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CG – 16.

RELATÓRIOS CONTÁBEIS
E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS

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Sumário
16. Relatórios contábeis e análise das demonstrações contábeis........................................................2
CPC 23: Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro .....................................2
Objetivo do CPC 23 ................................................................................................................ 2
CPC 41: Resultado por Ação..............................................................................................................6
Objetivo do CPC 41 ................................................................................................................ 6
Referências bibliográficas .....................................................................................................................8

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16. Relatórios contábeis e análise das demonstrações
contábeis

CPC 231: Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Objetivo do CPC 23

O objetivo do Pronunciamento é definir critérios para a seleção e a mudança de políticas contábeis,


juntamente com o tratamento contábil e divulgação de mudança nas políticas contábeis, a mudança
nas estimativas contábeis e a retificação de erro. O Pronunciamento tem como objetivo melhorar a
relevância e a confiabilidade das demonstrações contábeis da entidade, bem como permitir sua
comparabilidade ao longo do tempo com as demonstrações contábeis de outras entidades.
O CPC 23 deve ser aplicado:
▪ na seleção e aplicação de políticas contábeis;
▪ na contabilização de alterações nas políticas contábeis;
▪ na contabilização de alterações nas estimativas contábeis; e
▪ na contabilização de correções de erros de períodos anteriores.
As políticas contábeis representam os princípios, bases, convenções, regras e práticas específicas
aplicadas por uma entidade quando da preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras.
Na ausência de uma norma ou interpretação que se aplique especificamente a uma transação, o CPC
23 faculta à Administração fazer uso de juízos de valor no desenvolvimento e aplicação de uma
política contábil, que resulte em informação confiável e relevante para a tomada de decisão dos
usuários.
De acordo com o CPC 23, as alterações em políticas contábeis somente devem ser realizadas se a
alteração for exigida por uma norma ou interpretação ou se resultar em demonstrações contábeis
que proporcionem informações mais confiáveis e relevantes.
A norma prevê procedimentos de contabilização diferentes, dependendo do motivo da alteração na
política contábil.
Se a alteração é resultante da aplicação inicial de uma norma ou interpretação, a contabilização deve
ser feita de acordo com as disposições transitórias específicas contidas nessa norma ou
interpretação. Se, por outro lado, a alteração é voluntária, ela deve ser contabilizada
retrospectivamente.
Também serão contabilizadas retrospectivamente as alterações decorrentes da aplicação inicial de
norma ou interpretação, quando não existirem disposições transitórias específicas. Entende-se como

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http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/296_CPC_23_rev%2012.pdf

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contabilização retrospectiva o ajuste dos valores das contas afetadas, a partir dos saldos de abertura
do período anterior mais antigo apresentado, como se a nova política tivesse sempre sido aplicada.
A norma ressalva que se for impraticável a determinação dos efeitos da alteração a partir do período
anterior mais antigo apresentado, os ajustes devem ser realizados a partir de quando for praticável
a determinação de tais efeitos.
Por fim, CPC 23 estabelece o elenco de informações a serem evidenciadas sempre que uma alteração
de política tiver efeitos em período corrente ou anterior ou possa vir a ter efeitos em período futuro.
Tais informações são, entre outras, as seguintes:
Quando a alteração de política decorrer da aplicação inicial de uma norma ou interpretação:
▪ O título da norma ou interpretação;
▪ Quando aplicável, que a alteração na política contábil é feita de acordo com as disposições
transitórias;
▪ A natureza da alteração na política contábil;
▪ Quando aplicável, uma descrição das disposições transitórias;
▪ Quando aplicável, as disposições transitórias que possam ter um efeito em futuros períodos;
▪ Para o período corrente e cada período anterior apresentado, até ao ponto em que seja
praticável, a quantia do ajustamento;
Quando a alteração de política for voluntária:
A natureza da alteração na política contábil;
As razões pelas quais a aplicação da nova política contábil proporciona informação confiável e mais
relevante;
Para o período corrente e cada período anterior apresentado, até ao ponto em que seja praticável,
a quantia do ajustamento:
Se a aplicação retrospectiva for impraticável para um período anterior em particular, ou para
períodos anteriores aos apresentados, as circunstâncias que levaram à existência dessa condição e
uma descrição de como e desde quando a política contábil tem sido aplicada.
As estimativas contábeis são uma característica fundamental das Demonstrações Financeiras que
refletem as incertezas inerentes às atividades de negócio. O CPC 23 aponta que o uso de estimativas
razoáveis é uma parte essencial da preparação das demonstrações. A Norma estabelece os seguintes
exemplos de estimativas:
▪ Provisão para devedores duvidosos;
▪ Obsolescência de inventários;
▪ Vida útil estimada de ativo depreciável.
De acordo com o CPC 23, uma estimativa contábil pode necessitar de revisão se ocorrer alterações
nas circunstâncias em que a estimativa se baseou ou em consequência de nova informação não
disponível à época em que foi realizada.

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A Norma observa que, por sua própria natureza, a revisão de uma estimativa não está relacionada a
períodos anteriores e tampouco representa correção de um erro. Consequentemente, o CPC 23 exige
que as mudanças nas estimativas sejam consideradas de maneira prospectiva.
A mudança na base de avaliação é uma mudança na política contábil e não uma mudança na
estimativa contábil. Quando for difícil distinguir uma mudança na política contábil de uma mudança
na estimativa contábil, a mudança é tratada como mudança na estimativa contábil. A norma prevê
duas situações diferentes para o reconhecimento do efeito de uma alteração de estimativa contábil.
Em primeiro lugar, quando tal alteração dá origem a modificações em ativos, passivos ou se relaciona
com um item do patrimônio líquido, ela deve ser reconhecida pelo ajustamento da quantia
escriturada no item do patrimônio, ativo ou passivo respectivo no período da alteração.
Nos demais casos, o efeito deve ser reconhecido prospectivamente, incluindo-o nos resultados:
▪ do período de alteração, se a alteração afetar apenas esse período (por exemplo, uma
mudança na estimativa de Provisão para devedores duvidosos); ou
▪ do período da alteração e futuros períodos, se a alteração afetar ambos (por exemplo, uma
mudança na estimativa de vida útil de um ativo fixo).
A natureza e os valores referentes às alterações nas estimativas contábeis devem ser divulgados pela
instituição. Se for impraticável calcular esses efeitos, a entidade deve divulgar esse fato.
Correção de Erros
Por fim, a norma internacional define os procedimentos a serem adotados quanto aos erros
verificados no reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação das demonstrações
contábeis. Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de políticas
contábeis, descuidos ou interpretações incorretas de fatos e fraudes.
Quando se descobrirem erros materiais de períodos anteriores, o CPC 23 exige que eles sejam
corrigidos na primeira demonstração financeira preparada após a descoberta. A correção deve ser
excluída do lucro ou prejuízo do período no qual o erro foi descoberto.
Quando for impraticável determinar os efeitos específicos de um erro na informação comparativa
para um ou mais períodos anteriores apresentados, a entidade deve reexpressar os saldos de
abertura dos ativos, passivos e patrimônio líquido para o período mais antigo para o qual seja
praticável a reexpressão retrospectiva.
A norma define, ainda, os critérios para a evidenciação de informações acerca dos erros de períodos
anteriores. Em síntese, deve ser evidenciado o seguinte:
▪ A natureza do erro de um período anterior;
▪ Para cada período anterior apresentado, até ao ponto em que seja praticável, a quantia da
correção;
▪ Se a reexpressão retrospectiva for impraticável para um período anterior em particular, as
circunstâncias que levaram à existência dessa condição; e

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▪ Uma descrição de como e desde quando o erro foi corrigido.

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CPC 41: Resultado por Ação

Objetivo do CPC 412

O objetivo do Pronunciamento Técnico é estabelecer princípios para a determinação e a


apresentação do resultado por ação, a fim de melhorar as comparações de desempenho entre
diferentes companhias (sociedades por ações) no mesmo período, bem como para a mesma
companhia em períodos diferentes. Mesmo que os dados do resultado por ação tenham limitações
por causa das diferentes políticas contábeis que podem ser usadas para determinar resultados, um
denominador determinado consistentemente melhora os relatórios financeiros. O foco deste
Pronunciamento está no denominador do cálculo do resultado por ação.

O Pronunciamento deve ser aplicado às demonstrações contábeis consolidadas, separadas e


individuais de companhias cujas ações ordinárias ou ações ordinárias potenciais sejam publicamente
negociadas (bolsas de valores nacionais ou estrangeiras ou mercado de balcão, incluindo mercados
local e regional), ou de companhias que estejam registradas, ou no processo de registro, na Comissão
de Valores Mobiliários ou outro órgão regulador, com o propósito de distribuir ações ordinárias ou
ações ordinárias potenciais em mercados organizados.

Normalmente o Resultado por ação é calculado no contexto das ações ordinárias e, portanto, é
apurado deduzindo-se do lucro líquido os lucros atribuídos aos titulares de ações preferenciais.
Todavia, devido ao fato de que no ambiente brasileiro (assim como em algumas outras jurisdições)
certas ações preferenciais se equiparam a ações ordinárias, o item 3A do Pronunciamento estabelece
que tudo o que se aplicar ao cálculo e à divulgação do resultado por ação ordinária básico e diluído
aplica-se, no que couber, ao cálculo e à divulgação do resultado por ação preferencial básico e
diluído, por classe, independentemente de sua classificação como instrumento patrimonial ou de
dívida, se essas ações estiverem em negociação ou em processo de virem a ser negociadas em
mercados organizados. Este requerimento é adicional ao que especifica o IAS 33, de onde foi baseado
o CPC 41.

Resultado por Ação é uma relação frequentemente utilizada por analistas financeiros, investidores e
outras partes interessadas para auferir a rentabilidade de uma companhia e avaliar o preço de suas
ações.

Uma ação ordinária é um instrumento patrimonial que está subordinado a todas as outras classes de
instrumentos patrimoniais.

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http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/430_CPC_41_rev%2012.pdf

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Uma ação ordinária potencial é um instrumento financeiro ou outro contrato que dá ao seu titular o
direito a ações ordinárias.

Todas as entidades que aplicarem o Pronunciamento devem divulgar, com igual destaque na
demonstração do resultado, o Resultado por Ação básico e diluído.

O Resultado por Ação básico é calculado dividindo-se o lucro ou prejuízo do período atribuído aos
acionistas da companhia pela média ponderada da quantidade de ações em circulação (incluindo
ajustes por bônus e emissão de direitos).

O Resultado por Ação diluído é calculado ajustando-se o lucro ou prejuízo e a média ponderada da
quantidade de ações levando-se em conta a conversão de todas as ações potenciais com efeito de
diluição. Ações potenciais são instrumentos patrimoniais ou contratos capazes de resultar na
emissão de ações, como títulos conversíveis e opções, incluindo opções de compra de ações por
empregados.

Para calcular o resultado diluído por ação, a companhia deve ajustar o lucro ou prejuízo atribuível
aos titulares de ações ordinárias (capital próprio ordinário) da companhia, bem como o número
médio ponderado de ações totais em poder dos acionistas (em circulação), para efeitos de todas as
ações ordinárias potenciais diluidoras.

O objetivo do resultado diluído por ação é consistente com o do resultado básico por ação —
fornecer uma medida da participação de cada ação ordinária no desempenho da companhia — e ao
mesmo tempo refletir os efeitos de todas as ações ordinárias potenciais diluidoras em circulação
durante o período.

O Pronunciamento inclui, ainda, um guia de aplicação, que é parte do pronunciamento e uma gama
de exemplos ilustrativos que acompanham, mas não são parte do Pronunciamento.

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Referências bibliográficas

Marion, José Carlos. Contabilidade Empresarial (2015);


Pronunciamento conceitual básico 23: “Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação
de Erro”.
Pronunciamento conceitual básico 41: “Resultado por Ação”.

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