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Fundamentos da Análise Técnica

Fundamentos da Análise Técnica

Principais premissas

A análise técnica é um conjunto de métodos de avaliação de investimentos que se baseia


na análise das séries de preços passadas para prever o comportamento futuro desses
preços. Ela objetiva identificar tendências e antecipar o comportamento do mercado,
assim, orientando decisões de compra, venda ou, até mesmo, permanência neutra.

Para que as oscilações de preços passadas possam orientar decisões futuras é necessária
uma premissa básica: os preços apresentam padrões que se repetem. Aceitar essa
premissa implica concordar com a violação de uma das hipóteses de mercado eficiente,
considerada por muitos estudiosos das finanças clássicas.

O termo mercado eficiente consiste em aceitar que todas as informações disponíveis já


estão incorporadas aos preços presentes e, portanto, o preço só depende de novas
informações. No entanto, o mercado pode apresentar níveis de eficiência. São elas:

Figura – 3 tipos de eficiência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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A análise técnica implica considerar a violação da hipótese mais básica das três citadas:
eficiência fraca. A principal justificativa utilizada é a de que os investidores não agem
totalmente independentes uns dos outros, ou seja, eles observam as ações dos demais,
apresentam padrões de escolhas baseadas em vieses psicológicos e são sugestionáveis.
Esses padrões e recorrências do comportamento dos investidores permite ao analista
técnico identificar movimentos do mercado que antecedem tendências nos preços.
Portanto, toda essa dinâmica culmina em três princípios básicos:

• A ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste;

• Os preços se movimentam em tendências; e

• O futuro repete o passado.

A análise técnica pode ser segmentada em duas formas:

Análise Gráfica

A análise gráfica, como o próprio nome diz, objetiva a identificar padrões das séries
financeiras em gráficos de preços e, assim, apontar tendência de queda ou de crescimento
dos preços. Entre as ferramentas mais utilizadas, podem ser destacadas: gráficos de
barras, linhas de suporte, linhas de resistência, ondas de Elliot, entre outras. É comum a
atribuição do termo “grafista” aos analistas que utilizam essas técnicas.

Análise Técnica Computadorizada

Já análise técnica computadorizada utiliza indicadores técnicos baseados nas medidas das
séries de preços: média, mínimo, máximo, variância, entre outros. Essa técnica é
considerada menos subjetiva que a análise gráfica.

Diferenças entra a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista

A forma e o momento em que se utiliza uma técnica de investimentos define o sucesso do

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investidor. Portanto, o analista deve saber as vantagens e desvantagens de cada técnica,
assim como o uso mais apropriado de cada uma delas. Principalmente, é preciso destacar
que há duas escolas principais de análise de investimentos:

A análise fundamentalista é indicada para investimentos em ações com horizontes de


tempo maiores que os adotados pela análise técnica, pois a escola fundamentalista
observa a estrutura da empresa (fundamentos) e é mais adotada por bancos (credores de
longo prazo), fundos de pensão e demais interessados no desempenho da empresa em
períodos abrangentes: desempenho nos próximos semestres ou anos.

A análise técnica observa o histórico de preços. Portanto, não é necessariamente adotada


apenas para ações (como é o caso da fundamentalista). Assim, essa técnica pode ser
aplicada aos demais ativos. Todavia, aplica-se a horizontes de curto prazo: dias e semanas.

É importante destacar que a análise fundamentalista se preocupa com o “porquê” do


investimento no ativo, uma vez que avalia a qualidade do investimento realizado, como:
capacidade de uma empresa honrar pagamentos, necessidade de caixa, capacidade de
gerar lucro, entre outros fatores. Para isso, são observados e comparados os
demonstrativos financeiros da empresa com os das demais empresas no mercado, os
indicadores macroeconômicos e as expectativas de crescimento, aumentando assim a
confiabilidade do investimento realizado. Observe que ela não garante o investimento,
mas reduz a insegurança ao buscar identificar o “real valor de uma empresa”, chamado de
valor intrínseco. A análise fundamentalista pressupõe que o valor de mercado da empresa
(valor da empresa em ações) tende ao valor encontrado pela análise fundamentalista,
mesmo que demore anos para isso.

Já a análise técnica não se preocupa com a qualidade do investimento realizado, mas sim
com o momento do investimento. Portanto, ela ignora todos os demonstrativos
financeiros e se preocupa com a identificação da melhor oportunidade para a venda ou
compra.

É possível perceber que as duas escolas não se opõem; ao invés, elas se complementam.
Por exemplo, o investidor que busca longo prazo pode utilizar a análise fundamentalista
para selecionar o ativo e a análise técnica para determinar o momento da compra. No

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entanto, essa análise em conjunto nem sempre é necessária, isso dependerá de:

• Horizonte de tempo: operações de compra e venda em períodos curtos (dias,


semanas ou minutos) não necessitam de uma análise fundamentalista apurada;

• Ativo: a análise fundamentalista não pode ser aplicada a determinados ativos, como
os derivativos de commodities agrícolas, ao contrário da análise técnica. E mesmo que seja
uma ação, uma empresa em situação financeira ruim ainda pode oferecer ganhos em
relação a oscilação de preços.

• Informações disponíveis: as informações utilizadas pela análise fundamentalista


são disponibilizadas em intervalos longos de tempo (como demonstrações trimestrais); já
os preços das ações e volumes são disponibilizados automaticamente.

Tabela – Análise técnica vs. análise fundamentalista.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Tipos de Gráficos

Os analistas técnicos que se utilizam de ferramentas gráficas buscam elaborar canais de


tendência conforme a amplitude das variações ocorridas nos preços. Esses recursos
podem ser adotados como forma de identificar a mudança na posição no mercado, ou
seja, figuras identificadas nos gráficos ou movimentos particulares podem significar
aumentos anormais nos preços ou quedas subsequentes.

Os movimentos nos preços, como estabilidade, alta ou quedas são identificados em


gráficos conforme o corte temporal (período analisado) e frequência (diário, semanal,

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anual). Para isso, são adotados diferentes gráficos. Entre eles, podem ser destacados
quatro gráficos principais:

Figura – Gráfico de Linha.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura – Gráfico de Barras e Volume.

Fonte: Elaborado pelo autor.

6
Figura – Gráfico de Candlestick.

Fonte: Elaborado pelo autor.

7
Figura – Exemplo de Candlestick.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura – Gráfico de Ponto e Figura.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Cada um apresenta suas vantagens e desvantagens e foram elaborados para agregar
informações ao observador. Os gráficos geralmente são apresentados segundo um eixo
vertical de valor e um eixo horizontal de tempo. Porém, também há gráficos que observam
o volume (quantidade) negociado na vertical. Nesse caso, geralmente é demonstrado
abaixo do gráfico de preços.

O gráfico de linha é o mais comum entre eles. Nele são demonstrados os preços dos ativos
analisados. Para uma ação, por exemplo, podem ser adotados os preços de encerramento
do dia (o mais comum), aberta do dia, máxima do dia ou mínima do dia. Observe o exemplo
da empresa Pão de Açúcar:

Escalas Aritmética e Logarítmica

As escalas utilizadas em um gráfico podem interferir na decisão tomada, pois elas realçam
ou diminuem determinados movimentos e, assim, alteram o foco do observador.

A escolha da escala define as proporções dos gráficos e alteram a forma como os


movimentos do mercado são demonstrados. A mais comum das escalas é a aritmética (ou
escala linear). Os gráficos que a utilizam são semelhantes a uma régua, pois os intervalos
entre as medidas são iguais à unidade utilizada.

Figura – Escala Aritmética.

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Nesse gráfico, a distância entre as unidades é idêntica, ou seja, a distância entre 2,00 e
4,00 é a mesma que entre 28,00 e 30,00. Essa escala nem sempre é útil, pois os ganhos
auferidos com os investimentos se dão em percentual. Por exemplo, uma ação que
valorizou de 2,00 para 4,00 teve ganho maior em porcentagem do que uma que valorizou
de 28,00 para 30,00. Pois de 2,00 para 4,00 houve um ganho de 100%; e de 28,00 para
30,00 houve um ganho de 7,14%.

Uma alternativa para essa problemática é a escala logarítmica:

Figura – Escala Logarítmica.

Fonte: Elaborada pelo autor.

A distância entre os pontos nessa escala se dá em percentual. Ou seja, a distância de 2 a 4


(100%) será a mesma que a distância entre 8 e 16 (100%), e assim por diante. Portanto,
essa escala permite a comparação entre rentabilidades ou perdas. Observe, por exemplo,
dois gráficos distintos para o mesmo ativo e para o mesmo período:

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Figura – Gráficos em diferentes escalas para um mesmo ativo.

Fonte: Elaborados pelo autor.

Os gráficos são respectivamente: logarítmico e aritmético. É perceptível que o gráfico


aritmético superestima os ganhos realizados. Além disso, à medida que são acrescentados
valores no eixo vertical, a perspectiva de análise do gráfico muda.

O analista técnico deve atentar às variações ocorridas nos ativos. Caso elas sejam
exponenciais, é recomendável utilizar a escala logarítmica, que realça esses
comportamentos. Além disso, é importante ressaltar que essa escala tende a dar menos
ênfase aos eventos atípicos e realça mais as tendências de longo prazo.

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Períodos Gráficos

Os gráficos que utilizam o tempo como um dos eixos podem utilizar diferentes intervalos.
São alguns deles:

• Intraday (“intradia” – intervalos de tempo dentro do próprio dia);

• Diário;

• Semanal;

• Mensal.

Figura – Exemplo de gráfico diário com ações da PETR4 – Diário (também pode ser
representado por 1D).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura – Exemplo de gráfico semanal com ações da PETR4 – Semanal (também pode ser
representado por 1S).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Exemplo de gráfico mensal com ações da PETR4 – Mensal (também pode ser
representado por 1M).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Note que à medida que o intervalo de tempo aumenta, o gráfico anterior é incorporado
como parte do gráfico posterior.

Quanto maior a propensão a especular do investidor, menores serão os períodos utilizados


nos gráficos. Isto é, as decisões grafistas necessitam de grandes amostras, mas como é
adotado um prazo curto, é preciso utilizar períodos menores para identificar as
oportunidades em prazos muito curtos.

Indexação

A indexação consiste em referenciar os valores de um gráfico em relação a outro gráfico.


Esse gráfico é chamado de gráfico indexado ou gráfico dividido por um indexador. Ou
seja, são observadas as proporções entre os diferentes ativos, e assim comparada a
rentabilidade dos ativos analisados. Geralmente, o indexador é um outro ativo de renda
fixa ou a própria inflação. Nesse último caso, é chamado de correção ou indexação dos
preços, pois mostra o preço do ativo corrigido. Desse modo, esse gráfico permite verificar
se os retornos dos ativos analisados compensam mais que o indexador

Já quando se trata de uma ação, por exemplo, pode ser utilizada outra ação ou um índice,
a fim de avaliar o comportamento da ação em relação ao setor ou o próprio mercado como
um todo.

Há valorização em gráfico indexado quando:

• o ativo analisado subir e o indexador cair;

• o ativo valorizar mais que a valorização do indexado; ou

• o indexador desvalorizar mais que a desvalorização do ativo.

Há desvalorização em gráfico indexado quando:

• o indexador subir e o ativo analisado cair;

• o indexador valorizar mais que a valorização do ativo; ou

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• o ativo desvalorizar mais que o indexador dele.

Considere como ativo a ação VALE5 e como indexador a ação PETR4. O gráfico indexado
deve ser analisado da seguinte forma:

• Se a análise do gráfico indica compra, deve-se comprar VALE5 e vender PETR4.


Justificativa: o desempenho da VALE5 é maior que o da PETR4.

• Se a análise do gráfico indica venda, deve-se vender VALE5 e comprar PETR4.


Justificativa: o desempenho da PETR4 é maior que o da VALE5.

Gráficos Perpétuos ou Contínuos

As séries financeiras representadas nos gráficos nem sempre apresentam continuidade.


Isso dependerá do ativo analisado. Por exemplo, contratos futuros apresentam data de
vencimento e, portanto, o mesmo contrato não pode ser analisado em diferentes anos. As
séries que têm “prazo de validade”, como alguns derivativos, são consideradas não
perpétuas. Observe o contrato de milho a seguir:

Figura – Exemplo de gráfico de c.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Nesses casos, a continuidade observada, por exemplo, no gráfico apresentado para a
PETR4 para diferentes anos não pode ser observada claramente para um derivativo. Nesse
caso, é realizada uma espécie de “emenda” entre as séries.

No caso de contratos futuros, são conjugadas as séries para os contratos de mesmo


vencimento. Assim, a série de um contrato com vencimento em março de 2017, por
exemplo, é agrupada com a série de outro com vencimento em março de 2018. Para isso,
logicamente, é respeitado o ativo em questão (mesmo ativo objeto).

Para que esse processo seja corretamente realizado, é preciso respeitar alguns critérios,
como:

• A liquidez do contrato não pode estar muito baixa. Portanto, o dia de vencimento
não pode ser utilizado para interconectar as séries;

• Para interconectar as séries, é realizada a divisão da série antecessora à próxima por


um fator.

Esse trâmite aumenta as séries e torna-as perpétuas, possibilitando que o analista técnico
utilize uma variedade maior de ferramentas e possa trabalhar com séries contínuas.

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Teoria De Dow

Ideias básicas

A teoria de Dow é um dos principais alicerces da análise gráfica, que é baseada em seis
princípios, são eles:

• os índices descontam tudo;

• o mercado apresenta três tendências;

• os movimentos no mercado apresentam três fases;

• a confirmação de uma reversão de tendência se dá pela ação conjunta de dois


índices;

• o volume deve confirmar a tendência; e, por fim,

• a tendência continua até surgir um sinal definitivo de que houve reversão.

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Figura – Teoria de Dow.

Fonte: Elaborada pelo autor.

É importante ter em mente que a teoria de Dow (e a análise técnica como um todo) se
baseia inteiramente no princípio básico de tendência. É através da tendência que é
possível definir a direção dos movimentos no mercado, as mudanças de percurso e se
haverá reversões. A tendência apresenta força e direção.

Figura – Tipos de tendência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura – Tendência varia conforme o tempo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Finalmente, é importante lembrar que a Teoria de Dow leva em conta unicamente os


preços de fechamento de uma determinada sessão. Ou seja, utiliza cotações de
fechamento para o cálculo das médias, não levando em conta os máximos e mínimos para
o cálculo de seus índices.

Tendência Primária, Secundária e Terciária

No entanto, há três tendências distintas, são elas: primária, secundária e terciária.

A primeira delas é considerada a principal por ser de longo prazo. Ela representa um longo
movimento de alta ou baixa de ativos. Não há uma definição clara do tempo de duração
de uma tendência primária, porém, ela tende a durar mais de um ano. Observe um
exemplo:

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Figura – Exemplo de tendência primária.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É importante destacar que a tendência primária não se realiza em forma de “linha reta”.
O movimento do mercado “caminha”, entretanto, em uma direção específica. Veja:

Figura – Direções Tendência de Alta e de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Cada um desses impulsos isolados vem a ser a tendência secundária (médio prazo), que
interrompem momentaneamente a primária, mas não a altera em modo algum. A
tendência secundária pode durar entre três semanas a três meses aproximadamente; e
tende a corrigir entre 1/3 e 2/3 do movimento de preços da tendência primária, da qual
faz parte:

Figura – Exemplo de tendência secundária.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Por sua vez, tendência terciária (curto prazo) faz parte da tendência secundária assim
como a secundária faz parte da primária. Elas tendem a ser movimentos de até 3 semanas.
Esta tendência é composta por pequenas oscilações, de curta duração (menor a três
semanas), e é a única que pode ser influenciada pelos big players.

Cada uma das tendências apresentadas acima é mais adequada para operações
específicas.

Regra da Confirmação

O volume está intimamente ligado à confirmação da tendência observada pois:

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• Em uma tendência de alta: na tendência de alta é esperado que o volume aumente
com a valorização dos ativos (manutenção da pressão de compra) e diminua com a
desvalorização do ativo (diminuição da pressão de compra).

• Em uma tendência de baixa: o volume aumenta na medida em que há uma


desvalorização (manutenção da pressão de venda) e diminui na medida em que há um
aumento (diminuição da pressão de venda).

O volume deve confirmar a tendência, pois, caso contrário, é um indicio de perda de força
da tendência observada.

Como o volume é uma terceira dimensão da análise, após o preço e o tempo, ele deve ser
bem entendido para que não haja equívocos. Como é sabido, o volume é o total de ativos
negociado em um determinado período. Ele é geralmente apresentado conjuntamente
com o preço, logo abaixo dele.

O volume pode confirmar, enfraquecer ou sugerir uma inversão/quebra. Assim, ele é


importantíssimo para o analista gráfico. No gráfico a seguir é demonstrado um movimento
de alta:

Figura – Alta de volume.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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O volume é demonstrado logo abaixo do preço por meio de colunas verdes para os
volumes no momento de alta e por meio de colunas vermelhas para os momentos de
baixa. Observe que os círculos azuis foram posicionados para indicar algumas das altas.

O gráfico ilustra a teoria descrita anteriormente. Os movimentos de alta em momentos de


tendência de alta apresentam maiores volumes do que os movimentos de baixa em
tendência de alta. Ou seja, as colunas de volume para os dias de alta indicados no gráfico
são maiores que as colunas para os momentos de baixa. Reforçando a tendência de alta
indicada.

O contrário é verdadeiro, na tendência de baixa os volumes de dias de queda são maiores


que os dos dias de baixa.

Importância do Volume

O volume é importante visto que reflete o grau de comprometimento


financeiro/emocional dos investidores com o ativo em questão. Por exemplo, uma queda
brusca com volume baixo não reflete a percepção total do mercado sobre o ativo, mas
uma queda brusca com volume alto indica a percepção de maior parte dos investidores.

O volume pode ser classificado de duas formas principais:

Figura – Volume por quantidade e financeiro.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O tipo de volume escolhido não é o principal fator da análise baseada no volume, mas sim
a relação entre o volume observado e os demais volumes históricos para o ativo. Isto é, só

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é possível afirmar se o volume está alto ou baixo através da comparação com o histórico
do ativo.

A importância do volume como indicador de rompimento e de reversão de tendência


ficará mais clara no tópico 3.5, no qual o uso do volume será mais detalhado.

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Conceito de Tendência

Definição, direção e força

Os movimentos do mercado são compostos de 3 momentos, que são:

Alta

O momento de alta corresponde à tendência altista e está ligado a fatores psicológicos


ligados ao otimismo. Ele pode ser subdividido em três fases:

• A primeira delas é a fase considerada de acumulação. Nela são absorvidas todas as


notícias do mercado e, a partir disso, os investidores mais experientes adotam suas
posições.

• A segunda fase é aquela na qual os analistas técnicos identificam a posição a ser


realizada e agem no mercado (comprando ou vendendo). Nessa fase, os preços mudam
rapidamente.

• Na terceira e última fase, há entrada dos investidores “inexperientes” e “atrasados”,


que seguem as notícias do mercado. Nesse momento, o volume especulativo aumenta. É
também nesta fase que o investidor “experiente” deve realizar os ganhos da operação
iniciada nas fases anteriores, pois há possibilidade de reversão para um momento de baixa.

Baixa

O momento de baixa é marcado por características semelhantes:

• A primeira fase é composta por investidores “experientes”, os quais identificam a


possibilidade de baixa.

• A segunda fase é marcada pela entrada de mais investidores que ratificam o

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pessimismo identificado na primeira fase. Novamente, cabe ao analista gráfico identificar
essa fase antes de entrar na terceira.

Confirmação

O momento de confirmação é marcado por ser posterior a grandes movimentações nos


preços do ativo no mercado, é representado por uma consolidação e comumente
chamado de mercado de ”lado”.

Figura – Tipos de tendência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Tendência varia conforme o tempo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

26
Figura – Direções tendência de alta e de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Suporte e Resistência

O suporte é um nível delimitado no gráfico no qual a pressão compradora supera a pressão


vendedora. Essa é uma região do gráfico na qual a queda dos preços se interrompe e os
preços sobem.

Já a resistência indica o contrário. Essa é uma região do gráfico na qual o preço do ativo
negociado encontra uma resistência para subir, ou seja, é uma área na qual a pressão
vendedora supera a pressão compradora.

Para que seja possível identificar o suporte ou resistência, é necessário identificar os


fundos ou topos do gráfico. Os topos são as “cristas” ou “picos” do gráfico e constituem o
máximo de figuras semelhantes a montanhas:

27
Figura – Topo, “crista” ou “pico” do gráfico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já os fundos se assemelham ao decaimento máximo de “vales”.

28
Figura – Fundo ou “vale” do gráfico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Em uma tendência de alta, a resistência é apresentada como pausas para as altas, porém
podem ser superadas por movimentos bruscos de alta em momentos posteriores.
Analogamente, o suporte “segura” os movimentos de queda e são capazes de interrompê-
los por um período. Observe um exemplo de resistência (em azul):

29
Figura – Exemplo de resistência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para que a tendência de alta representada seja mantida, é preciso que o fundo sucedido
esteja em um patamar mais elevado que o fundo anterior. Observe os fundos demarcados
em vermelho para o mesmo ativo apresentado anteriormente:

30
Figura – Exemplo de fundos.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Linhas de Tendência e Canais

As linhas de tendência são linhas traçadas de modo que os fundos de uma tendência de
alta sejam ligados aos topos de uma tendência de baixa. Ela permite identificar onde se
encontram os fundos/topos do ativo e, assim, apontar o melhor momento para entrar ou
sair do mercado.

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Para se criar uma linha de tendência, é preciso primeiramente constatar a existência da
tendência em si. Para tanto:

Tendência de alta: identificar pelo menos dois topos (com o segundo maior que o
primeiro) com dois fundos (sendo o segundo fundo mais alto que o primeiro). Observe que
a tendência é apresentada por uma linha laranja A e demonstra claramente as
características citadas, enquanto a linha B não apresenta a sequência de fundos/topos
seguidos. Apesar disso, ambas representam momentos de alta:

Figura – Tendência de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2017).

De forma análoga, para traçar uma linha de tendência de queda é preciso identificar com
clareza a sequência em que há dois fundos seguidos, de modo que o segundo fundo seja
mais baixo que o primeiro e haja dois topos seguidos, sendo o segundo topo mais baixo
que o primeiro.

Já os canais são as linhas traçadas paralelamente às linhas de tendência. Por exemplo, no


caso da tendência de alta, será a linha que liga os topos da tendência. Essa linha pode ser

32
observada no ponto A da figura apresentada anteriormente.

Para traçar uma linha de canal para uma alta é preciso, primeiramente, traçar a linha de
tendência e, após isso, ligar os topos dessa tendência com uma linha que se inicie no
primeiro topo. Esse canal é confirmado se, no próximo topo, os preços “esbarrarem” na
linha e se retraírem.

Analogamente, para uma tendência de baixa, o canal ligará os fundos e formará uma linha
paralela à da tendência. A principal utilidade do canal é identificar o momento de entrada
e saída do papel. Em uma tendência de alta, por exemplo, o investidor deverá comprar o
ativo quando o preço estiver próximo da linha de tendência e vendê-lo quando estiver
próximo da linha do canal.

O mais comum é que o mercado apresente tendências claras e, todavia, canais menos
claros. Será considerado um canal de alta quando a estrutura se assemelhar a:

Figura – Canal de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

33
Consolidação e Correção

Um dos princípios da teoria de Dow é o de que para que seja confirmada uma reversão ou
rompimento de uma resistência ou suporte para o mercado como um todo é preciso que
haja dois indicadores que se confirmem. No caso do Brasil pode ser o Ibovespa e o IBRX.
Assim, se há rompimento no suporte de ambos os índices é um indício forte de que há
reversão no mercado, o mesmo vale para a resistência.

A ideia anterior se apoia no pressuposto levando por Dow de que uma tendência continua
até surgir um sinal claro e definitivo de reversão. O mercado não cairá só por ter valorizado
demais e não irá subir só porque caiu demais. Para isso é necessário identificar com o
maior nível de certeza possível o movimento analisado.

Ao observar um ativo em específico é preciso ter em mente que quanto maior é a


amplitude da área de resistência/suporte mais forte ela é e, portanto, mais claro é o
rompimento identificado. Nesse caso, o impulso gerado é tão forte que não se volta a
tendência em seguida, portanto, gera movimentos prolongados que “quebram” a
tendência.

Esse rompimento é ratificado pelo volume, o que serve de reforço à ideia de reversão forte
ou fraca. Caso o movimento perto da tendência apresente pouco volume, o analista deve
ficar atento, há indícios de possibilidade de rompimento. Se o mercado anda de “lateral”,
ou seja, os preços se comportam horizontalmente, o rompimento só será realmente
considerado pelo analista se o volume for alto, caso contrário os preços podem retornar
ao movimento horizontal identificado anteriormente. Esse movimento lateral é chamado
de “box range”.

Outra indicação de rompimento é a existência de “blowoff” o que ocorre quando o preço


e o volume sobem em conjunto e lentamente. Esse movimento culmina em alguns poucos
dias de excessivo volume e preço, que são rapidamente acompanhados por uma queda.

34
Figura – Exemplo de rompimento: blow-off.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Rompimento

É comum que a linha de tendência seja brevemente quebrada por oscilações durante o
dia. No entanto, nem sempre essa quebra representa uma mudança na tendência. Desse
modo, utiliza-se o preço de encerramento do dia como critério de identificação de uma
quebra na tendência.

Outro aspecto importante é a adequação da linha de tendência, visto que nem sempre a
linha traçada será mantida ao longo do tempo. Em uma tendência de alta, por exemplo, é
possível que haja topos que mudem o grau de inclinação da reta. Nesse caso, a linha

35
anterior é abandonada e adota-se uma nova linha com um afastamento maior que a
anterior, de modo haja um acompanhamento melhor dos fundos e topos. Isso ocorre
devido ao fato de os preços não apresentarem um comportamento em linha reta, mas sim
oscilatório.

A partir disso, surge uma dúvida: qual é o percentual de correção que pode ser utilizado
para que uma linha de tendência não seja descaracterizada? Quando um ativo varia de R$
15 para R$ 20, espera-se uma correção de até dois terços do movimento anterior, sendo
o usual 50%. Nesse caso, espera-se uma queda para até R$ 17,50. As correções, que são
os movimentos secundários, tendem a ser proporcionais ao movimento que as antecedeu:
quanto mais brusco é o movimento, mais brusca é sua correção.

36
Figuras Gráficas

Padrões de Reversão e Continuidade

As figuras de continuidade são aquelas que representam pausas na tendência


apresentada, podendo representar um momento de consolidação de um preço ou de
congestão. Após a identificação desses momentos há uma maior probabilidade de
continuação da tendência anterior ao padrão utilizado. Observe o exemplo da figura
abaixo em que uma tendência de alta é seguida por um padrão de congestão e logo em
seguida retorna ao momento de alta:

Figura – Continuidade de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Do mesmo modo, caso seja um movimento de baixa, o mesmo padrão indicará um


prosseguimento da baixa. A figura posterior detalhará melhor como esse padrão se forma:

37
Figura – Continuidade de baixa.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Observe que após o padrão indicado em vermelho ser quebrado há continuidade da


tendência anterior, no caso da figura acima, o prosseguimento da queda. É possível
destacar alguns dos principais padrões de continuidade que podem ser sinalizados:

Figura – Principais padrões de continuidade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

38
Além de indicar continuidade, os padrões também podem indicar uma reversão da
tendência anterior. Entre os principais padrões de reversão é possível destacar:

Figura – Principais padrões de reversão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Padrões e Volume

Os preços podem trabalhar em conjunto com o volume para indicar os padrões de


movimento do mercado. Os topos e fundos arredondados são os exemplos mais clássicos
dessa dinâmica. Essas são formações que demoram um determinado tempo para se
concretizar mas possuem determinadas vantagens:

Figura – Vantagens de topos e fundos arredondados.

Fonte: Elaborado pelo autor.

39
Os grandes lucros possibilitados decorrem dos movimentos longos e amplos que
precedem essas figuras. Essas formações são caracterizadas por apresentar uma sinergia
entre os preços e o volume. O topo arredondado (rounding top) é caracterizado por uma
parábola côncava em relação a base:

Figura – Rounding top.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No topo arredondado, o preço tem comportamento inverso do volume. Nesse caso, o


preço sofre uma dissipação no volume na medida em que cresce. O preço então perde
força e cai incentivando um “rally” (investidores “correndo” na mesma direção) dos
investidores. O inverso ocorre em um fundo arredondado:

Figura – Rounding bottom.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No fundo arredondado (rounding bottom) o preço cai mas perde força em termos de
volume até que volte a crescer com o apoio do volume. A recuperação do preço é
respaldada pela quantidade de investidores e um “rally” pela valorização é iniciado. Veja
um exemplo real:

40
Figura – Exemplo de rounding bottom.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019).

Esses movimentos são difíceis de atribuir suporte ou resistência, porém, são muito visíveis
após a conclusão. A seguir, outra amostra de fundo arredondado (rounding bottom):

Figura – Exemplo de rounding bottom.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019).

41
Outro padrão, similar ao fundo arredondado é a chamada copo e alça, ou xícara e alça (cup
and handle), que é um padrão de continuidade, veja-se o padrão destacado na figura a
seguir:

Figura – Cup and handle.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019).

Padrões e Objetivos de Preço

O uso dos padrões exige uma disciplina peculiar em relação aos momentos de entrada e
saída de um ativo. O investidor deve ser orientado a manter a estratégia definida que
consiste em um ponto de entrada (preço de entrada) e um ponto de saída (preço de saída).
A ansiedade para comprar ou vender um ativo pode significar a perda de oportunidades e
a realização de prejuízos.

Assim, a melhor maneira para que o investidor se atende a estratégia é através da ordem
de stop, que deve ser programada logo ao se posicionar no mercado. Lembre-se: a ordem

42
se stop é uma ordem programada conforme o preço atinge um determinado patamar
previsto pela estratégia.

Se manter posicionado na estratégia diminui a possibilidade do investidor se tornar um


“torcedor” e diminui a chance de o investidor realizar um prejuízo ou limita o prejuízo a
ser realizado.

Todavia, as ordens de stop devem ser sempre atualizadas conforme o comportamento do


ativo permitir. Ou seja, um aumento constante do preço do ativo flexibiliza a elevação da
ordem de stop. Porém, a mudança do stop não deverá ser realizada para baixo.

Ombro-Cabeça-Ombro

A formação ombro-cabeça-ombro (head and shoulders) é uma das formações de reversão


mais conhecidas na literatura de análise técnica. Portanto, caso a tendência inicial seja de
alta (bull – termo usado para indicar alta, refere-se a forma como o touro ataca: de baixo
para cima) a formação indicará uma reversão para uma tendência de baixa (bear – termo
usado para indicar queda, refere-se a forma como o urso ataca: de cima para baixo).

Figura – Head and shoulders.

Fonte: Elaborada pelo autor.

43
Caso a tendência inicial seja de alta, os ombros e a cabeça serão topos que correspondem
a máximas da cotação do título (topos). Já caso a tendência inicial seja de baixa, os ombros
e a cabeça serão mínimos (fundos). Observe um caso prático:

Figura – Exemplo de head and shoulders.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Topos e Fundos Duplos

Os topos duplos (double top) e fundos duplos (double bottom) são outras formas de
reversão. No fundo duplo há dois mínimos intercalados por um máximo e que são seguidos
de um rompimento (também chamado de Breakout) de uma linha de resistência. Esse
padrão marca a saída de uma tendência de queda para uma tendência de alta. Veja o
exemplo:

44
Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

O fundo duplo, composto pelos dois mínimos e um máximo ocorre após a tendência de
queda demonstrada. O primeiro mínimo é a cotação mais baixa da tendência de baixa e
precede um movimento de alta representado pelo máximo. Esse máximo geralmente tem
uma cotação que chega a ser 10% superior à dos mínimos e é acompanhado por aumentos
do volume. No entanto, a alta não é mantida e ocorre um novo mínimo acompanhado com
cotação semelhante à do primeiro. Os investidores sentem que há oportunidade de auferir
os ganhos do máximo anterior e a pressão compradora volta ainda mais forte e quebra a
resistência anterior. Isso gera uma nova tendência. Observe um exemplo:

45
Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa formação é mais evidente quanto maior é a diferença entre os mínimos e máximos
no gráfico, ou seja, quanto maior é o percentual entre os preços do mínimo e do máximo
maior é a pressão compradora que romperá a resistência. É importante destacar que os
mínimos devem estar claramente separados para que a formação deles não seja apenas
um suporte.

Contrariamente, há o padrão inverso em que há dois máximos intercalados por um


mínimo. Quando esse padrão culmina em um rompimento do suporte, há o chamado
“topo duplo”. Esse padrão marca a transição de uma tendência de alta para uma tendência
de baixa. Exemplo:

46
Figura – Exemplo de topo duplos (double top).

Fonte: Elaborada pelo autor.

O gráfico de topo duplo é composto por um primeiro máximo que é a cotação mais alta
do período de tendência de alta. Após isso há uma queda, que serve como referência para
traçar a linha de suporte. Ela é acompanhada de uma alta, devido à memória do mercado.
Essa alta apresenta outro máximo semelhante ao primeiro (não precisa ser idêntico, mas
a diferença deve ser mínima). Após a última alta, há uma nova queda acompanhada pelo
aumento do volume. Ultrapassada a linha de suporte, ela se torna a nova linha de
resistência a ser utilizada.

Assim como no fundo duplo, quanto mais perceptível for a dos máximos e mínimos, mais
forte é a tendência observada. É importante destacar que em ambas formações o volume
é essencial para confirmar o rompimento da linha de suporte/resistência, caso contrário,
poderá haver uma nova recuperação sem que a reversão de tendência se confirme.

Topos e Fundos Duplos

Os topos triplos (triple top) e fundos triplos (triple bottom) são padrões gráficos de
reversão que demoram meses para serem formados (caso seja utilizada a frequência diária
– cada candle corresponde a um dia).

No fundo triplo há três mínimos que precedem um rompimento de resistência que duram

47
meses. Nesse padrão, há uma tendência inicial de baixa que culmina na forma que
antecede uma tendência de alta. Essa formação é composta por três mínimos que são
aproximadamente iguais e que são acompanhados de pequenos aumentos no volume
negociado.

Figura – Exemplo de fundos triplos (triple bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Após o terceiro mínimo há uma quebra de resistência que é acompanhada de aumentos


no volume negociado. O aumento do volume deve existir para que seja uma mudança de
tendência confiável.

Nessa formação há uma linha de resistência que deve ser rompida após o terceiro mínimo.
Essa resistência passa a ser então uma linha de suporte. Quanto mais clara é a formação,
maior é a tendência de alta que precederá a formação.

48
Figura – Exemplo de linha de resistência de fundos triplos (triple bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Já o topo triplo segue a lógica inversa do fundo triplo. Ele é composto por uma primeira
linha de tendência de alta que forma uma três máximos seguidos em preços semelhantes.
Após isso, há um rompimento do suporte criado e então há uma reversão de tendência
para uma baixa. Exemplo:

Figura – Exemplo de topos triplos (triple top).

Fonte: Elaborada pelo autor.

49
Nessa formação gráfica de topo triplo há três máximos que devem ser semelhantes em
nível de preço. Essa formação cria uma linha de suporte aos três pontos. Pequenas
diferenças de preço são aceitáveis, porém, para que não haja dúvida, deve-se consultar o
volume transacionado para confirmar se a tendência tende a um rompimento.
Analogamente ao fundo triplo, a linha de suporte se torna a linha de resistência após o
rompimento.

Triângulos

Os triângulos ascendentes (ascending triangle) são formações que reforçam a tendência


de alta. Nesse padrão há pontos de máximos na mesma linha de resistência horizontal.
Esses pontos têm cotação aproximada e são separados por pequenas distâncias. Em
contrapartida, as linhas de mínimo seguem uma tendência de alta evidente.

Figura – Triângulos ascendentes (ascending triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa formação pode ser utilizada para avaliar formações em poucas semanas a até meses
e, geralmente, é confirmada pelo volume. Nessa formação o volume tende a diminuir junto
com a formação do triângulo até que ele rompa a resistência. Nesse ponto, o volume

50
aumenta drasticamente, confirmando a continuidade da tendência. Ou seja, essa não é
uma figura de reversão. Observe um exemplo real:

Figura – Exemplo de triângulos ascendentes (ascending triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Já a formação de triângulo descendente (descending triangle) se forma em momentos de


tendência de baixa. Essa formação pode durar semanas ou até meses. Nela a linha inferior
é um suporte de pelo menos dois pontos de mínimos unidos por uma linha horizontal.
Esses pontos apresentam cotação aproximada. Além disso, há uma linha de tendência de
baixa (descida) ligando pelo menos dois pontos de máximos que são seguidos e
sucessivamente inferiores um ao outro.

51
Figura – Triângulos descendentes (descending triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa é uma formação que depende do volume para confirmação. Caso ele aumente, é um
grande indício de rompimento do suporte. Geralmente se usa como cotação alvo a
diferença entre a cotação máxima do triângulo e a linha de suporte, ou seja, após o
rompimento se fixa um valor abaixo do rompimento cuja diferença seja igual à do suporte
até o máximo do triângulo.

Por fim, há o triângulo simétrico (symmetric triangle), que não apresenta uma tendência
definida após sua formação. Ele é formado por uma linha de resistência e uma linha de
suporte, cada uma delas formada por no mínimo dois pontos (dois máximos e dois
mínimos). A linha de suporte é formada por mínimos consecutivos, que aumenta de
altitude ao longo da linha. Já a linha de resistência é formada por máximos consecutivos
que diminuem de altitude ao longo da linha. Exemplo:

52
Figura – Triângulos simétrico (symmetric triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Bandeiras, Flâmulas e Cunhas

As bandeiras (flag) e flâmulas (pennant) são padrões de continuação e possuem alguns


pontos em comum que podem ser caracterizados como etapas dessas formações. São elas:

Figura – Pontos comuns entre bandeiras (flag) e flâmulas (pennant).

Fonte: Elaborada pelo autor.

53
Ambas formações ocorrem em períodos curtos de tempo que corriqueiramente vão de 1
a 3 semanas em períodos de quedas ou altas bruscas, porém, também podem ser
observados em até 8 semanas. Nessas formações o volume tende a diminuir até o
momento de quebra do padrão, onde ele aumenta.

A diferença crucial entre os dois padrões é o formato da segunda etapa das formações
(correção do movimento). Observe a figura que representa a bandeira:

Figura – Bandeira (flag).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na bandeira há pelo menos dois mínimos e dois máximos que se formam na horizontal em
preços semelhantes. Observe que a tendência inicial é mantida após a formação. É
importante destacar que ela pode se conformar com mais topos e fundos.

A seguir são apresentados exemplos de bandeira baixista (bearish flag) e bandeira altista
(bullish flag).

54
Figura – Bandeira baixista (bearish flag).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Bandeira altista (bullish flag).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já na flâmula a linha de resistência se forma em diagonal, como pode ser observado na


figura a seguir:

55
Figura – Flâmula (pennant).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Geralmente, é definido o preço alvo (momento de sair do ativo) conforme a distância entre
os pontos mais distantes da formação (tanto para a bandeira quanto para a flâmula). Nesse
caso, após o rompimento é estabelecido o preço de venda (no caso de uma tendência de
alta) conforme o preço do rompimento mais a distância citada anteriormente.

Assim como as duas formações citadas anteriormente, a cunha (wedge) também indica
continuação de tendência. Essas formações se assemelham ao triângulo simétrico pois
nelas há duas linhas (suporte e resistência) que convergem para o mesmo ponto.

Em tendência de alta uma cunha irá se posicionar “afunilando” as oscilações para baixo.
Ou seja, nessa formação os preços se comportam contrariamente à tendência inicial até
que há o rompimento da formação e volte à tendência inicialmente indicada. Exemplo de
cunha de alta:

56
Figura – Cunha (wedge) de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Lembre-se que quando a tendência é de alta a cunha é descendente e quando a tendência


é de baixa a cunha é ascendente. A dinâmica do volume e do preço alvo segue o padrão
da flâmula e da bandeira.

Retângulos

As formações de retângulos são padrões claros e fáceis de identificar nos gráficos de


cotações, pois são limitadas por duas linhas horizontais paralelas bem definidas. Essas
linhas unem os topos (linha de resistência) e os fundos (linha de suporte). Essa formação
é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações.

Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura de
consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que o

57
retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para, assim, o
retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento.

Figura – Retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No exemplo apresentado acima há uma continuidade de uma tendência de baixa, porém,


o mesmo padrão pode se aplicar a uma tendência de alta. Essa formação se assemelha ao
triângulo simétrico no sentido poder ser aplicada a qualquer uma das tendências e indicar
consolidação delas.

É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato,
sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados
entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si.

58
Figura – Exemplo de retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo
da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a direção
do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode durar de
semanas a meses.

A direção do rompimento dependerá da trajetória anterior à formação, porém, é


importante se atentar ao momento do rompimento para a identificação da tendência a
ser prosseguida. Geralmente, é utilizado como definição de rompimento da formação uma
oscilação de até 3% abaixo ou acima da linha de resistência/suporte. Esse padrão ilustra o
conflito entre a pressão compradora e vendedora no mercado, pois demonstra a oscilação
entre as forças de compra e venda.

As formações de retângulos são padrões claros e fáceis de identificar nos gráficos de


cotações, pois são limitadas por duas linhas horizontais paralelas bem definidas. Essas
linhas unem os topos (linha de resistência) e os fundos (linha de suporte). Essa formação

59
é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações.

Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura de
consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que o
retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para, assim, o
retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento.

Figura – Retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No exemplo apresentado acima há uma continuidade de uma tendência de baixa, porém,


o mesmo padrão pode se aplicar a uma tendência de alta. Essa formação se assemelha ao
triângulo simétrico no sentido poder ser aplicada a qualquer uma das tendências e indicar
consolidação delas.

É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato,
sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados
entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si.

60
Figura – Exemplo de retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo
da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a direção
do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode durar de
semanas a meses.

A direção do rompimento dependerá da trajetória anterior à formação, porém, é


importante se atentar ao momento do rompimento para a identificação da tendência a
ser prosseguida. Geralmente, é utilizado como definição de rompimento da formação uma
oscilação de até 3% abaixo ou acima da linha de resistência/suporte. Esse padrão ilustra o
conflito entre a pressão compradora e vendedora no mercado, pois demonstra a oscilação
entre as forças de compra e venda.

Gaps, Ilhas de Reversão

Os gaps (que significam “intervalos”), também conhecidos como price gaps (que significa
“intervalos de preços”) são áreas do gráfico em que não há negociação. Por exemplo,

61
quando há uma tendência de alta, os preços tendem a se elevar de um pregão para o
outro, no entanto, há diferenças entre o preço de encerramento de um pregão e a cotação
de abertura do pregão posterior, essa diferença é um exemplo de gap. Da mesma forma,
os gaps podem existir em tendências de baixa, analogamente, nesse caso há um gap
quando o pregão inicia o dia com um preço muito abaixo do encerramento do dia anterior.
Exemplo:

Figura – Gaps.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Geralmente os gaps são “fechados”, ou seja, há movimentos de preços que recuperam o


salto dos preços anteriores. Isso ocorre porque geralmente os gaps são resultados de
euforia em relação a notícias ocorridas fora do horário de pregão (como de noite) e são
superestimadas pelo mercado (euforia). Nesse caso, os investidores se recuperam da
euforia e revertem o comportamento abrupto dos preços.

62
Figura – Exemplo de fechamento de um gap.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Porém, a ocorrência de um gap nem sempre é revertida e é comum em diversos


momentos. Devido a isso, é possível identificar quatro formações mais recorrentes de
gaps, são elas:

Gap comum (commom gap): ocorre geralmente quando o mercado tem baixa liquidez
(pouco volume transacionado) ou em momentos de consolidação. Nesses casos, o gap
significa a falta de interesse do lado vendedor ou do lado comprador no mercado.
Geralmente, esses gaps são fechados (movimentos contrários que retornam o preço) em
pouco tempo e têm pouca influência sobre o comportamento como um todo do ativo
analisado.

63
Figura – Exemplo de gap comum (commom gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gap de rompimento (Breakaway Gap): esse gap ocorre em momentos de rompimento de


uma figura gráfica ou quando há violação de um suporte ou resistência amparados pelo
aumento do volume do gráfico. É importante destacar que:

• O gap é considerado “gap de rompimento de baixa” quando inicia uma trajetória de


queda.

• O gap é considerado “gap de rompimento de alta” quando inicia uma trajetória de


alta.

Esses gaps são raramente revertidos em períodos posteriores e caso o sejam indicam um
falso rompimento anterior ou uma reversão de tendência. Exemplo de gap de
rompimento:

64
Figura – Exemplo de gap de rompimento (breakaway gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gap de continuação (Midway Gap): também conhecido como gap de fuga (runaway gap),
ele ocorre quando há movimentos no meio de uma tendência sem que haja rompimento
dela. Esses movimentos geralmente são consecutivos e demonstram a força da tendência
observada. Esses gaps são geralmente acompanhados de alto volume e apresentam preço
de fechamento próximos do máximo do dia (para uma tendência de alta) ou apresentam
preços de fechamento próximos da mínima (para uma tendência de baixa). Esses gaps não
são fechados em períodos posteriores.

65
Figura – Exemplo de gap de continuação (midway gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gap de exaustão (Exhaustion gap): esse gap ocorre ao final de uma tendência, logo após
um rápido declínio ou alta dos preços. Ele representa uma forte alta (no caso de uma
tendência de alta) ao final da tendência e é prontamente fechada pelo rompimento da
tendência. Já em uma tendência de baixa, ele representa uma forte baixa que é
prontamente fechada pelo rompimento da tendência. Ele é facilmente confundido com o
Midway Gap, pois se apresenta após um rápido avanço dos preços.

66
Figura – Exemplo de gap de exaustão (exhaustion gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Ilha de reversão (island reversal): Esse é um gap raro que delimita “ilhas” de preços. Essas
ilhas de preços antecedem descontinuidade das tendências observadas antes dessas ilhas.
O formato pode durar muito ou pouco, ou seja, pode se conformar com candles isolados
(curto prazo) ou se assemelhar aos fundos ou topos arredondados, porém, com gaps nas
laterais (longo prazo). É importante destacar que:

Figura – Destaque sobre Ilha de reversão (island reversal).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura – Exemplo de Ilha de reversão (island reversal).

67
Fonte: Elaborada pelo autor.

68
Teoria das Ondas de Elliott

Princípios de contagem das ondas

Entre as décadas de 30 e 40 um contador americano chamado de Ralph Nelson Elliott


demonstrou que é possível identificar graficamente os movimentos cíclicos dos preços
decorrentes dos fatores emocionais do mercado financeiro.

Dessa forma, os movimentos identificáveis nada mais são do que a precificação das
emoções das massas que seguem padrões psicológicos possíveis de serem identificados
nos gráficos. Assim, parte dos movimentos no mercado decorre de o comportamento em
manada devido aos investidores tomarem decisões baseadas na observação dos demais
investidores ao invés da sua própria análise independente dos fatos. Ou seja, as decisões
realizadas pelos participantes do mercado não são completamente independentes e, por
serem correlacionadas, podem gerar efeitos em cascata. No entanto, não são todos os
investidores suscetíveis a tomar decisões não racionais. Dessa forma, é possível dividir os
participantes do mercado em dois grandes grupos:

• Participantes informados: se pressupõe que sejam os profissionais como


administradores de fundos, arbitradores etc.

• Participantes desinformados: investidores que não utilizam técnicas para tomar


decisões ou que são demasiadamente emotivos.

Nessa teoria os participantes informados interpretam as notícias e tomam decisões


automaticamente e racionalmente. Assim, são eles que definem o preço de equilíbrio dos
ativos. Já os participantes desinformados agem conforme as emoções e geram aumentos
de volatilidade para os ativos negociados.

Diante disso, Elliott desenvolveu uma teoria para o comportamento em ciclos das séries
históricas de preços de ativos cotados em bolsas (ações, commodities, índices, Exchange
Traded Funds – ETFs etc.). Essa teoria pode ser comparada com a teoria de DOW em alguns
quesitos, são eles:

69
Tabela – Comparação entre a Teoria de Dow e a Teoria das Ondas de Elliott.

Quesitos Teoria de DOW Teoria das Ondas de Elliott


Tendência Há três tendências: primária, Também há as diferentes tendências
secundária e terciária
Causa das Fundamentos e Emoção Fundamentos e Emoção
oscilações nos
preços
Padrões e Topos e fundos, Tendências, Fibonacci, ciclo 12345 abc
Ferramentas Resistências, entre outros
Limite da tendência Não há foco no limite da Se busca identificar limites para as
tendência tendências apresentadas
Prazo Foca-se no longo prazo Não há foco em prazos definidos, pois há
(gráficos que cobrem meses). ferramentas para se prevenir de oscilações
bruscas.
Fonte: Elaborado pelo autor.

As decisões tomadas por analista que se utiliza da teoria de Elliott geralmente são:

Figura – Decisões a partir da Teoria das Ondas de Elliott.

Fonte: Elaborado pelo autor.

70
Segundo Elliott os padrões gráficos se repetem em diferentes escalas e com proporções
semelhantes (intervalos de minutos, intervalos de horas, intervalos de dias, etc.). Nesse
sentido, o mercado financeiro é composto por fractais que são suas imagens e
semelhanças em diferentes escalas. Um exemplo de fractal é os brócolis, cada ramo dele
se assemelha aos brócolis como um todo, e se “quebrar” um ramo e dividir em pequenos
ramos menores é possível observar semelhança entre o formato do ramo e do vegetal
como um todo.

A repetição de padrões nos preços adotada pela teoria é conhecida como o padrão
12345abc da teoria das ondas de Elliott e se repete em diferentes tamanhos e escalas no
gráfico.

Figura – Exemplo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliott.

Fonte: Elaborado pelo autor.

No entanto, é importante destacar que esse padrão é irregular e apresenta imperfeições.


Ou seja, ele não segue exatamente o aspecto destacado na figura anterior. Além disso,
pode ser apresentado de forma inversa, veja:

71
Figura – Exemplo de padrão imperfeito 12345abc da teoria das ondas de Elliott.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A forma de tendência de alta é chamada de pivô de alta, enquanto a forma que representa
uma tendência de baixa é chamada de pivô de baixa. Segundo essa teoria, todo momento
do mercado está em uma das ondas apresentadas. Portanto, são 8 ondas definidas como:

• Onda 1

• Onda 2

• Onda 3

• Onda 4

• Onda 5

• Onda A

• Onda B

• Onda C

São no total cinco ondas consideradas da fase de impulso (na direção da tendência da
formação) e 3 ondas da fase de correção. Resta ao analista identificar em qual onda o

72
mercado está e se posicionar corretamente conforme a próxima onda que se segue.

Ondas Impulsivas, Corretivas

O ciclo completo (pivô de alta ou pivô de baixa) possui ciclos dentro de si mesmo e é parte
de um ciclo ainda maior. Isso pode ser observado a seguir:

Figura – Ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliot.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como pode ser observado, uma onda maior é composta por ondas menores e elas por
ondas ainda menores, assim em diante. Essa é a ideia de fractais apresentada
anteriormente. Cada uma das áreas circuladas são ondas distintas, compostas pelos
pontos 12345abc e formam o mesmo padrão em escala maior, observe:

73
Figura – Fractais dentro do ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das ondas de
Elliot.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Através da identificação da onda em que os preços estão é possível prever a próxima onda
e assim tomar decisões de compra ou venda do ativo. As primeiras 5 ondas são chamadas
de ondas impulsivas ou impulsoras, pois elas compõem a direção do pivô (alta ou baixa).
As últimas 3 ondas são da fase de correção, portanto, são corretivas.

Figura – As fases em um pivô de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

74
Assim os pontos 12345 do gráfico pertencem ao momento de impulso e os pontos ABC ao
momento de correção. Se o pivô for de alta, ABC será para baixo. Se o pivô for de baixa, o
ABC será para cima.

Figura – As fases em um pivô de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Fase impulsiva: Ondas impulsivas

• Primeira Onda: Essa é a onda na qual os investidores bem informados agem


conforme as informações que eles detêm. Ela culmina em um topo bem definido. Quanto
maior é essa onda, maior serão as demais.

• Segunda Onda: nessa onda há correção do movimento anterior. A correção pode


chegar a 61,8% da primeira onda. Importante: observe que a onda está na fase impulsiva,
mas ela corrige a onda anterior. É importante diferenciar o comportamento de correção
da definição de onda corretiva, que são as ondas da segunda fase do pivô.

• Terceira Onda: é a onda na qual a confirmação do pivô (seja de alta, seja de baixa)
gera uma euforia de compra. Nela há um forte impulso, que pode gerar a maior das ondas

75
da formação. Dica: Ela nunca é menor das 5 ondas da fase impulsiva, se for, ela não é a
terceira onda.

• Quarta Onda: nessa onda há uma correção de cerca de 38,2% da terceira onda,
porém, o otimismo ainda é grande e, portanto, ela não cai abaixo da terceira onda.

• Quinta Onda: é formado mais um impulso que é marcado por um baixo volume. O
otimismo diminui e pode surgir figuras como cunhas ou flâmulas. É possível que o mercado
esteja muito “desanimado” com o ativo e o topo seja a preços semelhantes aos do topo
da terceira onda. Nesse caso, é possível observar figuras como topos duplos. Caso isso
ocorra, é esperada uma forte reversão de tendência nas próximas ondas.

Fase corretiva

• Onda A: é marcada por um período de forte baixa (no pivô de alta) ou um período
de forte alta (no pivô de baixa). Essa onda marca a mudança de fase do pivô. Alguns
investidores no mercado acreditam que é uma correção da onda 5, porém, se trata de um
impulso contrário. Importante: Essa é uma onda classificada como corretiva, contudo, ela
gera um impulso que reverte toda a onda anterior, caso ela gerasse apenas uma correção,
o fundo dela estaria significativamente acima do topo da onda 4.

• Onda B: Alguns investidores ainda acreditam que o ativo não reverteu a tendência
da primeira fase e entram comprado no ativo. Há um pequeno período de alta, mas com
volume fraco. Essa alta apresenta um topo inferior ao patamar da quinta onda. Fica claro
para os investidores que a tendência mudou e que a Onda B não se trata de um impulso,
mas de uma correção da Onda A.

• Onda C: Período intenso no qual há forte queda (no pivô de alta) ou forte alta (no
pivô de baixa). Nesse momento o mercado percebe que o movimento de baixa é sólido e
não é apenas uma correção da onda B. Ou seja, consolida a direção da segunda fase.

Números de Fibonacci: Razões e Correções

Os pivôs são observáveis ao final de tendências de alta ou de baixa. Por exemplo, ao final

76
de uma tendência de baixa o pivô de alta apresenta um fundo mais alto que o anterior. É
possível destacar três pontos que permitem a identificação de um pivô de alta:

Ponto 0: Fundo
Ponto 1: Topo
Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior

É quando ela alcança o fundo mais alto que é possível identificar claramente a formação
do pivô. Esses três pontos são os seguintes:

Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Sabendo da existência do pivô no ponto 2 é recomendável aguardar até alcançar o ponto


3 para confirmar a formação. Entrando, no ativo é possível desfrutar dos possíveis ganhos
posteriores devido a fase de impulso do pivô. O mesmo pode ser observado em um pivô
de baixa:

Ponto 0: Topo
Ponto 1: Topo
Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior

77
Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Porém, para projetar os preços pode ser utilizado Fibonacci. Nesse caso são utilizadas as
variações dos preços como referência para a tomada de decisão. Anteriormente, foi dito
que a variação das ondas equivale a 38,2% e a 61,8%. Esses valores se baseiam nas medidas
encontradas por esse método (Fibonacci). Para isso, o cálculo é simples, observe para a
primeira onda:

• 38,2% equivale a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 1,382

• 61,8% equivale a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 1,618

• 100% equivale a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 2,00.

Os valores de 38,2% e 61,8% é resultante da série de Fibonacci (matemático italiano do


século XII) que é formada por números que são o resultado da soma dos dois últimos
anteriores.

Observe:

78
Quadro – Série de Fibonacci.

0+1=1
1+1=2
1+2=3
2+3=5
3+5=8
5 + 8 = 13

Fonte: Elaborado pelo autor.

Essa série cresce indefinitivamente, porém, apresenta uma característica peculiar. A razão
entre dois números consecutivos tende a se estabilizar em 0,618. Observe:

Quadro – Série de Fibonacci.

1/2 = 0,5
2/3 = 0,66
3/5 = 0,60
5/8 = 0,625
8/13 = 0,615
13/21 = 0,619
21/34 = 0,618
34/55 = 0,618

Fonte: Elaborado pelo autor.

Dessa forma, as ondas obedecem às relações básicas da série de Fibonacci, que são: 0,618
(61,8%) e 0,382 (38,2% = 100% – 61,8%). Outros percentuais fornecidos pela série também
são utilizados, como 50% e 23,6%/78,6%, porém, o usual é utilizar 38,2%/61,8%.

79
Figura – Ondas e relações básicas de Fibonacci.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os movimentos de queda e de alta apresentam percentual de variação. Sabemos que que


a série de Fibonacci nos dá padrões, como 50%/50% ou 38,2%/61,8%.

✓ Nota: A proporção 0,618 é o arredondamento de 1,61803398875, e recebe


diversos nomes, entre eles: proporção áurea, número de ouro, proporção de
ouro, divina proporção, entre outros nomes. Ela é uma constante real algébrica
irracional atrelada à letra grega Φ (Phi).

80
Padrões Candlestick

Nomenclatura e figuras básicas

Os candlestick são representações gráficas que apresentam diversas informações sobre o


ativo. Devido ao seu formato peculiar há padrões que podem ser identificados
exclusivamente com o seu uso. Por representar o máximo, mínimo, fechamento e abertura
do mercado é possível observar a direção da força do mercado apenas em um candle.
Diante disso, o analista que busca observar padrões especificamente nos gráficos de
candlestick devem observar:

Tamanho das velas

Tamanho da sombra;

Posição do preço no fechamento da vela.

A observação desses três fatores indicará se houve força de algum grupo de participantes
do mercado (compradores/vendedores), fraqueza de um deles
(compradores/vendedores) ou equilíbrio entre eles.

A seguir será representada cada uma dessas características considerando cada candle um
pregão (candle diário). Caso haja força dos compradores, haverá assim um candle de alta.
Nesse caso, o fechamento do pregão será próximo da máxima do dia, além disso, o corpo
do candle será grande em relação à sombra. Observe:

81
Figura – Candle de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já caso o candle represente a força dos vendedores o corpo também será grande em
relação à sombra, porém, o fechamento será próximo da mínima. Observe:

Figura – Candle de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

82
No entanto, os candles podem indicar fraqueza de um dos grupos de negociadores. Caso
a fraqueza seja do grupo de compradores, o candle será curto com uma grande sombra
superior e com fechamento próximo da mínima do dia. Observe o exemplo:

Figura – Corpo pequeno candle de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A fraqueza também pode advir dos vendedores. Nesse caso, o candle apresenta um corpo
pequeno, sombra inferior alongada e fechamento próximo da alta. Veja:

Figura – Corpo pequeno candle de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

83
Padrões de Reversão Altistas

Os padrões de reversão são figuras compostas por dois ou mais candles que indicam a
mudança da tendência dos preços. Os padrões de reversão de alta são aqueles que
sinalizam o encerramento de um período de baixa e a reversão para um de alta. Já os
padrões de reversão de baixa sinalizam o encerramento de um período de alta e a reversão
para um de baixa.

Para ilustrar esses métodos, segue uma demonstração. Nela os candles vermelhos
representam baixa, os candles azuis representam alta e os candles verdes significam que
pode ser um candle de baixa ou de alta. Além disso, os riscos retos indicam que pode ser
qualquer candle que se posicione na forma apresentada.

Dica para os padrões de alta: os ditos de continuação indicam a continuação de uma


tendência de alta e os padrões de alta ditos de reversão indicam o fim de uma tendência
de baixa e o início de uma tendência de alta. Se tiver dúvidas sobre como diferenciar os
dois, observe que os padrões de reversão de alta geralmente se iniciam para baixo
enquanto os padrões de continuação de alta geralmente se iniciam para o alto.

Figura – Bebê abandonado de alta (Abandoned baby).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

84
Figura – Bebê engolido de alta (Concealing Baby Swallow).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

Confiabilidade: alta (de rara observação)

• Padrão: reversão

Figura – Estrela da manhã (Morning Star).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

85
Figura – Três por dentro de Alta (Three Inside Up).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

Figura – Três por fora de alta (Three Outside Up).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

86
Figura – Chute de Alta (Bullish Kicking).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta (raro de se observar);

• Padrão: reversão.

Figura – Doji estrela da manhã (Morning Doji Star).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta;

• Padrão: reversão.

87
Figura – Três Soldados Brancos (Three White Soldiers) – (confiabilidade alta).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta;

• Padrão: continuação.

Padrões de Reversão Baixistas

Assim como os padrões de alta anteriores, os padrões de baixa de continuação indicam a


continuação de uma tendência de baixa e os padrões de baixa ditos de reversão indicam o
fim de uma tendência de alta e o início de uma tendência de alta. Caso tenha dúvidas sobre
como diferenciar os dois, observe que os padrões de reversão geralmente se iniciam para
o alto enquanto os padrões de continuação geralmente se iniciam para baixo. Observe os
padrões de reversão de baixa:

88
Figura – Bebê abandonado de baixa (Abandoned Baby Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

Figura – Nuvem negra (Dark Cloud Cover Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

89
Figura – Três Corvos Idênticos (Identical three crows bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

Figura – Salto para baixo (Kicking Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

90
Figura – Engolfo de baixa (Engulfing Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

Figura – Doji Estrela da Manhã de Baixa (Morning star doji bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

91
Figura – Estrela da noite de baixa (Evening star bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

Figura – Three outside down bearish.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: reversão

92
Padrões de Continuidade

Como dito anteriormente, os padrões de continuação de alta geralmente se iniciam para


baixo. Observe os padrões de continuação de alta (observação: neles também há indicação
do grau de confiabilidade):

Figura – Aperto do Mat (Mat Hold).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: continuação

Figura – Três Métodos de Alta (Rising Three Methods).

Fonte: Elaborado pelo autor.

93
Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: continuação

Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Alta (Side By Side White Lines) – (confiabilidade
alta).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: continuação

Figura – Gap de Alta de Três Métodos (Upisde Gap Three Methods).

Fonte: Elaborado pelo autor.

94
Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

Figura – Gap de Alta de Tasuki (Upside Tasuki Gap).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

Figura – Três linhas de alta (Three Line Strike).

Fonte: Elaborado pelo autor.

95
Características:

• Confiabilidade: baixa

• Padrão: continuação

Figura – Linha de Separação de Alta (Bullish Separating Line).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: baixa

• Padrão: continuação

Há ainda padrões de continuidade BAIXISTA, observe-os:

96
Figura – Três Métodos de Baixa (Falling three methods bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: alta

• Padrão: continuação

Figura – In Neck Bearish.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

97
Figura – Três Métodos de Queda (Downside Three Methods).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

Figura – Gap de Baixa de Tasuki (Downside Tasuki Method Bearish ou Downside Tasuki
Gap).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

98
Figura – On Neck Bearish

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Baixa (Side By Side White Lines Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

99
Características:

• Confiabilidade: moderada

• Padrão: continuação

Figura – Linha de Separação de Baixa (Separatin Lines Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:

• Confiabilidade: baixa

• Padrão: continuação

100
Indicadores

Médias móveis, cruzamento, Bandas de Bollinger

Uma das formas de captar essas características dá-se através de indicadores, que fazem
parte da análise computadorizada, e que também são aproveitados pelos analistas gráficos
para estabelecer padrões de compra e venda. Esses indicadores são calculados conforme
o movimento dos preços, e cabe ao analista avaliar qual será o possível movimento dos
preços com base nos padrões anteriores.

Esses indicadores são chamados de indicadores técnicos. São obtidos através das
propriedades matemáticas das séries de preços dos ativos. As principais informações
utilizadas para a elaboração dos indicadores técnicos são:

• média;

• desvio-padrão;

• máximos; e

• mínimos.

Através dos indicadores, torna-se possível determinar uma estratégia para os preços de
compra e venda dos ativos. Entre os indicadores mais utilizados, é possível listar:

• Média móvel;

• Média móvel exponencial;

• Índice de força relativa;

• Momento;

• Moving Average Convergence/Divergence (MACD);

• On Balance Volume (OBV);

101
• Entre outros.

Média Móvel Simples

A média móvel é a média de um período anterior ao observado, cujo período tende a


variar ao longo do tempo conforme o ponto do tempo observado. A representação
matemática da média móvel (ou média móvel simples) é:

Em que:

• M é a média móvel;

• x é a série temporal (ativo observado);

• τ é o período utilizado para o cálculo da média móvel;

• t é o instante observado; e

• ∑ é o somatório (de soma).

A média móvel é basicamente uma fila de médias em que os preços mais recentes
substituem os mais antigos. Quando uma média móvel cresce, significa que o último preço
a ser incorporado à média é maior que o mais antigo.

Quanto maior o τ, mais a média móvel será defasada em relação ao instante observado.
No entanto, essa defasagem permite que seja observado se existe uma tendência, pois
quanto maior é o prazo da média móvel, maior é a o prazo da tendência observada. Para
ilustrar, usaremos a PETR4 para todos os exemplos posteriores de média móvel. Observe
a diferença entre uma linha desenhada para a média móvel para 5 dias (verde) e para 20
dias (amarelo):

102
Figura – Média móvel para 5 e 20 dias.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Usá-la permite que a análise de preços dê menos peso às oscilações momentâneas e mais
peso ao comportamento da série como um todo. Quanto maior o período analisado,
menos peso as oscilações momentâneas possuem. Veja de modo destacado:

103
Figura – Oscilações momentâneas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É comum a utilização de duas médias móveis para a análise: uma de período curto e outra
de período longo. A média móvel de período curto (MC) indica o consenso do mercado no
curto prazo (5 dias, por exemplo), e a média móvel de período longo (ML) indica o
consenso de longo prazo (20 dias, por exemplo).

As análises estratégicas baseadas nas médias móveis observam geralmente o cruzamento


(também chamado de crossover) entre essas duas linhas (que, neste caso, seria um double

104
crossover e, caso estivessem sendo usadas três medias móveis, triple crossover).
Basicamente:

Quando uma MC cruza a ML de baixo para cima, um ponto de compra é indicado. Observe
um ponto de compra:

Figura – Exemplo de ponto de compra.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Já para a venda, a média móvel de curto prazo cruza de cima para baixo a de longo prazo:

105
Figura – Exemplo de ponto de venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Média Móvel Exponencial

A média móvel exponencial se diferencia da média móvel simples (ou aritmética) apenas
no cálculo da média. Ela existe para diminuir a quantidade de cruzamentos e deixar mais
claro os momentos de compra e venda. Basicamente é uma média ponderada dos

106
instantes passados. Ela pode ser representada por:

Nessa formulação, α é um peso atribuído aos instantes no tempo. Conforme o α (uma


constante), pode ser dado um peso maior ou menor aos preços mais recentes, o que torna
essa média muito mais flexível para se adaptar às necessidades de análise. Geralmente α
assume o valor 2/(n+1).

O α assume valores entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é o peso dado às


informações recentes; já quanto mais próximo de 0, menor é o peso dado às informações
recentes e maior é o peso dado às informações passadas. Geralmente, é utilizada uma
média móvel exponencial com maior peso para as informações recentes.

Da mesma forma que a média móvel simples, a média móvel exponencial emite sinais de
compra ou venda conforme a dinâmica apresentada para o cruzamento entre a linha de
curto prazo e de longo prazo.

Bandas de Bollinger

Anteriormente, foram apresentados indicadores que utilizam a média como principal


informação. Porém, o analista também pode utilizar a volatilidade (variações nos preços
do ativo) como fundamento informacional. Na prática, se um título varia
significativamente de preço em um período curto, ele pode ser considerado volátil.

Um dos principais indicadores que permite a análise de volatilidade são as Bandas de


Bollinger. Trata-se de linhas que envolvem as variações dos ativos. A análise de Bandas de
Bollinger utiliza duas linhas: uma superior e uma inferior. Essas linhas envolvem as
variações do ativo conforme o desvio padrão em relação à média móvel utilizada como
referência. Essa média móvel pode estar ou não visível no gráfico. Observe um exemplo
de Bandas de Bollinger (linhas em roxo τ=5):

107
Figura – Exemplo de Bandas de Bollinger.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como é possível observar, as Bandas envolvem as variações dos ativos. Em determinados


momentos, elas se estendem caso o preço do dia se comporte de forma muito discrepante
em relação aos dos dias anteriores (a média móvel). Observe as Bandas em relação à média
móvel para 5 dias:

Figura – Bandas de Bollinger em relação à média móvel.

Fonte: Elaborado pelo autor.

108
Para o cálculo das Bandas de Bollinger, geralmente são utilizadas as médias móveis simples
de até 20 dias. Para o cálculo das Bandas se Bollinger, pode ser utilizada a seguinte
nomenclatura:

• Linha central LC (geralmente M, que é a média móvel);

• Bs: banda superior;

• Bi: banda inferior;

• τ: período utilizado para o cálculo da média móvel;

• t: instante observado;

• Σ é o somatório; e

• n: quantidade de desvios padrões utilizados.

Assim, a fórmula para a banda superior é:

Já a fórmula para a banda inferior é:

Conceito de Momentum, Sobrecompra, Sobrevenda e Divergência

Anteriormente foram apresentados indicadores que se utilizam das médias e do desvio


padrão para a tomada de decisão. Entretanto, há análises baseadas na capacidade de
aceleração do preço ou volume da série financeira, ou seja, é um índice de mudança dos
preços. Os indicadores baseados nessas informações são chamados de indicadores
de momentum.

109
Entre os indicadores que utilizam essas informações, podem ser destacados os seguidores
de tendência e os osciladores. Alguns dos principais exemplos são:

Figura – Principais exemplos de indicadores de momentum.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O momentum é, simultaneamente, um oscilador e um seguidor de tendência e pode ser


representado pela seguinte expressão:

Isto é, o momentum é a diferença entre o preço de fechamento no instante atual em


relação aos preços de fechamentos dos períodos anteriores. Geralmente é adotado 5 ou
10 períodos anteriores.

Para que o momentum seja utilizado corretamente é preciso comparar o valor atual com
o seu histórico. Para isso, é preciso saber que:

• Se o ativo apresentou um período de intensa valorização e de forma prolongada,


diz-se que está sobrecomprado;

• Se o ativo apresentou um período de intensa desvalorização e de forma prolongada,

110
diz-se que está sobrevendido.

Quando o momentum está no fundo e começa a subir, indica compra; já quando está no
topo e começa a cair, o momentum indica venda. Para se ter clareza de como identificar
esses momentos, no gráfico é apresentada uma linha superior e inferior à linha de
momentum. Se o momento cruza a linha superior (que representa a zona de
sobrecompra), é o momento de venda; caso ele cruze a linha inferior (que representa a
zona de sobrevenda), trata-se do momento de compra. Observe:

Figura – Linha de momentum e momento de compra e de venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É possível, assim, traçar linhas de tendência para o próprio indicador de momentum e


antecipar movimentos de preços:

Figura – Linhas de tendência para o indicador de momentum.

Fonte: Elaborado pelo autor.

111
Desse modo, é possível traçar linhas de tendência para o próprio indicador de momentum
e antecipar movimentos de preços. A tendência é observada quando o indicador
acompanha o próprio preço.

No entanto, é possível que o indicador não acompanhe o preço. Nesse caso, há


divergência. As divergências, nesse contexto, são as diferenças entre os preços e os
indicadores. Elas sinalizam a reversão de tendência nos preços e possibilitam consolidar
os momentos de encerramento das operações. As divergências podem ser altistas ou
baixistas e são classificadas conforme o nível de força (confiabilidade):

Divergência altista

De maior força (tipo A): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo que o anterior
(tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo mais alto que o antecedente.
Portanto, indica uma possível alta em momentos posteriores (reversão de tendência).
Obs.: Maior confiabilidade.

De maior força (tipo B): quando os preços fazem um fundo duplo enquanto o indicador
não faz um fundo mais baixo que o anterior. Assim, indica uma possível alta em momentos
posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média confiabilidade.

De maior força (tipo C): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo que o anterior
(tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo duplo. Esse indicador indica mais
uma estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para reversão.

Divergência baixista

De maior força (tipo A): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o anterior
(tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo mais baixo que o anterior. Portanto,
indica uma possível baixa em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Maior
confiabilidade.

De maior força (tipo B): quando os preços fazem um topo duplo, enquanto o indicador

112
não faz um topo mais alto que o anterior. Desse modo, indica uma possível baixa em
momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média confiabilidade.

De maior força (tipo C): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o anterior
(tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo duplo. Isso indica mais uma
estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para reversão.

Osciladores: Momento (ROC), Estocástico, IFR e MACD

Rate of Change

Rate of Change (ROC) ou Taxa de Variação é um dos principais indicadores de oscilação,


que mede a proporção de variação do preço do ativo. O ROC pode ser observado adiante:

Assim, ROC é a razão entre o preço de fechamento no instante atual em relação aos preços
de fechamentos dos períodos anteriores. Para analisar esse indicador, geralmente são
utilizadas três linhas de referência:

• Linha Central (0% de variação);

• Linha de Superior (100% de variação); e

✓ Obs.: não é um máximo intransponível.

• Linha de Mínimo (-100% de variação).

✓ Obs.: é um mínimo intransponível.

Se o ROC apresenta crescimento, indica a manutenção de uma tendência de alta ou a


diminuição da força de uma tendência de baixa. Já se o ROC apresenta decaimento, indica
a manutenção de uma tendência de baixa ou a diminuição da força de uma tendência de
alta. Resumidamente:

113
ROC > 0: há uma tendência de alta ou perda de força de uma tendência de baixa.

ROC < 0 : há uma tendência de baixa ou perda de força de uma tendência de alta.

Assim, é sinalizada a oportunidade de compra quando o ROC cruza a linha 0 de baixo para
cima. Já quando o ROC cruza a linha 0 de cima para baixo, indica oportunidade de venda.

Figura – ROC e oportunidade de compra e venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Estocástico

O estocástico é um oscilador que capta a capacidade de as forças de compra/venda


encerrarem o período gráfico próximo do máximo ou do mínimo. Por exemplo, capta a
capacidade da pressão compradora de encerrar um pregão próximo da máxima observada
em um período anterior.

A fim de se obter o estocástico, é necessário construir duas linhas. A primeira delas é


chamada de linha rápida, a qual é representada da seguinte forma:

114
Nessa fórmula, xt representa o preço de fechamento de um pregão, enquanto Mínτ
equivale à mínima de um período τ anterior a ele, e Mαx representa a máxima de um
período τ anterior.

Já a linha lenta (ou suave) é uma média móvel da linha rápida. Ela pode ser escrita da
seguinte forma:

Ou:

Diferentes períodos podem ser adotados para a soma representada pela linha lenta, mas
geralmente são realizadas as somas de 3 dias (n=3) da %K. Ou seja, são somados 3 dias da
%K, que são divididos por 3. Dessa forma, a linha suave desconsidera mais as oscilações de
curto prazo e representa melhor a tendência de longo prazo; enquanto a linha rápida
representa melhor as oscilações de curto prazo, visto que concede maior atenção aos
últimos acontecimentos.

Essa análise usualmente é aplicada em períodos curtos, de 5 dias para a linha %K e 3 dias
para a linha %D, indo geralmente até no máximo 10 dias observados.

Há duas formas comuns de utilizar o estocástico na prática: o estocástico rápido e o


estocástico lento.

Estocástico rápido: é construído com base em duas linhas, %K e a %D, traçadas (mais sujeita
às oscilações).
Estocástico lento: é construído com base na linha %D traçada e em sua média móvel, que
chamaremos de %M (a qual também pode ser de 3 dias).

115
A fim de analisar o estocástico, são utilizadas linhas para determinar as sobrecompras e
sobrevendas. Como o estocástico oscila entre 0 e 100%, é comum a utilização de zonas
próximas desses limites, como 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras.

Caso o estocástico caia abaixo da linha de sobrevenda, é estabelecido o momento de


compra. Caso ele suba acima da linha de sobrecompra, define-se o momento de venda.

Índice de Força Relativa (IFR)

O Índice de Força Relativa (IFR) é um dos indicadores mais utilizados. Esse indicador mede
a “força do ativo”, ou seja, é utilizado para encontrar o ponto de exaustão do preço de um
ativo. É calculado conforme a seguinte expressão:

Nessa representação, o termo Mmaxτ representa a média dos dias de encerramento na


máxima, e o termo Mminτ representa a média dos dias de encerramento na mínima.
Ambos em relação ao período τ observado. Quanto menor é esse período, maior é a
volatilidade do indicador (maior a oscilação do IFR). Esse indicador varia entre 0 e 100.

Geralmente são adotados períodos de 9, 14 e 25 dias, mas esse critério é subjetivo e, assim
como os demais indicadores citados, deve ser testado para diferentes períodos a fim de
avaliar qual é mais adequado para o ativo analisado. Geralmente, o IFR é utilizado em
conjunto com outras formas de análise.

Para estabelecer o nível de compra ou venda, são utilizados os conceitos de sobrecompra


e de sobrevenda. As proporções utilizadas para determinar essas linhas são subjetivas e
também podem variar entre 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras. Caso esteja acima
da linha de sobrecompra, define-se o momento de venda; caso esteja abaixo da linha de
sobrevenda, configura o momento de compra. Observe:

116
Figura – Sobrecompra e sobrevenda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nele as divergências também estão presentes e constituem importantes indicadores de


tendências. Assim como nos casos anteriores, a diferença entre o sentido do IFR e dos
preços pode indicar reversão para a compra (caso os preços indiquem baixa e o IFR alta –
para a divergência A) ou reversão para venda (caso os preços indiquem alta e o IFR baixa
– para a divergência A):

Figura – Reversão para a compra e venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

117
Moving Average Convergence Divergence (MACD)

O Moving Average Convergence Divergence (MACD) é um indicador que observa o


comportamento entre duas médias móveis. Pode ser traduzido como “Convergência e
Divergência de Médias Móveis”. Assim, esse é o indicador que utiliza, no mínimo, duas
médias móveis para indicar momentos de compra ou venda. Sua formulação pode ser
observada abaixo:

Isto é, a linha do MACD é composta pela diferença entre uma média móvel de curto prazo
e uma média móvel de longo prazo. Geralmente, a média móvel utilizada é exponencial,
sendo a MME de 12 dias utilizada para o curto prazo e a MME de 26 dias utilizada para o
longo prazo.

Além disso, há um outro elemento: uma linha de sinalização (Ms) que é composta por uma
média móvel exponencial de prazo ainda mais curto (geralmente 9 dias). Essa linha pode
apresentar pontos com três valores distintos:

Caso MACD> 0 : A MC > ML A , logo o mercado está otimista sobre os movimentos


seguintes nos preços.
Caso MACD< 0 : A MC < ML A , logo o mercado está pessimista sobre os movimentos
seguintes nos preços.
Caso MACD = 0 : A MC = ML A , equilíbrio. Não há definição para o humor do mercado.

118
Figura – Moving Average Convergence Divergence (MACD).

Fonte: Elaborado pelo autor.

A fim de estabelecer momentos para a compra ou venda, é necessário observar a linha de


sinalização, pois esse indicador não é particularmente útil para identificar compra ou
vendas baseadas nas áreas de sobrecompra ou sobrevenda. Ainda assim, caso o MACD
esteja muito alto, significa que a pressão compradora está muito acima do histórico, o
que indica uma possível sobrecompra; assim como se o o MACD estiver muito baixo,
indica uma possível sobrevenda.

Caso o MACD cruze de baixo para cima a linha de sinalização, é apontado um momento
para a compra; já quando o MACD cruza a linha de sinalização de cima para baixo, um
momento para a venda é indicado. Uma das formas de compará-las é através do
histograma:

O histograma é positivo quando a linha MACD está acima de sua linha de sinalização e é
negativo quando a linha MACD está abaixo desta linha.

119
On Balance Volume (OBV)

On Balance Volume (OBV) é um indicador de momentum que se utiliza das variações do


volume para identificar se ele está entrando ou saindo em momentos de pico ou declínio
do volume. Esse indicador é representado pela seguinte fórmula:

O xt indica o preço de fechamento no instante atual, e xt-1 no instante anterior. Por


exemplo: xt = preço de fechamento hoje, e xt-1= preço de fechamento ontem. Dessa
forma, o OBV dependerá do fechamento do instante analisado. Caso ele seja positivo,
então o OBV do instante anterior é somado ao volume do instante analisado; caso
negativo, o volume do instante é subtraído do OBV do instante anterior. Observe um
exemplo:

Figura – On Balance Volume (OBV).

Fonte: Elaborado pelo autor.

120
A ideia de divergência também é aplicada a ele. Caso o preço apresente topos mais altos
que os anteriores e o OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma
baixa. Além disso, caso o preço apresente um fundo mais abaixo que o anterior, mas o
OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma alta.

121
Gerenciamento de Risco

Fundamentos de Retorno vs. Risco

Em finanças é sabido que quanto maior é o retorno de um investimento maior é o risco


associado a ele. Essa associação, que apresenta ressalvas, também se aplicada à análise
técnica. Por exemplo, quanto maior é a volatilidade tolerada pelo analista para atingir o
preço estabelecido como meta (preço alvo) maior é a possibilidade de alcançá-lo em
determinado momento. Caso o analista não aceite determinada volatilidade, é capaz de
ele sair do ativo antes de atingir o preço alvo. Veja o exemplo a seguir:

Figura – Exemplo de volatilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Observe que o analista determinou um preço mínimo a ser tolerado. Caso o ativo caia até
determinado nível, ele vende o ativo e assim diminui o risco de maiores perdas. Todavia,
caso ele tivesse uma tolerância maior, ele poderia ter alcançado o preço alvo maior e assim
ter tido o ganho almejado. Veja o exemplo:

122
Figura – Tolerância maior de volatilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, fica claro que o aumento do risco tolerado pelo analista aumenta
consequentemente as chances de maiores retornos do investimento. Porém, essa
estratégia poderia não ser bem-sucedida, ou seja, os sinais do ativo poderiam ser falsos e
em seguida ter uma reversão para baixa.

Sempre deve ter um limite para as perdas toleradas pelo analista. Ou seja, toda estratégia
de investimento deve considerar o limite para as perdas dela. Como no caso do
investimento em períodos curtos o investidor tem pouco tempo para constantemente
acompanhar o ativo, é aconselhável determinar limites automáticos para as perdas. Esses
são os chamados stops (paradas). Os Stops são as ordens utilizadas para limitar as perdas
ou garantir os lucros das operações realizadas. Há diversas ordens programáveis pelo
investidor no home-broker, entre elas:

Start

As ordens de Start são aquelas que indicam um momento de compra quando houver
reversão de tendência em um ativo. Nela é definido uma diferença de preço que efetuará
o disparado da ordem (irá iniciar a ordem programada). Por exemplo, um ativo estava em

123
queda e o analista identifica uma possibilidade de reversão, portanto, ele orienta os
investidores que programem uma ordem de compra para quando o ativo subir de R$17,00
para R$ 17,60. Essa ordem será então a ordem de Start. Assim, o Start sinaliza uma entrada
em um determinado momento. Dessa forma há dois preços:

• Preço de disparo: preço em que o Start será ativado;

• Preço limite (ou preço de compra): o valor em que será realizada a compra.

Stop Loss

Os stops são, portanto, formas de limitar perdas em uma única operação. Perdas essas que
poderiam ser transformadas em um investimento em outro ativo que possa dar retorno.
Ou seja, quanto mais tempo se “gasta” esperando o ativo se recuperar de uma perda, mais
oportunidades são perdidas. Portanto, há um custo de oportunidade em “afundar” junto
com um ativo. O principal deles é o Stop Loss, em que também há dois preços a serem
definidos:

• Preço de disparo: preço em que o Loss será ativado;

• Preço limite (ou preço de venda): o valor da venda mínimo a ser realizado.

Stop Loss é uma ordem para vender uma ação caso ela atinja determinado preço, com o
objetivo de limitar as perdas incorridas. Por exemplo, imagine que você comprou uma ação
quando ela estava cotada em R$ 20,00, você pode colocar uma ordem stop loss para que
ela seja vendida caso o seu preço se reduza para R$ 15,00, limitando as suas perdas em
25%. Similar ao stop loss, também é possível estabelecer uma ordem que define o
montante de valorização de uma ação. Por exemplo, se você comprar uma ação a R$ 20,00,
é possível emitir uma ordem para que ela seja vendida caso o seu valor supere os R$ 25,00.

Stop Gain

Já o Stop Gain objetiva assegurar um lucro definido pelo analista. Nela também é definido
um preço limite inferior ao disparo, contudo, o objetivo nesse caso é limitar a queda na

124
lucratividade, portanto, esses preços estão acima do preço no instante em que a ordem é
colocada (diferente do Stop Loss, em que os preços limite/disparo estão abaixo do preço
no instante em que são colocados). Por exemplo, o investidor comprou uma ação por R$
15,00 e há uma previsão de chegue até no máximo R$ 18,00, portanto, ele define um Stop
Gain com disparo em R$ 18,00 e uma venda em R$ 17,80.

Stop Simultâneo

Por fim, há o Stop Simultâneo que consiste em colocar tanto uma ordem de Stop Gain
quanto uma ordem de Stop Loss, assim, definindo uma faixa para a variação do ativo
conforme uma estratégia definida. Observe que todas as ordens citadas anteriormente
não são colocadas por acaso. Todas elas dependem de uma estratégia definida para as
operações.

Definição de Objetivo e de Stop

Para se definir o Stop, é preciso estabelecer qual é o preço que sinaliza que a operação
fracassou. Esse preço pode ser definido de diversas formas. Entre elas:

Stop rígido

O Stop rígido pode ser definido como a determinação de um valor fixo abaixo da cotação
no instante da compra do ativo. Esse valor é uma diferença de preço fixo abaixo da cotação
do ativo. Por exemplo, o analista pode determinar que o Stop Loss estará sempre R$ 2,00
abaixo do preço de entrada em um ativo específico. Essa é a forma mais simples de
determinar o Stop, mas uma das menos eficientes, posto que nem sempre um valor fixo
adequa-se à volatilidade do ativo e a seu nível de preço.

125
Average True Range (ATR)

Já o Alcance Médio Verdadeiro – Average True Range (ATR) – é a definição do Stop


segundo um percentual de variação. Ele utiliza a medida de volatilidade de um período
como forma de estabelecer o limite do Stop. Nele usa-se geralmente a diferença absoluta
correspondente ao maior número entre as três medidas citadas adiante:

• Diferença entre o máximo e mínimo atual;

• Diferença entre o máximo atual e o fechamento anterior;

• Diferença entre o mínimo atual e o fechamento anterior.

Essa diferença é calculada para um período, normalmente 20 instantes do tempo. Após


isso, é feita uma média. O percentual desta é utilizado em relação ao preço atual para se
estabelecer o Stop a ser utilizado.

Múltipla Máxima/Mínima do Período

Na múltipla máxima/mínima do período, usa-se simplesmente a máxima ou a mínima de


um número de períodos determinado, por exemplo, a mínima de 2 períodos anteriores.

Fechamentos Abaixo/Acima de Níveis de Preço

Nos fechamentos abaixo/acima de níveis de preço, simplesmente utiliza-se o preço de


rompimento de um suporte/resistência. No caso do Stop Loss para uma compra, utilizar-
se-á o preço do rompimento da última resistência. Outra estratégia, nesse sentido, é
estabelecer o Stop conforme as ondas captadas por Fibonacci. Caso seja possível identificá-
las, basta colocar o Stop conforme o encerramento das ondas da tendência de alta (onda
12345 para a compra) antes que se reverta para as ondas ABC.

126
Stop com Saída Confirmada por um Indicador

Por fim, no caso do Stop com saída confirmada por um indicador, define-se o Stop
conforme um indicador de força ou fraqueza do mercado, como um indicador de
momentum (IFR, por exemplo).

Stop Móvel

O Stop Móvel é uma alternativa de stop para os analistas que desejam definir uma regra
para que o stop loss se movimente conforme mudanças nos preços do ativo. Por
exemplo, suponha um ativo que se valorize constantemente durante vários dias, é
interessante então ajustar a ordem de stop conforme prossegue a tendência de alta.
Nesse caso, stop móvel ajusta automaticamente o stop conforme essa tendência ocorra. É
importante destacar que esse ajuste só ocorre para cima quando se opera comprado em
um ativo. Assim, no stop móvel você precisa definir 4 fatores:

Figura – 4 fatores do Stop móvel.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para ilustrar isso, suponha um ativo cujo preço de compra é de R$ 10,00 e se valorize para
R$ 12,00. Ao chegar nesse patamar de preço ao invés de vender é decidido atribuir um
stop móvel, ou seja, é esperado que o ativo se valorize ainda mais. Através dessa ação é

127
garantida parte da lucratividade adquirida e, além disso, é aproveitada a oportunidade de
maior valorização.

Suponha que no caso anterior o analista utilize um preço de disparo de R$ 11,50 e um


preço de venda de R$ 11,30. Esses dois preços definidos inicialmente nunca mudam, e são
fixos. Ou seja, não variam conforme o stop móvel se movimenta. O stop só se moverá a
partir do início do stop móvel. Assim, o analista decide que o preço de início da função
móvel é R$ 12,50 e o ajuste de preço do stop, que pode ser de R$ 0,10. Então, R$ 12,50 é
o preço de início do Stop Móvel, e depois desse preço começa o ajuste de preço do stop e
conforme o disparo, que passa a ser acrescido de R$ 0,10. Portanto, ao preço de R$ 12,50
o disparo (Não o inicial) passa ser R$ 11,60 e o preço de venda (Não o inicial) passa a ser
R$ 11,40, depois disso, aumentos de R$ 0,01 no preço são acompanhados de aumentos de
R$ 0,11 no disparo e no preço de venda. Lembre-se: o stop móvel só ajusta para cima nesse
caso.

128
Estratégias Operacionais

Seguidor de Tendência e Contratendência

Quando o mercado está em uma tendência clara (diagonal positiva ou negativa),


geralmente, usa-se algum seguidor de tendência. Os seguidores de tendência são
ferramentas que facilitam a visualização da direção do mercado, como as médias móveis.
Já quando o mercado está andando horizontalmente é mais indicado utilizar um oscilador,
como o MACD. No entanto, para que a operação não seja contaminada por falsas
interpretações sobre a tendência analisada, foram desenvolvidos indicadores que
demonstram a força da tendência. Para isso, é necessário ter em mente alguns conceitos
ainda não apresentados. Há dois indicadores amplamente reconhecidos que auxiliam na
determinação da tendência. São eles:

Direcional Positivo (DI+) ou Plus Directional Indicator (+DI)

Direcional Negativo (DI-) ou Minus Directional Indicator (-DI)

Ambos os indicadores são osciladores que variam entre 0 e 100 e são calculados para
períodos de, em média, 14 dias. Se a diferença entre o DI- e o D+ for pequena (cerca de
20 pontos ou menos) o mercado está na “horizontal”, ou seja, não há uma tendência
bem definida. Caso haja diferenças significativas (cerca de 40 pontos ou mais) entre eles,
é indicado uma tendência. É importante destacar que esse oscilador não é indicado para
a definição de pontos de compra, mas sim, para a definição da direção do mercado.
Contudo, alguns analistas utilizam o cruzamento entre o DI+ e o DI- para indicar momentos
de compra ou venda. Nesse caso, se o D+ cruzar o DI- de baixo para cima é indicado
compra. Já caso o D- cruzar o D+ de baixo para cima é indicada venda. Mas como é

129
encontrado o DI- e o D+? Para responder, primeiro é preciso saber se movimento é
direcional para cima ou para baixo. Para isso, basta comparar a diferença entre dois
máximos consecutivos e a diferença entre os dois mínimos consecutivos. Quando:

• a diferença entre os máximos for maior que a diferença entre os mínimos é dito que
o movimento é direcional positivo;

• a diferença entre os mínimos for maior que a diferença entre os máximos é dito que
o movimento é direcional negativo.

Considerando o segundo dia como D2 e o primeiro dia como D1, observe:

Se [máx (D2) – máx (D1)] _gt_ [min (D2) – min (D1)]: O Movimento é considerado
“Movimento Direcional Positivo – MDP” e é considerado [máx (D2) – máx (D1)] e
descartado o [min (D2) – min (D1)].

Se [máx (D2) – máx (D1)] _lt_ [min (D2) – min 9D1)]: O Movimento é considerado
“Movimento Direcional Negativo – MDN” e é considerado [min (D2) – min (D1)]. e
descartado o [máx (D2) – máx (D1)].

Contudo, isso só vale se pelo menos um dos valores não é negativo. Caso (máxD2 – máxD1)
ou (minD2 – minD1) dê um valor negativo, o valor negativo é desconsiderado. Caso ambos
deem negativo, o movimento não é considerado direcional. Veja os candles a seguir:

130
Figura – Candles.

Fonte: Elaborado pelo autor.

No primeiro candle (D1) temos:

No segundo candle (D2) temos:

131
Então o cálculo será:

[máx (D2) – máx (D1)] = (20,04 – 20,95) = -0,91

[min (D2) – min (D1)] = (19,08 – 20,36) = -1,28

Nesse exemplo demonstrado não é considerado um movimento direcional pois ambos


os valores são negativos. Para encontrar a linha DI+, o movimento direcional positivo é
então realizado para cerca de 14 dias e é dividido pelo True Range (TR) demonstrado no
capítulo 8 e depois multiplicado por 100 para encontrar o valor percentual correspondente
a linha (que como dito anteriormente, vai de 0 a 100). Já para encontrar a linha DI-, o
movimento direcional negativo é também realizado para cerca de 14 dias e é dividido pelo
TR e depois multiplicado por 100 para encontrar o valor percentual correspondente à
linha.

Agora que se sabe se há uma tendência ou se o mercado está andando na horizontal, é


preciso saber a força dessa tendência conforme o direcionamento dela. Para isso, é
utilizado o Indicador Direcional Médio ou Average Directional Index (ADX). O ADX
depende do índice de movimento direcional (DX) que corresponde a:

O ADX é basicamente a média do DX para os últimos 14 dias observados e também varia


entre 0 e 100. Geralmente, se considera que a tendência é fraca quando o ADX apresenta
valores inferiores a 25 ou se o ADX está acima das linhas DI+ e DI- simultaneamente. Caso
isso ocorra, o analista pode suspeitar da real existência de uma tendência. Caso contrário,
com ADX apresentando valores superiores a 40, é indicada a existência de uma
tendência.

A identificação da tendência influencia diretamente na estratégia utilizada, porém, essa


estratégia também depende do prazo da operação.

132
Estratégias de Longo, Médio, Curto e Curtíssimo Prazo

Tabela – Estratégias.

Período Rentabilidade
Curtíssimo Prazo (Scalper) Minutos, horas Centavos de Ações

Curto Prazo (Daytrade) Menos de dois dias 05% a 3%

Médio Prazo (Swingtrade) Poucos dias 5% a 8%

Longo Prazo (Position) Várias semanas ou vários meses 10% a 20%

Fonte: Elaborada pelo autor.

Em caso de existência de uma tendência identificada é preciso se posicionar no mercado.


Contudo, esse posicionamento e a própria análise dependerá do prazo da operação. Em
trades mais longos é observado que o investidor:

• Se posiciona conforme a tendência e é administrada a posição conforme a evolução


dela através de stops, aumentos de posição, retirada de parte do investimento, etc.;

• se usa ferramentas de avaliação de tendência como média móveis simples e


ponderadas;

• identifica claramente a perda de força da tendência através de sinais como


formações de candles específicas de reversão.

Já em trades mais curtos é o investidor observa que:

• há claras existências de suportes e resistências;

• é mais comum o uso de osciladores para momentos sem clara identificação da


tendência. São utilizadas bandas de Bollinger mais curtas;

• a reversão de tendência ocorre de forma mais brusca, como gaps.

133
Diante do exposto anteriormente, fica claro que saber o prazo das operações realizadas é
fundamental para a estratégia a ser definida. Assim, há conceitos comumente aplicados
para diferenciar as operações conforme os prazos delas. Entre os termos utilizados é
comum observar:

Position

As operações classificadas como position são aquelas em que o investidor se mantém na


posição por várias semanas ou até vários meses. Nessas operações, consideradas de
longo prazo, o investidor não necessita ficar constantemente acompanhando o ativo e são
utilizados gráficos com períodos diários, semanais ou até mensais. É importante destacar
que essa position se difere do simples Buy and Hold (comprar e segurar). Ao realizar uma
operação position é observado o momento de entrar e sair do ativo, portanto, não é
apenas comprar e esquecer do ativo na carteira. Nas operações de position são buscados
ganhos maiores que nas demais operações (de 10% até 20%) e não é necessário um alto
volume para sair dos ativos (liquidez), observado que o investidor tem mais flexibilidade
para definir o momento de saída dele.

Swingtrade

Já no swing trade são utilizados prazos menores que o position (poucos dias) e é
considerada de médio prazo. Nessas operações são buscados ganhos inferiores ao
position, porém, ainda maiores que nas demais modalidades: entre 5% a 8% de retorno.
Nessas operações são utilizados gráficos diários. O swing trade é considerado uma
operação de médio prazo e se foca em observar momentos de reversão. A liquidez se
torna mais importante nessas operações. Nessa operação há uma maior necessidade de
observação do mercado do que no position, pois apesar de não precisar se “focar”
exclusivamente no ativo adquirido, há uma necessidade maior de observação do mercado
para encontrar oportunidades.

134
Daytrade

No day trade as operações ocorrem ao longo do próprio dia, ou seja, são abertas e
encerradas no mesmo dia. Assim, não há day trade que comece em um determinado
pregão e encerra no pregão do dia seguinte. Para as operações desse gênero são utilizados
períodos gráficos de até 60 minutos e se foca em ativos com maior liquidez pois a
diferença de minutos em um ativo pode significar a perda da lucratividade na operação.
Devido a isso, é considerada de curto prazo. Os ganhos das operações de day trade são
menores, entre 0,5% e 3% em um único dia e exige dedicação quase que exclusiva para o
acompanhamento do mercado. O day trade oferece maior risco do que as operações
anteriormente citadas, pois depende mais da liquidez e é passível de tributação e
corretagem que podem inviabilizar os ganhos. Contudo, o ganho acumulado ao longo de
diversos dias de operação tende a ser bom.

Scalper

Por fim, o scalping é uma operação mais ativa que o day trade. Portanto, o scalper é
considerado um investidor ainda mais agressivo que os demais. O scalper tende a fazer
cerca de 15 vezes mais operações que um day trader comum (investidor que faz day
trade). O maior foco dos scalpers está na redução considerável da exposição às
perdas. Para realizar operação desse gênero o investidor deve ter dedicação exclusiva às
operações realizadas. No scalping o foco está em variações mínimas, como centavos em
ações. Dessa forma, observam prazos curtíssimos e se utilizam de gráficos de poucos
minutos e são altamente dependentes do volume negociado.

Combinação de Diversas Técnicas

Ao realizar um investimento é preciso estabelecer os limites de ganhos e perdas. Há duas


formas para se definir isso:

• O método clássico: estabelecer uma ordem de venda para se proteger de perdas ou


garantir ganhos conforme o conhecimento sobre a direção do mercado (identificadas com

135
uma técnica) e as pretensões do investimento.

• Combinação de métodos: utilizar um mix de técnicas para definir um intervalo de


preços de assim estabelecer os limites das operações realizadas.

Por exemplo, um investidor busca fazer um position. Nesse caso é possível definir um
objetivo de ganho conforme uma ferramenta como o Fibonacci, que demonstrará a
posição do ativo no auge da estratégia e pode utilizar as médias móveis para observar a
direção da tendência. Além disso, pode-se observar a movimentação dos preços através
dos padrões candlestick. Ou seja, um método é utilizado para definir a meta e outro
método é utilizado para acompanhar a evolução do ativo.

Depois disso, esse mesmo investidor decide fazer outra operação, porém, um day trade.
Segundo o tópico anterior, ele pode substituir os padrões candlestick por osciladores e
assim identificar o momento mais adequado para desfazer a posição através deles. Além
disso, ele pode observar a evolução do ativo através de simples suportes e resistência.

Observe que a combinação de ferramentas depende do ativo, da janela de tempo


observada e da tendência observada. Caso, por exemplo, o ativo comece a andar de
“lado”, sem uma tendência clara captada pelo ADX é recomendado que o investidor dê
preferência por osciladores e busque por formações como Bandeiras. Essas formações são
mais recorrentes em momentos de indecisão do mercado no curto prazo, assim, é
importante observar se há gaps acompanhados pelos osciladores e volume, assim,
indicando a direção do movimento.

136
Trading Systems

Fundamentos dos Sistemas Mecânicos (Robôs)

As operações recomendadas por analistas técnicos tendem a ter períodos mais curtos que
as operações recomendadas por analistas fundamentalistas. Muitas vezes, essas
operações apresentam prazos médios, curtos ou curtíssimos. Devido a essas
características, é exigido um tempo considerável para acompanhar as operações e, além
disso, o investidor está suscetível aos erros de decisão diante das oscilações. Uma solução
para esse problema é a adoção de “robôs” programados conforme as estratégias
definidas pelo analista. Dessa forma, o negociador pode se ocupar apenas em escolher as
melhores estratégias e stops e deixar o acompanhamento com o robô programado.

Porém, para que essa técnica dê certo é preciso que o robô seja corretamente orientado.
Ou seja, eles dependem da capacidade crítica do analista. Assim sendo, esses robôs
observam os níveis de preços do mercado e através deles identificam as características das
séries e os padrões gráficos decorrentes delas. Esses robôs são chamamos tecnicamente
de Trading Systems (TS). Os TS, como o próprio nome diz, são ferramentas de operação
sistema no mercado financeiro e economizam tempo (observação e realização de ordens)
e dinheiro (prejuízos decorrentes de fatores emocionais). Para que o TS funcione, são
definidos parâmetros para os indicadores mais utilizados na análise técnica, como:

• Média Móvel;

• Média Móvel Exponencial;

• Bandas de Bollinger;

• Índice de Força Relativa;

• MACD;

• On Balance Volume;

137
Uma programação simples de TS é estabelecer que será executada uma compra quando
as médias móveis de diferentes períodos cruzarem (preços iguais) e estabelecida a ordem
de venda quando descruzarem. Identificar o indicador que será usado no TS é uma etapa
crucial do TS. Para isso, é preciso estudar com afinco as características do ativo e as
características do indicador utilizado. Devido à facilidade, os mais utilizados são as médias
móveis. Isso realça o papel do analista na definição dos parâmetros utilizados. Mas essa é
apenas uma das diversas etapas da construção do TS. Entre as etapas é possível listar:

• Definição do período gráfico (60 minutos, dia, mês, etc.);

• Escolha de quais indicadores técnicos serão utilizados (Média móvel, IFR, etc.);

• Definição dos parâmetros dos indicadores (Período observado pela média móvel,
etc.);

• Definição das regras para entrada no ativo (Em que momento é realizada a posição
comprada ou vendida);

• Definição das regras de saída do ativo (Tipo de stop, preço de disparo, preço alvo,
reversão da posição, etc.);

• Realização do backtest; e

• Análise dos resultados do backtest.

Observe que ao utilizar um TS é preciso definir uma série de regras que são parâmetros
básicos das operações e estão vinculadas à estratégia. Por exemplo, o tempo dos gráficos
maiores cobrem períodos de tempo maiores e, por englobarem oscilações maiores, são
menos suscetíveis a ordens de compra ou venda (são realizadas menos operações). Isso
está intimamente vinculado ao quanto se gastará com a execução das ordens de compra
ou venda. Os TS são divididos em dois tipos:

• Trading System de Tendência: fundamentado em indicador de tendência (mais


adequado para momentos de tendência – por utilizar indicadores como a média móvel)

• Trading System de Oscilação: fundamentado em indicador de oscilação (mais

138
adequado para momentos de congestão do mercado – por utilizar osciladores como o IFR)

Conceito de Otimização e Backtesting de Indicadores Técnicos

Antes colocar em prática um TS, há a necessidade de realizar testes sem colocar capital
em risco, para avaliar a estratégia elaborada e realizar as adaptações necessárias. Uma das
formas de realizar esses testes é avaliar o desempenho que a estratégia teria no
comportamento passado dos preços do ativo a ser operado, através de um método
chamado de Back Testing.

Back Testing consiste em testar o comportamento de uma estratégia de comercialização


de ações através da simulação com dados histórico. Em outras palavras, verifica-se o
comportamento que a estratégia teria caso ela tivesse sido elaborada em um período
passado e mantida por determinado intervalo de tempo. A grande vantagem do Back
Testing é que ele revela em que situação a estratégia adotada é vencedora.

O backtest é mais confiável quando mais dados são inseridos nele. Ou seja, estratégias
baseadas em históricos maiores têm maiores chances de serem eficientes do que aquelas
baseadas em históricos menores. Assim, TS testados em períodos longos do passado de
um ativo têm maior confiabilidade de funcionarem no futuro.

Através do backtest são testados os parâmetros e caso eles não se adequem corretamente
ao histórico é possível alterar o TS sem que haja prejuízo com operações erroneamente
executadas pelo TS.

Mas como é a estrutura do TS na prática? Essa estrutura é composta de 4 Elementos:

• Editor: recurso através do qual é elaborado o código do TS.

• Compilador: transforma o código em programa executável.

• Otimizador: trata o código para que ele seja o mais eficiente possível.

• Run-time: programa que executará as estratégias do TS.

139
Dessa forma, após o backtest é realizada a avaliação do resultado e são melhorados os
parâmetros (otimização) para que o TS funciona conforme os dados da amostra da série
de dados.

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onal
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