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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

1 CONCEITO ....................................................................................................... 4

1.1 Direito Administrativo ........................................................................................ 4

1.2 Administração Pública ...................................................................................... 4

2 AS CONCEPÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA .. 5

3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................... 7

3.1 Poder Vinculado ............................................................................................... 8

3.2 Poder Discricionário .......................................................................................... 8

3.3 Poder Hierárquico ............................................................................................. 9

3.4 Poder Disciplinar ............................................................................................. 10

3.5 Poder de Polícia ............................................................................................. 10

3.6 Poder Regulamentar ....................................................................................... 12

4 RESPONSABILIDADE DO ESTADO............................................................. 13

4.1 Teoria da Responsabilidade Objetiva ............................................................. 14

4.2 Agentes da Responsabilidade Civil ................................................................ 15

4.3 Excludentes de Responsabilidade do Estado ................................................. 16

4.3.1 Caso fortuito ou causa maior .......................................................................... 16

4.3.2 Culpa concorrente .......................................................................................... 17

4.3.3 Culpa exclusiva da vítima ............................................................................... 17

5 AGENTES PÚBLICOS ................................................................................... 17

5.1 Classificação de Agentes................................................................................ 18

5.1.1 Agentes Políticos ............................................................................................ 18

5.1.2 Agentes em Colaboração com o Poder Público ............................................. 19

5.1.3 Servidores Estatais ......................................................................................... 19

6 CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÃO PÚBLICA ............................................. 21


6.1 Cargos públicos .............................................................................................. 21

6.2 Empregos públicos ......................................................................................... 22

6.3 Função pública ............................................................................................... 22

7 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA ........... 23

7.1 Classificação................................................................................................... 24

7.1.1 Controle legislativo, administrativo e judicial................................................... 24

7.1.2 Controle interno ou externo ............................................................................ 25

7.1.3 Controle por subordinação e por vinculação................................................... 26

7.1.4 Controle de legalidade ou de mérito ............................................................... 27

7.2 CONTROLE JUDICIAL ................................................................................... 27

7.3 Mandado de Segurança.................................................................................. 28

7.4 Ação Popular .................................................................................................. 30

7.5 Habeas Data ................................................................................................... 32

7.6 Mandado de Injunção ..................................................................................... 34

7.7 Ação Civil Pública ........................................................................................... 36

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 38


INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da


nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser


seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
1 CONCEITO

1.1 Direito Administrativo

O Direito Administrativo é o ramo do Direito, que juntamente dos seus


princípios, regem a relação jurídica que envolve o Estado e a coletividade. Essa
relação jurídica envolve as normas que a regem, as pessoas que a integram, e a
função que se exerce.

A doutrina é ampla no que diz respeito a este conceito, e vários são os


entendimentos. Seguindo o mesmo sentido, José dos Santos Carvalho Filho conceitua
Direito Administrativo sendo “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre
ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado
e entre este e as coletividades a que devem servir”. (CARVALHO FILHO, 2019)

1.2 Administração Pública

Os princípios e as normas que regem o Direito Administrativo tem um objetivo


final de satisfazer o interesse público. Para alcançar este objetivo, é necessário um
equilíbrio, limitando a atuação do estado, e ao mesmo tempo dar poder aos agentes
públicos para que possam exercer suas funções.

Quanto a função da administração pública, podemos dizer que possuí relação


com o desenvolvimento dos três poderes medida em que vão exercendo suas
respectivas funções. As fontes usadas para aplicar este ramo do Direito são definidas
em lei; pela jurisprudência; doutrina; súmulas vinculantes, princípios; entre outros.

Segundo os ensinamentos de Ana Claudia Campos:

A Administração é a responsável pelo desempenho da função


administrativa, ou seja, deve praticar atos concretos em busca da
satisfação do interesse público. Tipicamente, essa função pertence ao
Poder Executivo, mas, como sabemos, além das funções típicas,
existem as atípicas, logo, os Poderes Legislativo e Judiciário também
desempenharão atividades com perfil administrativo. (CAMPOS, 2019)

A seguir os princípios que devem ser observados na administração pública:

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L I M P E

Fonte: bit.ly/3NeqolC

2 AS CONCEPÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA

Apesar dos longos anos de busca e conquista por um Direito Administrativo que
consiga satisfazer todas as demandas públicas, ainda restam indícios de que os
processos implementados nas últimas décadas, ainda não foram capazes de deferir
a solidificação de uma rede governamental projetada para atender as estas demandas
do setor público, juntamente com o privado, e ainda um terceiro envolvido.

Essas conclusões são a resposta de uma ausência dos resultados eficientes


deste ramo do Direito. Resultados como redução das despesas públicas, aumentar a
economia do país, diminuir a desigualdade e promover o bem-estar de todos, são
objetivos constantes que padecem de uma estrutura que realmente consiga os colocar
em prática. Por isso tem sido cada vez mais comum, se falar em uma Administração
pública contemporânea.

Cristiane Botezini enfatiza o papel do administrador na administração pública:


O papel do administrador público, na evolução política/administrativa
histórica brasileira, sempre apresentou extrema relevância para o
cenário socioeconômico, apesar dos regimes e métodos de gestão
adotados ao longo dos anos. Porém, em momento algum o papel do
gestor público deixou de estar vinculado à participação da sociedade,
à boa-governança e à ética. (ALBARELLO, 2006)

Durante muito tempo predominou em nosso país momentos marcados por


conquistas patrimonialistas, já a nova concepção, defende a adequação voltado para
o setor público. Já a algum tempo, que doutrinadores defendem a existência de três
fases distintas que fizeram parte da administração pública. Sendo elas: a
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administração pública patrimonialista, a administração pública burocrática e a
administração pública gerencial.

Na Administração Pública Patrimonialista, o estado exercia sua função como


forma de poder do soberano, juntamente com os seus funcionários, passando já a
visão de que a nobreza predominava sobre os mais enfraquecidos de poder. Podemos
dizer que foi nesta época o surgimento dos primeiros atos de corrupção. Ou seja, é
uma fase que nem mesmo sabemos se pode ser denominada como pública, pois o
poder e a divisão de estado estavam concentrados de forma soberana.

Na administração pública burocrática, a prática de combate a corrupção


começou a sobressair, e alguns princípios que hoje regem o Direito administrativo
também começaram a fazer parte do dia a dia através do comércio e das trocas de
serviços. Foi uma administração marcada pelo início das ideias hierárquicas, com
observância da legalidade em que o Estado atuava. O princípio da legalidade
permanece até nos dias de hoje regulamentando não só o Direito administrativo, mas
também outros ramos.

Na terceira fase, conhecida como administração pública gerencial, o estado


passou a se orientar através dos valores voltados para uma política mais eficaz, dando
importância para a qualidade na prestação dos serviços públicos e colocando o
cidadão como prioridade desta relação jurídica. A partir daí surgiu também o princípio
da eficiência, que também permanece norteando a administração no momento atual.

Após este percurso, o que acontece hoje, é a necessidade que os


doutrinadores e legisladores estão observando da inserção de uma nova fase, com
novos objetivos, se adentrar na administração pública, uma vez que a história nos
mostra que todos os ramos do Direito devem acompanhar a evolução e necessidade
de mudança da sociedade.

Nas palavras de Cristiane Botezini:


O papel do administrador público, na evolução política/administrativa
histórica brasileira, sempre apresentou extrema relevância para o
cenário socioeconômico, apesar dos regimes e métodos de gestão
adotados ao longo dos anos. Porém, em momento algum o papel do
gestor público deixou de estar vinculado à participação da sociedade,
à boa-governança e à ética. (ALBARELLO, 2006)

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A intenção para administração pública moderna, é que ela elabore formas
sustentáveis da administração privada, que seja devidamente aplicada pela
administração pública, sempre mantendo a ética e seguindo os princípios que regem
este ramo. Como já tido, mesmo a administração pública tendo passado por várias
transformações, “muitas de suas características tradicionais não foram removidas”.
(MOTTA, 2007)

Passaremos agora, em como é a organização atual da administração pública,


seus poderes, os órgãos que a compõe, entre outros.

3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

Como já visto anteriormente, sabemos então que para obter os resultados, o


poder público deve agir em função da coletividade. Pois bem, para que as funções
sejam colocadas em prática, são usados agentes dotados de alguns poderes que
serão vistos.

Nos ensinamentos de Mateus Carvalho:


[...] estes poderes são instrumentais, ou seja, não são poderes em si
mesmos, mas sim mecanismos ou instrumentos de trabalho por meio
dos quais os órgãos e entidades administrativas executam suas tarefas
e cumprem suas funções. Daí a característica da instrumentalidade. De
fato, esses poderes são indispensáveis à persecução do interesse
coletivo e são mecanismos concedidos ao ente estatal para que ele
consiga alcançar o fim público que almeja. (CARVALHO, 2021)

Vale lembrar que, quando se usa dos exercícios atribuídos a função


administrativa, para adquirir outra finalidade que não seja a aplicação da lei, configura-
se abuso de poder. Esse abuso pode acontecer tanto de forma omissiva, quanto
comissiva. O abuso de poder é um ato ilegal, e o agente que o comete está sujeito a
sanção administrativa civil e penal.

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Abaixo temos um quadro com as hipóteses de abuso de poder:

Fonte: bit.ly/3MrkZbc

3.1 Poder Vinculado

Através deste poder, os agentes devem cumprir estritamente apenas o que é


determinado em lei. Não existe possibilidade de agir com liberdade na atuação, e nem
colocar em causa pensamentos de juízo de valor. Ou seja, a atitude perante o ato já
está preestabelecida em determinada lei.

O conceito de poder vinculado para Hely Lopes Meireles é que o “Poder


vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo – a lei – confere à Administração
Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e
requisitos necessários à sua formalização”. (MEIRELES, 2010)

3.2 Poder Discricionário

Neste poder, o agente também deve seguir a lei, porém, existem algumas
hipóteses que a própria legislação permite uma margem de liberdade que pode ser
inserida ao caso. Ou seja, o agente pode ponderar, por si só, qual seria uma conduta
adequada em determinada situação, desde que seja uma conduta lícita.

Não devemos confundir a discricionariedade, com a arbitrariedade, pois a


discricionariedade não se trata de um poder absoluto e intocável, devendo sempre

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agir para o cumprimento da finalidade de uma administração eficiente. (CARVALHO,
2021). Neste mesmo sentido, é o entendimento de Licínia Rossi:
Importante frisar que o conceito de discricionariedade não se confunde
com o de arbitrariedade. Aquela consiste em liberdade de atuar dentro
dos limites da lei. Já a arbitrariedade é a atuação do agente público
que extrapola e exorbita os limites legais. O ato arbitrário é considerado
inválido, ilegal e ilegítimo, devendo ser expurgado do ordenamento
jurídico.
Também, não podemos esquecer que no ato discricionário o Poder
Judiciário não pode substituir o discricionarismo do administrador pelo
do magistrado. O que é possível é apenas a declaração de nulidades
e de abusos quando o ato extrapolar os limites legais. (ROSSI, 2020)

Este poder, deve ser sempre atuado com base na conveniência e oportunidade,
pois a escolha deverá seguir tanto a lei, como também os fatos agregados a situação,
ou seja, o agente deve ter uma visão ampla, porém, atuando ainda dentro da lei.

Em algumas situações, o que percebemos hoje, é a existência de leis vagas e


indeterminadas. Esta situação não gera fator característico de discricionariedade. No
entendimento de Carvalho, “se a lei traduz equívocos do legislador, o administrador
deve-se valer da hermenêutica legal para sanar os erros e interpretar a vontade da
lei.

3.3 Poder Hierárquico

Este poder é aquele que dispõe sobre a estrutura interna e distribuição de


função para seus órgãos, juntamente com a relação de subordinação entre eles. Este
poder é limitado a somente uma pessoa jurídica. Portanto, não há que se falar em
hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes.

No mesmo sentido, Carvalho fundamenta então a ausência de hierarquia entre


os diferentes entes federativos, como a União, o Distrito Federal, os Estados e os
Munícipios, pois mesmo havendo controle e fiscalização, não há relação de hierarquia
ou de subordinação entre eles. (CARVALHO, 2021)

E assim complementa:
Na função legislativa, a prática doas atos obedece a um sistema de
competência que decorre de repartição constitucional, deixando
claramente definidas as atribuições de cada um dos entes federativos.
O desrespeito a essa norma de distribuição de competência legislativa
enseja violação ao texto constitucional. Em relação ao Poder Judiciário,

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no exercício da função jurisdicional vigora a regra do livre
convencimento motivado e da independência e imparcialidade do juízo,
não ficando um magistrado sujeito as decisões emanadas pelas cortes
superiores. (CARVALHO, 2021)

Portanto, juntamente da subordinação, a obediência também é vínculo do


poder hierárquico. Cada órgão dotado de sua devida função, deve atender as ordens
de seus superiores, sendo passível de anulação ou revogação os atos praticados que
não estejam em acordo com a legalidade.

3.4 Poder Disciplinar

O poder disciplinar é exercido entre os órgãos da administração pública de


forma interna, e tem como objetivo a punição e o controle dos atos dos agentes
administrativos em relação a função pública, ou seja, só pode ser afetado pelo poder
disciplinar, aquele que estiver em razão do exercício da administração pública.

No conceito de Licínia:
O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar a
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de
suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
que se encontre investido. Na Lei n. 8.112/90, o processo disciplinar
deverá ser conduzido por comissão composta de três servidores
estáveis – que serão designados pela autoridade competente.
(LICÍNIA, 2020)

Devemos ressaltar, que este poder não se confunde com o sistema de punição
que é aplicado pelo Direito Penal, uma vez que a punição exercida no poder disciplinar
não pode ser imposta ao sujeito particular.

Parte da doutrina é adepta a ideia de que o poder disciplinar tem um certo


vínculo com o poder discricionário. Um exemplo da existência deste vínculo, são em
situações que a lei usa alguns conceitos jurídicos que são vagos ou indeterminados
para concluir alguma infração administrativa.

3.5 Poder de Polícia

Através deste poder, o Estado deve sempre agir baseado no princípio da


supremacia do interesse público, sobre o particular. Esta ação é caracterizada pela
restrição ou limitação de direitos e bens particulares. Nas palavras de Licínia, O
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Estado, para buscar o interesse público, precisa ter mecanismos próprios para atingir
os fins que colima. São verdadeiros poderes ou prerrogativas de direito público.
(LICÍNIA, 2020)

O poder de polícia deve ser observado em sentido amplo e sentido estrito. Em


sentido amplo, envolve as restrições e limitações que o Estado e poder Executivo
executa em face do indivíduo particular. Já o sentido restrito é o ato exclusivo da
administração pública.

Ainda no entendimento da autora supracitada:


O poder de polícia encontra definição também no art. 78 do Código
Tributário Nacional, entendido como atividade da Administração
Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
demais direitos individuais e coletivos. (ROSSI, 2020)

A doutrina divide a característica dos atos do poder de polícia em atos


preventivos, atos repressivos, e os atos de fiscalização.

Os atos preventivos estão relacionados as disposições genéricas e abstratas,


como as portarias e regulamentos que se materializam nos atos que disciplinam
horário para funcionamento de determinado estabelecimento. (CARVALHO, 2020)

Os atos repressivos são praticados sempre em face da obediência da lei,


quando praticado infração específica. Neste caso o ato ilegal já se concretizou, e
poder de polícia deve agir com uma resposta punitiva.

Os atos de fiscalização, são aqueles que previnem lesões decorrentes da a


atuação da própria administração pública. Como exemplo temos o fato de uma
construção quando feita em um lugar público, e poder de polícia determina a
demolição do mesmo.

A seguir um mapa do Poder de Polícia:

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Fonte: bit.ly/3sBO4so

3.6 Poder Regulamentar

Através deste poder, a administração pública tem liberdade de publicar normas


gerais, abstratas, primárias ou secundárias através de regulamentos. Estas normas
devem estar sempre de acordo com a Lei, uma vez que ela sempre estará acima dos
atos regulamentares.

De forma geral, sabemos que as leis editadas pelo poder legislativo, nem
sempre estão diretamente especificas. Neste sentido é que o poder regulamentar age,
criando uma complementação para que possa atingir a eficiência de suas funções.

Nos ensinamentos de Carvalho:


A doutrina tradicional refere-se a Poder Regulamentar como sinônimo
de Poder Normativo. Ocorre que, modernamente, por se tratar de
conceituação restrita (uma vez que abarca a edição de regulamentos
apenas, excluindo os outros atos normativos próprios da atuação do
Estado), o poder Regulamentar vem sendo tratado como espécie do
Poder Normativo. Afinal, além da edição de regulamentos, o Poder

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Normativo abarca a edição de outros atos normativos, tais como
deliberações, instruções, resoluções. (CARVALHO, 2020)

De acordo com o artigo. 84, inciso VI da Constituição, compete ao Presidente


da República a desenvoltura de decretos e regulamentos para fiel execução das leis.
Através do princípio da simetria, o poder de elaboração desses regulamentos também
se estende aos outros chefes do poder Executivo, como os prefeitos e os
governadores.

4 RESPONSABILIDADE DO ESTADO

O direito administrativo público moderno, baseado na doutrina e nas


jurisprudências, é adepto a responsabilização da esfera pública mediante os atos
danosos que seus agentes causarem a um particular.

Trata-se de uma responsabilidade extracontratual que decorre do princípio da


isonomia. Portanto, sempre o Estado causar um dano especifico, lesando um
indivíduo ou a um grupo, a responsabilidade civil deve ser aplicada como forma de
reparação pela desigualdade gerada pelo ente estatal.

A Constituição dispõe sobre este tema em seu artigo 37, § 6º, dizendo que: § 6º
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa. (BRASIL, 1988)

Lembrando que a responsabilidade do Estado não se confunde com a


responsabilidade contratual, aquela fixada no próprio contrato e em suas cláusulas
contratuais, pois esta é oriunda de ajustes celebrados pela Administração Pública e
terceiros. (ROSSI, 2020)

Outro ponto importante, é que esta responsabilização pode ser aplicada


independentemente de haver responsabilização penal, não se confunde uma com a
outra. De acordo com o artigo 935 do Código Civil: “A responsabilidade civil é
independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato,
ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
juízo criminal. ” (BRASIL, 2002)

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4.1 Teoria da Responsabilidade Objetiva

Ao longo dos anos, várias teorias foram surgindo e acompanhando o Direito


administrativo. Atualmente, a base da responsabilidade civil é a Teoria da
Responsabilidade Civil Objetiva.

De acordo com as palavras de Celso Antônio Bandeira de Melo: “a


responsabilidade objetiva é a obrigação de indenizar que incumbe a alguém em razão
de um procedimento lícito ou ilícito que produziu uma lesão na esfera juridicamente
protegida de outrem”. (2009. apud CARVALHO, 2021)

Para a comprovação da responsabilidade objetiva, é necessário a


comprovação da existência de três elementos: a conduta, o dano, e o nexo de
causalidade. Percebemos então, que não é necessário comprovar a existência de dolo
ou culpa do agente, como acontece na esfera penal. Porém, caso o agente comprove
que o dano não foi causado por uma conduta sua, ele se isentará de se responsabilizar
pelo ato, o que não acarreta isenção da responsabilidade perante o ente público.

Para configuração do dano, é importante ressaltar que este deverá ser anormal
e específico. Para melhorar o entendimento, usamos o conceito de Alexandra Mazza:
Dano anormal é aquele que ultrapassa os inconvenientes naturais e
esperados da vida em sociedade. Isso porque o convívio social impõe
certos desconfortos considerados normais e toleráveis, não ensejando
o pagamento de indenização a ninguém. Exemplo de dano normal:
funcionamento de feira livre em rua residencial.

Considera-se dano específico aquele que alcança destinatários


determinados, ou seja, que atinge um indivíduo ou uma classe
delimitada de indivíduos. Por isso, se o dano for geral, afetando
difusamente a coletividade, não surge o dever de indenizar. Exemplo
de dano geral: aumento no valor da tarifa de ônibus. (MAZZA, 2019)

A seguir expomos um mapa mental que ajudará na fixação deste tema:

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Fonte: bit.ly/3MmmxmP

4.2 Agentes da Responsabilidade Civil

Além do Estado que responde de forma objetiva pelos danos que seus agentes
causam a um particular. No mesmo sentido, podemos dizer também que os agentes,
de forma subjetiva, devem se responsabilizar para o Estado sobre o dano que causou.

Ao falar em agentes prestadores de serviços da administração pública, falamos


das pessoas jurídicas de Direito Público, fundações e autarquias. Em relação aos
agentes da administração indireta, salienta-se que as empresas públicas e sociedade
de economia mista somente irão se responsabilizar, quando prestarem serviço
público.

Nas palavras de Carvalho:

Com efeito, a definição de agente público abarca todos aqueles que


atuam em nome do Estado, ainda que temporariamente e sem
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remuneração, seja a qualquer título, com cargo, emprego, mandato ou
função. Esse conceito abarca os agentes políticos, os servidores
estatais (sejam eles temporários, celetistas ou estatuários) e também
os particulares em colaboração com o poder público. (CARVALHO,
2021)

Em casos de danos causados por uma entidade que presta serviço público, o
Estado somente se responsabiliza, depois que esgotada as tentativas de
ressarcimento por parte da empresa que causou o dano.

4.3 Excludentes de Responsabilidade do Estado

Como já visto anteriormente, existem três elementos que caracterizam a


responsabilidade do estado, sendo elas: a conduta, o dano, e o nexo causal. Caso
falte um destes elementos em certo processo de responsabilidade do Estado, é
possível a exclusão do dever de indenização.

Nos ensinamentos de Carvalho, sobre a exclusão por ausência de um destes


elementos, ele ressalta:

Com efeito, se não houver dano jurídico (ainda que exclusivamente


moral) estará afastada a responsabilidade do estado, assim como se
exclui a responsabilização pública se não houver conduta de agente
público, ou se ele não estiver atuando na qualidade de agente quando
praticou a conduta. Por fim, a exclusão do nexo causal também retira
o dever de indenizar do Estado. (CARVALHO, 2021)

4.3.1 Caso fortuito ou causa maior

Em casos fortuitos ou de causa maior, não haverá responsabilidade por parte


do Estado, pois são casos em que era impossível prever o acontecimento. O ônus da
prova é remetido ao Estado, cabendo a ele provar a existência de uma causa de
exclusão de sua responsabilidade.

Em todo caso, é um tema que gera uma intensa discussão perante a doutrina,
pois grande parte dela é a adepta a ideia de que somente o elemento deste tópico
seria excludente da responsabilidade estatal, e outra parte, acredita que os tópicos
abaixo também são excludentes explicitas.

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4.3.2 Culpa concorrente

Existem algumas situações, em que a culpa pelo dano causado não é exclusiva
do agente público, pois parte da lesão teve origem por ato da própria vítima. Neste
caso, falamos em culpa concorrente, onde não existe possibilidade de excludente, e
sim uma redução no valor da indenização.

Neste caso, a responsabilidade do Estado será sempre parcial, na medida em


que se leva em conta a colaboração da vítima na produção do acontecimento danoso,
resultando na atenuação do quantum indenizatório para o Estado. (BANDEIRA DE
MELLO, 2009. apud LICÍNIA, 2020)

4.3.3 Culpa exclusiva da vítima

Sempre que apenas a vítima for exclusivamente culpada por suposto dano
gravoso, será excluído o nexo causal entre o dano e o Estado, não havendo assim,
responsabilidade do mesmo. Neste caso, se inverte o ônus da prova, pois fica a cargo
do Estado provar de alguma forma que existe uma excludente, e provar a culpa da
vítima.

5 AGENTES PÚBLICOS

De acordo com a legislação e doutrina atual, agente público é toda pessoa que
mediante qualquer ato, age em nome do Estado, mesmo que não tenha vínculo
jurídico e que atue sem remuneração e transitoriamente.

A lei 8.429/92 estabelece em seu artigo 2º, que:


Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

O Estado deve responder pelos atos praticados por ele caso o tenha feito no
momento de exercício da função. Portanto, suas ações estão vinculadas a pessoa
jurídica, e sujeitas as ações de controle judicial, que serão vistas neste material.

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Fonte: bit.ly/3MqXeQg

5.1 Classificação de Agentes

Quanto a classificação dos agentes públicos, é importante ressaltar que as


doutrinas são divergentes quanto a este tema. Seguiremos a doutrina majoritária
moderna para falar sobre: os agentes políticos, os particulares em colaboração com o
poder público, e os servidores estatais.

5.1.1 Agentes Políticos

Os agentes políticos são aqueles que compõe a estrutura do poder público,


nomeados através da eleição, e com funções previamente elencadas pela
Constituição. Como exemplo de agentes políticos, temos como o chefe de Presidente
da República, os membros do Poder Legislativo, Judiciário, Ministério Público,
Tribunais de Contas, os ministros do Estado, secretários, entre outros.

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5.1.2 Agentes em Colaboração com o Poder Público

Estes são aqueles que exercem situações adversas, mas ainda assim em nome
do Estado Mesmo em caráter temporário ou ocasional, manifestam a vontade do
Estado, criando vínculo jurídico. Carvalho em seus ensinamentos, divide estes
agentes em quatro espécies distintas, sendo elas: os designados; os voluntários; os
delegados; e os credenciados. (CARVALHO, 2021)

Os designados, trata daqueles que são convocados pelo poder público e são
obrigados ao comparecimento, sob pena de sanção. Um exemplo deste agente é o
mesário que atua em dia de eleição.

Os voluntários, como o próprio nome já diz, são voluntariados que participam


de programas sociais ou situações especificas como por exemplo em uma
calamidade.

Os delegados fazem parte daqueles que são delegados pelo Estado, como por
exemplo os titulares das serventias de cartórios. Eles exercem atividade em nome
próprio, porém sempre sob a fiscalização da administração pública. Apesar de
estarem vinculados ao Poder Público, os agentes delegados não são considerados
servidores públicos, pois não atuam em nome do Estado.

Por fim, os credenciados que tem vínculo estatal através dos convênios como
por exemplo o que acontece entre médicos privados e o Sistema Único de Saúde.
Cada agente desempenha uma função pública na estrutura do Estado, e em alguns
casos são responsáveis pela elaboração das programações governamentais

5.1.3 Servidores Estatais

- Servidores Temporários

Estes também são denominados como agentes administrativos. São todos


aqueles que possuem vínculo com o Estado ou com suas entidades. De acordo com
a doutrina em estudo, esta modalidade é subdividida em três categorias: os servidores
temporários; os celetistas; e os estatuários.

Os servidores temporários estão previstos no artigo 37, IX da Constituição


Federal, dispondo que: “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
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” (BRASIL, 1988) Estes servidores também são regidos pela Lei 8.745/93 que “dispõe
sobre a contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária
de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX, artigo 37 da Constituição
Federal. (BRASIL,1993)

É extensa as normas que tratam desta categoria de servidor, além de serem


regidos pela supracitada, também deve atender a Consolidação das Leis do Trabalho.
O artigo 1º da Lei 8.745/93 diz que: “Para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público, os órgãos da Administração Federal direta, as
autarquias e as fundações públicas poderão efetuar contratação de pessoal por tempo
determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei.” (BRASIL, 1993)

- Servidores Celetistas

Os servidores celetistas são aqueles que exercem trabalho para a


administração pública indireta, como as sociedades de economia mista, empresas
públicas, e fundações públicas que tem regimento pelo direito privado. Estes agentes
são regidos pela CLT, e possuem vínculo permanente com o Estado.

Conforme exposto no artigo 37, XVII da Constituição, não podem estes


servidores acumular o emprego com outros cargos. E terão garantido o emprego
através de concurso público ou alguma prova específica. O motivo da entrada através
do concurso, se dá pelo fato da apreciação ao princípio da impessoalidade e
moralidade.

- Servidores Estatuários

Os servidores estatuários também possuem vínculo permanente com o estado,


porém, neste caso não existe contrato de emprego, o vínculo de emprego é baseado
somente no texto da lei.

Nas palavras de Carvalho:


O servidor estatuário, após aprovação em concurso público é
convocado, mediante ato de nomeação, a tomar posse, assumindo, em
decorrência deste ato, um cargo público. Este agente não celebra
contrato com a Administração pública, estando seus direitos e
obrigações previstos em diploma legais específicos, denominados
estatutos. No âmbito federal, a Lei 8.112/90 é o estatuto que trata dos
servidores civis. Logo, não há uma relação individualizada ou
contratual, sendo o vínculo jurídico responsável por definir os direitos
e obrigações decorrentes diretamente da lei. (CARVALHO, 2021)

20
A princípio os servidores estatuários e celetistas podem aparentar semelhança
quase absoluta. Porém, algumas diferenças se destacam. Algumas delas são: Os
servidores estatuários devem recorrer de algumas decisões apenas na justiça comum,
enquanto os celetistas podem recorrer na Justiça do Trabalho; Quanto a
aposentadoria, os servidores públicos estão integrados no Regime Próprio de
Previdência, enquanto os celetistas ficaram a cargo do Regime Geral de Previdência.

Em qualquer um dos dois cargos, a Constituição e clara ao expor em seu artigo


37º que:
II a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

A administração pública possuí além deste regulamento, outras normas que


limitam o ingresso de pessoas não habilitadas ao serviço público.

6 CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÃO PÚBLICA

6.1 Cargos públicos

Algumas doutrinas assumem a ideia de que na Administração pública, é


possível diferenciar os cargos, o emprego, e a função pública. Seguindo por esta linha,
conceituaremos cada um, juntamente com a base que regulamenta tal modalidade.

Como definição legal de cargo público, temos o artigo 3º da Lei 8112/90 dizendo
que: “Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. ” (BRASIL, 1990)

No entendimento de Carvalho, os cargos públicos são “as mais simples e


indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas
em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoa jurídicas de
direito público e criadas por lei. ” (MELLO, 2009. Apud, CARVALHO, 2021)

Conforme o artigo 48, X, da Constituição, cabe ao Congresso Nacional,


juntamente com o Presidente da República, dispor sobre a criação e extinção dos

21
cargos, empregos e funções públicas. Os cargos públicos podem ser de âmbito
federal, estadual, distrital ou municipal.

Importante lembrar que não são todos os cargos públicos que oferecem
estabilidade de emprego. Pois os cargos são diferenciados em efetivos, que são
aqueles preenchidos por agentes que obtiveram aprovação em concurso público; em
comissão, que podem ser intitulados através de nomeação livre, sem necessidade de
concurso público; e os vitalícios, que são cargos com maior garantia para o agente,
pois exigem uma responsabilidade de mesma intensidade.

6.2 Empregos públicos

Os agentes que possuem empregos púbicos são regidos pele CLT, pois esta
modalidade de emprego acontece mediante contrato, devendo ser observados todas
as garantias institucionais inerentes a ela.

Carvalho completa o entendimento, dizendo que:


No âmbito federal, a CLT é aplicada subsidiariamente às normas
estipuladas pela Lei 9.962/00 que disciplina o regime de emprego
público do pessoal da Administração Federal Direta, autárquica e
fundacional, e dá outras providências e define que o contrato de
trabalho será celebrado por prazo indeterminado e somente será
rescindido por ato unilateral da Administração Pública, nas hipóteses
previstas no art. 3º deste diploma legislativo. (CARVALHO, 2021)

No geral, estes empregos estão localizados nas empresas públicas e


sociedade de economia mista, mas não são dotados da garantia constitucional da
estabilidade.

6.3 Função pública

A função pública é o conjunto de todos os exercícios vinculados a um cargo ou


a um emprego, estipuladas por lei, que juntos trarão a finalidade e o objetivo da
administração pública.

É permitido ainda, a criação de cargo de confiança para aqueles que


necessitam de atividade voltada para o assessoramento. A função de confiança não
está atribuída a cargo público, sendo disposta na organização administrativa e
atribuída a um servidor que já detenha cargo público efetivo. (CARVALHO, 2021)
22
Ainda neste sentido, a Constituição em seu artigo 37º, V, rege que:
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento; (BRASIL, 1988)

Podemos concluir que as funções são as atribuições elencadas para os cargos


e os empregos públicos, garantindo o processo e a finalidade da prestação de serviço
que a Administração Pública deve oferecer ao interesse público.

7 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA

O controle da administração pública contemporânea se faz pelo conjunto de


órgãos que exercem suas funções para alcançar os objetivos do Governo perante o
ente público. Este controle tem uma história marcada por uma evolução ao longo dos
anos, que acompanhou os diversos modelos de administração.

A forma que se realiza a fiscalização para manter o controle, tem origem em


dois poderes do Estado, o legislativo e o judiciário. “A fiscalização se manifesta por
meio da coleta de dados para análise, com posterior decisão acerca da regularidade
da atuação estatal [...]” (CARVALHO, 2021)

O controle é de extrema importância para garantir que a conduta dos agentes


seja adequada, podendo chegar assim, a ume eficiência desejada na execução do
serviço público.

Sobre este conceito:


A finalidade do controle é de assegurar que a administração atue em
consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento
jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública,
publicidade, motivação, impessoalidade; em determinadas
circunstâncias, abrange também o controle chamado de mérito e que
diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa.
(PIETRO, 2008. apud CARVALHO, 2021)

A seguir temos um quadro para melhorar o entendimento dos tópicos adiante:

23
Fonte: ARAÚJO, 2006. apud BITTENCOURT, 2008.

7.1 Classificação

7.1.1 Controle legislativo, administrativo e judicial

O controle legislativo, será efetuado direto, ou indiretamente pelo poder


legislativo, é conhecido também como controle parlamentar. De forma direta, terá
exercício pelos órgãos do Congresso Nacional. Este controle é amparado pela
constituição através dos artigos 49, X, e 58, § 2º, III e VI:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
[...]
X fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas,
os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.
[...]
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua
criação.
[...]
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
[...]
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre
assuntos inerentes a suas atribuições;

VI apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais


de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

24
Em relação a forma indireta, de acordo com o artigo 71 da Constituição, o
controle é feito pelo congresso nacional, juntamente com o tribunal de contas da
União.

O controle administrativo é baseado no princípio da autotutela, ou seja, a


própria administração pública controla seus atos. Atualmente, este princípio
juntamente com seu objetivo, está explicito através do artigo 53 da Lei 9.784/99: “A
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade,
e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.” (BRASIL, 1999)

Importante lembrar, que o fato de a administração pública controlar seus


próprios atos, não afasta a possibilidade do poder judiciário controlar também os atos
públicos. A única diferença na execução de controle dos dois órgãos, é poder
judiciário, só poderá agir mediante provocação, já a administração pública, pode agir
de ofício.

Por fim, o controle judicial é feito pelo poder judiciário, e como visto acima, é
efetuado apenas mediante provocação de algum ente interessado. Este controle será
exercido somente baseado na legalidade dos atos administrativos, ainda que se trate
de ato praticado no exercício da competência discricionária. (CARVALHO, 2021)

7.1.2 Controle interno ou externo

O controle interno consiste no que é executado por meio de órgãos que são
parte de uma mesma estrutura, mesmo havendo relação hierárquica. Já o controle
externo, é executado entre órgãos de diferentes entidades.

Estas modalidades de controle, se encontram elencadas no artigo 74 da


Constituição, estabelecendo que:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a


execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e


eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos
e entidades da administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;

25
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento


de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte


legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União. (BRASIL, 1988)

Como exemplo de controle externo, podemos citar o controle que é exercido do


Ministério sobre o INSS, e como exemplo interno, a fiscalização efetivada pela
secretaria de saúde sobre os postos de saúde localizados. (CARAVALHO, 2021)

Esta forma de classificação, é exercida com base na forma explicita que a


Constituição coloca a relação dos três poderes no Estado de Direito, sendo
independentes e harmônicos entre si.

7.1.3 Controle por subordinação e por vinculação

O controle por subordinação, é feito de forma direta, de acordo com a hierarquia


da estrutura de um órgão. Sua execução é através de uma entidade superior àquela
que tenha praticado o ato. Ou seja, sempre vai existir neste controle uma relação entre
um superior, e um subornado.

Ainda no mesmo contexto, é configurada como manifestação do poder


hierárquico, uma vez que as entidades descentralizadas não se submetem à
hierarquia em relação ao poder central, não sendo admitido, portanto, controle da
administração direta sobre a indireta. (CARVALHO, 2021)

No controle por vinculação, acontece de forma contrária, pois é caracterizado


somente como um poder de supervisão e tutela, aplicado sobre pessoa diversa.

Ressaltamos que se tratando de controle efetivado entre entidades diferentes,


mesmo estando no mesmo âmbito da Administração Pública, constitui-se controle
externo da atividade, ainda que não seja exercido entre os Poderes do Estado.
(CARVALHO, 2021)

26
7.1.4 Controle de legalidade ou de mérito

O controle de legalidade, surgiu como forma de observar se o ato administrativo


dado para se concretizar, está em acordo com ordenamento jurídico. Ou seja, o órgão
que exercer a função de controle, deverá fazer uma comparação entre a conduta
praticada, com a lei.

Este poder pode ser executado tanto de ofício, como por provocação, desde
que seja baseado no poder de autotutela. Em todo caso, se impõe a anulação de um
ato sempre que for verificado vício de ilegalidade. (CARVALHO, 2021)

O controle de mérito tem por objetivo a comprovação da eficiência,


oportunidade, e conveniência do ato controlado. No geral, este controle é competência
do mesmo poder que praticou o ato, no caso a administração pública, mas, como
exceção também ao poder legislativo. Já o judiciário não possuí essa competência.

Neste sentido:
Ademais, é pacífico o entendimento de que não cabe ao Judiciário, no
exercício da função jurisdicional, o controle de mérito sobre os atos
praticados no exercício de função administrativa. O controle exercido
pelo Judiciário é sempre vinculado à legalidade da conduta estatal.
Nestes casos, vislumbrando a ilegalidade do ato controlado, deve
proceder à sua anulação, sendo vedada a revogação judicial.
(CARVALHO, 2021)

Neste caso, a função do Judiciário, é analisar se a conduta estatal está em


acordo com o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade. Além de verificar com
base nos princípios, deve exercer também uma observação no que diz respeito a
discricionariedade doas atos.

7.2 CONTROLE JUDICIAL

No Brasil, vigora o sistema de jurisdição única, estabelecendo que qualquer


conflito de interesse deve ser julgado pelo poder Judiciário, que é o órgão que possuí
competência para julgar e definir tanto os atos administrativos ou privados. É
importante ratificar, que mesmo com a adoção deste sistema de jurisdição única, não
deixa de ser possível a solução de conflitos pelo ente administrativo.

A administração pública tem poder para efetivar a revisão acerca dos seus
atos, independentemente de provocação de qualquer interessado. Ocorre que a
27
decisão administrativa não impede que a matéria seja levada a apreciação do Poder
Judiciário. (CARVALHO, 2021)

Conforme já visto anteriormente, para que haja julgamento de um ato na esfera


judicial, é necessário a existência da provocação de um particular, manifestando ainda
seu desejo de anulação ou alteração do ato.

Atualmente, existem várias formas para se iniciar um controle judicial, a mais


comum são as ações judiciais.

7.3 Mandado de Segurança

O mandado de segurança é um remédio judicial, que tem objetivo de proteger


os direitos individuais e coletivos, que são eventualmente violados ou ameaçados por
meio de um ato administrativo que ocorreu de forma ilegal e que não possam

Se trata de uma ação constitucionalmente prevista no artigo 5º, incisos LXIX E


LXX, sendo:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados; (BRASIL, 1988)

Da mesma forma que é possível impetrar o mandado de segurança por ato


comissivo, é possível nas situações em que o direito líquido for lesado de forma
omissa. Neste caso, o remédio constitucional terá como objetivo impor uma obrigação
de fazer ao ente público.

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Como exemplo de um ato omisso, temos o caso de um candidato que foi
aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital e a
Administração deixou de convoca-lo para assumir o cargo. (CARVALHO, 2021)

Por determinação em lei, o mandado de segurança deve ser impetrado


somente para defender o direito lesado que seja considerado líquido e certo.

Com efeito, entende-se por direito líquido e certo o direito cuja prova
está pré-constituída, não se admitindo a produção de provas durante o
processo. Neste sentido, a complexidade quanto à matéria fática não
impede a utilização do MS, já que será necessário verificar se foi
produzida de forma prévia a prova para corroborar os fatos alegados,
e isso é relativo ao mérito do MS. (CARVALHO, 2021)

No mesmo sentido, pode ser impetrado de forma repressiva, ou preventiva. O


preventivo, acontecerá sempre que um indivíduo particular detectar uma ameaça que,
se concluída, causará danos aos seus direitos. A forma repressiva, é aplicada quando
o dano já ocorreu, para anular o ato ilícito.

O mandado de segurança deve ser impetrado no prazo de 120 (cento e vinte)


dias a contado a partir do dia em que se tomou ciência do ato que tenha causado
lesão ao direito. O prazo possuí natureza decadencial, sendo assim, não podendo ser
interrompido ou suspenso.

Importante ressaltar, que não cabe Mandado de segurança para requerer


indenização de valores que seriam devidos anteriores a data e impetração. Neste
sentido rege a súmula 269 do STF, dizendo que: “O mandado de segurança não é
substitutivo de ação de cobrança.”

Abaixo temos um mapa mental para ajudar a memorização deste tema:

29
Fonte: bit.ly/3wxAxU3

7.4 Ação Popular

A ação popular é um dos remédios constitucionais que visa a reparação de um


dano que causou lesão a uma coletividade, e não somente a um particular. Ou seja,
neste caso, o autor que propõe a ação está atuando em favor da sociedade, e não
dele mesmo. Assim como no mandado de segurança, tem natureza preventiva ou
repressiva.

As pessoas jurídicas e os partidos políticos, não têm competência para propor


ação popular, já os legitimados ativos, encontram respaldo legal através do artigo 5º,
inciso LXXIII da Constituição, onde diz que:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular


que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. (BRASIL,
1988)

30
Em relação a legitimidade ativa, vale lembrar que o cidadão que propor a ação,
deve sempre comprovar a sua cidadania com o título de eleitor, como diz o artigo 1º,
§ 3º da Lei 4.717/65. Ou seja, apenas a pessoa física que esteja em dia com seus
direitos civis e políticos pode propor a ação. Quanto a legitimidade passiva, Carvalho
nos explica que:
A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as
entidades privadas que recebam dinheiro público para custeio ou
formação do capital, contra as autoridades, funcionários ou
administrados que houveram autorizado, aprovado, ratificado ou
praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os benefícios diretos dele. Assim, estes
são os réus da ação popular: o agente público, o ente estatal que esse
agente representa e o beneficiado (ou os beneficiados) pelo ato
impugnado. (CARVALHO, 2021)

O Ministério público deve sempre acompanhar a ação popular, tendo como


função fiscalizar o andamento do processo impetrado. Inclusive, se o autor da ação
abandonar ou desistir dela, deve o Ministério Público assumir a mesma, tornando-se
polo ativo. Todavia, ele pode atuar apenas como substituto, e, após assumir a ação
não pode desistir dela.

Outra característica importante desta ação, é que não há prerrogativa de foro,


e também não possuí prazo decadencial. Ou seja, a ação será julgada por um juiz
singular.

31
Para memorização:

Fonte: bit.ly/3wuo2Zn

De acordo com o artigo 5º, § 4º da Lei 4.717/65 será admitido tutela antecipada
em caráter liminar, para que garantir a eficácia do resultado do julgamento. Assim
sendo: “Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo
impugnado. ”

7.5 Habeas Data

O Habeas data trata-se de mais um remédio constitucional, que tem por


objetivo permitir e garantir o direito de informação acerca do titular da ação, evitando
assim, suposto abuso que o Estado poderia usar contra o indivíduo. Além de permitir
o acesso, esta ação também possibilita a modificação e complemento dos dados.

Esta ação é cabível sempre para garantir o direito à informação acerca da


pessoa do impetrante, não sendo admitida sua impetração para garantir direito a
informação do seu interesse. (CARVALHO, 2021)

Alexandre de Moraes conceitua Habeas Data sendo um direito que assiste a


todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou
32
privados nos quais estejam incluídos seus dados pessoais para que deles se tome
conhecimento e se necessário for. (MORAES, 2006)

A Constituição estabelece que:


LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa


do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Os legitimados ativos para propor esta ação pode ser pessoa física, jurídica,
brasileira ou estrangeira. Não sendo possível apenas obter informações de terceiros,
pois trata-se de uma ação personalíssima.

Para validação do Habeas data, deve constar na petição inicial a prova de que
o a agente público tenha negado acesso a informação, ou a prova que mesmo após
pedido e percorrido o prazo proposto, não tenha obtido resposta da autoridade
administrativa. Neste sentido, a súmula 02 do STJ (1990) diz que: “Não cabe o
Habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade
administrativa.”

A petição inicial deste remédio deve seguir as regras do artigo 319º do Código
de Processo Civil. Despachando a inicial, o juiz dará ordem de notificação ao polo
passivo para que no prazo de 10 dias forneça as informações necessárias.

Para memorização:

33
Fonte: bit.ly/3yHCTSM

7.6 Mandado de Injunção

Trata-se de um remédio constitucional que tem como objetivo garantir a


aplicabilidade dos direitos e garantias fundamentais que a Constituição resguarda. Ele
está disposto no artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
no inciso LXXI, que afirma: “Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania”. (BRASIL, 1988)

O mais comum, é que esta ação seja impetrada quando houver uma norma
cuja eficácia seja limitada, onde o exercício de certa ação dependa ainda de outra
norma que a regule. Ou seja, para resolver um problema que foi causado por omissão
do poder público.

Este remédio constitucional tem previsão legal ainda na Lei 13.300/16 através
do artigo 2º, dizendo que:

Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou


parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos

34
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem


insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
(BRASIL, 2016)

Portanto para que haja impetração, é necessário a existência de uma norma


com eficácia limitada, ou pela falta de uma lei regulamentadora. Para impetração
desta ação, o procedimento deverá ainda respeitar os termos do artigo 319 do Código
de Processo Civil, indicando o autor e o réu.

Como legitimado ativo da ação, pode ser qualquer pessoa física ou jurídica que
esteja prejudicado pela ausência ou limitação da norma constitucional. Não sendo um
instrumento judicial gratuito, o mandado de segurança exige ainda a existência de um
advogado para que possa ocorrer a impetração. Como legitimado passivo, poderá ser
qualquer órgão ou entidade que tenha atribuição para edição de norma
regulamentadora.

Quando se tratar de mandado de injunção coletivo, que acontecerá quando o


direito fundamental de uma categoria ou coletividade estiver em causa, será impetrado
pelo Ministério Público, por partido político, pela defensoria pública, e também pela
organização sindical em funcionamento por no mínimo um ano.

Importante lembrar que esta ação só tem efeito sobre normas relativas a
Constituição, não servindo, portanto, para solucionar normas infraconstitucionais. As
leis constitucionais confrontadas pelo Mandado de injunção podem ser parciais ou
totais em termos de ausência do conteúdo.

Ainda sobre os efeitos:


Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá
efeitos até o advento da norma regulamentadora.

§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à


decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.

§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser


estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.

§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede


a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.
(BRASIL, 2016)

35
É de extrema importância que o Poder Judiciário faça uma análise cautelosa
perante um mandado de injunção, pois a independência entre os poderes impede que
seja determinado ao legislador um dever de atuar mediante ao caso.

Fonte: bit.ly/3LkaG7h

7.7 Ação Civil Pública

A ação civil pública, é um instrumento jurídico previsto na legislação destinada


a proteção dos direitos difusos, coletivos, e individuais homogêneos e possuí
regulamentação através da lei 7.347/85.

O artigo 129º inciso III também faz menção, afirmando que é função do
Ministério público promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos;

Em relação aos legitimados para propor a ação, de acordo com a lei


supracitada, poderá ser:

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O Ministério Público; a Defensoria Pública a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios; a autarquia, empresa pública,
fundação ou sociedade de economia mista, e a associação que,
concomitantemente esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos
termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a
proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de
grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico. (BRASIL, 1988)

Apenas o Ministério público terá competência exclusiva para instaurar o


inquérito civil da ação, que servirá para arrecadar provas e reunir elementos que vão
dar estrutura do processo.

Com esta ação é possível a defesa do meio ambiente, do direito do consumidor,


da ordem econômica, e também aos bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico, paisagístico, e ainda proteção à honra de grupos raciais, étnicos
ou religiosos (CARVALHO, 2021). Sendo então estes, os legitimados passivos.

A competência da ação civil pública, será a comarca onde ocorreu ou vai


ocorrer o dano, uma vez que a ação poder ser proposta de forma preventiva ou
repressiva. E em relação a sentença, esta poderá ser tanto de obrigação de fazer,
como condenatória.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBARELLO, Cristiane Botezini. O papel do administrador na gestão pública.


Frederico Westphalen: Revista de Administração, 2006.

BRASIL, Supremo Tribunal de Justiça. Súmula 02.

BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Súmula 269.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado


Federal, 1988.

BITTENCOURT, Joel de Quadro. A Fiscalização da Administração Pública com


foco no desempenho.

CAMPOS, Ana Cláudia. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método; Rio
de Janeiro: Forense, 2019.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 33 ed. São
Paulo: Atlas, 2019.

CARVALHO, Matheus. Manual de direito administrativo 9 ed. Salvador: JusPodivm,


2021.

LICÍNIA, Rossi. Manual de direito administrativo. 6 ed. São Paulo: Saraiva


Educação, 2020.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 24 ed. São Paulo:


Malheiros, 2010.

MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI. Jéssica Angélica de Oliveira. A


importância do controle para o desempenho e resultados desejáveis na gestão
pública. 2018.

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