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Futuros e Opções
Estratégias nos Mercados Futuros
• Especulação: Um especulador usa contratos futuros com o intuito de
lucrar com os movimentos de preços futuros. Se os especuladores
acreditam que os preços vão aumentar, eles adotarão uma posição
comprada (long) por esperar obter lucro com esta estratégia. Por
outro lado, eles exploram expectativas de queda de preços adotando
uma posição vendida (short).
• Hedging: Um hedger usa contratos futuros para se proteger contra
flutuações de preços. Objetiva neutralizar o risco de variações de
preços tanto quanto possível. Focaremos nas estratégias de hedging.
Antes disso, vamos observar algumas informações a respeito da
especulação nos mercados futuros.
Especulação nos Mercados Futuros
Por que especular nos Mercados Futuros ao invés de operar nos
Mercados à vista?
• Custos de transação
• Alavancagem (margem de garantia)
Margem de garantia é sinônimo de alavancagem. Para negociar no
mercado futuro, o investidor precisa manter na conta corrente de uma
corretora apenas um percentual do valor total do contrato.
Margem de Garantia
A margem de garantia é uma quantia em dinheiro* depositada pelas
partes envolvidas em um contrato futuro com o objetivo de garantir o
cumprimento do mesmo.
A margem de garantia é uma exigência da câmara de compensação
para cobrir os compromissos assumidos pelos participantes no
mercado futuro.
O valor da margem representa apenas um percentual do valor total do
contrato futuro. Este valor deve permanecer depositado na conta da
corretora enquanto compradores e vendedores mantiverem suas
posições em aberto, ou seja, continuarem atrelados aos contratos
futuros. Quando as posições forem encerradas, a margem de garantia
é devolvida.
*Outros valores mobiliários atrelados à conta dos participantes em suas respectivas
corretoras de valores mobiliários podem ser aceitos como garantia para execução da
operação (exemplo: CDBs, ações, títulos públicos entre outros).
Margem de garantia dos principais contratos
futuros negociados na BM&FBOVESPA
Contrato Agrícola Código Margem de Garantia
Bezerro BZE 3,71%
Boi Gordo BGI 3,34%
Café ICF 4,88%
Etanol ETN 6,31%
Milho CCI 5,49%
Soja SOJ 4,32%
A estratégia de hedge:
• 15 de maio: empresa vende 1.000 contratos futuros de petróleo com vencimento em agosto.
• 15 de agosto: encerramento da posição futura.
Resultado:
• A empresa garante o recebimento de um preço próximo de US$ 57,50 por barril.
A estratégia de hedge:
• 15 de janeiro: compra de 4 contratos futuros de cobre com vencimento em maio.
• 15 de maio: encerramento da posição futura.
Resultado:
• A empresa garante o custo próximo de US$ 2,9000 por libra-peso.
Exemplo 1:
• O custo do cobre no dia 15 de maio é de US$ 2,9150 por libra-peso.
• A metalúrgica lucra US$ 0,0150 por libra-peso com o contrato futuro.
Exemplo 2:
• O custo do cobre no dia 15 de maio é de US$ 2,8800 por libra-peso.
• A empresa perde cerca de US$ 0,0200 por libra-peso com o contrato futuro.
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
Considerações
O hedge com futuros pode resultar em queda ou aumento dos lucros de uma empresa, com
relação à posição em que a empresa se encontraria sem ele. O hedge pode reduzir o risco da
empresa, mas pode aumentar os riscos do diretor financeiro, visto que caso ocorra algum
“prejuízo” com a realização do hedge a conversa abaixo pode acontecer:
Presidente: Isso é horrível! Perdemos US$ 30 milhões no mercado futuro em 3 meses. Como isso pôde acontecer? Quero
uma explicação detalhada.
Diretor financeiro: O objetivo dos contratos futuros foi hedgear o risco do preço do petróleo, não obter lucro. O senhor não deve
esquecer que ganhamos cerca de US$ 30 milhões com o efeito favorável dos aumentos no preço do petróleo
para nossos negócios.
Presidente: E o que uma coisa tem a ver com a outra? É o mesmo que dizer que não temos de nos preocupar com as
quedas de nossas vendas na Califórnia, porque em Nova Iorque elas estão ótimas.
Diretor financeiro: Se o preço do petróleo tivesse caído ...
Presidente: Não quero saber o que teria acontecido! O fato é que ele subiu. Realmente não sei o que o senhor fazia,
brincando desse jeito no mercado futuro. Nossos acionistas esperam um bom desempenho e eu terei de
explicar a eles que suas brilhantes estratégias reduziram nossos lucros em US$ 30 milhões. Receio que isso
gratificação para o senhor este ano.
Diretor financeiro: Não é justo! Eu estava apenas ...
Presidente: Não é justo? O senhor tem sorte de não ser mandado embora, depois de perder US$ 30 milhões.
Diretor financeiro: Bem, tudo depende de interpretação ...
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
O risco de base
Problemas que dão origem ao risco de base:
• O ativo cujo preço é hedgeado poderá não ser exatamente o
mesmo que referencia o contrato futuro;
• O hedger poderá não saber com certeza a data exata em que o
ativo será comprado ou vendido;
• A estratégia poderá exigir que o contrato futuro seja encerrado
bem antes de sua data de vencimento.
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
O risco de base
A base, numa situação de hedge, é a seguinte:
O risco de base:
• O risco surge da incerteza do hedger relacionada à diferença entre o preço à vista e o preço futuro
para setembro do iene japonês no final de julho.
O resultado:
• Quando os ienes são recebidos em julho, o preço à vista está em 0,7200 e o preço futuro em
0,7250. Segue-se que:
Base = 0,7200 – 0,7250 = -0,0050
Ganhos com futuros = 0,7800 – 0,7250 = 0,0550
O preço efetivo em centavos de dólar por iene recebido pelo hedger é o preço à vista em julho mais o
ganho com futuro:
0,7200 + 0,0550 = 0,7750
Esse valor é igual ao preço futuro inicial para setembro somado à base:
0,7800 – 0,0050 = 0,7750
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
Exemplo: O risco de base num hedge de compra
Em 8 de junho, uma empresa aérea precisará adquirir 20.000 barris de petróleo em outubro ou
novembro. Seu preço futuro para dezembro está em US$ 58 por barril.
A estratégia:
A empresa pode:
1. comprar, no dia 8 de junho, 20 contratos futuros de petróleo na NYMEX para dezembro;
2. encerrar a posição quando tiver de adquirir o petróleo.
O risco de base:
• O risco surge da incerteza do hedger relacionada à diferença entre o preço à vista e o preço futuro
do petróleo para dezembro no momento que precisar do produto.
O resultado:
• Em 10 de novembro, a empresa está pronta para comprar petróleo, encerrando sua posição a
futuro. O preço à vista é de US$ 60,00 por barril e o futuro de US$ 59,10.
Base = 60,00 – 59,10 = 0,90
Ganhos com futuros = 59,10 – 58,00 = 1,10
O custo efetivo do petróleo adquirido é o preço do dia 10 de novembro subtraído do ganho com
futuros:
60,00 – 1,10 = 58,90 por barril
Esse valor é igual ao preço futuro inicial para dezembro somado à base:
58,00 + 0,90 = 58,90 por barril
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
A razão de hedge de mínima variância
A razão de hedge é a proporção do tamanho da posição em contratos futuros
com relação a extensão da exposição ao risco. Até agora usamos uma razão
de hedge de 1,0. Se o objetivo do hedger for minimizar o risco, não será
necessariamente ideal estabelecer a razão de hedge em 1,0.
Utilizaremos as seguintes notações:
∆𝑆: mudanças no preço à vista, 𝑆, durante um período de tempo igual a
duração do hedge;
∆𝐹: mudanças no preço futuro, 𝐹, durante um período de tempo igual a
duração do hedge;
𝜎𝑆 : desvio padrão de ∆𝑆;
𝜎𝐹 : desvio padrão de ∆𝐹;
𝜌: coeficiente de correlação entre ∆𝑆 e ∆𝐹;
ℎ∗ : razão de hedge que minimiza a variância da posição do hedger.
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
A razão de hedge de mínima variância
Digamos que esperamos vender 𝑁𝐴 unidades de um ativo no instante 𝑡2 e
que desejemos montar o hedge no instante 𝑡1 , vendendo contratos futuros
de 𝑁𝐹 unidades de um ativo semelhante. A razão de hedge, ℎ, é:
𝑁𝐹
ℎ= (𝟏)
𝑁𝐴
A quantia total obtida, quando o lucro ou a perda com o hedge do ativo for
levada em conta é 𝑌, de modo que
𝑌 = 𝑆2 𝑁𝐴 − 𝐹2 − 𝐹1 𝑁𝐹
𝑌 = 𝑆1 𝑁𝐴 + (𝑆2 − 𝑆1 )𝑁𝐴 − 𝐹2 − 𝐹1 𝑁𝐹
𝑌 = 𝑆1 𝑁𝐴 + ∆𝑆𝑁𝐴 − ∆𝐹𝑁𝐹 (𝟐)
onde 𝑆1 e 𝑆2 são os preços à vista nos instantes 𝑡1 e 𝑡2 , e 𝐹1 e 𝐹2 são os
preços futuros nos instantes 𝑡1 e 𝑡2 . Usando a fórmula (𝟏) em (𝟐), temos:
𝑌 = 𝑆1 𝑁𝐴 + 𝑁𝐴 ∆𝑆 − ℎ∆𝐹
Estratégias de Hedge nos Mercados Futuros:
A razão de hedge de mínima variância
Visto que 𝑆1 e 𝑁𝐴 são conhecidos no instantes 𝑡1 , a variância de 𝑌 é minimizada
quando a variância de ∆𝑆 − ℎ∆𝐹 é minimizada. A variância de ∆𝑆 − ℎ∆𝐹
(de acordo com a propriedade da variância de uma soma) é:
Multas e penalidades:
• aos conselheiros da Sadia, Eduardo Fontana D’Ávila, Diva Helena Furlan, Luiza Helena
Trajano Inácio Rodrigues, Norberto Fatio e Vicente Falconi Campos, a penalidade de
multa pecuniária individual no valor de R$ 200.000,00;
• aos conselheiros da Sadia, Walter Fontana Filho, Francisco Silvério Morales Céspede,
Everaldo Nigro dos Santos, José Marcos Konder Comparato, membros também do
Comitê Financeiro, ou do Comitê de Auditoria da companhia, a penalidade de multa
pecuniária individual no valor de R$ 400.000,00;
• ao ex-diretor-financeiro da Sadia, Adriano Lima Ferreira, a pena de inabilitação
temporária por três anos para o exercício de cargo de administrador de companhia
aberta.
Estratégias com Opções
Conceitos básicos
• In the Money (ITM): opções com preço de exercício menor do que o preço da ação
(dentro do dinheiro).
• At the Money (ATM): opções com preço de exercício em torno do preço da ação
(no dinheiro).
• Out the Money (OTM): opções com preço de exercício maior do que o preço da
ação (fora do dinheiro).
• Prêmio das opções: preço pela qual as opções são negociadas. Esse preço (ou
prêmio) consiste em dois valores: Valor Intrínseco ou Valor Verdadeiro, que é a
parte do prêmio da opção que está dentro do dinheiro, ou seja, abaixo do preço
da ação. Por exemplo, estando a ação a R$40, se considerarmos uma opção
com preço de exercício de R$38, R$2 do prêmio da opção serão valor intrínseco
ou verdadeiro. E o Valor Extrínseco (VE): é a parte do prêmio das opções além do
valor intrínseco, além do preço da ação.
Estratégias com Opções
Conceitos básicos
• Valor Extrínseco (VE): é o valor da opção preenchido pela expectativa do mercado
e pelo tempo que ainda falta para o vencimento. Na momento do vencimento, as
opções não têm mais VE. O VE é a parte mais importante do prêmio das opções,
pois ele é afetado pela volatilidade da ação, pelas expectativas do mercado e
pela passagem do tempo. O valor intrínseco apenas segue matematicamente e
objetivamente os movimentos da ação. Se uma opção de exercício de R$38 com
a ação a R$40 tiver um prêmio de R$2,50, por exemplo, R$0,50 serão o VE, pois
é a parte do prêmio além do valor intrínseco, que é de R$2,00.
• Preço teórico (PT): preço obtido a partir de um modelo de precificação de opções
(por exemplo: Black & Scholes).
• Preço Real (PR): preço que é praticado pelo mercado.
• Comparando os preços reais e teóricos, podem-se considerar as opções
sobreavaliadas (PR > PT) ou subavaliadas (PR < PT).
Estratégias com Opções
Compra de Opções de Compra (long call)
Um investidor adquire uma opção de compra (europeia) de 100 ações da IBM.
Preço de exercício = US$40
Preço atual da ação = US$38
Preço da opção de compra de uma ação = US$5
O investimento inicial é de 100 x US$5 = US$500
O resultado:
No vencimento da opção, o preço da ação da IBM é de US$55. A opção é
exercida para um ganho de:
(US$55 – US$40) x 100 = US$1.500
O resultado:
No vencimento da opção, o preço da ação da IBM é de US$55. A opção é
exercida pela contraparte, resultando em um perda de:
(US$40 – US$55) x 100 = -US$1.500
O resultado:
No vencimento da opção, o preço da ação da Exxon é de US$80. O investidor
adquire 100 ações da Exxon e, sob os termos da operação, vende-as a US$ 100
cada, realizando um ganho de US$20 por ação, ou US$2.000 total. Computando
o custo inicial da opção, o ganho líquido é:
US$2.000 – US$1.500 = US$500
Estratégias com Opções
Compra de Opções de Venda (long put)
Estratégias com Opções
Venda de Opções de Venda (short put)
Um market maker lança uma opção de venda de 100 ações da Exxon.
Preço de exercício = US$100
Preço atual da ação = US$90
Preço da opção de compra de uma ação = US$15
O montante recebido inicialmente é de 100 x US$15 = US$1.500
O resultado:
No vencimento da opção, o preço da ação da Exxon é de US$80. Como a
contraparte não exercerá a posição, o montante recebido inicialmente pelo
lançamento da opção será o ganho líquido, US$1.500.
Estratégias com Opções
Venda de Opções de Venda (short put)
Estratégias com Opções
Venda a descoberto de Opções
“A venda a descoberto é a pior operação que se pode fazer na bolsa,
visto que numa venda a descoberto o risco é ilimitado e toda venda
deste tipo implica em margem de garantia. Devido ao risco ilimitado,
a Bolsa e a corretora têm de se proteger da eventualidade de uma alta
forte do mercado. Desta forma, só resta pedir muita margem, que é a
primeira coisa que torna a venda descoberta pouco interessante. Na
venda descoberta o trader ganha menos se estiver certo e pode
quebrar se estiver errado, por isso, basicamente só é feita por quem
tem uma ambição desmedida e não considera o cálculo de contas
simples.”
Bastter
Estratégias com Opções
Venda a descoberto de Opções: Exemplo
Consideremos a situação em que a opção esteja descoberta. Isso significa que a posição
em opções não está combinada com a pose do ativo objeto. A margem inicial é o maior
dos seguintes cálculos:
• 100% dos recursos obtidos com a venda da opção mais 20% do preço da ação objeto do
contrato, menos o valor pelo qual está fora do dinheiro;
• 100% dos recursos obtidos com a venda da opção mais 10% do preço da ação objeto.
Um investidor lança quatro contratos (lote de 100) de opção de compra da uma ação a
descoberto. O preço da opção é US$5, preço de exercício US$40 e o preço atual da ação
US$38. Como a opção está US$2 fora do dinheiro (OTM), o primeiro cálculo resulta em:
400[5 + 0,2 x 38 – 2] = 400[10,6] = US$4.240
O segundo cálculo resulta em:
400[5 + 0,1 x 38] = 400[8, 8] = US$3.520
A exigência de margem inicial será, portanto, de US$4.240. Se se tratasse de uma opção
de venda, ela estaria US$2 dentro do dinheiro, e a exigência de margem seria:
400[5 + 0,2 x 38] = 400[12,6] = US$5.040
Estratégias com Opções
Estratégias com uma única opção e uma ação
Lançamento de uma opção de compra coberta: posição comprada na ação combinada com
uma posição vendida em opção de compra.
Estratégias com Opções
Estratégias com uma única opção e uma ação
Posição vendida na ação combinada com uma posição comprada em opção de compra
Estratégias com Opções
Estratégias com uma única opção e uma ação
Estratégia de hedge com opção de venda (protective put): posição comprada na ação
combinada com uma posição comprada em opção de venda.
Estratégias com Opções
Estratégias com uma única opção e uma ação
Posição vendida na ação combinada com uma posição vendida em opção de venda
Estratégias com Opções
Paridade entre puts e calls
Os resultados das combinações envolvendo estratégias com uma única opção e
uma ação, mostradas nos últimos quatro gráficos, têm a mesma forma geral dos
gráficos de operações simples (individuais) demonstrados anteriormente, para
uma posição vendida numa opção de venda, uma posição comprada numa
posição de venda, uma posição comprada numa opção de compra e uma posição
vendida numa opção de compra, respectivamente. A paridade entre puts e calls
ajuda a explicar o por quê. A relação de paridade é:
𝑝 + 𝑆 = 𝑐 + 𝑋𝑒 −𝑟𝑇 + 𝐷
onde 𝑝 é o preço de uma opção de venda (put) europeia, 𝑆 é o preço da ação, 𝑐 é
o preço de uma opção de compra (call) europeia, 𝑋 é o preço de exercício de
ambas as opções de compra e de venda e 𝐷 é o valor dos dividendos esperados
durante a vida da opção.
Estratégias com Opções
Paridade entre puts e calls
A equação demonstra que uma posição comprada em opções de venda
combinada com uma posição comprada na ação é equivalente a uma posição
comprada em opção de compra mais um montante em dinheiro (𝑋𝑒 −𝑟𝑇 + 𝐷). Isso
esclarece porque o resultado da “protective put” tem formato semelhante ao
resultado de uma posição comprada em opção de compra. O gráfico da “posição
vendida na ação combinada com uma posição vendida em opção de venda” é o
oposto do gráfico da protective put e, portanto, leva a um resultado de formato
semelhante ao da posição vendida em opção de compra.
Estratégias com Opções
Paridade entre puts e calls
A equação pode ser reformulada para: 𝑆 − 𝑐 = 𝑋𝑒 −𝑟𝑇 + 𝐷 − 𝑝
Isso revela que uma posição comprada numa ação combinada com uma posição
vendida em uma opção de compra é equivalente a uma posição vendida em opção de
venda mais um montante em dinheiro (𝑋𝑒 −𝑟𝑇 + 𝐷). Isso explica porque o resultado do
“lançamento de uma opção de compra coberta” tem formato semelhante ao
resultado da posição vendida em opção de venda. O gráfico da “Posição vendida na
ação combinada com uma posição comprada em opção de compra” é o oposto do
gráfico do “lançamento de uma opção de compra coberta” e, portanto, leva a um
formato semelhante ao da posição comprada em opção de venda.
Estratégias com Opções
Spreads (Travas)
Uma estratégia de spread envolve tomar posições em duas ou mais
opções do mesmo tipo. Os spreads limitam tanto o potencial de lucro
quanto o de prejuízo.
Spread de alta
O spread de alta é um dos tipos mais populares de spread. Pode ser
montado através da compra de uma opção de compra de um ativo com
determinado preço de exercício e da venda de uma opção de compra do
mesmo ativo com preço de exercício mais alto, mas com mesma data
de vencimento. Como o preço de uma opção de compra sempre cai a
medida que aumenta o preço de exercício, o valor da opção vendida é
sempre menor que o da opção comprada. Desse modo, um spread de
alta, quando constituído com opções de compra, necessita de um
investimento inicial.
Estratégias com Opções
Spread de alta (Trava de alta ou Bull Spread)
Existem três tipos de spreads de alta:
• ambas as opções de compra inicialmente fora do dinheiro;
• uma opção de compra inicialmente dentro do dinheiro e a outra fora do dinheiro;
• ambas as opções de compra inicialmente dentro do dinheiro.
Os spreads de alta mais agressivos são os do primeiro tipo, já que custa muito
pouco para desenvolvê-los e a probabilidade de darem um retorno relativamente
alto (𝑋2 − 𝑋1 ) é pequena. Os outros dois tipos são mais conservadores.
Retorno de um Spread de alta
Intervalo de Retorno de uma posição Retorno de uma posição Retorno
preço da ação comprada em opção de compra vendida em opção de compra total
𝑆𝑇 ≥ 𝑋2 𝑆𝑇 − 𝑋1 𝑋2 − 𝑆𝑇 𝑋2 − 𝑋1
𝑋1 < 𝑆𝑇 < 𝑋2 𝑆𝑇 − 𝑋1 0 𝑆𝑇 − 𝑋1
𝑆𝑇 ≤ 𝑋1 0 0 0
Estratégias com Opções
Spread de alta: Exemplo (Bull Spread)
Um investidor adquire por US$3 uma opção de compra com preço de exercício de
US$30 e vende por US$1 uma opção de compra com preço de exercício de US$35.
O retorno desta estratégia será de US$5 se o preço da ação for superior a US$35 e
de zero se inferior a US$30. Se o preço da ação ficar entre US$30 e US$35, o
retorno será o valor pelo qual o preço da ação excede US$30. O custo da estratégia
é de US$3 – US$1 = US$2. O lucro, então, é o seguinte:
Short Condor
Estratégias com Opções
Iron Condor
Iron Condor
Estratégias com Opções
Strips e Straps
Um strip é uma operação onde o investidor irá adotar uma posição
comprada em uma opção de compra e em duas opções de venda de
mesmos preços e exercício e data de vencimento.
Já no strap o trader adotará uma posição comprada em duas opções de
compra e uma opção de venda, com preços de exercício e datas de
vencimentos iguais.
Podemos dizer que os lucros são os mesmos em ambas as estratégias,
a diferença é que na primeira estratégia espera-se que o ativo objeto irá
oscilar para baixo, enquanto na segunda espera-se uma oscilação para
cima.
Estratégias com Opções
Strip: Exemplo
Suponha que a ação de uma empresa é negociada a US$40 em junho. Um trader
pode montar um strip comprando duas opções de vendas com preço de exercício de
US$40 para julho por US$10 e uma opção de compra com preço de exercício de
US$40 para julho por US$5. A perda líquida é de US$15 (investimento), que também
é a perda máxima possível.
Se o preço da ação subir para US$50 na data de vencimento, as opções de venda
viram pó, mas as opções de compra estarão no dinheiro e possuirão valor intrínseco
de US$25. Subtraindo a perda inicial de US$15, o lucro do strip será de US$10.
Se o preço da ação cair para US$30 na data de vencimento, as opções de compra
viram pó, mas as opções de venda estarão no dinheiro e possuirão valor intrínseco
de US$20. Subtraindo a perda inicial de US$15, o prejuízo do strip será de US$5.
Se o preço da ação ainda estiver em US$40 na data de vencimento, ambas as
opções de compra e de venda expirarão e o strap sofrerá a perda máxima que é
igual ao investimento inicial de US$15.
Estratégias com Opções
Strip
Strip
Estratégias com Opções
Strap: Exemplo
Suponha que a ação de uma empresa é negociada a US$40 em junho. Um trader
pode montar um strap comprando duas opções de compra com preço de exercício
de US$40 para julho por US$10 e uma opção de venda com preço de exercício de
US$40 para julho por US$5. A perda líquida é de US$15 (investimento), que também
é a perda máxima possível.
Se o preço da ação cair para US$30 na data de vencimento, as opções de compra
viram pó, mas as opções de venda estarão no dinheiro e possuirão valor intrínseco
de US$25. Subtraindo a perda inicial de US$15, o prejuízo do strap será de US$10.
Se o preço da ação subir para US$50 na data de vencimento, as opções de venda
viram pó, mas as opções de compra estarão no dinheiro e possuirão valor intrínseco
de US$20. Subtraindo a perda inicial de US$15, o lucro do strap será de US$5.
Se o preço da ação ainda estiver em US$40 na data de vencimento, ambas as
opções de compra e de venda expirarão e o strap sofrerá a perda máxima que é
igual ao investimento inicial de US$15.
Estratégias com Opções
Strap
Strap
Estratégias com Derivativos
Cap, Floor & Collar
CAP: O cap de taxa de juro é um contrato que oferece proteção contra
eventuais altas de taxas, à medida que permite fixar um nível máximo para
essa flutuação. Trata-se de um contrato no qual o comprador, mediante o
pagamento de um prêmio, adquire o direito de receber do vendedor qualquer
elevação da taxa de juro que ultrapasse a taxa nele estipulada. E, portanto,
semelhante a uma opção de compra.
FLOOR: O floor de taxa de juro, por sua, vez, protege contra possíveis quedas de
taxas. E um contrato pelo qual o comprador paga um prêmio e adquire o
direito de receber do vendedor qualquer queda de taxas abaixo da estipulada
no floor. Esse contrato assemelha-se a uma opção de venda.
COLLAR: O collar não é um produto, em si, mas a combinação entre um cap e
um floor. É formado pela compra de um cap e pela venda simultânea de um
floor. Com essa operação, consegue-se fixar um nível máximo e um mínimo
para a oscilação da taxa de juro.
Estratégias com Opções
Códigos das séries de opções
A codificação utilizada no mercado de opções brasileiro é composta de 5
letras (as 4 primeiras correspondem ao código da empresa, e a última indica
o mês de vencimento e o tipo da opção), seguidas por um ou dois números. A
sequência de letras e números caracterizam uma determinada série.
TIPO DA OPÇÃO
Exemplo: VENCIMENTO
CALL PUT
TNEPH32 – Série da opção JANEIRO A M
TNEP: código da empresa. FEVEREIRO B N
MARÇO C O
H: letra que indica o mês de vencimento e o tipo ABRIL D P
da opção (opção de compra para agosto). MAIO E Q
JUNHO F R
32: preço de exercício (strike ) JULHO G S
AGOSTO H T
SETEMBRO I U
OUTUBRO J V
NOVEMBRO K W
DEZEMBRO L X
Estratégias com Opções
As Gregas: Delta (𝚫)
Delta (𝚫): é a grega mais conhecida e é bem simples. Diz respeito ao
efeito da variação de preços da ação na opção; a variação percentual
correspondente da opção em relação à variação da ação. Um delta de 50
(0,50) está dizendo que, teoricamente, se a ação variar R$1, a opção irá
variar R$0,50. O delta é maior quanto mais ITM, ou dentro do dinheiro, for
uma opção. Nas muito ITM, o delta se aproxima a 100 (1,00). Nas muito
OTM, o delta se aproxima de zero e nas opções que têm preço de exercício
próximo ao preço da ação (ATM), o delta estará próximo de 50. Na prática,
o delta de uma operação define a direção da operação: teoricamente
delta positivo são compras e delta negativo são vendas.
Estratégias com Opções
As Gregas: Delta (𝚫)
Da mesma forma que com as opções isoladamente, as operações
também possuem um Delta e pelo Delta da operação pode-se estimar o
que vai acontecer com ela de acordo com os movimentos da ação. Por
exemplo, se uma operação tem Delta de +200 isso significa dizer que se
a ação subir US$1 a operação tende a valorizar US$200 e perder US$200
se a ação cair US$1. Estas perspectivas não devem ser utilizadas como
cálculos exatos mas apenas como orientações e para ajudar a montar as
estratégias e planos de acompanhamento das operações.
Adicionalmente, observaremos mais a frente como o Gama e o Teta
também influenciam as operações e em alguns tipos de operações,
como a qualidade do delta (Delta Quality) pode fazer com que o resultado
seja bem diferente do esperado.
Estratégias com Opções
Delta (𝚫): Exemplo
Para calcular o delta de uma operação, basta multiplicar as posições em
cada opção pelos respectivos deltas:
Opção Posição Preço Delta Soma
TNEPH30 -1.000 2,20 0,60 -600
TNEPH32 1.000 1,00 0,40 400
Na tabela acima, com a TNEP4 a R$31,00 temos uma trava de baixa que
está vendida em 200 deltas (-600 +400), o que significa que,
teoricamente, a operação perde R$200,00 a cada R$1,00 que a ação
subir e ganha R$200,00 a cada R$1,00 que a ação cair.
Estratégias com Opções
As Gregas: Gama (𝚪)
Gama (𝚪): é a taxa de variação do delta, ou seja, quanto o delta a opção vai ganhar
ou perder de acordo com as variações da ação. É como se o gama fosse um
acelerador do movimento provocado pelo delta. Se uma ação sobe, a opção
daquela ação ganha delta. Se a cai, perde delta. O gama determina esse ganho ou
perda, sendo o gama exatamente a quantidade de delta que uma opção irá ganhar
se a ação subir R$1. Logo, um gama de 5 (expresso como 0,05) diz que se a ação
subir R$ 1, a opção irá ganhar 5 pontos de delta. Sendo assim, a variação dela
para R$1 de variação da ação poderia ser expressa como D + G, apesar de isso ser
apenas uma licença matemática para compreensão dos conceitos, e não o que
acontece exatamente na prática. O gama é maior nas operações próximas do
dinheiro (ATM) e diminui para dentro ou para fora do dinheiro (ITM e OTM).
• Uma operação gama positiva é uma compra de volatilidade que ganha com
movimentos fortes e perde pela passagem do tempo.
• Uma operação gama negativa (venda de volatilidade) perde nos movimentos
fortes e ganha com a passagem do tempo.
Estratégias com Opções
Gama (𝚪): Exemplo
Exemplificando o gama de uma operação com TNEP4 a R$29,00:
Opção Posição Preço Delta Gama Soma
TNEPH30 -1.000 1,40 0,45 0,05 -50
TNEPH32 2.000 0,70 0,30 0,03 60
Dados da operação:
Custo: (-1.000 x 4,76) + (2.000 x 3,38) = R$2.000
Delta: (-850 + 1.380) = +530
Gama: (-60 + 180) = +120
Delta Quality (Delta/Gama): (530/120) = 4,41
Estratégias com Opções
Delta (𝚫), Gama (𝚪) e Delta Quality (DQ): Exemplo 2
Consideremos o exemplo abaixo (compra de volatilidade – OTM):
Opção Posição Preço Delta S Delta Gama S Gama
TNEPH46 -1.000 1,29 0,33 -330 0,09 -90
TNEPH48 2.000 0,63 0,18 360 0,06 120
Dados da operação:
Custo: (-1.000 x 1,29) + (2.000 x 0,63) = -R$30 (crédito)
Delta: (-330 + 360) = +40
Gama: (-90 + 120) = +30
Delta Quality (Delta/Gama): (40/30) = 1,33
Estratégias com Opções
Delta (𝚫), Gama (𝚪) e Delta Quality (DQ): Exemplos
Analisando os exemplos 1 e 2 observamos que o custo da compra de volatilidade ITM é
bem maior (conforme esperado), mas compra-se muito delta em relação ao gama. A
operação tendo 530 deltas e 120 gamas significa dizer que se a ação subir R$1 esta
operação resultará em um ganho em torno de R$650, o que é um ganho extraordinário
mesmo em relação ao que se paga para montar esta operação. O gama preenche muito
pouco do delta, sendo assim, essa operação tem um caráter direcional forte. Tendo muito
delta e gama, a operação tem muita chance, e tendo delta quality alto, só é necessário
movimento da ação, não precisa que este seja volátil. As relações naturais estão estreitas
1,40 (4,76/3,38), bem abaixo de 2, o que faz com que na alta a F42 varie mais que a
metade da variação da F40, fazendo com que a operação ganhe valor, visto que temos
2.000 opções compradas em F42 para apenas 1.000 vendidas em F40. Apenas
exemplificando, se a F40 variar positivamente R$0,40 perde-se R$400 nela (-1.000 x
0,40), mas, em compensação, estando as relações naturais abaixo de 2, se a F42 variar ao
mesmo tempo R$0,28, ganha-se nela R$560 (2.000 x 0,28), e a operação como um todo
melhora em R$160 (-400 + 560).
Estratégias com Opções
Delta (𝚫), Gama (𝚪) e Delta Quality (DQ): Exemplos
O custo da compra de volatilidade OTM é bem menor (conforme esperado – feito até no
crédito), mas compra-se menos delta em relação ao gama. A operação tendo 40 deltas e
30 gamas significa dizer que se a ação subir R$1 esta operação resultará em um ganho
em torno de R$70, o que é um ganho pouco expressivo para R$1 de alta da ação. O gama
preenche uma porção bem maior do delta, sendo assim, essa operação tem um caráter de
volatilidade forte, precisando não só de alta, mas de alta forte e volátil para que melhore
expressivamente. Tendo pouco delta e gama, a operação tem pouca chance e será
bastante afetada pela passagem do tempo, perdendo não só valor, mas também chance
(delta e gama, pois ambas as opções são OTM) e tendo delta quality baixo ela necessita de
movimento expressivo da ação. As relações naturais estão próximas de 2 (1,29/0,63), o
que faz com que na alta a F48 varie aproximadamente a metade da variação da F46,
fazendo com que a operação fique mais ou menos na mesma se subir R$1. Somente após
a alta de R$1, e as duas opções ganhando delta e gama, é que a operação vai realmente
começar a melhorar. Um dado compensa um pouco essa operação: a maneira como foi
montada no crédito, não havendo perda na queda.
Estratégias com Opções
As Gregas: Teta (𝚯)
Teta (𝚯): tem a ver com a passagem do tempo, ou seja, o efeito da passagem do
tempo sobre as opções, expresso em centavos negativos. Um teta de menos 5 ou -
0,05 significa que aquela opção irá perder 5 centavos de VE pela passagem de um
dia. O teta é maior nas opções com mais VE, que são as mais próximas do preço
da ação. Como as opções OTM têm pouco valor e tudo VE, elas são as que vão
proporcionalmente perder mais valor com a passagem do tempo. Mas as que têm
mais VE, as do dinheiro são as que têm teta maiores e perdem uma quantidade
absoluta maior de centavos pela passagem de um dia.
• Uma operação teta positiva ganha com a passagem do tempo.
• Uma operação teta negativa perde com a passagem do tempo.
O gama tem uma relação inversa com o teta. Quanto mais gama positivo, mais
teta negativo e vice-versa. As compras são usualmente teta negativas (e gama e
delta positivas) e as vendas teta positivas (e gama e delta negativas).
Estratégias com Opções
Teta (𝚯): Exemplo
Exemplificando o teta de uma operação com TNEP4 a R$26,74 a 24 dias úteis do
vencimento:
A operação tem um teta positivo de 4 (56 – 52), o que significa que teoricamente
ganha R$4 a cada dia que passa.
A passagem do tempo prejudica as operações teta negativas de forma não linear,
assim como ajuda as operações teta positivas de forma não linear. Quanto mais
tempo passa, maior o dano que a passagem de um dia irá causar a uma operação
teta negativa e, quanto mais tempo passar, mais a passagem de um dia irá beneficiar
as operações teta positivas. Quanto mais longe do vencimento das opções, menor a
ação do tempo. Quanto mais próximo do vencimento, maior a ação do tempo.
Estratégias com Opções
Operando Gregas: Resumo
O delta define se a operação é comprada ou vendida (tendência).
Delta positivo = compra
Delta negativo = venda