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Preparatório CNPI – Analista de Investimentos

Conteúdo Brasileiro – Apostila 1

2020
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estudos em todos os momentos.

Esta apostila é parte integrante do Curso Preparatório CNPI da Pro


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1. Sistema Financeiro Nacional
Com os conteúdos desse capítulo você será capaz de desenvolver as seguintes
competências do Edital do CNPI – Conteúdo Brasileiro:

1 - Órgãos de Regulação e Fiscalização – Principais Atribuições


1.1- Conselho Monetário Nacional - CMN, Banco Central do Brasil - Bacen,
Comissão de Valores Mobiliários -CVM, Banco do Brasil, Caixa Econômica
Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e
Conselho de Recursos do SFN.
1.2- Participantes: bancos comerciais, múltiplos, de investimento e de
desenvolvimento, cooperativas e sociedades de crédito imobiliário,
companhias hipotecárias, corretoras, distribuidoras e sociedades de
arrendamento mercantil (leasing).

2- Clearings e Sistemas
2.1- Desenho do novo SPB: conceitos.
2.2- Clearings

1.1. Introdução ao capítulo – Sistema Financeiro


Nacional – CNPI – Conteúdo Brasileiro
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) desenvolve leis e cria instituições
normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco
Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para
sistematizar o funcionamento das demais instituições financeiras públicas e privadas
que intermediam a captação, distribuição e transferências de recursos financeiros
da sociedade como um todo (ASSAF NETO, 2014).

Nesse capítulo você encontrará 19 aulas e o Resumo. O objetivo é familiarizar o


aluno com as funções doas agentes normativos, reguladores e executores do SFN,
dentre eles o CMN, o Conselho de Valores Mobiliários (CVM) o BACEN, a Caixa
Econômica Federal, o Banco do Brasil, bancos comerciais, bancos de
desenvolvimento, como o BNDES, bancos múltiplos, bancos de investimento,
cooperativas e sociedades de crédito e as clearings e sistemas.

DICA DO PROFESSOR

O conteúdo do capítulo é ajustado e organizado conforme a melhor ordem


didática e maior probabilidade de cair na prova.

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1.2. Sistema Financeiro Nacional 1
O sistema financeiro serve para estruturar as relações econômicas que envolvem
dinheiro; desde, por exemplo, a compra de um automóvel por uma pessoa física até
a aquisição de uma máquina por uma empresa. De modo geral, é a transação de
recursos entre poupadores (indivíduos e empresas) e investidores através do
mercado financeiro.

No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) desenvolveu mecanismos (leis) e


criou instituições normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional
(CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN, BCB ou BC) e a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), a fim de sistematizar o funcionamento das demais instituições
financeiras públicas e privadas que servem como intermediárias de captação,
distribuição e transferências de recursos financeiros de toda a sociedade (ASSAF
NETO, 2014). As decisões das instituições normativas e reguladoras impactam a
economia e, consequentemente, toda a sociedade.

Além disso, o SFN possui o papel de harmonizar os interesses, de modo que


necessidades individuais não se sobreponham às demandas coletivas.

Figura – Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Fonte: Banco Central do Brasil.

A figura mostra as instituições organizadoras e o papel de cada uma delas, de modo


a demonstrar o sistema, suas divisões e hierarquias. A fim de compreender o
funcionamento desses órgãos, ao longo dos próximos subtemas, estudaremos
essas instituições e seus papéis, para, posteriormente, verificarmos a legislação em
vigor.

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O Sistema Financeiro Nacional representa um grupo de agentes executivos,
normativos e as instituições financeiras públicas e privadas que atuam na captação
de recursos e distribuição, assim como transferências de valores entre os agentes
econômicos, com o objetivo de garantir que a transmissão de recursos entre quem
os tem de sobra (investidores ou credores) seja equilibrada em relação a quem
necessita destes – tomadores ou credores (ASSAF NETO, 2014).

Instituições do Sistema Financeiro Nacional


As instituições do SFN estabelecem as funções normativas, harmonizam os direitos
e deveres dos clientes, apresentando-lhes as soluções mais adequadas. Esse
sistema é composto por três tipos de instituições:
 Órgãos normativos: determinam regras gerais para o bom funcionamento
do SFN. São eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional
de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência
Complementar (CNPC).
 Entidades supervisoras: estão subordinadas aos órgãos normativos e
atuam de modo que os cidadãos e os integrantes do sistema financeiro sigam
as regras definidas pelos órgãos normativos. São elas: Banco Central do
Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência
de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência de Previdência
Complementar (Previc).
 Operadores: estão subordinados às entidades supervisoras e lidam com o
público sob o papel de intermediário financeiro. São eles: bancos e caixas
econômicas, cooperativas de crédito, instituições de pagamento,
administradoras de consórcios, corretoras e distribuidoras, demais
instituições não bancárias, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e futuros,
seguradoras e resseguradoras, entidades abertas de previdência, sociedades
de capitalização e entidades fechadas de previdência complementar (fundos
de pensão).

Essas instituições existem para organizar as mais variadas possibilidades de


transações financeiras, que abrangem desde a aquisição de um empréstimo
bancário, um seguro de vida até a contratação de um plano de previdência ou um
consórcio.

Ligados diretamente ao CMN estão o Banco Central do Brasil (BACEN), que é um


órgão executivo e fiscalizador, responsável por colocar em prática a política
monetária do governo e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atua no
controle e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários. As principais
instituições financeiras ligadas ao BACEN são os bancos comerciais e múltiplos e
bancos de investimentos; já ao CVM, são as bolsas de valores e as bolsas de
mercadorias e futuros.

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é responsável por determinar


as normas da política de seguros privados. Ligada a ele, a Superintendência de

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Seguros Privados (SUSEP) controla e fiscaliza os mercados de seguros,
previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o órgão


responsável pela regulação das entidades fechadas de previdência complementar,
também conhecidas como fundos de pensão. Está ligado à Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc), que fiscaliza e supervisiona as
atividades das entidades fechadas de previdência complementar.

Esclarecimento: A previdência complementar ou previdência privada é aquela cuja


escolha pela contratação é totalmente pertinente ao cliente, ou seja, facultativa, o
que difere da previdência social, que é obrigatória para os funcionários registrados
em carteira e regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

É importante ressaltar que todas as instituições financeiras do país pertencem ao


Sistema Financeiro Nacional (SFN), mas nem todas trabalham diretamente com
transações financeiras. Assim, o SFN também pode ser subdividido em:
subsistema normativo e subsistema operativo.

O subsistema normativo fiscaliza e regulamenta o sistema financeiro e as


instituições que o compõem, sendo responsável por garantir o seu correto
funcionamento. Ele é composto por instituições que estabelecem diretrizes de
atuação das instituições que compõem o SFN.

A Figura a seguir auxilia na compreensão do modo como está estruturado o


subsistema normativo. Conforme é possível identificar, o subsistema normativo é
composto por três instituições principais: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o
Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele
também possui algumas instituições que são classificadas como especiais, dadas
as funções que exercem: o Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal
(CEF).

Figura – O subsistema normativo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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O subsistema operativo abrange todas as instituições que atuam na intermediação
financeira, bancárias ou não, e na realização da transferência de recursos entre
fornecedores e tomadores de recursos por meio de regras bem definidas.

A Figura a seguir explicita o modo como está estruturado o subsistema operativo.


Conforme é possível ver, o subsistema operativo é composto por instituições
financeiras que são formadas por pessoas jurídicas, privadas ou públicas que
possuem como atividade primordial a intermediação, coleta ou aplicação de
recursos financeiros da instituição, ou de moeda estrangeira ou nacional, assim
como a tutela do valor de propriedade de terceiros.

Figura – O subsistema operativo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O principal objetivo do Sistema Financeiro Nacional é facilitar a transferência de


recursos entre os agentes superavitários e os agentes deficitários. Isso é feito
pelo que chamamos de intermediação financeira, conforme ilustrada na Figura a
seguir.

Figura – Intermediação financeira.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O agente superavitário é aquele cuja renda excede suas despesas, isto é, ele tem
dinheiro para suprir todas as suas necessidades e ainda possui sobra de
capital. Pode ser entendido, por exemplo, como o investidor depositando ou
aplicando seus recursos em uma instituição financeira. Essa instituição financeira
faz a intermediação entre o agente superavitário e o agente deficitário, que pode ser
um banco, por exemplo. Já o agente deficitário é aquele cuja renda não cobre
suas despesas; ou seja, suas necessidades não permitem que sobre dinheiro. Por
isso, torna-se necessário buscar recursos junto a uma instituição financeira.

Referências da aula
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São Paulo: Atlas, 2014.
Banco Central do Brasil. Sistema Financeiro Nacional. Disponível em:

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_lt_https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn_gt_. Acesso em: 13 de fev. de
2020.

1.3. Sistema Financeiro Nacional 2


O quadro a seguir apresenta uma visão geral do Sistema Financeiro Nacional
(SFN).

Figura – Visão geral do Sistema Financeiro Nacional.

Observações:
1 – Dependendo de suas atividades, corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
2 – As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB,
conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN.
Legenda:
1° nível: instituições normativas
2° nível: instituições supervisoras
3°/4° níveis: demais instituições operadoras
Fonte: Elaborado pelo autor.

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As instituições financeiras possuem o papel de facilitar as transações monetárias a
fim de torná-las cada vez mais transparentes, independentemente do nível social ou
conhecimento do cliente sobre o tema, auxiliando-o a tomar decisões financeiras
(GITMAN; MADURA, 2003). Essa transparência só é possível na medida em que
suas normas consigam refletir os interesses dos envolvidos, de modo a tornar o
ambiente complexo do mercado financeiro sempre mais preciso e coerente. Nesse
contexto, as instituições do sistema normativo determinam as normas que devem
ser obedecidas pelas instituições intermediárias e operacionais.

As instituições normativas que existem no SFN brasileiro são: o CMN, o CNSP e o


CNPC, que serão abordados com mais detalhe a seguir.

Definição das instituições normativas


O CMN é o órgão do SFN com maior poder, responsável por determinar as regras
para as instituições financeiras, que estão todas submetidas a ele. O BACEN e a
CVM também são instituições normativas, com as funções, respectivamente, de
fiscalizar as instituições financeiras, como os bancos, e as operações realizadas,
por exemplo, nas bolsas de valores.

É possível concluir, desse modo, que as resoluções normativas do CMN estão


interligadas aos bancos, bolsas de valores e outras instituições financeiras, de modo
que a função do CMN é criar as regras para essas instituições, cabendo a seus
subordinados, o BACEN e a CVM, fiscalizar a obediência a elas pelas instituições
operacionais.

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), por sua vez, determina as


regras para outro tipo de instituição, que são as seguradoras. A SUSEP,
diretamente subordinada a ele, fiscaliza as instituições que realizam seguros, como,
por exemplo, resseguradoras, entidades de previdência complementar aberta,
sociedades de seguradoras e sociedades de capitalização.

Já o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) estabelece as


normas que devem ser obedecidas por fundos de pensão e planos de previdência
complementar fechados. Caberá à Previc fiscalizar se as normas estão sendo
cumpridas pelas instituições que fazem planos de previdência complementar
fechada e fundos de pensão.

Papel das instituições normativas


Como já vimos, cada instituição normativa possui uma área de atuação. Vejamos
cada uma delas:
 CMN: formula a política de controle da moeda no SFN e incentiva (ou não)
mecanismos de incentivo ao consumo de bens e serviços, prática também
conhecida como política de crédito ou financiamento. Sua principal atribuição
é gerar um ambiente de estabilidade monetária, permitindo o
desenvolvimento econômico e social do país.

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Figura – O Conselho Monetário Nacional (CMN).

Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994.

 CNSP: acompanha a evolução do mercado segurador nacional, através não


só do estabelecimento de normas, mas também da observação da evolução
dos indicadores de risco e a ocorrência de incidentes cobertos pelos
contratos de seguros, podendo assim permitir a modernização e evolução
deste serviço.
 CNPC: além de ser um órgão normativo, precisa também estar atento aos
movimentos e reflexos que a economia e a gestão dos planos de previdência
complementar podem causar no montante de recursos acumulados pelos
clientes para assim modernizar a legislação, garantindo os planos futuros de
aposentadoria dos contratantes desses produtos.

Essas atribuições das instituições normativas contribuem de modo que cada uma
delas exerça seu papel e importância no SFN, como veremos mais detalhadamente
a seguir.

Figura – Importância das instituições normativas.

Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994.

A importância das instituições normativas deve-se ao fato de elas regulamentarem o


funcionamento do SFN, modernizarem as leis e determinarem as garantias que
devem ser dadas às pessoas e empresas que operam nesse sistema. Para tanto,
cada uma delas é composta por diversos membros que deliberam sobre questões
importantes do mercado.

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O CMN é composto por autoridades do alto escalão do governo federal: o ministro
da Economia, como presidente, o presidente do Banco Central e o secretário
especial de Fazenda do Ministério da Economia. Eles se reúnem periodicamente
para discutir e estabelecer estratégias sobre assuntos referentes a perspectivas e
ações necessárias para tratar de temas específicos do SFN e deliberarem sobre
assuntos relacionados às competências do CMN, como controle de reservas
cambiais e o nível de endividamento do país.

O CNSP é composto pelo ministro da Economia, como presidente, pelo


superintendente da SUSEP e por representantes dos Ministérios da Justiça e da
Previdência Social*, do BACEN e da CVM, que discutem aspectos referentes à
constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos contratos de seguro,
previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Além disso, atuam para
estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro, fixação dos limites
legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e
a profissão de corretor.

*Nota: O Ministério da Previdência e Assistência Social atualmente não possui


representação em razão de suas funções relacionadas à previdência terem sido
absorvidas pelo Ministério da Fazenda e, em 2019, passou a integrar a pasta do
Ministério da Economia.

O CNPC é formado pelo ministro da Previdência Social, como presidente, e por


representantes da Previc, da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar
(SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Economia (que
passou a abranger os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e
Gestão), das entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores
e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência
complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas
entidades.

Todos esses órgãos são importantes para organizar a intermediação financeira da


sociedade, equilibrando interesses entre os diversos agentes. A seguir,
conheceremos as instituições subordinadas a eles.

Figura – Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional


de Previdência Complementar (CNPC).

Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994.

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Os intermediários financeiros são classificados de acordo com a área de atuação,
considerando sua capacidade de oferta de crédito ou de indenizações e garantias
(SZTAJN, 2011).

Os principais agentes intermediadores são os bancos comerciais, os bancos de


desenvolvimento e investimento, instituições que operam no mercado de câmbio,
cooperativas de crédito, seguradoras, fundos de previdência complementar,
arrendamento mercantil, agências de fomento, entre outros. Por estarem em contato
direto com os clientes, são os responsáveis por alocar os recursos dos poupadores
(investidores) para os tomadores, que passam a ser devedores.

Definição das instituições de intermediação/operacionais


As instituições financeiras estão divididas em grupos de acordo com sua forma de
atuação. Veremos agora as principais instituições intermediárias com base nas
definições do BACEN.

Os bancos múltiplos são instituições privadas ou públicas que captam recursos e


repassam-nos às empresas, famílias e governos, e prestam serviços. Podem operar
as seguintes carteiras: comerciais, de investimento, de desenvolvimento, de crédito
imobiliário, de arrendamento mercantil, financiamento e investimentos.

Os bancos comerciais, que também podem ser privados ou públicos, oferecem


recursos para financiar, em curto e médio prazo, a indústria, o comércio, serviços e
pessoas físicas, e também podem captar depósitos à vista e a prazo.

Outro tipo de instituição são os bancos de investimento, instituições privadas


especializadas em operações de participação societária, financiamento de atividade
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e administração de recursos de
terceiros. Já os bancos de desenvolvimento são controlados pelos governos
estaduais e têm o objetivo de proporcionar recursos necessários para o
financiamento de programas e projetos que promovam o desenvolvimento
econômico e social dos estados.

As cooperativas de crédito são um tipo de instituição que pode surgir da


associação de funcionários de uma empresa, de profissionais de um segmento, de
empresários ou da admissão livre e espontânea de outros tipos de associados. Os
lucros das operações de empréstimos são repartidos entre os associados.

Seguros, previdência e capitalização são considerados parte do sistema


financeiro porque promovem a formação de poupança por parte dos agentes
econômicos. Os recursos captados por esses intermediadores são aplicados em
investimentos específicos, pois muitas vezes podem ser necessários para fazer
frente a compromissos de seus clientes.

As bolsas de valores, mercadorias e futuros atuam na intermediação de recursos


do mercado de capitais (ações, opções, direitos, títulos, debêntures, notas
promissórias) e contratos de derivativos. As Sociedades Corretoras de Títulos e

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Valores Mobiliários (SCTVMs) são instituições autorizadas a negociar valores
mobiliários e derivativos no mercado de negociações (pregão), e as sociedades
distribuidoras de títulos e valores mobiliários possuem basicamente a mesma
função, mas não podem atuar diretamente no mercado de negociações (pregão).

Papel das instituições operacionais


O papel das instituições operacionais é, em seu sentido mais amplo, o de funcionar
como intermediadoras ou facilitadoras das atividades que ocorrem no SFN. Elas
oferecem ou vendem os serviços prestados pelo sistema financeiro, sendo assim,
quando se deseja fazer algum tipo de operação financeira, recorre-se a ela.

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs)


A resolução nº 1.655, de 26 de outubro de 1989, trata sobre a constituição,
organização e o funcionamento das Sociedades Corretoras de Títulos e Valores
Mobiliários (SCTVMs).

A sociedade corretora tem por objetivo social:


 Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores;
 Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades
autorizadas, emissões de títulos e valores mobiliários para revenda;
 Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no
mercado;
 Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de
terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores
Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de
competência;
 Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e
valores mobiliários;
 Incumbir-se da subscrição, da transferência e da autenticação de endossos,
de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates,
juros e outros proventos de títulos e valores mobiliários;
 Exercer funções de agente fiduciário;
 Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
 Constituir sociedade de investimento – capital estrangeiro – e administrar a
respectiva carteira de títulos e valores mobiliários;
 Exercer as funções de agente emissor de certificados e manter serviços de
ações escriturais;
 Emitir certificados de depósito de ações;
 Intermediar operações de câmbio;
 Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes;
 Praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da
Comissão de Valores Mobiliários;
 Realizar operações compromissadas;

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 Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado
físico, por conta própria e de terceiros, nos termos da regulamentação
baixada pelo Banco Central do Brasil;
 Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de
terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores
Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de
competência;
 Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em
operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais;
 Exercer outras atividades expressamente autorizadas, em conjunto, pelo
Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.

Referências da aula
GITMAN, Lawrence Jeffrey; MADURA, Jeff. Administração financeira: uma
abordagem gerencial. Addison Wesley, 2003.
BRASIL. Decreto n° 1.307. Disponível em:
_lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1307.htm_gt_. Acesso
em: 14 de fev. de 2020.
BRASIL. Resolução n° 1.655. Disponível em:
_lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/41828/Res_1655_v5_P.pdf_gt_. Acesso em: 14 de
fev. de 2020.
SZTAJN, Rachel. Sistema financeiro: entre estabilidade e risco. Elsevier Brasil,
2013.

1.4. Leis SFN


Legislação em vigor
O SFN no Brasil foi criado em 31 de dezembro de 1964, quando o então presidente
da República Humberto de Alencar Castelo Branco decretou e sancionou a Lei n.
4.595/1964, criando o CMN, o Banco Central do Brasil (que passou a ter o papel
que era desempenhado pelo Banco do Brasil) e a Superintendência da Moeda e do
Crédito (SUMOC), que na época ficou responsável pela formulação da política
monetária, até então era dispersa em vários órgãos.

Essa lei estabelece as funções, competências, deliberações, integrantes,


instituições que vão funcionar com o CMN, as competências, funções e proibições
ao BACEN e seus dirigentes. Determina também as instituições financeiras que
poderão atuar no país mediante autorização do BACEN (ou do poder executivo, se
forem estrangeiras) e as atribuições de todas as demais instituições que compõem o
SFN.

Além dessa lei, o SFN é regido por várias outras, listadas no quadro a seguir.

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DICA: Todas as leis que estabelecem o funcionamento do mercado financeiro são
de acesso ao público. Você pode conferir detalhes sobre cada uma delas no site do
BACEN (BRASIL, [20–]b).

Principais leis que compõem o SFN:


Número
Data da Lei Lei decretada ou sancionada
da Lei
3 de Lei de Capital Estrangeiro: disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as
4.131 setembro de remessas de valores para o exterior e dá outras providências.
1962
31 de Lei do Sistema Financeiro Nacional: dispõe sobre a política e as instituições
4.595 dezembro monetárias, bancárias e creditícias, cria o CMN e dá outras providências.
de 1964
14 de julho Lei do Mercado de Capitais: disciplina o mercado de capitais e estabelece
4.728
de 1965 medidas para seu desenvolvimento.
13 de março Lei de Intervenções e Liquidações: dispõe sobre a intervenção e a liquidação
6.024
de 1974 extrajudicial de instituições financeiras e dá outras providências.
7 de Lei do Mercado de Valores Mobiliários: dispõe sobre o mercado de valores
6.385 dezembro mobiliários e cria a CVM.
de 1976
2 de Lei do Cheque: dispõe sobre o cheque e dá outras providências.
7.357 setembro de
1985
16 de junho Lei do Colarinho Branco ou Crimes Financeiros: define os crimes contra o
7.492
de 1986 sistema financeiro nacional e dá outras providências.
Lei do Real: dispõe sobre o Plano Real, o SFN, estabelece as regras e
29 de junho
9.069 condições de emissão do Real e os critérios para conversão das obrigações
de 1995
para o Real e dá outras providências.
Lei de Responsabilidade Solidária: dispõe sobre a responsabilidade solidária
de controladores de instituições submetidas aos regimes de que tratam a Lei
n. 6.024/1974 e o Decreto-lei n. 2.321/1987; sobre a indisponibilidade de
14 de março
9.447 seus bens; sobre a responsabilização das empresas de auditoria contábil ou
de 1997
dos auditores contábeis independentes; sobre privatização de instituições
cujas ações sejam desapropriadas, na forma do Decreto-lei n. 2.321/1987, e
dá outras providências.
Lei da Lavagem de Dinheiro: dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou
3 de março ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
9.613
de 1998 financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (COAF) e dá outras providências.
19 de Lei do PROER: dispõe sobre medidas de fortalecimento do SFN e dá outras
9.710 novembro providências.
de 1998
Lei do Sistema de Pagamentos Brasileiro: dispõe sobre a atuação das
27 de março
10.214 câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação no
de 2001
âmbito do sistema de pagamentos brasileiro e dá outras providências.
Fonte: BRASIL, [20–]b, [s.p.]. (Adaptado).

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1.5. Conselho Monetário Nacional – CMN
O Conselho Monetário Nacional (CMN), criado pela Lei nº 4.595, de 31 de
dezembro de 1964, pode ser considerado um órgão de caráter unicamente
normativo. Ele não realiza atividades executivas. Além disso, o CMN é responsável
pelo controle do SFN; assim, define as diretrizes, regulamentações e regulações
que as entidades que compõem o SFN devem seguir, sendo também responsável
por disciplinar a atuação dessas entidades.

IMPORTANTE!
Guarde bem as quatro funções citadas acima: estabelecer diretrizes, regulamentar,
regular e disciplinar.
Tome muito cuidado quando for responder às questões da prova. Lembre-se
sempre de que o CMN não exerce atividades executivas. Ele também não é
responsável por fiscalizar, efetuar transações ou supervisionar entidades.
Sua função é unicamente normativa. Existem outras instituições responsáveis por
fiscalizar as demais que compõem o SFN e proceder conforme necessário caso
identifiquem atividade suspeita.

Órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional:


São membros do Conselho Monetário Nacional (Lei n° 13.844, de 18 de junho de
2019):
 Ministro da Economia (presidente do conselho);
 Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN); e
 Secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia.

IMPORTANTE!
Até então o Conselho Monetário Nacional era composto por apenas três
integrantes: o ministro da Fazenda, que ocupava o lugar de presidente do CMN; o
presidente do BACEN; e o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
(MPOG).
Em 2019, houve uma reorganização nos ministérios. Assim, o CMN passou a ser
composto por: ministro da Economia, presidente do BACEN e pelo secretário
especial de Fazenda.

Outras competências do CMN:


 Autorizar as emissões de papel-moeda;
 Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil
emita moeda-papel de curso forçado;
 Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da
República do Brasil;
 Determinar as características gerais das cédulas e das moedas;
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e
venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em
moeda estrangeira;

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 Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem
atividades subordinadas ao CMN, bem como a aplicação das penalidades
previstas;
 Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos nas comissões
e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários
ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do
Brasil;
 Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos
público;
 Determinar o percentual de recolhimento de compulsório;
 Regulamentar as operações de redesconto;
 Decidir sobre a estrutura técnica e administrativa do Banco Central da
República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, bem como estabelecer os
vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e diretores,
cabendo ao presidente deste apresentar as respectivas propostas;
 Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as
instituições financeiras que operam no país; e
 Baixar normas que regulam as operações de câmbio, inclusive swaps, a fim
de fixar limites, taxas, prazos e outras condições.

DICA!
O CMN é um órgão normativo, ou seja, ele não executa tarefas. Lembre-se dos
verbos autorizar, regulamentar, determinar, disciplinar etc. Cuidado com os
verbos autorizar e regulamentar, pois também podem ser usados para se referir
às funções do BACEN.

O CMN realiza reuniões ordinárias, uma a cada mês, porém, o presidente do CMN
pode convocar reuniões extraordinárias quando for necessário.

O CMN divulga resoluções nas quais torna públicas suas deliberações, as quais são
aprovadas com a maioria dos votos. Nos casos de urgência e relevante interesse
(fixe esses dois termos, pois eles são importantes), o presidente do CMN pode
deliberá-las sozinho. Nesses casos, não é necessária a reunião dos três membros
do CMN.

Nesse caso, tem-se uma deliberação ad referendum, ou seja, na próxima reunião do


CMN, os demais membros devem ratificar a decisão tomada pelo presidente, a qual
deixa de ser válida se não for validada por todos.

Mas, afinal, quais são as funções do CMN? Veremos cada uma delas a seguir.
 Formular a política da moeda e do crédito: esta é a sua principal função.
Isto é, o CMN possui a incumbência de garantir a eficiência na troca de
recursos entre os agentes superavitários e deficitários e a estabilidade do
SFN.

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 Regular o valor interno da moeda: o CMN possui como função prevenir ou
corrigir os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou
externa. Ele também é responsável por agir em caso de depressões
econômicas e outros desequilíbrios conjunturais. Assim, cabe ao CMN tomar
medidas que busquem adaptar o volume dos meios de pagamento às
necessidades da economia.
 Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de
pagamento do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em
moeda estrangeira: as diretrizes editadas pelo CMN podem ser utilizadas
para regular o valor da moeda brasileira em relação ao valor observado das
moedas estrangeiras. Assim, o CMN é responsável por determinar os
instrumentos utilizados para controlar as reservas internacionais e por definir
o modo de utilização desses instrumentos.
 Estabelecer as metas de inflação: conforme dito antes, o CMN possui,
entre suas funções, evitar surtos inflacionários e deflacionários, através da
definição de metas de inflação que devem ser perseguidas pelo Banco
Central e os intervalos de tolerância. Isto é, o quanto a inflação pode se
desviar para cima ou para baixo dessa meta.
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas
e privadas: o CMN é responsável por definir quais instituições financeiras
podem exercer atividades em cada segmento dos mercados financeiros.
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros, de modo a garantir a eficiência do sistema de pagamentos:
o CMN é responsável por garantir a eficiência do mercado financeiro. Assim,
ele pode definir diretrizes para aumentá-la.
 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras: trata-se de
outra função muito importante exercida pelo CMN. Ele é responsável por
garantir a segurança do SFN, sendo que, para isto, precisa fixar diretrizes
que garantam a solvência e a liquidez das instituições financeiras.
 Coordenar a política monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública, interna e externa: cabe ao CMN editar diretrizes que evitem
abusos na condução dessas políticas, principalmente o endividamento
público excessivo.
 Autorizar as emissões de papel-moeda: o CMN também é responsável por
definir as diretrizes sobre o modo como deve ocorrer a emissão de papel-
moeda.

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Esta última função do CMN leva-o a exercer funções adicionais, tais como:
1) Estabelecer condições seguidas pelo Banco Central para a emissão de
moeda-papel;
2) Aprovar os orçamentos monetários do Banco Central utilizados para
estimar as necessidades totais de moeda e crédito; e
3) Determinar as características das cédulas e moedas.
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial: trata-se de outra função
do CMN; ao definir as diretrizes e normas da política cambial, ele normatiza
as reservas internacionais.
 Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações
creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e
prestações de quaisquer garantias por parte das instituições
financeiras: cabe ao CMN disciplinar e regular o crédito, definindo as
condições que devem ser seguidas nessas operações.
 Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas ao SFN, bem como a aplicação das
penalidades previstas: o CMN é a entidade responsável por dizer quais
instituições podem atuar, o modo como estas devem atuar e quem será
responsável por sua regulação.

 Limitar, se necessário, as taxas de juros, comissões e outros meios de


remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros,
incluindo os prestados pelo Banco Central: o CMN pode limitar as taxas
de juros e demais remunerações oriundas de transações financeiras.
Observe que ele não deve exercer essa função diariamente, mas apenas em
casos extraordinários e se houver necessidade.
 Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de
fundos públicos (atualmente chamados de sociedades corretoras de
títulos e valores mobiliários): também cabe ao CMN estabelecer as
diretrizes que devem ser seguidas pelas Bolsas de Valores e corretores de
fundos públicos.
 Expedir normas gerais de contabilidade e estatística observadas pelas
instituições financeiras: esta é outra função do CMN, em que é
responsável por determinar as normas de contabilidade e estatísticas
seguidas pelas instituições financeiras, o que garante a transparência e a
segurança do SFN.

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Referências da aula
BRASIL. Lei n° 4.595. Disponível em:
_lt_http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%204.5
95-1964?OpenDocument_gt_. Acesso em 14 de fev. de 2020.
BRASIL. Lei n° 13.844. Disponível em:
_lt_http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.
844-2019?OpenDocument_gt_. Acesso em 14 de fev. de 2020.

1.6. Comissão de Valores Mobiliários – CVM


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia voltada para o
desenvolvimento, disciplina e fiscalização do mercado de títulos e valores
mobiliários. A CVM não exerce julgamento de valor em relação a qualquer
informação divulgada pelas companhias. Entretanto, ela zela pela sua regularidade
e confiabilidade e, para tanto, normatiza e busca sua padronização. Assegurar a
disponibilidade tempestiva das informações sobre os negócios com valores
mobiliários e sobre as companhias que os tenham emitido constitui um ponto
fundamental da normatização no mercado, a qual tem sido a base da política de
regulação da CVM.

De acordo com o artigo 5° da Lei n° 10.411, de 26 de fevereiro de 2002, é instituída


a CVM, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da
Economia (até janeiro de 2019 era vinculada ao Ministério da Fazenda, que foi
extinto), ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.

A Comissão de Valores Mobiliários é administrada por um presidente e quatro


diretores, nomeados pelo presidente da República depois de aprovados pelo
Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência
em matéria de mercado de capitais. O mandato é de cinco anos.

É o órgão normativo voltado para o desenvolvimento do mercado de títulos e


valores mobiliários.

Títulos e valores mobiliários são:


 ações;
 fundos de investimentos;
 debêntures;
 bônus de subscrição;
 derivativos; e
 etc.

Principais atribuições da CVM:


 Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;

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 Assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e
instituições auxiliares;
 Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões e atos
fraudulentos nos mercados primários e secundários de ações;
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar
condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários;
 Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários
negociados e sobre as companhias;
 Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas;
 Apurar, julgar e punir irregularidades cometidas no mercado; e
 Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos
emitidos pelas empresas de capital aberto.

São disciplinadas e fiscalizadas pela CVM as seguintes atividades: (art. 1° da Lei


n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, redação dada pela Lei n° 10.303, de 31 de
outubro de 2001):
I – a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
II – a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
III – a negociação e intermediação no mercado de derivativos;
IV – a organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores;
V – a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e
Futuros;
VI – a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
VII – a auditoria das companhias abertas; e
VIII – os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Objetivos da CVM:
 Fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores
mobiliários;
 Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação dos títulos
emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto;
 Estimular investimentos no mercado acionário; e
 Fortalecer o mercado de valores mobiliários.

IMPORTANTE!

A CVM é o BACEN do mercado mobiliário. O BACEN fiscaliza o banco e protege


cliente. A CVM fiscaliza a S/A aberta e protege o acionista.

A CVM é a entidade supervisora que disciplina o funcionamento das entidades


administradoras de mercados organizados de valores mobiliários e a negociação no
mercado de capitais. Além disso, possui o papel de disciplinar como e por quem é

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efetuada a custódia de valores mobiliários. Quanto à possibilidade de suspensão de
emissão, distribuição ou negociação de ativos mobiliários, isso ocorre normalmente
quando algum grande negócio está em processo de ser fechado, envolvendo fusões
ou aquisições de empresas. Cabe também à CVM a supervisão do mercado de
derivativos. A CVM é composta por um presidente e quatro diretores, nomeados
pelo presidente da República após serem aprovados em sabatina pelo Senado
Federal. O mandato dos dirigentes é de cinco anos, vedada a recondução e
devendo ser renovado, a cada um ano, 1/5 dos membros do colegiado.

Entre os operadores desse mercado, há as Bolsas de Mercadorias e Futuros, que


são associações privadas civis, cujo objetivo é efetuar o registro, a compensação e
a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema
eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado
de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a
oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de
preço de commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem
como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de
preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem
autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela CVM.

Referências da aula
BRASIL. Lei n° 10.411. Disponível
em:_lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10411.htm_gt_. Acesso em:
14 de fev. de 2020.
BRASIL. Lei n° 6.385. Disponível em:
_lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6385.htm_gt_. Acesso em: 14 de fev.
de 2020.
BRASIL. Lei n° 10.303. Disponível em:
_lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10303.htm_gt_. Acesso em:
14 de fev. de 2020.

1.7. Banco Central do Brasil – BACEN


O Banco Central do Brasil (BACEN) é a entidade supervisora do Sistema
Financeiro Nacional (SFN). Cabe destacar que ele deve obedecer às diretrizes
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo responsável pela
supervisão das entidades financeiras, bancos de câmbio e outras instituições
financeiras intermediárias.

Autarquia vinculada ao Ministério da Economia (anteriormente vinculada ao


Ministério da Fazenda, que foi extinto em janeiro de 2019).

Diretoria colegiada composta de presidente e oito diretores (nove membros),


todos nomeados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado.
 Principal órgão executivo do SFN.

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Compete ao BACEN cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas
pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo CMN.

Principais atribuições do BACEN:


 autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras, punindo-as
se for o caso;
 emitir moeda-papel e moeda metálica;
 controlar o crédito e o fluxo de capitais estrangeiros; e
 executar a política monetária e cambial.

Outras atribuições:
 executar os serviços do meio circulante;
 determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à
vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições
financeiras;
 realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras
bancárias;
 ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de
Direitos Especiais de Saque, realizando todas e quaisquer operações
previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional;
 formular e executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as
diretrizes do Governo Federal;
 executar as diretrizes e normas do CMN;
 regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional;
 administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante;
 receber os recolhimentos compulsórios dos bancos.

IMPORTANTE!

O BACEN é o “banco dos bancos” e responsável pelo bom funcionamento do


SPB.

O BACEN possui as funções apresentadas a seguir.


 Emitir a moeda: o Banco Central possui o monopólio da emissão de papel-
moeda e moeda metálica. Porém, essa emissão não é desregulada; quem
estabelece os limite e diretrizes para a emissão de moeda é o CMN.
 Executar os serviços de meio circulante: cabe ao BACEN retirar do
mercado moedas que apresentam defeitos ou que sejam muito velhas e
substituí-las por moedas novas.

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 Exercer o controle de crédito em todas as suas formas: o BACEN deve
controlar os volumes de crédito na economia.
 Receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à
vista das instituições financeiras: quando os bancos pegam dinheiro que
se encontra parado nas contas-correntes e emprestam-no para outros
clientes, eles podem ocasionar inflação. Para evitar que isso ocorra, o
BACEN recolhe compulsoriamente parte dos depósitos à vista. Assim, os
bancos comerciais são obrigados a recolher parte dos depósitos à vista para
o Banco Central. O BACEN também recebe depósitos voluntários dos bancos
comerciais.

 Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra


e venda de títulos públicos federais: o BACEN pode comprar ou vender
títulos públicos emitidos pelo governo.

 Banco dos bancos: o BACEN presta diversos serviços financeiros para os


demais bancos, principalmente serviços de redesconto (concessão de
créditos para instituições financeiras bancárias), de modo que o BACEN é o
emprestador de última instância do SFN.
 Banco do governo: o BACEN é o banco do governo, nele ficam depositadas
as reservas internacionais do país, sejam reservas oficiais de ouro, moeda
estrangeira ou direitos especiais de saques. Ademais, é preciso enfatizar
que as transações realizadas entre o BACEN e o governo são limitadas, para
evitar o financiamento dos gastos públicos com a emissão de moeda. O

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BACEN não pode conceder empréstimos ao governo federal, apesar de
as reservas de caixa do governo permanecerem no BACEN.
 Supervisão do Sistema Financeiro Nacional: conforme foi enfatizado
anteriormente, o CMN normatiza, mas não fiscaliza o SFN. O BACEN, junto
com outras instituições, é responsável por supervisionar o SFN.

As instituições supervisionadas pelo BACEN são:


 instituições que captam depósitos à vista;
 instituições financeiras que não captam depósitos à vista;
 bancos de câmbio; e
 outras entidades financeiras que atuam como intermediárias de recursos.

Entre as atividades de supervisão realizadas pelo BACEN, é possível destacar:


 A fiscalização das instituições financeiras e a aplicação das penalidades
adequadas;
 Concessão de autorizações para as instituições financeiras:
o atuarem no país;
o instalarem ou transferirem suas sedes ou dependências, inclusive no
exterior;
o serem transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
o realizarem operações de câmbio, crédito real e venda de títulos da dívida
pública federal, estadual ou municipal, debêntures, ações, letras
hipotecárias e demais títulos de crédito ou mobiliários;
o prorrogarem os prazos concedidos para funcionamento;
o alterarem seus estatutos;
o alienarem ou transferirem o seu controle acionário; e
o estabelecerem as condições para o exercício de cargos de direção nas
Instituições financeiras privadas.
 Evitar a entrada de outras instituições no SFN:
o controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o funcionamento
adequado do sistema cambial, inclusive com a operação via ouro, moeda
e operações de crédito no exterior;
o regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros
papéis;
o vigiar as empresas que atuam nos mercados financeiros e de capitais que
possam interferir nesses mercados e em relação às modalidades ou
processos operacionais que utilizam;
o Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem as
firmas que operam com suas agências há mais de um ano; e
o autorizar instituições financeiras estrangeiras a operar no Brasil.

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O quadro a seguir resume as funções do BACEN:
Quadro – Funções do BACEN.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao Conselho Monetário Nacional (CMN) compete regular a constituição, o


funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras, cabendo ao BACEN a
execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis.

O SFN tem como órgão executivo central o BACEN, que estabelece normas a
serem observadas pelo CMN.

Em termos de política econômica, o Banco Central dispõe de alguns instrumentos.


Ou seja, o Banco Central possui a sua disposição basicamente três instrumentos
para a realização da política monetária: operações de mercado aberto, redesconto e
depósitos compulsórios. Os depósitos compulsórios consistem em um instrumento à
disposição do Banco Central para influenciar a quantidade de moeda na economia.
Eles representam uma parcela dos depósitos captados pelos bancos, os quais
devem ser mantidos compulsoriamente “esterilizados” no Banco Central.

A alíquota dos depósitos compulsórios é um dos determinantes do multiplicador


monetário, ou seja, da oferta de moeda em relação à base monetária. Por exemplo,
diminuições na alíquota farão com que os bancos possam emprestar maior parcela
das suas reservas e, assim, aumentar a quantidade total de moeda para uma dada
quantidade de base monetária. Esse instrumento de política monetária tem

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assumido outras funções, como, por exemplo, funcionar como instrumento auxiliar
para garantir a fluidez dos pagamentos no Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB
–, considerando que as instituições podem movimentar livremente, ao longo do dia,
os valores correspondentes à exigibilidade do compulsório, devendo efetuar o
recolhimento apenas no final do dia. Outra nova função é a atuação dos depósitos
como ferramenta macroprudencial, que contribui para a estabilidade do sistema
financeiro. Essa atuação tornou-se evidente ao longo da crise de 2008 quando o
instrumento foi utilizado para ajustar o nível geral e a distribuição da liquidez no
sistema financeiro.

Atualmente, no Brasil, existem as seguintes modalidades de depósitos compulsórios


e de encaixe obrigatório:
 depósito compulsório sobre recursos à vista;
 depósito compulsório sobre recursos de depósitos e de garantias realizadas;
 encaixe obrigatório sobre recursos de depósitos de poupança; e
 depósito compulsório sobre recursos a prazo.

Há também outros dois tipos de depósitos compulsórios que atualmente estão com
alíquotas iguais a zero:
 depósito compulsório sobre a concessão de aval, fiança ou outras garantias
em operações de empréstimos/financiamentos entre pessoas físicas ou
jurídicas não financeiras (Circular nº 2.563, 1995); e
 depósito compulsório sobre operações ativas e passivas (Circular nº 2.511,
de 1994).

Além disso, há outros tipos de recolhimentos obrigatórios realizados no Banco


Central. São eles:
 os depósitos decorrentes de insuficiência no direcionamento para operações
de financiamento imobiliário dos recursos captados em depósitos de
poupança;
 insuficiência no direcionamento dos recursos captados em depósitos à vista
para operações de crédito destinado à população de baixa renda e a
microempreendedores; e
 o decorrente da insuficiência no direcionamento para crédito rural.

Referências da aula
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 2.511, de 1994. Disponível em:
_lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/43180/Circ_2511_v1_O.pdf_gt_. Acesso em: 18 de
fev. de 2020.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 2.563. Disponível em:
_lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/circ/1995/pdf/circ_2563_v3_p.pdf_gt_.
Acesso em: 18 de fev de 2020.

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1.8. Conselho de Recursos do SFN
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgão
colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Economia e
tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as
sanções aplicadas pelo BACEN e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as
sanções aplicadas pelo COAF (agora pela UIF) e demais autoridades competentes.

O CRSFN é um órgão paritário, integrante da estrutura do Ministério da


Economia Os conselheiros titulares e suplentes são possuidores de conhecimentos
especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de
capitais, de consórcios e de crédito rural e industrial. Tanto os Conselheiros
Titulares, como os seus respectivos suplentes, são designados pelo Ministro da
Economia, com mandato de três anos, renovável por igual período por até duas
vezes, devendo ter competência reconhecida e conhecimentos especializados nas
matérias de competência do CRSFN.

IMPORTANTE!

A Medida Provisória nº 870, de 1º de janeiro de 2019, criou o Ministério da


Economia. Com isso, as estruturas dos ministérios da Fazenda; do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e do
Trabalho passaram a integrar um novo ministério chamado Economia.

O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro


titulares e respectivos suplentes) indicados pelo Governo e oito (quatro titulares e
respectivos suplentes) indicados por entidades representativas dos mercados
financeiro e de capitais. A Portaria do Ministério da Fazenda nº 246, de 2 de maio
de 2011, alterada pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011, estabelece as
entidades do setor privado que indicam conselheiros titulares e suplentes.

Fazem ainda parte do Conselho de Recursos:


 Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da
Fazenda Nacional, com atribuição de zelar pela fiel observância da legislação
aplicável
 Um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministro da Economia, responsável
pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto o
Ministério da Economia, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores
Mobiliários proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo.O
CRSFN é composto por:

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Figura – Composição do CRSFN

Fonte: Ministério da Economia (Disponível em:


_lt_http://fazenda.gov.br/orgaos/colegiados/crsfn/institucional/estrutura-e-composicao_gt_. Acesso
em: 9 set. 2019.)

Atuam junto ao CRSFN procuradores da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional


(PGFN), designados pelo Procurador-Geral, com a finalidade de zelar pela fiel
observância da legislação aplicável, de modo que opinam sobre recursos,
comparecem às sessões de julgamento e reuniões técnicas, bem como assessoram
juridicamente a presidência do Conselho. O Conselho conta também com uma
Secretaria Executiva como unidade de apoio administrativo e gestão.

Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia. O


Vice-presidente do Conselho é designado pelo Ministro da Economia dentre os
conselheiros indicados pelas entidades privadas representativas dos mercados
financeiro e de capitais.

Tem por finalidade julgar, em última instância administrativa:


 De decisões do Banco Central do Brasil:
o Que aplicarem penalidades em sede de processo administrativo
sancionador instaurado em razão do descumprimento de normas legais e
regulamentares que lhe caiba fiscalizar;
o Que aplicarem medidas cautelares;
o Referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de
crédito rural; e

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o Relacionadas à retificação de informações, à aplicação de multas e custos
financeiros associados a recolhimento compulsório, ao encaixe obrigatório
e ao direcionamento obrigatório de recursos.
 De decisões das autoridades competentes relativas à aplicação das sanções
previstas na lei de lavagem de dinheiro;
 Da Comissão de Valores Mobiliários em processo administrativo sancionador
instaurado mediante inquérito administrativo para apurar atos ilegais e
práticas não equitativas de administradores, membros do conselho fiscal e
acionistas de companhias abertas, dos intermediários e dos demais
participantes do mercado;
 Que apliquem às empresas comerciais exportadoras a penalidade de
cancelamento do Registro Especial na Carteira de Comércio Exterior do
Banco do Brasil (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal, em
decorrência de fraudes na exportação relativas a preços, pesos, medidas,
classificação e qualidade; e
 Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de


Previdência Privada Aberta e de Capitalização – CRSNSP

O Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de


Previdência Privada Aberta e de Capitalização (CRSNSP), órgão colegiado
integrante da estrutura básica do Ministério da Economia, tem por finalidade o
julgamento, em última instância administrativa, dos recursos de decisões da
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

O CRSNSP será composto por conselheiros indicados pelo setor público e, em igual
número, por conselheiros indicados, em lista tríplice, pelas entidades representantes
dos mercados sujeitos à regulação da SUSEP, designados pelo Ministro da
Economia.

O CRSNSP terá como Presidente representante do Ministério da Economia,


designado pelo Ministro da Economia.

A Secretaria-Executiva do CRSNSP será exercida pelo Ministério da Economia.

O Secretário-Executivo do CRSNSP será designado pelo Ministro de Estado da


Economia.

A composição, a organização e o funcionamento do CRSNSP serão fixados em


Regimento Interno aprovado por ato do Ministro de Estado da Economia.

Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP

O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as diretrizes e normas


da política de seguros privados, regular a constituição, organização,
funcionamento e fiscalização das Sociedades Seguradoras, de Capitalização,

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Entidades Abertas de Previdência Privada, Resseguradores e Corretores de
Seguros.

1.9. Caixa Econômica Federal


O decreto-lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, autorizou a constituição da Caixa
Econômica Federal (CEF), como instituição financeira sob forma de empresa
pública, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio
e autonomia administrativa, vinculada ao Ministério da Fazenda (hoje está vinculada
ao Ministério da Economia, sendo que o Ministério da Fazenda foi extinto em janeiro
de 2019).

Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de


empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência
social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte.

Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos


oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação
(SFH).

Monopólio das operações de: Empréstimo sob penhor de bens, Recolhimento do


FGTS, e Bilhetes loterias.

Principais atribuições e competências da Caixa Econômica Federal:


 Receber em depósito sob a garantia da União, economias populares,
incentivando os hábitos de poupança;
 Conceder empréstimos e financiamentos de natureza assistencial,
cooperando com as entidades de direito público e privado na solução dos
problemas sociais e econômicos;
 Operar no setor habitacional, como sociedade de crédito imobiliário e
principal agente do Banco Nacional de Habitação, com o objetivo de facilitar e
promover a aquisição de sua casa própria, especialmente pelas classes de
menor renda da população;
 Explorar, com exclusividade, os serviços da Loteria Federal do Brasil e da
Loteria Esportiva Federal nos termos da legislação pertinente;
 Exercer o monopólio das operações sobre penhores civis, com caráter
permanente e da continuidade;
 Prestar serviços que se adaptem à sua estrutura de natureza financeira,
delegados pelo Governo Federal ou por convênio com outras entidades ou
empresas;
 Realizar, no mercado financeiro, como entidade integrante do Sistema
Financeiro Nacional, quaisquer outras operações, no plano interno ou
externo, podendo estipular cláusulas de correção monetária, observadas as
condições normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;

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 Realizar, no mercado de capitais, para investimento ou revenda, as
operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações, obrigações e
quaisquer outros títulos ou valores mobiliários, observadas as condições
normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
 Realizar, na qualidade de Agente do Governo Federal, pôr conta e ordem
deste, e sob a supervisão do Conselho Monetário Nacional, quaisquer
operações ou serviços nos mercados financeiro e de capitais, que lhe forem
delegados, mediante convênio.

1.10. Banco do Brasil


O Banco do Brasil (BB) é uma S.A. de capital misto, cujo controle acionário é
exercido pela União. É o principal agente financeiro do Governo Federal.

Suas três principais funções são:


1) Agente financeiro do Governo Federal: responsável pela execução de sua
política creditícia e financeira. Pode receber tributos e rendas federais,
realizar pagamentos necessários e constantes do orçamento da União e
executar a política de preços mínimos de produtos agropecuários;
2) Banco comercial; e
3) Banco de investimento e desenvolvimento: ao operar com créditos a
médio e longo prazo.

O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é o principal executor das


políticas de crédito rural e industrial, assim como de banco comercial do governo.
Além disso, ele ajusta-se cada vez mais a um perfil de banco múltiplo tradicional.

Até janeiro de 1986, o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante


ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Atualmente, é
um banco comercial comum.

O BB é responsável pela Câmara de Compensação. A Câmara de Compensação é


uma central ou mecanismo de processamento central por meio do qual as
instituições financeiras concordam em trocar instruções de pagamento ou outras
obrigações financeiras (e.g. valores mobiliários). As instituições liquidam os
instrumentos trocados em um momento determinado com base em regras e
procedimentos da Câmara de Compensação. Em alguns casos, ela pode assumir
responsabilidades significativas de contraparte, financeiras ou de administração de
risco para o sistema de compensação.

O BB é uma sociedade de economia mista de capitais públicos e privados. É


também uma empresa aberta que possui ações cotadas na B3.

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Principais atribuições e competências do Banco do Brasil:
 Receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da
arrecadação de tributos ou rendas federais;
 Realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do
Orçamento Geral da União e leis complementares, de acordo com as
autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da Fazenda;
 Conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização
legal;
 Adquirir e financiar estoques de produção exportável;
 Executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
 Ser agente pagador e recebedor fora do País;
 Executar o serviço da dívida pública consolidada;
 Principal executor dos serviços bancários de interesse do Governo Federal;
 Arrecadar os depósitos voluntários;
 Executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis;
 Realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda
estrangeira e, por conta do Banco Central da República do Brasil, nas
condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
 Realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de interesse do
Banco Central da República do Brasil;
 Dar execução à política de comércio exterior;
 Financiar a aquisição e instalação da pequena e média propriedade rural, nos
termos da legislação que regular a matéria;
 Financiar as atividades industriais e rurais; e
 Difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais, de modo a
suplementar a ação da rede bancária.

1.11. Bancos Comerciais


Os bancos comerciais (BC) são sociedades anônimas que possuem como objetivo
promover o encontro entre os agentes superavitários e os agentes deficitários, além
de realizar operações financeiras de curto prazo. Como eles possuem depósito à
vista, criam moeda.

Entre as atividades realizadas pelos BCs, destacam-se as concessões de


empréstimos, operações de crédito, pagamento de cheques, transferência de
recursos e ordens de pagamento, aluguel de cofres e custódia de valores, serviços
de cobrança, pagamento de tarifas públicas e impostos e operações com moedas.

A principal fonte de recursos dos BCs são os depósitos à vista, utilizados para
conceder crédito para consumidores e empresas.

Os bancos comerciais:
 são a base do sistema monetário;

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 são intermediários financeiros que captam recursos de credores e os
distribuem através do crédito para devedores;
 têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários
para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas
prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral;
 devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e, em sua
denominação social, deve constar a expressão “banco”.

Produtos de captação de recursos:


 depósitos à vista: conta-corrente (atividade típica do banco comercial);
 depósitos a prazo: CDB, RDB;
 cobrança bancária;
 arrecadação de tarifas e tributos públicos;
 recursos externos; e
 recursos de instituições financeiras oficiais.

Produtos de aplicação de recursos:


 desconto de títulos;
 abertura de crédito simples em conta-corrente: cheques especiais;
 operações de crédito rural, câmbio e comércio internacional; e
 empréstimos.

VOCÊ SABIA?

Para diminuir a criação de moedas feitas pelos bancos comerciais, o BACEN


utiliza o depósito compulsório.

1.12. Bancos de desenvolvimento


Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos
governos estaduais e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento
oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo
prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento
econômico e social do respectivo Estado.

As operações passivas são:


 depósitos a prazo;
 empréstimos externos;
 emissão ou endosso de cédulas hipotecárias; e
 emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de Títulos de
Desenvolvimento Econômico.

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As operações ativas são: empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente
ao setor privado.

Devem ser constituídos sob forma de sociedade anônima, com sede na capital do
Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e
privativamente, em sua denominação social, a expressão “banco de
desenvolvimento”, seguida do nome do Estado em que tenha sede.

1.13. Banco Nacional de Desenvolvimento


Econômico e Social — BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o
principal instrumento de execução da política de investimento do Governo Federal e
tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que se
relacionem com o desenvolvimento econômico e social do País.

O BNDES exerce suas atividades tendo em vista o estímulo à iniciativa privada, sem
prejuízo de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor
público.

O órgão de orientação superior do BNDES é o Conselho de Administração, cuja


composição é apresentada a seguir.
 Dez membros, entre eles o presidente do Conselho, sendo quatro indicados
pelo ministro da Economia, uma vez que o Ministério da Economia passou a
integrar os Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; do Trabalho e
Emprego; da Fazenda e das Relações Exteriores; e os demais membros são
indicados pelo ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior.
 Um representante dos empregados do BNDES.
 O presidente do BNDES, que exercerá a vice-presidência do Conselho.

Trata-se de uma empresa pública, e não de um banco comercial.

Atribuições e objetivos do BNDES


 Impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais e
promover o crescimento das exportações.
 Apoio, através de concessão, com foco no impacto socioambiental e
econômico no Brasil, incentivando a inovação, o desenvolvimento regional e
socioambiental.
 Oferecer condições especiais para micro, pequenas e médias empresas,
assim como linhas de investimentos sociais, direcionadas para a educação e
saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano.

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 Em situações de crise, o Banco também possui fundamental atuação
anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do
crescimento da economia.

Figura – Relação do BNDES com outros órgãos governamentais.

Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento (2019).

Governo Federal (controlador e regulador): a União Federal (pessoa jurídica de


direito público representante do Governo Federal) é controladora do BNDES, ou
seja, detém a totalidade das 6.273.711.452 ações ordinárias, nominativas, sem valor
nominal, que compõe o capital social subscrito do BNDES. As atividades do BNDES
são supervisionadas diretamente pelo Ministério da Economia. O Governo Federal
também atua como regulador das atividades do BNDES, por meio, principalmente,
do Ministério da Economia.

Ministério da Economia: é a unidade do Governo Federal diretamente responsável


pela supervisão das atividades do BNDES. Regula e orienta as atividades deste por
meio das unidades destacadas ao lado na figura acima.

Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST):


acompanha o desempenho econômico e financeiro do BNDES. A SEST elabora e
acompanha o Programa de Dispêndios Globais (PDG) e a proposta do Orçamento
de Investimentos (OI) do BNDES.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM): o BNDES atua no mercado de capitais,


por meio de sua subsidiária BNDESPar, de acordo com as normas estabelecidas
pela CVM.

Conselho Monetário Nacional (CMN): o CMN estabelece as diretrizes da política


de crédito do Banco. Ele é responsável, por exemplo, por fixar a Taxa de Juros de

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Longo Prazo (TJLP), uma das principais referências para o custo financeiro dos
financiamentos do BNDES.

Secretaria do Tesouro Nacional (STN): o Tesouro Nacional é um dos provedores


de recursos do BNDES, concedidos ao Banco na forma de títulos públicos do
Tesouro. Os informes sobre a emissão dos títulos estão disponíveis no site do
Tesouro e em relatório emitido pelo BNDES sobre o tema. O Tesouro cumpre,
ainda, outras funções relacionadas ao BNDES, como a definição de condições de
crédito do Banco ao setor público (empresas e órgãos das três esferas de governo).

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): é responsável pela regulação


do mercado de seguros brasileiro, inclusive aqueles usados na constituição de
garantias dos financiamentos realizados pelo BNDES.

Secretaria da Receita Federal do Brasil: é responsável pela administração dos


tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes
sobre o comércio exterior. O BNDES, seus clientes, seus fornecedores e demais
parceiros devem estar em dia com suas obrigações tributárias junto à Receita
Federal.

Congresso Nacional (fiscalizador): solicita ao Tribunal de Contas da União (TCU)


a realização de auditorias e inspeções no BNDES. Recebe periodicamente e emite
parecer sobre relatório detalhado de todos os financiamentos do BNDES que usam
recursos provenientes do Tesouro Nacional.

Banco Central do Brasil (BACEN) (fiscalizador): regula e supervisiona a atuação


de todos os bancos brasileiros, inclusive do BNDES, de modo a determinar
procedimentos e regras de operação; recebe e analisa as demonstrações
financeiras do Banco; apura e divulga a Taxa de Longo Prazo (TLP).

Tribunal de Contas da União (TCU) (fiscalizador): recebe, analisa e julga a


prestação de contas dos administradores do BNDES; demanda informações e
realiza auditorias por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional;
avalia a legalidade da contratação e aposentadoria de todos os empregados do
BNDES; fiscaliza a aplicação dos recursos da União repassados ao Banco.

Controladoria-Geral da União (CGU) (fiscalizador): fiscaliza e avalia a execução


de programas de governo; orienta tecnicamente e avalia o trabalho da Auditoria
Interna do BNDES; realiza auditorias e avalia os resultados da gestão dos
administradores.

Referência da aula
Banco Nacional de Desenvolvimento. Home Page. Disponível em:
_lt_https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home_gt_. Acesso em: 17 de fev. de
2020.

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1.14. Bancos múltiplos e bancos de
investimento
Bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras (IF), privadas ou públicas, que
realizam as operações ativas, passivas e assessórias das diversas IF. Essas
operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às
instituições singulares correspondentes as suas carteiras.

De acordo com a Resolução CMN 2.099, de 1994, os bancos múltiplos são


instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas,
passivas e acessórias das diversas instituições financeiras por intermédio das
seguintes carteiras:
 comercial;
 investimento e/ou de desenvolvimento;
 crédito imobiliário;
 arrendamento mercantil e de crédito (leasing); e
 financiamento e investimento (financeiras).

As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista.

As exigências são apresentadas a seguir.


 Em sua denominação social, deve constar a expressão “banco”.
 Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos
duas das carteiras mencionadas, sendo uma delas comercial ou de
investimentos.
 A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco
público.

Um banco múltiplo deve ser constituído por um CNPJ para cada carteira, podendo
publicar um único balanço.

Principais funções e atribuições de bancos múltiplos:


 operações de underwriting;
 negociação de títulos e valores imobiliários;
 administração de recursos de terceiros;
 intermediação de câmbio;
 intermediação de derivativos; e
 operações estruturadas de empréstimos ou financiamento.

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IMPORTANTE!

Os bancos múltiplos com carteira comercial são considerados instituições


monetárias. Para constituir um banco múltiplo é necessário possuir, no mínimo,
duas carteiras, de modo que uma delas seja, obrigatoriamente, comercial ou de
investimento, além de ser organizado sob a forma de sociedade anônima.

Bancos de investimento
São IF privadas especializadas em operações de participação societária de caráter
temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo
e de giro e de administração de recursos de terceiros. Não possuem contas-
correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos,
internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As
principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo,
subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e
repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2624, de 1999). São
instituições criadas para conceder créditos de médio e longo prazo para as
empresas.

Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar,


obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de
Investimento”.

As principais operações são:


 financiamento de capital de giro e capital fixo;
 subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários;
 depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos;
 podem manter contas-correntes, contanto que estas não sejam remuneradas
e não movimentáveis por cheques;
 administração de fundos de investimentos; e
 captação recursos através de CDB/RDB ou venda de cotas de fundos.

Notas sobre operações ativas, passivas e acessórias

Nas operações ativas, a instituição financeira assume a posição de credora. Ela


fornece os recursos. O cliente, devedor, paga os juros e o principal.

Exemplos:
 abertura de crédito, simples e em conta-corrente;
 desconto de títulos;
 concessão de empréstimo para capital de giro;
 concessão de crédito rural; e
 etc.

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Nas operações passivas, a instituição financeira assume obrigação com terceiros,
recebendo os seus recursos, aos quais lhes paga os juros e devolve o principal.

Exemplos:
 depósitos à vista e a prazo fixo (pessoas físicas e jurídicas);
 emissões de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs); e
 etc.

Nas operações acessórias, o banco atende a particulares, empresas e/ou o


governo, oferecendo o seu conhecimento (know-how) através de serviços de tipo
bancário. Nesse caso, ele atua como um intermediador entre essas entidades
(pessoas físicas ou jurídicas).

Exemplos:
 operações de câmbio;
 custódia de títulos e valores;
 operações compromissadas;
 administração de fundos de investimento; e
 etc.

Referências da aula
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução CMN n° 2099, de 1994. Disponível em:
_lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1994/pdf/res_2099_v1_O.pdf_gt_.
Acesso em: 17 de fev. de 2020.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução CMN n°2624, de 1999. Disponível em:
_lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/45083/Res_2624_v1_O.pdf_gt_. Acesso em: 17 de
fev. de 2020.

1.15. Cooperativas e sociedades de crédito


imobiliário
Cooperativas e sociedades de crédito imobiliário

As cooperativas de crédito se dividem em:


 Singulares: que prestam serviços financeiros de captação e de crédito
apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses de outras
instituições financeiras e realizar aplicações no mercado financeiro;
 Centrais: que prestam serviços às singulares filiadas, e são também
responsáveis auxiliares por sua supervisão; e
 Confederações de cooperativas centrais: que prestam serviços a centrais e
suas filiadas.

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Atuam tanto no setor rural como urbano. Os eventuais lucros auferidos são
repartidos entre os associados, que devem ser no mínimo 20.

As regras prudenciais são mais estritas para as cooperativas cujo quadro social é
mais heterogêneo (ex.: cooperativas de livre admissão).

A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é um tipo de instituição financeira


especializada no financiamento habitacional, integrante do Sistema Financeiro da
Habitação (SFH).

O foco da SCI consiste:


 No financiamento para construção de habitações,
 Na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, e
 No financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e
distribuidoras de material de construção.

Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, as SCIs têm atuado


de forma mais limitada, voltando-se para operações específicas, como o programa
“Minha Casa, Minha Vida”.

A SCI é constituída na forma de sociedade anônima e é supervisionada pelo Banco


Central. Deve constar de sua denominação social a expressão “crédito imobiliário”.

Companhias hipotecárias
Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo:
 A concessão de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais,
 Empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis
 E repasses de recursos relacionados a programas imobiliários,
 Administração de fundos de investimento imobiliário.

Faz parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e foi criada para fomentar o
financiamento imobiliário além dos limites do SFH.

A CH não recebe depósitos de poupança.

Seus recursos provêm de:


 Letras hipotecárias,
 Debêntures,
 Empréstimos,
 Financiamentos no País e no Exterior e,
 Letras de crédito imobiliário (LCI).

Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco


Central e regulada não só por esta autarquia, como também pelo Conselho
Monetário Nacional.

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Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia
Hipotecária” deve constar de sua denominação social.

1.16. Corretoras e Distribuidoras


As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e as Distribuidoras de
Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiros e de
capitais, assim como no mercado cambial, intermediando a negociação de títulos e
valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos.

As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade


anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Elas possuem a função de
proporcionar maior liquidez e segurança ao mercado acionário.

As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) oferecem os serviços:


 plataformas de investimento pela internet (Home Broker);
 consultoria financeira;
 clubes de investimentos;
 financiamento para compra de ações (conta margem);
 administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes;
 intermediação de operações de câmbio;
 administração de fundos e clubes de investimento;
 uma corretora pode atuar também por conta própria; e
 na remuneração pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e
taxas.

A supervisão das corretoras de valores é responsabilidade do BACEN, e o exercício


de sua atividade depende da autorização da CVM. Estão sujeitas à fiscalização da
Bolsa de Valores, BACEN e CVM. Os fundos de investimentos administrados por
corretoras ou outros intermediários financeiros são constituídos sob forma de
condomínio e representam a reunião de recursos para a aplicação em carteira
diversificada de títulos e valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos
condôminos valorização de quotas a um custo global mais baixo. A normatização,
concessão de autorização, registro e a supervisão dos fundos de investimento são
de competência da CVM.

Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários


Outro ente que se enquadra como operador no sistema são as Sociedades
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). Elas são constituídas
sob a forma de S.A. ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na
sua denominação social a expressão “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. Algumas de suas atividades:
 intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no
mercado;

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 administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários;
 instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento;
 operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e
valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros;
 fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias;
 efetuam lançamentos públicos de ações; e
 operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câmbio.

VOCÊ SABIA?
Não existe mais diferença na área de atuação entre as CTVM e as DTVM.
Os limites operacionais estabelecidos pelas corretoras e regulamentados pela
CVM reduzem os riscos de falta de solvência e de liquidez.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, de modo
que uma delas, obrigatoriamente, seja comercial ou de investimento, além de
ser organizado sob a forma de sociedade anônima.

1.17. Sociedades de arrendamento mercantil


(leasing)
Sociedade de Arrendamento Mercantil (SAM) realiza arrendamento de bens
móveis e imóveis adquiridos por ela, segundo as especificações da arrendatária
(cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os contratantes deste serviço podem
usufruir de determinados bens sem serem proprietários dele.

Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizem operações com
características de um financiamento, as sociedades de arrecadamento mercantil
não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a
instituições financeiras.

As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas


modalidades: leasing financeiro e leasing operacional. A diferença básica é que no
leasing financeiro o prazo é usualmente maior e o arrendatário tem a diferença
básica é que o arrendatário tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor pré-
estabelecido. O Quadro a seguir resume algumas diferenças entre o leasing
financeiro e o leasing operacional.

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Quadro – Leasing financeiro e leasing operacional.
Quadro resumo
Leasing financeiro Leasing operacional
2 anos para bens com vida útil _lt_
Prazo mínimo de duração 5 anos
90 dias
do leasing 3 anos para bens com vida útil _gt_
5 anos
Valor residual garantido –
Permitido Não permitido
VRG*
Pactuada no início do contrato,
Opção de compra Conforme valor de mercado
normalmente igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo
VRG, deverá garantir à O somatório de todos os
arrendadora o retorno financeiro pagamentos devidos no contrato
Pagamentos
da aplicação, incluindo juros sobre não poderá exceder 90% do valor
o recurso empregado para a do bem arrendado
aquisição do bem
* Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra
Fonte: Banco Central do Brasil _lt_https://www.bcb.gov.br_gt_ .

Ao final do contrato, o arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem


arrendado ou devolvê-lo. Ao final do leasing financeiro, em geral o cliente já terá
pago a maior parte do valor do bem, não sendo a devolução, embora possível,
financeiramente vantajosa.

Essas sociedades são constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo


constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão “Arrendamento
Mercantil”.

Captação de Recursos: Através da emissão de Debêntures (garantidos pelo


Patrimônio das sociedades), empréstimos junto a outras instituições financeiras ou
de recursos no exterior.

As Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing) estão autorizadas a emitir


Debêntures mesmo não sendo S.A Aberta.

São autorizadas a realizar operações de Leasing Operacional:


 Banco Múltiplo (com carteira de arrendamento mercantil); e
 Sociedades de Arrendamento Mercantil.

São autorizadas a realizar operações de Leasing Financeiro:


 Banco Múltiplo (com carteira de Investimento);
 Banco de Investimento;
 Banco de Desenvolvimento;
 Caixas Econômicas; e

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 Sociedades de Crédito Imobiliário.

1.18. Demais instituições financeiras


Entre as demais instituições financeiras estão: as sociedades de crédito,
financiamento e investimento, agências de fomento, sociedades de crédito
imobiliário (SCI), associações de poupança e empréstimo (APE), companhias
hipotecárias, bancos de câmbio, sociedades de fomento mercantil (factoring) e
administradoras de cartões. A seguir uma breve explicação sobre estas instituições
é apresentada.

SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO


Também conhecidas por financeiras, são Instituições Financeiras (IF) privadas que
têm como objetivo básico a realização de financiamento para a aquisição de bens,
serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de S.A. e na sua
denominação social deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e
Investimento”. Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de
Letras de Câmbio e Recibos de Depósitos Bancários (RDB).

AGÊNCIAS DE FOMENTO
As agências de fomento têm como objeto social a concessão de financiamento de
capital fixo e de giro associado a projetos na Unidade da Federação onde tenham
sede. Devem ser constituídas sob a forma de S.A. de capital fechado e estar sob o
controle de Unidade da Federação, sendo que cada Unidade só pode constituir uma
agência. Tais entidades têm status de IF, mas não podem captar recursos junto ao
público, recorrer ao redesconto, ter conta de reserva no BACEN, contratar depósitos
interfinanceiros na qualidade de depositante ou de depositário e nem ter
participação societária em outras IF.

De sua denominação social deve constar a expressão “Agência de Fomento”


acrescida da indicação da Unidade da Federação Controladora. É vedada a sua
transformação em qualquer outro tipo de instituição integrante do Sistema
Financeiro Nacional. As agências de fomento devem constituir e manter,
permanentemente, fundo de liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do valor de
suas obrigações, a ser integralmente aplicado em títulos públicos federais.

SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (SCI)


As sociedades de crédito imobiliário são IF criadas para atuar no financiamento
habitacional para as camadas da população de maior renda, fazendo parte do
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). São operações passivas
dessas instituições os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas
hipotecárias e depósitos interfinanceiros. Suas operações ativas são: financiamento
para construção de habitações, abertura de crédito para compra ou construção de
casa própria, financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras,
produtoras e distribuidoras de material de construção. Devem ser constituídas sob a

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forma de S.A., adotando em sua denominação social a expressão “Crédito
Imobiliário”.

ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO (APE)


São constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de
seus associados. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao
mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações
passivas são constituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de
cadernetas de poupança, depósitos interfinanceiros e empréstimos externos.

Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e,


por isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes
são, assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não no passivo
exigível.

COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS
As companhias hipotecárias são IF constituídas sob a forma de S.A., que têm por
objeto social conceder financiamentos destinados à produção, reforma ou
comercialização de imóveis residenciais ou comerciais aos quais não se aplicam as
normas do SFH. Suas principais operações passivas são: letras hipotecárias,
debêntures, empréstimos e financiamentos no País e no Exterior. Suas principais
operações ativas são: financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais,
aquisição de créditos hipotecários, refinanciamentos de créditos hipotecários e
repasses de recursos para financiamentos imobiliários. Têm como operações
especiais a administração de créditos hipotecários de terceiros e de fundos de
investimento imobiliário.

BANCOS DE CÂMBIO
São S.A. autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações
de crédito vinculadas as de câmbio, como financiamentos à exportação e
importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos
em contas sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico
pelo titular, cujos recursos sejam destinados à realização das operações citadas.
Deve constar a expressão “Banco de Câmbio”.

Estão autorizados a atuar no mercado financeiro no país, inclusive em bolsas de


mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão, para a realização de
operações referenciadas em moeda estrangeira ou vinculadas a operações de
câmbio.

SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL (FACTORING)


Não são IF. Destinam-se ao fornecimento dos recursos necessários ao giro dos
negócios das suas empresas-clientes, através da compra à vista dos créditos, por
elas (factoring) aprovadas, resultantes das vendas a prazo realizadas por suas
empresas-clientes. A factoring só pode ter como cliente empresa (pessoa jurídica).

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Empresa de factoring não faz empréstimos, portanto, não pode cobrar juros. No
entanto, tem incidência de IOF sobre as atividades da empresa de factoring.

Em síntese, presta serviços e compra créditos (direitos) de empresas resultantes de


suas vendas mercantis a prazo. É uma compra definitiva em que a empresa de
factoring assume os riscos de insolvência. Constatada, porém, a fraude na formação
do crédito, ela tem todo o direito de agir contra a empresa-cliente.

ADMINISTRADORAS DE CARTÕES
São empresas prestadoras de serviços que fazem a intermediação entre os
portadores de cartões (usuário do cartão), os estabelecimentos afiliados (loja que
aceita os cartões de determinada bandeira), as bandeiras (instituição que autoriza o
emissor a gerar cartões com a sua marca e que permite que estabelecimentos
comerciais pelo mundo estejam à disposição do portador para utilização deste
cartão) e as IF (bancos aos quais estão vinculadas as administradoras emissoras).

1.19. Clearings e Sistemas


O processo de compra e venda de ativos por meio eletrônico, como é o caso da
BM_amp_F BOVESPA, exige um sistema confiável de custódia (Custody),
compensação (Clearing) e entesouramento (Treasury). No Brasil a Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) é responsável pela guarda,
compensação e liquidação das operações que ocorrem na BM_amp_F Bovespa,
seja no mercado à vista ou nos mercados de derivativos. Além disso, a CBLC
executa o controle de risco dos negociantes, evitando possíveis desequilíbrios no
mercado.

Os serviços prestados pela CBLC são:


 Custódia dos Títulos: guardar os valores prestados pelos participantes do
mercado. A administração das contas de custódia é realizada pelos agentes
de custódia que na maioria dos casos são corretoras ou bancos autorizados.
 Liquidação: alocação e liquidação das operações realizadas na BM_amp_F
Bovespa, permitindo que os intermediários da negociação (como as
corretoras) possam identificar os investidores finais. Assim como a custódia,
é necessário um agente de compensação, que também pode ser uma
corretora ou banco, além de demais instituições autorizadas ASSAF (2009).
 Controle de risco: provê cobertura a riscos, além de identificar e mensurar
riscos.
 Empréstimo: a CBLC também pode agir como contraparte em negociações
de empréstimo de títulos em negociações.

Após entendida a importância da CBLC para o correto funcionamento a BM_amp_F


Bovespa, o próximo tópico demonstra um estudo de caso para apreciação de uma
das operações possíveis nesse mercado.

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Desenho do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB): conceitos
A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, bem como
processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco
Central e instituições financeiras. Ou seja, praticamente todos os agentes atuantes
em nossa economia.

O cliente bancário utiliza-se do sistema de pagamentos toda vez que emite


cheques, faz compras com cartão de débito e de crédito ou ainda quando envia um
DOC – Documento de Crédito.

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos,


regras, instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão
suporte à movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do
mercado brasileiro, tanto em moeda local quanto estrangeira, visando a maior
proteção contra rombos ou quebra em cadeia de instituições financeiras.

O SPB reúne as entidades, sistemas e procedimentos referentes ao processamento


e à liquidação de operações de transferência de fundos, transações com moeda
estrangeira, ativos financeiros e valores mobiliários. Ele congrega os procedimentos,
regras, instrumentos e operações que dão suporte à movimentação financeira em
moeda local e estrangeira, oferecendo maior proteção contra a falência em cadeia
das instituições financeiras. Assim, a sua finalidade é realizar a transferência de
recursos entre as instituições financeiras.

De acordo com o Banco Central, integram o SPB, os serviços de compensação de


cheques, de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito,
de transferência de fundos e de outros ativos financeiros, de compensação e de
liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, de compensação e de
liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, entre
outros. Isto é, ela congrega as entidades responsáveis pela infraestrutura do
mercado financeiro (BANCO CENTRAL. Relatório de Vigilância do Sistema de
Pagamentos Brasileiro, 2013. Disponível em:
_lt_https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/Documents/sistema_paga
mentos_brasileiro/RELATORIO_DE_VIGILANCIA_SPB2013.pdf_gt_. Acesso em:
11 set.2019.).

O Sistema de Pagamentos Brasileiro é composto por:


 Banco Central;
 Instituições financeiras;
 Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC);
 Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Ativos
BM_amp_F;
 Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Câmbio
BM_amp_F;

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 Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de
Derivativos BM_amp_F;
 B3 (antiga Cetip);
 Selic;
 Cielo (antiga Visanet) e Redecard;
 TecBan; e
 Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP).

Clearings
Clearing House, também conhecida como câmara de compensação, identifica a
parte de uma bolsa de valores na qual as transações dos clientes são processadas
e registradas. Ela é responsável por assegurar que todas as transações sejam
realizadas, eliminando o risco de crédito. Uma Clearing é uma câmara, ou
prestadora de serviços de compensação e liquidação de ordens eletrônicas, de
transferências de fundos e de outros ativos financeiros, e principalmente de
compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e
de futuros e de compensação envolvendo operações com derivativos.

IMPORTANTE!

O principal objetivo de uma clearing houses é mitigar o risco de liquidação.

Principais clearing houses:


 SELIC: Títulos Públicos Federais;
 COMPE: Responde pela compensação de cheques e outros papéis;
 CIP – Câmara Interbancária de pagamentos;
 B3 – o que considera: CETIP:
o Títulos Privados (Derivativos: Termo, Futuros, Swaps e Opções);
o Renda Fixa (CDB, RDB, LF e DI);
o Títulos Agrícolas (CPR, CRA e LCA);
o Títulos de crédito (CCB);
o Títulos Imobiliários (CCI, CRI e LCI);
o Valores Mobiliário (Debêntures e NC); e
o Cotas de Fundos.
 BM_amp_FBOVESPA – Câmara de Ações – (antiga CBLC):
o Ações e outras operações realizadas nos mercados da
BM_amp_FBOVESPA; e
o Segmento Bovespa (à vista, derivativos, balcão organizado e renda fixa
privada).

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O mercado de balcão é um mercado no qual são negociados títulos de empresas,
principalmente entre instituições financeiras, ou seja, ações e outros títulos das
empresas sociedades anônimas que não estão listadas na bolsa de valores.
Exemplo de títulos negociados: Um CDB captado por um banco pode ser negociado
no mercado de balcão para outro banco interessado naquele título. Um CDB é
negociável por endosso (quando o credor assina no verso do documento
autorizando sua transferência).

As ações negociadas são geralmente de empresas de menor porte ou que tenham


menor liquidez no mercado. Esse mercado pode ser o início para que uma empresa
tenha ações negociadas em bolsa. São realizados também operações com
derivativos, como por exemplo: operações a termo de moedas, onde compradores e
vendedores fixam no ato o valor em reais do preço futuro de outra moeda
(normalmente o dólar).

O mercado de balcão se caracteriza por ainda ser mais simples e de menores


custos para as empresas e menores exigências por parte do órgão fiscalizador
(CVM). Este mercado é operado através da SOMA (Sociedade Operadora do
Mercado de Ativos) cujo sistema interliga e fecha eletronicamente todos os negócios
feitos. A SOMA é uma Sociedade Anônima de Capital Fechado controlada pela
BM_amp_F Bovespa. Atualmente a SOMA integra a BM_amp_F Bovespa.

O mercado de balcão não tem um lugar físico determinado para realizar as


negociações. São realizadas por telefone entre as Instituições Financeiras.

A B3 (antiga CETIP) é depositária principalmente de títulos de renda fixa


privados, títulos públicos estaduais e municipais. É uma clering house, com
poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente (eletrônicos). As
operações de compra e venda são realizadas no mercado de balcão. Conforme o
tipo de operação e o horário em que realizada, a liquidação é em D ou D+1.

Mais sobre a CETIP e a B3


A Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (CETIP) é uma
empresa de capital aberto sem fins lucrativos que possui como objetivo conferir
transparência e eficiência da liquidação dos títulos privados. Ela atua como Clearing
House, realizando a liquidação e a custódia de títulos públicos e privados. Ela é
responsável pelo registro, pela custódia e liquidação das operações de renda fixa
privada e títulos públicos estaduais e municipais, sendo a maior câmara de
compensação de títulos privados do Brasil. Em 2017 a CETIP se fundiu com a
BVM_amp_Bovespa, originando a única bolsa de valores do Brasil e também
responsável pela liquidação dos títulos.

Entre os títulos negociados na Cetip se destacam CDB:


 RDB;
 letras hipotecárias;
 debêntures;

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 swaps;
 TED; e
 DOC.

Esse órgão também é responsável por registrar as operações diárias de


empréstimos entre instituições bancárias. Assim, a Cetip é o órgão responsável por
garantir a segurança das negociações de títulos privados de renda fixa, realizando o
registro dos títulos negociados.

Entre as instituições que utilizam os serviços da Cetip se destacam Bancos


Múltiplos:
 Bancos Comerciais;
 Bancos de Investimento;
 Fundos de Investimento;
 Financeiras;
 Corretoras de Valores Mobiliários;
 Operadoras de Consórcio;
 Distribuidoras de Valores Mobiliários;
 Leasing; e
 Crédito Imobiliário.

B3
Originada pela fusão entre a BM_amp_FBOVESPA e a Cetip, a B3 é a companhia
de infraestrutura de mercado financeiro. Antes da fusão ela era a bolsa de valores,
as mercadorias e os futuros do Brasil, realizando a intermediação dos títulos
negociados no mercado de capitais. Ela era responsável pela provisão de sistemas
para a negociação de ações, derivativos de ações, títulos de renda fixa, títulos
públicos federais, derivativos financeiros, moedas à vista e commodities
agropecuárias.

Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC)


O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), do Banco Central do Brasil,
é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de
emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações
com esses títulos.

As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do mecanismo de entrega


contra pagamento (Delivery Versus Payment — DVP), que opera no conceito de
Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas uma a
uma por seus valores brutos em tempo real.

Além do sistema de custódia de títulos e de registro e liquidação de operações,


integram o Selic os seguintes módulos complementares:
 Oferta Pública (Ofpub);
 Oferta a Dealers (Ofdealers);

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 Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e
 Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação).

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1.20. Resumo Apostila CNPI: Sistema
Financeiro Nacional
 Órgãos normativos: determinam regras gerais para o bom funcionamento
do Sistema Financeiro Nacional (SFN). São eles: Conselho Monetário
Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
 Entidades supervisoras: Estão subordinadas aos órgãos normativos e
atuam de modo que os cidadãos e os integrantes do sistema financeiro sigam
as regras definidas pelos órgãos normativos. São elas: Banco Central do
Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência
de Seguros Privados (Susep) e Superintendência de Previdência
Complementar (Previc).
 Operadores: Estão subordinados às entidades supervisoras e lidam com o
público no papel de intermediário financeiro. São eles: Bancos e caixas
econômicas, cooperativas de crédito, instituições de pagamento,
administradoras de consórcios, corretoras e distribuidoras, bolsa de valores,
bolsa de mercadorias e futuros, seguradoras e resseguradoras, entidades
abertas de previdência, sociedades de capitalização e entidades fechadas de
previdência complementar (fundos de pensão).
 O agente superavitário é aquele cuja renda excede suas despesas, isso
quer dizer que ele tem dinheiro para suprir todas as suas necessidades, e
ainda fica com capital sobrando.
 O agente deficitário é aquele cuja renda não cobre suas despesas. Eles têm
necessidades que não permitem que sobre dinheiro. Por isso a necessidade
de buscar recursos junto a uma Instituição Financeira.
 CMN: formula a política de controle da moeda no SFN e incentiva (ou não)
mecanismos de incentivo ao consumo de bens e serviços, prática também
conhecida como política de crédito ou financiamento. Objetiva gerar um
ambiente de estabilidade monetária que permita o desenvolvimento do país.
 CNSP: acompanha a evolução do mercado segurador nacional, não só
estabelecendo as normas, mas também observando a evolução dos
indicadores de risco e a ocorrência de incidentes cobertos pelos contratos de
seguros, permitindo a modernização deste serviço.
 CNPC: Além de ser um órgão normativo, se atenta sobre a influência dos
reflexos econômicos e movimentos da gestão dos planos de previdência
complementar no montante de recursos acumulados pelos clientes para
assim modernizar a legislação e resguardar os planos futuros de
aposentadoria.
 Os bancos múltiplos são instituições privadas ou públicas que captam
recursos e os repassam as empresas, famílias e governos e prestam
serviços. Podem operar as seguintes carteiras: comerciais, de investimento,

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de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil,
financiamento e investimentos.
 Os bancos comerciais, que também podem ser privados ou públicos,
oferecem recursos para financiar, em curto e médio prazo, para indústria,
comércio, serviços e pessoas físicas e podem captar depósitos à vista e a
prazo.
 Os bancos de investimento, que são instituições privadas especializadas
em operações de participação societária, financiamento de atividade
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e administração de
recursos de terceiros.
 Os bancos de desenvolvimento são controlados pelos governos estaduais
e têm o objetivo de proporcionar recursos necessários para financiamento de
programas e projetos que promovam o desenvolvimento econômico e social
dos estados.
 As cooperativas de crédito são um tipo de instituição que pode surgir da
associação de funcionários de uma empresa, de profissionais de um
segmento, de empresários ou da admissão livre e espontânea de outros tipos
de associados. Os lucros das operações de empréstimos são repartidos entre
os associados.
 Seguros, previdência e capitalização são consideradas parte do sistema
financeiro porque promovem a formação de poupança por parte dos agentes
econômicos. Os recursos captados por esses intermediadores são aplicados
em investimentos específicos, dado que muitas vezes é necessário fazer
frente ao compromisso de seus clientes.
 As bolsas de valores, mercadorias e futuros atuam na intermediação de
recursos do mercado de capitais (ações, opções, direitos, títulos, debêntures,
notas promissórias) e contratos de derivativos.
 As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são instituições
autorizadas a negociar valores mobiliários e derivativos no mercado de
negociações (pregão).
 Em 2009, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central
permitiram que as sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários atuassem no mercado de negociações (pregão).
 O BACEN (Banco Central da República do Brasil) é a entidade supervisora
do SFN e obedece às diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional, sendo responsável pela supervisão das entidades financeiras,
bancos de câmbio e outras instituições financeiras intermediárias.
 O BACEN é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia e é o
principal órgão executivo do Sistema Financeiro Nacional. Sua diretoria
colegiada é composta de Presidente e 8 Diretores (9 membros), todos
nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado.

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 Compete ao BACEN cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são
atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho
Monetário Nacional.
 Dentre as principais atribuições do BACEN está: autorizar o funcionamento e
fiscalizar as Instituições Financeiras, punindo-as se for o caso; emitir
moeda-papel e moeda metálica; controlar o crédito e o fluxo de capitais
estrangeiros; executar a política monetária e cambial.
 A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Trata-
se de uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia.
 A SUSEP é uma entidade supervisora, devendo sempre respeitar as
diretrizes do órgão normativo CNSP (Conselho Nacional de Seguros
Privados).
 A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é
uma entidade governamental autônoma estabelecida na forma de autarquia
especial ligada ao Ministério da Previdência Social. Objetiva fiscalizar as
entidades fechadas de previdência complementar e realizar políticas para o
regime de previdência complementar.
 Os bancos comerciais (BC) são sociedades anônimas que possuem como
objetivo promover o encontro entre os agentes superavitários e deficitários,
além de realizar operações financeiras de curto prazo e criar moeda através
de débitos e empréstimos.
 Entre as atividades realizadas pelos BC destacam-se as concessões de
empréstimos, operações de crédito, pagamento de cheques, transferência de
recursos e ordens de pagamento, aluguel de cofres e custódia de valores,
pagamento de tarifas públicas, entre outros.
 Os bancos comerciais são constituídos em forma de sociedade anônima e
sua principal fonte de recursos são os depósitos à vista, utilizados para
conceder crédito para consumidores e empresas.
 Os BC são intermediários financeiros que captam recursos de credores e os
distribuem através do crédito para devedores. O objetivo principal é
proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a
médios prazos: o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços,
as pessoas físicas e terceiros em geral;
 Os bancos múltiplos são Instituições Financeiras (IF) privadas ou públicas
que realizam as operações ativas, passivas e assessórias das diversas IF,
por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de
desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de
crédito, financiamento e investimento.
 As operações realizadas pelos bancos múltiplos estão sujeitas às mesmas
normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares
correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente
poderá ser operada por banco público.

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 O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras,
sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser
organizado sob a forma de S.A. As instituições com carteira comercial podem
captar depósitos à vista.
 Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que
realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
financeiras.
 As operações dos bancos múltiplos incluem as seguintes carteiras: comercial,
investimento e/ou de desenvolvimento, crédito imobiliário, arrendamento
mercantil e de crédito (leasing), financiamento e investimento (financeiras).
 Os bancos de investimentos são IF privadas especializadas em operações
de participação societária de caráter temporário, de financiamento da
atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de
administração de recursos de terceiros.
 Os bancos de investimentos devem ser constituídos sob a forma de S.A.
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo,
repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de
investimento por eles administrados.
 As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e
capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
interfinanceiros e repasses de empréstimos externos. Isto ocorre, dado que
os bancos de investimentos são instituições criadas para conceder créditos
de médio e longo prazo para as empresas.
 Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas
pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o
suprimento de recursos necessários ao financiamento de médio e a longo
prazos, atendendo projetos que visem a promover o desenvolvimento
econômico e social do respectivo Estado.
 O BNDES é o principal instrumento de execução da política de investimento
do Governo Federal e tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos,
obras e serviços que se relacionem com o desenvolvimento econômico e
social do País.
 As atividades do BNDES são supervisionadas diretamente pelo Ministério da
Economia. O Governo Federal atua também como regulador das atividades
do BNDES, por meio, principalmente, do Ministério da Economia. O BNDES
exercita suas atividade, visando a estimular a iniciativa privada, sem prejuízo
de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor público.
 A Bolsa de valores é o local onde se negociam títulos e valores mobiliários.
Exemplo: Ações, que é a menor parcela do capital de uma empresa. A B3
opera um elenco completo de negócios com ações, derivativos, commodities,
balcão e operações estruturadas.

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 As negociações se dão em pregão eletrônico e via internet, com facilidades
de homebroker (sistema oferecido por diversas companhias para conectar
seus usuários ao pregão eletrônico no mercado de capitais).
 A B3 – Câmara de Ações tem por objeto compensar, liquidar e controlar o
risco das obrigações decorrentes de operações à vista e de liquidação futura
com qualquer espécie de valores mobiliários, títulos, direitos e ativos
realizadas na Bolsa de Valores de São Paulo S.A. (B3), em outras bolsas ou
outros mercados. É uma clearing house.
 É negociado na B3: ações, derivativos (opções, futuro e termo), CRI,
CRA, debentures, letras financeiras, fundo imobiliário, fundo de
participações, fundo de direitos creditórios, ETF.
 Originada pela fusão entre a BM_amp_FBOVESPA e a Cetip, a B3 é a
companhia de infraestrutura de mercado financeiro. Antes da fusão ela era a
bolsa de valores e responsável pela provisão de sistemas para a negociação
de ações, derivativos de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais,
derivativos financeiros, moedas à vista e commodities agropecuárias.
 As corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e as distribuidoras
de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiros e
de capitais, e no mercado cambial intermediando a negociação de títulos e
valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos.
 As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de
sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Objetivam
dar maior liquidez e segurança ao mercado acionário.
 As Sociedades Distribuidoras de títulos e valores mobiliários são
constituídas sob a forma de S.A. ou por quotas de responsabilidade limitada
e são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil.
 As CTVM oferecem os serviços de: consultoria financeira, financiamento para
compra de ações (conta margem), plataformas de investimento pela internet
(homebroker), clubes de investimentos, administração e custódia de títulos e
valores mobiliários dos clientes, intermediação de operações de Câmbio,
administração de fundos e clubes de Investimento.
 No Brasil a CBLC é responsável pela guarda, compensação e liquidação das
operações que ocorrem na B3, seja no mercado à vista ou nos mercados de
derivativos. A CBLC executa o controle de risco dos negociantes, evitando
possíveis desequilíbrios no mercado.
 A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, bem
como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo,
Banco Central e instituições financeiras.
 O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de
procedimentos, regras, instrumentos e operações integradas que, por
meio eletrônico, dão suporte à movimentação financeira entre os diversos
agentes econômicos do mercado brasileiro, tanto em moeda local quanto

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estrangeira visando a maior proteção contra rombos ou quebra em cadeia de
instituições financeiras.
 Clearing House ou câmara de compensação, identifica a parte de uma bolsa
de valores na qual as transações dos clientes são processadas e registradas.
Ela é responsável por assegurar que todas as transações sejam realizadas,
eliminando o risco de crédito.
 Uma Clearing é uma prestadora de serviços de compensação e liquidação
de ordens eletrônicas, de transferências de fundos e de outros ativos
financeiros, e principalmente de compensação e de liquidação de operações
realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros e de compensação
envolvendo operações com derivativos.
 O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), do Banco
Central do Brasil, é um sistema informatizado que se destina à custódia de
títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à
liquidação de operações com esses títulos.
 Importante, a Instrução CVM No 387/03, que estabelece as normas e
procedimentos a serem observados nas operações realizadas com valores
mobiliários, informa no artigo 20, a competência das bolsas órgãos auxiliares
da CVM, para fiscalizar as atividades dos seus membros e baixar as normas
complementares necessárias à execução do disposto na referida Instrução. O
fato das bolsas exercerem esta atividade fiscalizadora é denominada de auto-
regulação.

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