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A LEITURA DE FLUXO
UM GUIA
PARA INICIAR
NA LEITURA
DE FLUXO
#SegueoFluxo
Luciano Bitencourt - Analista CNPI-T
Luciano Bitencourt - Analista CNPI-T
SUMÁRIO
01 O que é Tape Reading
a) A origem da fita
Entre 1860 e 1870 nos EUA, os negócios realizados de compra e venda de ações passaram a
ser transmitidos através de uma fita.
Na época, uma máquina conhecida como Ticker Tape Machine era responsável por impri-
mir uma fita, em que constavam:
- Variação de preços;
b) Conceitos e Características
Como a própria tradução literal diz, ”ler a fita” consiste em ler os negócios que estão ocor-
rendo procurando identificar oportunidades de negócios com base em informações de
horário, preço e volume.
Com ele, as pessoas podem analisar as tendências do mercado, a formação de preços dos
ativos e os impactos que são causados quando há uma negociação de grande volume
envolvendo certo ativo.
c) Como funciona a leitura de
01
Fluxo Tape Reading não é uma análise.
Trata-se de uma leitura do que está ocorrendo no MOMENTO e tem como propósito descobrir
A INTENÇÃO DOS GRANDES PLAYERS.
Será que o BIG PLAYER quer montar uma posição na compra? Montar uma posição na venda?
Colocando ordem a mercado ou pendurada?
Um bom conhecimento sobre o Tape Reading irá nos ajudar a identificar o PORQUÊ de uma
movimentação, construindo uma maior segurança para realizar nossas operações de
Day Trade.
Os “big players” são grandes corporações financeiras que detêm boa parte do capital
financeiro do mundo e movimentam esse volume maciço de capital para fazer operações.
Esses investidores também são chamados de players institucionais, são os famosos “tubarões”,
“baleias” ou “transatlânticos”, mas em geral são grandes fundos de investimento, fundos de
previdência, fundos soberanos, institucionais locais e estrangeiros que possuem grande capa-
cidade de realizar cálculos precisos sobre a atual situação do mercado.
Possuem equipes de trabalho numerosas e muito bem preparadas, possuem acesso aos
melhores softwares e hardwares disponíveis no mundo, possibilitando simular diversos
cenários probabilísticos no futuro com base nos dados compilados.
Enfim, buscam aplicar seus investimentos com informações do presente, mas sempre
projetando o futuro deste cenário.
02
QUEM SÃO OS GRANDES PLAYERS
Como este operador comprará no mercado estas 10 milhões de ações? Vai a mercado?
Te garanto que é muito improvável que tenha 10 milhões de ações disponíveis à venda de
ITUB4 em R$ 25... Vai então colocar uma ordem limitada e aguardar alguma alma vender para
ele nos R$ 25? Esquece, outros verão essa ordem apregoada no livro de ofertas e com certeza
não o deixarão comprar...
“Meu operador”, é preciso se camuflar e se misturar aos demais dentro dos negócios neste
ambiente hostil e esperto... Através de robôs de alta frequência é possível fazer uma monta-
gem de tamanha posição e neste curto espaço de tempo.
E para nós, leitores de fluxo de ordens, que estamos ali lendo estas negociações pelo Book de
Ofertas e pelo Times and Trades, é possível sim identificar certos padrões de negociações
destes robôs de alta frequência e nos aproveitarmos desta necessidade de compra deste
fundo que precisa comprar rapidamente muitas ações de ITUB4 – sim, é muito improvável
saber a quantidade exata que este operador está precisando comprar de ITUB4.
Alguém viu
a coruja?
Seguem alguns exemplos de corretoras de valores mais utilizadas pelos grandes players
atualmente no mercado de renda variável: Ativa, BGC Liquidez, BTG, Bradesco, Citigroup,
Credit Suisse, C6, Genial, Goldman, Ideal, INTL, Itaú, JP Morgan, Merril, Morgan,
Safra, Santander, Scotiabank, Tullet, UBS, XP.
02
QUEM SÃO OS GRANDES PLAYERS
Já os grandes fundos de investimento estão espelhados pelos países mais ricos do mundo.
Poderíamos elencar aqui facilmente uma pequena lista de cerca de 5 fundos de investimento
que, juntas, administram cerca de US$ 30 trilhões – valor maior que o PIB dos EUA de US$ 21
trilhões.
03
HFT: Os Robôs
operadores
03
HFT: OS ROBÔS OPERADORES
A sigla HFT vem das iniciais das palavras High Frequency Trading.
Os robôs de HFT são, portanto, algoritmos programados a fim de enviar e executar ordens
numa frequência elevada, normalmente em milissegundos. Os primeiros robôs HFT surgiram
nos Estados Unidos por volta de 1998.
Quanto dos negócios nas bolsas de valores do mundo são realizados por robôs HFT? 10%?
20%? Nada disso. Estima-se que 80%, talvez mais dos trades dos mercados sejam feitos por
algoritmos de alta velocidade.
Os robôs HFT são utilizados tanto para posicionar ordens com a intenção de que sejam
executadas quanto para posicionar ordens que serão canceladas milissegundos antes de
serem executadas.
Como o nome diz, os robôs HFT são capazes de fazer isso milhares de vezes por segundo de
forma automática, seguindo sua programação e sem interferência humana.
Considere que muitos dos investidores institucionais têm faturamentos anuais equivalentes a
PIBs de países: certos segredos dessas companhias equivalem a segredos de estado.
No entanto, podemos ter certeza: o principal problema que os robôs HFT precisam resolver
é liquidez.
E na necessidade de resolver essa questão, os HFT deixam pistas, seja através do volume,
seja através dos rastros deixados no book de oferta.
a) Livro de Ofertas
O Book (ou Livro) de Ofertas é o local onde o investidor pode visualizar todas as INTENÇÕES de
compra e venda de todos os participantes do mercado.
As ordens de compra ou venda são classificadas de acordo com preço ofertado e respeitam
uma ordem de FIFO (First In, First Out --> Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair).
DICA: É o Livro de Ofertas que vemos a atuação de um importante HFT: o robô passivo. Estes
ajudam a preencher as “lacunas” que podem existir no book de ofertas à medida que o preço
se altera.
Também garantem liquidez aos ativos evitando que grandes agressões de compra/venda
deslocam o preço abruptamente e ocasionando leilões de variação de preço.
04
PRINCIPAIS FERRAMENTAS
Como descrevemos no início deste e-book, a técnica de Leitura de Fluxo é a técnica de ler a
fita de negócios.
Além de sabermos o valor e a quantidade de ações que os agentes estão negociando, precisa-
mos identificar quem é o agressor para que o negócio seja realizado.
DICA: é no Times and Trades que vemos a atuação de outro importante tipo de robô HFT:
o robô ativo.
Estes ajudam a deslocar preços para o lado em que estão atuando, portanto, devemos
nos atentar com a frequência de negócios que está realizando e a quantidade de cada
agressão.
05
Bônus: Usando
indicadores de
fluxo no gráfico
05
INDICADORES DE FLUXO NO GRÁFICO
a) VWAP
Volume Weighted Average Price (ou Preço Médio Ponderado por Volume), é conhecida como
a média dos “Tubarões”, sendo muito utilizada pelos gestores institucionais.
Estes pontos de liquidez podem ser traduzidos por níveis de preço em que ocorre um
bloqueio ou obstáculo ao avanço, gerando zonas de suporte, resistência e pullbacks.
b) Pontos de Decisão
Observe como o preço se comportou nas linhas de Máxima (azul), Mínima (laranja) e Fe-
chamento (vermelha)
c) Volume Financeiro
Como já profetizou o pai da Análise Técnica – Charles Dow – “O Volume tem que confirmar a
tendência”. Mas já se perguntou qual o agente é responsável pelo aumento do volume? Olha-
mos para o Times and Trades para identificar quais são estes agentes/players que estão movi-
mentando, qual a quantidade das ordens e até onde (qual preço) aceitam pagar.
SEMANA DO FLUXO
25, 26 e 27 de abril