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DIREITO TRIBUTÁRIO
Prof. Guilherme Pedrozo
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1 - TRIBUTO

Ao iniciarmos o estudo do direito tributário, parte material, compreende-se


necessário estudar o conceito de tributo e suas repercussões frente a matéria
que será objeto de análise na presente obra.

Leciona o artigo 3º do CTN que tributo é:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória,


em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente
i l d

Diante do referido acima exposto, compreende-se que tributo é toda


prestação pecuniária compulsória, ou seja, uma vez prevista em norma criada
pelo respectivo ente competente, ocorrendo o fato gerador e sem qualquer
dispensa prevista na Constituição Federal (imunidades) ou em norma
infraconstitucional (isenções ou convênios), terei de pagar tributo. Diante disto, o
pagamento de tributo é obrigatório, compulsório.

Outrossim o pagamento do referido tributo previsto em norma deverá ser


realizado, via de regra, em dinheiro. Entretanto o próprio Código Tributário
Nacional faculdade a possibilidade de pagamento de tributo mediante a dação
em pagamento de bem imóvel, uma vez presente tal opção nas formas de
extinção do crédito tributário.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


(...)
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma
e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela LCP nº
104, de 2001).

Mas questiona-se: será sempre possível realizar a extinção do crédito

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tributário, ou seja, o pagamento mediante dação em pagamento de bem imóvel?


A resposta é negativa. Somente poderá ser assim realizada mediante a existência
de alguns requisitos e observações:
*Esquema

Da Dação em Pagamento do bem

Lei específica

Do ente competente

Não gera direito adquirido

Entretanto, além do ponto acima exposto, pergunta-se: poderão os entes


competentes criarem norma infranconstitucional que estabeleça novas formas
de extinção do crédito tributário, como por exemplo, dação em pagamento de
bem móvel?
Mediante análise legalista e constitucionalista, compreende-se que não,
visto que a Constituição Federal, no seu artigo 146, é bastante clara que as
normas gerais de direito tributário somente poderão ser realizadas pela União,
mediante lei complementar.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como,
em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases
de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
decadência tributários;

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c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo


praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido
para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no
caso do imposto previsto no art. 155, II, das
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239.

Entretanto cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal vem afirmando,


mais precisando através da ADI 2.405-MC, que os entes competentes poderão
criar novas formas de extinção desde que constitucionais. Igualmente, diante
deste contexto fático, lecionou o mesmo tribunal superior (ADI 1.917) que não
poderão os entes públicos criarem extinção do crédito tributário mediante dação
em pagamento de móvel visto que estaria realizando-se fraude ao sistema
licitatório, infrigindo assim o artigo 37, XXI da Constituição Federal.

Ainda sobre o conceito de tributo leciona o artigo 3º do CTN que


nenhum tributo poderá ter caráter sancionatório, ou seja, ser forma de punição a
qualquer pessoa. Por esta razão, compreende-se que se alguém vende drogas,
pratica o jogo do bicho ou realiza crime ambiental, para este jamais poderá ser
criado um tributo como espécie de sanção ou punição pelo ato realizado. Sobre
isto leciona com magnitude Ricardo Alexandre 1:

“Aqui, uma importantíssima observação. O dever de


pagar tributo – conforme será detalhado em momento
oportuno
– surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma
hipótese abstratamente prevista em lei (o fato gerador).
Portanto, se alguém obtém disponibilidade econômica
ou jurídica de rendimentos, passa a ser devedor do

1 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 72.
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imposto de renda (CTN, art. 43), mesmo se esses


rendimentos forem oriundos de um ato ilícito, ou até
criminoso, como a corrupção, o tráfico ilícito de
entorpecentes etc. A

justificativa para o entendimento é que, nesses casos,


não se está punindo o ato com o tributo (a punição
ocorrerá na esfera penal e, se for o caso, na
administrativa e civil). A cobrança ocorre porque o fato
gerador (obtenção de rendimentos) aconteceu e deve
ser interpretado abstraindo-se da validade jurídica dos
atos praticados (CTN, art. 118, I).”

Mas, importante dizer que os frutos oriundos da atividade ilícita poderão


ser tributados, visto que na forma do artigo 118, I do Códito Tributário Nacional
vou abstrair a validade dos fatos jurídicos praticados pelo contribuinte. Logo para
o direito tributário, aplicamos o princípio da pecunia non olet, ou seja, o dinheiro
não tem cheiro.

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada


abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem
como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Diante disto muito embora não seja tributado o ato de comercializar


drogas ou apontar jogo do bicho, os frutos e/ou rendas auferidas com a
realização de tais atos, será tributada normalmente.

Por fim, vale ressaltar que nenhum tributo será pago, sem lei que o
estabeleça, atendendo ao princípio máximo da legalidade estrita na forma do
artigo 150, I da Constituição Federal, bem como o administrador público deverá
analisar objetivamente o que contido na norma (vinculação total) para tributar o

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contribuinte, não podendo assim realizar nenhum ato discricionário para à


cobrança do mesmo.

Depois de compreendermos o que é tributo, resta alertar sobre quais são


as espécies de tributo que os entes competentes poderão criar. Assim diante
desta análise, devemos compreender que tributo é um gênero onde apresentam-
se 5 (cinco) espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria,
contribuições especiais e empréstimos compulsórios.

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2 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Mas afinal de contas, quem poderá criar o que compreendemos de


tributo? Lembre-se que a Constituição Federal não criará nenhum tributo ou fará
sua exigência, mas tão somente a nossa Carta Mãe entregará poderes para que
os respectivos entes competentes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
venham a criar as espécies de tributo. Leciona sobre isto Ricardo Alexandre 2:

“A Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui


competência para que os entes políticos o façam. Da
mesma forma que os penalistas dizem que não há crime
sem lei anterior que o defina, pode-se afirmar que não
há tributo sem lei anterior que o defina. Assim, apesar
de a Constituição Federal atribuir à União a competência
para a criação do imposto sobre grandes fortunas (art.
153, VII), a inércia legislativa faz com que esse tributo
não exista no atual ordenamento jurídico. Enfim, para
que sejam criados tributos, o ente tributante deve editar
lei (ou ato normativo de igual hierarquia, diga-se, Medida
Provisória) instituindo-os abstratamente, ou seja,
definindo seus fatos geradores, bases de cálculo,
alíquotas e contribuintes.”

Antes de citar quais tipos de tributos os entes poderão criar, importante dizer
sobre as características da competência tributária.

a) Indelegável: nenhum ente poderá transferir a sua competência de


criar e/ou majorar tributo para outro ente competente.

2 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 106.
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Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do
§ 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os
privilégios processuais que competem à pessoa jurídica
de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo,
por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público
que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o
cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo
ou da função de arrecadar tributos.
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a
defere a pessoa jurídica de direito público diversa
daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

Entretanto, muito embora indelegável a competência tributária, a


capacidade ativa tributária poderá ser delegada para outra pessoa jurídica de
direito público. Mas do que trata-se a capacidade ativa tributária? Exercer a
capacidade ativa tributária não compreende-se o exercício da competência de
criar e/ou majorar, mas sim o exercício administrativo de fiscalizar, executar as
normas e arrecadar tributo em nome do ente competente. Leia-se os clássicos
exemplos do ITR e IR Retido na Fonte.

Também é importante dizer sobre a delegação da capacidade ativa


tributária que somente e tão exclusivamente o ato de arrecadação poderá ser
delegado para outra pessoa jurídica de direito privado na forma do artigo 7º, §3º
do CTN.

b) Facultativa: o ente competente e assim compreendido na forma do


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texto constitucional somente criará o tributo de sua competência de assim


desejar. Veja o que diz o artigo 145 da Constituição, onde refere-se claramente
em poderão:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos (...)

Mas e se o exercício da competência tributária não for realizado? Muito


embora defenda-se sua facultatividade, já existe posição de tribunal superior
informando que o ente competente que abre mão de receitas, terá a penalidade
da vedação das transferências voluntárias na forma da lei complementar
101/2000.

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da


responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de
transferências voluntárias para o ente que não observe
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

c) Irrenunciável: nenhum ente poderá abrir mão e/ou renunciar a


competência tributária para qualquer outro ente ou pessoa jurídica, seja pública
ou privada.

d) Inalterável: a competência tributária não poderá ser alterada mediante


norma infranconstitucional, podendo sim ser alterada mediante emenda
constitucional.

Após analisada as características da competência tributária, temos de


saber quais são os tributos que os entes (União, Estados, DF e Municípios)
poderão criar conforme texto constitucional.

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*Esquema

Imposto de Importação

Imposto de Exportação

Imposto de Renda

Imposto Territorial Rural

Impostos
Imposto sobre Operações Financeiras

Imposto sobre Grandes Fortunas

Taxa
Imposto sobre Produtos Industrializados

Imposto Extraordinário Guerra


Contribuição de
melhoria
União Imposto Residual

Contribuições Sociais

Contribuição Previdenciária de Servidor


Contribuições
especiais
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

Empréstimo Contribuição de Categoria Profissional


compulsório

Das competências acima expostas da União, duas questões são


extremamente importantes e tem recorrência em provas: será sempre e somente
da União a competência para criar novos tipos de impostos (os chamados
residuais) e novas contribuições sociais residuais. E tudo isto, mediante tão
somente lei complementar.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos
no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e
não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a


garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I.

Após análise da competência da União, vejamos a competência do Distrito


Federal.
*Esquema
Imposto Predial Territorial Urbano

Imposto Transmissão de Bens Imóveis

Impostos Imposto sobre Serviços

Imposto sobre Propriedade Veicular

Taxa
Imposto Transmissão Causa Mortis ou Doação
Distrito Federal

Contribuição de
melhoria

Contribuição Previdenciária de Servidor


Contribuições
especiais
Contribuição sobre Custeio de Iluminação Pública

Vale dizer que na forma do artigo 155 e 147 da Constituição Federal que o
Distrito Federal terá competência cumulativa dos Estados e dos Municípios.
Já os Estados poderão criar os seguintes tributos na forma do artigo 155 da
Constituição Federal:
*Esquema

Imposto sobre Propriedade veicular


Impostos
Imposto Transmissão Causa Mortis ou Doação

Taxa

Estados
Contribuição de
Melhoria

Contribuições
Contribuição Previdenciária de Servidor
Especiais
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Por fim, os Municípios na forma do artigo 156 da Constituição Federal


poderão criar os seguintes tributos:
*Esquema

Imposto Predial
Territorial Urbano

Imposto
Impostos Transmissão Bens
Imóveis

Imposto Sobre
Taxas
Serviços

Municípios

Contribuição de
melhorias
Contribuição
Previdenciária de
Servidor
Contribuições
especiais
Contribuição sobre
Custeio de
Iluminação Pública

Ainda, no que tange a competência para os mais variados tributos, faço-


me uso da tabela retirada do livro Direito Tributário Esquematizado, do Professor
Ricardo Alexandre 3:
*Esquema

CLASSIFICAÇÃO ESPÉCIES DEFINIÇÃO EXEMPLOS

Federais Criados II; IE; IR; IPI;


privativamente
Quanto à ITR; IOF; IGF
pela União
competência Estaduais Criados ITCMD; ICMS;
impositiva privativamente
IPVA
pelos Estados e pelo
DF

3ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 237.
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Municipais Criados IPTU; ITBI; ISS


privativamente
pelos Municípios e
pelo
DF
Privativos A competência para Impostos;
criação é atribuída a empréstimos
determinado ente compulsórios;
com caráter de contribuições
exclusividade especiais

Quanto ao
exercício da
competência Comuns A competência Taxas e contribuições
para criação é de melhoria
atribuída
indiscriminadame
nte a
todos os entes
políticos
Residuais A Constituição Novos impostos e
atribui à União
novas contribuições
competência para
criar tributos não para a seguridade
previstos
social
ordinariamente
Fiscais Finalidade IR; IGF; IPVA; ICMS;
arrecadatória
ITCMD; IPTU; ITBI;
ISS; IEG;
empréstimos
compulsórios
Extrafiscais Finalidade II; IE; IPI, IOF;
interventiva ITR; CIDE
Quanto à finalidade

Parafiscais Finalidade de Contribuições


arrecadar sociais e corporativas
para atividades
específicas

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Vinculados Cobrança Taxas e contribuições


depende de de melhoria
atividade estatal
específica

Quanto à relativa ao

hipótese de contribuinte
Não Cobrança Impostos
incidência
vinculados independe de
atividade estatal
específica relativa
ao
contribuinte
De Os recursos Empréstimos
arrecadaçã arrecadados compulsórios; CPMF;
o vinculada somente podem ser custas e
utilizados em emolumentos
Quanto ao atividades
destino da determinadas
De Os recursos Impostos
arrecadação
Arrecadação arrecadados
não podem ser utilizados
em qualquer
vinculada
despesa
prevista no
orçamento
Diretos Oneram IR; ITR; IPTU
diretamente a
Quanto à
pessoa definida
possibilidade de
como sujeito
repercussão
passivo (não
permitem a
repercussão)

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Indiretos Oneram pessoa ICMS; ISS; IPI; IOF


diferente daquela
definida como sujeito
passivo (permitem a
repercussão)
Reais Incidem IPTU; ITR;
objetivamente sobre ITCMD; IPI
Quanto aos coisas, desprezando
aspectos aspectos
subjetivos e subjetivos
objetivos da Pessoais Incidem de forma IR
hipótese de subjetiva,levando em

incidência consideração
aspectos pessoais
do sujeito passivo
Sobre o Incidem sobre as II e IE
comércio operações de
exterior importação
e exportação
Sobre o Incidem sobre a ITR; IPTU; IPVA; IGF;
patrimônio e propriedade de bens IR
Quanto às bases a renda móveis ou imóveis e
econômicas sobre o produto do
tributadas capital, do trabalho
ou da
combinação de
ambos
Sobre a Incidem sobre a ICMS; ISS; IPI; IOF
produção e circulação de bens
ou valores e sobre a
a circulação produção de bens

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3 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - PRINCÍPIOS

Para que o ente público, através dos seus poderes constituídos, exerça a
sua competência tributária será necessário balizar suas atividades nas limitações
ao exercício do poder de tributar dispostos na Constituição Federal. Assim a
nossa Carta Magna acaba pode ser uma espécie de filtro para o exercício da
instituição e/ou majoração de tributos, servindo tais limitações assim
precipuamente para a defesa dos contribuintes de qualquer tipo de cobrança
arbitrária.

Lembrando que tais limitações uma vez desrespeitadas irão gerar a


inconstitucionalidade do ato ou da lei realizada pelo ente público competente.
Ademais vale ressaltar que tais limitações dividem-se entre princípios e
imunidades.

3.1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Reza o artigo 150, I, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Logo, conforme acima exposto, nenhum tributo poderá ser criado ou


majorado sem lei que o estabeleça. Portanto, via de regra, somente o Poder
Legislativo poderá criar ou majorar tributo, sempre mediante observação do
devido processo legislativo.

E o Poder Executivo, não poderá atuar na criação ou majoração de


tributos? Obviamente que a Constituição Federal lhe reservou possibilidades, até
como forma de controlar a economia e o mercado. Diante disto podemos afirmar
que houve mitigação ao princípio da legalidade.

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a) 1ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo da


União mediante decreto, portaria ou resolução, alterar as alíquotas dos impostos
(II, IE, IOF e IPI) abaixo descritos. Veja que alterar, a nossa acepção significa,
majorar ou reduzir sem qualquer espécie de processo legislativo.
*Esquema

Imposto
Importação
Resolução
Camex
Imposto
Exportação
Poder Executivo -
Alterar alíquotas
Imposto sobre
Operações
Financeiras
Decreto/Portaria
Imposto sobre
Produtos
Industrializados

Importante ressaltar sobre a presente exceção que a Camex é o órgão de


controle do comércio exterior do nosso país e está vinculada a administração
pública federal, logo por esta razão lhe é possibilitada tal alteração de alíquotas.

Ademais outro fato que pode-se questionar é da justificativa do porque é


mitigado aqui o princípio da legalidade: tais impostos são extrafiscais, ou seja,
servem para regular o mercado econômico.

Por fim cabe dizer que tal possibilidade encontra-se respaldada em nosso
texto constitucional no seu artigo 153,§1º da Constituição Federal:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as
condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e
V

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b) 2ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo


igualmente por meio de decreto ou convênio, reduzir ou restabelecer as alíquotas
de CIDE e ICMS Combustível. Mas por favor, não esqueça: aqui não trata-se de
majoração, mas tão somente redução ou retornar o quanto era anteriormente as
alíquotas.

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no


domínio econômico relativa às atividades de importação
ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás
natural e seus derivados e álcool combustível deverá
atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo,
não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;

Sobre isto leciona Ricardo Alexandre 4:

“Com o advento da Emenda Constitucional 33/2001,


foram previstas duas outras exceções ao princípio da
legalidade no tocante a alterações de alíquotas. Ambas
se referem à tributação de combustíveis. A primeira
permite ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as
alíquotas da CIDE- combustíveis (o Presidente da
República tem usado o Decreto como via normativa para
o exercício da competência prevista no art. 177, § 4.º, I,
b, da CF/1988). A segunda permite aos Estados e ao
Distrito Federal, mediante convênio (realizado no âmbito
do CONFAZ, conforme será estudado em momento
oportuno), definir as alíquotas do ICMS-monofásico
incidente sobre combustíveis definidos em Lei

4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 263.

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Complementar (CF, art. 155,


§ 4.º, IV).”

c) 3ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo


também por através de decreto, portaria, atualizar base de cálculo de tributo. Mas
aqui é importante ressaltar: trata-se de mera atualização, recomposição da base,
jamais podendo representar onerosidade ao contribuinte.

Assim é importante também salientar que esta atualização deverá


observar os limites estabelecidos pelos indexadores oficiais, ou seja, dentro de
um máximo permitido observando-se estes índices. Tudo o que for superior aos
indexadores, não poderá ser realizado pelo Poder Executivo, visto que tratar-se-
a de onerosidade, logo podendo ser realizado apenas por meio de lei.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação
da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais
oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor
tá i d ti b d ál l

Súmula 160 STJ - É defeso, ao município, atualizar o


IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao
índice oficial de correção monetária.

d) 4ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá igualmente o Poder


Executivo Federal mediante Medida Provisória criar ou majorar qualquer espécie
tributária. Entretanto para que assim o faça terá de atender a dois requisitos: que
o tributo possa ser criado por lei ordinária e que seja convertido em lei no mesmo
ano de sua edição.

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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente


da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até
o último dia daquele em que foi editada.

e) 5ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá, por fim, o Poder


Executivo alterar o prazo para pagamento de tributo por meio de decreto ou
portaria. Compreende-se pela desnecessidade de norma visto tal matéria não
está assim disposta no artigo 97 do CTN, ou seja, não sendo necessário lei para
tal realização.
Após vistos as exceções ao princípio da legalidade, pode-se questionar
qual tipo de lei poderá instituir ou majorar tributo? Via de regra os tributos serão
criados ou majorados mediante lei ordinária.
Entretanto existem 4 exceções de tributos, estas pelas quais somente
serão operacionalizadas (criadas ou majoradas) mediante Lei Complementar.
Vale ressaltar que se apenas esta última espécie normativa citada poderá
realizar, tais tributos não poderão ser criados igualmente por Medida Provisória.

*Esquema

Somente por Lei Complementar - Criação o Majoração

Imposto Residual - pela União - art. 154, I, da CF

Contribuição Social Residual - pela União - art. 195, §4º da CF

Empréstimo Compulsório - pela União - art. 148, da CF

Imposto sobre Grandes Fortunas - pela União - art. 153, VII, da CF


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Outro ponto importante sobre o princípio da legalidade é sobre os


incentivos ou benefícios fiscais. Na forma do artigo 150, §6º da Constituição
Federal tais concessões somente poderão ser realizadas mediante lei, com
exceção da isenção do ICMS que deverá ser realizada por meio de convênio na
forma do artigo 155, §2º, XII, g, da Constituição Federal.

Por fim, vale dizer ainda que se para criar ou majorar tributos será
necessário norma legal, para sua extinção ou redução igualmente será
necessário lei. Aplica-se aqui portanto o paralelismo de formas, ou seja, preciso
de norma de nível hierárquico igual ou superior para extinguir ou reduzir os
tributos.

3.2 – PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Reza o artigo 150, II, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

Diante do que compreendido pelo inciso supra citado todos terão


tratamento igualitário perante a norma tributária, carecendo somente de um trato
desigual aqueles que se apresentam em uma situação de desigualdade.

Tal princípio está intimamente ligado ao princípio da capacidade


contributiva (art. 145, §1º da CF) e o da não discriminação (art. 152 da CF).

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3.3 – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

O presente princípio irá limitar a possibilidade da cobrança do tributo criado


e/ou majorado. Diante disto, tal princípio irá limitar a possibilidade e atividade
dos entes competentes de cobrarem os tributos por eles respectivamente
realizados. Logo este princípio servirá para informar ao contribuinte quando ele
deverá e poderá ser cobrado dos respectivos tributos uma vez realizados os
fatos geradores dispostos na norma tributária.

Mas desde já, lembre-se: como trata-se de limitação ao exercício da


competência tributária, ele será observado apenas quando da criação ou
majoração de tributo, visto que quando tratar-se de medida desonerativa (mais
favorável) ao contribuinte, tal norma terá aplicação imediata. Igualmente para
efeitos de Exame da Ordem, vale ressaltar que tal princípio trata-se de regra de
eficácia e não de vigência.

O princípio da anterioridade, com razão precípua da necessidade de evitar


a surpresa aos contribuintes, é entendido conforme texto constitucional pela
anterioridade do exercício e a anterioridade nonagesimal.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Diante disto, na forma do artigo 150, III, B, da Constituição Federal, todo

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tributo criado ou majorado somente poderá ser exigido no primeiro dia do


exercício seguinte, ou seja, uma vez publicado, por exemplo no ano de 2017,
somente poderá ser exigido no primeiro dia do ano de 2018.

Entretanto, considerando que até 2003 apenas a Constituição Federal


contemplava o presente artigo como princípio da anterioridade, ainda restava
presente muitas surpresas aos contribuintes, visto que os tributos eram criados
ou majorados no dia 28 de dezembro e já eram exigidos no dia 01 de janeiro do
ano seguinte, ou seja, após apenas alguns dias da publicação.

E para evitar esta surpresa, houve uma alteração no texto constitucional


vindo a criar o princípio da anterioridade nonagesimal. Assim na forma do artigo
150, III, C, da Constituição Federal, todo tributo criado ou majorado, somente
poderá ser exigido após 90 (noventa) dias da publicação, justamente para evitar
as surpresas acima citadas.

Assim, via de regra, todos os tributos criados ou majorados deverão


aguardar as duas anterioridades (requisitos cumulativos), ou seja, somente
poderão ser exigidos no exercício seguinte da sua publicação somado a 90
(noventa) dias igualmente da publicação.

Entretanto, como tudo não são flores em qualquer área do direito,


compreendeu por bem o constituinte reservar a alguns tributos uma possibilidade
de exigência mitigada, justamente para enfrentar o mercado econômico (política
econômica e social) ou a necessidade de exigência do tributo. Assim positivou o
constituinte, mitigando portanto os princípios da anterioridade:

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Art. 150 da CF - § 1º A vedação do inciso III, b, não se


aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV
e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e
154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Logo, conforme positivado no parágrafo supra indicado, assim


compreendeu o constituinte:

o Terão exigência imediata, ou seja, mesmo que majorados ou criados


poderão ser exigidos tão logo publicados: Imposto Importação,
Imposto Exportação, Imposto sobre Operações Financeiras,
Empréstimo Compulsório Guerra Externa ou sua Iminência,
Empréstimo Compulsório Calamidade e Imposto Extraordinário
Guerra.

o Outrossim terão exigência respeitando apenas a anterioridade


nonagesimal, ou seja 90 dias após a sua publicação, sendo portanto
possível a sua exigência no mesmo ano de sua publicação: Imposto
sobre Produtos Industrializados, Contribuições Sociais e CIDE/ICMS
Combustíveis.

o E terão exigência respeitando apenas a anterioridade do exercício,


ou seja, podendo ser majorados em 28 de dezembro, publicados em
29 e já exigidos no dia 01 de janeiro: Imposto de Renda (alíquotas,
base de cálculo) e Base de Cálculo (apenas) de IPVA e IPTU.

Pós análise das exceções dispostas no artigo 150, §1º da Constituição


Federal cabe ainda dizer que conforme Informativo 757 do STF, revogação ou
isenção de benefício fiscal, mesmo que parcial, deverá observar os dois
princípios da anterioridade. Assim, se minha empresa goza de um benefício e
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este venha ser revogado, o fisco deverá aguardar as duas anterioridades para
exigir o tributo cujo o qual minha empresa tinha benefício.

Por fim, outra questão de grande valia sobre o princípio da anterioridade,


é de que a modificação de prazo para pagamento, mesmo que venha antecipar
a arrecadação/pagamento, não estará sujeita a anterioridade na forma da
Súmula Vinculante nº 50 do STF.

Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.

3.4 – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

Reza o artigo 150, III, A, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do


início da vigência da lei que os houver instituído ou

Em face do que disposto na presente alínea a norma tributária não poderá


retroagir, ou seja, não poderá atingir fatos geradores que ocorreram antes de sua
vigência. Sendo assim, aplico a lei vigente, alíquota e base de cálculo que estiver
em vigor quando da ocorrência do fato gerador. Logo conclui-se: a norma
tributária, via de regra, não poderá retroagir justamente para preservar o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a proporcionar para todos uma segurança
jurídica.
E vale dizer ainda que a Constituição Federal não trás nenhuma mitigação

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ou exceção. Entretanto o Código Tributário Nacional nos apresenta 3 exceções


a este princípio:

a) 1ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que tenha


caráter interpretativo de norma antiga, que venha solucionar pontos obscuros
portanto da norma antiga, desde que não cause penalidade ao contribuinte,
poderá retroagir. Assim a lei nova de caráter interpretativo, poderá retroagir,
desde que não cause onerosidade ao contribuinte.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;

b) 2ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que


venha deixar de tratar ato como infração (extinguir multa) ou reduzir a infração
(reduzir o percentual da multa), poderá retroagir para fatos geradores já
ocorridos, desde que exista ato pendente de julgamento (seja judicial ou
administrativo). Vale ressaltar: trata-se de retroatividade mais benéfica somente
e tão exclusivamente no campo das infrações (jamais no tocante as alíquotas ou
base de cálculo).

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:


a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha
sido fraudulento e não tenha implicado em falta de
pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

c) 3ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: por fim, poderá retroagir


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norma nova que venha instituir ou estabelecer novos critérios de fiscalização


e/ou proporcionar ao crédito tributário nova classificação.

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência


do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então
vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que,
posteriormente à ocorrência do fato gerador da
obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração
ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios,
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros

3.5 – PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO

Reza o artigo 150, IV, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

Conforme acima exposto nenhum ente público poderá estabelecer ou


exigir tributo com caráter confiscatório, ou seja, que impeça o uso adequado da
propriedade ou não possibilite o livre exercício da atividade privada.

Logo o contribuinte não precisará vender seus bens em face da exigência


de tributos que o impeçam de fazer o livre exercício do direito fundamental da
propriedade. Importante ainda ressaltar que o STF passou a aplicar o presente
dispositivo para as multas, ou seja, nenhuma multa (penalidade) poderá ser
exigida com o caráter confiscatório, como por exemplo multa moratória (por
atraso no pagamento) não poderá ter percentual superior a 20% (vinte por cento).
Sobre a matéria importante colacionar 3 súmulas que tem trato recorrente

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no Exame da Ordem, inclusive como teses para peças processuais.

SÚMULA 70 STF
É inadmissível a interdição de estabelecimento como
meio coercitivo para cobrança de tributo.

SÚMULA 323 STF


É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributos.

SÚMULA 547 STF


Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em
débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas
alfândegas e exerça suas atividades profissionais.

3.6 – PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO

Reza o artigo 150, V, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

Nenhum tributo poderá impedir o livre exercício do direito de ir e vir, salvo


a própria mitigação exposta no inciso no que tange à cobrança de pedágios.
Lembrando que, salvo melhor juízo, quem cobra pedágio não cobra tributo, mas
sim tarifas ou preço público em que o contribuinte pagará para permissionários
e/ou concessionárias do serviço público.

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3.7 – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA

Reza o artigo 151, I e II, da Constituição Federal que:

Art. 151. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou
a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como
a remuneração e os proventos dos respectivos agentes
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;

Tal princípio tem força coercitiva diretamente para a União. Assim o


presente ente federativo, em razão do texto constitucional, não poderá tratar os
demais entes federativos e seus contribuintes de forma desigual. Assim,
exemplificando, a incidência sobre o Imposto de Renda que será considerado no
Rio Grande do Sul, igualmente deverá ser no Rio de Janeiro, não podendo haver
tratamento diferenciado. A justificativa para a presente norma cogente é: respeito
a isonomia e pacto federativo.

Entretanto o mesmo inciso I trabalha com uma mitigação onde faculta a


União conceder tratamento diferenciado na tributação de sua competência à fim
de

proporcionar desenvolvimento sócio econômico de determinada região. Aqui


encontra-se o clássico exemplo da Zona Franca de Manaus.

E na forma do inciso II do artigo supra indicado a União também não


poderá conceder tratamento diferenciado para seus servidores, bem como as
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obrigações de dívidas públicas. Logo se um Magistrado Federal tem retenção de


27,5% de seu ordenado, o mesmo deverá valer para o Magistrado Estadual, não
podendo, portanto, a União conceder tratamento diferenciado para o federal em
face deste pertencer aos quadros federais.

3.8 – PRINCÍPIO DA ISENÇÃO HETERÔNOMA

Reza o artigo 151, III, da Constituição Federal que:

Art. 151. É vedado à União:


III - instituir isenções de tributos da competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Na forma do presente inciso a União não poderá intrometer-se no que


tange a benefícios fiscais nos tributos que não são de sua competência. Assim
não caberá isenções heterônomas, ou seja, a União não poderá conceder
isenção de tributos que são de competência dos demais entes.

Entretanto, algumas mitigações compreendidas na realidade como


imunidades por estarem expressas na Constituição Federal, poderemos visualizar:

a) 1ª Exceção: Imunidade de ISSQN para serviços destinados ao Exterior.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos


sobre: III - serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput
deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços
para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
3, de 1993)

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b) 2ª Exceção: Imunidade de ICMS para Mercadorias e Serviços para


Exterior

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal


instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993) X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários
no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas
operações e prestações anterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42 de 19 12 2003)

c) 3ª Exceção: segundo o STF os Tratados ou Convenções


Internacionais, uma vez ratificados pelo Presidente da República, este agindo
como Chefe de Estado (Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional), poderá
isentar tributos estaduais e municipais, observando o que disposto no artigo 98
do CTN.

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais


revogam ou modificam a legislação tributária interna, e
serão observados pela que lhes sobrevenha.

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4 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - IMUNIDADES

Dentro do estudo das limitações ao poder de tributar torna-se igualmente


importante e assunto presente em termos do Exame da Ordem a análise das
imunidades. Mas afinal de contas o que é uma imunidade? Imunidade é a
dispensa constitucional de pagar tributo, ou seja, tratam-se de formas de
dispensas constitucionais para que o contribuinte não realize o pagamento do
crédito tributário. Ademais vale ressaltar que apresentam-se dois tipos de
imunidades: as específicas e as genéricas.

Antes de adentrarmos as espécies de imunidades cai ao lanço afirmar que


elas são garantias constitucionais ao contribuinte, portanto, verdadeiras
cláusulas pétreas onde não serão admitidas suas revogações ou extinções, bem
como admitem todas as formas de interpretação.

As imunidades específicas são todas aquelas dispostas no texto


constitucional, que dizem respeito a determinado caso concreto e o mais
importante: poderão albergar qualquer espécie tributária. Aqui, exemplificando,
apresentam-se os casos no texto constitucional: não incidir ISS de serviço
destinado ao exterior, não incidir contribuição social para as entidades de
assistência social sem fins lucrativos, entre outros.

Outrossim também apresentam-se na Carta Magna as imunidades


genéricas, dispostas todas no artigo 150, VI, da Constituição Federal e
apresentam dispensa constitucional apenas no que tange aos impostos. São
espécies de imunidades genéricas:

a) 1ª Espécie – Art. 150, VI, A, CF – Imunidade Recíproca: os entes


públicos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) não poderão cobrar
impostos entre si sobre o patrimônio, renda e serviços. Assim, exemplificando, a
União não poderá cobrar IR sobre a renda auferida pelo Município, bem como o
Estado não poderá cobrar IPVA dos automóveis da União.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Sobre a presente espécie de imunidade genérica vale ressaltar que elas


são extensivas as autarquias e fundações públicas na forma do artigo 150, §2º
da Constituição Federal, desde que a renda, patrimônio e serviços sejam
destinados e/ou utilizados para o cumprimento da finalidade essencial das
referidas entidades públicas citadas.

§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às


autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda
e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes.

Mas para que estas autarquias e fundações públicas venham gozar de


imunidade elas precisarão cumprir alguns requisitos que estão disposto no artigo
150, §3º e §4º da Constituição Federal, isto é:

 Ser mantidas ou instituídas pelo poder público;


 Manter atividade essencialmente pública;
 Não entrar na concorrência privada;
 Não cobrar taxa ou tarifa.

Também cabe ressaltar a posição do Supremo Tribunal Federal, muito


embora a omissão da Constituição Federal, que as Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista também terão direito a gozar desta espécie de
imunidade genérica, desde que explorem atividade essencial pública em caráter
de monopólio e não visem lucro. Nesta condão fora deferida as imunidades para
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os Correios (Agência e não Franquia), Infraero, Casa da Moeda, entre outros.

§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo


anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
imóvel.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e


"c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os
serviços, relacionados com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas.

b) 2ª Espécie – Art. 150, VI, B, CF – Imunidade Templos de Qualquer


Culto: a presente imunidade, tão criticada contemporaneamente, visa proteger
a liberdade religiosa. Lembrando que a Constituição Federal não objetivou ser
aquela ou outra a religião a ser imunizada, visto que vivemos em um estado laico.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;

Portanto gozarão desta imunidade toda e qualquer religião que prestigie


um Deus, que tenha como objetivo levar a palavra de Deus para toda uma
comunidade. Entretanto para que estas religiões venham gozar desta espécie
de imunidade genérica sobre seu patrimônio, renda e serviços, deverão aplicar
seu patrimônio ou renda auferida para o cumprimento da finalidade essencial.

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Logo, se a igreja ou templo faz um bingo para manter a “Casa do Senhor”,


ou seja, a renda auferida será revertida para a finalidade essencial, não terá que
pagar impostos sobre tal valor recebido. O mesmo vale para cobrança de
dízimos, estacionamento para fiéis ou até mesmo cemitério em nome da
instituição religiosa. Tudo isto observando o que disposto no artigo 150, §4º da
Constituição Federal.

Mas sobre a presente imunidade, algumas perguntas restarão em aberto


e faz-se necessário a devida resposta:
 Maçonaria goza de imunidade? Não, visto tratar-se de filosofia de vida.
 Cemitério em nome de empresa privada goza de imunidade? Não,
visto que empresa privada visa lucro.

c) 3ª Espécie – Art. 150, VI, C, CF – Imunidade Subjetiva: a presente


imunidade contempla algumas pessoas, ou seja, observando igualmente o artigo
150, §4º do CTN, os partidos políticos e suas fundações, sindicato dos
trabalhadores, instituições de educação e de assistência social sem fins
lucrativos terão direito a não pagar impostos sobre seus patrimônios, rendas e
serviços, desde que observado o cumprimento da norma e a finalidade essencial.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

Mas diferente das demais espécies de imunidades genéricas aqui a norma


elenca a observação e cumprimento dos requisitos previstos em lei. Qual seria a
lei, artigo e seus requisitos? São aqueles dispostos no artigo 14 do CTN. Assim
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para estas pessoas gozaram desta imunidade também deverão ater-se aos
requisitos do artigo supra referido.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é
subordinado à observância dos seguintes requisitos
pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio
ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada
pela Lcp nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos
na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas
em livros revestidos de formalidades capazes de
assegurar sua exatidão.

Vale ressaltar nesta imunidade, que as entidades de assistência social


sem fins lucrativos, na forma do artigo 195, §7º da Constituição Federal também
terão imunidade no que tange as contribuições sociais, tratando-se aqui de
clássico exemplo de imunidade específica.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social


as entidades beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em lei.

E acaso estas pessoas vierem a locar um imóvel seu e reverter os valores


locatícios para o cumprimento da finalidade essencial, gozarão desta
imunidade? Sim, na forma da Súmula Vinculante 52 e Súmula 724 do STF,
continuaram a gozar desta imunidade genérica.

SV 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece


imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição
Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado
nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.

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d) 4ª Espécie – Art. 150, VI, D e E, CF – Imunidade Objetiva: por fim a


presente imunidade diz respeito a espécie de imunidade genérica no tocante a
alguns objetos. Portanto os livros, períodos, jornais e papéis destinados a sua
impressão, bem como CD´S e DVD´s confeccionados por artistas ou interpretes
brasileiros não pagarão impostos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos
no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de
15.10.2013)

Mas é importante que se diga: aqui a imunidade será apenas no tocante


ao objeto e não sobre eventual renda auferida com a venda do objeto ou imóvel
pertencente a fábrica do jornal.

E para gozarem desta imunidade quais são os requisitos necessários que


sejam observados: transmitir um pensamento e ter ideia formalmente orientada
independentemente do conteúdo. Portanto, inclusive as revistas com apelo
sexual gozaram desta imunidade.

Entretanto, e as revistas com finalidade de marketing, que desejam


prioritariamente vender produtos? Estas revistas não gozarão de imunidade.

Já a lista telefônica gozará desta imunidade? Sim, visto que ela tem
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caráter informativo.

Vale ainda ressaltar que inclusive o papel fotográfico destinado (Súmula)


a impressão dos itens acima expostos gozará de imunidade, ao contrário da tinta
destinada a impressão que não terá imunidade.

Súmula 657 – STF - A imunidade prevista no art. 150, VI,


d, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis
fotográficos necessários à publicação de jornais e
periódicos.

Por fim, colaciona-se importante e recente julgado, que faz contemplar a


presente imunidade os livros eletrônicos, decisão está realizada pelo STF e
reconhecida em sede de repercussão geral.

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Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva constante do art. 150, VI, d, da CF/88.
Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico ou digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços
tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da
imunidade contida no art. 150, VI, d, da Constituição, aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de elevada
importância, tais como a liberdade de expressão, voltada à democratização e à difusão da cultura; a formação cultural
do povo indene de manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos economicamente fortes
e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de ser informado; o barateamento do custo de produção
dos livros, jornais e periódicos, de modo a facilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e informações
etc. Ao se invocar a interpretação finalística, se o livro não constituir veículo de ideias, de transmissão de pensamentos,
ainda que formalmente possa ser considerado como tal, será descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade
dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos,
sob pena de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de transformar a
imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar de todo a pessoa do contribuinte, numa imunidade
a que a Constituição atribui desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas
abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais, periódicos e com o
papel destinado a sua impressão. 3. A interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em
conta os novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas
imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4.
O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e
periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das
publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O
corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte
(tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento
acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro
digital (e-book). 5. É dispensável para o enquadramento do livro na imunidade em questão que seu destinatário
(consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita. Quero dizer que
a imunidade alcança o denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em áudio, seja no suporte CD-Rom,
seja em qualquer outro). 6. A teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros
eletrônicos (ou e- readers) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam
equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de
sinônimos, marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse entendimento não é aplicável aos
aparelhos multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros equipamentos
utilizados para a leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo que está nele
fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD- Rom) quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela
imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega
provimento. TESE DA REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão
Geral do portal do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d,

38 RE
da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.”
330817-RJ
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DICA DO GUIGUI
- Quem goza de imunidade genérica somente terá dispensa de impostos
e não dos demais tipos de tributos, como por exemplo taxas e
contribuições de melhoria.
- Quem goza de imunidade terá dispensa apenas de pagar, ou seja, da
obrigação principal e não das obrigações acessórias (de fazer, como
por exemplo, tirar nota
fiscal).

e) Por fim, segue um quadro retirado da obra do Professor Ricardo


Alexandre que trabalha as demais formas de imunidades previstas no texto
constitucional. 5
*Esquema

Fundamento Objeto/Pessoa/Operação imunizados Tributos


constitucional cuja
incidência é
impedida
Art. 5.º, XXXIV - Obtenção de certidões, exercício do Taxas em geral
direito de petição
Art. 5.º, LXXIII - Ação popular, salvo comprovada má-fé Custas
judiciais
(consideradas
taxas pelo STF)
Art. 5.º, LXXVI - Registro civil de nascimento e Emolumentos
certidão de óbito, para os (considerado
reconhecidamente s
pobres taxas pelo STF)

5 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 509.
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Art. 5.º, LXXVII - Habeas corpus, habeas data e, na Custas judiciais


forma da lei, atos necessários ao e emolumentos
exercício da cidadania (considerados
taxas pelo STF)
Art. 149, § 2.º, I - Receitas decorrentes de exportação Contribuições
sociais e de
intervenção
no domínio
econômico
Art. 153, § 3.º, - Exportação de produtos industrializados IPI
III
Art. 153, § 4.º, - Pequenas glebas rurais, definidas em ITR
II lei, exploradas por proprietário que não
possua outro imóvel
Art. 153, § 5.º - Ouro definido em lei como ativo Tributos em
c/c ADCT, art. financeiro ou instrumento geral,
74, § 2.º cambial salvo
CPMF e
IOF
Art. 155, § 2.º, - Exportações de mercadorias e serviços; ICMS
X - Operações que destinem a outros
Estados petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, e energia
elétrica;
- Prestações de serviço de comunicação
nas modalidades de radiodifusão sonora
e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita

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Art. 155, § 3.º - Operações relativas a energia Impostos em


elétrica, serviços de telecomunicações, geral, exceto
derivados de petróleo, combustíveis e II, IE e ICMS
minerais do
País
Art. 156, § 2.º, I - Transmissão de bens ou direitos ITBI
incorporados ao patrimônio de
pessoa jurídica em realização de
capital;
- Transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica,
salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil
Art. 184, § 5.º - Operações de transferência de Impostos
imóveis desapropriados para fins de em geral
reforma
agrária
Art. 195, II - Rendimentos de aposentadoria e Contribuição
pensão concedidas pelo regime geral de previdenciária
previdência social
Art. 195, § 7.º - Entidades beneficentes de Contribuições
assistência social que atendam às para
exigências estabelecidas em lei financiamento da
seguridade social
Art. 226, § 1.º - Celebração do casamento civil Taxas em geral

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Art. 85 do - Contas-correntes de depósito CPMF


ADCT especialmente abertas e
exclusivamente utilizadas para
operações de:
a) câmaras e prestadoras de serviços de
compensação e de liquidação de que
trata o parágrafo único do art. 2.º da Lei
10.214, de 27 de março de 2001;
b) companhias securitizadoras de que
trata a Lei 9.514, de 20 de novembro de
1997;
c) sociedades anônimas que tenham
por objeto exclusivo a aquisição de
créditos oriundos de operações
praticadas no mercado financeiro;
- Contas-correntes de depósito,
relativos a:
a) operações de compra e venda de
ações, realizadas em recintos ou sistemas
de negociação de bolsas de valores e no
mercado de balcão organizado;
b) contratos referenciados em ações
ou índices de ações, em suas diversas
modalidades, negociados em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros;
- Contas de investidores
estrangeiros, relativos a entradas no País
e a remessas para o exterior de recursos
financeiros empregados, exclusivamente,
em operações e contratos referidos nas
letras “a” e “b” do item anterior.

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5 – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A legislação tributária, muito embora ignorada por grande parte dos


“oabzeiros fiscais” tem relevante importância para a resolução de questões do
Exame da Ordem em Direito Tributário. Outrossim tal temática também enseja
inúmeras dúvidas, o que tentarei dirimir através de um texto sistematizado.

E a primeira grande questão que é recorrente é: qual tipo normativo


poderá criar e/ou majorar tributo? Via de regra, será mediante lei ordinária
possível a criação ou majoração. Entretanto existem 4 (quatro) espécies
tributárias que somente poderão ser criadas ou majoradas mediante lei
complementar: Imposto Residual (art. 154, I, CF), Contribuição Social Residual
(art. 195, §4º, CF), Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF) e
Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF).

Entretanto para que sejam criados estes tributos, seja por meio de lei
ordinária ou complementar, o legislador terá que ater-se a uma série de
requisitos e imposições legais descritos em lei complementar. Portanto, via de
regra, normas gerais de direito tributário somente poderão ser realizadas
mediante lei complementar na forma do artigo 146 da Constituição Federal.

E onde estão estas normas gerais de direito tributário? Estão no Código


Tributário Nacional visto que este foi recepcionado como lei complementar pela
Constituição Federal de 1988.

Importante ainda referir que tal temática tem vínculo com o princípio da
legalidade. Portanto, muito embora acima cita-se a possibilidade de criação ou
majoração de tributo mediante lei ordinária, não poderemos esquecer que
Medida Provisória também assim poderá fazer, uma vez obedecidos os
requisitos do artigo 62, §2º da Constituição Federal.

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6 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Teremos a ocorrência da obrigação tributária toda vez que o contribuinte


praticar um fato (fato gerador) que está descrito em uma lei (hipótese de
incidência). Assim a obrigação nada mais é do que o resultado da realização do
fato gerador no mundo exterior. Sobre a obrigação tributária leciona o CTN:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.

No teor do referido artigo conseguimos vislumbrar a existência de dois


tipos de obrigação tributária: a principal e a acessória.

A obrigação principal é toda aquela obrigação do contribuinte para o


pagamento do tributo ou da penalidade (multa). Já a obrigação acessória é toda
aquela obrigação que não consiste em pagamento, mas sim no ato de fazer ou
deixar de fazer. Portanto são exemplos de obrigações acessórias o ato de fazer
um speed contábil, um balanço, tirar ou não rasurar uma nota fiscal. Lembrando
ainda que a obrigação acessória tem como objetivo colaborar para a fiscalização
e o pagamento do crédito tributário.

Ainda sobre o referido artigo, mais precisamente na forma do parágrafo


3º, uma vez o contribuinte não realizando ou cumprindo com sua obrigação
acessória, surgirá uma obrigação principal (multa).

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6.1 – ELISÃO FISCAL

Reza o artigo 116, §º único do CTN:

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário,


considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os
seus efeitos: Parágrafo único. A autoridade
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária,
observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

O presente parágrafo único faz nascer a subjetividade frente à realização


de planajemanto tributário pelo contribuinte e sua validação ou não. Mas como a
presente obra não tem como objetivo doutrinar ou suscitar divergências, cabe ao
signatário informar que se acaso o enunciado da peça ou questão no Exame da
Ordem deixe claro a existência de ato realizado com a tentativa de não pagar
tributo, simular ou cometer fraude, poderá o fisco desconsiderar tal ato e cobrar
os tributos devidos pela realização dos fatos geradores.

6.2 – SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA

Mas afinal de contas, quem poderá cobrar e quem irá pagar a obrigação
tributária? Serão respectivamente o sujeito ativo e passivo da relação tributária.

O sujeito ativo na forma do artigo 119 do CTN é toda pessoa jurídica de


direito público que tem a competência constitucional para criar e/ou exigir o crédito
tributário, observando a norma e à realização do fato gerador pelo contribuinte.

Já o sujeito passivo será aquele responsável pelo pagamento do crédito

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tributário e até mesmo da multa, uma vez realizado o fato gerador ou


descumprida eventual obrigação acessória. Na forma do artigo 121 do CTN o
sujeito passivo poderá ser tanto o contribuinte (aquele que realiza e tem vínculo
direto com o fato gerador), quanto o responsável (não realiza o fato gerador, mas
a norma legal lhe atribui o dever de pagar tributo).

6.3 – DAS CONVENÇÕES PARTICULARES E DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Reza o artigo 123 do CTN:

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as


convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do
sujeito passivo das obrigações tributárias
d t

Logo na forma do presente artigo nenhum contrato, acordo ou instrumento


particular poderá ser oposto/apresentado contra a fazenda pública à fim de
modificar a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário. Assim na
realização locatícia, por exemplo, onde 99% dos contratos estabelecem a
responsabilidade pelo pagamento do IPTU ao locatário, acaso este não venha
satisfazer o crédito, o fisco irá exigir o IPTU do proprietário, in casu, locador.

6.4 – DA SOLIDARIEDADE

Reza o artigo 124 do CTN que os sujeitos passivos poderão ser


solidariamente obrigados, acaso exista interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal. Lembrando ainda que tal
solidariedade não comportará benefício de ordem, ou seja, quem pagará
primeiro ou não.

Ademais o tema mais recorrente sobre solidariedade é o que disposto


artigo 125 do CTN sobre os efeitos da soliedariedade. Cito aqui o campeão de

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cobrança em prova, que é o inciso II, onde leciona que eventual isenção
concedida em razão de caráter pessoal não será extentida para os demais,
mantendo-se o saldo devido pelos demais sujeitos passivos (logo desconta-se a
cota parte do sujeito isento).

6.5 – DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

Na forma do artigo 126, I, do CTN a capacidade tributária não dependerá


da capacidade civil das pessoas naturais. Logo mesmo que o sujeito passivo não
tenha capacidade civil plena (por exemplo, seja menor de idade, portador de
deficiência) ele terá que pagar tributo. Esta conclusão também será extendida
para o falido que quebrou uma empresa e hoje realiza outra atividade capaz de
gerar fato gerador, bem como para sociedades de fato ou irregulares.

6.6 – DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LANÇAMENTO

Não basta a ocorrência do fato gerador para que o tributo possa ser
constituído e consequentemente exigido do contribuinte. Para que o mesmo
possa ser cobrado faz-se necessário a que ocorra o lançamento. Logo conclui-
se que a constituição do crédito tributário ocorrerá por meio do ato administrativo
de lançamento.

A primeira espécie de lançamento é a de ofício regulada pelo artigo 148


do CTN. Nesta hipótese de constituição do crédito o fisco identifica a ocorrência
do fato gerador, faz o cálculo do valor devido, emite à guia e notifica o contribuinte.
Portanto aqui teremos apenas à participação da fazenda pública, em nada
participando o contribuinte. São exemplos de lançamento de ofício: IPVA, IPTU,
Taxas, Contribuição de Iluminação Pública.

A segunda espécie de lançamento é a por declaração regulada pelo artigo


147 do CTN. Aqui o contribuinte apenas irá informar ao fisco que realizou o fato
gerando, sendo de atribuição da fazenda pública os demais itens para ensejar à

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cobrança do crédito tributário. Aqui o fisco irá calcular o valor do tributo e emitir
a guia. São exemplos de lançamento por declaração: ITBI, ITCMD.

Por fim, a terceira espécie para constituição do crédito tributário é o


lançamento por homologação. Na forma do artigo 150 do CTN será o contribuinte
que irá declarar a existência do fato gerador, fará o cálculo do tributo devido,
bem como irá emitir a guia para pagamento. Trata-se da regra de constituição
do direito tributário. São exemplos deste lançamento por homogação: IR, IPI,
ICMS, ISS, entre outros.

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7 – DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO

Na forma do art. 151 do CTN teremos algumas hipóteses de suspensão


do crédito tributário. Quando da ocorrência de quaisquer uma das hipóteses
(incisos) situadas no rol taxativo do referido artigo, o fisco estará impedido
(temporariamente) de cobrar (exigir) o crédito tributário. Mas veja, trata-se de
hipótese que impede a Execução Fiscal, mas não a constituição do crédito
através do lançamento, sob pena de ocorrer a decadência. Sobre isto colaciona
importante esquema de Ricardo Alexandre 6:
*Esquema

Não ipede a marcha do


procedimento de lançamento,
Prévia mas impede a cobrança do
respectivo crédito (impede a Impedem a
exigibilidade) propositura
Advento de causa de execução
"suspensiva"
fiscal

Posterior Lançamento já realizado


(suspende a exigibilidade)

Outrossim igualmente a título introdutório é importante compreender que


a fazenda pública/contribuinte somente poderão utilizar-se das hipóteses de
suspensão que estão lecionados no CTN, bem como qualquer alteração
somente poderá ser realizada mediante lei complementar na forma do artigo 146,
III, B, da CF.

São formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma


do artigo 151 do CTN:

6 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 1005.
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Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis
reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de
segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada,
em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº
104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001
A primeira hipótese de suspensão prevista no rol é a moratória. Este
instituto trata-se da concessão, mediante lei específica do ente competente, do
aumento do prazo para pagamento do crédito tributário devido. Logo acaso o
contribuinte albergar-se em lei que concede moratória, terá prazo dilatado para o
pagamento do tributo.
A moratória é utilizada, na maioria das vezes, como medida política à fim
de colaborar com os contribuintes que passam por situações extremas, como de
calamidades ou estragos causados pela natureza.

Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: I -


em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente
para instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando
simultaneamente concedida quanto aos tributos de
competência federal e às obrigações de direito privado;
II - em caráter individual, por despacho da autoridade
administrativa, desde que autorizada por lei nas
condições do inciso anterior.
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à
determinada região do território da pessoa jurídica de
direito público que a expedir, ou a determinada classe ou
categoria de sujeitos passivos.

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O presente instituto poderá ser concedido de forma geral ou individual. Na


ocorrência da moratória em geral, a mesma irá abranger um número
indeterminado de contribuintes, não dependendo de requisitos ou autorização da
autoridade administrativa competente.

Já a moratória em caráter individual será quando a lei específica do ente


competente exige alguns requisitos para que o contribuinte faça uso da norma
protelatória, bem como depende da checagem de tais itens por autoridade
administrativa do ente competente, não gerando portanto direito adquirido.
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual
não gera direito adquirido e será revogado de ofício,
sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia
ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou
deixou de cumprir os requisitos para a concessão do
favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora
(...)

Por fim é importante colacionar que via de regra a moratória é concedida


por lei do ente competente. Entretanto mitigando tal informação, na forma do art.
152, I, B, da CF, a União poderá conceder moratória de tributos que não são de
sua competência (Estados, DF e Municípios) desde que faça o mesmo com seus
tributos.
Sobre moratória, trago importante esquema de Ricardo Alexandre 7:
*Esquema

Autônoma (art. 152, I, a)


Gera direito adquirido e
CARÁTER GERAL dispensa o
(beneficia a todos que se
encontrem em determinada oferecimento de
situação - art. 152, I) garantias pelo
Heterônoma beneficiário
situações excepcionais (art.
152, I, b)
Moratória

CARÁTER INDIVIDUAL Não gera direito adquirido e


(depende da comprovação pode depender do
de condições e requisitos - oferecimetno de garantias
art. 152, II) pelo beneficiário

7 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 1037.
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A segunda hipótese de suspensão prevista no rol é o depósito do


montante integral. Este instituto trata-se será realizado, via de regra, dentro
dos processos judiciais, visto que a simples interposição de recurso
administrativo já suspende a exigibilidade, não sendo portanto necessário e
muito menos exigível à realização de depósito para suspender quando do
processo administrativo na forma da SV 21 do STF.

Igualmente esta segunda hipótese de suspensão quase sempre será


faculdade da parte. Ao ver do presente autor somente não será faculdade da
parte quando da utilização da ação de Consignação em Pagamento, visto que
conjugando-se a motivação da ação (quero pagar e não posso) com o artigo 542,
I, do CPC, compreende-se que neste caso apenas o depósito será condição de
ação.

Apenas o depósito integral e em dinheiro irá suspender a exigibilidade do


crédito, bem como ele jamais poderá ser condição para ingresso de recurso
administrativo ou de ajuizamento de ação judicial (com exceção da Consignação
em Pagamento).

Súmula 112 do STJ - O depósito somente suspende a


exigibilidade do crédito tributário se for integral e em
dinheiro.

Súmula Vinculante STF nº 21 - É inconstitucional a


exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso

Súmula Vinculante STF nº 28 - É inconstitucional a


exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade de crédito tributário.

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A terceira hipótese de suspensão prevista no rol é a reclamação e o


recurso administrativo. Tal hipótese será realizada toda vez que houver
interposição de qualquer recurso administrativo de forma tempestiva pelo
contribuinte. Lembrando mais uma vez aqui que não poderá ser exigido depósito
recursal ou custas recursais para a realização desta forma de suspensão.

A quarta hipótese de suspensão prevista no rol é a liminar e a tutela


provisória. As presentes hipóteses de suspensão irão ocorrer respectivamente
em sede de Mandado de Segurança (liminar) e nas demais ações do processo
subjetivo (tutela provisória).

Para ocorrência de quaisquer uma destas formas terá o contribuinte que


solicitar, ou seja, fazer pedido expresso para a concessão, bem como o
magistrado para o deferimento poderá solicitar a realização de caução para
garantir indenização em caso de eventual dano a parte prejudicada.

Por fim é importante lembrar que a concessão de tais medidas não


impedirá a fazenda pública de efetuar o lançamento.

A quinta hipótese de suspensão prevista no rol é o parcelamento. Esta


última hipótese de suspensão é uma espécie de moratória, apresentando como
item diverso é de que esta forma irá fracionar (parcelar) o pagamento da dívida
tributária. Tal concessão de suspensão não importará obrigatoriamente no corte
de juros e multas.

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Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e


condição estabelecidas em lei específica. (Incluído pela
Lcp nº 104, de 2001)
§ 1º Salvo disposição de lei em contrário, o
parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência
de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
§ 2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as
disposições desta Lei, relativas à moratória. (Incluído
pela Lcp nº 104, de 2001)

Por fim finalizando o presente capítulo cai ao lanço informar que


ocorrendo qualquer uma das hipóteses de suspensão, suspenderá apenas a
obrigação principal (de pagar), devendo o contribuinte continuar a efetuar o
cumprimento das obrigações acessórias (de fazer ou não fazer).

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8 – DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO

Na forma do artigo 156 do Código Tributário Nacional apresentam-se


várias formas de extinção do crédito tributário. Lembrando que tais modalidades
contemplam um rol taxativo, podendo ser alterados apenas mediante lei
complementar.

A primeira forma de extinção é o pagamento. Trata-se da forma mais


aguardada de extinção do crédito tributário onde o contribuinte à fim de extinguir
o tributo faz o pagamento através da entrega de dinheiro ao ente público
competente.
Importante referir ainda que diferentemente do direito civil, na forma do
artigo 158 do CTN, o pagamento parcial de parcelas não poderá presumir-se que
as demais estão quitadas, assim como o pagamento, por exemplo, de IPTU do
ano de 2017 não poderá presumir-se que os anteriores estão quitados.
Acaso o pagamento do tributo devido não for feito no prazo legal os efeitos
moratórios serão automáticos na forma do artigo 161 do CTN.

Quanto ao prazo de pagamento, igualmente acaso não houver regra


específica na legislação tributária do ente competente, o vencimento do crédito
ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado
do lançamento. Lembre-se ainda sobre o prazo para pagamento:
*Esquema

O vencimento do crédito
Direto deve ser estabelecido
pela legislação pertinente
de cada tributo. Sendo a
lei omissa, a aplica-se a
regra do art. 160, do
Prazo para CTN – 30 dias da ciência
pagamento/modalidade Por declaração da notificação.
de lançamento

A legislação tributária do tributo


Por homologação deve estabelecer o prazo de
pagamento, não se aplicando a
regra do art. 160 do CTN.
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Lembre-se que em Tributos Federais (âmbito federal), a correção


monetária e os juros de mora estão reunidos em único índice, a taxa SELIC.
Sendo assim, conforme orientação pacífica do STJ, não posso cumular SELIC
com qualquer outro índice de correção monetária.

Conforme o artigo 162 do CTN o pagamento poderá ser efetuado em


moeda corrente, cheque ou vale postal. E nos casos previstos em lei, em
estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.

Art. 162. O pagamento é efetuado:


I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em
papel selado, ou por processo mecânico.

A segunda forma de extinção é a compensação. Ocorrerá o direito à


compensar quando duas pessoas forem ao mesmo tempo, credor e devedor uma
da outra. Agora não bastará para ocorrer a compensação ter crédito e débito,
mas também se faz necessário a existência de norma específica do ente
competente que estipule as condições e garantias, observando o teor do artigo
170 do CTN.

Sobre a compensação é importante o examinando conhecer o teor das


Súmulas 212, 213, 460 e 461 do STJ.

A terceira forma de extinção é a transação. Trata-se de forma de


negociação realizada entre as partes que mediante concessões mútuas acabam
por extinguir obrigações, visando terminar litígios. Na forma do artigo 171 do CTN
ela somente irá terminar litígios, não cabendo, portanto, transação de forma
preventiva.

Outrossim a presente modalidade de extinção somente poderá ser


realizada mediante lei específica do ente competente, onde tal norma irá

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delimitar as condições para à realização da transação. Veja que o CTN não


afirma a necessidade do litígio ser judicial ou administrativo, cabendo assim, ao
ver do signatário, para tanto litígios administrativos quanto para judiciais.

A quarta forma de extinção é a remissão. A remissão trata-se da


dispensa gratuita da dívida tributária. Na forma do artigo 150, §6º da Constituição
Federal a remissão somente poderá ser concedida mediante lei específica do ente
competente.

A remissão, diferente da anistia, poderá perdoar tributo e multa. Além


disto, por tratar-se de forma de extinção do crédito tributário, somente poderá
existir de créditos já constituídos (lançados).

Por fim, teremos a remissão de forma individual ou geral, devendo utilizar-


se dos parâmetros da moratória para realização.

A quinta forma de extinção é a prescrição e a decadência.

O prazo para que a Administração Tributária, por meio da autoridade


competente, promova o lançamento é decadencial. O prazo para que se ajuíze a
ação de execução fiscal é prescricional.

Operada a decadência, tem-se por extinto o direito de lançar. Verificada a


prescrição, tem-se impossibilitado o manejo da execução fiscal.

Lembre-se que diferentemente do direito civil, aqui no Direito Tributário o


pagamento de débito prescrito gera direito a sua repetição, na medida em que,
muito embora exista o direito material, a pretensão estará extinta quando da
ocorrência do pagamento.

Ademais ressalta-se: o lançamento é exatamente o marco que separa, na


linha do tempo, a prescrição da decadência.

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Mais importante ainda dizer que: o termo inicial do prazo decadencial não
é exatamente a data da ocorrência do fato gerador, mas uma data em torno deste
momento (via de regra, o primeiro exercício financeiro subsequente). Mas no
caso do lançamento por homologação, contudo, o termo inicial pode coincidir
com precisão com data do fato gerador.

O prazo decadencial é de 5 anos. Outrossim a decadência tem algumas


regras próprias que veremos abaixo.

Regra Geral do Prazo Decadencial

O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se


após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que
o lançamento poderia ter sido efetuado.

Percebe-se nitidamente que a Administração Pública acaba tendo mais


de cinco anos para exercer o direito de constituir o crédito. Mas na OAB = o prazo
decadencial é 5 anos.

Regra da Antecipação da Contagem do Prazo Decadencial

Uma vez iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao


sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento,
considera-se como fato que antecipa a contagem do prazo decadencial.

É quando a Administração Pública adota medida preparatória para o


lançamento. Como por exemplo o início de uma fiscalização ou até mesmo a
notificação. Assim à partir da data em que o sujeito passivo toma ciência do
termo, inicia-se a contagem do prazo decadencial.

É importante dizer que: qualquer ato posterior cometido pela


Administração Pública não inibirá a contagem do prazo decadencial já iniciado
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anteriormente.

Regra da Anulação de Lançamento – Vício Formal – Decadência

Contada da data em que se tornar definitiva a decisão que houver


anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, apresenta-se
como consequência a devolução do prazo para que se constitua o crédito.

Lembre-se que é vício de forma e não de matéria.

Regra do Lançamento por Homologação

O término do prazo para a homologação, sem que esta tenha sido


expressamente realizada, não apenas configura homologação tácita, mas
também decadência do direito de constituir o crédito relativo a qualquer
diferença.

Aqui, no lançamento por homologação, a regra é: único caso em que o


prazo decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato gerador.

Assim, se o contribuinte antecipou o pagamento dentro do prazo legal,


mesmo que o valor recolhido tenha sido ínfimo, a homologação tácita ocorrerá
em cinco anos, contados da data do fato gerador.

Mas atenção nos casos de lançamento por homologação onde não houver
lançamento ou ele for realizado com dolo, fraude ou simulação, o prazo
decadencial passará para a regra geral (art. 173, I, do CTN, ou seja, 1º dia do
exercício subsequente.

Cuidado que a FGV ainda insiste em cobrar o prazo decadencial para a


realização do lançamento das contribuições para financiamento da seguridade
social. A lei própria fala em 10 anos, mas o STJ em 2007 e o STF em 2008

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(súmula vinculante nº 8), decidiu que tal prazo é inconstitucional, sendo o mesmo
igual aos demais (5 anos).

Já se opera a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo


legalmente estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa
do crédito tributário.

Conforme o artigo 174 do CTN o prazo de prescrição é de cinco anos,


iniciando sua contagem da data da constituição definitiva do crédito tributário.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário


prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em
execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de
2005) II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial,
que importe em reconhecimento do débito pelo
devedor
Mas cuidado que não será com a notificação que o crédito estará
definitivamente constituído. Mas sim, não havendo pagamento ou impugnação
(ou após o processo administrativo), e ultrapassado o prazo para pagamento do
crédito tributário sem pagamento, é que começará a fluir o prazo prescricional.
Lembre-se que a prescrição se interromperá quando: houver despacho do
juiz ordenando citação em execução, qualquer protesto judicial ou ato judicial
que constitua o devedor em mora e por qualquer ato inequívoco (mesmo que
seja extrajudicial) que importe reconhecimento do débito pelo devedor.

A sexta forma de extinção é a conversão de depósito em renda. Tal


modalidade irá ocorrer quando da realização de depósito ou penhora de dinheiro
em processo judicial e em caso de vitória (decisão favorável de mérito ao fisco)

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o dinheiro irá a fazenda pública. Tal ato é nominado de conversão de depósito


em renda.

A sétima forma de extinção é a consignação em pagamento. A


presente forma irá ocorrer quando do ajuizamento de Ação de Consignação em
Pagamento pelo contribuinte nas possibilidades ofertadas do artigo 164 do CTN.
Lembrando que tal demanda judicial busca justamente à satisfação do crédito
tributário não recebida pela fazenda pública. Assim julgando-se procedente à
presente ação o dinheiro que fora depositado na forma do artigo 542, I, do CPC,
será convertido em renda, vindo à extinguir o crédito tributário pela consignação.

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9 – DA EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As formas de exclusão do crédito, que estão dispostas no artigo 175 do


Código Tributário Nacional, sempre serão realizadas mediante lei própria do ente
competente, bem como vão impedir a fazenda pública de constituir o crédito.
Logo como consequência disto o contribuinte está livre do cumprimento da
obrigação principal.

Art. 175 do CTN - Excluem o crédito


tributário: I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não
dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
excluído, ou dela conseqüente.

Diante do referido no artigo supra copiado serão formas de exclusão do


crédito a isenção e a anisitia. Reforçando-se assim que são institutos
desonerativos, que o Poder Executivo não poderá realizar (somente mediante
lei) e que não dispensa à obrigação acessória.

Isenção
A isenção trata-se de um instituto desonerativo que visa dispensar
mediante lei o dever de pagar tributo. Veja que trata-se de instituto diferente da
imunidade, visto que esta última trata-se de dispensa constitucional do dever de
pagar tributo. Ainda sobre a isenção é importante ressaltar:
*Esquema

Isenção

Dispensa legal realizada pelo respectivo ente competente

Via de regra, poderá ser revogada à qualquer tempo

Só admite interpretação literal

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Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato,


é sempre decorrente de lei que especifique as condições
e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a
que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a
determinada região do território da entidade tributante,
em função de condições a ela peculiares.

Logo conforme acima exposto a isenção, via de regra poderá ser


revogada à todo e qualquer tempo, com exceção da isenção onerosa, que é
aquela realizada por condição e tempo na forma do artigo 178 do CTN. Tal
isenção onerosa é aquela realizada na maioria das vezes quando uma empresa
deseja instalar-se em determinado local (condição) e deseja por certo período
(tempo) não pagar tributo. Esta em razão da segurança jurídica não poderá ser
revogada à qualquer tempo.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo


e em função de determinadas condições, pode ser
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo,
observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 24, de 1975)

Súmula 544 STF - Isenções tributárias concedidas, sob


condição onerosa, não podem ser livremente
suprimidas.

Ainda sobre isenções cabe dizer que a sua concessão, em razão de tratar-
se de um benefício para o contribuinte, não observará a anterioridade, bem como
na forma do artigo 177 do CTN, via de regra não se extenderá a taxas e
contribuições de melhoria, salvo previsão expressa em norma.

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Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção


não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua
concessão.

Importante referir que as isenções poderão ter caráter individual ou geral.


A de caráter individual só alcançará determinadas pessoas, que preenchem
requisitos, mediante análise da autoridade administrativa competente. Ainda
sobre esta de caráter individual ela não gerá direito adquirido, justamente em
face da necesssidade da análise dos requisitos para sua concessão.

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter


geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com o qual
o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em
lei ou contrato para sua concessão.
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de
tempo, o despacho referido neste artigo será renovado
antes da expiração de cada período, cessando
automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia
do período para o qual o interessado deixar de promover
a continuidade do reconhecimento da isenção.
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no
artigo 155.

Por fim cai ao lanço colacionar questão recorrente em prova sobre


isenção: trata-se das isenções de ICMS. Estas somente poderão ser realizadas
mediante convênio e não por meio de lei, na forma do artigo 155, §2º, XII, G, CF
combinado com a Lei Complementar 24/75. Tudo isto à fim de evitar guerra fiscal
entre os entes federativos.

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Anistia

A anistia também se trata de medida desonerativa que entretanto visa


retirar (perdoar) do contribuinte o aspecto, a denominação de infrator. Logo o
legislador mediante lei própria (específica do ente competente) poderá excluir e
dispensar o contribuinte do pagamento da multa tributária.

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações


cometidas anteriormente à vigência da lei que a
concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou
contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou
simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações
resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas
naturais ou jurídicas.

Tal anistia poderia ser realizada inclusive sobre determinado território e/ou
região, sendo possível portanto a delimitação da extensão do referido instituto.

Art. 181. A anistia pode ser concedida:


I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado
tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias
até determinado montante, conjugadas ou não com
penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade
tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado
pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída
pela mesma lei à autoridade administrativa.

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E, por fim, o referido instituto político poderá ser concedido em caráter


geral e individual obedecendo os mesmos critério da isenção.

Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter


geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com a qual o
interessado faça prova do preenchimento das condições
e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para
sua concessão.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não


gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o
disposto no artigo 155.

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9 – DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA E DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA

Via de regra, todo tributo será satisfeito pela pessoa que realize o fato
gerador, ou seja, aquele que tem vínculo direto com a realização da hipótese
descrita em norma legal. Entretanto o artigo 121 do CTN afirma que serão
igualmente sujeito passivo da relação tributária, além do contribuinte, o
responsável.
Mas afinal de contas quem é o responsável? É aquele que não tem vínculo
direto com à realização (fato) da hipótese prevista na norma, entretanto a lei lhe
atribuí responsabilidade para satisfazer o crédito tributário.
Outrossim, antes de iniciarmos os tipos de responsabilidade, é importante
referir que o próprio CTN afirma e entrega possibilidade ao legislador ordinário
estabelecer hipóteses específicas de responsabilidade tributária conforme
leciona o artigo 128.
Como a presente obra não tem o condão de exaurir qualquer matéria
exposta, vamos trabalhar especificamente à responsabilidade por transferência
(sucessão e terceiros), que está disciplinada entre os artigos 130 até 135 do
CTN.
Reza o artigo 130 do CTN que:

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo


fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a
posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas
pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a
prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta


pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

O que disposto no artigo supra trata-se da responsabilidade dos


adquirentes de bens imóveis. Portanto todos os tributos devidos, relativos ao

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bem imóvel (impostos, taxas e cont. de melhoria) serão transferidos ao


adquirente do bem.
Entretanto o adquirente apenas não poderá ser responsabilizado quando
houver comprovação da negativa de débitos (possuir certidão negativa na data
da compra) ou quando adquirir o bem em leilão judicial, visto que neste último
caso, os valores das dívidas estarão subrogadas pelo preço pago em hasta
pública. Logo se houver saldo pendente, mesmo com a realização da
arrematação, o adquirente não poderá ser cobrado pelo saldo devido.
Por fim, ainda sobre o referido artigo, cabe dizer que a mesma hipótese
de responsabilidade será do adquirente de bem móvel, na forma do artigo 131,
I, do CTN. Outrossim decidiu o STJ que as possibilidades de não pagamento dos
débitos para o presente caso pelo adquirente, aplicam-se as mesmas regras
expostas para o artigo 130 do CTN.

Responsabilidade do Artigo 131 do CTN


1. Inciso I (2 casos):
a. Responsável é o Adquirente.
b. É do Bem Móvel (Exemplo IPVA – Compra de Veículo).
c. Responsável é o Remitente.
d. É o Resgaste do Bem (Exonerando de Dívida).

2. Inciso II e III:
a. Responsável é o Espólio.

b. Responsável é o Cônjuge Meeiro.


c. Responsável Sucessor à Qualquer Título
 Só ocorrerá após a sentença de partilha.

Responsabilidade do Artigo 132 do CTN

a. Pessoa Jurídica de Direito Privado.


b. Fusão, Transformação, Incorporação.
c. Operação Societária é o exemplo.

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d. Cuidado que Cisão também é: Lei S.A.


e. Responsável: Unidade Resultante.

Responsabilidade do Artigo 133 do CTN


a. Aquele que Compra e Continua Explora Comercial.
b. Regra: quem responderá é o Adquirente.
c. Integralmente será pelo Adquirente: se quem vendeu
cessar a prática de exploração.
d. Subsidiriamente será: se aquele quem vendeu continuar
a explorar ou retornou no prazo de até 6 meses.

Responsabilidade do Artigo 134 do CTN

a. Aqui é a Responsabilidade do Terceiro = Dever de Zelo.


b. Portanto aqui não é quem comete o fato gerador.
c. Quem são os responsáveis: (pais, tutores, curadores,
sindico, tabelião).
d. Aqui tem responsabilidade solidária: primeiro você vai no
contribuinte e depois no responsável. Cuidado porque
não é subsidiária, mas sim ordem de vocação do artigo
134, caput.
e. Mas importante: aqui não tem dolo.

Responsabilidade do Artigo 135 do CTN


a. Aqui é a Responsabilidade do Terceiro = Dever de Zelo.
b. Mas quando ocorrer dolo, são pessoalmente responsáveis.
c. Tutor, Curador, Tabelião = se cometerem atos em excesso.
d. Aqui entram os administradores da empresa também. Mas
tenha muito cuidado: não é qualquer sócio. Aqui são aqueles
que tenham e exerçam cargo de administração da empresa.

Vide: Súmula 430 do STJ e 435 do STJ.


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10 – DAS GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Reza o artigo 184 do CTN:


Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre
determinados bens, que sejam previstos em lei,
responde pelo pagamento do crédito tributário a
totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula
de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a
data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados
unicamente os bens e rendas que a lei declare
absolutamente impenhoráveis.

Na forma do artigo supra citado o crédito tributário poderá servir-se, via


de regra, de quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive
aquelas gravados com cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade.
Entretanto os bens descritos no artigo 833 do CPC e na lei 8.009/90 (único bem
imóvel – família) serão impenhoráveis.
Mas tenha cuidado visto que na própria lei 8.009/90 (art. 3º) temos uma
exceção a impenhorabilidade por dívida fiscal, visto que quando o crédito
tributário for oriundo do bem imóvel ele poderá ser penhorado para pagamento
destes débitos (exemplo, IPTU, Taxa, Cont. de Melhoria).
Ainda sobre as disposições legais sobre a garantia é importante referir o
artigo 185 do CTN:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou


oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por
crédito tributário regularmente inscrito como dívida
ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor,
bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida
inscrita.

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Reza o artigo acima que será presumida fraude toda vez que ocorrer
alienação (venda) de bens com a finalidade de não pagar tributo. O lapso
temporal para definição da referida fraude é a inscrição em dívida ativa. Ainda
afirma o parágrafo único do referido artigo que apenas não será considerado
fraude se o devedor conservar bens suficientes para à satisfação do crédito
tributário.

Sobre o artigo ainda é importante lecionar que não aplicamos para efeitos
de Execução Fiscal a Súmula 375 do STJ, visto que aqui trata-se de norma
especial.

Já sobre preferências do crédito tributário, leciona o artigo 186 do CTN:

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja


qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição,
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do
trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela
Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)
I – o crédito tributário não prefere aos
créditos extraconcursais ou às importâncias
passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos
créditos com garantia real, no limite do valor do bem
gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
– a lei poderá estabelecer limites e condições para a
preferência dos créditos decorrentes da legislação do
trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
– a multa tributária prefere apenas aos créditos
subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Logo no entendimento do caput do artigo supra o crédito tributário tem


preferência, via de regra, sobre qualquer outro, independente da natureza do
crédito. Na forma do caput e da regra geral, o crédito tributário apenas perde na
preferência para os créditos de natureza trabalhista e de acidente de trabalho.
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Entretanto conforme dispositivo do parágrafo único do referido artigo


combinado com o artigo 83 da Lei 11.101/05, em processo de falência o crédito
tributário será satisfeito em 4º lugar, desde que tenha ocorrido o fato gerador
antes da falência (se for após a decretação da falência, será extraconcursal –
art. 188 do CTN). Assim, na prática, o crédito tributário no processo de falência
perderá para: extraconcursal, trabalho (limitado em 150 SM) e acidente de
trabalho, crédito com garantia real no limite do valor do bem gravado.
Na forma do parágrafo único do artigo 187, existindo o concurso de
preferência no processo de falência serão satisfeitos os créditos na seguinte
ordem: União, Estados e Distrito Federal, por fim os Municípios.

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11 – DAS TAXAS

As taxas são 1 (uma) das 5 (cinco) espécies de tributos existentes em


nosso ordenamento jurídico. Na forma do artigo 145, II do texto constitucional a
competência é comum, ou seja, todos os entes poderão criar mediante a edição
de lei ordinária. Por fim vale ressaltar que tal tributo é vinculado a prestação de
um serviço público.
*Esquema

Taxa

Competência comum

Criado por meio de Lei Ordinária

Tributo Vinculado

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição;

Art. 77 – CTN - As taxas cobradas pela União, pelos


Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto
à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou
fato gerador idênticos aos que correspondam a impôsto
nem ser calculada em função do capital das emprêsas.
(Vide Ato Complementar nº 34, de 1967)

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Observando ainda o referido artigo que dá competência aos entes para


criação de taxas, verifica-se a existência de duas espécies de taxas:

 Em decorrência do exercício do poder de polícia;


 Pela utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e
divisível.

A primeira espécie de taxa é aquela que decorre do serviço de fiscalização


à fim de regular as atividades exercidas pelos contribuintes à fim de não
prejudicar, por exemplo, a coletividade. Aqui elencamos como exemplo o alvará
sanitário. Também cabe ressaltar que conforme Supremo Tribunal Federal basta
a existência de um órgão fiscalizatório e em atividade para que se torne possível
à cobrança da referida taxa.

Art. 78 – CTN - Considera-se poder de polícia atividade


da administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do
poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância
do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder

E a segunda espécie de taxa é aquela que decorre da utilização efetiva


ou disponibilização de serviço público desde que este seja específico e divisível.
Específico aqui significa que o contribuinte sabe qual serviço público está

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utilizando-se, bem como divisível quer dizer que o ente público consegue
visualizer e individualizar quem faz utilização do seu serviço público. É o famoso
“eu te vejo”, “tu me vês”.

Assim considerando os atributos inerentes à esta segunda espécie de


taxa é que foi julgada inconstitucional a taxa de iluminação pública (TIP), visto
que o ente público não consegue visualizar quem se utiliza da iluminação situada
em logradouros públicos.

Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública


não pode ser remunerado mediante taxa.

Ademais utilizando-se do mesmo fundamento colaciona-se que jamais


poderá ser cobrada taxa de segurança pública e limpeza de logradouros
públicos, justamente pelo fato de não estarem presentes os requisitos da
divisibilidade e especificidade.

Mas daí poderá questionar-se: e o serviço de recolhimento domiciliar


(coleta) de lixo em imóveis, pode ser cobrado mediante taxa? A resposta é
altamente positiva, justamente pelo fato de que o contribuinte sabe o serviço que
recebe, bem como o ente público consegue individualizar quem utiliza-se do
referido serviço. E acrescento que tal taxa poderá ser cobrada mesmo se não
utilizado dos serviços visto que o referido tributo poderá ser cobrado em face da
disponibilização do serviço pelo ente competente.

Súmula Vinculante 19 - A taxa cobrada exclusivamente


em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos
provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.

Passado a análise do artigo 145, II, da Constituição Federal, faz-se


necessário analisar o §2º do referido artigo. O mesmo leciona que as taxas não
poderão ter base de cálculo próprias de imposto.

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§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.

E considerando o referido parágrafo vários questionamentos foram


realizados sobre a possibilidade de cobrança da taxa de recolhimento individual
de lixo (coleta domiciliar) com base de cálculo considerando a metragem do
imóvel. Assim novamente exigiu-se posicionamento do STF que veio a editar
inclusive Súmula Vinculante sobre o assunto. E o Supremo Tribunal decidiu que
as taxas não poderão ter base de cálculo idênticas, mas sim poderão ter um ou
outro requisito (desde que não tenham identidade) da base de cálculo dos
impostos.

Súmula Vinculante 29 - É constitucional a adoção, no


cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da
base de cálculo própria de determinado imposto, desde
que não haja integral identidade entre uma base e outra.

Súmula 595 STF - É inconstitucional a taxa municipal de


conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.

Por fim vale ressaltar que as custas judiciais são espécies de taxa,
podendo assim ser criadas somente mediante lei ordinária do ente competente.
Ademais sofrem limitações e deverão observar todos os demais princípios e
limitações impostas ao poder de tributar.

Súmula 667 STF - Viola a garantia constitucional de


acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite
sobre o valor da causa.

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12 – DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Conforme analisado no capítulo anterior a taxa é vinculada a realização


de um serviço por parte da administração pública. Já a contribuição de melhoria
trata- se de uma espécie de tributo, com competência comum, está vinculada
diretamente na realização de obra pública e que dela decorra valorização
imobiliária.

Art. 145 – CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e


os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras
públicas.

Art. 81 – CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela


União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado

Logo, considerando a legislação exposta tanto na Constituição Federal,


quanto no Código Tributário Nacional poderemos compreender que todos os
entes poderão criar à contribuição de melhoria, mediante lei ordinária, desde que
realizem obra pública e que dela decorra valorização imobiliária no imóvel do
contribuinte. Portanto trata-se de condição cumulativa.

Outrossim a cobrança do referido tributo deverá observar dois requisitos


igualmente expostos no artigo 81 do Código Tributário Nacional:

 Limite Individual: o fisco não poderá cobrar mais do que valorizou


individualmente o imóvel do contribuinte.

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 Limite Geral: o fisco não poderá cobrar mais de todos os


contribuintes beneficiados com a obra pública do que o custo total
gasto para sua realização.

Por fim, a título ilustrativo e exemplificativo, cabe ressaltar que a


contribuição de melhoria poderá ser cobrada quando da realização do primeiro
asfalto, mas não quando for retificado o mesmo, ou seja, quando for feito mero
recapeamento.

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13 – DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

As contribuições especiais, conforme já demonstrado em capítulo próprio,


são de grande maioria de competência da União. Ademais conforme texto
constitucional nós temos 4 espécies de contribuições especiais: sociais, de
intervenção no domínio econômico, de categoria profissional e de iluminação
pública.

Contribuições Sociais Gerais

Apenas a União poderá criar e servirá para financiar basicamente os


direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal. Temos como
exemplo da presente contribuição aquela referente ao salário educação.

Igualmente pronunciou-se o STF que as contribuições sociais para


manutenção ao sistema S, na forma do artigo 240 da Constituição Federal são
constitucionais, e servem basicamente para formação do trabalhador.

Vale ressaltar que estas contribuições sociais gerais respeitam os dois


princípios da anterioridade.

Contribuições de Seguridade Social

Tem previsão geral no artigo 149 da Constituição Federal, mas


objetivamente está expressa e identificada no artigo 194 da mesma Carta Mãe.
Será criada, regra, pela União através de edição de lei ordinária.

Mas tenha cuidado: uma nova Contribuição Social Residual, ou seja, que
não existe ainda, somente poderá ser criada pela mesma União, mediante Lei
Complementar na forma do artigo 195, §4º da Constituição Federal. Vale
ressaltar ainda que tal contribuição residual obedecerá aos requisitos do artigo
154, I, da Constituição Federal, ou seja: não poderá ser cumulativa e deverá de
fato gerador/base de cálculo diversa das demais contribuições.

Portanto fique atento: Contribuição Social Residual jamais poderá ser


criada por Medida Provisória na forma do artigo 62, §1º, III, da Constituição
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Federal.

A Contribuição de Seguridade Social será realizada para custear:


previdência, assistência social e a saúde. Aqui teremos os clássicos exemplos
das famosas contribuições, ou seja, o PIS e COFINS.

Importante ressaltar que observando o que disposto na parte final do


artigo 195, II, da Constituição Federal o trabalhador segurado aposentado pelo
regime geral terá imunidade, ou seja, não precisará pagar mais a presente
contribuição em razão de sua pensão ou aposentadoria. Mas vale dizer ainda: se
ele laborar em outro local, mesmo aposentado, terá que recolher contribuição
sobre os vencimentos recebidos referente ao seu labor.

Outra questão que costuma aparecer sempre em prova é que na forma


do artigo 195, §6º da Constituição Federal as contribuições sociais, estas cujas
quais servem para financiar a saúde, seguridade e assistência, mesmo que
majoradas deverão aguardar apenas 90 (noventa) dias. Logo se majorar alíquota
de CSLL ou criar uma nova Contribuição Social Residual, a União terá que
aguardar apenas a anterioridade nonagesimal na forma do artigo 150, III, C, da
Constituição Federal.

As presentes contribuições para financiar a seguridade social terão como


base de cálculo, por exemplo:

• Folha de pagamento salarial: contribuição patronal.


• Faturamento e Receita: PIS, PASEP, COFINS.
• Salário Empregado: INSS.
• Lucro: Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
• Receita de Prognósticos: Lotérica.
• PIS e COFINS para Importação.

As contribuições sociais não incidirão sobre receitas de exportações na


forma do artigo 140, §2º, I, da Constituição Federal.

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Contribuição Social para Regime Próprio de Previdência para Servidor Público

A presente contribuição social, cuidado, terá competência comum. Assim


todos os entes poderão criar esta contribuição à fim de financiar a previdência
de seus respectivos servidores. Entretanto cuidado: para elas, aplico as duas
anterioridades.

Outrossim, outro fato importante sobre a presente contribuição é que na


forma do artigo 40, §18º da Constituição Federal, o servidor público aposentado
pelo regime próprio, ou seja, albergado pela presente contribuição, estará imune
somente até o teto do regime geral em razão do princípio da isonomia (art. 195,
II, da CF).

Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico

A presente contribuição tem previsão inicial no artigo 149 da Constituição


Federal e somente poderá ser criada e/ou majorada pela União, mediante Lei
Ordinária. A contribuição mais famosa que se apresenta aqui é aquela que visa
intervir no comércio e importação de combustível, ou seja, a famosa Cide
Combustível.

Sobre a presente contribuição é importante ressaltar que ela poderá ser


reduzida ou restabelecida por Decreto e somente respeitará a anterioridade
nonagesimal quando for restabelecida, observando o que disposto no artigo 177,
§4º, I, B, da Constituição Federal.

Contribuição de Interesse de Categoria Profissional

Esta contribuição também tem previsão inicial no artigo 149 da


Constituição Federal. São exemplos famosos aqui: Contribuição Sindical e dos
Conselhos Profissionais. Vale ressaltar que somente a União poderá criar,
mediante lei ordinária.

Importante lembrar aqui que a Contribuição Confederativa não é tributo,


portanto somente podendo ser cobrada dos filiados aos sindicatos.
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No tocante a contribuição paga para a Ordem dos Advogados do Brasil


ela também não se trata de tributo, visto que conforme STF o órgão
representativo dos advogados tem regime jurídico sui generi. Portanto, acaso o
advogado venha atrasar ou não satisfazer sua contribuição, o presente conselho
não poderá utilizar-se da Execução Fiscal para cobrar o valor devido.

Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública

Em razão da repercussão sobre a inconstitucionalidade da possibilidade


dos entes criarem taxa em razão possível serviço de iluminação público, através
de Emenda Constitucional, houve a inserção do artigo 149-A da Constituição
vindo a criar a Contribuição de Iluminação Pública.

A presente contribuição tem como entes competentes os Municípios e o


Distrito Federal e estes exerceram sua competência mediante a edição de lei
ordinária. Ademais tal contribuição respeita as duas anterioridades e poderá ser
exigida na fatura de energia elétrica de cada contribuinte.

Importante ainda dizer que segundo o STF poderão os entes cobrar a


contribuição inclusive daqueles contribuintes que sequer apresentam energia
elétrica em seus lares, bem como terão valores progressivos conforme o
consumo do respectivo sujeito passivo.

Informações Importantes sobre Todas Contribuições

Após analisadas as contribuições, faz-se necessário estabelecer algumas


características básicas e notáveis de cada uma delas:

a) Elas poderão ter mesmo fato gerador e base de cálculo de impostos.


b) Elas terão arrecadação afetada (destinada) para despesa específica.

Assim, mais precisamente sobre o item B, cai ao lanço afirmar que


diferente dos impostos que irão para um caixa geral, as contribuições (todas)
terão finalidade e destino especial para determinado órgão.

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14 – DOS EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

A presente espécie tributária tem competência privativa da União e o


presente ente somente poderá realizar a criação mediante lei complementar.
Reza o artigo 148 da Constituição Federal:

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá


instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes
de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e
de relevante interesse nacional, observado o disposto no
art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes
de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição.

Na forma do artigo supra demonstrado, teremos 3 hipóteses que justificam


à criação deste empréstimo aos contribuintes: guerra externa ou sua iminência,
calamidade e investimento público de caráter urgente e relevante de interesse
nacional.

Lembra-se ainda que na forma do artigo 150, §1º da Constituição Federal,


os empréstimos compulsórios guerra externa ou sua iminência, bem como o de
calamidade, uma vez criados terão exigência de imediato. Entretanto o
empréstimo de investimento público deverá respeitar as duas anterioridades
(exercício e nonagesimal) para ser exigido.

Por fim é importante ressaltar sobre a presente espécie tributária que


trata- se de tributo vinculado, ou seja, a arrecadação deverá ir diretamente para
o caixa que gerou sua criação, bem como será temporário e restituível. Tal
restituição, conforme STF, deverá ser em dinheiro observando a regra do artigo
3º do CTN e não em títulos de dívida pública.

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15 – DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

A administração tributária nada mais é do que a possibilidade objetiva do


exercício do poder de polícia por parte da autoridade fazendária. Assim este
poderá fiscalizar, executar e arrecadar tributo para o respectivo ente competente.

Vale ressaltar que o exercício desta administração tributária deverá ser


sempre balizado, observando os ditames legais, bem como a capacidade
contributiva e econômica do contribuinte.

Leciona o artigo 194, §º único do CTN que qualquer livro do contribuinte


poderá ser fiscalizado, mesmo de pessoa que goza de imunidade ou isenção.

Também ensina o artigo 195, §º único do CTN que o contribuinte deverá


guardar todos os documentos fiscais dentro do prazo prescricional. E lembre-se:
cuidado ao observar apenas o prazo de 5 anos, visto que por vezes o crédito
poderá ter sofrido interrupção ou suspensão de prescrição, devendo, portanto, o
contribuinte ter cuidado com a contagem do prazo.

Na forma do artigo 199 do CTN as fazendas públicas poderão cooperar


entre si, inclusive fazendo troca de informações.

Quando do exercício da fiscalização, ou seja, da atribuição do Poder de


Polícia a administração pública terá que entregar obrigatoriamente um termo de
início de ação fiscal onde o mesmo trará o motivo da fiscalização e o período que
está sendo objeto de análise. Tudo isto à fim de garantir o devido processo legal.

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16 – DOS IMPOSTOS EM ESPÉCIE

IMPOSTOS FEDERAIS

ITR

COMPETÊNCIA

• União;

• Artigos 153, IV, da CF;

• Artigo 29 e seguintes do CTN;

• Decreto 4.382/2002.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

IMPORTANTE INSTRUMENTO DE POLÍTICA AGRÁRIA

TERÁ ALÍQUOTA PROGRESSIVA:

• Desestimular propriedades improdutivas;

• Tributar de maneira mais gravosa os menos produtivos.

NÃO INCIDIRÁ SOBRE PEQUENAS GLEBAS RURAIS:

• Art. 153, §4º da CF;

• Definição de pequena gleba – Lei 9393/96;

• Proprietário que explore e não tenha outro imóvel;

• Art. 2º da Lei 9.393/96;

• 100 hectares – Amazônia Ocidental, Pantanal Mato-Grossense;

• 50 hectares – polígono das secas – Amazônia Oriental;

• 30 hectares – em qualquer outro município.

SUJEITO PASSIVO:

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• Proprietário;

• Titular de domínio útil (usufrutua rio);

• Possuidor (ad usucapionem);

• Se houver propriedade e possuidor ao mesmo tempo: sera cobrado do


proprietário (e sobre propriedade);

• Importante salientar que não existira sobre acessão física;

• Fato gerador sobre acessão física (construções não);

• Somente imóveis por natureza;

• Vide artigo 79, §1º do Co digo Civil.

FATO GERADOR

• Propriedade;

• Domínio u til;

• Posse de imóvel;

• Por natureza: o solo com a sua superfície;

• Fora da zona urbana do município (cuidado) – art.15 dl 57/66;

• Imóvel com destinação econômica e exploração natural;

CUIDADO: No caso de invasão de sem-terra, proprietário pagará ITR? Conforme o

STJ, não. Nesse caso, existirá a perda do domínio e atributos da propriedade.

ELEMENTO TEMPORAL

• 1º de janeiro de cada ano;

• Será por anualidade

ELEMENTO ESPACIAL

• Propriedades que estejam fora da zona urbana.

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BASE DE CÁLCULO

• É o valor fundiário do imóvel;

• É o valor da terra nua.

• Terra nua = preço de mercado: Excluí das construções, instalações e


benfeitorias.

• Mas compreendendo árvores, frutos pendentes, subsolo e espaço aéreo.

ALÍQUOTAS

• Serão proporcionais;

• Serão progressivas;

• Conforme grau de utilização da á rea rural;

 Caráter extrafiscal;

 Visa desestimular propriedades improdutivas.

*Imagem escrito: Atenção!

QUESTÕES POSSÍVEIS DE PROVA

IMUNIDADE EM REFORMA AGRÁRIA

• Enquanto não for transferida a propriedade = não paga, salvo se houver imissão
prévia da posse.

• É a imunidade do artigo 184, §5º da CF, combinado com o art. 1º, §1º, da lei
9.393/96.

OBS: Imunidade (não isenção).

LEGITIMIDADE PROCESSUAL

• Município que exerce capacidade ativa tributária devera compor polo no

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processo.

• Assim, se o município arrecada integralmente, a competência será da justiça


estadual comum, conforme STJ.

IMÓVEL EM MAIS DE UM MUNICÍPIO

• Município da sede do imóvel; ou

• Se não existir sede = município que fica maior parte do imóvel.

IOF

COMPETÊNCIA

• União;

• Artigos 153, V, da CF;

• Artigo 63 e seguintes do CTN;

• Decretos 6.306/07 e 6.339/08.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

CONTROLE DE POLÍTICA MONETÁRIA

SUA ARRECADAÇÃO OCORRERÁ NAS SEGUINTES OPERAÇÕES:

• Bancos;

• Caixas econômicas;

• Corretoras;

• Lojas de câmbio;

• Empresas de seguro privado.

SUJEITO PASSIVO

• Art. 66 do CTN = qualquer das partes na operação.

 Ficará a critério do legislador ordinário.


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• Decreto 6.306/07:
 PF e PJ tomadoras de crédito;
 Compradores e vendedores de moeda estrangeira;
 PF e PJ seguradas;
 Adquirentes de títulos ou valores imobiliários;
 Instituições autorizadas = primeira aquisição de ouro.

FATO GERADOR

• Operação de crédito = entrega total/parcial do dinheiro;

 Ate mesmo colocação à disposição.

• Operações de seguro = emissão da apólice;

• Operações de títulos e valores mobiliários;

 A emissão, transmissão ou pagamento.

QUESTÕES DE PROVA

• Mero saque em caderneta de poupança na o paga IOF.

 Súmula 664 do STF.

BASE DE CÁLCULO

• Previsão legal: artigo 64 do CTN e Decreto 6.306/07;

• Operação de creédito = valor + juros (art. 7º do Decreto);

• Operações de câmbio = valor recebido (art. 14º do Decreto);

• Operação de seguro = montante do prêmio (art. 21 do Decreto).

ALÍQUOTAS

• Serão proporcionais (vide decreto 6.306/07);

• Terão variação conforme natureza das operações:

 Operação de crédito: máximo de 1,5% ao dia (art. 6º);

 Operação de câmbio: máximo de 25% (art. 15);

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 Operação de seguro: máximo de 25% (art. 22).

• Nos depósitos judiciais não haverá incidência de IOF.

 Su mula 185 do STJ.

• Ouro destinado a fabricação de joias e ouro destinado a fabricação de peças para


odontologia, não considera-se ativo financeiro.

 Terá incidência de ICMS.

• Teremos incidência de IOF nas operações de FACTORING.

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO

COMPETÊNCIA

• União;

• Artigos 153, I, da CF;

• Artigo 19 e seguintes do CTN;

• Decretos 6.306/07 e 6.339/08.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

VISA PROTEGER INDÚSTRIA NACIONAL

POLÍTICA ECONÔMICA E FISCAL

É TAMBÉM CONHECIDO COMO TARIFA ADUANEIRA

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO

• INCIDIRÁ SOBRE:
 Inserção no território nacional de bens procedentes de outros países;
 Vide artigo 19 do CTN.

SUJEITO PASSIVO

• Importador (qualquer PF ou PJ que entre com mercadoria);


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• Arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;

• Destinatário de remessa postal com remetente.

 Previsão no artigo 22 do CTN;

 Previsão no artigo 31 do dl 37/66.

FATO GERADOR

• Entrada real ou ficta de produto estrangeiro;

• Início do despacho aduaneiro;

• Momento da apresentação;

• Momento do registro da declaração de importação.

 Salvo hipóteses do instrumento normativo 680/06 – art. 17.

 Podera o ser registrado antes da entrada: plantas, animais vivos, papel para
impressão.

CUIDADO!
• Imposto de Importaça o somente em casos de permanência em definitivo.
• Não englobará mercadorias estrangeiras, que permaneçam temporariamente, a fim de
cumprir finalidades esporádicas.

 Circuito da fórmula 1;

 Feiras e exposições.

• Também será cobrado Imposto de Importação no retorno de mercadorias,

SALVO:

 Mercadoria em consignação não vendida;

 Devolução da mercadoria por defeito;

 Retorno da mercadoria por guerra ou calamidade.

BASE DE CÁLCULO

• Quantidade de mercadorias;

 Tantos reais por tonelada.


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• Valor do produto importado;

• Valor do preço da arrematação do bem em licitação.

ALÍQUOTAS

• ESPECÍFICA

 Valor em dinheiro sobre unidade de medida.

• AD VALOREM

 Aplicação de alíquota sobre determinado valor.

*Imagem escrito: Atenção!

QUESTÕES DE PROVA

• Zona franca de Manaus;

• Emenda constitucional nº 83;

 Prorrogou os benefícios até 2073.

• Drawback;

• Proteção produto nacional: exporta produto pronto;

• É ressarcido do Imposto de Importação sobre insumos importados.

IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO

COMPETÊNCIA

• União;

• Artigos 153, II, da CF;

• Artigo 23 e seguintes do CTN.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL


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TEM FUNÇÃO ECONÔMICA

INCIDIRÁ SOBRE EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS NACIONAIS E


NACIONALIZADOS

O exportador: qualquer pessoa que promova a saída de produtos nacionais ou


nacionalizados do nosso território.

FATO GERADOR

o Momento da liberação pela autoridade aduaneira; ou


o Data do embarque ou saída conforme declaração.

*Imagem escrito: Atenção!

QUESTÕES DE PROVA

• REGRAS DE DESONERAÇÃO

 ARTIGO 156, §3º, II, DA CF – EXPORTAÇA O ISS – ISENÇA O.

 ARTIGO 155, §2º, X, DA CF – IMUNIDADE PARA ICMS.

 ARTIGO 153, §3º, III, DA CF – IMUNIDADE PARA IPI.

IMPOSTO PRODUTO INDUSTRIALIZADO

COMPETÊNCIA
• União;
• Artigo 153, IV, da CF;
• Artigo 46 e seguintes do CTN

É IMPOSTO REAL (RECAI SOBRE PRODUTOS DA INDÚSTRIA)

TEM FUNÇÃO REGULATÓRIA DE MERCADO

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É IMPOSTO SELETIVO (NECESSIDADE DE PRODUTO)

SUJEITO PASSIVO:

• Importador;

• Industrial;

• Comerciante de produtos para indústria;

• Arrematante de produtos apreendidos.

FATO GERADOR:

• Importação;

• Saída do estabelecimento industrial = produto;

• Aquisição em leilão;

• Primeira saída por revenda de produtos importados.

CUIDADO: O STJ entende que não incide IPI de veículo importado para uso próprio.

• Recentemente o STF disse que incide (RE 723.651).

 Mesmo que não desempenhe atividade empresarial.

 E faça importação para uso próprio.

CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

• O produto foi submetido a qualquer operaça o que modifique sua natureza,


finalidade ou o aperfeiçoe para consumo.

 Transformação, beneficiamento, montagem, renovação.

BASE DE CÁLCULO

• Valor da operação da saída do produto;

• Preço normal, acrescido do Imposto de Importação;

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+ encargos cambiais.

+ tarifas aduaneiras.

• Preço da arrematação.

ALÍQUOTAS

• Proporcional;

• Será conforme grandeza econômica tributada;

• Variam de 0% ate 365,63% (cigarros).

IMPOSTO DE RENDA

COMPETÊNCIA

• União;

• Artigos 153, III, da CF;

• Artigo 43 e seguintes do CTN.

ALÍQUOTAS

• Proporcional;

TEM FUNÇÃO FISCAL

TENTA PROMOVER REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA

SUJEITO PASSIVO

• Pessoa física ou jurídica;

• Titular de renda ou provento de qualquer natureza;

• A lei podera exigir retenção da fonte pagadora:

 Empregado = contribuinte.

 Empregador = responsável.

• Em caso de omissão na retenção a fonte pagadora irá arcar com a multa.

 Mesmo sendo responsável = não precisará pagar o IR.

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FATO GERADOR

• Aquisição de disponibilidade econômica/jurídica de renda:

 Decorrente de capital (aplicações, bonificações);

 Do trabalho (salário, comissões);

 Dos dois (lucro);

 Provento de qualquer natureza (aposentadorias, doações).

BASE DE CÁLCULO

• Soma dos fatores que se agregam ao patrimônio:

 Positivos (rendas, acréscimos);

 Negativos (deduções, dependentes, saúde).

BASE DE CÁLCULO (ART. 44, DO CTN), SERÁ O MONTANTE:

• Real (cálculo do lucro, abatendo do faturamento as despesas permitidas)

• Arbitrado (não é possível apurar lucro real, em razão da omissão).

 Ocorre também quando o sujeito passivo não cumpre a obrigação acessória;

• Presumida (percentual legal sobre o valor da receita bruta).

ALÍQUOTAS

• Generalidade: todos os contribuintes que pratiquem o fato;

• Universalidade: quaisquer rendas e proventos;

• Progressividade: variação de acordo com a base de cálculo.

QUESTÕES DE PROVA

• Súmula 125, STJ – Não incide IR sobre renda auferida por férias não gozadas.
• Súmula 215, STJ – Não incide sobre indenização – programa de demissão
voluntária.

• Súmula 498, STJ – Não incide sobre dano moral.

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• Súmula 463, STJ – Incide sobre horas extraordinárias recebidas.

• Súmula 556, STJ – Não incide IR no valor da complementação de previdência


privada = anos de 89/95.

• Súmula 447, STJ – Entes que fazem retenção serão partes nas ações.

IPTU

COMPETÊNCIA

• Municípios e DF;

• Artigos 156, I, da CF;

• Artigo 32 e seguintes do CTN.

MEDIANTE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA

ISENÇÃO TAMBÉM SERÁ POR LEI ORDINÁRIA

CUIDADO: Em caso de IPTU de hipotético território, a competência será da União.

 Artigo 147, parte inicial, da CF.

 União fará por lei Ordinária.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DO IPTU


• É política e indelegável.

CUIDADO, LEMBRE-SE QUE:

 IPTU ZONA URBANA



 ITR ZONA RURAL

SUJEITO PASSIVO DO IPTU

• Proprietário (pleno com registro);

• Possuidor (posse com animus domini);

• Titular de domínio u til:

 Usufrutuário, enfiteuta, superficiário;


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 Superficiário (artigo 21, §3º - lei 10.257/01).

CUIDADO:

• Locatário não será responsável pelo IPTU;

• Convenção em contrato particular e normal;

 Mas não poderá ser oposta perante fisco (art. 123).

• Assim, pelo IPTU são proprietário perante fisco.

• Locatário também não terá legitimidade para:

 Impugnar lançamento;

 Solicitar repetição de indébito tributário.

• Súmula Vinculante nº 52;

 Locação para terceiros – imunidades – templos.

• Esta relação de locatário também valerá para o comodatário.

VALE RESSALTAR QUE:

• Fazenda Pública poderá escolher para cobrar:

 Proprietário;

 Titular de domínio ú til;

 Possuidor com animus domini.

• Compromisso irretratável de compra e venda.

 Quem vende é imune.

• Comprador pagará IPTU.

• Artigo 150, §3º da CF.

• Imóvel urbano com á rea de preservação permanente.

 Não impedirá incidência de IPTU sobre todo o imóvel.

FATO GERADOR

• Propriedade;

• Domínio u til;
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• Posse de bem imóvel.

 Por natureza ou acessão fí sica.

 Localizado em zona urbana.

• O que é zona urbana?

 Vide artigo 32, §1º do CTN;

 Será definida em lei municipal;

 Deverá ter a presença de dois requisitos do 32, §1º, do CTN.

• Também podera sofrer incidência as á reas urbanizáveis ou de expansão urbana.

 Vide artigo 32, §2º do CTN;

 Previsão em lei municipal;

 Inserção em loteamento aprovado para moradia, indústria ou comércio.

CUIDADO: Imóvel situado em zona urbana, mas que explore atividade de zona rural,

como plantação, criação de galinha, será cobrado ITR, com fundamento no artigo 15,

DL 57/66.

QUANDO OCORRERÁ O FATO GERADOR

• Espacial: município do imóvel;

• Temporal: anual.

BASE DE CÁLCULO DO IPTU

• Valor venal do imóvel.

• Não será considerado o valor dos bens móveis.

• Cuidado com a simples atualização da base de cálculo:

 Poderá ser realizada por decreto municipal.

ALÍQUOTAS DO IPTU

• Será progressiva;

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 Lei municipal deverá prever progressividade;

• Extrafiscal (função social – unico imóvel);

• É fiscal (em razão de localização e uso do imóvel).

ISSQN

COMPETÊNCIA

• Municípios e DF;

• Artigos 156, III, da CF;

• Lei complementar nº 116 de 2003.

REGRA

• O ISSQN será pago no local do estabelecimento do prestador do serviço.

MAS TENHA MUITO CUIDADO:


• REGRA: No local do domicí lio do prestador (art. 3º da LC);
• EXCEÇÃO: Artigo 3º, e seus 22 incisos:
 Poderá ser no local da prestação do serviço:
 Execução e fiscalização de obras;
 Demolição;
 Varrição de ruas.

QUEM PAGARÁ O ISSQN


• Quem pagará é o prestador do serviço.
 Poderá ser tanto a empresa, quanto o profissional liberal.

• Não pagará pelo serviço:


 Os que prestam serviços em relação de emprego;
 Diretores, membros de conselhos consultivos; e etc.

FATO GERADOR

• É a prestação do serviço;
• Pela empresa ou profissional autônomo;
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• Com ou sem estabelecimento fixo;


• De serviços constantes na lista anexa da LC 16/03.

CUIDADO, NÃO TEREMOS ISSQN NOS SEGUINTES SERVIÇOS:

• Serviço feito a si próprio;


• Taxa de serviço pelo poder pú blico (específico e divisível)
• Transporte intermunicipal e interestadual – ICMS;

• Prestação de serviços destinados ao exterior – isenção;

• Prestação de serviços entre ente público – imunidade.

BASE DE CÁLCULO

• Preço bruto do serviço.


 Serviços gratuitos na o poderão ser cobrados.
• Atenção: eventuais descontos devera o ser computados.
 Juros, multas e indenização = não entram para cálculo.

ALÍQUOTAS
• Será fixa (profissional liberal) ou proporcional (serviço);
• A depender do sujeito passivo;
 Alí quota mínima = 2% - artigo 88 da ADCT;
 Alí quota ma xima = 5% - artigo 8º da LC 16/03.

ATENÇÃO

• É inconstitucional a cobrança de ISSQN sobre locação de bens móveis.


 Súmula vinculante nº 31 do STF.

• ISSQN sobre software de computador:


 Software produzido em escala = ICMS;
 Software sobre encomenda = ISSQN.

• ISSQN sobre arrendamento mercantil (leasing):


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 Arrendamento (tipo aluguel e no fim permite compra);


 Leasing financeiro = incidira ISSQN;
 Leasing operacional (mera locaça o) = não incidirá ISSQN.

• ISSQN sobre franquias:


 Após a LC 16/03 decidiu-se que haverá incidência.

ITBI

A QUALQUER TÍTULO

POR ATO ONEROSO DE BENS IMÓVEIS (USO, USUFRUTO)

 Exceto os de garantia.

BEM COMO CESSÃO DE DIREITOS

COMPETÊNCIA

• Município e DF;

• Artigos 34 ate 42 do CTN;

• Lei Ordinária.

SUJEITO PASSIVO

• Qualquer uma das partes da operação de transmissão.

• Podera ser:

 Transmitente;

 Adquirente (a regra e este).

ELEMENTO ESPACIAL

• Situação (localização) do bem.

ELEMENTO TEMPORAL

• É o momento da transmissão ou da cessão.

FATO GERADOR
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• Ocorrerá mediante registro no registro de imóvel;

• Não posso cobrar o ITBI antes do registro (cuidado).

• Mero contrato de gaveta na o enseja pagamento de ITBI.

• O ITBI na o ocorrerá sobre direitos reais de garantia:

 Anticrese: entrega de bem imóvel para outro usar até quitar.

 Hipoteca: devedor oferece bem em garantia.

 Penhor: recai sobre bens móveis alheios.

BASE DE CÁLCULO

• Valor venal do imóvel:

 Que está sendo transmitido;

 Que está sendo cedido.

ALÍQUOTAS

• Serão proporcionais, conforme lei municipal;

• Jamais poderão ser progressivas (Súmula 656 do STF);

• Progressiva somente: IR, IPTU, ITR E ITCMD.

ATENÇÃO: Não incidira ITBI sobre transmissão de bens imóveis incorporados a

pessoa jurídica para realização de capital, nem sobre operações societárias,

salvo se as empresas tiverem finalidade de compra e venda de imóveis,

locação e arrendamento de imóveis. Artigo 156, §2º, da CF.

IMPOSTO TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS OU DOAÇÃO

SERÁ ESTABELECIDA PELO ESTADO E

DF

MEDIANTE LEI ORDINÁRIA

OCORRERÁ SOBRE TRANSMISSÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS

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RECEBIDOS

• Em razão de sucessão causa mortis.

• Em razão de doação.

INCIDIRÁ SOBRE TRANSMISSÃO NÃO ONEROSA

• Incidirá sobre qualquer tipo de bem.

ATENÇÃO: No inventário por morte presumida, que você não sabe o fato
gerador, terá incidência desse imposto – Su mula 331 do STF.

COMPETÊNCIA

• Bens imóveis e respectivos direitos.

 No Estado ou DF – situação do bem.

• Bens móveis, títulos e créditos:

 No estado onde se processar o inventário.

 No estado do domicílio do doador.

• Doação por pessoa que resida no exterior.

• Bens deixados por alguém que mora no exterior.

• Bens deixados por alguém que teve inventário no exterior.

 Dependerá de lei complementar. (Que não existe até hoje).

QUEM PAGARÁ O ITCMD

• Nas doações Donatário dos bens;



• Nas transmissões por morte Herdeiro;

• Nas cessões O cedente.

BASE DE CÁLCULO

• Valor venal dos bens.

MAS ATENÇÃO: Será aplicado e considerado no momento do fato gerador.

ALÍQUOTAS

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• Será definida pelo Senado Federal;

• Atualmente a alíquota máxima é de 8% - resolução 9/92;

• No imposto causa mortis é devido a alíquota – da morte;

• O STF disse que as alíquotas são progressivas (caráter pessoal).

IPVA

COMPETÊNCIA

• Estados e DF.

IRÁ PAGAR IPVA

• Proprietário de veículo automotor.

• Paga-se anualmente.

• Exceto aeronaves e embarcações, segundo o STF.

SUJEITO PASSIVO

• Proprietário;

• Adquirente;

• Titular de domínio util;

• Possuidor com animus domini.

ATENÇÃO: O STF ja decidiu acerca da possibilidade de serem fixadas sanções


administrativas em caso de ausência de pagamento de IPVA.

BASE DE CÁLCULO

• Estados e DF.

Valor venal dos veículos;

Poderá variar conforme o tipo;

Poderá variar se novo ou usado.

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ALÍQUOTA (CARÁTER FISCAL)

• A emenda constitucional n° 42 de 2003 estabeleceu competência do Senado:

para mí nima.

• Poderemos ter alíquotas diferenciadas:

 Em razão do tipo e utilização do veículo (art. 155, §6º).

ICMS

É PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:

 Transporte intermunicipal e interestadual;

 Comunicação.

COMPETÊNCIA

• Estados e DF;

• Vide artigo 155, II, da CF;


• Vide lei complementar 87 de 1996.

SUJEITO PASSIVO

• Artigo 4º da lei complementar 87;

• Pessoas que pratiquem circulação de mercadorias;

• Importadores de qualquer natureza (PF ou PJ);

• Transporte intermunicipal e interestadual;

• Serviços de comunicação.

CONCEITO DE CIRCULAÇÃO

• Quando ocorrer mudança de titularidade do bem. O bem sai de uma titularidade

e passa para outra.

ASSIM CUIDADO, NÃO TEREMOS ICMS:

• Em saí da de mercadoria para mostruário;

• Transporte de mercadoria entre matriz e filial.

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CONCEITO DE MERCADORIA

• Coisa que constitua objeto de venda.

• São aquelas mercadorias que serão comercializadas.

• ASSIM CUIDADO, NÃO TEREMOS ICMS:

 Sobre mercadorias que sejam para consumo próprio empresário.

*Imagem escrito: Atenção!

PODERÁ CAIR NA PROVA

• Empresa do setor fumageiro decide vender seus carros para adquirir novos

veí culos. Assim cuidado, na o teremos ICMS:

• O objeto da empresa na o e venda de carros. Logo, se vender ativo fixo, não


terá de pagar ICMS.

NÃO INCIDIRÁ ICMS:

• Sobre coisas corpóreas que não sejam mercadorias;

• Na alienação de bens do ativo fixo ou imobilizado;

• Na simples transferência de mercadorias – Súmula 166 do STJ;

• Na remessa de mercadorias para mostruário ou consignação.

CONCEITO DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL

• Aquele realizado entre municípios.

CONCEITO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL

• Aquele realizado entre Estados.


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OBS: Dentro do município paga-se ISSQN.

CONCEITO DE SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO

• Prestação de serviços onerosos:

 De qualquer meio de comunicação.

 Geração, emissão, retransmissão, ampliação.

BASE DE CÁLCULO DO ICMS

• Valor da operação (circulação de mercadorias);

• Valor do serviço (transportes e comunicação);

• Valor da importação (do bem importado).

ALÍQUOTA DO ICMS

• Teremos internas (cada Estado fixara livremente).

 A depender do produto.

• Teremos Interestaduais (Resoluça o 22 do Senado Federal).

 Que não tem nos Vades.

 Trata-se da Emenda Constitucional 87 de 2015.

ALÍQUOTA INTERESTADUAL

• Foi fixada pelo Senado Federal - Resoluça o 22/89.

• Previsão legal: Art. 155, §2º, VII, VIII, da CF.

• A partir de 1990:

 Será de 7% ou 12% Conforme Estado de destino.



ALÍQUOTA INTERESTADUAL

• Se o Estado de destino for:

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 Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espí rito Santos = pago 7%.

• Mas se o Estado de destino for:

 Sul ou Sudeste = pago 12%.

• Tais alíquotas va o ocorrer independentemente do produto.

• Chamamos de alí quotas gene ricas.

 Assim, se a empresa Nini machão, situada em POA-RS, vender para o Sul ou

Sudeste pagara 12% de ICMS. Já se vender para o Norte, Nordeste, Centro

Oeste ouEspírito Santos, pagará 7% de ICMS.

MAS ATENÇÃO: Se a empresa estiver situada em Natal – RN, sempre pagara

12% deICMS, eis que estará na região Norte, Nordeste, Centro Oeste, ES. Assim,
não interessa para onde venderá.

RESUMINDO: Operação de mercadoria interestadual e prestação de serviço

interestadual:

 Regra = pagara 12%.

 Exceção = Se origem for do Sul, Sudeste para Norte, Nordeste, Centro Oeste

e Espírito Santos = pagará 7%.

• MAS A EMENDA CONSTITUCIONAL NÃO PARA POR AQUI

 A empresa Nini machão, situada em POA-RS, acaba por vender bolachas para

NATAL – RN. Nesse caso, a empresa Nini machão pagara 7% para o Estado do

RS, conforme o art. 155, §2º, IV, CF. Pore m, quando a bolacha chegar em Natal

– RN devera ser paga a alíquota diferencial. É o que chamamos de DIFAL. Logo,


para calcular, e preciso saber a alí quota interna - cada Estado terá a sua.

 Vamos imaginar que em Natal – RN a alíquota interna seja de 17%. O DIFAL,

PORTANTO, SERÁ: 17% - 7% = 10%

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QUEM VAI RECOLHER O DIFAL?

• DEPENDE!

 Se o destino for contribuinte de ICMS e estiver inscrita como recolhedora de

ICMS, sera ela que terá que recolher (art. 155, §2º, VIII, a, da CF).

 Agora, se o destinatário, em Natal – RN, for alguém que não seja contribuinte

de ICMS, a CF mandara a empresa Nini machão pagar o DIFAL, conforme o Art.

155, §2º, VIII, b, da CF.

• Tais mudanças quebraram as vendas pela internet. A maioria das vendas são
para não contribuintes, no tocante as operações interestaduais. Logo, as lojas
deverão recolher:

 Tanto as alíquotas do envio.

 Como as alíquotas dos destinos.

• Foi por essa razão que a Emenda Constitucional nº 87 também inseriu o art. 99
da ADCT, alterando as regras de repartições.

 Criou-se uma regra de transição para que os Estados de origem não sintam

tanto esta mudança até 2018.

PODERÁ CAIR NA PROVA

• Você, pessoa física, resolve importar roupas dos EUA. Voce estara diante do
pagamento de ICMS?

 Sim, conforme artigo 155, §2º, IX, a, da CF.

• Na o constitui fato gerador de ICMS:

 Saí da fí sica de ma quinas, utensí lios e implementos a tí tulo de comodato.

 Su mula 573 do STF.


• Fornecimento de água potável por empresa concessionárias, não é tributável.

RE 607.056 – Repercussão Geral.

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17 – EXECUÇÃO FISCAL

Os Entes Públicos, entes que recebem a delegação de criação e/ou majoração de


tributos através do texto constitucional, não dependerão do Poder Judiciário para
que possam constituir os seus créditos tributários. Assim atendendo aos interesses
da coletividade, os entes públicos buscaram através do recolhimento de tributos, a
manutenção do mínimo necessário para o bem da coletividade. Entretanto se acaso
estes tributos não forem satisfeitos, as fazendas públicas deverão buscar o
pagamento dos mesmos, através da Execução Fiscal.

Assim a Execução Fiscal é o rito processual disponível para que os entes públicos
possam buscar a satisfação dos débitos tributários (e também os não tributários)
não satisfeitos administrativamente pelos contribuintes. Ademais tal rito apresenta
legislação própria (Lei 6.830/80) e se utilizará subsidiariamente, naquilo que não
contrariar a lei especial, o conteúdo normativo disposto em nosso Código de
Processo de Civil.

Cai ao lanço ainda salientar que para termos Execução Fiscal faz-se necessário a
existência de um título executivo extrajudicial. E qual seria este título executivo
extrajudicial? É o que chamamos de Certidão de Dívida Ativa. Portanto jamais
poderemos ter Execução Fiscal sem CDA.

Antes de falarmos sobre a CDA, é importante dizer que o foro competente para
ajuizamento da Execução Fiscal será o do domicilio do réu, in casu, executado. De
igual sorte também é inteligente informar que as Execuções Fiscais movidas pela
União, Autarquias Federais, serão ajuizadas na Justiça Federal, bem como aquelas
Execuções Fiscais movidas pelos Estados e Municípios, serão ajuizadas na Justiça
Estadual.

Mas afinal de contas, quais são os requisitos para termos uma CDA. Leciona o artigo
2º, §5º e §6º da Lei 6.830/80 que:

§ 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:

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I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que


conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a
forma de calcular os juros de mora e demais encargos
previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da
dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à
atualização monetária, bem como o respectivo fundamento
legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa;
e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de
infração, se neles estiver apurado o valor da dívida.
§ 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos
do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade
competente.

Assim para que torne-se perfeita uma CDA ela deverá atentar-se aos requisitos
acima expostos. Ademais cai ao lanço ainda informar que inobstante tais requisitos
positivos, o Exame da Ordem tem cobrado os requisitos negativos, ou seja, o que
não faz-se necessário ter em uma Certidão de Dívida Ativa.

Súmula 558 STJ “ Em ações de execução fiscal, a petição


inicial não pode ser indeferida sob o argumento da falta de
indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada.”

Súmula 559 STJ “Em ações de execução fiscal, é


desnecessária a instrução da petição inicial com o
demonstrativo do débito, por tratar-se de requisito não previsto
no art. 6º da Lei n. 6830/80.”

Uma vez dito sobre os requisitos da CDA, uma outra pergunta pode ser realizada:
a mesma poderá ser substituída após o ajuizamento da Execução Fiscal? A
resposta é positiva, salvo se for para alteração do sujeito passivo, que esta jamais
poderá ocorrer. Vide o teor da súmula do STJ.

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Súmula 392 STJ “A Fazenda Pública pode substituir a Certidão de Dívida Ativa
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de
erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.”

Analisada a CDA, e pronto o título executivo à fim de instruir a Execução Fiscal, reza
o artigo 6º da Lei 6.830/80 de que a petição inicial deverá conter:

Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:


I - o Juiz a quem é dirigida;
II - o pedido; e
III - o requerimento para a citação.
§ 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida
Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse
transcrita.
§ 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão
constituir um único documento, preparado inclusive por
processo eletrônico.
§ 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe
de requerimento na petição inicial.
§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão,
com os encargos legais.

Uma vez ajuizada a petição inicial a mesma será distribuída na justiça e foro
competente. Tombado o feito, o mesmo será concluso ao juízo à fim de que o
mesmo profira despacho inicial, mandado citar a parte para pagar ou oferecer bens
à penhora no prazo de 5 dias.

Não sendo realizado o pagamento, bem como acaso não forem oferecidos bens à
penhora, a parte exequente irá demandar à fim de conseguir bens que garantam o
pagamento da dívida, ou seja, tentará a penhora de bens do executado. A penhora
irá obedecer a seguinte ordem:

Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:


I - dinheiro;
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham

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cotação em bolsa;
III - pedras e metais preciosos;
IV - imóveis;
V - navios e aeronaves;
VI - veículos;
VII - móveis ou semoventes; e
VIII - direitos e ações.
§ 1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre
estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como em
plantações ou edifícios em construção.
§ 2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito de
que trata o inciso I do artigo 9º.
§ 3º - O Juiz ordenará a remoção do bem penhorado para depósito
judicial, particular ou da Fazenda Pública exeqüente, sempre que esta
o requerer, em qualquer fase do processo.

Outrossim cai ao lanço informar que uma das perguntas que inclusive já foram objeto
de cobrança por parte da OAB foi: posso substituir bens que foram penhorados? A
resposta está no artigo 15 da Lei 6.830/80.

Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz:


I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro,
fiança bancária ou seguro garantia; e (Redação dada pela Lei nº
13.043, de 2014)
II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por outros,
independentemente da ordem enumerada no artigo 11, bem como o
reforço da penhora insuficiente.

Por fim, antes de adentrarmos aos embargos à execução fiscal, faz-se necessário
abordar outro tema que igualmente já foi objeto de cobrança na OAB. Será que todo
bem poderá ser objeto de penhora para garantir a dívida tributária? A regra, na
forma do artigo 184 do Código Tributário Nacional.

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados


bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive

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os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou


impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare
absolutamente impenhoráveis.

Entretanto, inobstante a regra informar que a maioria dos bens dos contribuintes
poderão servir para pagamento da dívida tributária, existem alguns bens que jamais
poderão ser objeto de penhora?

Na forma do artigo supracitado, o crédito tributário poderá servir-se, via de regra, de


quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive aquelas gravados
com cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Entretanto os bens descritos
no artigo 833 do CPC e na lei 8.009/90 (único bem imóvel – família) serão
impenhoráveis.

Mas tenha cuidado visto que na própria lei 8.009/90 (art. 3º) temos uma exceção a
impenhorabilidade por dívida fiscal, visto que quando o crédito tributário for oriundo
do bem imóvel ele poderá ser penhorado para pagamento destes débitos (exemplo,
IPTU, Taxa, Cont. de Melhoria).

Uma vez realizada à penhora ou o contribuinte vindo a oferecer


bem/dinheiro/fiança/seguro para garantir à execução fiscal, nasce o direito do
executado elaborar sua defesa, que via de regra, será através dos Embargos à
Execução Fiscal na forma do artigo 16 da Lei 6.830/80.

Tal procedimento correrá em autos apartados da Execução Fiscal, e por isto,


inclusive, alguns doutrinadores a chamem de ação autônoma. Logo sua finalidade
é de fato proteger o contribuinte e os seus direitos. Tais Embargos à Execução
Fiscal serão ajuizados nos seguintes ocorridos e no prazo de 30 dias, contados:
• intimação da penhora.
• do depósito.
• da juntada da prova de fiança bancária ou seguro garantia.

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Jamais erre no momento da prova: a garantia do juízo é requisito para admitir os


Embargos à Execução Fiscal, assim como o prazo de 30 dias. Ademais caberá
Embargos de qualquer espécie tributária.

Tenha atenção na hora de fazer a prova: não basta a garantia do juízo para
embargar, terá de contar o prazo de 30 dias. Se estiver fora do prazo, se foi meus
embargos. Tudo isso conforme o artigo 16ª da LEF. Mas se o contribuinte desejar
acelerar os embargos, nada impede que acaso tenha penhora nos autos, mesmo
sem intimação, ele ofereça os embargos à execução. Até porque ninguém garante
juízo para anulatória ou exceção.

Mera propositura dos embargos suspenderá a execução? Não. Logo, o bem em


garantia poderá ser vendido. E o que faço para suspender? Depósito integral em
dinheiro (exceção) ou o requerimento do efeito suspensivo (regra).

E como faço requerimento do efeito suspensivo? O art. 294 do CPC sobre tutela
provisória, observando o que disposto no art. 919, §1º, do CPC.

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