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Aires Andrade

High Trading
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High Trading

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ÍNDICE PÁGINA

CONHECIMENTO____________________________________________________________________4
ECONOMIA ________________________________________________________________________5
OFERTA E DEMANDA ________________________________________________________________6
INDICADORES ECONÔMICOS _________________________________________________________8
PIB E PBN _________________________________________________________________________9
INFLAÇÃO ________________________________________________________________________10
ÍNDICE DE PREÇOS _________________________________________________________________11
EXEMPLOS DE ÍNDICE ______________________________________________________________12
NÍVEL DE RENDA ____________________________________________________________13
NÍVEL DE EMPREGO _________________________________________________________14
SALÁRIOS __________________________________________________________________14
PLAYERS _________________________________________________________________________16
MARKET MAKER _____________________________________________________________17
HFTS ______________________________________________________________________17
HEDGER ___________________________________________________________________18
ESPECULADOR _____________________________________________________________19
JUROS ___________________________________________________________________________20
FORMAÇÃO DE JUROS NA ECONOMIA __________________________________________21
TAXA DE JUROS E O MERCADO FINANCEIRO NACIONAL ___________________________22
TAXA REFERENCIAL _________________________________________________________23
TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO _____________________________________________23
A TAXA SELIC E O COPOM _____________________________________________________23
A TAXA CDI _________________________________________________________________24
POLÍTICA MONETÁRIA, MOEDA E INFLAÇÃO _____________________________________24
FUNÇÃO DA MOEDA ________________________________________________________25
INFLAÇÃO __________________________________________________________________26
INFLAÇÃO NÃO ANTECIPADA VS. ANTECIPADA E EFEITOS __________________________26
INFLAÇÃO E DESEMPREGO ____________________________________________________27
INFLAÇÃO NA TAXA NOMINAL DE JUROS ________________________________________27
COPOM ___________________________________________________________________28
JUROS E ATIVIDADE ECONÔMICA ______________________________________________28
POLÍTICA CÂMBIO ________________________________________________________________29
DETERMINANTES DA TAXA DE CÂMBIO _________________________________________29
CUPOM CAMBIAL DE DI1 ___________________________________________________________34
FRC _____________________________________________________________________________41
CUPOM CAMBIAL DE OC1 __________________________________________________________45
CUPOM IPCA _____________________________________________________________________52
TAXA D1 _________________________________________________________________________59
TAXA SELIC _______________________________________________________________________66
PTAX ____________________________________________________________________________72
FORMAÇÃO ________________________________________________________________73
DÓLAR COMERCIAL _______________________________________________________________74
NEGOCIAÇÃO DE DÓLAR A VISTA NA B3 _________________________________________75
OPERAÇÕES DE CÂMBIO REALIZADAS MERCADO DE BALCÃO ______________________75
DOLFUT _________________________________________________________________________76
FRP _____________________________________________________________________________81
ROLAGEM ________________________________________________________________________85
VTC _____________________________________________________________________________89
DERIVATIVOS | 4

CONHECIMENTO
POR TRADERS MELHORES

EM ESSÊNCIA

O conhecimento é o conjunto de informações que o indivíduo adquire por meio da sua experiência,
aprendizagem, crenças, valores e insights sobre algo no decorrer da sua trajetória.
Como diz Mark Douglas em Trading in the zone, Às vezes, quando nos deparamos com uma opera-
livro que é basicamente a Bíblia do operador mo- ção em que tudo estava a nosso favor, e tomamos
derno, ganhar dinheiro na bolsa não depende ape- um prejuízo grande, ficamos sem entender direito
nas dos conhecimentos adquiridos e muito menos o que está acontecendo. A simples falta de conhe-
da sorte, algo que é inteiramente verdade. cimento de conceitos básicos não nos permite en-
xergar a situação atual do nosso país, prejudicando
Mas será que adquirimos os conhecimentos neces- nossa lógica operacional e nos fazendo entrar em
sários para operar com segurança e assertividade? trades sem sentido, acabando com nossa consciên-
Será que, o que utilizamos em nosso operacional cia situacional. Ao longo dessa obra, vamos apren-
realmente tem causalidade com a movimentação der a refinar nossos trades e entender de uma vez
dos mercados? por todas, a dinâmica do nosso mercado.

O que vem em nossa mente quando lemos o


termo DERIVATIVOS? Antes de estudarmos deriva-
tivos, precisamos entender alguns pontos muitas
vezes deixados de lado que, no futuro, poderão
fazer falta.
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ECONOMIA
A teoria econômica, para fins metodológicos A Microeconomia apresenta uma visão micros-
e didáticos, é normalmente dividida em duas cópica dos fenômenos econômicos. Assim, caso
grandes áreas de estudo: microeconomia e fosse considerada uma floresta, a Microeconomia
macroeconomia. estudaria as espécies vegetais que as compõem,
enquanto a Macroeconomia se preocupa com a
A microeconomia estuda o processo de forma- qualidade do produto total, a floresta como um
ção de preços e o funcionamento dos mercados. todo.
Neste segmento, a ciência econômica é dada
ênfase ao estudo do comportamento econô- Na Microeconomia os consumidores são con-
mico, dos agentes econômicos, consumidores, siderados fornecedores de trabalho e capital e
empresas, e de como esses agentes interagem demandantes de bens ou serviços. Já as empresas
no mercado. são consideradas demandantes de trabalho e de
fatores de produção e fornecedores de bens ou
Em macroeconomia, o estudo é em cima do serviços. Os consumidores procuram maximizar a
comportamento do sistema econômico como utilidade, a satisfação, a partir de um orçamento
um todo, tratando do estudo da determinação determinado. As empresas, por sua vez, buscam
e do comportamento dos grandes agregados, maximizar o lucro a partir de custos e de receitas
como o investimento agregado, o consumo possíveis.
nacional, a exportação, o Produto Interno Bruto
(PIB), o nível geral de preços, entre outros.
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OFERTA E DEMANDA
A demanda é a quantidade de determina- Quando o preço do bem cai, este fica mais barato
do bem ou serviço que os consumidores desejam em relação a seus concorrentes, logo a quantidade
adquirir, num determinado período, dado o seu demandada aumenta, o chamado efeito substitui-
preço, preço de outros bens ou serviços e sua ren- ção. Ao mesmo tempo, com a queda do preço, o
da, dentre outros fatores. Representa um desejo, poder aquisitivo do consumidor aumenta, a quan-
sendo o máximo que o consumidor pode aspirar, tidade demandada do bem tende a aumentar, o
dada a sua renda e os preços do mercado. chamado efeito renda.

A demanda é, portanto, o desejo de adquirir o Assim, a curva convencional de demanda é negati-


plano, a aspiração, e não sua realização. Não se vamente inclinada. Expressa a relação inversa entre
deve confundir demanda por compra e nem oferta a variável independente, o preço, a variável depen-
por venda. Além disso, a demanda é o fluxo por dente e a quantidade de demanda.
unidade de tempo, devendo sempre ser expressa
por certa quantidade em dado período. A função
demanda é apresentada como dependente de ou-
tras variáveis, consideradas as mais relevantes na
determinação da procura. A quantidade deman-
dada depende de inúmeras variáveis, conforme o
exemplo a seguir:
Essa relação inversa é válida para os bens denomi-
nados normais.

Existe uma exceção à Lei Geral da Demanda, em


que a curva de demanda é positivamente inclina-
da. É o chamado Paradoxo ou Bem de Giffen, que é
um conceito mais teórico que efetivo.

E na oferta:

Mantendo-se as variáveis constantes, tem-se, que De acordo com a Lei Geral da Oferta, a quantidade
a quantidade demandada é uma função do preço ofertada de um bem ou serviço varia na relação
do bem. De acordo com a Lei Geral da Demanda, direta de seu preço. Assim, mantendo outras variá-
a quantidade demandada de um bem ou serviço veis constantes, temos que:
varia na relação inversa do seu preço. Assim, man-
tendo-se as outras variáveis, temos que:

À medida que o preço aumenta (diminui), aumenta


(diminui) a quantidade ofertada pelo produtor ou
Se o preço diminui (aumenta a demanda), se a vendedor. A curva de oferta é positivamente incli-
quantidade demandada pelo consumidor aumen- nada, ou seja, demonstra a relação direta entre a
ta (diminui a demanda). Ë uma relação inversa variável independente, o preço e a variável depen-
entre o preço do bem e a quantidade de demanda. dente da quantidade ofertada.
DERIVATIVOS | 7

A L E I DA O F E R TA E DA D E MA N DA É UM
M O D ELO Q U E V I SA EXP L I C A R , COM O SE
FO RMAM O P R E ÇO E A QUA N TI DA D E DE
EQUIL ÍBR I O E M D E TER M I N A D O M ER C A DO.
E S S AS D UA S VA R I ÁVEI S S ÃO, P OR TA N TO,
VA RIÁVE I S E N D Ó G EN A S AO M OD E LO, I STO
É, D E N T R O DAQ U I LO QUE QUER EM OS EX-
PL IC A R . MA S S A BE M OS QUE E XI STEM MUI-
TAS O U T R A S VA R IÁVEI S QUE E STÃO F OR A
D O M O D E LO, TA I S COM O TAXA D E JUR OS,
DE S E M P R E G O, I N F L AÇ ÃO, TAXA D E C M BIO,
E TC . TODA S E S S A S VA R I ÁVEI S , EM B OR A AU-
SE NT E S DA L E I DE OF ER TA E D E MA N DA , TE-
RIAM IM PAC TO S SOB R E A S CUR VA S. ESSAS
S ÃO VA R I ÁV E I S EXÓGEN A S AO M OD E LO.
DERIVATIVOS | 8

INDICADORES
ECONÔMICOS
Indicador econômico, do latim oeconomicus, se refere à ciência social dedicada ao estudo dos pro-
cessos de produção, intercâmbio e consumo de bens e serviços. Um indicador econômico é um
índice que permite representar uma realidade econômica de maneira quantitativa e direta. Costuma
tratar-se de uma estatística, que supõe a medição de uma variável durante um certo período. A inter-
pretação do indicador permite conhecer a situação da economia global e realizar projeções.
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PIB E PBN

Um dos principais indicadores que demonstram a realidade econômica de um país ou re-


gião é o PIB (Produto Interno Bruto), tal indicador nada mais é do que a mensuração de
todos os bens e serviços, ou seja, de toda a riqueza produzida. Uma das maiores confusões
em relação ao PIB é a diferença entre o mesmo e outro importante indicador econômico:
o PNB (Produto Nacional Bruto).

Embora o conceito de PIB seja preferido na maior parte do mundo, como no Brasil e Grã-Bretanha, o
PNB é utilizado especialmente, em determinados países como nos Estados Unidos, por exemplo. O PIB
representa todas as riquezas produzidas dentro das fronteiras de uma região, independente do des-
tino dessa renda. O conceito de PIB também descarta a entrada de verbas do exterior. O que é levado
em consideração é simplesmente aquilo que é produzido dentro das fronteiras ou região do país.

Já o PNB considera todos os valores de um país, por exemplo. Recebe do exterior para além das rique-
zas que foram apropriadas por outras economias, ou seja, os valores que saem. É justamente essa a di-
ferença: o PNB considera as rendas enviadas e recebidas ao exterior, enquanto o PIB não. Desta forma,
em países, em desenvolvimento, como o Brasil, o PNB normalmente é menor que o PIB, uma vez que
as transnacionais enviam grande parte de seus lucros para seus países de origem. Da mesma forma,
em países com muitas empresas de atuação global, como nos Estados Unidos, o PNB tende a ser maior,
já que há uma grande absorção dos lucros gerados por suas empresas no exterior.

O PIB potencial mede a capacidade máxima de crescimento da economia. O PIB potencial é, tecnica-
mente, uma taxa de ocupação da capacidade instalada que não acelera a inflação. Ou seja, se a econo-
mia crescer além do PIB potencial, pressões inflacionárias aparecerão imediatamente.

A economia é dinâmica por natureza, mas os modelos que levam à determinação dessa taxa de ocu-
pação da capacidade que não estimula a inflação. A variável chave é o investimento, que aumentará a
capacidade de produção e eliminará a fricção entre demanda e oferta. Essa é função do próprio cresci-
mento, dentre outras variáveis.

O problema é a dificuldade de captar o momento em que as decisões de investimentos são tomadas


e o tempo de maturação deles para saber, no fim das contas, quando a capacidade instalada estará
ampliada.
DERIVATIVOS | 10

INFLAÇÃO
É o contínuo aumento do nível geral de preços e que pode ter distintas causas. A inflação
pode ser classificada como:

1) Inflação de demanda: refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível


de bens e serviços na economia. É causada pelo crescimento da demanda que não é acompanhado pelo
crescimento da produção. Ocorre quando a economia está próxima do pleno-emprego, ou seja, não
pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços no curto prazo;

2) Inflação de custos: tem suas causas nas condições de oferta de bens e serviços na economia. Manten-
do nível da demanda, os custos de certos fatores de produção sofrem aumentos, elevando o preço final
do produto;

3) Inflação inercial: a inflação presente é uma função da inflação passada. Em geral, a principal causa é a
indexação de preços, isto é, o reajuste dos contratos pela inflação do período passado;

4) Inflação estrutural: notadamente nos países em desenvolvimento, é causada por pressões de custo
decorrentes de questões estruturais como agricultura, infraestrutura e comércio internacional;

5) Deflação: é a variação negativa dos preços na economia. Pode ter origem na redução da demanda
ou o aumento da oferta (aumento de produtividade, por exemplo). A deflação permanente pode ser um
agravante e um sinal de uma futura recessão.
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ÍNDICE DE PREÇOS
A economia pode se balizar por diversos índices de preços. A estabilização dos preços é um indicativo
para os agentes econômicos proverem os retornos em termos reais de seus investimentos em ativos
reais ou financeiros.

O mercado financeiro atualmente tende a dar um peso relativamente grande nas expectativas de
alguns indicadores para o cálculo de seus retornos. Um nível de inflação baixo não é o fator suficiente.
A volatilidade também é levada em consideração e a redução desta gera diminuição nas incertezas
futuras.

Os índices de preços podem diferir de várias maneiras, destacando-se as diferenças na cesta de bens
e serviços tomada como referência. Por exemplo, pode-se construir índices de preços ao consumidor,
índices de preços ao produtor, índices de custos de produção, dentre outros, a depender do objetivo.

Mesmo índices de preços ao consumidor podem diferir entre si, pois cada família tem sua própria cesta
de consumo, e um índice pode ser desenhado para refletir o custo de vida para um ou outro grupo de
famílias. Pode haver, por isso, percepções distintas entre o que o cidadão vê no seu orçamento e o que
aparece em um dado índice.
DERIVATIVOS | 12

E X E M P LO S D E Í N D I C E :
1) IGP-DI (índice geral de preços) – disponibilidade interna: foi criado em 1947 com o objetivo de bali-
zar o comportamento de preços em geral na economia. Seu cálculo é da frequência mensal e feito pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este índice mede a variação de preços de um determinado mês por
completo, ou seja, o período de coleta vai do primeiro ao último dia do mês de referência, ocorrendo a
divulgação em torno do dia 20 do mês posterior. Tem periodicidade decenal de pesquisa.

Este índice é uma média ponderada dos seguintes índices:

- IPA (índice de preço no atacado): acompanha os preços de 431 produtos no mercado atacadista,
representando 60% do IGP-DI;

- IPC (Índice de preço ao Consumidor): Representa 30% do IGP-DI e apura a inflação das famílias que
têm uma renda de 1 a 33 salários mínimos, através da pesquisa de preços de 388 produtos no eixo
Rio-São Paulo;

- INCC (Índice Nacional de Construção Civil): calculadora entre os dias 1 e 30 de cada mês, avalia os
preços no setor de construção civil (tanto materiais como também a mão de obra empregada no setor)
e representa 10% do IGP-DI;

- IGP-M (Índice Geral de preços do Mercado): criado a pedido do setor privado, contém uma cláusula
que impede sua modificação pelo governo e serve para corrigir os contratos bancários, sendo aplicável
já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro índice a ser divulgado e tem como base os mesmos preços
e às mesmas ponderações do IGP-DI, mas, no dia 21 do mês anterior, ao dia 20 do mês em questão.
É calculado mensalmente pela FGV, havendo divulgação de prévias a cada decêndio do período de
coleta;

- INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): calculado pelo IBGE (instituto brasileiro de geogra-
fia e estatística) mensalmente. Seu objetivo era balizar os reajustes de salário dos trabalhadores. Foi o
índice oficial de inflação no período 1979-1986. A pesquisa é composta por famílias que ganham 1 a
5 salários mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife,
São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do Município de Goiânia.

A composição dos grupos de despesas para o cálculo do índice é o seguinte:


Alimentação e bebidas: 27,04%
Educação: 3,21%
Artigos de Residência: 6,00%
Habitação: 16,81%
Transportes: 17,07%
Comunicação: 5,86%
Vestuário: 7,94%
Saúde e Cuidados pessoais: 9.42%
Despesas Pessoais: 6,56%
DERIVATIVOS | 13
O período de coleta vai do primeiro dia do mês ao último dia do mês de referência e a divulga-
ção ocorre próxima ao dia 15 do mês posterior.

2) IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Ampliado): Calculado pelo IBGE com o objetivo de corrigir os
balanços e as demonstrações financeiras trimestrais e semestrais das companhias abertas. A pesquisa
é composta por famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de
Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do
Distrito Federal e do Município de Goiânia, o que corresponde a 30% da população do país.

A composição dos grupos de despesas para o cálculo do índice é o seguinte:

Alimentação e bebidas: 30,31%


Educação: 7,13%
Artigos de Residência: 4,84%
Habitação: 13,72%
Transportes: 20,98%
Comunicação: 6,56%
Vestuário: 6,53%
Saúde e Cuidados pessoais: 10,76%
Despesas Pessoais: 9,27%

O período de coleta vai do primeiro ao último dia do mês de referência. O IPCA é calculado a partir da
coleta de 200.000 cotações de preços de 1.360 produtos. O IPCA é o índice oficial do governo, funcio-
nando como parâmetro para o sistema de metas inflacionárias desde julho/99.

NÍVEL DE RENDA

As principais fontes de renda são a produção de bens e serviços no país, os pagamentos de previdên-
cia social e outros benefícios públicos e os juros recebidos da dívida pública e de outras fontes no
empresariais. Portanto, os componentes da renda são os salários, os lucros e os juros.

O conceito mais amplo de renda é o da renda nacional, que é uma medida ampla da renda dos habi-
tantes do país. Nesta rubrica inclui-se os impostos e vários outros itens, antes das famílias receberem
suas remunerações sobre o capital.

A renda pessoal é a renda nacional menos as contribuições previdenciárias e os lucros retidos pelas
empresas mais as transferências e os juros pagos pelo governo e pelos consumidores. A renda pessoal
disponível é a renda pessoal após o pagamento dos tributos pertinentes.
DERIVATIVOS | 14

NÍVEL DE EMPREGO

O emprego e o desemprego são provavelmente as dimensões mais importantes do desempenho


econômico. O emprego caiu juntamente com a produção durante as recessões e aumenta novamente
durante as recuperações. No longo prazo, o emprego cresce com o PIB potencial à medida que as em-
presas vão contratando mais empregos para produzir o produto em crescimento.

A força de trabalho é definida como o número de pessoas de dezesseis anos de idade ou mais que es-
tão trabalhando ou desempregadas. A taxa de desemprego é a porcentagem da força de trabalho que
está desempregada ou procurando emprego na época em que a pesquisa é realizada.

É interessante observar que, em épocas normais, quando o PIB é igual ao PIB potencial, o desemprego
não é zero. Mesmo em épocas de grande expansão, há o desemprego ficcional, que é a taxa de de-
semprego daqueles que estão no momento de mudança de emprego. Esse é o tipo de desemprego de
menor significância na economia.

No Brasil, a pesquisa mensal de emprego (PME) produzida pelo IBGE faz uma amostragem de domi-
cílios criada para produzir estimativas sobre a força de trabalho, para avaliar o nível das flutuações
mensagens e as tendências do mercado de trabalho. Os dados necessários para a geração das estatísti-
cas desejadas são obtidos a partir de uma amostra de aproximadamente 45.000 unidades domiciliares
selecionadas nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte,
Curitiba e Porto Alegre.

Atualmente, a PME também procura medir o desemprego oculto, que são as pessoas que exercem
algum tipo de atividade, mas não possuem uma remuneração fixa e/ou com carteira assinada.

SALÁRIOS

Os salários são parte do custo de produção, devendo-se incluir tanto os pagamentos em dinheiro
como os benefícios diretos. Os salários e os preços geralmente oscilam junto com a inflação ao longo
do tempo. Assim é comum a análise do salário real, que é dado pela razão entre o salário nominal e o
custo de vida (o índice de inflação). O salário real nos permite medir o poder de compra que o salário
possui naquele determinado período.
DERIVATIVOS | 15

Por que há tantos índices de preços no Brasil?

Os índices diferem bastante em escopo. Uns medem preços ao consumidor, outros preços ao
produtor, dentre outros. Um índice pode ser apropriado para determinado propósito e não
tanto para outro, o que já justifica a existência de uma variedade deles.

Além disso, o processo inflacionário entre os anos 1970 e meados de 1990 reforçou a neces-
sidade de se contar com maior variedade de índices. Por um lado, a alta inflação e a volatili-
dade fizeram com que a evolução dos diferentes preços diferisse ainda mais entre si, levan-
do a necessidade de índices de preços mais específicos para cada propósito. Por exemplo, o
INPC foi criado para refletir o custo de vida de trabalhadores urbanos e passou a ser utiliza-
do como parâmetro de reajuste em dissídios salariais.

Por outro lado, a alta inflação e volatilidade também tornaram necessário um acompanha-
mento mais frequente da evolução dos preços. Isso se refletiu na criação do IGP-M, com pe-
ríodo de coleta de preços distinto ao já existente, IGP-DI, o que permitiu ao mercado contar
com um índice divulgado no último dia do mês para a correção de contratos referentes a
operações financeiras e correções de balanços.
DERIVATIVOS | 16

P L AY E R S
QUEM SÃO?

O primeiro passo é conhecer e entender os players que


participam do mercado de derivativos e seus processos
decisórios. Assim, conseguimos aproveitar todas as
boas oportunidades de trade que aparecem durante o
pregão.
DERIVATIVOS | 17
MARKET MAKER

O papel do Market Maker é dar liquidez para o mercado e por isso eles sempre têm ofertas de compra
e venda no Book de Ofertas. A bolsa possui alguns programas de Market Maker e existem regras de
spread mínimo, dentre outras.

Por conta da estrutura do mercado, a figura do market maker é muito maior fora do país. Em função da
descentralização das bolsas norte-americanas, o market maker sempre desempenhou papel funda-
mental no fornecimento de liquidez.

Imagine que você envie uma ordem (de compra) para sua corretora e ao invés dela repassar essa or-
dem para a bolsa, a própria corretora atua como contraparte (ou seja, vendendo para você).

Nos EUA existia a figura do “especialista” e que casava ordens dos clientes, assumindo a contraparte de
diversas ordens. Como no Brasil as bolsas sempre foram centralizadas (e sem a figura do especialista),
todas as ordens eram “casadas” pelo match engine da bolsa. Ou seja, a contraparte das nossas opera-
ções sempre era algum outro agente do mercado. Quando o mercado brasileiro se tornou 100% ele-
trônico, algumas empresas de market making foram atraídas para essa atividade.

Diferentemente dos outros players, os Market Makers fundamentam suas decisões exclusivamente em
função do fluxo das ordens do mercado. Entretanto, eles têm duas vantagens em relação a nós:

A B3 dá descontos progressivos de acordo com o volume operado e são participantes com tecnologia
para interpretar milhões de informação ao mesmo tempo, além de terem velocidade de execução.

HFTs

Existem 2 principais tipos de robôs: os executores e os discricionários. Robôs executores (ou Low
Frequency) costumam ser algoritmos pré-programados que entregam arbitragem entre ativos, ou até
mesmo os algoritmos executores. Esses últimos são usados por institucionais para fracionar ordens gran-
des em pequenas ordens distribuídas segundo diferentes critérios ao longo do dia.

Nos TWAPs a distribuição das ordens é igualmente dividida pelo tempo. Já nos VWPAs a distri-
buição das ordens ao longo do período respeita um percentual do volume histórico daquele ativo.

Os robôs discricionários podem ser divididos em simples e complexos.

Os simples geralmente são derivados de indicadores de análise técnica, como por exemplo,
cruzamento de médias, Hilo dentre outros. Esses robôs são facilmente encontrados no mercado e não
possuem influência significativa nos preços.

Já os High Frequency Traders (HFTs) são uma classe a parte de participantes que se aproveitam de
falhas do mercado, sem contar na velocidade de execução das ordens.
DERIVATIVOS | 18
Se pararmos para analisar, os HFTs surgiram como consequência da evolução dos Market
Makers no mercado americano. Eles tinham know-how em identificar a presença de fluxo informado
no mercado (através da agressão) e desenvolveram diversos modelos para se aproveitar dos rastros
deixados por essas ordens. Portanto, quanto mais o mercado estiver trocando de preço, maior a proba-
bilidade de serem geradas oportunidades para os HFTs.

As estratégias mais comuns são:

1) Caçar stops: Na hora que muda o spread, é comum ver HFTs agredindo o próximo nível para cha-
mar stops);

2) Agredir final de fila: Por exemplo, digamos que existam 300 mil opções na venda a 0,15. Concorda
que para os preços subirem é necessário que alguém (ou mais participantes) aceite comprar integral-
mente os 300 mil lotes a 0,15? Dessa forma, se você esperar consumirem grande parte dos lotes na
venda a 0,15 para ser um dos últimos a comprar, a sua probabilidade de ver o mercado negociando a
0,16 é muito alta.
Apesar dessa estratégia não ser mais aplicada ao Dólar no mercado atual (por conta da escassez
de lotes em cada nível), ela ainda é aplicável em opções baratas e em algumas ações baratas;

3) Disputa de lugar na fila: Os HFTs conseguem ter ordens estratégicas em diversos níveis de preços
(geralmente nas primeiras posições da fila). Isso porque, eles conseguem zerar no mesmo preço, se
eles forem executados com muita agressividade (mostrando que têm mais lotes). Tudo isso é medido
pelo tamanho das agressões, tempo entre elas e alguns outros fatores;

4) Escora em Lote Real: Eles têm poder discricionário para avaliar (pelo padrão histórico de execução
e pelos dados correntes), onde está o fluxo real do mercado, ou seja, que tipo de ordem parece que é
institucional (ou fundos, tesourarias, estrangeiros).

News Trading: HFTs são vinculados às agências de notícias e costumam ser os primeiros a agredir o
mercado quando uma notícia pré-agendada é publicada e especialmente quando o publicado diverge
do consenso de mercado. O gatilho para eles comprarem ou venderem é justamente o quanto o dado
diverge do consenso;

HEDGER

Hedger é uma estratégia de proteção para os riscos de um investimento que neutraliza a posi-
ção comprada ou vendida para que seu preço não varie. Ao fazer uma operação de Hedger, o investi-
dor tem como objetivo eliminar a possibilidade de perdas futuras. O investidor que realiza um contrato
de proteção para seus investimentos é conhecido como “hedger”.

A estratégia foi criada pelo mercado de commodities agrícolas, pelo Chicago Board Of Trade
(CBOT), onde pecuaristas pela primeira vez pré-fixaram o valor das sacas de trigo, soja, milho, etc, para
evitar prejuízos no caso de queda súbitas do valor das mercadorias.
DERIVATIVOS | 19
No contrato de Hedger é fixado o valor da mercadoria, ação, título ou taxa cambial negociados,
o qual deverá ser cumprido no momento da entrega ou efetivação da venda. Mesmo que haja desva-
lorização na bolsa, o valor de referência para o negócio já foi definido pela operação de cobertura e
deverá ser cumprido.

Este tipo de cobertura contra os riscos da variação no valor do investimento, assim como ga-
rante proteção, também impede potenciais lucros vindos de variações positivas do que estar sendo
negociado.

O Hedger é mais direcionado a investidores conservadores, enquanto os especuladores buscam


justamente, nas pequenas variações, seus lucros. É considerada uma “cobertura perfeita”, quando a
estratégia oferece ganhos no mesmo valor em que ocorreram as perdas que o Hedger tinha intenção
de proteger.

ESPECULADOR

A especulação financeira é uma aposta na valorização de um ativo com o objetivo de obter


lucros muito acima da média do mercado em um curto espaço de tempo, assumindo, para isso, riscos
maiores do que os investidores comuns. Essa definição aplica-se no plano individual, ou seja, para
explicar quem seria um especulador dentro do mercado de ações.

Também podemos definir a especulação financeira na economia de forma mais ampla, olhando
para o mercado como um todo. Nessa perspectiva, a especulação financeira é o movimento de valori-
zação de ativos baseada na crença de que um cenário econômico continuará favorável a novas altas de
preços.

Em alguns casos, essa percepção é fruto de um otimismo excessivo. No caso das ações, é uma
espécie de ciclo em que a própria subida dos preços acaba atraindo mais investidores que, devido à lei
da oferta e da procura, acabam levando a novas altas nos preços.
DERIVATIVOS | 20

JUROS
Juro é a remuneração cobrada pelo empréstimo de dinheiro (ou outro item). É expresso
como um percentual sobre o valor emprestado (taxa de juro) e pode ser calculado de duas formas:
juros simples ou juros compostos.

O juro pode ser compreendido como uma espécie de “aluguel” de dinheiro. A taxa é uma com-
pensação paga pelo tomador do empréstimo para ter o direito de usar o dinheiro até o dia do paga-
mento. O credor, por outro lado, recebe uma compensação por não poder usar esse dinheiro até o dia
do pagamento e por correr o risco de não receber o dinheiro de volta (risco de inadimplência).
DERIVATIVOS | 21
FORMAÇÃO DE JUROS NA ECONOMIA

A taxa de juros é uma das variáveis macroeconômicas mais importantes para o bom funciona-
mento da economia, apresentando um papel fundamental na determinação do nível de atividade, do
emprego, da taxa de câmbio e de várias outras variáveis econômicas.

Os economistas clássicos consideravam a taxa de juros como fator que equilibra a demanda de
investimentos com a oferta de poupança, considerando o “preço” todos os recursos disponíveis. Ke-
ynes, por sua vez, criticou essa visão clássica, introduzindo os conceitos de incerteza e preferência pela
liquidez: a taxa de juros seria a recompensa da renúncia à liquidez por um determinado período, sen-
do formada com base nas taxas de preferências intertemporais dos agentes e investidores e no retorno
esperado pelos tomadores.

Na economia, existem diversas taxas de juros:

- Taxas para títulos de longo prazo;


- Taxas para títulos de curto prazo;
- Taxas para títulos de risco e taxas para títulos de baixo risco.

Quando usamos o termo “taxa de juros”, estamos, portanto, simplificando a estrutura financeira
da economia.

Também é importante fazermos a distinção entre taxa de juros real e nominal. A taxa de juros
divulgada ou a usada pelos bancos para diversos tipos de investimentos é a taxa de juros nominal
(NR). A taxa de juros real (RR) é a taxa nominal descontada a inflação esperada (p) dos níveis de preços:

RR = NR - P

Lembrando que o governo tem o controle exclusivo dos meios de pagamento e da emissão
de títulos públicos, considerados ativos de menor risco, define-se a taxa pura ou “livre” de risco como
aquela que precifica tais ativos no mercado. Essa taxa só inclui a remuneração pelo sacrifício da pou-
pança, constituindo-se à taxa básica ou referencial às outras taxas no mercado.

A partir dessa taxa básica, insere-se ainda a remuneração pelo risco, que pode ser das mais
variadas formas:
Risco de mercado: depende do comportamento do preço do ativo diante das flutuações das
condições de mercado;

Risco do emissor ou de crédito: quando os governos, federal, estadual, municipal ou empresas


não honram na data do vencimento o pagamento dos títulos de dívida que emitiram;

Risco de liquidez: associado a perdas de rentabilidade no caso de crises financeiras ou perda de


agentes dispostos a negociar os ativos envolvidos;

Risco cambial: relacionado às variações da moeda nacional frente a uma moeda estrangeira;
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Risco de setor ou sistêmico: consiste no risco em que o emissor está sujeito por pertencer a um
determinado subsistema dentro da economia;

Risco de transferência de custos: representados pelos administrativos, de seguros e comissões,


entre outros.

Desta forma, ao adicionar o risco no cálculo da taxa de juros, teremos:

r = RR + p + RP

Onde:
r = taxa de juros – efetiva taxa de juros cobrada pelo fornecedor de fundos e paga pelo tomador;
RR = taxa real de juros – taxa de juros em ambiente sem inflação ou taxa de
referência, onde fornecedores e tomadores de fundos são indiferentes aos prazos dos investimentos
ou empréstimos;
p = taxa livre de risco;
RP = prêmio pelo risco – risco geral medido pelo risco-país.

TAXA DE JUROS E O MERCADO FINANCEIRO NACIONAL

A taxa de juros nada mais é do que o custo do dinheiro. Em geral, quanto menos dinheiro dis-
ponível para empréstimos, maior a taxa de juros e vice-versa.

Embora a taxa Selic tenha uma influência importante sobre a determinação da taxa básica da
economia, o governo não determina a taxa a ser cobrada pelos doadores dos recursos que financiam
constantemente sua dívida. As características e o tamanho da dívida pública são fatores levados em
consideração e explicam parte do fato das taxas de juros serem historicamente tão altas no Brasil.

A taxa também acaba indicando o quanto o setor privado precisa pagar para obter recursos.
Tanto os bancos, na forma de CDI (financiamento junto a outros bancos) ou na forma de CDB (junto ao
público), quanto as empresas usam a SELIC como referência básica para determinar suas taxas.

No que diz respeito às taxas cobradas ao consumidor, os principais fatores são:

1) Risco de inadimplência: quanto maior o risco de inadimplência, maior será a taxa cobrada pelo
credor;
2) Nível compulsório exigido pelo governo para garantir a segurança e a liquidez do sistema
financeiro: quanto maior o percentual dos compulsórios, menor a oferta do dinheiro no mercado e
consequentemente, maior o custo do dinheiro.

De modo geral, os títulos de renda fixa no Brasil são remunerados por taxas pré-fixadas, flutu-
antes e pós-fixadas e índices de preços. As principais taxas flutuantes e pós-fixadas são a TBF, TR, TJLP,
SELIC e CDI.
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TAXA REFERENCIAL

Foi criada em 01/02/1991 para servir como uma referência dos juros praticados no mercado finan-
ceiro. Foi modificada diversas vezes. Seu cálculo tem atualmente como base o valor da TBF sobre o qual é
aplicado um redutor (R) definido pelo governo:

TR = 100 x {[(1+ TBF/100)/R]-1}


Onde:
R = (a + b x TBF/100);
a = 1.005;
b é determinado de acordo com uma tabela específica em função da meta estabelecida para a taxa SELIC
(em termos percentuais ao ano).

Esse método de cálculo tem por objetivo reduzir a instabilidade da TR em função da variação
do número de dias úteis em cada mês e tornar transparente seu cálculo, minimizando as flutuações na
remuneração entre a caderneta de poupança e dos depósitos de prazo (CDB/RDB).

A TR é a taxa que define o rendimento das Cadernetas de Poupança (TR + 0.5% ao mês) e de
algumas modalidades de financiamentos rurais e imobiliários, também usada como referência de vários
contratos, entre eles os de pagamento a prazo e de seguros em geral.

TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO


Foi criada em dezembro de 1994 com a finalidade de estimular os investimentos nos setores de
infraestrutura e consumo. A TJLP remunera três fundos compulsórios: PIS/PASEP, FAT e fundo da Marinha
Mercante. A partir de 1995, essa taxa passou a incidir sobre os financiamentos concedidos pelo BNDES,
tais como FINAME, FINEM e BNDS AUTOMÁTICO, substituindo a TR. Ela é válida para os empréstimos de
longo prazo e seu custo é variável, mas permanece fixa a cada trimestre civil.

Conforme a Resolução BC nº 2.654, de 30/09/1999, o cálculo da TJLP se baseia na meta de infla-


ção pro-rata para os próximos 12 meses acrescida do prêmio de risco Brasil, mantendo sua periodicidade
de vigência e recálculo no trimestre civil. Apesar da Lei 10.183 de 12/02/2001 determinar que a TJLP
seja determinada com base nas metas de inflação (que são determinadas pelo CMN), seu valor é divulga-
do via resolução do Banco Central até o último dia útil de cada trimestre.

A TAXA SELIC E O COPOM


A taxa Selic é a taxa básica da economia, sendo usada como referência para a determinação das
demais taxas do mercado, tanto as de empréstimos como as de remuneração das aplicações em renda
fixa. Ela é apurada no Sistema Especial de Liquidação de Custódia (SELIC), obtida mediante o cálculo
da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos
públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos,
na forma de operações compromissadas. É divulgada pelo Banco Central do Brasil em termos percentu-
ais ao ano no primeiro dia útil posterior ao dia de referência.

O Comitê de Política Monetária (COPOM) estabelece metas periódicas para a taxa Selic, levando
em consideração, a importância da mesma na formação dos juros cobrados do tomador final, além de
questões de ordem macroeconômica relacionadas à meta de inflação, estrutura e ao financiamento da
dívida mobiliária da União.
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Como a taxa Selic representa a remuneração das instituições financeiras nas operações com títu-
los públicos, ela é comumente utilizada como um índice pelo qual as taxas de juros no Brasil se balizam.
Ela é um instrumento de política monetária utilizado pelo Copom para controlar os juros no país.
A taxa apurada no processamento noturno da Selic, que consolida as taxas praticadas durante
aquele dia, é conhecida como taxa overnight da Selic, taxa Selic overnight ou taxa Selic over. Embora a taxa
seja apurada diariamente, a taxa Selic é usualmente expressa em termos anuais, compondo os valores
apurados nos últimos 12 meses.

Os maiores valores já registrados para a taxa Selic ocorreram durante o período de hiperinflação
no Brasil, quando em 2 de fevereiro de 1999 foi apurada a taxa de 3.626% no dia e, em 26 de dezembro
de 1989, a taxa composta nos 12 meses precedentes atingiu 115.334,03%.

A definição da taxa Selic foi publicada originalmente pelo Banco Central do Brasil por meio da
Circular n° 2.900 de 24 de junho de 1999 e, com sua revogação estabelecida na Circular nº 3.868, de 19
de dezembro de 2017, a taxa Selic encontra-se atualmente definida como parte da regulamentação do
Copom publicada como anexo da mesma circular.

A TAXA CDI
Os Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) são instrumentos financeiros, escriturais e
nominativos que possibilitam a troca de recursos entre instituições financeiras. Sua função é fazer com
que o sistema tenha maior liquidez, permitindo o acesso das instituições deficitárias. Essas operações
ocorrem no mercado interfinanceiro (fora do âmbito do Bacen), sendo registradas na Câmara de Custó-
dia e Liquidação (CETIP).

A taxa CDI é a taxa média dos empréstimos feitos entre os bancos. Um banco emite um CDI,
vende esse papel no mercado, conseguindo assim levantar dinheiro para suas necessidades. A taxa do
CDI (anualizada, exponencial, base 252 dias úteis), é divulgada diariamente para operações de um dia ou
prazos maiores (30, 60, ou mais dias). A CETIP faz a apuração diária das médias dessas taxas, divulgando-a
ao mercado como parâmetro das taxas praticadas.

A maioria das transações é negociada por apenas um dia, estabelecendo-se um padrão de taxa
média diária, o CDI OVER, que reflete a expectativa de custo das reservas bancárias para a manhã se-
guinte à do fechamento das transações. O CDI over é o benchmark do mercado para aplicações financei-
ras, sendo divulgado pela CETIP em termos percentuais ao ano no primeiro dia útil posterior ao dia de
referência.

POLÍTICA MONETÁRIA, MOEDA E INFLAÇÃO


A política monetária é a atuação das autoridades monetárias por meio de instrumentos de efeito
direto ou induzido, com o intuito de controlar a liquidez global do sistema econômico, de forma a man-
ter a quantidade de moeda em circulação compatível com a estabilidade do nível geral de preços, com o
crescimento da produção e com a estabilidade cambial.
Variando em função do estágio e dos padrões do desenvolvimento econômico, da política pre-
dominante e dos problemas conjunturais presentes, os objetivos perseguidos na execução da política
monetária na maioria dos países geralmente são:
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- Estabilidade de preços – lembrando que esse é o objetivo principal da política monetária;


- Promoção do crescimento ou do desenvolvimento econômico;
- Promoção do maior nível possível de emprego e manutenção de sua estabilidade Realização
do equilíbrio em transações econômicas com o exterior (isso é, equilíbrio do balanço de paga-
mento internacional);

- Promoção mais equitativa de distribuição de riqueza e das rendas.

FUNÇÃO DA MOEDA
A moeda é um fator importante para qualquer economia. Para tal função, ela pode ser caracteri-
zada como:

1) O ativo mais líquido da economia e sem valor intrínseco;


2) Um ativo aceito como meio de troca ou conversível irrestritamente sem curso de conversão para seu
detentor;
3) Uma medida de comparação entre bens e serviços.

A partir dessas definições, a moeda possui as seguintes funções:

Meio de troca: um ativo aceito por todos e sem restrição. Pode ser considerado um intermediário co-
mum para a aquisição de bens e serviços;

Unidade de medida: forma de exprimir numericamente o valor a fim de proporcionar a comparação. O


valor indicado é considerado preço absoluto. A comparação feita entre dois bens pode ser feita através
do quociente entre os seus preços absolutos, P¹/P² e o preço relativo. Este mede a quantidade necessária
do bem 2 para adquirir o bem 1;

Reserva de valor: a quantidade de moeda acumulada para um período futuro ou para a aquisição de
outro ativo. A liquidez em relação aos outros ativos, que podem ser considerados reserva de valor, é o
que diferencia. Por exemplo, poupança, fundos de investimentos, obras de arte, imóveis possuem um
período para a conversão de seus valores em moeda;

Padrão para pagamentos diferidos: a moeda serve como instrumento para pagamentos futuros, viabi-
lizando assim o crédito. As dívidas podem ser honradas numa data futura, ou seja, a renda futura de um
agente econômico pode converter-se em consumo no presente.

A moeda como ativo não poderia ser funcional e ser aceita entre os agentes se não possuísse as
seguintes características: valor; portabilidade; durabilidade; homogeneidade; divisibilidade; estabi-
lidade de valor e identificação.
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INFLAÇÃO
Em 1997, o brasil adotou o regime de metas para inflação, que estabelece uma meta para a
inflação do ano dentro dos limites superior e inferior para acomodar eventuais choques e oscilações. As
metas são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Desde 2006, a meta foi fixada em 4.5%, com dois pontos percentuais de limite de variação. Por lei,
o BACEN é o responsável pela condução da política monetária para atingir a meta estabelecida. Se a taxa
de inflação ficar além desses limites, o presidente do BACEN deve divulgar, em cartas ao Ministro da Fa-
zenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências a serem tomadas e seus respectivos
prazos.

O BACEN divulga trimestralmente o Relatório de Inflação, abordando o desempenho do sistema


de metas, os resultados das decisões tomadas e as medidas a serem adotadas em função da expectativa
da inflação esperada.

A taxa de inflação é calculada da seguinte forma:

Onde:

tx = taxa de inflação;
p = preço atual;
a = preço anterior.

Após um ano, o poder de compra de uma unidade de dinheiro é multiplicado pelo fator:

INFLAÇÃO NÃO ANTECIPADA VS. ANTECIPADA E EFEITOS

Enquanto o modelo de Demanda Agregada sugere que as taxas de inflação antecipadas corretamente
são consistentes com o equilíbrio de pleno emprego do PIB real, sem lacunas ou ciclos inflacionários
ou de recessão, a alta inflação pode ter efeitos negativos sobre a produção real, mesmo quando corre-
tamente prevista.

A inflação alta, mesmo quando prevista, reduz a produção econômica e a taxa de crescimento do PIB
pois recursos desviam de outras atividades produtivas para lidar com os efeitos da inflação e da incer-
teza. Também diminui o valor da moeda em transações e como reserva de valor e reduz o retorno real
de investimentos após impostos, o que reduz a poupança e o investimento de capital na economia.
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INFLAÇÃO E DESEMPREGO
Uma análise empírica das relações entre índices de inflação salarial e índices de desemprego foi
feita por A. W. Phillips em 1958, no Reino Unido. Ele demonstrou que havia uma relação de trade-off
entre a inflação e o desemprego, e que estavam associadas às políticas contracionistas sobre a demanda
agregada que era implementada para reduzir os níveis de inflação.

A inflação é o processo de aumento generalizado de preços dos bens e serviços transacionados


na economia, resultado de uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda.

Entre as políticas de controle inflacionário, a mais clássica é aquela que faz um “choque sobre a
demanda agregada”. Tal medida prevê, entre outros mecanismos de retração da demanda agregada, o
aumento dos juros e a elevação da carga tributária. Essas medidas têm impactos negativos sobre a gera-
ção de emprego e renda.

Ela é uma condição de conflito pelo menos do ponto de vista político, quando se colocam variá-
veis de grande repercussão social e se opta pela redução da inflação, gerando para isso, um aumento nas
taxas de desemprego. Ou então, a situação inversa, para aumentar o nível de emprego, políticas expan-
sionistas, como a redução nas taxas de juros, podem acarretar uma elevação nos índices de inflação.

INFLAÇÃO NA TAXA NOMINAL DE JUROS

Lembre-se que definimos a taxa livre de risco nominal como a soma da taxa livre de risco real e da
taxa de inflação esperada. Agora iremos analisar por que isso é necessário.

A taxa nominal de juros é a taxa de equilíbrio entre a poupança e investimentos no mercado. Se


a inflação esperada for alta, as empresas esperam um retorno maior sobre seus investimentos, porque
anteciparão preços mais elevados para a sua produção no futuro. Ao mesmo tempo, os poupadores exi-
girão uma maior taxa de retorno sobre suas economias, pois consideram o trade-off entre consumo atual
e consumo futuro.

Como estão preocupados com o consumo real, exigirão uma taxa de retorno nominal maior
quando a taxa de inflação esperada é mais elevada. Assim, o consumo real que receberão no futuro em
troca de não consumir agora (poupança) é o mesmo.

Quando apresentado em termos de taxas de juros nominais, essa combinação de um aumento na


demanda de capital financeiro e uma queda na oferta de capital financeiro (poupança), aumenta a taxa
nominal de juros de equilíbrio.

A taxa de inflação efetiva e eventualmente, a taxa de inflação esperada, também estão relaciona-
das à taxa de crescimento de oferta de moeda. Podemos assim concluir que as taxas mais elevadas de
crescimento de oferta de dinheiro levam às taxas de inflação mais altas, e consequentemente à maiores
taxas de juros nominais.
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COPOM
O Comitê de Políticas Monetárias (COPOM) foi instituído em 1996, tendo por objetivos o esta-
belecimento das diretrizes de política monetária e a definição da taxa de juros. Sua criação foi baseada
no modelo adotado nos EUA, que visa proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo
decisório da autoridade.

Com a implantação do sistema de metas de inflação em 1999, as decisões do COPOM passaram a


ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo CMN. A taxa de juros fixada na reunião
do COPOM é a meta para a SELIC, que terá vigor por todo o período entre as reuniões ordinárias.

Eventualmente, o COPOM pode se reunir em caráter extraordinário para definir o viés, que é a
prerrogativa dada ao presidente do BC para alterar a meta para a SELIC a qualquer momento entre as
reuniões.

O COPOM é composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do BC, com direito a voto, sen-
do presidido pelo presidente do BC, que tem voto decisivo em caso de empate. A partir de 2006, as reu-
niões ordinárias do COPOM passaram de mensais para a cada seis semanas. Com isso, as reuniões, antes
12 por ano, passaram a 8 por ano. As datas de cada reunião são divulgadas previamente e cada reunião
se divide em dois dias.

A cada decisão sobre a meta da SELIC, o mercado passa a ter novo referencial para a cobrança de
novas taxas de juros junto aos créditos fornecidos aos clientes. Os investimentos financeiros atrelados so-
frem alterações nas taxas de juros. Por exemplo, a redução da SELIC reduz a rentabilidade dos fundos que
a tem como parâmetro, outro exemplo, as empresas ou consumidores podem ter empréstimos a taxas
menores. Vemos dessa forma, um estímulo para novos investimentos ou consumo.

JUROS E ATIVIDADE ECONÔMICA


Numa política monetária expansionista, o BC aumenta oferta monetária. A economia passa a
ter mais moeda que demanda pelas pessoas. A taxa de juros reduz de modo que a demanda monetária
aumente e se iguale a nova oferta monetária. Com uma taxa de juros menor, os investidores são esti-
mulados e aumenta a demanda agregada pelo processo do multiplicador. Podemos observar raciocínio
inverso se as autoridades monetárias pretendem fazer uma política monetária contracionista.

Percebemos que, para estimular a economia, a redução na taxa de juros é um fator que serve para
elevar o nível de atividade. O efeito da taxa de juros pode ser observado não apenas sobre os investimen-
tos. As famílias também podem ser influenciadas a consumir mais devido a melhora no custo do crédi-
to concedido. A política monetária tem um papel fundamental sobre a atividade econômica. Todas as
decisões, no entanto, têm uma defasagem de tempo para o surgimento dos primeiros resultados sobre
economia como um todo.
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POLÍTICA CÂMBIO
Define-se política cambial como atuação da autoridade monetária na administração dos ativos
em moedas estrangeiras, além do ouro, visando dar estabilidade à paridade de moedas e induzir desem-
penhos das transações internacionais de acordo com as diretrizes da política econômica.

A política cambial é fortemente associada à política monetária. Por exemplo, se há um forte in-
gresso de divisas em função do bom desempenho das exportações, crescimento do volume de recursos
captados pela emissão de títulos no exterior ou significativo fluxo para aplicações em bolsas de valores,
o governo é obrigado aumentar a dívida pública mobiliária, emitindo títulos para enxugar a moeda que
entra em circulação pela troca de dólares por reais, com isso a política monetária enfrenta dificuldade
para controlar os juros, dado que o custo do governo aumenta.

DETERMINANTES DA TAXA DE CÂMBIO


Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira, comedido em unidades ou frações (cen-
tavos) da moeda nacional. O câmbio reflete o custo de uma moeda em relação à outra, dividindo-se em
taxa de venda e taxa de compra.

Pensando sempre do ponto de vista do banco, a taxa de venda é o preço que o banco cobra para
vender a moeda estrangeira, enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita pagar pela
moeda estrangeira que lhe é ofertada.
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A taxa de câmbio intermedia todas as transações entre residentes e não residentes de um país, in-
fluenciando as exportações, importações, entradas de capitais estrangeiros, rentabilidade das aplicações
no exterior e volume de reservas. Portanto, o câmbio é uma das variáveis mais importantes da macroeco-
nomia, sobretudo no que se refere ao comércio internacional. Quando se deseja negociar ativos de um
país para outro, quase invariavelmente temos de mudar a unidade de conta do valor desses ativos - da
moeda doméstica para moeda estrangeira.

A taxa de câmbio Nominal é o valor da moeda nacional para adquirir uma unidade de moeda
estrangeira. Cada país possui uma paridade diferente com cada uma das moedas dos países que possu-
em comércio.

O câmbio nominal afeta diretamente o preço de um produto nacional em moeda estrangeira ou


afeta a rentabilidade das exportações. Por exemplo: a desvalorização reduz o preço dos bens nacionais
em moeda estrangeira, aumentando a demanda de forma análoga as importações.

Outro conceito muito analisado é a taxa de câmbio real (E), é um valor corrigido da taxa de câm-
bio nominal pelo preço estrangeiro (P*) e o doméstico (P).

E = L.P*/P
Onde:

E = câmbio real
L = real/dólar (Câmbio nominal)
P* = Inflação internacional de preços ao consumidor
P = inflação doméstica de preços ao consumidor

O câmbio real mede a paridade em termos de bens dos dois países. Um câmbio real mais valoriza-
do significa que um bem nacional pode adquirir maior quantidade que o similar estrangeiro, já a mudan-
ça no câmbio nominal pode compensar a inflação doméstica e, assim, manter a paridade do câmbio real.

O câmbio real pode ser considerado uma medida de competitividade para um país.

A paridade cambial da moeda nacional com as moedas estrangeiras, pode ser mensurada através
da taxa de câmbio efetiva. Neste caso, o índice não é medido em reais por dólar. O índice é uma cesta de
moedas estrangeiras dos principais parceiros econômicos dos países. A ponderação pode ser participa-
ção que cada país possui na pauta de exportação ou o fluxo de comércio.

A taxa de câmbio real efetiva é uma medida da taxa de câmbio nominal efetiva corrigida pelo
preço doméstico e os preços vigentes de cada país.

A intervenção do BC, via dealers, pode ser feita sobre o estoque de moedas da seguinte forma:
1) Se a taxa de câmbio cai, ficando muito abaixo do nível de preço desejado pelo governo, o que indica
que a oferta de moeda estrangeira é maior do que a procura, o BC entra no mercado e compra os excesso
de divisas, o que implica gradual elevação de taxa (a intervenção continua até que a taxa retorne ao nível
desejado);

2) Se a taxa de câmbio sobe, ficando acima das expectativas oficiais, indica, que a oferta de moeda é me-
nor do que a procura, o BC lança mão de seus estoques de divisas das reservas internacionais e vende, no
mercado, um determinado montante, aumentando assim a oferta de moeda estrangeira e fazendo cair a
taxa voltando ao nível desejado.
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TAXAS DE CÂMBIO SPOT E FORWARD
A taxa de câmbio spot é aquela que mostra a relação entre 2 moedas para troca imediata, atual. Já
a taxa forward mostra a taxa de câmbio para troca de 2 moedas a uma data futura, pré-estabelecida.

Se uma taxa spot está em BRL/USD 3,80 e a taxa forward está em BRL/USD 4,00, dizemos que ela
está tratando a um prêmio em relação ao spot, se estiver mais baixa, dizemos que está tratando a um
desconto.

APRECIAÇÃO E DEPRECIAÇÃO DE MOEDAS


A apreciação de uma taxa spot depende do que ocorre com os diferenciais de juros entre os
países. Do nosso exemplo, se o juro no Brasil estiver mais alto que o juro dos EUA, esperamos que a taxa
forward aumente em relação à taxa spot.

RESERVAS INTERNACIONAIS
Assim como as pessoas ou as empresas necessitam de reservas para atender a suas obrigações
financeiras, os países também tinham necessidade de manter reservas monetárias para atendimento de
seus compromissos internacionais, o que se denomina “liquidez internacional”.

As reservas monetárias internacionais, também chamadas de “reservas cambiais” ou simplesmen-


te “reservas internacionais”, compreendem moedas livremente conversíveis, bem como o ouro, além
de permitir aos países financiar déficits temporários em seus balanços de pagamentos, exercem papel
importante na defesa da estabilidade de suas taxas cambiais.
As reservas internacionais aumentam quando há um superávit do balanço de pagamento, ou seja,
todas as transações comerciais financeiras, tanto de um como outro país são positivas.

Suponha que um exportador busque vender um bem do exterior e com a venda realizada, tal
agente receberá dólares do comprador estrangeiro. O exportador vende esses dólares e o BC, por sua
vez, compra tais dólares, pagando o exportador em reais, significa dizer que as reservas internacionais
aumentaram uma vez que o BC comprou dólares, o efeito disso consiste na elevação da oferta monetária
na economia. O BC injeta reais na economia via pagamento de moeda local ao exportador.

Ainda pensando na balança comercial, pensemos nas importações. O importador compra um


bem no exterior e para isso tem que ter dólares em mãos, a importação tem um efeito de reduzir as
reservas internacionais, uma vez que o BC venderá os dólares ao importador, enxugando a oferta mone-
tária na economia, o BC retira reais da economia através desse pagamento pelo importador em moeda
local.

RELAÇÕES DE PARIDADE ENTRE MOEDAS


Paridade, é a relação de preço que se verifica entre duas moedas estrangeiras.
Mais especificamente, a paridade cambial é o resultado de uma equação que leva em conta o diferencial
de taxas de juros interna e externa, a desvalorização das outras moedas de países com os quais o gover-
no brasileiro mantém relações comerciais e às necessidades de pagamento por parte do governo brasi-
leiro aos credores, com isso, qualquer alteração nas taxas de juros ou nas taxas de câmbio internacional
provoca instabilidade e opiniões divergentes sobre o rumo da economia.
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O desaparecimento do padrão-ouro e as distorções provocadas pela inflação na maioria dos paí-
ses após a 1ª Guerra Mundial (1914 – 1918) destruíram, completamente o sistema das paridades estáveis
entre as várias moedas, sistema que vinha funcionando até então.

Com o fim da Guerra, surgiu a ocupação, entre os diversos países, do estabelecimento de novos
tipos de câmbio, uma vez que os anteriores haviam perdido o significado. Em 1919, o economista sueco
Gustav Cassel procurou determinar os níveis em que se deveriam fixar as novas paridades desenvolven-
do uma nova teoria, que recebeu o nome de teoria da paridade do poder de compra. Com essa teoria
procurou-se demonstrar que as políticas comerciais e monetárias e internas exerce influência sobre a
taxa cambial.

Sendo o valor da moeda representado pelo poder aquisitivo, a compra da moeda estrangeira
nada mais seria, então, do que a troca de poder aquisitivo nacional do poder aquisitivo estrangeiro. Des-
te modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as modificações relativas dos preços em dois países consi-
derados, essa teoria pode ser expressa com a seguinte fórmula:

Onde:

CUPOM
O cupom cambial foi o elemento fundamental na política cambial de taxas administrativas vi-
gentes até 1999, passando a desempenhar um papel coadjuvante na atual política cambial de taxas
flutuantes. Ele nada mais é do que a remuneração efetiva dos dólares convertidos em reais e aplicados
no mercado financeiro brasileiro. Seu valor expressa o interesse do investidor estrangeiro em aplicar seus
recursos no Brasil, levando em consideração o risco de crédito soberano que passa a assumir e o retorno
que teria em seu país. O cupom é dito limpo quando incorpora a cotação corrente da taxa de câmbio e
dito sujo quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda (PTAX800) do dia anterior à compra do
título.

A taxa do cupom cambial varia conforme a oferta e a demanda por dólar ou proteção cambial.
Se houver uma pressão vendedora de papéis lastreados em dólar, a tendência do cupom é subir, pois
o vendedor estará dando um prêmio ou juros maiores para atrair o comprador. Se houver uma pressão
compradora, a tendência é baixar o prêmio, pois os compradores estariam procurando papel e proteção
cambial a ponto de aceitar em até um cupom cambial negativo.

O cupom cambial pode ser calculado através da seguinte fórmula:

Exemplo:
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Qual o cupom cambial de um papel com 90 dias corridos (63 dias úteis com base 252), a taxa livre de
risco é 6.5% a.a. (base 365), a taxa spot é de 3,900 U$ e o forward para 3 meses é 3,904?

Taxa efetiva do papel: (6,5/100+1)^(63/252)-1 = 0.012272%


Variação cambial do período: 3,904/3,900 – 1 = 0.001026%

O cupom cambial seria os juros real em dólar que falta para que a soma deste com a variação cambial do
período seja igual à taxa de juros livre de risco efetiva do período. Ou seja:

Taxa efetiva do papel = (variação cambial do período) * (cupom cambial)


(0.012272/100+1) = (0.001026/100+1) * cupom cambial

Cupom cambial = (0.012272/100+1)/(0.001026/100+1)-1)/90)*360*100 =


0.044
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CUPOM CAMBIAL DE
DI1
O contrato funciona como uma ferramen- Considerando uma instituição que queira
ta de proteção contra flutuações da taxa de juros investir na taxa de juro brasileira e precise se pro-
referenciada ao dólar. Para entendermos o Contrato teger contra o risco da variação cambial por conta
Futuro de Cupom Cambial devemos ter em mente da internalização de dólares, o Contrato Futuro
aspectos macroeconômicos, em especial, a pari- de Cupom Cambial mostra-se um instrumento de
dade de juros. Assim, o cupom cambial pode ser proteção eficiente, pois remunera o investidor pela
interpretado como o rendimento em dólares para diferença entre a variação da taxa de juro em dólar
estrangeiros que assumem o risco de investir no contratada e a realizada do período. Importante
Brasil. considerar que o contrato é negociado em taxa
de juro “suja”, ou seja, desconsidera-se a variação
O ativo subjacente do contrato, portanto, é cambial entre o momento do negócio e a PTAX do
a taxa de juro calculada pela diferença entre a taxa dia útil anterior à data de negociação.
média de depósitos interfinanceiros de um dia (DI)
e a variação cambial medida pela PTAX800, calcula-
da e divulgada pelo Banco Central do Brasil (BCB).


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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: Taxa de juro obtida a partir do cálculo da diferença entre a
acumulação da Taxa de DI, no período compreendido entre a data de operação, in-
clusive, e a data de vencimento, exclusive, e a variação da taxa de câmbio PTAX800
venda observada entre o dia útil anterior à data da operação, inclusive, e a data de
vencimento do contrato, exclusive.

Código de negociação: DDI

Tamanho do contrato: Preço unitário (PU) multiplicado pelo valor do ponto, ex-
presso em dólares, sendo cada ponto equivalente US$0,50 (cinquenta centavos).
Cotação: Taxa de juro, expressa em percentual ao ano, linear, base 360 dias corridos,
com até duas casas decimais.

Variação mínima: de apregoação 0,01%.

Lote padrão: 1 contrato.

Último dia de negociação: Sessão de negociação anterior à data de vencimento.


Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Meses de vencimento: Todos os meses.

Liquidação no vencimento: Financeira no dia útil seguinte à data de vencimento,


pela cotação (preço unitário) de 100.000 pontos.
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FRC
O Forward Rate Agreement (FRC) é um produto estruturado que combina a negociação de dois contratos
futuros de Cupom Cambial, com natureza opostas, de forma a expor o investidor à um Cupom Cambial à
termo, ou seja, com início em uma data futura.

Esse mecanismo auxilia os investidores a negociar uma taxa de juro referenciada em dólar à termo sem
correr o risco de execução em livros de ofertas distintas para cada Futuro de Cupom Cambial.

Apesar de possuir um livro de ofertas individual, as operações de FRC não são considerados contratos
para fins de posição em aberto, uma vez que são automaticamente transformadas pelo sistema da B3 em
duas outras operações: a primeira para o primeiro vencimento de DDI (ponta curta) e a segunda, de natu-
reza inversa, para o vencimento de DDI idêntico ao vencimento negociado no FRC (ponta longa). A partir
do penúltimo dia de negociação do primeiro vencimento de DDI, a primeira operação (ponta curta) será
gerada no segundo vencimento de DDI, mantendo-se esse vencimento até o penúltimo dia de negocia-
ção, quando o processo se repetirá.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: Futuro de Cupom Cambial a termo, compreendido entre a
data de do vencimento do Futuro de Cupom Cambial curto (ponta curta) e a data
do vencimento do Futuro de Cupom Cambial Longo (ponta longa).

Código de negociação: FRC

Cotação: Taxa de juro, expressa em percentual ao ano, linear, base 360 dias corridos,
com até duas casas decimais.

Variação mínima: de apregoação 0,01%.

Lote padrão: 10 contrato.

Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Meses de vencimento: Todos os vencimentos do contrato de DDI, excluído o venci-


mento-base.
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CUPOM CAMBIAL
DE OC1
O contrato funciona como uma ferramen- Considerando uma instituição que queira investir
ta de proteção contra flutuações da taxa de juro na taxa de juro brasileira e precise se proteger con-
referenciada ao dólar. Para entendermos o Contrato tra o risco da variação cambial por conta da inter-
Futuro de Cupom Cambial devemos ter em mente nalização de dólares, o Contrato Futuro de Cupom
aspectos macroeconômicos, em especial, a pari- Cambial de OC1, mostra-se um instrumento de
dade de juros. Assim, o cupom cambial pode ser proteção eficiente, pois remunera o investidor pela
interpretado como o rendimento em dólares para diferença entre a variação da taxa de juro em dólar
estrangeiros que assumem o risco de investir no contratada e a realizada do período. Importante
Brasil. considerar que o contrato é negociado em taxa
de juro “suja”, ou seja, desconsidera-se a variação
O ativo subjacente do contrato, portanto, é cambial entre o momento do negócio e a PTAX do
a taxa de juro calculada pela diferença entre a taxa dia útil anterior à data de negociação.
de juros equivalente à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) e a
variação cambial medida pela PTAX800, calculada e
divulgada pelo Banco Central do Brasil (BCB).

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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: Taxa de juro obtida a partir do cálculo da diferença entre a
acumulação da Taxa Média das Operações Compromissadas de Um Dia no período
compreendido entre a data de operação, inclusive, e a data de vencimento, exclusi-
ve, e a variação da taxa de câmbio observada entre o dia útil anterior à data da ope-
ração, inclusive, e a data de vencimento do contrato, exclusive.

Código de negociação: DCO

Tamanho do contrato: Preço unitário (PU) multiplicado pelo valor do ponto, ex-
presso em dólares, sendo cada ponto equivalente US$0,50 (cinquenta centavos).

Cotação: Taxa de juro, expressa em percentual ao ano, linear, base 360 dias corridos,
com até duas casas decimais.

Variação mínima de apregoação: 0,01%.

Lote padrão: 1 contrato.

Último dia de negociação: Sessão de negociação anterior à data de vencimento.

Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Meses de vencimento: Todos os meses.

Liquidação no vencimento: Financeira.


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CUPOM IPCA
O contrato funciona como uma ferramenta O contrato é negociado em taxa de juro real
de proteção contra flutuações da taxa de juro real “limpa”, ou seja, desconsiderando a inflação acumu-
brasileira. O cupom de IPCA é a taxa de juro real lada da última divulgação até a data de negociação.
calculada pela diferença entre a taxa média dos Assim, a variação de inflação até o vencimento do
depósitos interfinanceiros de um dia (DI) e a infla- contrato a ser considerada para cálculo da taxa real
ção medida pelo Índice de Preço ao Consumidor é baseada no valor do Índice IPCA pro rata do dia
Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de de negociação.
Geografia e Estatística (IBGE).
A atualização diária das posições também
Considerando um título sem pagamento de considera o valor do IPCA pro rata para correção do
fluxos de juros intermediários, ou seja, sem paga- preço de ajuste, desta maneira, essa dinâmica ga-
mento de cupom, o Contrato Futuro de Cupom rantirá ao investidor a diferença entre a taxa de juro
de IPCA se mostra um instrumento de proteção real “limpa” negociada e a taxa de juro real “limpa”
equivalente, pois ele replica o valor presente de um realizada entre a data de negociação e o vencimen-
financeiro descontado por uma taxa de juro real. to do contrato.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: Taxa de juro real obtida a partir do cálculo da diferença
entre a acumulação da Taxa de DI, no período compreendido entre a data de ope-
ração, inclusive, e a data de vencimento, exclusive, e a variação do IPCA observada
entre a data da operação e a data de vencimento do contrato, inclusive.

Código de negociação: DAP

Tamanho do contrato: 100.000 x R$0,00025 x IPCA ou PU multiplicado pelo valor


em reais de cada ponto, sendo R$0,00025 o valor de cada ponto, multiplicado pelo
valor do IPCA pro rata tempore.

Cotação: Taxa de juro exponencial, expressa ao ano (base 252 dias úteis), com duas
casas decimais.

Variação mínima de apregoação: 0,01%.

Lote padrão: 5 contratos.

Último dia de negociação: Sessão de negociação anterior à data de vencimento.

Data de vencimento: 15º dia do mês de vencimento. Caso não houver sessão de
negociação, a data de vencimento será a próxima sessão de negociação.

Meses de vencimento: Todos os meses.

Liquidação no vencimento: Financeira.


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TA X A D 1
O Contrato Futuro de DI1 tem como ativo subjacente a taxa média diária dos
Depósitos Interfinanceiros (DI), calculada e divulgada pela B3, compreendida entre a data de negociação,
inclusive, e a data de vencimento, exclusive, e é utilizado para proteção e gerenciamento de risco de taxa
de juro de ativos/passivos referenciados em DI.

O contrato tem valor nocional de R$100.000 na data de vencimento, e o valor na data de nego-
ciação (PU) é igual ao valor de R$100.000 descontado pela taxa negociada. Como a posição é atualizada
diariamente pela Taxa DI através da dinâmica de atualização do PU pelo fator de correção, o investidor
que carrega a posição até o vencimento recebe ajustes diários que somados equivalem à diferença entre
a taxa de juro contratada e a realizada, sobre o montante financeiro da operação.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: A taxa de juro efetiva até o vencimento do contrato, defini-
da pela acumulação das taxas diárias de DI no período compreendido entre a data
de negociação, inclusive, e o último dia de negociação do contrato, inclusive.

Código de negociação: DI1

Tamanho do contrato: Preço unitário (PU) multiplicado pelo valor em reais de cada
ponto, sendo cada ponto equivalente à R$1,00 (um real). O contrato vale 100.000
pontos no vencimento.

Cotação: Taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais.

Variação mínima de apregoação: 0,001% do 1º ao 3º mês de vencimento; 0,005%


do 4º ao 12º mês de vencimento; e 0,01% para os demais vencimentos.

Lote padrão: 5 contratos.

Último dia de negociação: Sessão de negociação anterior à data de vencimento.

Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Meses de vencimento: Todos os meses.

Liquidação no vencimento: Financeira.


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TA X A S E L I C
O Contrato Futuro de Operações Compromissadas de Um Dia (OC1) tem como ativo subjacente
a taxa média diária das operações de troca de dinheiro entre os bancos lastreadas em Títulos Públicos,
compreendida entre a data de negociação, inclusive, e a data de vencimento, exclusive, e é utilizado para
proteção e gerenciamento de risco de taxa de juro de ativos/passivos referenciados em SELIC.

O contrato tem valor nocional de R$100.000 na data de vencimento, e o valor na data de nego-
ciação (PU) é igual ao valor de R$100.000 descontado pela taxa negociada. Como a posição é atualizada
diariamente pela Taxa Selic através da dinâmica de atualização do PU pelo fator de correção, o investidor
que carrega a posição até o vencimento recebe ajustes diários que somados equivalem à diferença entre
a taxa de juro contratada e a realizada, sobre o montante financeiro da operação.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: A taxa de juro efetiva até o vencimento do contrato, de-
finida pela acumulação das taxas médias diárias de operações compromissadas
no período compreendido entre a data de negociação, inclusive, e o último dia de
negociação do contrato, inclusive.

Código de negociação: OC1

Tamanho do contrato: Preço unitário (PU) multiplicado pelo valor em reais de cada
ponto, sendo cada ponto equivalente à R$1,00 (um real). O contrato vale 100.000
pontos no vencimento.

Cotação: Taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais.

Variação mínima de apregoação: 0,001% do 1º ao 3º mês de vencimento; 0,005%


do 4º ao 12º mês de vencimento; e 0,01% para os demais vencimentos.

Lote padrão: 5 contrato.

Último dia de negociação: Sessão de negociação anterior à data de vencimento.

Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Meses de vencimento: Todos os meses.

Liquidação no vencimento: Financeira.


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P TA X
PTAX é uma taxa de câmbio calculada durante o dia pelo Banco Central do Brasil. Consiste na
média das taxas informadas pelos dealers de dólar durante 4 janelas do dia. É a taxa de referência para o
valor do Dólar de D2 (em dois dias úteis).

Normalmente, os contratos de derivativos de câmbio são liquidados com base na PTAX divulgada
para o dia útil anterior.
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FORMAÇÃO
As taxas PTAX de compra e de venda correspondem, respectivamente, às médias aritméticas das
taxas de compra e de venda das consultas realizadas diariamente. São feitas quatro consultas de taxas
aos dealers de câmbio: entre 10h e 10h10; 11h e 11h10; 12h e 12h10; e 13h e 13h10. Cada janela de
consulta dura 2 minutos e as taxas de câmbio de compra e de venda referentes a cada consulta corres-
pondem, respectivamente, às médias das cotações de compra e de venda efetivamente fornecidas pelos
dealers, excluídas, em cada caso, as duas maiores e as duas menores.

Quando você faz gastos no exterior ou saques no exterior usando o cartão de crédito, a taxa co-
brada é a PTAX Venda – como se o banco ou administradora do cartão estivesse vendendo a moeda para
o cliente.

A PTAX Compra é usada somente pelas instituições financeiras: é o preço que os bancos pagam
pela moeda que é ofertada aos clientes. Em todos os casos, a PTAX venda é mais alta. Isso porque inclui
os custos operacionais das instituições financeiras.

Além de afetar o custo de viagens internacionais e compras feitas em dólar, a PTAX também tem
impacto no preço de produtos importados.

Para ficar mais claro: um produto produzido em outro país é comprado por revendedores brasi-
leiros em Dólar para depois ser revendido em Reais. Como, normalmente, o Dólar PTAX é a taxa usada,
quanto maior ela ficar, maior tende a ser o custo do produto em questão no Brasil.

Em resumo: qualquer variação do câmbio do dólar e, portanto, da taxa PTAX, afetará o consumi-
dor de várias formas. Aumentando a PTAX, as compras feitas no exterior ficam mais caras, assim como o
preço de produtos importados no Brasil, aumentando o dólar turismo, e o preço das passagens aéreas,
por exemplo. Por fim, vale lembrar: a cotação do dólar PTAX é diferente das cotações do dólar turismo e
comercial.
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DÓLAR COMERCIAL
As operações no mercado de câmbio contemplam a negociação de moedas estrangeiras entre
participantes com diferentes objetivos. Podem ser divididas, basicamente, em operações do mercado
primário e mercado secundário (interbancário).

O mercado de câmbio primário é formado pelas operações de natureza comercial e financeira ne-
gociadas, contratadas e liquidadas com bancos autorizados de acordo com a legislação cambial nacional
em vigor. As operações desta natureza sensibilizam a balança comercial e, consequentemente, o balanço
de pagamentos.

Já o mercado de câmbio secundário é formado pelas operações negociadas, contratadas e liqui-


dadas entre instituições financeiras habilitadas, não impactando a balança comercial, uma vez que não
decorrem efetivamente de uma operação de comércio exterior ou transferência de recursos para o exte-
rior.

A B3 disponibiliza ambiente para negociação e liquidação de Dólares norte-americanos no mer-


cado secundário. A negociação pode ser realizada no sistema eletrônico, em mercado de bolsa, ou no
mercado de balcão. A B3 possui a Câmara de Câmbio que, mediante depósito de garantia das institui-
ções habilitadas, efetua a compensação das operações de câmbio de cada participante, de modo a obter
os correspondentes saldos líquidos credores e devedores, em moeda nacional e em moeda estrangeira.
Desta forma, ela atua como contraparte central de todas as operações de câmbio registradas na B3.
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NEGOCIAÇÃO DE DÓLAR A VISTA NA B3

Neste mercado, as instituições habilitadas inserem ordens de compra ou de venda de Dólares nor-
te-americanos que podem ser agredidas por outros participantes. Uma vez fechado o negócio, inicia-se
o processo de registro da operação nos sistemas da B3 e do Banco Central. Para participar do pregão de
Dólar pronto, as instituições deverão ser simultaneamente autorizadas a praticar operações no mercado
de câmbio interfinanceiro, nos termos da legislação em vigor, e estarem habilitadas na Câmara de Câm-
bio da B3.

OPERAÇÕES DE CÂMBIO REALIZADAS MERCADO DE BALCÃO

Outra possibilidade de negociação de Dólar à vista é no mercado de balcão. Neste caso, as ins-
tituições habilitadas negociam os parâmetros da operação por telefone ou qualquer outro sistema de
comunicação e registram a operação na B3.

Uma de suas principais características é a não divulgação de informações acerca das transações
realizadas, especialmente no que concerne aos preços. Isto é, os participantes das negociações não sa-
bem quais os preços que estão sendo tratados pelos demais agentes.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:

Código de negociação: USDP0000, USDP0001 e USDP0002

Cotação: Reais por US$ 1,00, com até 04 casas decimais

Liquidação: Financeira

Prazo de liquidação: Conforme acordado entre as partes, em D+0, D+1 ou D+2, a partir da data de ne-
gociação

Mercado: A vista

Lote padrão: Volume Mínimo: US$ 50.000,00

Volume Máximo: US$ 25.000.000,00


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DOLFUT
O Contrato Futuro de Dólar Comercial é o segundo contrato derivativo mais negociado no mer-
cado brasileiro, perdendo apenas para o Contrato Futuro de DI. Por servir para proteção ou especulação
sobre o preço da moeda em data futura, é bastante demandado pelo mercado.

O contrato pode ser utilizado como proteção para investidores que, por exemplo, tenham recebí-
veis em dólares americanos, ou exposição para pagamentos de passivos na moeda em datas futuras, em
valores nocionais inferiores aos do contrato padrão, ou até mesmo negociar sobre a tendência da moeda
no futuro e assim auferir lucro.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Objeto de negociação: Taxa de Câmbio de Reais (BRL) por Dólar dos Estados Uni-
dos da América (USD).

Código de negociação: DOL

Tamanho do contrato: USD50.000,00 (cinquenta mil Dólares dos Estados Unidos


da América).

Cotação: BRL por USD1.000,00.

Variação mínima de apregoação: BRL0,5 por USD1.000,00.

Lote padrão: 5 contratos.

Último dia de negociação: Sessão de negociação anterior à data de vencimento.

Data de vencimento: 1º dia útil do mês de vencimento.

Meses de vencimento: Todos os meses.

Liquidação no vencimento: Financeira.


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FRP
A estratégia de Forward Points de Dólar (FRP), consiste na negociação do vencimento-base do
Contrato Futuro de Dólar, por meio de uma cotação, expressa em taxa de câmbio de Reais por Dólares, a
ser acrescida ou diminuída da cotação do Dólar médio do dia, apurada no mercado à vista.

Por conseguinte, todas as operações serão transformadas, ao final da sessão de negociação, em


negócios no Contrato Futuro de Dólar na mesma quantidade e na mesma natureza de operação para o
vencimento-base.

Como a estratégia não representa um contrato, todas as movimentações financeiras serão apu-
radas para o Contrato Futuro de Dólar, inclusive os resultados de operações day trade. Adicionalmente,
não haverá posições em aberto em FRP, sendo que as operações realizadas sob esse código afetarão as
posições do Contrato Futuro de Dólar.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:
Objeto de negociação: Contrato Futuro de Dólar para vencimento- base.

Código de negociação: FRP

Tamanho do contrato: 1 Contrato de FRP = 1 Contrato Futuro de Dólar.

Cotação: BRL por USD1.000,00.

Variação mínima de apregoação: BRL0,10 por USD1.000,00.

Lote padrão: 5 contratos.

Meses de vencimento: Todos os meses.


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ROLAGEM
O Contrato Futuro de Dólar Comercial possibilita que o mercado negocie as expectativas futuras
da moeda.

As operações de rolagem, ou spread calendário, como também são conhecidas, são estruturas
que permitem a negociação de dois vencimentos mutuamente, sequenciais ou não, de um determinado
contrato futuro, através da apregoação da diferença de preço existente entre os vencimentos.

As operações de rolagem são normalmente realizadas por investidores que desejam migrar suas
posições para um vencimento mais longo devido à, por exemplo, falta de liquidez em determinados
vencimentos. Adicionalmente, essas operações também são bastante utilizadas por investidores que
desejam operar diferenciais de preços entre vencimentos, por acreditarem em arbitragem entre eles, ou,
até mesmo, desejarem fazer especulação direcional.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Código de negociação: DR1

Cotação: BRL por USD1.000,00.

Lote padrão: 5 contratos.


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VTC
A Operação Estruturada de Volatilidade de Taxa de Câmbio (VTC) é um mecanismo oferecido
pela B3 para negociar, em uma única operação, Contrato de Opções e de Futuros sobre Taxa de Câmbio
de Reais por Dólar Comercial, em quantidades que representem um portfólio delta-neutro. Dessa forma,
o investidor fica exposto à volatilidade do ativo-objeto (taxa de câmbio de USD/BRL), eliminando o risco
de execução ao se negociar cada produto em livros de ofertas independentes.

O VTC não é um novo contrato, mas sim um facilitador de execução para operações estruturadas.
Dessa forma, não há posições em aberto de VTC, pois as operações realizadas serão automaticamente
desmembradas em Contrato de Opções e de Futuros sobre Taxa de Câmbio de Reais por Dólar Comercial.
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Objeto de negociação: Opção de Compra ou de Venda sobre o Futuro da Taxa de
Câmbio de Reais por Dólar Comercial e do Contrato Futuro da Taxa de Câmbio de
Reais por Dólar Comercial.

Código de negociação: VTC

Tamanho do contrato: 1 contrato = 1 opção.

Cotação: O prêmio da opção.

Variação mínima de apregoação: BRL0,001 por USD1.000,00. Lote padrão: Múlti-


plos de 5 contratos, com o mínimo de 100 contratos.

Meses de vencimento: Todos os meses.


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