser aplicada nos processos de gestão das empresas.

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CAPÍTULO 7
ESCOLA DAS RELAÇÕES
HUMANAS E SUAS
CARACTERÍSTICAS
As pessoas, sem dúvida alguma, são fundamentais para o sucesso das organizações.
Portanto, é necessário supor que uma teoria em Administração surgisse e levasse em
consideração o chamado enfoque comportamental e sua influência nos resultados
organizacionais. Se por meio da Administração Científica foram conduzidos estudos
com vistas a melhorar o desempenho de processos e os resultados organizacionais,
na escolha das relações humanas os trabalhadores passaram a ser considerados
como parte indispensável para que uma organização alcançasse todos os resultados
dentro das empresas.
O enfoque comportamental que originou a teoria das relações humanas, ou escola
das relações humanas, como preferem alguns autores da Administração, está baseado
nos dois pilares seguintes:
• Estudo das pessoas como indivíduos: aqui são avaliados aspectos importantes
como as competências, os conhecimentos, as habilidades e atitudes que tornam
os trabalhadores indispensáveis para o sucesso de qualquer organização.
Ressalta-se ainda que o estudo das pessoas como indivíduos também realiza
estudos sobre os traços de personalidade das pessoas que podem afetar seu
trabalho (MAXIMIANO, 2004);
• Estudo das pessoas como membros de grupos: aqui são avaliados aspectos
importantes acerca de como a organização necessitará lidar com os diferentes
grupos que compõem uma organização. Por exemplo, aqui se destacam os
estudos sobre motivação, liderança, dinâmicas de grupo, comunicação e a
influência da cultura (MAXIMIANO, 2004).

As pessoas são diferentes e carregam inúmeras particularidades suas para quando estão
dentro do ambiente organizacional. Assim, é natural supor que quando uma empresa busca
entender como seus resultados são formados, temos que elas acabam visualizando o papel
das pessoas como fundamental para o alcance desse resultado. Assim, necessitamos

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avaliar, também, que as organizações buscam entender as pessoas muito mais do que
apenas “peças” na complexa engrenagem organizacional; elas passam a compreender
que as pessoas dentro das empresas são a parte principal da evolução empresarial.

ANOTE ISSO

Os estudos sobre a importância das pessoas dentro das organizações tiveram


como início a experiência de Hawthorne, que foi conduzida por especialistas da
universidade norte-americana de Harvard. Por meio dessa experiência, que foi
conduzida em uma fábrica da Western Electric, foram utilizadas várias mudanças
no ambiente de trabalho, dentre elas alteração na iluminação, para averiguar
como as pessoas reagiam e se tinham seu desempenho afetado por elas. Após
várias alterações nas condições ambientais e a constatação de que a produção
apresentou aumento considerável, tornou-se necessária a contratação de novos
especialistas para interpretar os dados da experiência.

O australiano Elton Mayo, que estava radicado nos Estados Unidos, acabou sendo
chamado para interpretar os resultados da experiência de Hawthorne. Assim, ele, juntamente
com sua equipe, acabou produzindo um rico material acerca da importância das pessoas
no universo empresarial. O conjunto de estudos apresentados por Mayo proporcionou a
base da escola de relações humanas conforme apresentado na Figura 19 a seguir:

Figura 19 – Bases da escola de relações humanas segundo Elton Mayo


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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Os estudos conduzidos ao longo da escola de relações humanas permitiram o


desenvolvimento de uma nova concepção sobre a natureza do homem. Assim, surgiu
o homem social, que tinha como características:
Característica Definição
Os trabalhadores são criaturas O homem social é dotado de sentimentos, desejos e temores. O
sociais complexas comportamento no trabalho – como o comportamento em qualquer
lugar – é uma consequência de muitos fatores motivacionais.
As pessoas são motivadas por Alcançam suas satisfações por meio dos grupos sociais com
necessidades humanas quem interagem. Dificuldades em participar e se relacionar com
o grupo provocam elevação da rotatividade de pessoal (turnover),
abaixamento do moral, fadiga psicológica, redução do nível de
desempenho etc.
O comportamento dos grupos O supervisor eficaz é aquele que possui habilidade para influenciar
sociais é influenciado pelo estilo seus subordinados, obtendo lealdade, padrões elevados de
de supervisão e liderança desempenho e alto compromisso com os objetivos da organização.
As normas sociais do grupo Os níveis de produção são controlados informalmente pelas normas
funcionam como mecanismos do grupo. Esse controle social adota tanto sanções positivas
reguladores do comportamento (estímulos, aceitação social etc.) quanto negativas (gozações,
dos membros esfriamento por parte do grupo, sanções simbólicas etc.).
Quadro 15 – Características constitutivas do homem social
Fonte: CHIAVENATO (2021, p. 124).

A escola das relações humanas ainda revelou que a alta administração das
organizações deve buscar criar um movimento em busca de aumentar a motivação
dos seus colaboradores. Por isso, é muito importante que eles se sintam motivados para
que possam apresentar bons resultados no universo empresarial. Sobre a motivação,
é importante avaliar que ela é:

[...] é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de


comportamento visando à satisfação de uma ou mais necessidades.
Daí o conceito de ciclo motivacional: o organismo humano permanece
em estado de equilíbrio psicológico (equilíbrio de forças psicológicas,
segundo Lewin) até que um estímulo o rompa e crie uma necessidade.
Essa necessidade provoca um estado de tensão em substituição ao
estado de equilíbrio anterior. A tensão conduz a um comportamento
ou ação para chegar a alguma forma de satisfação da necessidade.
Se a necessidade é satisfeita, o organismo retorna ao seu estado de
equilíbrio inicial, até que outro estímulo sobrevenha. Toda satisfação
é basicamente uma liberação de tensão ou descarga tensional que
permite o retorno ao equilíbrio anterior (CHIAVENATO, 2021, p. 127).

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As organizações devem compreender que a motivação pode ser dividida em três


estágios distintos. Por isso, é importante avaliar que como cada um desses estágios
podem influenciar os resultados de todos os seus colaboradores. Na Figura 21 estão
apresentados os três estágios da motivação:

Figura 20 – Os três estágios da motivação


Fonte: elaborado pelo autor (2022)

As necessidades fisiológicas são as mais básicas de qualquer pessoa. Elas também


são consideradas as necessidades primárias ou vitais. Sem o atendimento dessas
necessidades, não há como o indivíduo sobreviver. Esse tipo de necessidade exige
que os indivíduos sejam satisfeitos de maneira periódica e cíclica, ou seja, eles têm
de ter uma fonte constante para satisfazer suas necessidades de alimentação, sono,
atividade física, abrigo e proteção. Segundo Chiavenato (2021, p. 126), “a Experiência
de Hawthorne revelou que a Western Electric desenvolvia uma política com relação ao
seu pessoal que atendia às necessidades básicas dos empregados, uma vez satisfeitas
essas necessidades, elas passaram a não mais influenciar o comportamento deles”.
Somente após as pessoas terem atendidas suas necessidades fisiológicas é que elas
deverão procurar o atendimento de outros tipos de necessidades.
As necessidades psicológicas são também chamadas de necessidades secundárias.
São desenvolvidas ao longo da vida das pessoas e possuem um padrão mais elevado de

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complexidade do que as necessidades fisiológicas. Geralmente, temos que é muito difícil


que uma pessoa tenha atendidas todas as suas necessidades psicológicas. Por isso,
é necessário que ela aprenda a lidar com as frustrações e limitações desse processo.
Esse tipo de necessidade também não pode ser encarado como uma única coisa, é
necessário que as necessidades psicológicas sejam divididas conforme apresentado
no Quadro 16 a seguir:
Tipo de necessidade Definição
Necessidade de É a necessidade que leva o indivíduo à autodefesa, à procura de proteção
segurança íntima contra o perigo, a ameaça ou a privação. A necessidade de segurança íntima
conduz a uma busca incessante de ajustamento e tranquilidade pessoal em
direção a uma situação segura para o indivíduo.
Necessidade de É a necessidade de fazer parte, de ter contato humano, de participar
participação conjuntamente com outras pessoas de alguma coisa ou empreendimento. A
aprovação social, o reconhecimento do grupo, a necessidade de calor humano,
de fazer parte de um grupo, de dar e receber amizade são necessidades que
levam o homem a viver em grupo e socializar-se. Dentro do grupo social
existe a simpatia (que leva à coesão social) e a antipatia (que leva à dispersão
social), dependendo da maneira como essa necessidade é satisfeita ou não
nos diversos indivíduos.
Necessidade de É a necessidade decorrente da autoavaliação e da autoapreciação de cada
autoconfiança indivíduo. Refere-se à maneira pela qual cada pessoa se vê e se avalia, ao
autorrespeito e à consideração que tem para consigo mesmo.
Quadro 16 – Tipos de necessidades psicológicas
Fonte: CHIAVENATO (2021, p. 127).

A necessidade de autorrealização é conhecida por ser o nível mais elevado em


termos de necessidades humanas. Ressalta-se também que ela possui relação direta
com a educação e a cultura que a pessoa possui. Esse tipo de necessidade é, segundo
Chiavenato (2021, p. 127), “raramente satisfeita em sua plenitude, pois o homem vai
procurando maiores satisfações e estabelecendo metas crescentemente sofisticadas,
a necessidade de autorrealização é o corolário de todas as necessidades humanas”.
A necessidade psicológica pode ainda ser considerada como o impulso de realizar o
próprio potencial e de se autodesenvolver de forma contínua.
As organizações devem buscar atender ao conjunto de necessidades que são
apresentadas pelas pessoas. Apesar de ser uma tarefa difícil e quase impossível, sabe-se
que quando uma organização possui um ambiente e um clima organizacional no qual as
pessoas enxergam a visualização do atendimento de suas necessidades, elas se encontram
mais propícias a oferecer um bom desempenho em suas atividades profissionais.

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ISTO ESTÁ NA REDE

O estudo sobre a motivação é de grande importância para todas as organizações.


Apesar desse tipo de estudo ter iniciado no começo do século passado, o tema
ainda não foi esgotado. Até os dias atuais, temos que as empresas estão buscando
entender o impacto da motivação em seu local de trabalho e de como melhorar
o seu clima organizacional. Como forma de compreender um pouco mais sobre
o papel da motivação nos dias atuais, recomendamos que você assista ao vídeo
intitulado “Como Criar a Melhor Empresa para Trabalhar”, com Cauê de Oliveira, no
TEDxSaoPauloSalon, que pode ser acessado neste link: https://www.youtube.com/
watch?v=rh4pOWqgdQU

O estudo sobre o comportamento humano dentro das organizações apresentou,


ainda, um enorme desafio para a área de pesquisa da Administração, pois muitos
dos aspectos que envolvem as pessoas necessitam ser compreendidos por outras
áreas do conhecimento. Assim, tornou-se cada vez mais comum que a Administração,
juntamente com outras áreas do conhecimento, realizasse estudos acerca da condição
humana com vistas a entender melhor o papel e o comportamento das pessoas no
ambiente organizacional (MAXIMIANO, 2010).
Dentre as áreas do conhecimento que passaram a realizar pesquisas e estudos no
ambiente organizacional, temos:
• Psicologia: conduzindo estudos sobre aprendizagem, personalidade, liderança,
motivação, processo de tomar decisões, seleção de pessoal e estresse e qualidade
de vida.
• Sociologia: conduzindo estudos sobre dinâmica de grupo, teoria das organizações,
poder, conflito e comportamento dos grandes grupos no universo empresarial.
• Psicologia social: conduzindo estudos de dinâmica de grupo, liderança, processo
e decisão em pequenos grupos e mudanças de atitudes.
• Antropologia: conduzindo estudos sobre cultura organizacional e ambiente
organizacional.
• Ciência política: conduzindo estudos sobre conflito, política e relações de poderes
dentro das empresas.

O ambiente das empresas está em constante mudança. Assim, é importante avaliar


que o papel das pessoas dentro das organizações também tem se modificado e trazido
inúmeras reflexões a todos os gestores e estudiosos da Administração. Assim, é

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importante avaliar que estudos como os conduzidos na escola de relações humanas


foram e ainda serão fundamentais para melhorar o entendimento do papel das pessoas
dentro das empresas. Portanto, quando se estuda qualquer curso na área da gestão
é fundamental que se complemente esse estudo com conceitos de outras áreas do
conhecimento, como Psicologia, Sociologia, Antropologia e quaisquer outras ciências
que permitam entender o papel das pessoas no ambiente empresarial na atualidade.

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CAPÍTULO 8
PRINCIPAIS ESTUDOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÓS-TAYLOR

Os estudos da Administração não focaram apenas na Administração Científica e


na escola de relações humanas. Percebe-se que, ao longo da evolução do papel das
organizações na sociedade, esses estudos passaram a se desenvolver muito com
outros enfoques e outras abordagens. Dentre essas abordagens, é importante avaliar
que o pensamento sistêmico acabou ganhando enorme relevância por sua grande
abrangência e aplicabilidade nas organizações. Sobre o pensamento sistêmico, temos
que Maximiano (2010, p. 66) apresenta:

[...] depois de estudar os clássicos, os organizadores e os humanistas


do enfoque comportamental, você vai conhecer uma teoria que é
fundamental na moderna administração: o pensamento ou enfoque
sistêmico. Todas as teorias modernas são sistêmicas, já que procuram
integrar diferentes enfoques ao mesmo tempo. O pensamento
sistêmico é a ferramenta do administrador moderno para lidar com
situações complexas.

A teoria do sistema apresenta que um sistema deve ser considerado como um todo
complexo ou organizado. Nesse todo, temos que o conjunto de partes ou elementos
acaba formando um todo unitário. Assim, temos que partes distintas acabam interagindo
para que o todo possa apresentar as soluções esperadas. O estudo do pensamento
sistêmico apresenta que “qualquer sistema pode ser representado como conjunto
de elementos ou componentes interdependentes, que se organizam em três partes:
entradas, processo e saída, a representação concreta que mais facilmente ilustra um
sistema é a fábrica (ou qualquer sistema de produção)” (MAXIMIANO, 2010, p. 66).
No Quadro 17, apresentado a seguir, é possível observar como o pensamento
sistêmico entende as partes de um sistema:

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Parte da estrutura Definição


Entrada As entradas ou insumos (inputs) compreendem os elementos ou recursos físicos e
abstratos de que o sistema é feito, incluindo todas as influências e recursos recebidos
do meio ambiente. Por exemplo, um sistema de produção de veículos compreende os
seguintes componentes, entre outros:
• Projeto do produto;
• Fornecimento de peças intercambiáveis;
• Máquinas e equipamentos;
• Trabalhadores especializados;
• Procedimentos padronizados de montagem;
• Instalações de montagem.
Um sistema de transporte compreende os seguintes elementos:
• Veículos;
• Rodovias;
• Sinalização;
• Postos de combustíveis e serviços;
• Fiscalização e licenciamento de veículos etc.
Cada um desses sistemas, por sua vez, é formado por outros sistemas ou partes. Você
pode tentar descrever um sistema qualquer, identificando seus elementos. Tente fazer
isso, por exemplo, com sua classe.
Processo Todo sistema é dinâmico e tem processos que interligam os componentes e transformam
os elementos de entrada em resultados. Cada tipo de sistema tem um processo
ou dinâmica próprios. Todas as organizações usam pessoas, dinheiro, materiais e
informação, mas um banco é diferente de um exército, sendo que dois desses elementos
são utilizados em uma escola e três deles em um hospital por causa das diferenças
nos processos internos e nos resultados de cada um. São diferentes a tecnologia, as
normas e regulamentos, a cultura e os produtos e serviços que cada um produz. O que
define a natureza do sistema é o processo, a natureza das relações entre as partes, e não
apenas as partes, que são muito similares em todos os sistemas. Um sistema conceitual
trabalha exclusivamente com a matéria-prima do intelecto. Entram informações, que
são processadas para produzir novas informações. Os sistemas conceituais são formas
de raciocinar.
Saída As saídas (outputs) são os resultados do sistema, os objetivos que o sistema pretende
atingir ou efetivamente atinge. Para uma empresa, considerada como sistema, as
saídas compreendem os produtos e serviços para os clientes ou usuários, os salários
e impostos que paga, o lucro de seus acionistas, o aumento das qualificações de sua
mão de obra e outros efeitos de sua ação, como a poluição que provoca ou o nível
de renda na cidade em que se localiza. O sistema empresa é formado por inúmeros
sistemas menores, como o sistema de produção e o sistema administrativo, cada um
dos quais tendo suas saídas específicas.
Quadro 17 – Partes da estrutura de um sistema
Fonte: MAXIMIANO (2010, p. 69).

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Uma boa avaliação de qualquer tipo de sistema demanda o que os estudiosos


compreendem como feedback. Assim, temos que o administrador poderá analisar a
eficiência do seu sistema, podendo, também, realizar ajustes que tornarão o sistema
mais eficiente. Salienta-se ainda que o feedback tem como função principal oferecer
o controle, que é tão importante e necessário para todas as atividades realizadas na
gestão.

ANOTE ISSO

A implantação do feedback dentro de qualquer sistema pode ser algo planejado.


Por isso, é importante avaliar essa atividade como algo de grande importância e
relevância para o correto funcionamento do sistema. O administrador sempre terá a
necessidade de controlar todos os recursos da organização. Portanto, é natural que
ele implemente o feedback em todos os seus sistemas como forma de garantir a
melhoria dos resultados obtidos.

A qualidade também contempla parte dos estudos das teorias da Administração.


Inclusive, é necessário avaliar que esses estudos evoluíram muito ao longo dos anos,
sendo responsáveis por uma grande evolução em todos os aspectos empresariais.
Primeiramente, é importante definir que a qualidade é um conceito que pode ser
compreendido de formas diferentes pelas pessoas. Assim, é necessário avaliar que:

A palavra “qualidade” indica uma das principais medidas do


desempenho das organizações e faz parte do dia a dia do vocabulário
dos administradores. Assim como não há administração sem
objetivos, não há organização que trabalhe sem alguma definição
de qualidade, implícita ou explícita. Mas, há muitos significados para
a palavra “qualidade”. (MAXIMIANO, 2010, p. 76).

A qualidade surgiu dentro das discussões das organizações como uma necessidade
que a própria sociedade tinha em relação aos produtos que eram ofertados pelas
empresas. Se em um primeiro momento a necessidade de um consumo cada vez maior
fez surgir a Administração Científica, agora temos que a sociedade passou a cobrar
das empresas produtos que oferecessem aspectos distintos da qualidade. Na Figura
21 é possível avaliar como a qualidade pode ser compreendida sob diversas óticas:

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Figura 21 – Definições importantes acerca da qualidade


Fonte: MAXIMIANO (2010, p. 76).

A implantação de um programa de qualidade dentro das organizações permitiu


que as empresas pudessem apresentar uma drástica redução de seus custos, pois
quando se apresenta uma maior qualidade nos processos produtivos, são possíveis
recursos e custos com falhas e erros que acontecem dentro das empresas. Sobre
custos da qualidade, serão abordados mais aspectos nas próximas aulas

ISTO ESTÁ NA REDE

As montadoras de veículos sempre foram um ótimo campo de estudo para as


teorias da Administração. Assim, é importante avaliar como elas contribuíram,
também, para o desenvolvimento das pesquisas e estudos acerca da qualidade.
Em relação a isso, temos que a Toyota, montadora japonesa, sempre foi tratada
e avaliada pelos estudiosos da Administração como um ótimo case de busca
pela qualidade máxima em seu processo produtivo. Como forma de compreender
um pouco mais sobre o papel da Toyota no aperfeiçoamento do processo
produtivo, recomendamos que você assista ao vídeo intitulado “Conheça o TPS
| Sistema Toyota de Produção”, que está neste link: https://www.youtube.com/
watch?v=61XeVq-1xbY

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Os estudos acerca de novas teorias e aplicabilidades da Administração ainda se


aprofundaram em outros campos. Assim, é importante avaliar que novas temáticas
passaram a ser incorporadas e tratadas para se entender o universo das organizações
em todo o mundo. Dentre os pontos principais, é importante avaliar os seguintes:
• Qualidade de vida no trabalho: visão sistêmica do ser humano em seu ambiente
de trabalho, união da Psicologia e Biologia, buscando proporcionar maior
entendimento sobre o papel do trabalhador em seu ambiente de trabalho e
carreira profissional.

Figura 22 – Qualidade de vida no trabalho é tema de grande importância para as organizações


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/o-neg%c3%b3cio-homem-de-negocios-macho-2879470/

Administração de projetos: na aplicação dos princípios de gestão às atividades


temporárias (projeto é temporário), muitas organizações começaram a dividir suas
principais atividades em projetos. Com isso, surgiu uma nova forma de administrar e
controlar dentro das empresas.
• Aprendizagem organizacional: as pessoas mudam, as organizações mudam e
a sociedade também muda. Assim, é importante sempre estar preparado para
o processo de aquisição de competências.
• Administração empreendedora: a abertura de novas organizações para sanar
necessidades latentes da sociedade é algo que se faz presente nos mais diversos

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países. Dessa forma, a teoria da Administração precisa aprender a lidar com


todas as dificuldades e complexidades que o processo de criação de novos
negócios apresenta.
• Administração virtual: novas tecnologias surgem a cada dia. Assim, tornou-se
necessário que, à medida que o uso da tecnologia pelas organizações aumenta,
as teorias de Administração possam incorporar essas novas tecnologias aos
seus estudos e à compreensão de como uma organização deve ser administrada.
• Administração do conhecimento: o conhecimento tem se tornado cada vez mais
importante na estratégia de qualquer organização. Assim, é necessário que os
administradores possam aplicar técnicas de mapeamento, desenvolvimento e
aproveitamento das competências organizacionais que existem nos ambientes
interno e externo das organizações.

Figura 23 – Organizar o conhecimento dentro das empresas é fundamental


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/marca-marcador-m%c3%a3o-escrever-516278/

O campo teórico da Administração encontra-se em franco desenvolvimento. Assim,


é natural que novas teorias surjam à medida que as organizações e administradores
interagem. Portanto, é necessário que todos os estudantes da Administração possam
estar atentos às inovações que surgem e, principalmente, que se saiba como essas
inovações impactam o dia a dia das organizações.

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CAPÍTULO 9
ESCOLA DA QUALIDADE E
SUAS ESPECIFICIDADES

A escola da qualidade na Administração se desenvolveu de maneira paralela aos


estudos de Taylor e Fayol. Portanto, muitos dos conhecimentos desenvolvidos nesse
período acabaram sendo utilizados, também, pelas teorias que tratavam da qualidade
no ambiente empresarial. Ressalta-se ainda que a qualidade é, ainda hoje, tema de
discussões entre empresários e gestores, principalmente, pois os clientes estão cada
vez mais demandantes de produtos e serviços com alta qualidade. Assim, é importante
que se busque compreender como a qualidade pode ser entendida até os dias atuais.
Em termos de avaliação da evolução da teoria da qualidade, recomenda-se analisar
as seguintes datas nas quais a teoria se desenvolveu e quais eram os elementos que
norteavam seus estudos:
• 1920 – Linha de montagem móvel e controle estatístico da qualidade do processo
produtivo.
• 1940 – Segunda Guerra Mundial, que cobrou maior qualidade na produção de
armas, munições e produtos que eram utilizados pelas tropas;
• 1950 – O controle de qualidade chega ao Japão, que estava sendo reconstruído
após a Segunda Guerra;
• 1960 – Implantação dos programas de qualidade total gerenciados por
Feigenbaum e Ishikawa;
• 1980 – Normas ISO, garantia da qualidade;
• Século XXI – A estratégia é incorporada pelos administradores como uma técnica
de negócio.

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A evolução da escola da qualidade, portanto, é algo contínuo e que precisa ser


encarado pelas empresas e administradores como de extrema importância para as
empresas na atualidade. Após a produção em massa, ou seja, a produção de grandes
quantidades de produtos ter se tornado comum, os gestores se voltaram para melhorar
os resultados de suas operações.

ANOTE ISSO

A busca por um maior controle dos custos organizacionais também se apresentou


como uma importante demanda operacional das empresas. Assim, tornou-se
necessário que elas buscassem avaliar formas de aliar as necessidades das
empresas em termos de qualidade e de controle de custos.

Em termos de custos, é importante avaliar que os seguintes conceitos surgiram


por meio das teorias conduzidas ao longo dos estudos sobre qualidade:
• Custos da qualidade: este tipo de custo se divide entre prevenção e avaliação,
sendo que a prevenção pode ser compreendida como os custos de se evitar a
ocorrência de erros e defeitos. Já em relação à avaliação, temos que eles podem
ser entendidos como os custos de aferição da qualidade de um determinado
sistema de produção.
• Custos da não qualidade: este tipo de custo se divide entre custos internos
dos defeitos e externos dos defeitos. Em relação aos custos internos, temos
que eles estão relacionados à identificação de custos antes de os produtos e
serviços serem ofertados aos clientes. Já sobre os custos externos, temos que
eles estão relacionados aos custos dos defeitos identificados após o produto
chegar aos clientes.
Os administradores, ao fazerem a implantação de um programa de qualidade em
suas organizações, devem buscar reconhecer quais são os processos que devem ser
implementados para minimizar os custos com erros e falhas. Por isso, é importante
avaliar os seguintes processos recomendados para cada um dos tipos de custos:

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Tipos de custo Atividades recomendadas do administrador


Custo da qualidade: Planejamento do processo de controle de qualidade;
prevenção Treinamento para a qualidade;
Desenvolvimento de fornecedores;
Desenvolvimento de produtos com qualidade;
Desenvolvimento do sistema de produção;
Manutenção preventiva;
Implantação e manutenção de outros componentes do sistema de
qualidade.
Custo de qualidade: Mensuração e teste de matérias-primas e insumos da produção;
avaliação Aquisição de equipamentos especiais para avaliação de produtos;
Realização de atividades de controle dos processos;
Inspeção;
Elaboração de relatórios.
Custo da não qualidade: Matérias-primas e produtos refugados;
internos dos defeitos Produtos que precisam ser retrabalhados;
Modificações nos processos produtivos;
Perda de receita;
Tempo dos equipamentos parados para correção;
Pressa e tensão para entrega dos produtos corrigidos ou consertados.
Custos da não qualidade: Cumprimento das garantias oferecidas ao cliente;
externos dos defeitos Perda de encomendas;
Processamento de devoluções;
Custos de ações na justiça e nos organismos de defesa do consumidor;
Comprometimento de imagem;
Perda de clientes e de mercado.
Quadro 18 – Processos indicados para lidar com os custos de qualidade
Fonte: MAXIMIANO (2010, p. 79).

As teorias que estudaram a qualidade no ambiente empresarial ainda encontraram


uma ampla aplicação na segunda metade do século XX quando no Japão várias
indústrias passaram a aplicar o conceito de qualidade total em todas as etapas dos
seus processos produtivos. Assim, atualmente é praticamente impossível estudar e
tratar da qualidade sem aprofundar o entendimento sobre a participação do Japão
em relação a esse tema.

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Figura 23 – A qualidade passou a direcionar uma série de decisões dentro das empresas
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/qualidade-m%c3%a3o-escrever-500958/

O uso de técnicas estatísticas sempre esteve muito próximo de todos os profissionais


que estudaram a qualidade dentro do processo produtivo das organizações. Entretanto,
é importante observar que, conforme apresenta Maximiano (2004, p. 80), “o controle
estatístico da qualidade não garante a qualidade dos produtos e serviços inspecionados,
apenas encontra defeitos até hoje. Provavelmente, quando ouve a propaganda anunciar
‘aprovado por novo controle de qualidade’, você conclui: ‘não encontrei nenhum defeito’”.

ISTO ESTÁ NA REDE

A Estatística tem sido muito utilizada por diversas áreas dentro das empresas. Por
isso, é muito importante avaliar como ela é encarada dentro das organizações e,
principalmente, quais são as ferramentas ofertadas por ela para a geração de dados
e informações que auxiliem os administradores. Como forma de compreender
um pouco mais sobre o papel da Estatística dentro das empresas, assista ao
vídeo intitulado “Gestão Empresarial – Estatística Aplicada à Gestão”, com Carlos
Akamine e Nizi Morselli”, que está disponível neste link: https://www.youtube.com/
watch?v=2i3mAc4hzOA

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Mesmo o controle estatístico não sendo uma ferramenta unanima em termos de


controle da qualidade, é importante avaliar que ele possui inúmeras técnicas de auxiliar
empresas e administradores com essa função. Por isso, algumas foram selecionadas
e apresentadas a seguir:
Técnica Descrição
Gráfico de Histograma Gráficos nos quais são mostradas as frequências dos valores observados de uma variável;
ou Ramos e Folhas Por meio deles, podemos visualizar facilmente as seguintes características:
Forma (simétrica ou assimétrica);
Posição ou Tendência Central (média, moda ou mediana);
Dispersão (variabilidade).
Embora sejam uma excelente ferramenta de visualização, eles não levam em conta a ordem
temporal das observações, implícita na maioria dos problemas de controle de qualidade.
Folha de Controle ou Local no qual é registrado o histórico passado e atual de uma variável do processo, sendo
Verificação usada como entrada de dados no computador. Com os avanços computacionais, a leitura,
coleta e armazenamento das informações podem ser feitos automaticamente. Ao planejar
uma folha de controle, é importante:
especificar o tipo de dado a ser coletado;
a data;
o operador;
fornecer outras informações úteis para a investigação de causas que possam afetar o
processo.
Falhas no planejamento podem comprometer os resultados sobre a estabilidade do processo.
Gráfico de Pareto Similar a um histograma, com os dados categorizados. Possibilita identificar, de forma
rápida, os defeitos que ocorrem mais frequentemente. Muitos analistas adicionam ao
gráfico de Pareto uma curva de frequências acumuladas.
Diagrama de Causa e Ferramenta eficiente na localização e reparo de defeitos. Ela ajuda na identificação de um
Efeito (Ishikawa) defeito, erro ou problema, tentando analisar as causas potenciais desse efeito indesejável.
Diagrama de É uma figura da unidade a ser produzida, mostrando todos os ângulos relevantes. Indica-se,
Concentração de na figura, onde podem ocorrer possíveis defeitos. Um estudo sobre a localização desses
Defeitos defeitos pode fornecer alguma informação útil sobre suas possíveis causas.
Diagrama de Dispersão Gráfico útil para identificação de relações potenciais entre duas variáveis. Problemas em
uma variável podem levar a problemas em outras variáveis.
Carta de Controle Desenvolvida por Shewhart (1920), ela é utilizada para monitorar um processo. Essas
cartas são construídas baseadas num histórico do processo em controle. Elas possibilitam
a supervisão do sistema. Shewhart desenvolveu cartas para variáveis quantitativas
e qualitativas (atributos). Ressalta-se que essas cartas se baseiam na suposição de
normalidade.
Quadro 19 – Técnicas estatísticas utilizadas para o controle da qualidade
Fonte: MONTGOMERY (2012, p. 98).

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A importância da Estatística para o desenvolvimento de técnicas de controle de


qualidade se tornou de grande relevância com o passar dos anos. Essa importância
pode ser observada quando se observam matrizes de cursos na área da gestão em
todo o mundo, que possui disciplinas e estudos voltados para a Estatística. Os alunos
de cursos de Gestão nem sempre sabem o motivo de estarem estudando essas
disciplinas. Entretanto, é muito importante que lhes seja explicado e apresentado que
a busca por um desenvolvimento das técnicas de uma espécie de raciocínio lógico
voltado à estatística está por trás desse ensino.
O período da Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, trouxe inúmeros
avanços para os processos produtivos, principalmente em termos de qualidade, pois
muitas empresas passaram a fornecer produtos para as tropas que lutavam na Guerra.
Por isso, é necessário avaliar que a cobrança por produtos mais duráveis e que não
apresentassem falhas tornou-se uma preocupação comum entre as empresas.

Figura 24 – A Segunda Guerra Mundial teve papel de grande importância no desenvolvimento da Escola da Qualidade
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/tanque-guerra-campo-de-batalha-449772/

Alguns nomes de importantes estudiosos ajudaram a compor os estudos da Escola


da Qualidade. Por isso, é sempre importante e necessário avaliar cada um e como eles
atuaram para participar da construção dessa importante teoria da Administração. A
seguir são apresentadas algumas dessas contribuições:
• Armand Feigenbaum: foi responsável por apresentar o conceito de Qualidade
Total, que se baseava nas ideias de foco no cliente e busca pela criação de um

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sistema de qualidade. Assim, é necessário entender como Feigenbaum entendia a


qualidade nas empresas. Por isso, torna-se relevante avaliar os seguintes pontos:
• Qualidade não é apenas controlar a uniformidade de produtos de acordo
com as especificações criadas por engenheiros, qualidade é uma questão
de satisfação do cliente (MAXIMIANO, 2004, p. 81);
• A qualidade tem de ser embutida no produto ou serviço desde o começo, a
partir dos desejos e interesses do cliente. A questão importante é garantir a
qualidade ao longo de todo o processo, e não apenas encontrar os defeitos
no final da linha de produção (MAXIMIANO, 2004, p. 81);
• Construir e melhorar a qualidade não depende apenas dos engenheiros e
dos especialistas do controle de qualidade. Assim, todos na empresa são
responsáveis pela qualidade (MAXIMIANO, 2004, p. 81);
• O controle de qualidade deve ser realizado por meio de um controle sistêmico,
com ações das pessoas, máquinas, informações e todos os demais recursos
(MAXIMIANO, 2004, p. 81).
• William Edward Deming: considerado por muitos como um dos principais gurus
do controle de qualidade, foi responsável por ajudar a implementar o controle
de qualidade no Japão. Ele ajudou executivos japoneses a otimizar processos
e projetos, utilizando o controle estatístico como principal ferramenta.
• Joseph Juran: atuou como consultor de projetos em grandes empresas nos
Estados Unidos na época da Segunda Guerra Mundial. Dentre as que contrataram
seus serviços, estão Gillette, Hamilton Watch Company e BorgWarner. Segundo
Juran, a qualidade pode ser definida a partir de três aspectos principais:

Figura 25 – Aspectos do controle da qualidade segundo Joseph Juran


Fonte: LEITE (2019, on-line).

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Kaoru Ishikawa: este é o especialista em implantar técnicas e ferramentas de grande


relevância para a inserção de processos de qualidade dentro das empresas japonesas
e que, posteriormente, acabou sendo implementado em empresas de outros países
também. Dentre as técnicas implementadas por Ishikawa, está o círculo da qualidade,
que rapidamente foi adotado como ferramenta de qualidade em vários países.
O reconhecimento da participação de vários estudiosos na escola da qualidade
permite entender como ela acabou se tornando de grande relevância para todas as
empresas. Assim, é necessário supor que as empresas que implementarem um programa
de qualidade passam a influenciar a qualidade em toda a cadeia de abastecimento da
qual fazem parte. A Toyota, montadora de veículos com enorme relevância no mercado
japonês e mundial, acabou sendo uma das empresas pioneiras na implantação e
influência das demais empresas em termos de programa de qualidade.

Figura 26 – A Toyota teve papel fundamental no desenvolvimento da qualidade total


Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/toyota-carro-logotipo-1596082/

Sobre a importância da Toyota nos estudos sobre qualidade realizados dentro da


escola da qualidade, é importante avaliar que:

Vários estudos em administração mostraram que os trabalhadores


japoneses eram afetivamente ligados e comprometidos com a
organização na qual trabalhavam, identificando-se com ela e com
seus objetivos mais que os trabalhadores ocidentais, sendo ela a
razão pela qual trabalhavam e produziam mais. Considerava-se que os
japoneses, dadas as características de sua cultura nacional, possuíam
forte espírito de trabalho em equipe e lealdade para com a empresa
na qual trabalhavam. Porém, vários estudos mostraram que, além dos
padrões culturais, algumas técnicas de administração participativa,
bem como novas regras e estruturas de trabalho, contribuíam para
esse bom resultado (MOTTA, VASCONCELOS, 2021, p. 79).

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Os profissionais que atuavam na Toyota, além das suas responsabilidades em termos


de trabalho, deveriam também fazer uso dos círculos de qualidade, bem como de todas
as técnicas que eram utilizadas pela empresa. Assim, é necessário reconhecer que
o ambiente de trabalho proporcionado pela Toyota teve grande influência em fazer o
processo de implementação da qualidade total dar certo na empresa.
Sobre os componentes básicos do modelo toyotista de controle da qualidade,
torna-se importante reconhecer que esse modelo é baseado nos quatro aspectos
apresentados no Quadro a seguir:
Aspecto Definição
Participação dos colaboradores Gerência democrática e participativa
Maior integração horizontal dos diversos setores da organização por meio
Integração dos setores
do estabelecimento de processos de produção transversais
Plano de promoção dos Maior mobilidade dos empregados por meio do estabelecimento de
empregados critérios claros de promoção e de planos de carreira definidos.
Criação de valores e de uma ética relacionados ao conceito de “cidadania”.
Os empregados eram vistos como parte de uma comunidade da qual
Criação da comunidade das eram cidadãos (corporate citizens), tendo direitos e deveres estabelecidos.
empresas Estruturas de lazer (clubes, associações) eram patrocinadas pela
organização a fim de reforçar o conceito de comunidade organizacional,
envolvendo os empregados.
Quadro 20 – Aspectos do modelo toyotista
Fonte: Motta, Vasconcelos (2021, p. 79).

A implantação de processos de auditoria também se tornou muito comum entre


as empresas japonesas. Elas utilizavam a auditoria como técnica para verificar se
seus fornecedores estavam aplicando controles de qualidade nas mercadorias que
forneciam a eles, aumentando, assim, a pressão para que essas empresas também
melhorassem seus padrões de qualidade.

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AULA 10
A IMPORTÂNCIA DA
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
E DA ADMINISTRAÇÃO
EMPREENDEDORA

O processo de aprendizagem é inerente à atividade humana. Assim, é importante que


todos na sociedade saibam valorizar exatamente como essa aprendizagem acontece
e como ela deve ser avaliada pelos profissionais envolvidos nos diferentes processos
que desencadeiam (HANASHIRO, TEIXEIRA, 2021). Assim, é importante avaliar que
surgiu, também, uma teoria que tratava exclusivamente da teoria da aprendizagem e
da sua aplicação nas empresas.
Obviamente, com o passar do tempo, as pessoas acabam aperfeiçoando técnicas e
processos. Isso ocorre, pois há situações em que os recursos são escassos e se torna
necessário fazer as tarefas de maneira mais rápida e com a devida economia desses
recursos. Assim, à medida que novas oportunidades surgem, torna-se necessário que
os processos de aprendizagem aconteçam também (BRAILE, 2020).
À medida que a aprendizagem ocorre, temos que é natural que uma pessoa acabe
passando para a outra o que ela sabe. Com isso, é possível observar o consequente
aperfeiçoamento de técnicas de gestão. No ambiente empresarial, temos que o processo
de aprendizagem vem sendo desenvolvido com o passar do tempo. Em partes, essa
aprendizagem surge ao longo de vários empresários, em especial temos a questão do
gerenciamento (BRAILE, 2020). Para que o gerenciamento possa ocorrer da melhor
forma possível, torna-se necessário avaliar que a aprendizagem se desenvolve de
cinco formas distintas. São elas:
• Gerenciamento de si mesmo: este tipo de gerenciamento sugere que as pessoas
façam uma reflexão acerca das suas vidas. Por isso, é importante que elas
tirem um tempo para pensar, retroceder, refletir a respeito de todas as suas
experiências. Salienta-se, ainda, que a reflexão é necessária para que as devidas
conexões entre os acontecimentos sejam realizadas, o que torna possível produzir

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novas experiências, aprender novas formas de se fazer algo e apresentar novos


insights.
• Gerenciamento da organização: este tipo de gerenciamento está relacionado à
necessidade de fazer análise dos aspectos que envolvem as organizações, pois
boas análises são como guias que norteiam o pensamento humano e auxiliam
no desenvolvimento de novas experiências e novos aprendizados.
• Gerenciamento de contexto: este tipo de gerenciamento impõe que as pessoas
precisam estar próximas aos problemas para que efetivamente possam identificar
os pontos que devem ser alterados. Salienta-se que o contexto auxilia na inovação
e desencadeia processos de aprendizagem mais eficientes em todos os ambientes.
• Gerenciamento de relacionamento: este tipo de gerenciamento está relacionado
com a necessidade que as pessoas têm de colaborar umas com as outras.
Assim, torna-se evidente que este tipo de gerenciamento permite uma troca de
experiências e favorece uma aprendizagem conjunta e colaborativa.
• Gerenciamento da mudança: este tipo de gerenciamento está relacionado às
ações que são realizadas pelas pessoas nas mais diferentes situações. Salienta-
se que as mudanças são necessárias. Por isso, as pessoas precisam aprender
a lidar com elas da melhor maneira possível. Sempre que possível, é importante
que elas busquem algum tipo de aprendizagem em cada tipo de mudança.

O processo de aprendizagem pode ocorrer mediante a experimentação, na qual


o consumidor testa um determinado produto ou serviço ou, ainda, ele pode ocorrer
quando os conceitos são passados de boca em boca (BRAILE, 2020). O processo de
aprendizagem pode ocorrer conforme o fluxo exposto na Figura 27 apresentada a seguir:

Figura 27 - Fluxo de aprendizagem


Fonte: elaborado pelo autor (2022)

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Os processos de aprendizagem pelos quais as pessoas passam estão relacionados


às diferentes percepções. O campo das percepções pode representar uma grande
oportunidade para as organizações trabalharem suas estratégias de marketing, por
exemplo. Essas percepções também são utilizadas em ambientes de ensino, nos quais
busca-se melhorar os processos de aprendizagem, facilitando novos conhecimentos e
aplicabilidades. As percepções não são todas iguais, elas podem variar de acordo com
cada pessoa, ou, ainda, de acordo com cada situação. Assim, é importante avaliar que
as percepções podem contar com cinco características distintas. São elas: subjetiva,
seletiva, simplificadora, limitada no tempo e cumulativa (HANASHIRO, TEIXEIRA, 2021).
• Subjetiva: pode haver uma diferença considerável entre o tipo de estímulo emitido
pelo ambiente e o tipo daquilo que é percebido pelo consumidor.
• Seletiva: esta característica existe pelo fato de que o consumidor não guarda
todos os estímulos recebidos. Invariavelmente, ele acaba selecionando alguns
que mais lhe agradam.
• Simplificadora: como é impossível absorver todas as informações recebidas, o
consumidor adota apenas uma parte da informação. Por isso, as organizações
usam a repetição no processo de fazer com que o consumidor retenha o máximo
possível de estímulos em prol do produto ou serviço ofertado.
• Limitada no tempo: as informações são absorvidas por um curto período de
tempo, sendo esquecidas se não houver novos estímulos.
• Cumulativa: as informações são acumuladas à medida que o consumidor tem
acesso a novas fontes de repetição.
O estudo das percepções serve como base para os profissionais que estudam
aprendizagem nos diferentes ambientes sociais. Assim, é sempre importante avaliar
todas as características que podem influenciar e desencadear esse tipo de processo.
Salienta-se, ainda, que a aprendizagem pode ser desencadeada por três tipos de
processos que são muito comuns no ambiente às pessoas. São eles: sensação,
organização e interpretação (BRAILE, 2020).
A necessidade de inovação tem se feito presente cada vez mais na sociedade.
As pessoas, as empresas e os governos clamam para que a inovação aconteça e
esses processos possam ocorrer de forma a garantir um ótimo resultado para todos
(BRAILE, 2020). Há medidas em que há um esgotamento dos recursos naturais, com a
necessidade de novas formas de produção de produtos e serviços. Por isso, tem sido
cada vez mais necessária a figura das organizações que aprendem. Portanto, temos,
na sociedade, as organizações que aprendem e as organizações que não aprendem.

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Figura 28 – Organizações que aprendem X Organizações que não aprendem


Fonte: elaborado pelo autor (2022)

A importância da aprendizagem no universo empresarial está atrelada diretamente


à necessidade de inovação. É praticamente impossível que as pessoas inovem sem
ocorrer algum tipo de aprendizagem ao longo do processo. Sobre os diferentes
significados que a inovação tem para os negócios, faz-se necessário compreender
exatamente como ela deve ser entendida pela sociedade, para que possa ser colocada
em prática.
No Quadro 21 estão apresentadas algumas considerações acerca da inovação,
que devem ser levadas em consideração para que a aprendizagem ocorra da melhor
maneira possível e possam proporcionar a inovação necessária para a pessoa, para
a organização e a sociedade de maneira direta:

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Tipo Descrição
Aprendizagem e inovação: Neste mundo da qualidade total, do defeito zero, da padronização, as práticas gerenciais se voltam
sua relação com os erros para a eliminação total dos erros, para as atividades repetitivas e perfeitamente controláveis.
Como inovar significa tentar buscar, errar, refazer, persistir, não sobra espaço nesse ambiente
de total previsibilidade, para a criatividade e para a inovação.
Aprendizagem e inovação: As atividades de inovação tecnológica demandam recursos para pesquisa e desenvolvimento.
sua relação com os riscos Os investimentos realizados nem sempre resultam em ganhos, em retorno dos investimentos.
A aversão ao risco inibe as atividades inovadoras. É mais barato continuar fazendo a rotina e o
habitual do que alocar tempo e recursos na busca de novas e incertas alternativas.
Aprendizagem e inovação: O desenvolvimento de um novo processo ou de um novo produto pode levar meses, e até anos
sua relação com o tempo para que passe da ideia ou da necessidade para a produção e para o mercado. Estratégias
voltadas para o curto prazo impedem a empresa de olhar para a frente e de perseguir uma
visão de futuro.
Aprendizagem e inovação: O processo de inovação é fundamentalmente baseado no giro do conhecimento tácito, do
sua relação com as conhecimento que está na cabeça das pessoas. Incentivar a socialização do conhecimento dentro
pessoas da empresa significa valorizar o ser humano e qualificá-lo para contribuir com sua criatividade,
sua iniciativa e seus resultados. Empresas que consideram as pessoas como custo acabam
se tornando incapazes de inovar.
Aprendizagem e inovação: Estruturas organizacionais mecanistas, rígidas e resistentes à mudança não são compatíveis
sua relação com as com a inovação. A empresa inovadora tem uma estrutura orgânica, flexível e com poucos
mudanças níveis hierárquicos. A inovação se origina do caos organizado. Uma cultura inovadora só se cria
modificando atitudes, crenças e valores arraigados.
Aprendizagem e inovação: Inovar não significa inventar. Uma empresa que simplesmente gera novos conhecimentos, mas
sua relação com resultados não os incorpora a produtos morre de inanição. O segredo não é ser inovativo, é ser inovador
Aprendizagem e inovação: Inovar demanda constância, teimosia, resiliência, persistência. A estrada da inovação é cheia
sua relação com as de percalços, de abismos, de becos sem saída. A trajetória é difícil, pois tempo e recursos são
dificuldades das tarefas necessários, e os resultados nem sempre são imediatos. Inovar significa aprender com os
próprios erros, tentar novas soluções, e nunca desistir
Aprendizagem e inovação: As empresas, em geral, estão pouco preparadas para responder à inovação gerada por um
sua relação com o concorrente. E não bastam melhorias incrementais para que as organizações alcancem vantagem
rompimento de antigas competitiva no mercado global. Quanto mais sistêmica, radical e em maiores partes do modelo
práticas de negócio for a inovação, maior será a dificuldade de imitação. Para que as competências em
inovar gerem vantagens competitivas duradouras, elas devem ser valiosas, raras, difíceis de
imitar pela concorrência e gerenciáveis pela empresa.
Quadro 21 – Aspectos relacionados à inovação e aprendizagem
Fonte: Scherer, Carlomagno (2016, p. 4)

A busca pela inovação não pode fazer das empresas um campo fértil sobre possíveis
erros em relação a esse tema. Por isso, é esperado que os gestores possam conduzir
o processo de inovação de forma a garantir os melhores resultados possíveis para
os seus negócios.

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Figura 29 – A inovação é peça fundamental do sucesso de qualquer empresa


Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/c%c3%a9rebro-pensar-humano-id%c3%a9ia-20424/

Proporcionar um bom processo de gestão se faz necessário para que todas as


empresas possam ter diante de si um processo moderno de inovação, assim como
possam, de fato, proporcionar avanços para os todos os seus negócios.

ISTO ESTÁ NA REDE

A busca por melhorar o desempenho da organização é um dos guias que vêm


sendo utilizados pelas empresas. Assim, torna-se importante avaliar muitas
ferramentas técnicas, e atividades devem ser utilizadas pelas empresas e seus
gestores para atender a essas necessidades. Recomendamos que você acesse o
artigo de Daniel Castello a seguir, no qual são passadas dicas para que as pessoas
e organizações possam melhorar o desempenho de suas atividades com o uso da
gestão do conhecimento.
Acesse-o neste link e aproveite: https://endeavor.org.br/desenvolvimento-pessoal/
como-obter-um-desempenho-extraordinario/

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O conjunto de conhecimentos produzidos por organizações e seus profissionais é


muito mais amplo e irrestrito do que os conhecimentos ligados apenas à sua área de
pesquisa e desenvolvimento (CAMILLIS, 2018). Sendo assim, compete à organização
construir relacionamentos de confiança entre seus colaboradores, fornecedores, clientes,
acionistas e demais parceiros do seu negócio, favorecendo, então, sua estratégia focada
na gestão do conhecimento.
A gestão do conhecimento ocorre quando as organizações passam a estruturar
seus processos para proporcionar uma melhor gestão dos seus dados, informações
e conhecimento (CAMILLIS, 2018). Assim, é importante que os gestores possam
criar processos que sejam válidos e eficientes, para que as organizações possam
melhorar seu aprendizado e, principalmente, para que elas possam monetizar todos
os seus conhecimentos. Assim, é fundamental para todos os especialistas e gestores
reconhecerem os conceitos de dados, informação e conhecimento:
• Dados: um dado pode ser compreendido como um registro, quantitativo ou
qualitativo, de algum processo que seja realizado por uma pessoa ou organização.
Os dados precisam ser trabalhados e interpretados para que se tornem relevantes.
• Informações: as informações são os dados quando realmente fazem diferença
no universo empresarial. Aqui, é importante avaliar que as informações tornam
possível gerar conhecimento para as organizações.
• Conhecimento: os conhecimentos são as informações das empresas que foram
trabalhadas e possibilitam algum tipo de resposta, ou, ainda, auxiliam de fato
em uma tomada de decisões.

É importante que as organizações possam deixar velhas práticas. Entretanto,


desapegar de velhas práticas e mergulhar em novas soluções é algo altamente
recomendável, para que as organizações que atuam com negócios digitais possam
se desenvolver e melhorar sua percepção de negócios (TAKEUCHI, NONAKA, 2004).

ANOTE ISSO

A inovação, portanto, é composta por todos os processos internos e externos


que existem dentro da empresa e entre ela e seus outros parceiros (capital de
processos); pelo capital de relacionamento, ligado aos fornecedores, clientes,
prestadores de serviços e outros parceiros principais envolvidos; e pelo capital de
inovação, uma consequência direta da cultura da empresa e de sua capacidade de
criar conhecimento novo com base no conhecimento existente.

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Uma máxima que existe no ambiente empresarial é que os investimentos em


máquinas e equipamentos, por exemplo, apresentam resultados imediatamente no
momento em que são realizados. Entretanto, quando lidamos com investimentos
realizados para o capital humano e inovação, acabam demorando um pouco mais
para apresentar os resultados esperados (TAKEUCHI, NONAKA, 2004).
Uma visão imediatista, que visa à lucratividade e aumentar os resultados no curto
prazo, não combina com os investimentos no capital intelectual da organização.
Entretanto, caso a empresa faça os investimentos corretos e tenha a paciência
necessária para aguardar os resultados, ela poderá colher os melhores frutos possíveis
dos seus investimentos (CAMILLIS, 2018).
A gestão do conhecimento pode estar em evidência no universo empresarial a
partir da utilização de algumas técnicas de grande importância. Dentre elas, temos os
seguintes processos: benchmarking, gestão do conteúdo, mapeamento de competências
e fóruns de discussões.
• Benchmarking: este é um processo pelo qual a organização analisa sua
concorrência, mas não com o intuito de espioná-la, mas, sim, para que ela
possa avaliar seus produtos, serviços e processos. O benchmarking serve para
que a empresa possa captar dados e informações do mercado. Assim, ela pode
ajustar seus produtos, serviços e processos internos.
• Gestão do conteúdo: as informações que as empresas possuem têm um valor.
Assim, gerenciar essas informações da melhor maneira possível ajuda a agregar
valor ainda melhor a elas. Muitas empresas criam repositórios de conteúdo
para que possam disponibilizar esses dados aos seus colaboradores da melhor
maneira possível.
• Mapeamento de competências: os conhecimentos precisam ser mapeados.
Pessoas e setores dentro da organização são grandes fontes de informações.
Por isso, faz-se necessário avaliar como elas podem ser utilizadas da melhor
maneira possível. Salienta-se, ainda, que é preciso criar mapas de conhecimento
que possam descrever todos os fluxos e relacionamentos entre os colaboradores
e os setores da organização.

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Figura 30 – O estudo sobre competências é o caminho para o sucesso nas empresas


Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/id%c3%a9ia-compet%c3%aancia-vis%c3%a3o-meta-3083106/

• Fóruns de discussão: a troca de informações é salutar para toda organização que


deseja implementar um processo de gestão do conhecimento em seu ambiente.
Assim, é necessário criar espaços para essas discussões. Enquanto algumas
organizações se utilizam do meio eletrônico, como a intranet corporativa, outras
fazem uso de encontros reais.

A gestão do conhecimento é uma área que possui uma grande importância para
todas as organizações. Assim, tem se tornado cada vez mais necessário que as pessoas
e as empresas conheçam todas as especificidades relacionadas a essa área. Ressalta-
se também que a gestão do conhecimento precisa ser implementada no universo
empresarial como uma estratégia. Assim, faz-se necessário que ela tenha relação
direta com a estratégia corporativa que os gestores desejam implementar.
Uma segunda teoria que é vista ao longo desta aula trata da administração
empreendedora. Segundo Maximiano (2004), essa teoria surgiu da necessidade de
constante renovação que as empresas possuem. Assim, é importante para os gestores
e administradores compreenderem os seguintes aspectos fundamentais dessa escola:

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Figura 31 – Aspectos fundamentais da teoria de administração empreendedora


Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/id%c3%a9ia-compet%c3%aancia-vis%c3%a3o-meta-3083106/

A teoria da administração empreendedora apresenta que não é necessário “deixar


a empresa para se tornar empreendedor; assim, temos que as organizações devem
incentivar o traço empreendedor de seus colaboradores, pois é possível que eles
tragam muitos avanços aos seus negócios” (MAXIMIANO, 2004, p. 90). O termo
“intraempreendedorismo”, que é utilizado para definir a capacidade empreendedor
dos colaboradores de uma empresa, tem sido cada vez mais empregado dentro da
estratégia empresarial das organizações.

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CAPÍTULO 11
A EFICIÊNCIA E O DESEMPENHO
ORGANIZACIONAL

A cobrança por resultados e, principalmente, a cobrança por bons resultados


sempre integrou parte importante do ambiente organizacional. Assim, temos que os
administradores sempre foram cobrados a apresentar melhores resultados a cada
período, o que torna a realização do seu trabalho algo ainda mais complexo. Portanto,
temos que a busca pela eficiência e pelo alto desempenho dentro das organizações
sempre nortearam as tomadas de decisões.
Quando se estuda a teoria dos sistemas, pode-se observar que as organizações são
grandes sistemas que devem apresentar resultados. Estes, por sua vez, podem ser
produtos e serviços com alta qualidade, ou, ainda, podem ser resultados econômicos
e financeiros. Assim, é necessário entender que “o desempenho de uma organização
é reflexo do desempenho de sua administração” (MAXIMIANO, 2004, p. 98). Os
administradores têm buscado implementar, nas suas organizações, um sistema que
aumente sua eficiência. Por isso, é necessário avaliar que muitos seguem alguns
passos básicos para alcançar esse resultado:
• 1º passo: implementação de uma administração de alto desempenho;
• 2º passo: aumento da eficiência no uso dos recursos;
• 3º passo: maximização da eficácia na realização dos objetivos;
• 4º passo: implementação de um ambiente em que a organização esteja preparada
para lidar com a alta competitividade e que apresente desempenho superior
aos seus concorrentes.

Uma organização pode ser gerenciada de diversas formas, sendo que cada uma
possui um tamanho diferente, uma atuação diferenciada, comercializando produtos
e serviços, para grupos de clientes distintos e que possuem colaboradores e fontes
de recursos específicas. Assim, é necessário avaliar que os gestores precisam estar
alinhados às características de sua organização no processo de implementação de
uma política de avaliação de desempenho dos resultados empresariais.

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Os administradores podem utilizar diversos tipos de critérios para mensurar o


desempenho de suas organizações. Por isso, é muito importante escolher qual será
o critério utilizado para que seja possível realizar uma boa mensuração. Na Figura
32 apresentada a seguir, estão alguns critérios que podem ser utilizados pelos
administradores:

Figura 32 – Critérios utilizados para mensuração do desempenho de uma organização


Fonte: MAXIMIANO (2004, p. 99).

A definição de indicadores para mensurar o desempenho da organização é uma


tarefa cada vez mais relevante no trabalho do administrador. Muitas vezes, é necessário
que ele mesmo desenvolva inúmeros indicadores, mas, em algumas áreas, como é
o caso da Administração Financeira, esses indicadores já existem. O estudo sobre
a saúde financeira das empresas é tarefa primordial de todos os profissionais que
almejam trabalhar no setor financeiro. Compreender como as empresas estão sob o
ponto de vista financeiro, bem como desenvolver índices que permitam mensurar e
quantificar essa situação se tornam necessários à medida que cada vez mais fatores
internos e externos influenciam a dinâmica empresarial.

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ANOTE ISSO

Dentre os mecanismos disponíveis para compreender como a situação econômico-


financeira de uma empresa pode ser representada, destaca-se o uso de índices.
Esses índices, que são calculados a partir das informações contidas nas
demonstrações financeiras das empresas, são uma importante forma de apresentar
subsídios para que os usuários das informações possam tomar suas decisões.

Os administradores podem mensurar seu desempenho financeiro de diversas formas.


Para isso, é possível se utilizar da Contabilidade como área importante na geração de
dados e informações que permitem um bom processo de tomada de decisão. Dentre
os tipos de indicadores de desempenho financeiro que podem ser utilizados pela
Administração e que contam com o apoio da área da Contabilidade, estão:

Figura 33 – Indicadores de desempenho importantes na administração de uma empresa


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

O processo de elaboração de indicadores financeiros é complexo e envolve grande


esforço por parte dos gestores das empresas. Esses índices garantem para os
tomadores de decisão um certo grau de previsibilidade. É por meio desses índices
que as demonstrações contábeis e financeiras são sintetizadas, permitindo maior
compreensibilidade por parte dos tomadores de decisão. Quanto maior a quantidade
de informações que um administrador tiver, melhor será seu processo de tomada

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de decisão, bem como será mais fácil para que a empresa possa melhorar seus
indicadores.

ISTO ESTÁ NA REDE

O entendimento sobre o desperdício no universo empresarial é algo que vai ao


encontro das necessidades de controle por parte dos administradores. Assim,
é fundamental que se busque conhecer todos os aspectos relevantes acerca
desse tema. Recomendamos que você assista ao vídeo intitulado “Estabelecendo
a cultura da excelência”, com o ex-técnico da seleção de vôlei, Bernardinho, no
TEDxYouth@TBSRJ, que traz várias reflexões acerca da busca pela excelência e
alto desempenho. Acesse-o por este link e aproveite: https://www.youtube.com/
watch?v=j5e-56_Xo00

O processo de tomada de decisão exige que os gestores realizem a análise do


ambiente no qual a empresa está inserida. Por isso, há a necessidade de se buscar
informações acerca do ambiente interno e externo da empresa, para que a tomada de
decisão possa ser subsidiada e a mais assertiva possível. A melhora do desempenho
empresarial com a adoção de novas tecnologias é evidente. Por isso, dentre seus
principais benefícios, para que seja possível realizar uma avaliação completa e que
efetivamente contemple todos os resultados de uma organização, temos de considerar
que existem indicadores financeiros e não financeiros no processo de mensuração e
avaliação do desempenho das empresas.

Tipo de indicador Definição


Indicadores financeiros São aqueles que estão relacionados aos custos dos processos.
Indicadores não financeiros São aqueles que estão relacionados às informações qualitativas dos processos.
Quadro 23 – Tipos de indicadores
Fonte: elaborado pelo autor (2022).

A busca pela eficiência em uma organização deve ser baseada em um sistema


que implemente a melhor forma possível de consumo de recursos, ou seja, para
uma organização ser considerada eficiente, ela deverá apresentar um consumo de
recursos equilibrado e sem desperdícios. Segundo Maximiano (2004, p. 99), existem
três aspectos que devem ser avaliados e considerados na busca por maior eficiência
em uma organização:

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• Realizar todas as tarefas e atividades que são demandadas das organizações


de maneira certa;
• Realizar as tarefas de maneira inteligente, ou seja, as organizações devem buscar
realizar tudo o que precisam com o menor esforço possível e buscando um
melhor aproveitamento dos recursos;
• Realizar as tarefas de maneira econômica, ou seja, empregando a menor
quantidade de recursos possível.

A busca por uma melhor eficiência apresenta que as empresas deverão se preocupar
em evitar o desperdício em toda a sua operação. Assim, é necessário considerar que
o desperdício deve ser considerado como:
• Consumo de maior quantidade de recursos do que o necessário para se realizar
uma tarefa ou atividade;
• Consumir recursos diversos dentro da organização sem atingir nenhum objetivo
específico;
• Quando a organização gasta recursos para fabricar produtos ou prestar serviços
desnecessários e que não agregam nada à organização.

A busca por evitar o desperdício da empresa e a consequente melhora do desempenho


da organização também encontra estudos e amparo na história da montadora japonesa
Toyota. Segundo Taiichi Ohno (1912-1990), um dos principais executivos da trajetória
da montadora Toyota, existem sete tipos de desperdício que devem ser evitados pelas
empresas. No Quadro 24, apresentado a seguir, eles estão apresentados:

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Tipo de desperdício Definição


Produção em É quando a empresa produz mais do que precisa para atender o cliente. Cada etapa deve produzir
excesso exatamente, nem mais nem menos, o que pede ou exige o processo seguinte, de forma que a cadeia
de valor atenda à demanda real. Trata-se da “mãe” de todos os desperdícios, pois acaba agravando
todos os demais. Produzir em quantidade ou ritmo maior do que o necessário utiliza recursos
desnecessariamente, gera estoques, deslocamentos etc., consumindo capacidade que deveria ser
utilizada para fazer o que o cliente deseja.
Espera O ideal do sistema lean é que todos os processos ocorram em fluxo contínuo, entregando rapidamente
para o cliente, sem interrupção. Esse desperdício ocorre quando alguém ou algum equipamento que
deveria estar produzindo não está fazendo nada. Pessoas paradas, máquinas paradas... uma grande
ineficiência. Observe atentamente em qualquer local de trabalho, seja chão de fábrica ou escritório. É
fácil ver pessoas esperando materiais, informações etc. Isso acontece de forma bem mais frequente
do que parece. Um dos principais motivos é a instabilidade e o desbalanceamento entre etapas, que
fazem com que ocorra o “corre-para” ao longo de toda a cadeia.
Processamento É quando fazemos, para se produzir algo, ações que não precisariam ser feitas. Que mesmo que
desnecessário fossem eliminadas, não fariam a menor falta. Por exemplo, pessoas conferindo coisas que já foram
conferidas anteriormente.Ou processos que faziam sentido em determinadas situações, mas foram
mantidos, mesmo tendo sido mudadas as condições. Por exemplo, tratamentos estéticos em partes
que não são visíveis, proteções que eram necessárias quando as peças aguardavam muito mais
tempo em estoque, furações para acessórios que não são mais utilizados etc.
Estoque Produtos ou serviços são feitos para serem consumidos. É assim que a empresa atende os clientes
e tem sua remuneração. Se o que é produzido não é consumido – seja pelo consumidor final, seja
pelo processo seguinte numa cadeia produtiva – temos estoques, um dos principais indicadores de
um sistema com problemas. O custo financeiro de capital parado e não vendido é o desperdício mais
evidente. Mas o estoque esconde vários outros problemas. Por exemplo: ao retardar a detecção de
defeitos, gerando, muitas vezes, retrabalhos em grandes lotes.
Transporte Quem atua com logística sabe o trabalho e o custo que se tem para movimentar materiais numa
organização – seja interna ou externamente. Então, é um grande desperdício fazer qualquer tipo de
transporte que poderia ser evitado. É quando, por exemplo, há movimentos de matérias-primas dentro
de uma fábrica sem necessidade, frutos de fluxos truncados, estoques intermediários e distantes das
linhas de produção e esquemas de abastecimento ineficientes.
Movimentação De forma similar, movimentos de pessoas sem necessidade também são desperdícios: consomem
tempo que não está sendo usado para produzir, para criar valor. O ideal é que todo o movimento
de um trabalhador seja usado para produzir, para criar valor. Por exemplo, ficar procurando uma
ferramenta dentro de uma fábrica é perda de tempo. Ou estações de trabalho distantes, decorrentes
de layouts que comportam enormes estoques entre operações e que exigem que as pessoas deem
muitos passos desnecessários, várias vezes, chegando a andar quilômetros num dia.
Correção O ideal, num processo produtivo, é produzir certo “da primeira vez”. Pois assim, é claro, não será
preciso produzir de novo. O sétimo desperdício identificado por Ohno é um dos que mais ocorrem
nas organizações tradicionais: gastar tempo, gente e recursos para refazer, corrigir ou retrabalhar o
que foi feito
Quadro 22 – Tipos de desperdícios segundo Taiichi Ohno
Fonte: Picchi (2007, on-line).

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A busca pelo alto desempenho nas organizações deve guiar as tomadas de


decisões dos administradores dentro das empresas. Por isso, é necessário que esse
desempenho seja comparado com outras empresas do setor e possa ser mensurado
constantemente. Assim, temos que o uso das novas tecnologias tem proporcionado
às empresas melhor mensurarem seu desempenho e buscar uma melhoria contínua
em seus processos.
Existem dois fatores que são essenciais de serem avaliados pelos administradores
nas empresas:
• Agregação de valor: são todas as atividades que transformam recursos para
atender as necessidades de clientes (MAXIMIANO, 2004, p. 100).
• Desperdício: atividade que consome recursos, mas não agrega valor ao produto
ou serviço (MAXIMIANO, 2004, p. 100).

Cuidar da agregação de valor e evitar desperdícios dentro das empresas é uma


das formas que os administradores possuem para melhorar seus resultados dentro
de uma organização.

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CAPÍTULO 12
ANALISANDO O
PROCESSO DECISÓRIO

O que um administrador mais faz em seu dia a dia é tomar decisões. Por isso, é
muito importante que todas as decisões tomadas sejam assertivas, proporcionem bons
resultados, bem como agreguem importantes resultados operacionais. A avaliação
do processo decisório dentro da empresa pode indicar caminho para que a empresa
melhore seu desempenho. Com isso, temos que os administradores devem buscar
realizar um processo de avaliação contínua de como ele toma suas decisões e,
principalmente, de todos os seus resultados.
Sobre o processo decisório dentro de uma organização e de sua importância para
avaliação dos resultados do trabalho dos administradores, é importante avaliar que:

A tomada de decisões está presente em todas as funções do


administrador: na fixação das metas e determinação dos recursos
para atingi-las (planejamento); na divisão do trabalho e na atribuição
das atividades a quem deve executá-las, bem como no grau de
centralização e no relacionamento dos órgãos e das pessoas
(organização); na formação da equipe: na seleção, admissão,
orientação, treinamento, avaliação e demissão dos seus membros
(prover e administrar recursos humanos); na condução e motivação
da equipe, na escolha do estilo de gestão (liderança); no equilíbrio,
integração e sincronização das atividades (coordenação); na escolha
das atividades que precisam ser controladas de perto; na decisão das
informações necessárias para o controle; na aferição dos resultados e
na tomada de medidas corretivas (controle) (LACOMBE, 2009, p. 64).

Uma tomada de decisão é originada de um problema que o administrador tenha


identificado dentro da organização. Por isso, é importante que ele saiba realizar um
bom diagnóstico dos setores e áreas que compõem a sua empresa. A decisão está
relacionada à escolha entre alternativas e possibilidades – quanto mais alternativas
existirem, maior será a dificuldade que uma decisão terá. Portanto, é esperado que
o administrador possa realizar a melhor análise possível quando estiver analisando
todas as possibilidades existentes.
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Segundo Maximiano (2004, p. 111), temos que “o processo de tomar decisões


é a sequência de etapas que vai da identificação de uma situação que oferece um
problema ou oportunidade até a escolha e a colocação em prática de uma ação ou
solução; quando a decisão é colocada em prática, o ciclo se fecha”. Desse modo,
temos que o administrador não pode apenas tomar a decisão, ele deve acompanhar
todos os efeitos que essa decisão trata para o seu negócio.

Figura 34 – As decisões integram o dia a dia do administrador


Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/homem-de-negocios-confuso-6138818/

As decisões não são todas iguais. Por isso, é importante que se observe a essência de
cada uma delas que permita identificar se elas são programadas ou não programadas:
• Decisões programadas: são aquelas decisões mais comuns dentro da organização.
Geralmente elas integram o rol de decisões muito semelhantes que já foram
tomadas dentro da empresa em outro momento. São decisões rotineiras e que
se repetem ao longo dos dias, semanas ou meses. Para lidar com as decisões
programadas, é possível estabelecer um tipo de roteiro que oriente quem estiver
lidando com essa decisão. Um tipo de decisão programada é a que implica a
reposição do estoque de um determinado produto. Por exemplo: se identificou
que um item acabou ou apresenta nível crítico, o departamento de compra

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da empresa deve ser avisado para que possa comprar mais. Como esse é
um produto de extrema necessidade da empresa, já possui a autorização para
efetuar a compra dentre os principais fornecedores que atendem a empresa.
• Decisões não programadas: este tipo de decisão é a que mais desafia o trabalho
do administrador. Aqui não existe roteiro, pois é uma situação completamente
nova e que vai exigir muito esforço por parte do administrador. Para as decisões
não programadas, vai ser exigido que se levante o maior número de dados e
informações a respeito do fato, tornando possível, assim, criar subsídios para
que o processo decisório ocorra de maneira rápida e assertiva. Existem várias
decisões não programadas que podem ser tomadas pelos administradores.
Dentre elas, temos a decisão se a organização em que ele trabalha deverá
realizar uma fusão com outra organização.
Cada administrador pode definir as fases do seu processo decisório. Entretanto,
existem alguns modelos que auxiliam esses profissionais a melhor se organizarem.
Dentre os modelos existentes, temos um que está relacionado ao uso maior da
racionalidade conforme apresentado a seguir:

Figura 35 – Tomada de decisão baseada no modelo racional


Fonte: MOTTA, VASCONCELOS (2021, p. 94).

O processo decisório de uma organização deve considerar o conjunto de vantagens


e desvantagens que ela pode ocasionar. Assim, é importante que o administrador esteja
atento para identificar todas as possíveis vantagens em cada uma das possibilidades,
optando, assim, pela que melhor se encaixe dentro das expectativas da organização.

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ISTO ESTÁ NA REDE

O processo de tomada de decisões é inerente às atividades dos administradores.


Assim, é muito importante que todo gestor esteja preparado para esse tipo de
processo. Recomendamos que você acesse o vídeo intitulado “Como ajudar o
cérebro a tomar melhores decisões”, com Camile Corrêa, que traz várias reflexões
acerca da busca por um processo de tomada de decisão mais organizado
e assertivo. Acesse por este link e aproveite: https://www.youtube.com/
watch?v=ZlunaISides

Sobre a avaliação de vantagens e desvantagens ao longo do processo decisório,


temos que Lacombe (2009, p. 64):

Na maioria dos casos, não os quantificamos, nem seria fácil fazê-


lo. Muitas decisões são tomadas de forma intuitiva. Muitas vezes,
introduzimos aspectos subjetivos nas decisões, considerando nossa
experiência, preconceitos, valores etc., mas, se escolhemos alguma
coisa é porque, objetiva ou subjetivamente, preferimos a outra que foi
preterida. Existem decisões ótimas, isto é, perfeitas e inatacáveis? É
possível que, em situações excepcionais, isso aconteça, mas quase
sempre qualquer decisão tem um custo e raramente será perfeita.

Uma tomada de decisão pode ser encarada como um processo racional. Assim,
é possível estabelecer etapas para que ela possa ter uma melhor organização. No
Quadro 23 a seguir temos as cinco etapas do processo decisório que pode ser utilizado
pelos administradores:

Fase do processo Técnicas


1ª etapa: identificação do problema ou oportunidade Diagrama de Ishikawa
2ª etapa: diagnóstico Princípio de Pareto

3ª etapa: Geração de alternativas Brainstorming


Brainwriting
Paradigma de Rubinstein
4ª etapa: escolha de uma alternativa Análise de vantagens e desvantagens
5ª etapa: Avaliação da decisão Árvore de decisões
Análise do campo de forças
Ponderação de critérios
Análise do ponto de equilíbrio
Quadro 23 – Fases e técnicas do processo decisório em uma organização
Fonte: Maximiano (2004, p. 114).

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Muitas técnicas são desenvolvidas com o objetivo de auxiliar os administradores a


melhorarem suas decisões. Assim, também é importante avaliar que, dependendo do
tipo de decisão, ou da área dessa decisão, uma técnica pode ser mais adequada do
que a outra. Isso é algo que deve ser analisado e entendido pelo administrador, para
que ele não faça uso de uma técnica inadequada e isso altere sua decisão.

ANOTE ISSO

O trabalho do administrador não é solitário, ou seja, nem sempre ele está sozinho
ao longo da tomada de decisão. Muitas são as oportunidades em que ele pode
compartilhar o processo de tomada de decisão com outros profissionais. Assim, torna
esse processo um pouco mais leve para o administrador, além de criar também um
senso de participação e responsabilidade nos demais profissionais da empresa.

Um administrador pode utilizar várias fontes de informações para que ele possa se
basear em suas tomadas de decisões. Naturalmente, cada administrador poderá fazer
uso da fonte que melhor lhe servir. Dentre os métodos que uma tomada de decisão
pode utilizar, os principais estão apresentados no Quadro 26 a seguir:
Método Definição
É o método mais utilizado para a tomada de decisões. Porém, ainda que essa abordagem possa ser
profunda em algumas situações, ela não considera rápidas e profundas mudanças na organização e no
Experiência
seu ambiente. Além disso, o que foi apropriado no passado pode ser inteiramente inapropriado numa
passada
situação futura. Contudo, se a situação atual apresenta alguma relação direta com a experiência passada,
a perspectiva histórica não pode ser ignorada.
É um método alternativo para a tomada de decisão. É o caso, por exemplo, de uma empresa manufatureira
testar o mercado para um novo produto e analisar as vendas e a aceitação do produto durante uma
Experimentação
experiência-piloto, para decidir sobre o lançamento daquele produto em larga escala; ou um plano-piloto
sobre um processo de produção; ou, ainda, um protótipo para fabricar um produto novo.
É um método que utiliza vários modelos analíticos ou matemáticos para verificar as relações entre os
Pesquisa vários fatores e alternativas na forma de equações, matrizes e modelos matemáticos. Uma das mais
Operacional (PO) marcantes contribuições dessa abordagem foi a conscientização sobre a necessidade de colocação
explícita de objetivos, recursos, restrições e riscos envolvidos.
É uma espécie de matriz com as alternativas de decisões ao longo do processo decisório. Quase sempre
Árvore de
mostra os possíveis resultados ou consequências de cada bifurcação decisória. Sua finalidade é projetar
decisões:
os possíveis efeitos sequenciais de uma decisão por meio de um período de tempo.
Quadro 26 – Métodos utilizados no processo decisório
Fonte: Chiavenato (2021, p. 181).

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O uso de experiência passada possibilita uma boa referência aos administradores.


Entretanto, nem todas as decisões são possíveis de serem tomadas a partir de
experiências passadas. Por isso, é muito importante que se faça uma análise profunda
acerca do que se espera daquela decisão e, principalmente, de como ela afetará a
organização.

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CAPÍTULO 13
TOMANDO DECISÕES
NAS EMPRESAS

Os processos de tomada de decisões dentro das organizações podem, por essência,


compreender decisões programadas e decisões não programadas. Assim, é necessário
que os administradores identifiquem qual a essência da decisão para que possam efetuar
uma boa tomada de decisão. Ressalta-se, também, que muitas vezes a racionalidade
é utilizada como forma de tomar decisões dentro das empresas. Dessa forma, quando
um administrador identifica uma decisão que demande dele uma tomada de decisão,
ele acabará fazendo uso de processos e etapas que compreendam a resolução do
problema.
A intuição também é uma das bases utilizadas pelos empreendedores para que
possam tomar melhores decisões. Assim, é importante avaliar o que Maximiano (2004,
p. 125) apresenta sobre a intuição no processo de tomada de decisão:

Em certas situações, a informação é tão insuficiente que a intuição


se torna mais apropriada. Intuição é uma forma de percepção e
aprendizagem sem saber como se sabe, segundo Michael Shermer.
A intuição nasce da experiência e de sentimentos a respeito dos
estímulos, como a percepção de que uma pessoa está mentindo ou
dizendo a verdade, pelo estudo de suas expressões faciais. A intuição
também é útil para preencher espaços vazios de dados.

Sobre o uso da intuição ao longo do processo de tomada de decisão, é importante


avaliar, ainda, que ela não se baseia totalmente em modo consciente e lógico. Portanto,
nem sempre o administrador poderá definir de fato como aquela decisão foi tomada.
As organizações devem buscar gerar todos os dados necessários que o administrador
utilizará para as tomadas de decisões mais diversas. Mas, nem sempre isso é possível.
Assim, o uso da intuição aparece como única base para que a decisão não deixe de
ser tomada.
Ressalta-se ainda que o uso da intuição é processo que pode incorrer em muitos
riscos, pois o administrador pode estar enganado em relação ao processo de tomada

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de decisão, o que pode fazer com que ele se baseie em uma intuição enganosa e
tome a decisão de maneira errada. Portanto, é necessário que “em uma organização
de grande porte, que atua num ambiente de grande complexidade competitiva, é
essencial adotar uma perspectiva profissional baseada em informações, e não em
opiniões sem fundamento” (MAXIMIANO, 2004, p.126).
Muitos especialistas afirmam que a principal decisão que um administrador deve
tomar dentro da organização é decidir o quanto sua equipe participará dos processos
de tomada de decisões. Assim, surgem alguns tipos de tomada de decisões que
precisam ser analisados. São eles:

Figura 36 – Possibilidades de tomada de decisões


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

As decisões autocráticas são aquelas tomadas por administradores que possuem a


responsabilidade e a autoridade para tal função. Geralmente, esse tipo de decisão não
impõe nenhum processo de discussão ou compartilhamento das decisões entre os
demais colaboradores da empresa. Esse tipo de decisão também é a mais rápida, pois
como depende de apenas uma pessoa, ela tende a ser tomada com maior celeridade,
o que, em alguns casos, pode ser algo bem vantajoso para as empresas.
As decisões autocráticas são rapidamente absorvidas pela equipe, pois não há
muita oportunidade de se questionar se ela está certa ou errada, restando à equipe a
única função de cumpri-la de maneira imediata. Esse tipo de decisão, se tomada com
grande frequência, pode proporcionar uma elevada desmotivação dos colaboradores

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no longo prazo, pois como eles não participam das decisões da organização, podem
se sentir desmotivados com isso.
Os acionistas e os elaboradores da estratégia organizacional são os mais indicados
para tomar decisões autocráticas, já que eles, de fato, possuem o poder para tomar
esse tipo de decisão. Entretanto, dependendo do tipo de organização, temos que o
poder acaba concentrado apenas na figura de uma líder que tem perfil autocrático, o
que pode fazer com que ele sempre tome esse tipo de decisão. Em relação ao ambiente
organizacional no qual as decisões autocráticas sejam as mais comuns, temos que
esse ambiente é dotado das seguintes características:
• O líder é o único tomador de decisão;
• Delegação de pouca ou nenhuma tarefa;
• Pouca ou nenhuma discussão sobre ações a serem tomadas;
• Expectativas claras para os colaboradores;
• As regras são importantes e tendem a ser claramente delineadas e comunicadas;
• Um cronograma de trabalho estruturado;
• O líder assume a responsabilidade pelo trabalho;
• O líder recebe crédito pelos sucessos da equipe;
• Punição rápida por erros dos colaboradores;
• Criatividade e pensamento pronto para uso tendem a ser desencorajados.
O segundo tipo de decisão que mais é tomada dentro das organizações são as
decisões compartilhadas. Esse tipo geralmente envolve uma maior quantidade de
pessoas ao longo do processo e demanda que a equipe se envolva na tomada de
decisão. Basicamente, temos que as decisões compartilhadas se dividem em dois
tipos específicos:

Figura 37 – Tipos de decisões compartilhadas


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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As decisões compartilhadas de caráter consultivo são aquelas em que o administrador


reúne toda a equipe, apresenta o problema e pede para que cada membro possa formular
uma decisão para aquele problema. Assim, ao final desse processo, será possível ter
acesso a tudo que é pensado pela equipe, o que tornará mais fácil para o administrador
escolher entre as possibilidades que lhe foram apresentadas.
Em se tratando das decisões compartilhadas de caráter participativo, é importante
compreender que o administrador, após tomar a decisão, opta por ouvir todos os membros
da equipe. Assim, ele acabará deixando o processo para que a tomada de decisão seja
tomada por todos. Obviamente, nem sempre toda a equipe concordará com o caminho
escolhido, mas é necessário avaliar que quanto mais pessoas se envolverem nesse
processo, melhor será para que a empresa maximize seu ambiente de participação.
As decisões compartilhadas precisam, ainda, contar com o envolvimento do grupo
para que ela tenha sucesso. Por isso, quatro características são necessárias para que
esse processo alcance sucesso:
• Habilidades de liderança das pessoas: muitas vezes, dependendo do tipo de líder
que existe em um grupo, ele pode influenciar os demais a tomar as decisões que
ele deseja. Por isso, é muito importante avaliar se aquela decisão representa a
vontade do grupo mesmo ou somente é a opinião de uma pessoa.
• Persuasão: é extremamente comum que as pessoas mudem de opinião após ouvir
os seus colegas, assim, é natural que ocorram discussões que possam influenciar
e aproximar as opiniões dos membros do grupo.
• Formação de subgrupos: quando o grupo é muito grande, a tendência é que as
pessoas se aproximem por afinidade, formando, assim, subgrupos com opiniões
semelhantes.
• Traços de personalidade dos integrantes: as pessoas são diferentes e precisam ser
respeitadas em suas particularidades. Por isso, é função do administrador respeitar
todos ao longo do processo de tomada de decisão.

ISTO ESTÁ NA REDE

Estruturar um processo de tomada de decisão dentro de uma organização não é


uma tarefa fácil. Assim, é muito importante que os gestores saibam exatamente o
que a empresa precisa em cada um dos momentos que ela tiver. Recomendamos
que você acesse o vídeo intitulado “Tomando decisões difíceis no mundo
profissional”, com Felipe Gentil, que traz várias reflexões acerca da busca de como
um profissional pode tomar decisões difíceis.
Acesse o link e aproveite: https://www.youtube.com/watch?v=iaTIi6wgjiI

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A última possibilidade de tomada de decisão é a que trata das decisões delegadas.


Neste caso, o administrador escolhe uma pessoa ou grupo de pessoas para que
eles possam tomar as decisões. Quando isso acontece, temos que “a pessoa ou
grupo assume plena responsabilidade pelas decisões, tendo, para isso, a informação,
a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes para decidir da melhor forma
possível” (MAXIMIANO, 2004, p. 128).

ANOTE ISSO

O administrador deve analisar muito bem toda decisão que precisa ser tomada
dentro da organização, pois somente assim é possível que ele tenha condições de
fazer uma correta avaliação se utilizará o processo de compartilhamento, de forma
autocrática ou se delegará a tomada de decisão. Somente após entender como a
decisão é composta é que ele poderá fazer a melhor escolha sobre qual é a melhor
possibilidade para ser utilizada.

As organizações estão envoltas em um ambiente de grande competitividade. Assim,


é natural que elas busquem tomar decisões mais assertivas e que de fato possam
colaborar com seus resultados. Portanto, é dever de cada administrador reavaliar os
processos que se fazem necessários dentro da organização para torná-las mais ágeis
e que atendam às expectativas de seus clientes, colaboradores e acionistas.

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CAPÍTULO 14
O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO NAS EMPRESAS

O planejamento é uma importante função de todas as organizações. Assim, temos que


os administradores devem buscar avaliar o planejamento como uma das suas funções
principais dentro da organização. Salienta-se, ainda, que o processo de planejamento
demanda uma grande preparação por parte dos administradores, bem como demanda
também que ele possa realizar um bom diagnóstico de toda a situação das empresas.
As organizações vivem em um ambiente de grande concorrência, sendo comum que as
empresas busquem se destacar no mercado em que atuam. Para isso, elas necessitam lidar
com recursos escassos e com um ambiente cada vez mais complexo. O desenvolvimento
do planejamento demanda muitos conhecimentos dos administradores. Portanto, é natural
que todos que estiverem ocupando essa função possam realizar um bom trabalho, para
que suas organizações encontrem bons resultados em seu caminho.
O planejamento não é uma atividade nova e, principalmente, não é algo vinculado apenas
ao ambiente empresarial. Existem fortes indícios de que o processo de planejamento
sempre esteve presente em várias fases do desenvolvimento da sociedade. Assim, é
necessário refletir que:

O planejamento estratégico evoluiu ao longo da história da


humanidade, embora nem sempre tenha sido designado com tal
nome. A humanidade sempre planejou estrategicamente sua
existência, a princípio empiricamente e, depois, com o advento de
técnicas e métodos de planejamento, cientificamente. Antigamente,
pode não ter sido chamado de planejamento estratégico, mas, ao
longo da história, são claros os exemplos de planos no longo prazo
que encontramos em vários documentos. Seja você é religioso ou não,
na Bíblia está um dos exemplos mais marcantes de planejamento
estratégico que conheço: o que José do Egito teria feito e executado
para salvar o Egito dos sete anos de fome que se seguiram aos sete
anos de fartura? Não importa se ele sonhou e se foi mesmo um Deus
onipresente, onisciente, todo-poderoso que lhe avisou sobre o que iria
acontecer. O certo é que ele planejou estrategicamente a condução
do reino, primeiro nos sete anos de fartura e, depois, nos sete anos de
desgraça. E mais que isso: soube ligar o planejamento estratégico ao
planejamento operacional, de modo a executar as operações do dia a
dia com base no plano de 14 anos que havia feito (CRUZ, 2019, p. 25).

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Com a relevância do ato de planejar sendo possível de ser observada até em


passagens bíblicas e históricas, temos que é natural que as empresas tenham buscado
trazer o planejamento para dentro das suas atividades, apropriando-se assim, de todas
as vantagens de executar um bom planejamento. Assim, é natural que elas façam um
amplo diagnóstico de sua situação para que se torne possível avaliar o planejamento.
No Quadro 25 é possível entender um pouco mais sobre os aspectos que devem ser
observados:
Aspecto Definição
Ambiente interno Formado pelo seu público interno, devidamente departamentalizado e organizado por funções,
da empresa nas quais a administração estratégica deve procurar a integração e motivações necessárias
para que seu plano estratégico dê certo. É por meio de seus processos e atividades que os
throughputs se realizam. Duas considerações importantes sobre o público interno: este é um
dos principais vendedores da imagem da empresa e, portanto, deve ser bastante valorizado; o
outro ponto é que, na atual administração, as capacidades e competências são itens relevantes.
Fornecedores de Trata-se daqueles que fornecerão os insumos (inputs) à empresa. Devem ser devidamente
matéria-prima e selecionados e gerenciados, no sentido de mantê-los fiéis à empresa. É de responsabilidade
de serviços dos fornecedores a manutenção das atividades da empresa. Por vezes, fornecedores podem
fazer a diferença no resultado do produto final.
Concorrentes São representados pelas empresas que competem pelo mesmo mercado, utilizam as mesmas
estratégias, disputam os mesmos fornecedores, enfim, que concorrem em alguma parte
do ambiente de negócios. O grau de concorrência pode categorizar as outras companhias
como concorrentes diretas e indiretas. Um supermercado pode concorrer diretamente com
outro supermercado, mas quando comercializa produtos de higiene pessoal, pode concorrer
indiretamente com as farmácias. Produtores de etanol concorrem pela cana-de-açúcar,
matéria-prima também de aguardente e outras bebidas. Essa visão confirma a necessidade
de monitorar a concorrência, de forma a evitar que esta interfira no crescimento da empresa
pelas suas ações também estratégicas e pela oferta de novos produtos ou serviços substitutos.
Intermediários Os intermediários ajudam a empresa a disponibilizar seus produtos no mercado, no
suporte logístico e na democratização de tarefas, como a distribuição física de um produto,
financiamento, entre outros aspectos. Sem os intermediários, dificilmente uma empresa
poderia obter o alcance necessário de suas operações devido aos altos custos envolvidos.
Consumidores São todos aqueles que podem consumir um produto ou serviço. Estes podem ser categorizados
como clientes, isto é, os participantes da carteira de clientes da empresa, e não clientes, ou
seja, os clientes dos concorrentes. Dentro dessa visão, a empresa deve entender que, em suas
propostas de crescimento e melhoria de resultados, deverá conquistar consumidores, fidelizar e
aumentar a frequência de consumo e angariar clientes dos concorrentes. É também chamado
de público externo, fazendo um contraponto aos colaboradores internos, denominados público
interno.
Quadro 27 – Aspectos a serem observados no planejamento estratégico
Fonte: Kuazaqui (2016, p. 31).

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As organizações podem implementar planejamento estratégico para atingir seus


objetivos no médio e longo prazos. Portanto, nem todo processo de planejamento pode
ser encarado como igual pelos administradores, pode ser que enquanto uma empresa
tenha intenção de expandir suas atividades, outra busque focar seus esforços para
uma área específica do seu negócio.

ISTO ESTÁ NA REDE

Os administradores são os principais maestros do processo de planejamento


estratégico de uma empresa. Assim, é natural que eles busquem preparar o
planejamento de acordo com a missão e a visão do seu negócio. Recomendamos
que você assista ao vídeo intitulado “Planejamento estratégico: mude a sua história”,
com Clécio Martins, que traz várias reflexões acerca da busca de como um
profissional deve conduzir um processo eficiente de planejamento estratégico.
Acesse-o neste link e aproveite-o: https://www.youtube.com/watch?v=nZyN_e6iT3c

O planejamento estratégico pode servir para atender diversas perspectivas do


negócio, dentre elas, temos as seguintes estratégias que podem ser derivadas de
um planejamento estratégico:

Figura 38 – Estratégias que podem ser oriundas do planejamento estratégico


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

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As empresas possuem objetivos diferentes. Para executá-los, nem sempre os


administradores possuem todos os recursos que julgam necessários. Por isso, realizar
um bom planejamento é extremamente relevante para que a empresa possa atingir seu
objetivo com os recursos disponíveis. Salienta-se, também, que as empresas precisam
estar atentas a todas as perspectivas do mercado em que estão inseridas. Alinhar
necessidades e expectativas do mercado pode representar o sucesso da implementação
do planejamento da empresa.

ANOTE ISSO

O planejamento é tarefa do administrador. Por isso, é necessário que todos os


profissionais que ocuparem esse posto busquem conhecer todas as perspectivas
que integram essa importante função.

As organizações devem atuar de maneira planejada. É impossível que uma


organização atue sem considerar todos os recursos disponíveis, todas as expectativas
em relação ao seu negócio, bem como sem considerar que o caminho que esteja
planejando para sua atividade seja o correto.

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CAPÍTULO 15
REFLEXÕES IMPORTANTES
SOBRE OS FUNDAMENTOS
DA ADMINISTRAÇÃO

O controle organizacional, ou melhor, o controle de todas as funções das organizações


é tarefa básica de qualquer administrador. Assim, é fundamental que ele se utilize de
todas as ferramentas que sejam capazes de lhe auxiliar nesta tarefa fundamental
dentro do ambiente empresarial. A tecnologia, por exemplo, tem sido amplamente
utilizada pelos administradores para melhor controlar o funcionamento do seu negócio
no seu dia a dia.
As funções que são realizadas pelos administradores têm relação direta com as
necessidades de organizar, planejar e controlar o que toda empresa possui. Por isso,
é sempre necessário reforçar que o administrador pode atuar de maneira planejada e
que isso agrega bons conhecimentos para sua rotina. O planejamento é essencial para
que se possa ter uma boa gestão do tempo. Sem ele, é praticamente impossível que
uma pessoa ou organização possa gerir seu tempo corretamente (CAMILLIS, 2018).
Com um bom planejamento da administração do tempo é possível, por exemplo, que
sejam estabelecidas políticas, procedimentos para que se utilize melhor o tempo, além
de propor orientações sobre como as pessoas devem gastar seus recursos de tempo.
Muitos profissionais possuem uma grande dificuldade em realizar seu gerenciamento
de tempo. Por isso, é importante que as empresas ensinem e capacitem seus
colaboradores para que eles possam realizar o planejamento. Ressalta-se ainda
que para que o planejamento da administração do tempo seja efetivo no universo
empresarial, é importante que as pessoas estabeleçam metas e objetivos de forma
muito clara.
A definição de quais atividades deverão ser realizadas ao longo de um período
também se faz necessária para uma boa administração do tempo. Assim, é sempre
importante que as pessoas e as empresas tenham uma descrição de quais atividades
deverão ser analisadas e em qual prazo elas devem ser realizadas (TAKEUCHI, NONAKA,

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2004). Sobre isso, é importante definir, ainda, que no universo empresarial é possível
separar as atividades em rotineiras e esporádicas.

Figura 39 – Atividades rotineiras e esporádicas


Fonte: elaborado pelo autor (2022).

Realizar o sequenciamento das atividades é uma das formas de fazer a administração


do tempo, pois quando se torna possível definir quais são as atividades que devem
ser realizadas primeiro e quais são aquelas que podem ser realizadas posteriormente,
é possível avaliar as prioridades (HANASHIRO, TEIXEIRA, 2021).
O sequenciamento ainda é importante, porque muitas atividades somente podem
ser realizadas se outras forem realizadas anteriormente. Portanto, o sequenciamento
torna-se necessário para que o conjunto de atividades seja realizado no tempo correto
(CAMILLIS, 2018). Nem sempre as pessoas sabem definir a sequência correta das
atividades e, por isso, acabam priorizando de maneira errada ações que não seriam
importantes no momento.
O senso de urgência, ou seja, saber priorizar o que de fato é importante é uma das
caraterísticas mais demandadas dos profissionais na atualidade. Imagine a seguinte
situação: uma central de urgência e emergência de um grande hospital na qual inúmeras
pessoas doentes chegam a todo momento procurando por atendimento. Enquanto
algumas pessoas chegam com uma simples gripe, outras chegam acidentadas,
com risco de morte. Imagine se o profissional responsável por realizar a triagem dos

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atendimentos e definir a prioridade de quem será atendido primeiro não tiver senso
de urgência?
Saber estimar quais são os recursos necessários para realizar cada uma das
atividades se faz importante para que se tenha uma boa administração do tempo.
Por isso, é importante conhecer muito bem quais são as principais características
das atividades que se está realizando, pois somente assim se torna possível avaliar
quais são os recursos necessários para sua realização (TAKEUCHI, NONAKA, 2004).

Figura 40 – O planejamento e a organização são essenciais para todas as empresas


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/conceito-homem-pap%c3%a9is-pessoa-plano-1868728/

Os profissionais devem entender ainda que para fazer a gestão e administração


do tempo, é preciso saber realizar o levantamento dos tipos de recursos. Podemos
dizer que os mais comuns são os recursos financeiros e recursos não financeiros.

ANOTE ISSO

A organização do profissional administrador é uma das melhores formas que ele


tem para contribuir com toda a atividade organizacional, pois, naturalmente, quando
um administrador é organizado, ele tende a passar esse senso de organização
também para a empresa como um todo.

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É importante ainda que as pessoas avaliem que com um bom planejamento da


administração do tempo é possível, por exemplo, que sejam estabelecidas políticas,
procedimentos para que se utilize melhor o tempo, além de propor orientações sobre
como as pessoas deverão gastar seus recursos de tempo. Muitos profissionais possuem
uma grande dificuldade em realizar seu gerenciamento de tempo. Geralmente a raiz
dessa dificuldade está relacionada à falta de entendimento sobre como melhor planejar
sua rotina. Por isso, aprender e entender o planejamento é essencial para todos.
As empresas devem ensinar e capacitar seus colaboradores para que eles possam
realizar o planejamento. Aprender sobre como as tarefas podem se diferenciar colabora
também para que as pessoas possam estabelecer um bom planejamento em suas
vidas. É sempre importante que as pessoas e as empresas tenham uma descrição de
quais atividades deverão ser analisadas e em qual prazo elas devem ser realizadas em
seu tempo. Além disso, isso pode auxiliar em sua preparação. Um bom planejamento
impõe que as pessoas saibam sequenciar as atividades, ou seja, que elas saibam
definir prioridades, que reflitam sobre sua capacidade de organização, ou, ainda, que
saibam definir quais são as necessidades mais urgentes.
Os administradores ainda devem conhecer quais são as quatro funções básicas
que compõem a Administração. Dentre elas, temos que o planejamento é uma delas,
mas que se junta a outras para apresentar as principais responsabilidades que um
administrador possui.

Função Definição
Planejar Não se pode ter sucesso sem um planejamento. Uma boa gestão envolve uma boa
preparação. Este processo inclui planos de negócios, orçamentos, aumento de vendas
e lucros. Sua principal tarefa é responder: quem deve fazer; o que precisa ser feito;
como deve ser executado, quando e onde isso ocorrerá.
Organizar Este é o ato de reorganizar os elementos de uma maneira particular para obter a
saída desejada. Este fator também pode ser definido como a colocação de diferentes
objetos em um arranjo lógico para fins específicos.
Direção Indicada pelo conceito de orientação, esta função tem muito valor e importância. É
a chave para atingir as metas e objetivos organizacionais.
Controle É a etapa de monitorar quão bem os recursos estão sendo utilizados e as atividades
realizadas com eficiência.
Quadro 26 – Principais funções da Administração
Fonte: Maximiano (2004, p. 22).

Obviamente, com a evolução das organizações, o desenvolvimento de novas


tecnologias, bem como mudanças que acontecem a todo momento na sociedade

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temos que muitas são as mudanças que acontecem e acabam tornando a tarefa
do administrador ainda mais complexa. Entretanto, é sempre importante que esse
profissional esteja sempre preparado para lidar com essa complexidade em suas
atividades profissionais.

ISTO ESTÁ NA REDE

Os profissionais que atuam dentro das organizações sempre são chamados a


colaborar para seu desenvolvimento. Portanto, é importante que esses profissionais
estejam atentos às mudanças para que possam colaborar, de fato, com o sucesso
do negócio. Considerando o exposto, recomendamos que você acesse o vídeo
intitulado “O mundo precisa do seu melhor trabalho”, com Alexandre Pellaes,
na TEDxSaoPauloSalon, que traz várias reflexões acerca da busca de como os
profissionais devem se preocupar com o futuro de sua carreira.
Acesse o link e aproveite: https://www.youtube.com/watch?v=jf2NmDvpVk0

As empresas estão em constante mudança. Assim, torna-se importante avaliar


que elas precisam de administradores que possam acompanhar essas mudanças e
estejam aptos a atuar alinhados às expectativas do mercado dentro dessas empresas.
Portanto, quem quer que se habilite a estudar gestão deve estar consciente que novas
teorias de Administração estão surgindo e que, por isso, é necessário que se estude
essas teorias para que se possa tomar boas decisões para as empresas.

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CONCLUSÃO

Ao longo deste material, foi possível reconhecer quais são os principais conceitos
que estão relacionados ao processo de gestão dentro das organizações. Assim, é
possível afirmar que todos esses conceitos foram e continuam sendo utilizados pelos
profissionais que estão à frente de pequenos, médios e grandes negócios.
A Administração é uma área que está em constante mudança. Assim, faz-se necessário
que todos os profissionais que busquem trabalhar com elas estejam preparados para
lidar com essas mudanças constantes, bem como possam compreender como cada
uma delas afeta diferentemente cada negócio. Em um ambiente no qual a única
certeza é a mudança temos que os administradores possuem um enorme desafio
para realizar o seu trabalho, o que tem afetado diretamente os resultados obtidos por
esse profissional durante seu dia a dia.
Esse material demonstrou que a Administração é uma área que pode ser enxergada
de diversos ângulos. Portanto, é necessário avaliar que dependendo de cada profissional,
a Administração pode ser vista com um olhar diferenciado e isso gera uma enorme
complexidade para o gestor. Portanto, ao observar as várias teorias de Administração,
temos que é função dos profissionais estudarem todas e compreenderem como elas
podem ser encaixadas em seus negócios ainda nos dias de hoje.
Caro(a) aluno(a), espero que tenha gostado muito deste material e que ele tenha
despertado muitos conhecimentos em sua jornada acadêmica. Desejo-lhe muito
sucesso em sua vida profissional.
Também desejo-lhe muito sucesso em sua carreira profissional!

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO

Título: Teoria Geral da Administração


Autor: Idalberto Chiavenato
Editora: Atlas
Sinopse: As abordagens prescritivas e normativas,
tratadas nesta obra, são destinadas a mostrar como
administrar, como organizar, como dirigir e como
controlar as organizações por meio de princípios e
comandos da atividade organizacional. Em outras
palavras, são explorados meios mandatórios e rígidos
sobre como dirigir empresas, desde o chão de fábrica
até a cúpula empresarial, envolvendo grupos sociais
e organizações tanto formais como informais. Assim,
passamos pela Administração Científica, pela Teoria Clássica, pela Teoria das Relações
Humanas até chegarmos à Teoria Neoclássica da Administração. Todas essas
abordagens prevaleceram até meados do século passado. Este livro fornece acesso
à Sala de Aula Virtual Chiavenato Digital, uma ferramenta que reúne diversos recursos
didáticos, como vídeos do autor, textos para reflexão e casos para discussão, além
de mapas mentais e um glossário interativo.

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FILME

Título: Fome de poder


Ano: 2016
Sinopse: A história da ascensão do McDonald’s. Após
receber uma demanda sem precedentes e notar uma
movimentação de consumidores fora do normal, o
vendedor de Illinois, Ray Kroc, adquire uma participação
nos negócios da lanchonete dos irmãos Richard e
Maurice Mac McDonald no sul da Califórnia e, pouco a
pouco, elimina os dois da rede, transformando a marca
em um gigantesco império alimentício.

WEB

O Portal dos Administradores é um dos principais sites sobre gestão que existem
no Brasil. Nele é possível acessar inúmeros conhecimentos acerca das teorias da
Administração, estudos de caso em empresas nacionais e internacionais, bem como é
possível acessar artigos de administradores de todo o país. Obviamente, é importante
avaliar o material com ressalvas, mas com certeza por meio dele é possível ter muitos
insights para os processos de gestão. Acesse o link a seguir e conheça um pouco
mais sobre os dados externos:

https://administradores.com.br/

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REFERÊNCIAS

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Secretaria de Estado da Educação – SEED, como parte dos requisitos do Programa
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brasilescola.uol.com.br/historiag/segunda-revolucao-industrial.htm#:~:text=A%20
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