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ANÁLISE DO
DEMONSTRATIVO DE
RESULTADOS
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Sumário
2. Análise do demonstrativo de resultados ..........................................................................................2
DRE ....................................................................................................................................................6
Balanço Patrimonial (BP) ................................................................................................................10
Demonstração de fluxos de caixa ...................................................................................................11
Análise horizontal e análise vertical ...............................................................................................14
Análise Horizontal.......................................................................................................................14
Análise Vertical ...........................................................................................................................15
Referências bibliográficas ...................................................................................................................18
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2. Análise do demonstrativo de resultados
Antes de entrarmos de forma mais detalhada em cada uma das demonstrações, vejamos alguns
aspectos básicos da ciência contábil:
A Contabilidade, como sabido, contém milhares de regras, de acordo com o lançamento a ser
realizado. Entretanto, há cinco leis contábeis que devem ser enunciadas, a priori, que devemos ter
como referências para a ciência da contabilidade.
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despesas deve ser realizada totalmente no ano em que ocorreu de fato,
independentemente da forma de pagamento (à vista, parcelado, com carência etc.);
iv. Lei da Moeda Comum: os balanços devem ser expressos sempre na mesma unidade
monetária;
v. Lei da objetividade, Consistência e Materialidade: são três princípios resumidos em uma lei:
os balanços devem ser padronizados na mesma documentação e com critérios uniformes;
os fatos relatados devem ser materiais (com a importância devida); e qualquer fato não
“contabilizável” que possa influir na análise deve ser relatado em notas explicativas ao fim
do balanço.
Na análise contábil, existe, assim como em outras ciências, um método a ser seguido no que diz
respeito aos lançamentos e à leitura dos dados financeiros. Esse método, conhecido como método
das partidas dobradas, é aceito pela Contabilidade mundial, e assume que todo e qualquer registro
de operação de débito, de uma ou mais contas, deve corresponder a um crédito de valor equivalente
em uma ou mais rubricas. Dito de outra forma, a soma dos valores creditados e debitados ao fim de
um exercício contábil devem ser exatamente iguais.
Para exemplificar, considere um investidor que fundou sua companhia com R$1 milhão (disponível
no caixa). Algum tempo depois, ele tomou um empréstimo de R$500 mil do Banco ABX por 10 anos
(juros de 18% ao ano), dinheiro este que foi imediatamente aplicado em um investimento de um
ano, cuja rentabilidade chegou a 20% ao ano.
Operação 1
Operação 2
Debita - Caixa: 1 milhão
Credita - PL: 1 milhão Debita - Aplicações Financeiras:
500 mil
Credita - Empréstimos: 500 mil
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Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Exigível de LP
Caixa: R$ 1 milhão Empréstimos: R$ 500 mil
Aplicação financeira: R$ 500 mil
Patrimônio Líquido
Capital: R$ 1 milhão
Total ativo: R$ 1,5 milhão Total do passivo + PL: R$ 1,5 milhão
Após essa rápida introdução ao método de partidas dobradas, vamos a importantes conceitos
compreendidos pela demonstração de resultados:
▪ Ativo circulante: todos os direitos a receber em até um ano de prazo – as principais contas
são: Disponível (dinheiro em caixa), Aplicações Financeiras, Contas a receber (financiamento
a consumidores) e Estoques;
▪ Ativo Realizável no longo prazo: todos os direitos a receber de um ano em diante: Aplicações
Financeiras e Contas a receber após 365 dias;
▪ Ativo permanente: tem como principais contas:
o Imobilizado: bens imóveis destinados à manutenção da atividade da companhia,
além do registro de marcas e patentes;
o Investimentos: participações em outros negócios e imóveis; não se destina à
manutenção do negócio da empresa;
o Ativos intangíveis: valores que são gastos agora, mas poderão ter, com algum grau
de previsibilidade, benefícios futuros. Por exemplo, dinheiro gasto por empresas de
petróleo na prospecção de novos poços. Normalmente há grande rigor nos
contadores para verificar a existência de possibilidades materiais de retorno. Caso
não se tenha essa segurança, a rubrica deve ser registrada como despesa. Um
exemplo comum são as despesas de pesquisa, desenvolvimento e marketing, que
dificilmente são classificadas como ativo diferido, e sim como despesa. Outro
exemplo clássico de Ativo Diferido ocorre quando uma empresa compra outra por
um valor acima do seu Patrimônio Líquido. A diferença entre o que foi pago e o que
estava contabilizado poderá ser usada no futuro de forma parcelada pelo
comprador em termos de benefício fiscal. É chamado de ágio, que deve ser
amortizado a cada período.
▪ Passivo Circulante: todas as obrigações a pagar com até um ano de prazo – principal conta:
Contas a pagar (pagamento a fornecedores oriundo de compras realizadas a prazo);
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▪ Passivo Exigível de longo prazo: todos os direitos a receber de um ano em diante:
Empréstimos e contas a pagar após 365 dias;
▪ Patrimônio líquido (PL): a principal rubrica é a conta “Capital”, na qual serão contabilizados
todos os novos aportes de capital da empresa. Todos os lucros ou prejuízos da empresa no
exercício alterarão o PL, tal como o novo Ajuste da Avaliação Patrimonial introduzido pelo
IFRS. Existem também as rubricas reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de
lucros e lucros acumulados.
▪ Receita Bruta (ou faturamento bruto): representa o total recebido pela empresa com a
venda de seus produtos. De forma simples, é o resultado da multiplicação do preço final da
mercadoria pela quantidade vendida; ressalte-se que o analista deve sempre estar atento
ao momento em que ocorreu o fato gerador, não importando quando a quantia será
recebida. Em outras palavras, se um comerciante vender R$1 milhão em mercadorias em
novembro/2012, mas só vai receber os recursos em fevereiro/2013 (venda a prazo sem
entrada), a quantia deverá ser contabilizada como faturamento bruto em 2012, com
contrapartida no Ativo Circulante – rubrica Contas a receber (Financiamento a
consumidores);
▪ Receita Líquida: Receita Bruta menos os impostos que incidem diretamente sobre a venda
de mercadorias ou prestação de serviços (ICMS, ISS, IPI etc.);
▪ Custo da Mercadoria Vendida (CMV): o custo de todos os insumos gastos diretamente no
processo produtivo;
▪ Lucro Bruto: Diferença entre Receita Líquida e Custo de Mercadoria Vendida (CMV); define,
de forma geral, o quanto a empresa gera de resultado apenas em seu processo produtivo
direto.
▪ Despesas operacionais: Todas as despesas necessárias para o funcionamento do negócio
(salários, aluguéis, luz, administrativas etc.) e que não estão diretamente ligadas à produção
(em outras palavras, não se encontram no CMV). A depreciação também é uma despesa
operacional, mas será analisada à parte;
o Depreciação: o conceito de depreciação dos imóveis, máquinas e equipamentos de
uma empresa encontrasse na raiz da Ciência Contábil; para cada unidade de receita,
um “pedacinho” da máquina ou do imóvel foi usado – em outras palavras, há uma
despesa associada. Portanto, se trata de uma despesa operacional como outra
qualquer. Na prática, representa um benefício contábil, que pode ser deduzido do
Imposto de Renda para que, em tese, ao longo do tempo, as empresas tenham
condições financeiras para reposição. Até a introdução do IFRS, existia uma regra
geral de depreciação para ser usada de acordo com o tipo de imobilizado;
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▪ Lucro operacional: Lucro Bruto menos Despesas Operacionais; define, de forma geral, o
quanto a empresa gera de resultado em termos operacionais (produção + pagamento de
todos os custos operacionais da companhia);
▪ Despesas e Receitas Financeiras: Despesas financeiras com empréstimos e receitas
financeiras com aplicações;
▪ Lucro antes do IR: Soma do lucro operacional ao saldo financeiro (receitas financeiras –
despesas financeiras);
▪ Lucro líquido: Lucro depois do pagamento de Imposto de Renda (também chamado pelos
analistas de bottom line (última linha) de uma empresa).
Com os principais conceitos elencados, podemos entrar na análise de demonstração dos resultados.
DRE
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Como exemplo, tome a seguinte demonstração de resultados consolidada da varejista Magazine
Luíza (2018):
Perceba que na parte superior encontram-se as receitas operacionais da varejista. Logo após, você
obtém as despesas operacionais, além dos custos incorridos ao longo do período em que as
despesas foram geradas. A diferença entre a receita operacional e a despesa operacional nos dá o
lucro operacional. Os lucros ou despesas gerados por outras fontes, principalmente não
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recorrentes, são somados ou subtraídos para obter o lucro antes de juros e impostos, também
conhecido como Ebit (earnings before interest and taxes), que, basicamente, é o que a empresa
teria obtido se não fossem as obrigações com seus credores e com o fisco. O Ebit é uma medida da
lucratividade das operações da empresa em que se ignora qualquer carga de juros atribuível ao
financiamento da dívida. Logo, a demonstração de resultados subtrai a despesa de juros do Ebit
para encontrar o lucro tributável. Finalmente, o imposto de renda devido é subtraído para
encontrar o lucro líquido.
A receita total ou bruta trata do volume de produtos ou serviços vendidos pela empresa
durante o período em questão. O fato de a empresa ter uma receita alta não significa que
ela está tendo lucro. Como vimos, é preciso deduzir as despesas da receita total.
O custo dos bens vendidos representa o custo da compra de bens que a empresa está
revendendo ou o custo da matéria-prima e da mão de obra usadas na fabricação dos
produtos. Esse componente é essencial para determinar o lucro bruto da companhia.
Subtraindo da receita bruta o custo dos bens vendidos obtemos o lucro bruto, isto é, a
quantidade de dinheiro que a empresa ganhou com sua receita total após subtrair os custos
de matéria-prima e mão de obra usadas para produzir os bens. O lucro bruto pode nos
indicar um indicador importante na análise de empresas competitivas. Trata-se da margem
de lucro bruto, indicador obtido pela divisão entre lucro bruto e receita total. Uma margem
alta pode indicar uma vantagem competitiva para a empresa, o que pode lhe proporcionar
a liberdade de, por exemplo, estabelecer preço de seus produtos e serviços bem acima de
seus custos.
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A depreciação é, basicamente, uma despesa alocada em contraposição ao rendimento do
mesmo período. Todas as máquinas, edifícios e automóveis sofrem desgaste ao longo do
tempo. Esse desgaste é representado justamente pela depreciação.
A despesa com juros consiste no lançamento dos juros pagos durante o período sobre a
dívida que a empresa apresenta no balanço patrimonial como passivo. Enquanto bancos
recebam mais juros que pagam, varejistas e empresas fabris pagam muito mais juros do
que recebem. Os juros são reflexos do endividamento total que a empresa apresenta em
seu balanço. Quanto maior o endividamento, maior a quantidade de juros a ser paga. Em
geral, empresas que pagam muitos juros em relação ao lucro operacional apresentado
tendem a ser de dois tipos: ou está em um setor altamente competitivo, no qual grandes
investimentos em ativos fixos são necessários para manter a competitividade; ou está com
condições econômicas excelentes que contraiu a dívida ao ser comprada em uma aquisição
alavancada.
O lucro antes dos impostos aponta o lucro de uma empresa após a dedução de todas as
despesas, mas antes da retirada dos impostos.
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Balanço Patrimonial (BP)
Vimos que a DRE oferece uma medida de lucratividade ao longo de um período. O Balanço
Patrimonial, por sua vez, oferece uma medida da situação financeira da empresa em um
determinado momento. O mesmo apresenta uma relação dos ativos e dos passivos da empresa no
momento X. A diferença entre ativos e passivos é o patrimônio líquido da empresa, também
mencionado anteriormente, e alternativamente chamado de patrimônio líquido dos acionistas. O
BP apresenta, em geral, uma padronização em sua apresentação. Vejamos:
Imobilizado e intangível 1.402.883 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 445.309
Outras 1.257.117
10.612.481
13.261.019 13.261.019
A primeira parte do BP exibe uma lista dos ativos da empresa. Os ativos circulantes são
apresentados primeiro, constituídos pelo caixa disponível, contas a receber ou estoques. Em geral,
conforme destacado nos conceitos, em itens que serão convertidos em caixa no prazo de um ano.
Após isso, são listados os ativos de longo prazo ou “fixos”. Enquanto os ativos fixos tangíveis são
itens como edifícios, equipamentos ou veículos, os ativos fixos intangíveis são atribuídos a marcas,
patentes, franquias, dentre outros ativos de complexidade em sua estimação.
A soma dos ativos circulantes e dos ativos fixos é o total de ativos, relacionado na última linha da
seção de ativos do BP.
A seção de passivos e patrimônio líquido dos acionistas é organizada de modo similar.
Primeiramente são listados os passivos de curto prazo ou “circulantes”, como contas a pagar,
impostos provisionados e dívidas que vencerão em um ano. Em seguida, encontram-se a dívida de
longo prazo e outros passivos com prazo de vencimento superior a um ano. A diferença entre o
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total de ativos e o total de passivos é o patrimônio líquido dos acionistas que, como vimos, trata-
se do patrimônio líquido ou do valor contábil da empresa.
O patrimônio líquido foi apresentado, neste exemplo, sem maiores detalhamentos. Porém, o
mesmo é dividido em valor nominal das ações, capital integralizado adicional e lucros retidos. De
forma objetiva, o valor nominal mais o capital integralizado adicional representam os lucros
realizados com a venda das ações ao público, enquanto os lucros retidos representam o acúmulo
de patrimônio líquido obtido com o reinvestimento dos lucros na empresa. Ainda que a empresa
não emita novas ações, o valor contábil normalmente aumentará a cada ano em virtude dos lucros
reinvestidos.
Para avaliar a existência de competitividade durável de uma empresa, é preciso avaliar quanto
ela possui em ativos e quanto ela possui de dívidas. Salienta-se, porém, que o BP é uma fotografia
da data correspondente, sendo necessário, assim como dos demais fatores, um
acompanhamento periódico.
Ativo circulante: elencado no BP por ordem de liquidez, isto é, pela rapidez com que
podem ser transformados em dinheiro. Sua importância reside na sua disponibilidade
para ser transformado em dinheiro e gasto em casos de condições econômicas adversas;
Ativo circulante: faz parte do ciclo do caixa que compra estoque. Esse estoque é vendido
a fornecedores e se torna contas a receber que, quando pagas, voltam a se tornar caixa.
Esse ciclo se repete continuamente.
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será imediatamente aumentado pelas contas a receber. A demonstração dos fluxos de caixa, porém,
só mostrará um aumento no caixa disponível quando a fatura for efetivamente paga.
A tabela 3 apresenta a demonstração dos fluxos de caixa da Magazine Luiza. Tipicamente, ela é
dividida em três seções:
1. Primeiro, temos o fluxo de caixa de atividades operacionais, que se inicia com o lucro líquido
e soma o valor da depreciação e da amortização. Embora do ponto de vista contábil sejam
despesas reais, a depreciação e a amortização não consomem dinheiro, pois representam o
que já foi gasto anos antes.
2. Após isso, temos o fluxo de caixa de operações de investimento. Esse campo inclui um
lançamento para todas as despesas com ativos fixos feitas durante o período contábil. As
despesas com ativos fixos são sempre um número negativo porque representam gastos, o
que acarreta um esvaziamento do caixa.
3. Por último, temos a seção do fluxo de caixa de atividades de financiamento, que mensura o
fluxo de entrada e saída de dinheiro de uma empresa gerado por operações financeiras.
Nele estão incluídas todas as saídas de dinheiro para o pagamento de dividendos. Também
estão incluídas a venda e a compra de ações da companhia (quando vende ações para
financiar uma nova fábrica, há entrada de dinheiro; quando recompra as próprias ações, há
saída de dinheiro). O mesmo acontece com os títulos. Esses três lançamentos são somados
para gerar o Caixa total das atividades de financiamento.
A maioria das empresas usa o chamado de Regime de Competência Contábil, ao contrário do Regime
de Caixa. Com a primeira modalidade, as receitas são lançadas quando os bens saem porta afora,
mesmo que o comprador leve anos para pagá-los. Já no Regime de Caixa, as vendas só são registradas
quando há entrada de dinheiro. Como quase todas as companhias oferecem algum tipo de crédito
para seus compradores, a utilização do Regime de Competência é considerada mais vantajosa, pois
permite que elas lancem as vendas a crédito como receita na DRE.
Visto que o Regime de Competência Contábil permite que vendas a crédito sejam lançadas como
receita, tornou-se necessário para as empresas monitorar separadamente o dinheiro que realmente
entra e sai do seu caixa. Com esse propósito, os contadores criaram a demonstração de fluxo de
caixa.
Percebemos que a demonstração de fluxos de caixa fornece evidências importantes sobre o bem-
estar de uma companhia. Se esta não conseguir pagar seus dividendos e manter a produtividade de
suas ações representativas de capital fora do fluxo de caixa operacional, por exemplo, e tiver de
recorrer a empréstimos para atender a essas necessidades, isso é um sinal de que a longo prazo ela
não conseguirá manter o nível atual de pagamento de dividendos. A demonstração de fluxos de caixa
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revelará a evolução desse problema quando mostrar que o fluxo de caixa operacional não é
adequado e que estão sendo utilizados empréstimos para manter o pagamento de dividendos em
níveis insustentáveis.
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Pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos -53.157
Pagamento de dividendos -114.273
Alienação (aquisição) de ações em tesouraria -75.652
Recursos provenientes da emissão de ações 0
Pagamento de gastos com emissão de ações, líquido de tributos 0
Fluxo de caixa aplicado nas atividades de financiamento -655.672
Análise Horizontal
A Análise Horizontal (AH) avalia a evolução dos elementos do Balanço Patrimonial, da Demonstração
de Resultados do Exercício e do Demonstrativo de Fluxo de Caixa durante um período. O principal
objetivo dessa metodologia é analisar se os valores das Demonstrações Financeiras cresceram ou
diminuíram em comparação com as informações passadas. Ou seja, ela permite verificar tanto a
situação patrimonial da empresa (analisada pelo Balanço) quanto seu desempenho (analisado pelo
DRE ou DFC) ao longo do tempo. Essa análise é chamada de horizontal, pois baseia-se na evolução
dos saldos das contas ao longo dos anos.
A análise horizontal é utilizada quando existe a necessidade de se comparar as taxas de crescimento
de uma empresa em relação aos seus concorrentes e ao setor, avaliando como ocorreu a evolução
dos mais variados itens das demonstrações financeiras em intervalos de tempo. O cálculo é simples
e, como trata-se de uma comparação, o ano mais antigo será considerado o ano base e todos os seus
valores serão equivalentes a 100. Os valores dos anos subsequentes serão um percentual desse valor
base. A formulação é dada por:
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑖𝑡𝑒𝑚
𝐴𝐻 = [( ) – 1] × 100
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒
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Exemplo 1:
Tabela 4: Análise Horizontal DRE Magazine Luiza (Fundamentus)
31/12/2018 31/03/2019 Var. 03.19/12.18 30/06/2019 Var. 06.19/03.19
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 0 0 0
Deduções da Receita Bruta 0 0 0
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 4.610.529 4.328.984 -6,11% 4.308.102 -0,48%
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -3.314.354 -3.117.565 -5,94% -3.215.868 3,15%
Resultado Bruto 1.296.175 1.211.419 -6,54% 1.092.234 -9,84%
Despesas Com Vendas -774.984 -692.977 -10,58% -726.195 4,79%
Despesas Gerais e Administrativas -222.421 -240.214 8,00% -251.677 4,77%
Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos -16.649 -12.422 -25,39% -13.178 6,09%
Outras Receitas Operacionais 15.680 25.537 62,86% 184.398 622,08%
Outras Despesas Operacionais 0 0 0
Resultado da Equivalência Patrimonial 14.660 90 -99,39% -2.500 -2877,78%
Financeiras -90.693 -98.934 9,09% 255.990 -358,75%
Receitas Financeiras 35.762 38.022 6,32% 479.665 1161,55%
Despesas Financeiras -126.455 -136.956 8,30% -223.675 63,32%
Resultado Não Operacional 0 0 0
Receitas 0 0 0
Despesas 0 0 0
Resultado Antes Tributação/Participações 221.768 192.499 -13,20% 539.072 180,04%
Provisão para IR e Contribuição Social 0 0 0
IR Diferido 0 0 0
Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0
Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0
Part. de Acionistas Não Controladores 0 0 0
Lucro/Prejuízo do Período 189.644 132.104 -30,34% 386.626 192,67%
Pela AH conseguimos identificar que, em Receita líquida de vendas, do último trimestre de 2018 ao
primeiro de 2019 houve uma queda de 6,11%; do segundo trimestre de 2019, frente ao primeiro, a
queda foi de 0,48%. Quanto ao lucro do período, enquanto no 1º/2019, frente ao 4º/2018 a
companhia apresentou um desempenho 30,34% inferior, no 2º/2019, frente ao 1º/2019, o resultado
cresceu 192,67%. Tal comparação pode ser aplicada a qualquer linha dentro do DRE ou de qualquer
outra Demonstração Financeira, basta fazer a comparação entre resultados de um mesmo indicador
em relação a períodos anteriores.
Análise Vertical
A Análise Vertical (AV), conhecida também como Análise de Estrutura, ocorre de cima para baixo ou
de baixo para cima, indicando resultados em efeito cascata, sendo utilizado para identificar a
porcentagem de participação de determinado indicador nos resultados.
Ao contrário da Análise Horizontal, são analisadas as colunas das demonstrações. O objetivo da AV
é medir percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte, permitindo que
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sejam feitas comparações caso existam dois ou mais períodos. Aqui, sabemos o quanto cada conta é
importante em relação à demonstração financeira a que pertence. Ao comparar percentuais da
própria empresa em anos anteriores, conseguimos inferir se há itens fora das proporções normais.
A principal vantagem deste tipo de análise é a fácil comparação de balanços, demonstrações de
resultados e outros relatórios financeiros de empresas dos mais variados portes. É uma ferramenta
utilizada também para visualizar as mudanças anuais relativas dentro de uma organização.
Na AV, cada item de linha de uma demonstração financeira é analisado como uma representação da
porcentagem do foco principal da declaração:
− Na DRE, cada item de linha pode ser representativo das vendas brutas, ou vendas
líquidas, a depender da empresa;
− No BP, cada item de linha pode ser representativo do total de ativos;
− Na demonstração de fluxo de caixa, cada item pode ser expresso como uma
porcentagem do total de caixa e equivalentes de caixa da empresa.
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Exemplo:
31/12/2018 31/03/2019 31/03/2019 AV 30/06/2019 31/06/2019 AV
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 4.610.529 4.328.984 100,00% 4.308.102 100,00%
Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -3.314.354 -3.117.565 72,02% -3.215.868 74,65%
Resultado Bruto 1.296.175 1.211.419 27,98% 1.092.234 25,35%
Despesas Com Vendas -774.984 -692.977 16,01% -726.195 16,86%
Despesas Gerais e Administrativas -222.421 -240.214 5,55% -251.677 5,84%
Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos -16.649 -12.422 0,29% -13.178 0,31%
Outras Receitas Operacionais 15.680 25.537 0,59% 184.398 4,28%
Outras Despesas Operacionais 0 0 0
Resultado da Equivalência Patrimonial 14.660 90 0,00% -2.500 0,06%
Financeiras -90.693 -98.934 2,29% 255.990 -5,94%
Receitas Financeiras 35.762 38.022 0,88% 479.665 11,13%
Despesas Financeiras -126.455 -136.956 3,16% -223.675 5,19%
Resultado Não Operacional 0 0 0,00% 0 0,00%
Receitas 0 0 0,00% 0 0,00%
Despesas 0 0 0,00% 0 0,00%
Resultado Antes Tributação/Participações 221.768 192.499 4,45% 539.072 12,51%
Provisão para IR e Contribuição Social 0 0 0,00% 0 0,00%
IR Diferido 0 0 0,00% 0 0,00%
Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0,00% 0 0,00%
Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0,00% 0 0,00%
Part. de Acionistas Não Controladores 0 0 0,00% 0 0,00%
Lucro/Prejuízo do Período 189.644 132.104 3,05% 386.626 8,97%
Iniciando com a receita de vendas ocorrem todas as deduções referentes a impostos, custos de
produção e outras despesas. Na última linha encontra-se o valor restante: caso positivo, significa que
a empresa ganhou mais do que gastou e, portanto, está dando lucro.
Nesse caso, a receita líquida de vendas é o nosso total (representando 100%). Logo, os R$692.977,00
de despesas com vendas representam 16,01% do total das receitas.
Nessa análise fica mais fácil identificar quais são as contas que estão consumindo todas as receitas
obtidas e assim, aplicar ações para melhorá-las. É possível também realizar a AV do Fluxo de Caixa
para comparar contas do período estipulado. Nesse caso, a análise será muito útil em verificar onde
o volume de receitas ou despesas está mais concentrado.
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Referências bibliográficas
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