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certificações. Criada em 2016, oferece cursos preparatórios de alta qualidade e
com baixo custo para atender a demanda crescente por profissionais no mercado
financeiro. À frente dos nossos cursos estão professores certificados e com
vivência no mercado.

Em busca de uma experiência mais completa e eficiente, enviamos esta apostila


impressa (além da versão on-line), como material de apoio. Todos os cursos passam
por atualizações constantes a fim de acompanhar o conteúdo exigido nos
exames. Além disso, temos um canal aberto de suporte com especialistas para
auxiliar você em seus estudos em todos os momentos.

Esta apostila é parte integrante do Curso Preparatório CNPI da Pro


Educacional. Este é um material complementar para seus
estudos. Você podeconferir os exercícios de fixação,
simulados e videoaulas na sua biblioteca acessando

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Sumário
Apresentação – Conteúdo Técnico ..........................................................................................................5
Orientação de Estudos – Conteúdo Técnico ...........................................................................................8
1. Fundamentos da Análise Técnica .....................................................................................................10
1.1. Resumo CNPI: Fundamentos da Análise Técnica .....................................................................10
1.2. Diferenças entre a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista .............................................11
1.3. Tipos de Gráficos.......................................................................................................................13
1.4. Escalas Aritmética e Logarítmica...............................................................................................19
1.5. Períodos Gráficos ......................................................................................................................22
1.6. Indexação ..................................................................................................................................24
1.7. Gráficos Perpétuos ou Contínuos ..............................................................................................25
2. Teoria De Dow...................................................................................................................................27
2.1. Resumo CNPI: Teoria De Dow ..................................................................................................27
2.2. Tendência Primária, Secundária e Terciária ..............................................................................30
2.3. Regra da Confirmação ...............................................................................................................32
2.4. Importância do volume ..............................................................................................................33
3. Conceito de Tendência ......................................................................................................................35
3.1. Resumo CNPI: Conceito de Tendência .....................................................................................35
3.2. Suporte e Resistência ................................................................................................................37
3.3. Linhas de Tendência e Canais ..................................................................................................40
3.4. Consolidação e Correção ..........................................................................................................42
3.5. Rompimento ..............................................................................................................................45
4. Figuras Gráficas ................................................................................................................................46
4.1. Resumo CNPI: Figuras Gráficas................................................................................................46
4.2. Padrões e Volume .....................................................................................................................48
4.3. Padrões e Objetivos de Preço ...................................................................................................51
4.4. Ombro Cabeça Ombro ..............................................................................................................52
4.5. Topos e Fundos Duplos .............................................................................................................53
4.6. Topos e fundos triplos ...............................................................................................................56
4.7. Triângulos ..................................................................................................................................59
4.8. Bandeiras, Flâmulas e Cunhas ..................................................................................................62
4.9. Retângulos.................................................................................................................................66
4.10. Gaps, Ilha de Reversão .............................................................................................................70
5. Teoria das Ondas de Elliott ...............................................................................................................78
5.1. Resumo CNPI: Teoria das Ondas de Elliott ...............................................................................78

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5.2. Ondas Impulsivas/Corretivas .....................................................................................................81
5.3. Números de Fibonacci: Razões e Correções ............................................................................85
6. Padrões Candlestick ..........................................................................................................................90
6.1. Resumo CNPI: Padrões Candlestick .........................................................................................90
6.2. Padrões de Reversão Altistas....................................................................................................93
6.3. Padrões de Reversão Baixistas .................................................................................................97
6.4. Padrões de Continuidade ........................................................................................................ 102
7. Indicadores ...................................................................................................................................... 109
7.1. Resumo CNPI: Indicadores ..................................................................................................... 109
7.2. Conceito de Momentum, Sobrecompra, Sobrevenda e Divergência ....................................... 116
7.3. Osciladores: Momento (ROC), Estocástico, IFR e MACD ....................................................... 120
7.4. On Balance Volume (OBV) ...................................................................................................... 126
8. Gerenciamento de Risco ................................................................................................................. 127
8.1. Resumo CNPI: Gerenciamento de Risco ................................................................................ 127
8.2. Definição de Objetivo e Stop ................................................................................................... 130
8.3. Stop Móvel ............................................................................................................................... 131
9. Estratégias Operacionais................................................................................................................. 132
9.1. Resumo CNPI: Estratégias Operacionais ................................................................................ 132
9.2. Estratégias de Longo, Médio, Curto e Curtíssimo Prazo ......................................................... 136
9.3. Combinação de diversas técnicas ........................................................................................... 138
10. Trading Systems .......................................................................................................................... 139
10.1. Resumo CNPI: Trading Systems ............................................................................................. 139
10.2. Conceito de Otimização e Backtesting de Indicadores Técnicos............................................. 140

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Introdução ao Conteúdo Técnico – CNPI
Apresentação – Conteúdo Técnico
O presente preparatório abrange todo o plano programático para o CNPI conteúdo
técnico (para CNPI-T). No entanto, para fins didáticos, a abordagem segue uma ordem
de apresentação própria, objetivando introduzir primeiramente algumas informações
que servem como subsídio informacional para o restante do estudo direcionado. Nesse
sentido, é conteúdo que faz parte do preparatório:

1.1. Fundamentos da análise técnica


1.1.1. Principais premissas
1.1.2. Diferenças conceituais entre a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista
1.1.3. Tipos de gráficos: linha, barras, candlestick, ponto e figura
1.1.4. Escalas aritmética e logarítmica
1.1.5. Períodos gráficos
1.1.6. Indexação
1.1.7. Gráficos perpétuos ou contínuos

1.2. Teoria de DOW


1.2.1. Ideias básicas
1.2.2. Tendência primária, secundária e terciária
1.2.3. Regra da confirmação
1.2.4. Importância do volume

1.3. Conceito de tendência


1.3.1. Definição, direção e força
1.3.2. Suporte e resistência
1.3.3. Linhas de tendência e canais
1.3.4. Consolidação e correção
1.3.5. Rompimento

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1.4. Figuras gráficas
1.4.1. Padrões de reversão e continuidade
1.4.2. Padrões e volume
1.4.3. Padrões e objetivos de preço
1.4.4. Ombro Cabeça Ombro (normal e invertido).
1.4.5. Topos e fundos duplos
1.4.6. Topos e fundos triplos
1.4.7. Triângulos (simétricos, ascendentes, descendentes)
1.4.8. Bandeiras, flâmulas e cunhas
1.4.9. Retângulos
1.4.10. Gaps, Ilha de Reversão

1.5. Teoria das ondas de Elliott


1.5.1. Princípios de contagem das ondas
1.5.2. Ondas impulsivas/corretivas.
1.5.3. Números de Fibonacci: razões e correções.

1.6. Padrões de Candlestick


1.6.1. Nomenclatura e figuras básicas
1.6.2. Padrões de reversão altistas
1.6.3. Padrões de reversão baixistas
1.6.4. Padrões de continuidade

1.7. Indicadores
1.7.1. Médias móveis (simples e exponencial), cruzamento, Bandas de Bollinger
1.7.2. Conceito de Momentum, sobrecompra e sobrevenda, divergência
1.7.3. Osciladores: Momento (ROC), Estocástico, Índice de Força Relativa (IFR),
MACD (Linha e Histograma).
1.7.4. On Balance Volume (OBV)

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1.8. Gerenciamento de risco
1.8.1. Fundamentos de retorno x risco
1.8.2. Definição de objetivo e stop
1.8.3. Stop Móvel

1.9. Estratégias operacionais


1.9.1. Seguidor de Tendência e Contra a Tendência.
1.9.2. Estratégias de longo (position), médio (swingtrade), curto (day trade) e curtíssimo
prazo (scalper).
1.9.3. Combinação de diversas técnicas (formações gráficas, candlesticks, indicadores
etc.)

1.10. Trading systems


1.10.1. Fundamentos dos Sistemas Mecânicos (Robôs).
1.10.2. Conceito de otimização e backtesting de indicadores técnicos.

O preparatório, primeiramente, introduz conceitos e conhecimentos básicos da análise


técnica para avaliação de investimentos. Após isso, são apresentados e aprofundados
os conhecimentos sobre estudos de figuras gráficas, tendência e indicadores. Por fim,
são apresentados os conceitos sobre gerenciamentos de riscos e estratégias
operacionais. Além disso, obviamente, há foco nos conteúdos com maior probabilidade
de serem cobrados na prova.

SAIBA MAIS!

Acesse o programa considerado no curso em:


https://certpessoas.fgv.br/apimec/FreeAccess/ManualCandidatura.aspx

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Orientação de Estudos – Conteúdo Técnico
Prezado (a), a fim de aumentar ainda mais suas chances de aprovação no referido
exame, dispomos as orientações abaixo:
Esta é uma orientação de estudos para o exame CNPI, Conteúdo Técnico 1 (CT1).
Ao todo são 60 questões no exame. Para aprovação é necessário acertar 2/3 ou mais
das questões. O exame possui duração de 2 horas.
Para o Conteúdo Técnico você deve ter a capacidade de identificar o que é sinalizado
através das figuras, indicadores e padrões gráficos (continuidade, reversão, tendência
de alta, tendência de baixa), também entender qual posicionamento deve ser tomado,
se compra ou venda.
Nós recomendamos que você dedique no mínimo 70 horas de estudos para o
Conteúdo Técnico.
Para obter um bom resultado no exame, siga as dicas:
• Crie uma rotina de estudos, de preferência estude sempre no mesmo horário,
além disso defina a quantidade de horas a serem estudadas semanalmente;
• Estude enquanto for produtivo – Monte um cronograma viável e factível, para
não se frustrar; respeite os limites do seu corpo, é melhor estudar 4 horas por
dia durante 5 dias do que 10 horas durante 2 dias.
• A ordem dos capítulos foi definida com o objetivo de tornar o conteúdo mais
didático;
• Vídeos são complementares, a leitura do material é essencial – Caso queira
apenas assistir aos vídeos, utilize a biblioteca de vídeos no final do curso.
• Entenda o conteúdo, crie conexões com o que você já conhece, evite decorar;
• Fazer os exercícios no final de cada capítulo é essencial para fixação do
material, dê atenção à sua pontuação, caso necessário, revise o material que
teve maior dificuldade e refaça os exercícios. Lembre-se, é necessário acertar
66,66% ou mais das questões;
• Não pule exercícios com cálculo, caso não tenha entendido, repita a operação;
• Faça anotações do conteúdo;
• Utilize o resumo para relembrar os principais tópicos estudados;
• Ao final do curso são disponibilizados simulados, faça e refaça TODOS os
simulados até obter resultados acima da média e acima dos 66,66% necessários
para aprovação;
• Aconselhamos utilizar a biblioteca de questões no final do curso, onde estão
disponíveis mais de 900 questões para que você fixe bem o conteúdo e sinta
segurança para realizar o exame.

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Orientações para a prova:
1. Faça um resumo na folha de rascunho da prova oferecida pelo examinador;
2. Não trave nas questões difíceis, resolva as questões mais fáceis primeiro;
3. Elimine as alternativas antes de responder.

Se surgir alguma dúvida, pode perguntar no e-mail edu@proeducacional.com. Teremos


o prazer em ajudar.
Com apreço,
Equipe Pro Educacional.

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1. Fundamentos da Análise Técnica
1.1. Resumo CNPI: Fundamentos da Análise Técnica
Fundamentos da análise técnica — principais premissas
A análise técnica é um conjunto de métodos de avaliação de investimentos que se
baseia na análise das séries de preços passadas para prever o comportamento futuro
desses preços. Ela objetiva identificar tendências e antecipar o comportamento do
mercado, assim, orientando decisões de compra, venda ou, até mesmo, permanência
neutra.
Para que as oscilações de preços passadas possam orientar decisões futuras é
necessária uma premissa básica: os preços apresentam padrões que se repetem.
Aceitar essa premissa implica concordar com a violação de uma das hipóteses de
mercado eficiente, considerada por muitos estudiosos das finanças clássicas.
O termo mercado eficiente consiste em aceitar que todas as informações disponíveis já
estão incorporadas aos preços presentes e, portanto, o preço só depende de novas
informações. No entanto, o mercado pode apresentar níveis de eficiência. São elas:

Figura – 3 tipos de eficiência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A análise técnica implica considerar a violação da hipótese mais básica das três
citadas: eficiência fraca. A principal justificativa utilizada é a de que os investidores não
agem totalmente independentes uns dos outros, ou seja, eles observam as ações dos
demais, apresentam padrões de escolhas baseadas em vieses psicológicos e são
sugestionáveis. Esses padrões e recorrências do comportamento dos investidores
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permite ao analista técnico identificar movimentos do mercado que antecedem
tendências nos preços. Portanto, toda essa dinâmica culmina em três princípios
básicos:
• A ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste;
• Os preços se movimentam em tendências; e
• O futuro repete o passado.

A análise técnica pode ser segmentada em duas formas:

Análise gráfica
A análise gráfica, como o próprio nome diz, objetiva a identificar padrões das séries
financeiras em gráficos de preços e, assim, apontar tendência de queda ou de
crescimento dos preços. Entre as ferramentas mais utilizadas, podem ser destacadas:
gráficos de barras, linhas de suporte, linhas de resistência, ondas de Elliot, entre
outras. É comum a atribuição do termo “grafista” aos analistas que utilizam essas
técnicas.

Análise técnica computadorizada


Já análise técnica computadorizada utiliza indicadores técnicos baseados nas medidas
das séries de preços: média, mínimo, máximo, variância, entre outros. Essa técnica é
considerada menos subjetiva que a análise gráfica.

1.2. Diferenças entre a Análise Técnica e a Análise


Fundamentalista
A forma e o momento em que se utiliza uma técnica de investimentos define o sucesso
do investidor. Portanto, o analista deve saber as vantagens e desvantagens de cada
técnica, assim como o uso mais apropriado de cada uma delas. Principalmente, é
preciso destacar que há duas escolas principais de análise de investimentos:
A análise fundamentalista é indicada para investimentos em ações com horizontes de
tempo maiores que os adotados pela análise técnica, pois a escola fundamentalista
observa a estrutura da empresa (fundamentos) e é mais adotada por bancos (credores
de longo prazo), fundos de pensão e demais interessados no desempenho da empresa
em períodos abrangentes: desempenho nos próximos semestres ou anos.
A análise técnica observa o histórico de preços. Portanto, não é necessariamente
adotada apenas para ações (como é o caso da fundamentalista). Assim, essa técnica

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pode ser aplicada aos demais ativos. Todavia, aplica-se a horizontes de curto prazo:
dias e semanas.
É importante destacar que a análise fundamentalista se preocupa com o “porquê” do
investimento no ativo, uma vez que avalia a qualidade do investimento realizado, como:
capacidade de uma empresa honrar pagamentos, necessidade de caixa, capacidade
de gerar lucro, entre outros fatores. Para isso, são observados e comparados os
demonstrativos financeiros da empresa com os das demais empresas no mercado, os
indicadores macroeconômicos e as expectativas de crescimento, aumentando assim a
confiabilidade do investimento realizado. Observe que ela não garante o investimento,
mas reduz a insegurança ao buscar identificar o “real valor de uma empresa”, chamado
de valor intrínseco. A análise fundamentalista pressupõe que o valor de mercado da
empresa (valor da empresa em ações) tende ao valor encontrado pela análise
fundamentalista, mesmo que demore anos para isso.
Já a análise técnica não se preocupa com a qualidade do investimento realizado, mas
sim com o momento do investimento. Portanto, ela ignora todos os demonstrativos
financeiros e se preocupa com a identificação da melhor oportunidade para a venda ou
compra.
É possível perceber que as duas escolas não se opõem; ao invés, elas se
complementam. Por exemplo, o investidor que busca longo prazo pode utilizar a
análise fundamentalista para selecionar o ativo e a análise técnica para determinar o
momento da compra. No entanto, essa análise em conjunto nem sempre é necessária,
isso dependerá de:
• Horizonte de tempo: operações de compra e venda em períodos curtos (dias,
semanas ou minutos) não necessitam de uma análise fundamentalista apurada;
• Ativo: a análise fundamentalista não pode ser aplicada a determinados ativos,
como os derivativos de commodities agrícolas, ao contrário da análise técnica. E
mesmo que seja uma ação, uma empresa em situação financeira ruim ainda
pode oferecer ganhos em relação a oscilação de preços.
• Informações disponíveis: as informações utilizadas pela análise
fundamentalista são disponibilizadas em intervalos longos de tempo (como
demonstrações trimestrais); já os preços das ações e volumes são
disponibilizados automaticamente.

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Tabela – Análise técnica e fundamentalista.
• ANÁLISE TÉCNICA • ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
Faz análise do movimento de preço no Analisa os balanços, saúde e a governança
gráfico da empresa
Principais indicadores: padrões gráficos e Principais indicadores: receita, despesas,
indicadores estatísticos múltiplos, balança
Indicada para todos os prazos Indicada para longo prazo

Fonte: Elaborada pelo autor.

1.3. Tipos de Gráficos


Os analistas técnicos que se utilizam de ferramentas gráficas buscam elaborar canais
de tendência conforme a amplitude das variações ocorridas nos preços. Esses
recursos podem ser adotados como forma de identificar a mudança na posição no
mercado, ou seja, figuras identificadas nos gráficos ou movimentos particulares podem
significar aumentos anormais nos preços ou quedas subsequentes.
Os movimentos nos preços, como estabilidade, alta ou quedas são identificados em
gráficos conforme o corte temporal (período analisado) e frequência (diário, semanal,
anual).

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Para isso, são adotados diferentes gráficos. Entre eles, podem ser destacados quatro gráficos principais:

Figura – Gráfico de linha.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura – Gráfico de barras e volume.

Fonte:
Elaborado pelo autor.

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Figura – Gráfico de candlestick.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura – Exemplo de candlestick.

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Figura – Gráfico de ponto e figura.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Cada um apresenta suas vantagens e desvantagens e foram elaborados para agregar
informações ao observador. Os gráficos geralmente são apresentados segundo um
eixo vertical de valor e um eixo horizontal de tempo. Porém, também há gráficos que
observam o volume (quantidade) negociado na vertical. Nesse caso, geralmente é
demonstrado abaixo do gráfico de preços.
O gráfico de linha é o mais comum entre eles. Nele são demonstrados os preços dos
ativos analisados. Para uma ação, por exemplo, podem ser adotados os preços de
encerramento do dia (o mais comum), aberta do dia, máxima do dia ou mínima do dia.
Observe o exemplo da empresa Pão de Açúcar:

1.4. Escalas Aritmética e Logarítmica


As escalas utilizadas em um gráfico podem interferir na decisão tomada, pois elas
realçam ou diminuem determinados movimentos e, assim, alteram o foco do
observador.
A escolha da escala define as proporções dos gráficos e alteram a forma como os
movimentos do mercado são demonstrados. A mais comum das escalas é a aritmética
(ou escala linear). Os gráficos que a utilizam são semelhantes a uma régua, pois os
intervalos entre as medidas são iguais à unidade utilizada.

Figura – Escala Aritmética.

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Nesse gráfico, a distância entre as unidades é idêntica, ou seja, a distância entre 2,00 e
4,00 é a mesma que entre 28,00 e 30,00. Essa escala nem sempre é útil, pois os
ganhos auferidos com os investimentos se dão em percentual. Por exemplo, uma ação
que valorizou de 2,00 para 4,00 teve ganho maior em porcentagem do que uma que
valorizou de 28,00 para 30,00. Pois de 2,00 para 4,00 houve um ganho de 100%; e de
28,00 para 30,00 houve um ganho de 7,14%.
Uma alternativa para essa problemática é a escala logarítmica:

Figura – Escala logarítmica.

Fonte: Elaborada pelo autor.

A distância entre os pontos nessa escala se dá em percentual. Ou seja, a distância de


2 a 4 (100%) será a mesma que a distância entre 8 e 16 (100%), e assim por diante.
Portanto, essa escala permite a comparação entre rentabilidades ou perdas. Observe,
por exemplo, dois gráficos distintos para o mesmo ativo e para o mesmo período:

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Figura – Gráficos em diferentes escalas para um mesmo ativo.

Fonte: Elaborados pelo autor.

Os gráficos são respectivamente: logarítmico e aritmético. É perceptível que o gráfico


aritmético superestima os ganhos realizados. Além disso, à medida que são
acrescentados valores no eixo vertical, a perspectiva de análise do gráfico muda.
O analista técnico deve atentar às variações ocorridas nos ativos. Caso elas sejam
exponenciais, é recomendável utilizar a escala logarítmica, que realça esses
comportamentos. Além disso, é importante ressaltar que essa escala tende a dar
menos ênfase aos eventos atípicos e realça mais as tendências de longo prazo.

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1.5. Períodos Gráficos
Os gráficos que utilizam o tempo como um dos eixos podem utilizar diferentes
intervalos. São alguns deles:
• intraday (“intradia” – intervalos de tempo dentro do próprio dia);
• diário;
• semanal;
• mensal.

Figura – Exemplo de gráfico diário com ações da PETR4 – Diário (também pode
ser representado por 1D).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura – Exemplo de gráfico semanal com ações da PETR4 – Semanal (também
pode ser representado por 1S).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Exemplo de gráfico mensal com ações da PETR4 – Mensal (também pode
ser representado por 1M).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Note que à medida que o intervalo de tempo aumenta, o gráfico anterior é incorporado
como parte do gráfico posterior.
Quanto maior a propensão a especular do investidor, menores serão os períodos
utilizados nos gráficos. Isto é, as decisões grafistas necessitam de grandes amostras,
mas como é adotado um prazo curto, é preciso utilizar períodos menores para
identificar as oportunidades em prazos muito curtos.

1.6. Indexação
A indexação consiste em referenciar os valores de um gráfico em relação a outro
gráfico. Esse gráfico é chamado de gráfico indexado ou gráfico dividido por um
indexador. Ou seja, são observadas as proporções entre os diferentes ativos, e assim
comparada a rentabilidade dos ativos analisados. Geralmente, o indexador é um outro
ativo de renda fixa ou a própria inflação. Nesse último caso, é chamado de correção ou
indexação dos preços, pois mostra o preço do ativo corrigido. Desse modo, esse
gráfico permite verificar se os retornos dos ativos analisados compensam mais que o
indexador
Já quando se trata de uma ação, por exemplo, pode ser utilizada outra ação ou um
índice, a fim de avaliar o comportamento da ação em relação ao setor ou o próprio
mercado como um todo.
Há valorização em gráfico indexado quando:
• o ativo analisado subir e o indexador cair;
• o ativo valorizar mais que a valorização do indexado; ou
• o indexador desvalorizar mais que a desvalorização do ativo.

Há desvalorização em gráfico indexado quando:


• o indexador subir e o ativo analisado cair;
• o indexador valorizar mais que a valorização do ativo; ou
• o ativo desvalorizar mais que o indexador dele.

Considere como ativo a ação VALE5 e como indexador a ação PETR4. O gráfico
indexado deve ser analisado da seguinte forma:
• Se a análise do gráfico indica compra, deve-se comprar VALE5 e vender
PETR4. Justificativa: o desempenho da VALE5 é maior que o da PETR4.
• Se a análise do gráfico indica venda, deve-se vender VALE5 e comprar PETR4.
Justificativa: o desempenho da PETR4 é maior que o da VALE5.

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1.7. Gráficos Perpétuos ou Contínuos
As séries financeiras representadas nos gráficos nem sempre apresentam
continuidade. Isso dependerá do ativo analisado. Por exemplo, contratos futuros
apresentam data de vencimento e, portanto, o mesmo contrato não pode ser analisado
em diferentes anos. As séries que têm “prazo de validade”, como alguns derivativos,
são consideradas não perpétuas. Observe o contrato de milho a seguir:

Figura – Exemplo de gráfico de c.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nesses casos, a continuidade observada, por exemplo, no gráfico apresentado para a


PETR4 para diferentes anos não pode ser observada claramente para um derivativo.
Nesse caso, é realizada uma espécie de “emenda” entre as séries.
No caso de contratos futuros, são conjugadas as séries para os contratos de mesmo
vencimento. Assim, a série de um contrato com vencimento em março de 2017, por
exemplo, é agrupada com a série de outro com vencimento em março de 2018. Para
isso, logicamente, é respeitado o ativo em questão (mesmo ativo objeto).
Para que esse processo seja corretamente realizado, é preciso respeitar alguns
critérios, como:

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• A liquidez do contrato não pode estar muito baixa. Portanto, o dia de vencimento
não pode ser utilizado para interconectar as séries;
• Para interconectar as séries, é realizada a divisão da série antecessora à
próxima por um fator.

Esse trâmite aumenta as séries e torna-as perpétuas, possibilitando que o analista


técnico utilize uma variedade maior de ferramentas e possa trabalhar com séries
contínuas.

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2. Teoria De Dow
2.1. Resumo CNPI: Teoria De Dow
Teoria de Dow
Ideias básicas
A teoria de Dow é um dos principais alicerces da análise gráfica, que é baseada em
seis princípios, são eles:
• os índices descontam tudo;
• o mercado apresenta três tendências;
• os movimentos no mercado apresentam três fases;
• a confirmação de uma reversão de tendência se dá pela ação conjunta de dois
índices;
• o volume deve confirmar a tendência; e, por fim,
• a tendência continua até surgir um sinal definitivo de que houve reversão.

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Figura – Teoria de Dow.

Fonte: Elaborada pelo autor.

É importante ter em mente que a teoria de Dow (e a análise técnica como um todo) se
baseia inteiramente no princípio básico de tendência. É através da tendência que é
possível definir a direção dos movimentos no mercado, as mudanças de percurso e se
haverá reversões. A tendência apresenta força e direção.

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Figura – Tipos de tendência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Tendência varia conforme o tempo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Finalmente, é importante lembrar que a Teoria de Dow leva em conta unicamente os


preços de fechamento de uma determinada sessão. Ou seja, utiliza cotações de
fechamento para o cálculo das médias, não levando em conta os máximos e mínimos
para o cálculo de seus índices.

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2.2. Tendência Primária, Secundária e Terciária
No entanto, há três tendências distintas, são elas: primária, secundária e terciária.
A primeira delas é considerada a principal por ser de longo prazo. Ela representa um
longo movimento de alta ou baixa de ativos. Não há uma definição clara do tempo de
duração de uma tendência primária, porém, ela tende a durar mais de um ano.
Observe um exemplo:

Figura – Exemplo de tendência primária.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É importante destacar que a tendência primária não se realiza em forma de “linha reta”.
O movimento do mercado “caminha”, entretanto, em uma direção específica. Veja:

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Figura – Direções: tendência de alta e de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Cada um desses impulsos isolados vem a ser a tendência secundária (médio prazo),
que interrompem momentaneamente a primária, mas não a altera em modo algum. A
tendência secundária pode durar entre três semanas a três meses aproximadamente; e
tende a corrigir entre 1/3 e 2/3 do movimento de preços da tendência primária, da qual
faz parte:

Figura – Exemplo de tendência secundária.

Fonte: Elaborado pelo autor

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Por sua vez, tendência terciária (curto prazo) faz parte da tendência secundária assim
como a secundária faz parte da primária. Elas tendem a ser movimentos de até 3
semanas. Esta tendência é composta por pequenas oscilações, de curta duração
(menor a três semanas), e é a única que pode ser influenciada pelos big players.
Cada uma das tendências apresentadas acima é mais adequada para operações
específicas.

2.3. Regra da Confirmação


O volume está intimamente ligado à confirmação da tendência observada pois:
Em uma tendência de alta: na tendência de alta é esperado que o volume aumente
com a valorização dos ativos (manutenção da pressão de compra) e diminua com a
desvalorização do ativo (diminuição da pressão de compra).
Em uma tendência de baixa: o volume aumenta na medida em que há uma
desvalorização (manutenção da pressão de venda) e diminui na medida em que há um
aumento (diminuição da pressão de venda).
O volume deve confirmar a tendência, pois, caso contrário, é um indício de perda de
força da tendência observada.
Como o volume é uma terceira dimensão da análise, após o preço e o tempo, ele deve
ser bem entendido para que não haja equívocos. Como é sabido, o volume é o total de
ativos negociado em um determinado período. Ele é geralmente apresentado
conjuntamente com o preço, logo abaixo dele.
O volume pode confirmar, enfraquecer ou sugerir uma inversão/quebra. Assim, ele é
importantíssimo para o analista gráfico. No gráfico a seguir é demonstrado um
movimento de alta:

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Figura – Alta de volume.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O volume é demonstrado logo abaixo do preço por meio de colunas verdes para os
volumes no momento de alta e por meio de colunas vermelhas para os momentos de
baixa. Observe que os círculos azuis foram posicionados para indicar algumas das
altas.
O gráfico ilustra a teoria descrita anteriormente. Os movimentos de alta em momentos
de tendência de alta apresentam maiores volumes do que os movimentos de baixa em
tendência de alta. Ou seja, as colunas de volume para os dias de alta indicados no
gráfico são maiores que as colunas para os momentos de baixa. Reforçando a
tendência de alta indicada.
O contrário é verdadeiro, na tendência de baixa os volumes de dias de queda são
maiores que os dos dias de baixa.

2.4. Importância do volume


O volume é importante visto que reflete o grau de comprometimento
financeiro/emocional dos investidores com o ativo em questão. Por exemplo, uma
queda brusca com volume baixo não reflete a percepção total do mercado sobre o

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ativo, mas uma queda brusca com volume alto indica a percepção de maior parte dos
investidores.
O volume pode ser classificado de duas formas principais:

Figura – Volume por quantidade e financeiro.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O tipo de volume escolhido não é o principal fator da análise baseada no volume, mas
sim a relação entre o volume observado e os demais volumes históricos para o ativo.
Isto é, só é possível afirmar se o volume está alto ou baixo através da comparação com
o histórico do ativo.
A importância do volume como indicador de rompimento e de reversão de tendência
ficará mais clara no tópico 3.5, no qual o uso do volume será mais detalhado.

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3. Conceito de Tendência
3.1. Resumo CNPI: Conceito de Tendência
Conceitos de tendência
Definição, força e tendência
Os movimentos do mercado são compostos de 3 momentos, que são:
Alta
O momento de alta corresponde à tendência altista e está ligado a fatores psicológicos
ligados ao otimismo. Ele pode ser subdividido em três fases:
• A primeira delas é a fase considerada de acumulação. Nela são absorvidas todas
as notícias do mercado e, a partir disso, os investidores mais experientes adotam
suas posições.
• A segunda fase é aquela na qual os analistas técnicos identificam a posição a ser
realizada e agem no mercado (comprando ou vendendo). Nessa fase, os preços
mudam rapidamente.
• Na terceira e última fase, há entrada dos investidores “inexperientes” e “atrasados”,
que seguem as notícias do mercado. Nesse momento, o volume especulativo
aumenta. É também nesta fase que o investidor “experiente” deve realizar os
ganhos da operação iniciada nas fases anteriores, pois há possibilidade de reversão
para um momento de baixa.

Baixa
O momento de baixa é marcado por características semelhantes:
• A primeira fase é composta por investidores “experientes”, os quais identificam a
possibilidade de baixa.
• A segunda fase é marcada pela entrada de mais investidores que ratificam o
pessimismo identificado na primeira fase. Novamente, cabe ao analista gráfico
identificar essa fase antes de entrar na terceira.

Confirmação
O momento de confirmação é marcado por ser posterior a grandes movimentações nos
preços do ativo no mercado, é representado por uma consolidação e comumente
chamado de mercado de “lado”.

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Figura – Tipos de tendência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Tendência varia conforme o tempo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Direções Tendência de Alta e de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.


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3.2. Suporte e Resistência
O suporte é um nível delimitado no gráfico no qual a pressão compradora supera a
pressão vendedora. Essa é uma região do gráfico na qual a queda dos preços se
interrompe e os preços sobem.
Já a resistência indica o contrário. Essa é uma região do gráfico na qual o preço do
ativo negociado encontra uma resistência para subir, ou seja, é uma área na qual a
pressão vendedora supera a pressão compradora.
Para que seja possível identificar o suporte ou resistência, é necessário identificar os
fundos ou topos do gráfico. Os topos são as “cristas” ou “picos” do gráfico e constituem
o máximo de figuras semelhantes a montanhas:

Figura – Topo, “crista” ou “pico” do gráfico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já os fundos se assemelham ao decaimento máximo de “vales”.

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Figura – Fundo ou “vale” do gráfico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Em uma tendência de alta, a resistência é apresentada como pausas para as altas,
porém podem ser superadas por movimentos bruscos de alta em momentos
posteriores. Analogamente, o suporte “segura” os movimentos de queda e são capazes
de interrompê-los por um período. Observe um exemplo de resistência (em azul):

Figura – Exemplo de resistência.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para que a tendência de alta representada seja mantida, é preciso que o fundo
sucedido esteja em um patamar mais elevado que o fundo anterior.

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Observe os fundos demarcados em vermelho para o mesmo ativo apresentado
anteriormente:

Figura – Exemplo de fundos.

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.3. Linhas de Tendência e Canais


As linhas de tendência são linhas traçadas de modo que os fundos de uma tendência
de alta sejam ligados aos topos de uma tendência de baixa. Ela permite identificar onde
se encontram os fundos/topos do ativo e, assim, apontar o melhor momento para entrar
ou sair do mercado.
Para se criar uma linha de tendência, é preciso primeiramente constatar a existência da
tendência em si. Para tanto:
Tendência de alta: identificar pelo menos dois topos (com o segundo maior que o
primeiro) com dois fundos (sendo o segundo fundo mais alto que o primeiro). Observe
que a tendência é apresentada por uma linha laranja A e demonstra claramente as
características citadas, enquanto a linha B não apresenta a sequência de fundos/topos
seguidos. Apesar disso, ambas representam momentos de alta:

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Figura – Tendência de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2017).

De forma análoga, para traçar uma linha de tendência de queda é preciso identificar
com clareza a sequência em que há dois fundos seguidos, de modo que o segundo
fundo seja mais baixo que o primeiro e haja dois topos seguidos, sendo o segundo topo
mais baixo que o primeiro.
Já os canais são as linhas traçadas paralelamente às linhas de tendência. Por
exemplo, no caso da tendência de alta, será a linha que liga os topos da tendência.
Essa linha pode ser observada no ponto A da figura apresentada anteriormente.
Para traçar uma linha de canal para uma alta é preciso, primeiramente, traçar a linha
de tendência e, após isso, ligar os topos dessa tendência com uma linha que se inicie
no primeiro topo. Esse canal é confirmado se, no próximo topo, os preços “esbarrarem”
na linha e se retraírem.
Analogamente, para uma tendência de baixa, o canal ligará os fundos e formará uma
linha paralela à da tendência. A principal utilidade do canal é identificar o momento de
entrada e saída do papel. Em uma tendência de alta, por exemplo, o investidor deverá
comprar o ativo quando o preço estiver próximo da linha de tendência e vendê-lo
quando estiver próximo da linha do canal.
O mais comum é que o mercado apresente tendências claras e, todavia, canais menos
claros.
Será considerado um canal de alta quando a estrutura se assemelhar a:
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Figura – Canal de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

3.4. Consolidação e Correção


Um dos princípios da teoria de Dow é o de que para que seja confirmada uma reversão
ou rompimento de uma resistência ou suporte para o mercado como um todo é preciso
que haja dois indicadores que se confirmem. No caso do Brasil pode ser o Ibovespa e
o IBRX. Assim, se há rompimento no suporte de ambos os índices é um indício forte de
que há reversão no mercado, o que também vale para a resistência.
A ideia anterior se apoia no pressuposto levando por Dow de que uma tendência
continua até surgir um sinal claro e definitivo de reversão. O mercado não cairá só por
ter valorizado demais e não irá subir só porque caiu demais. Para isso é necessário
identificar com o maior nível de certeza possível o movimento analisado.
Ao observar um ativo em específico é preciso ter em mente que quanto maior é a
amplitude da área de resistência/suporte mais forte ela é e, portanto, mais claro é o
rompimento identificado. Nesse caso, o impulso gerado é tão forte que não se volta a
tendência em seguida, portanto, gera movimentos prolongados que “quebram” a
tendência.
Esse rompimento é ratificado pelo volume, o que serve de reforço à ideia de reversão
forte ou fraca. Caso o movimento perto da tendência apresente pouco volume, o
analista deve ficar atento, há indícios de possibilidade de rompimento. Se o mercado
anda de “lateral”, ou seja, os preços se comportam horizontalmente, o rompimento só
será realmente considerado pelo analista se o volume for alto, caso contrário os preços
podem retornar ao movimento horizontal identificado anteriormente. Esse movimento
lateral é chamado de “box range”.

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Outra indicação de rompimento é a existência de “blowoff” o que ocorre quando o preço
e o volume sobem em conjunto e lentamente. Esse movimento culmina em alguns
poucos dias de excessivo volume e preço, que são rapidamente acompanhados por
uma queda.

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Figura – Exemplo de rompimento: blowoff.

Fonte: Elaborada pelo autor.

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3.5. Rompimento
É comum que a linha de tendência seja brevemente quebrada por oscilações durante o
dia. No entanto, nem sempre essa quebra representa uma mudança na tendência.
Desse modo, utiliza-se o preço de encerramento do dia como critério de identificação
de uma quebra na tendência.
Outro aspecto importante é a adequação da linha de tendência, visto que nem sempre
a linha traçada será mantida ao longo do tempo. Em uma tendência de alta, por
exemplo, é possível que haja topos que mudem o grau de inclinação da reta. Nesse
caso, a linha anterior é abandonada e adota-se uma nova linha com um afastamento
maior que a anterior, de modo haja um acompanhamento melhor dos fundos e topos.
Isso ocorre devido ao fato de os preços não apresentarem um comportamento em linha
reta, mas sim oscilatório.
A partir disso, surge uma dúvida: qual é o percentual de correção que pode ser
utilizado para que uma linha de tendência não seja descaracterizada? Quando um ativo
varia de R$ 15 para R$ 20, espera-se uma correção de até dois terços do movimento
anterior, sendo o usual 50%. Nesse caso, espera-se uma queda para até R$ 17,50. As
correções, que são os movimentos secundários, tendem a ser proporcionais ao
movimento que as antecedeu: quanto mais brusco é o movimento, mais brusca é sua
correção.

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4. Figuras Gráficas
4.1. Resumo CNPI: Figuras Gráficas
Figuras gráficas
Padrões de reversão e continuidade
As figuras de continuidade são aquelas que representam pausas na tendência
apresentada, podendo representar um momento de consolidação de um preço ou de
congestão. Após a identificação desses momentos há uma maior probabilidade de
continuação da tendência anterior ao padrão utilizado. Observe o exemplo da figura
abaixo em que uma tendência de alta é seguida por um padrão de congestão e logo
em seguida retorna ao momento de alta:

Figura – Continuidade de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Do mesmo modo, caso seja um movimento de baixa, o mesmo padrão indicará um


prosseguimento da baixa. A figura posterior detalhará melhor como esse padrão se
forma:

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Figura – Continuidade de baixa.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Observe que após o padrão indicado em vermelho ser quebrado há continuidade da


tendência anterior, no caso da figura acima, o prosseguimento da queda. É possível
destacar alguns dos principais padrões de continuidade que podem ser sinalizados:

Figura – Principais padrões de continuidade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Além de indicar continuidade, os padrões também podem indicar uma reversão da
tendência anterior. Entre os principais padrões de reversão é possível destacar:

Figura – Principais padrões de reversão.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2. Padrões e Volume


Os preços podem trabalhar em conjunto com o volume para indicar os padrões de
movimento do mercado. Os topos e fundos arredondados são os exemplos mais
clássicos dessa dinâmica. Essas são formações que demoram um determinado tempo
para se concretizar, mas possuem determinadas vantagens:

Figura – Vantagens de topos e fundos arredondados.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Os grandes lucros possibilitados decorrem dos movimentos longos e amplos que
precedem essas figuras. Essas formações são caracterizadas por apresentar uma
sinergia entre os preços e o volume. O topo arredondado (rounding top) é caracterizado
por uma parábola côncava em relação a base:

Figura – Rounding top.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No topo arredondado, o preço tem comportamento inverso do volume. Nesse caso, o


preço sofre uma dissipação no volume na medida em que cresce. O preço então perde
força e cai incentivando um “rally” (investidores “correndo” na mesma direção) dos
investidores. O inverso ocorre em um fundo arredondado:

Figura – Rounding bottom.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No fundo arredondado (rounding bottom) o preço cai, mas perde força em termos de
volume até que volte a crescer com o apoio do volume. A recuperação do preço é
respaldada pela quantidade de investidores e um “rally” pela valorização é iniciado.
Veja um exemplo real:

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Figura – Exemplo de rounding bottom.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019).

Esses movimentos são difíceis de atribuir suporte ou resistência, porém, são muito
visíveis após a conclusão. A seguir, outra amostra de fundo arredondado (rounding
bottom):

Figura – Exemplo de rounding bottom.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019).


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Outro padrão, similar ao fundo arredondado é a chamada copo e alça, ou xícara e alça
(cup and handle), que é um padrão de continuidade, veja-se o padrão destacado na
figura a seguir:

Figura – Cup and handle.

Fonte: Elaborada pelo autor a partir de TradingView (2019).

4.3. Padrões e Objetivos de Preço


O uso dos padrões exige uma disciplina peculiar em relação aos momentos de entrada
e saída de um ativo. O investidor deve ser orientado a manter a estratégia definida que
consiste em um ponto de entrada (preço de entrada) e um ponto de saída (preço de
saída). A ansiedade para comprar ou vender um ativo pode significar a perda de
oportunidades e a realização de prejuízos.
Assim, a melhor maneira para que o investidor se atende a estratégia é através da
ordem de stop, que deve ser programada logo ao se posicionar no mercado. Lembre-
se: a ordem se stop é uma ordem programada conforme o preço atinge um
determinado patamar previsto pela estratégia.

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Se manter posicionado na estratégia diminui a possibilidade do investidor se tornar um
“torcedor” e diminui a chance de o investidor realizar um prejuízo ou limita o prejuízo a
ser realizado.
Todavia, as ordens de stop devem ser sempre atualizadas conforme o comportamento
do ativo permitir. Ou seja, um aumento constante do preço do ativo flexibiliza a
elevação da ordem de stop. Porém, a mudança do stop não deverá ser realizada para
baixo.

4.4. Ombro Cabeça Ombro


A formação ombro cabeça ombro (head and shoulders) é uma das formações de
reversão mais conhecidas na literatura de análise técnica. Portanto, caso a tendência
inicial seja de alta (bull – termo usado para indicar alta, refere-se a forma como o touro
ataca: de baixo para cima) a formação indicará uma reversão para uma tendência de
baixa (bear – termo usado para indicar queda, refere-se a forma como o urso ataca: de
cima para baixo).

Figura – Head and shoulders.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Caso a tendência inicial seja de alta, os ombros e a cabeça serão topos que
correspondem a máximas da cotação do título (topos). Já caso a tendência inicial seja
de baixa, os ombros e a cabeça serão mínimos (fundos). Observe um caso prático:

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Figura – Exemplo de head and shoulders.

Fonte: Elaborada pelo autor.

4.5. Topos e Fundos Duplos


Os topos duplos (double top) e fundos duplos (double bottom) são outras formas de
reversão. No fundo duplo há dois mínimos intercalados por um máximo e que são
seguidos de um rompimento (também chamado de Breakout) de uma linha de
resistência. Esse padrão marca a saída de uma tendência de queda para uma
tendência de alta. Veja o exemplo:

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Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

O fundo duplo, composto pelos dois mínimos e um máximo ocorre após a tendência de
queda demonstrada. O primeiro mínimo é a cotação mais baixa da tendência de baixa
e precede um movimento de alta representado pelo máximo. Esse máximo geralmente
tem uma cotação que chega a ser 10% superior à dos mínimos e é acompanhado por
aumentos do volume. No entanto, a alta não é mantida e ocorre um novo mínimo
acompanhado com cotação semelhante à do primeiro. Os investidores sentem que há
oportunidade de auferir os ganhos do máximo anterior e a pressão compradora volta
ainda mais forte e quebra a resistência anterior. Isso gera uma nova tendência.
Observe um exemplo:

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Figura – Exemplo de fundos duplos (double bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa formação é mais evidente quanto maior é a diferença entre os mínimos e


máximos no gráfico, ou seja, quanto maior é o percentual entre os preços do mínimo e
do máximo maior é a pressão compradora que romperá a resistência. É importante
destacar que os mínimos devem estar claramente separados para que a formação
deles não seja apenas um suporte.
Contrariamente, há o padrão inverso em que há dois máximos intercalados por um
mínimo. Quando esse padrão culmina em um rompimento do suporte, há o chamado
“topo duplo”. Esse padrão marca a transição de uma tendência de alta para uma
tendência de baixa. Exemplo:

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Figura – Exemplo de topo duplo (double top).

Fonte: Elaborada pelo autor.

O gráfico de topo duplo é composto por um primeiro máximo que é a cotação mais alta
do período de tendência de alta. Após isso há uma queda, que serve como referência
para traçar a linha de suporte. Ela é acompanhada de uma alta, devido à memória do
mercado. Essa alta apresenta outro máximo semelhante ao primeiro (não precisa ser
idêntico, mas a diferença deve ser mínima). Após a última alta, há uma nova queda
acompanhada pelo aumento do volume. Ultrapassada a linha de suporte, ela se torna a
nova linha de resistência a ser utilizada.
Assim como no fundo duplo, quanto mais perceptível for a dos máximos e mínimos,
mais forte é a tendência observada. É importante destacar que em ambas formações o
volume é essencial para confirmar o rompimento da linha de suporte/resistência, caso
contrário, poderá haver uma nova recuperação sem que a reversão de tendência se
confirme.

4.6. Topos e fundos triplos


Os topos triplos (triple top) e fundos triplos (triple bottom) são padrões gráficos de
reversão que demoram meses para serem formados (caso seja utilizada a frequência
diária – cada candle corresponde a um dia). No fundo triplo há três mínimos que
precedem um rompimento de resistência que duram meses. Nesse padrão, há uma
tendência inicial de baixa que culmina na forma que antecede uma tendência de alta.
Essa formação é composta por três mínimos que são aproximadamente iguais e que
são acompanhados de pequenos aumentos no volume negociado.

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Figura – Exemplo de fundos triplos (triple bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Após o terceiro mínimo há uma quebra de resistência que é acompanhada de


aumentos no volume negociado. O aumento do volume deve existir para que seja uma
mudança de tendência confiável.
Nessa formação há uma linha de resistência que deve ser rompida após o terceiro
mínimo. Essa resistência passa a ser então uma linha de suporte. Quanto mais clara é
a formação, maior é a tendência de alta que precederá a formação.

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Figura – Exemplo de linha de resistência de fundos triplos (triple bottom).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Já o topo triplo segue a lógica inversa do fundo triplo. Ele é composto por uma primeira
linha de tendência de alta que forma uma três máximos seguidos em preços
semelhantes. Após isso, há um rompimento do suporte criado e então há uma reversão
de tendência para uma baixa. Exemplo:

Figura – Exemplo de topos triplos (triple top).

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Nessa formação gráfica de topo triplo há três máximos que devem ser semelhantes em
nível de preço. Essa formação cria uma linha de suporte aos três pontos. Pequenas
diferenças de preço são aceitáveis, porém, para que não haja dúvida, deve-se
consultar o volume transacionado para confirmar se a tendência tende a um
rompimento. Analogamente ao fundo triplo, a linha de suporte se torna a linha de
resistência após o rompimento.

4.7. Triângulos
Os triângulos ascendentes (ascending triangle) são formações que reforçam a
tendência de alta. Nesse padrão há pontos de máximos na mesma linha de resistência
horizontal. Esses pontos têm cotação aproximada e são separados por pequenas
distâncias. Em contrapartida, as linhas de mínimo seguem uma tendência de alta
evidente.

Figura – Triângulos ascendentes (ascending triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa formação pode ser utilizada para avaliar formações em poucas semanas a até
meses e, geralmente, é confirmada pelo volume. Nessa formação o volume tende a
diminuir junto com a formação do triângulo até que ele rompa a resistência. Nesse
ponto, o volume aumenta drasticamente, confirmando a continuidade da tendência. Ou
seja, essa não é uma figura de reversão. Observe um exemplo real:
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Figura – Exemplo de triângulos ascendentes (ascending triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Já a formação de triângulo descendente (descending triangle) se forma em


momentos de tendência de baixa. Essa formação pode durar semanas ou até meses.
Nela a linha inferior é um suporte de pelo menos dois pontos de mínimos unidos por
uma linha horizontal. Esses pontos apresentam cotação aproximada. Além disso, há
uma linha de tendência de baixa (descida) ligando pelo menos dois pontos de máximos
que são seguidos e sucessivamente inferiores um ao outro.

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Figura – Triângulos descendentes (descending triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa é uma formação que depende do volume para confirmação. Caso ele aumente, é
um grande indício de rompimento do suporte. Geralmente se usa como cotação alvo a
diferença entre a cotação máxima do triângulo e a linha de suporte, ou seja, após o
rompimento se fixa um valor abaixo do rompimento cuja diferença seja igual à do
suporte até o máximo do triângulo.
Por fim, há o triângulo simétrico (symmetrical triangle), que não apresenta uma
tendência definida após sua formação. Ele é formado por uma linha de resistência e
uma linha de suporte, cada uma delas formada por no mínimo dois pontos (dois
máximos e dois mínimos). A linha de suporte é formada por mínimos consecutivos, que
aumenta de altitude ao longo da linha. Já a linha de resistência é formada por máximos
consecutivos que diminuem de altitude ao longo da linha. Exemplo:

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Figura – Triângulos simétrico (symmetrical triangle).

Fonte: Elaborada pelo autor.

4.8. Bandeiras, Flâmulas e Cunhas


As bandeiras (flag) e flâmulas (pennant) são padrões de continuação e possuem
alguns pontos em comum que podem ser caracterizados como etapas dessas
formações.
São elas:

Figura – Pontos comuns entre bandeiras (flag) e flâmulas (pennant).

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Ambas formações ocorrem em períodos curtos que corriqueiramente vão de 1 a 3
semanas em períodos de quedas ou altas bruscas, porém, também podem ser
observados em até 8 semanas. Nessas formações o volume tende a diminuir até o
momento de quebra do padrão, onde ele aumenta.
A diferença crucial entre os dois padrões é o formato da segunda etapa das formações
(correção do movimento). Observe a figura que representa a bandeira:

Figura – Bandeira (flag).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na bandeira há pelo menos dois mínimos e dois máximos que se formam na horizontal
em preços semelhantes. Observe que a tendência inicial é mantida após a formação. É
importante destacar que ela pode se conformar com mais topos e fundos.
A seguir são apresentados exemplos de bandeira baixista (bearish flag) e bandeira
altista (bullish flag).

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Figura – Bandeira baixista (bearish flag).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura – Bandeira altista (bullish flag).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já na flâmula a linha de resistência se forma em diagonal, como pode ser observado


na figura a seguir:

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Figura – Flâmula (pennant).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Geralmente, é definido o preço alvo (momento de sair do ativo) conforme a distância


entre os pontos mais distantes da formação (tanto para a bandeira quanto para a
flâmula). Nesse caso, após o rompimento é estabelecido o preço de venda (no caso de
uma tendência de alta) conforme o preço do rompimento mais a distância citada
anteriormente.
Assim como as duas formações citadas anteriormente, a cunha (wedge) também
indica continuação de tendência. Essas formações se assemelham ao triângulo
simétrico, pois nelas há duas linhas (suporte e resistência) que convergem para o
mesmo ponto.
Em tendência de alta uma cunha irá se posicionar “afunilando” as oscilações para
baixo. Ou seja, nessa formação os preços se comportam contrariamente à tendência
inicial até que há o rompimento da formação e volte à tendência inicialmente indicada.

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Exemplo de cunha de alta:

Figura – Cunha (wedge) de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Lembre-se que quando a tendência é de alta a cunha é descendente e quando a


tendência é de baixa a cunha é ascendente. A dinâmica do volume e do preço alvo
segue o padrão da flâmula e da bandeira.

4.9. Retângulos
As formações de retângulos são padrões claros e fáceis de identificar nos gráficos de
cotações, pois são limitadas por duas linhas horizontais paralelas bem definidas. Essas
linhas unem os topos (linha de resistência) e os fundos (linha de suporte). Essa
formação é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações.
Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura
de consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que

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o retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para,
assim, o retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento.

Figura – Retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No exemplo apresentado acima há uma continuidade de uma tendência de baixa,


porém, o mesmo padrão pode se aplicar a uma tendência de alta. Essa formação se
assemelha ao triângulo simétrico no sentido poder ser aplicada a qualquer uma das
tendências e indicar consolidação delas.
É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato,
sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados
entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si.

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Figura – Exemplo de retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo
da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a
direção do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode
durar de semanas a meses.
A direção do rompimento dependerá da trajetória anterior à formação, porém, é
importante se atentar ao momento do rompimento para a identificação da tendência a
ser prosseguida. Geralmente, é utilizado como definição de rompimento da formação
uma oscilação de até 3% abaixo ou acima da linha de resistência/suporte. Esse padrão
ilustra o conflito entre a pressão compradora e vendedora no mercado, pois demonstra
a oscilação entre as forças de compra e venda.
As formações de retângulos são padrões claros e fáceis de identificar nos gráficos de
cotações, pois são limitadas por duas linhas horizontais paralelas bem definidas. Essas
linhas unem os topos (linha de resistência) e os fundos (linha de suporte). Essa
formação é conhecida por ser uma área de consolidação das cotações.
Os retângulos não se formam apenas na alta ou apenas na baixa. Essa é uma figura
de consolidação que pode se formar em qualquer uma das duas tendências. Para que
o retângulo seja útil é necessário ter um padrão claro antes de sua formação para,
assim, o retângulo poder indicar sua continuação em um determinado momento.

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Figura – Retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No exemplo apresentado acima há uma continuidade de uma tendência de baixa,


porém, o mesmo padrão pode se aplicar a uma tendência de alta. Essa formação se
assemelha ao triângulo simétrico no sentido poder ser aplicada a qualquer uma das
tendências e indicar consolidação delas.
É importante destacar que essa figura é formada por no mínimo 4 pontos de contato,
sendo no mínimo dois topos e dois fundos. Os fundos devem ter valores aproximados
entre si, da mesma forma os topos devem ter valores semelhantes entre si.

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Figura – Exemplo de retângulo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O volume não se comporta de forma padrão, o que dificulta identificar o momento certo
da reversão. Contudo, é esperado que quanto maior for o volume, mais forte é a
direção do movimento dos preços. Assim como o triângulo simétrico, esse padrão pode
durar de semanas a meses.
A direção do rompimento dependerá da trajetória anterior à formação, porém, é
importante se atentar ao momento do rompimento para a identificação da tendência a
ser prosseguida. Geralmente, é utilizado como definição de rompimento da formação
uma oscilação de até 3% abaixo ou acima da linha de resistência/suporte. Esse padrão
ilustra o conflito entre a pressão compradora e vendedora no mercado, pois demonstra
a oscilação entre as forças de compra e venda.

4.10. Gaps, Ilha de Reversão


Os gaps (que significam “intervalos”), também conhecidos como price gaps (que
significa “intervalos de preços”) são áreas do gráfico em que não há negociação. Por
exemplo, quando há uma tendência de alta, os preços tendem a se elevar de um
pregão para o outro, no entanto, há diferenças entre o preço de encerramento de um
pregão e a cotação de abertura do pregão posterior, essa diferença é um exemplo de

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gap. Da mesma forma, os gaps podem existir em tendências de baixa, analogamente,
nesse caso há um gap quando o pregão inicia o dia com um preço muito abaixo do
encerramento do dia anterior. Exemplo:

Figura – Gaps.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Geralmente os gaps são “fechados”, ou seja, há movimentos de preços que recuperam


o salto dos preços anteriores. Isso ocorre porque geralmente os gaps são resultados de
euforia em relação a notícias ocorridas fora do horário de pregão (como de noite) e são
superestimadas pelo mercado (euforia). Nesse caso, os investidores se recuperam da
euforia e revertem o comportamento abrupto dos preços.

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Figura – Exemplo de fechamento de um gap.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Porém, a ocorrência de um gap nem sempre é revertida e é comum em diversos


momentos. Devido a isso, é possível identificar quatro formações mais recorrentes de
gaps, são elas:
Gap comum (commom gap): ocorre geralmente quando o mercado tem baixa liquidez
(pouco volume transacionado) ou em momentos de consolidação. Nesses casos, o gap
significa a falta de interesse do lado vendedor ou do lado comprador no mercado.
Geralmente, esses gaps são fechados (movimentos contrários que retornam o preço)
em pouco tempo e têm pouca influência sobre o comportamento como um todo do ativo
analisado.

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Figura – Exemplo de gap comum (commom gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gap de rompimento (Breakaway Gap): esse gap ocorre em momentos de


rompimento de uma figura gráfica ou quando há violação de um suporte ou resistência
amparados pelo aumento do volume do gráfico. É importante destacar que:
O gap é considerado “gap de rompimento de baixa” quando inicia uma trajetória de
queda.
O gap é considerado “gap de rompimento de alta” quando inicia uma trajetória de alta.
Esses gaps são raramente revertidos em períodos posteriores e caso o sejam indicam
um falso rompimento anterior ou uma reversão de tendência.

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Exemplo de gap de rompimento:

Figura – Exemplo de gap de rompimento (breakaway gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gap de continuação (Midway Gap): também conhecido como gap de fuga (runaway
gap), ele ocorre quando há movimentos no meio de uma tendência sem que haja
rompimento dela. Esses movimentos geralmente são consecutivos e demonstram a
força da tendência observada. Esses gaps são geralmente acompanhados de alto
volume e apresentam preço de fechamento próximos do máximo do dia (para uma
tendência de alta) ou apresentam preços de fechamento próximos da mínima (para
uma tendência de baixa). Esses gaps não são fechados em períodos posteriores.

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Figura – Exemplo de gap de continuação (midway gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Gap de exaustão (Exhaustion gap): esse gap ocorre ao final de uma tendência, logo
após um rápido declínio ou alta dos preços. Ele representa uma forte alta (no caso de
uma tendência de alta) ao final da tendência e é prontamente fechada pelo rompimento
da tendência. Já em uma tendência de baixa, ele representa uma forte baixa que é
prontamente fechada pelo rompimento da tendência. Ele é facilmente confundido com
o Midway Gap, pois se apresenta após um rápido avanço dos preços.

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Figura – Exemplo de gap de exaustão (exhaustion gap).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Ilha de reversão (island reversal): Esse é um gap raro que delimita “ilhas” de preços.
Essas ilhas de preços antecedem descontinuidade das tendências observadas antes
dessas ilhas. O formato pode durar muito ou pouco, ou seja, pode se conformar com
candles isolados (curto prazo) ou se assemelhar aos fundos ou topos arredondados,
porém, com gaps nas laterais (longo prazo). É importante destacar que:

Figura – Destaque sobre Ilha de reversão (island reversal)

Fonte: Elaborada pelo autor.


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Figura – Exemplo de Ilha de reversão (island reversal).

Fonte: Elaborada pelo autor.

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5. Teoria das Ondas de Elliott
5.1. Resumo CNPI: Teoria das Ondas de Elliott
Teoria das Ondas de Elliot
Princípios de contagem das ondas
Entre as décadas de 30 e 40 um contador americano chamado de Ralph Nelson Elliott
demonstrou que é possível identificar graficamente os movimentos cíclicos dos preços
decorrentes dos fatores emocionais do mercado financeiro.
Dessa forma, os movimentos identificáveis nada mais são do que a precificação das
emoções das massas que seguem padrões psicológicos possíveis de serem
identificados nos gráficos. Assim, parte dos movimentos no mercado decorre de o
comportamento em manada devido aos investidores tomarem decisões baseadas na
observação dos demais investidores ao invés da sua própria análise independente dos
fatos. Ou seja, as decisões realizadas pelos participantes do mercado não são
completamente independentes e, por serem correlacionadas, podem gerar efeitos em
cascata. No entanto, não são todos os investidores suscetíveis a tomar decisões não
racionais. Dessa forma, é possível dividir os participantes do mercado em dois grandes
grupos:
• Participantes informados: se pressupõe que sejam os profissionais como
administradores de fundos, arbitradores etc.
• Participantes desinformados: investidores que não utilizam técnicas para tomar
decisões ou que são demasiadamente emotivos.

Nessa teoria os participantes informados interpretam as notícias e tomam decisões


automaticamente e racionalmente. Assim, são eles que definem o preço de equilíbrio
dos ativos. Já os participantes desinformados agem conforme as emoções e geram
aumentos de volatilidade para os ativos negociados.
Diante disso, Elliott desenvolveu uma teoria para o comportamento em ciclos das
séries históricas de preços de ativos cotados em bolsas (ações, commodities, índices,
Exchange Traded Funds – ETFs etc.).

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Essa teoria pode ser comparada com a teoria de DOW em alguns quesitos, são eles:

Quadro – Comparação entre a Teoria de Dow e a Teoria das Ondas de Elliott.


Quesitos Teoria de DOW Teoria das Ondas de Elliott
Há três tendências: primária, Também há as diferentes tendências
Tendência
secundária e terciária
Causa das Fundamentos e Emoção Fundamentos e Emoção
oscilações nos
preços
Padrões e Topos e fundos, Tendências, Fibonacci, ciclo 12345 abc
Ferramentas Resistências, entre outros
Não há foco no limite da Se busca identificar limites para as
Limite da tendência
tendência tendências apresentadas
Foca-se no longo prazo Não há foco em prazos definidos, pois há
Prazo (gráficos que cobrem meses). ferramentas para se prevenir de oscilações
bruscas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

As decisões tomadas por analista que se utiliza da teoria de Elliott geralmente são:

Figura – Decisões a partir da Teoria das Ondas de Elliott.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Segundo Elliott os padrões gráficos se repetem em diferentes escalas e com
proporções semelhantes (intervalos de minutos, intervalos de horas, intervalos de dias
etc.). Nesse sentido, o mercado financeiro é composto por fractais que são suas
imagens e semelhanças em diferentes escalas. Um exemplo de fractal é os brócolis,
cada ramo dele se assemelha aos brócolis como um todo, e se “quebrar” um ramo e
dividir em pequenos ramos menores é possível observar semelhança entre o formato
do ramo e do vegetal como um todo.
A repetição de padrões nos preços adotada pela teoria é conhecida como o padrão
12345abc da teoria das ondas de Elliott e se repete em diferentes tamanhos e escalas
no gráfico.

Figura – Exemplo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliott.

Fonte: Elaborado pelo autor.

No entanto, é importante destacar que esse padrão é irregular e apresenta


imperfeições. Ou seja, ele não segue exatamente o aspecto destacado na figura
anterior. Além disso, pode ser apresentado de forma inversa, veja:

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Figura – Exemplo de padrão imperfeito 12345abc da teoria das ondas de Elliott.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A forma de tendência de alta é chamada de pivô de alta, enquanto a forma que


representa uma tendência de baixa é chamada de pivô de baixa. Segundo essa teoria,
todo momento do mercado está em uma das ondas apresentadas. Portanto, são 8
ondas definidas como:
• Onda 1
• Onda 2
• Onda 3
• Onda 4
• Onda 5
• Onda A
• Onda B
• Onda C

São no total cinco ondas consideradas da fase de impulso (na direção da tendência da
formação) e 3 ondas da fase de correção. Resta ao analista identificar em qual onda o
mercado está e se posicionar corretamente conforme a próxima onda que se segue.

5.2. Ondas Impulsivas/Corretivas


O ciclo completo (pivô de alta ou pivô de baixa) possui ciclos dentro de si mesmo e é
parte de um ciclo ainda maior. Isso pode ser observado a seguir:

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Figura – Ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das ondas de Elliot.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como pode ser observado, uma onda maior é composta por ondas menores e elas por
ondas ainda menores, assim em diante. Essa é a ideia de fractais apresentada
anteriormente. Cada uma das áreas circuladas são ondas distintas, compostas pelos
pontos 12345abc e formam o mesmo padrão em escala maior, observe:

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Figura – Fractais dentro do ciclo completo de padrão 12345abc da teoria das
ondas de Elliot.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Através da identificação da onda em que os preços estão é possível prever a próxima


onda e assim tomar decisões de compra ou venda do ativo. As primeiras 5 ondas são
chamadas de ondas impulsivas ou impulsoras, pois elas compõem a direção do pivô
(alta ou baixa). As últimas 3 ondas são da fase de correção, portanto, são corretivas.

Figura – As fases em um pivô de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Assim os pontos 12345 do gráfico pertencem ao momento de impulso e os pontos ABC
ao momento de correção. Se o pivô for de alta, ABC será para baixo. Se o pivô for de
baixa, o ABC será para cima.

Figura – As fases em um pivô de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Fase impulsiva: ondas impulsivas


• Primeira Onda: Essa é a onda na qual os investidores bem informados agem
conforme as informações que eles detêm. Ela culmina em um topo bem definido.
Quanto maior é essa onda, maior serão as demais.
• Segunda Onda: nessa onda há correção do movimento anterior. A correção
pode chegar a 61,8% da primeira onda. Importante: observe que a onda está na
fase impulsiva, mas ela corrige a onda anterior. É importante diferenciar o
comportamento de correção da definição de onda corretiva, que são as ondas
da segunda fase do pivô.
• Terceira Onda: é a onda na qual a confirmação do pivô (seja de alta, seja de
baixa) gera uma euforia de compra. Nela há um forte impulso, que pode gerar a
maior das ondas da formação. Dica: Ela nunca é menor das 5 ondas da fase
impulsiva, se for, ela não é a terceira onda.
• Quarta Onda: nessa onda há uma correção de cerca de 38,2% da terceira
onda, porém, o otimismo ainda é grande e, portanto, ela não cai abaixo da
terceira onda.
• Quinta Onda: é formado mais um impulso que é marcado por um baixo volume.
O otimismo diminui e pode surgir figuras como cunhas ou flâmulas. É possível
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que o mercado esteja muito “desanimado” com o ativo e o topo seja a preços
semelhantes aos do topo da terceira onda. Nesse caso, é possível observar
figuras como topos duplos. Caso isso ocorra, é esperada uma forte reversão de
tendência nas próximas ondas.

Fase corretiva
• Onda A: é marcada por um período de forte baixa (no pivô de alta) ou um
período de forte alta (no pivô de baixa). Essa onda marca a mudança de fase do
pivô. Alguns investidores no mercado acreditam que é uma correção da onda 5,
porém, se trata de um impulso contrário. Importante: Essa é uma onda
classificada como corretiva, contudo, ela gera um impulso que reverte toda a
onda anterior, caso ela gerasse apenas uma correção, o fundo dela estaria
significativamente acima do topo da onda 4.
• Onda B: Alguns investidores ainda acreditam que o ativo não reverteu a
tendência da primeira fase e entram comprado no ativo. Há um pequeno período
de alta, mas com volume fraco. Essa alta apresenta um topo inferior ao patamar
da quinta onda. Fica claro para os investidores que a tendência mudou e que a
Onda B não se trata de um impulso, mas de uma correção da Onda A.
• Onda C: Período intenso no qual há forte queda (no pivô de alta) ou forte alta
(no pivô de baixa). Nesse momento o mercado percebe que o movimento de
baixa é sólido e não é apenas uma correção da onda B. Ou seja, consolida a
direção da segunda fase.

5.3. Números de Fibonacci: Razões e Correções


Os pivôs são observáveis ao final de tendências de alta ou de baixa. Por exemplo, ao
final de uma tendência de baixa o pivô de alta apresenta um fundo mais alto que o
anterior. É possível destacar três pontos que permitem a identificação de um pivô de
alta:

Figura – Identificação de pivô de alta.


Ponto 0: Fundo
Ponto 1: Topo
Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior
Fonte: Elaborada pelo autor.

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É quando ela alcança o fundo mais alto que é possível identificar claramente a
formação do pivô. Esses três pontos são os seguintes:

Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de alta.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Sabendo da existência do pivô no ponto 2 é recomendável aguardar até alcançar o


ponto 3 para confirmar a formação. Entrando, no ativo é possível desfrutar dos
possíveis ganhos posteriores devido a fase de impulso do pivô. O mesmo pode ser
observado em um pivô de baixa:

Figura – Pivô de baixa.


Ponto 0: Topo
Ponto 1: Topo
Ponto 2: Fundo mais alto que o anterior
Fonte: Elaborada pelo autor.

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Figura – Três pontos que permitem a identificação de um pivô de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Porém, para projetar os preços pode ser utilizado Fibonacci. Nesse caso são utilizadas
as variações dos preços como referência para a tomada de decisão. Anteriormente, foi
dito que a variação das ondas equivale a 38,2% e a 61,8%. Esses valores se baseiam
nas medidas encontradas por esse método (Fibonacci). Para isso, o cálculo é simples,
observe para a primeira onda:
• 38,2% equivale a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 1,382
• 61,8% equivale a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 1,618
• 100% equivale a: (Ponto 1 – Ponto 0) * 2,00.

Os valores de 38,2% e 61,8% é resultante da série de Fibonacci (matemático italiano


do século XII) que é formada por números que são o resultado da soma dos dois
últimos anteriores.
Observe:

Figura – Série Fibonacci.


0+1=1
1+1=2
1+2=3
2+3=5
3+5=8
5 + 8 = 13

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Essa série cresce indefinitivamente, porém, apresenta uma característica peculiar. A
razão entre dois números consecutivos tende a se estabilizar em 0,618.
Observe:

Figura – Série Fibonacci.


1/2 = 0,5
2/3 = 0,66
3/5 = 0,60
5/8 = 0,625
8/13 = 0,615
13/21 = 0,619
21/34 = 0,618
34/55 = 0,618

Fonte: Elaborado pelo autor

Dessa forma, as ondas obedecem às relações básicas da série de Fibonacci, que são:
0,618 (61,8%) e 0,382 (38,2% = 100% – 61,8%). Outros percentuais fornecidos pela
série também são utilizados, como 50% e 23,6%/78,6%, porém, o usual é utilizar
38,2%/61,8%.

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Figura – Ondas e relações básicas de Fibonacci.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os movimentos de queda e de alta apresentam percentual de variação. Sabemos que


que a série de Fibonacci nos dá padrões, como 50%/50% ou 38,2%/61,8%.

Nota: A proporção 0,618 é o arredondamento de 1,61803398875, e recebe diversos nomes, entre eles:
proporção áurea, número de ouro, proporção de ouro, divina proporção, entre outros nomes. Ela é uma
constante real algébrica irracional atrelada à letra grega Φ (Phi).

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6. Padrões Candlestick
6.1. Resumo CNPI: Padrões Candlestick
Padrões de Candlestick
Nomenclatura e figuras básicas
Os candlestick são representações gráficas que apresentam diversas informações
sobre o ativo. Devido ao seu formato peculiar há padrões que podem ser identificados
exclusivamente com o seu uso. Por representar o máximo, mínimo, fechamento e
abertura do mercado é possível observar a direção da força do mercado apenas em um
candle. Diante disso, o analista que busca observar padrões especificamente nos
gráficos de candlestick devem observar:

Figura – Observação de três fatores.


Tamanho das velas
Tamanho da sombra
Posição do preço no fechamento da vela.
Fonte: Elaborada pelo autor.

A observação desses três fatores indicará se houve força de algum grupo de


participantes do mercado (compradores/vendedores), fraqueza de um deles
(compradores/vendedores) ou equilíbrio entre eles.
A seguir será representada cada uma dessas características considerando cada candle
um pregão (candle diário). Caso haja força dos compradores, haverá assim um candle
de alta. Nesse caso, o fechamento do pregão será próximo da máxima do dia, além
disso, o corpo do candle será grande em relação à sombra. Observe:

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Figura – Candle de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já caso o candle represente a força dos vendedores o corpo também será grande em
relação à sombra, porém, o fechamento será próximo da mínima.
Observe:

Figura – Candle de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

No entanto, os candles podem indicar fraqueza de um dos grupos de negociadores.


Caso a fraqueza seja do grupo de compradores, o candle será curto com uma grande
sombra superior e com fechamento próximo da mínima do dia. Observe o exemplo:

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Figura – Corpo pequeno candle de baixa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A fraqueza também pode advir dos vendedores. Nesse caso, o candle apresenta um
corpo pequeno, sombra inferior alongada e fechamento próximo da alta.
Veja:

Figura – Corpo pequeno candle de alta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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6.2. Padrões de Reversão Altistas
Os padrões de reversão são figuras compostas por dois ou mais candles que indicam a
mudança da tendência dos preços. Os padrões de reversão de alta são aqueles que
sinalizam o encerramento de um período de baixa e a reversão para um de alta. Já os
padrões de reversão de baixa sinalizam o encerramento de um período de alta e a
reversão para um de baixa.
Para ilustrar esses métodos, segue uma demonstração. Nela os candles vermelhos
representam baixa, os candles azuis representam alta e os candles verdes significam
que pode ser um candle de baixa ou de alta. Além disso, os riscos retos indicam que
pode ser qualquer candle que se posicione na forma apresentada.
Dica para os padrões de alta: os ditos de continuação indicam a continuação de uma
tendência de alta e os padrões de alta ditos de reversão indicam o fim de uma
tendência de baixa e o início de uma tendência de alta. Se tiver dúvidas sobre como
diferenciar os dois, observe que os padrões de reversão de alta geralmente se iniciam
para baixo enquanto os padrões de continuação de alta geralmente se iniciam para o
alto.

Figura – Bebê abandonado de alta (Abandoned Baby).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

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Figura – Bebê engolido de alta (Concealing Baby Swallow).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta (de rara observação);
• Padrão: reversão.

Figura – Estrela da manhã (Morning Star).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

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Figura – Três por dentro de Alta (Three Inside Up).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

Figura – Três por fora de alta (Three Outside Up).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

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Figura – Chute de Alta (Bullish Kicking).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta (raro de se observar);
• Padrão: reversão.

Figura – Doji estrela da manhã (Morning Doji Star).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

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Figura – Três Soldados Brancos (Three White Soldiers) – (confiabilidade alta).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta
• Padrão: continuação

6.3. Padrões de Reversão Baixistas


Assim como os padrões de alta anteriores, os padrões de baixa de continuação
indicam a continuação de uma tendência de baixa e os padrões de baixa ditos de
reversão indicam o fim de uma tendência de alta e o início de uma tendência de alta.
Caso tenha dúvidas sobre como diferenciar os dois, observe que os padrões de
reversão geralmente se iniciam para o alto enquanto os padrões de continuação
geralmente se iniciam para baixo.
Observe os padrões de reversão de baixa:

Figura – Bebê abandonado de baixa (Abandoned Baby Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

Figura – Nuvem negra (Dark Cloud Cover Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

Figura – Três Corvos Idênticos (Identical three crows bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

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Figura – Salto para baixo (Kicking Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

Figura – Engolfo de baixa (Engulfing Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

99
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Figura – Doji Estrela da Manhã de Baixa (Morning star doji bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

Figura – Estrela da noite de baixa (Evening Star Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

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Figura – Three outside down bearish.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: reversão.

101
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6.4. Padrões de Continuidade
Como dito anteriormente, os padrões de continuação de alta geralmente se iniciam
para baixo. Observe os padrões de continuação de alta (observação: neles também há
indicação do grau de confiabilidade):

Figura – Aperto do Mat (Mat Hold).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: continuação.

Figura – Três Métodos de Alta (Rising Three Methods).

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: continuação.

Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Alta (Side By Side White Lines) –


(confiabilidade alta).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: continuação.

Figura – Gap de Alta de Três Métodos (Upisde Gap Three Methods).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;
• Padrão: continuação.

103
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Figura – Gap de Alta de Tasuki (Upside Tasuki Gap).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;
• Padrão: continuação.

Figura – Três linhas de alta (Three Line Strike).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: baixa;
• Padrão: continuação.

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Figura – Linha de Separação de Alta (Bullish Separating Line).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: baixa;
• Padrão: continuação.

Há ainda padrões de continuidade BAIXISTA, observe-os:

Figura – Três Métodos de Baixa (falling three methods bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: alta;
• Padrão: continuação.

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Figura – In Neck Bearish.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;
• Padrão: continuação.

Figura – Três Métodos de Queda (Downside Three Methods).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;

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ISBN: 978-65-993836-7-0
• Padrão: continuação.

Figura – Gap de Baixa de Tasuki (Downside Tasuki Method Bearish ou Downside


Tasuki Gap).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;
• Padrão: continuação.

Figura – On Neck Bearish.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;
• Padrão: continuação.

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Figura – Linhas Brancas Lado-a-lado na Baixa (Side By Side White Lines Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: moderada;
• Padrão: continuação.

Figura – Linha de Separação de Baixa (Separatin Lines Bearish).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Características:
• Confiabilidade: baixa;
• Padrão: continuação.

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7. Indicadores
7.1. Resumo CNPI: Indicadores
Indicadores
Médias móveis, cruzamento, Bandas de Bollinger
Uma das formas de captar essas características dá-se através de indicadores, que
fazem parte da análise computadorizada, e que também são aproveitados pelos
analistas gráficos para estabelecer padrões de compra e venda. Esses indicadores são
calculados conforme o movimento dos preços, e cabe ao analista avaliar qual será o
possível movimento dos preços com base nos padrões anteriores.
Esses indicadores são chamados de indicadores técnicos. São obtidos através das
propriedades matemáticas das séries de preços dos ativos. As principais informações
utilizadas para a elaboração dos indicadores técnicos são:
• média;
• desvio-padrão;
• máximos; e
• mínimos.

Através dos indicadores, torna-se possível determinar uma estratégia para os preços
de compra e venda dos ativos. Entre os indicadores mais utilizados, é possível listar:
• média móvel;
• média móvel exponencial;
• índice de força relativa;
• momento;
• Moving Average Convergence/Divergence (MACD);
• On Balance Volume (OBV);
• entre outros.

Média Móvel Simples


A média móvel é a média de um período anterior ao observado, cujo período tende a
variar ao longo do tempo conforme o ponto do tempo observado. A representação
matemática da média móvel (ou média móvel simples) é:

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Em que:
• M é a média móvel;
• x é a série temporal (ativo observado);
• τ é o período utilizado para o cálculo da média móvel;
• t é o instante observado; e
• ∑ é o somatório (de soma).

A média móvel é basicamente uma fila de médias em que os preços mais recentes
substituem os mais antigos. Quando uma média móvel cresce, significa que o último
preço a ser incorporado à média é maior que o mais antigo.
Quanto maior o τ, mais a média móvel será defasada em relação ao instante
observado. No entanto, essa defasagem permite que seja observado se existe uma
tendência, pois quanto maior é o prazo da média móvel, maior é a o prazo da tendência
observada. Para ilustrar, usaremos a PETR4 para todos os exemplos posteriores de
média móvel. Observe a diferença entre uma linha desenhada para a média móvel para
5 dias (verde) e para 20 dias (amarelo):

Figura – Média móvel para 5 e 20 dias.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Usá-la permite que a análise de preços dê menos peso às oscilações momentâneas e


mais peso ao comportamento da série como um todo. Quanto maior o período
analisado, menos peso as oscilações momentâneas possuem.

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Veja de modo destacado:

Figura – Oscilações momentâneas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É comum a utilização de duas médias móveis para a análise: uma de período curto e
outra de período longo. A média móvel de período curto (MC) indica o consenso do
mercado no curto prazo (5 dias, por exemplo), e a média móvel de período longo (ML)
indica o consenso de longo prazo (20 dias, por exemplo).
As análises estratégicas baseadas nas médias móveis observam geralmente o
cruzamento (também chamado de crossover) entre essas duas linhas (que, neste caso,
seria um double crossover e, caso estivessem sendo usadas três medias móveis, triple

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crossover). Basicamente: Quando uma MC cruza a ML de baixo para cima, um ponto
de compra é indicado. Observe um ponto de compra:

Figura – Exemplo de ponto de compra.

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Já para a venda, a média móvel de curto prazo cruza de cima para baixo a de longo
prazo:

Figura – Exemplo de ponto de venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Média móvel exponencial


A média móvel exponencial se diferencia da média móvel simples (ou aritmética)
apenas no cálculo da média. Ela existe para diminuir a quantidade de cruzamentos e
deixar mais claro os momentos de compra e venda. Basicamente é uma média
ponderada dos instantes passados. Ela pode ser representada por:

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Nessa formulação, α é um peso atribuído aos instantes no tempo. Conforme o α (uma
constante), pode ser dado um peso maior ou menor aos preços mais recentes, o que
torna essa média muito mais flexível para se adaptar às necessidades de análise.
Geralmente α assume o valor 2/(n+1).
O α assume valores entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é o peso dado às
informações recentes; já quanto mais próximo de 0, menor é o peso dado às
informações recentes e maior é o peso dado às informações passadas. Geralmente, é
utilizada uma média móvel exponencial com maior peso para as informações recentes.
Da mesma forma que a média móvel simples, a média móvel exponencial emite sinais
de compra ou venda conforme a dinâmica apresentada para o cruzamento entre a linha
de curto prazo e de longo prazo.

Bandas de Bollinger
Anteriormente, foram apresentados indicadores que utilizam a média como principal
informação. Porém, o analista também pode utilizar a volatilidade (variações nos
preços do ativo) como fundamento informacional. Na prática, se um título varia
significativamente de preço em um período curto, ele pode ser considerado volátil.
Um dos principais indicadores que permite a análise de volatilidade são as Bandas de
Bollinger. Trata-se de linhas que envolvem as variações dos ativos. A análise de
Bandas de Bollinger utiliza duas linhas: uma superior e uma inferior. Essas linhas
envolvem as variações do ativo conforme o desvio padrão em relação à média móvel
utilizada como referência. Essa média móvel pode estar ou não visível no gráfico.
Observe um exemplo de Bandas de Bollinger (linhas em roxo τ=5):

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Figura – Exemplo de Bandas de Bollinger.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como é possível observar, as Bandas envolvem as variações dos ativos. Em


determinados momentos, elas se estendem caso o preço do dia se comporte de forma
muito discrepante em relação aos dos dias anteriores (a média móvel). Observe as
Bandas em relação à média móvel para 5 dias:

Figura – Bandas de Bollinger em relação à média móvel.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Para o cálculo das Bandas de Bollinger, geralmente são utilizadas as médias móveis
simples de até 20 dias. Para o cálculo das Bandas se Bollinger, pode ser utilizada a
seguinte nomenclatura:
• Linha central LC (geralmente M, que é a média móvel);
• Bs: banda superior;
• Bi: banda inferior;
• τ: período utilizado para o cálculo da média móvel;
• t: instante observado;
• Σ é o somatório; e
• n: quantidade de desvios padrões utilizados.

Assim, a fórmula para a banda superior é:

Já a fórmula para a banda inferior é:

7.2. Conceito de Momentum, Sobrecompra,


Sobrevenda e Divergência
Anteriormente foram apresentados indicadores que se utilizam das médias e do desvio
padrão para a tomada de decisão. Entretanto, há análises baseadas na capacidade de
aceleração do preço ou volume da série financeira, ou seja, é um índice de mudança
dos preços. Os indicadores baseados nessas informações são chamados de
indicadores de momentum.
Entre os indicadores que utilizam essas informações, podem ser destacados
os seguidores de tendência e os osciladores. Alguns dos principais exemplos são:

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Figura – Principais exemplos de indicadores de momentum.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O momentum é, simultaneamente, um oscilador e um seguidor de tendência e pode ser


representado pela seguinte expressão:

Isto é, o momentum é a diferença entre o preço de fechamento no instante atual em


relação aos preços de fechamentos dos períodos anteriores. Geralmente é adotado 5
ou 10 períodos anteriores.
Para que o momentum seja utilizado corretamente é preciso comparar o valor
atual com o seu histórico. Para isso, é preciso saber que:
• Se o ativo apresentou um período de intensa valorização e de forma prolongada,
diz-se que está sobrecomprado;
• Se o ativo apresentou um período de intensa desvalorização e de forma
prolongada, diz-se que está sobrevendido.

Quando o momentum está no fundo e começa a subir, indica compra; já quando está
no topo e começa a cair, o momentum indica venda. Para se ter clareza de como
identificar esses momentos, no gráfico é apresentada uma linha superior e inferior à
linha de momentum. Se o momento cruza a linha superior (que representa a zona de
sobrecompra), é o momento de venda; caso ele cruze a linha inferior (que representa a
zona de sobrevenda), trata-se do momento de compra.

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Observe:

Figura – Linha de momentum e momento de compra e de venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É possível, assim, traçar linhas de tendência para o próprio indicador de momentum e


antecipar movimentos de preços:

Figura – Linhas de tendência para o indicador de momentum.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Desse modo, é possível traçar linhas de tendência para o próprio indicador de


momentum e antecipar movimentos de preços. A tendência é observada quando o
indicador acompanha o próprio preço.
No entanto, é possível que o indicador não acompanhe o preço. Nesse caso, há
divergência. As divergências, nesse contexto, são as diferenças entre os preços e os
indicadores. Elas sinalizam a reversão de tendência nos preços e possibilitam
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consolidar os momentos de encerramento das operações. As divergências podem ser
altistas ou baixistas e são classificadas conforme o nível de força (confiabilidade):

Divergência altista
• De maior força (tipo A): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo
que o anterior (tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo mais alto
que o antecedente. Portanto, indica uma possível alta em momentos posteriores
(reversão de tendência). Obs.: Maior confiabilidade.
• De maior força (tipo B): quando os preços fazem um fundo duplo enquanto o
indicador não faz um fundo mais baixo que o anterior. Assim, indica uma
possível alta em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média
confiabilidade.
• De maior força (tipo C): quando os preços fazem um fundo ainda mais baixo
que o anterior (tendência de baixa), enquanto o indicador faz um fundo duplo.
Esse indicador indica mais uma estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa
confiabilidade para reversão.

Divergência Baixista
• De maior força (tipo A): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o
anterior (tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo mais baixo que o
anterior. Portanto, indica uma possível baixa em momentos posteriores
(reversão de tendência). Obs.: Maior confiabilidade.
• De maior força (tipo B): quando os preços fazem um topo duplo, enquanto o
indicador não faz um topo mais alto que o anterior. Desse modo, indica uma
possível baixa em momentos posteriores (reversão de tendência). Obs.: Média
confiabilidade.
• De maior força (tipo C): quando os preços fazem um topo ainda mais alto que o
anterior (tendência de alta), enquanto o indicador faz um topo duplo. Isso indica
mais uma estagnação do que uma reversão. Obs.: Baixa confiabilidade para
reversão.

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7.3. Osciladores: Momento (ROC), Estocástico, IFR e
MACD
Rate of Change
Rate of Change (ROC) ou Taxa de Variação é um dos principais indicadores de
oscilação, que mede a proporção de variação do preço do ativo. O ROC pode ser
observado adiante:

Assim, ROC é a razão entre o preço de fechamento no instante atual em relação aos
preços de fechamentos dos períodos anteriores. Para analisar esse indicador,
geralmente são utilizadas três linhas de referência:
• Linha Central (0% de variação);
• Linha de Superior (100% de variação); e
o obs.: não é um máximo intransponível.
• Linha de Mínimo (-100% de variação).
o obs.: é um mínimo intransponível.

Se o ROC apresenta crescimento, indica a manutenção de uma tendência de alta ou a


diminuição da força de uma tendência de baixa. Já se o ROC apresenta decaimento,
indica a manutenção de uma tendência de baixa ou a diminuição da força de uma
tendência de alta. Resumidamente:

ROC > 0: há uma tendência de alta ou perda de força de uma tendência de baixa.

ROC < 0: há uma tendência de baixa ou perda de força de uma tendência de alta.

Assim, é sinalizada a oportunidade de compra quando o ROC cruza a linha 0 de baixo


para cima. Já quando o ROC cruza a linha 0 de cima para baixo, indica oportunidade
de venda.

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Figura – ROC e oportunidade de compra e venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Estocástico
O estocástico é um oscilador que capta a capacidade de as forças de compra/venda
encerrarem o período gráfico próximo do máximo ou do mínimo. Por exemplo, capta a
capacidade da pressão compradora de encerrar um pregão próximo da máxima
observada em um período anterior.
A fim de se obter o estocástico, é necessário construir duas linhas. A primeira delas é
chamada de linha rápida, a qual é representada da seguinte forma:

Nessa fórmula, xt representa o preço de fechamento de um pregão, enquanto Mínτ


equivale à mínima de um período τ anterior a ele, e Mαx representa a máxima de um
período τ anterior.
Já a linha lenta (ou suave) é uma média móvel da linha rápida. Ela pode ser escrita da
seguinte forma:

Ou:

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Diferentes períodos podem ser adotados para a soma representada pela linha lenta,
mas geralmente são realizadas as somas de 3 dias (n=3) da %K. Ou seja, são
somados 3 dias da %K, que são divididos por 3. Dessa forma, a linha suave
desconsidera mais as oscilações de curto prazo e representa melhor a tendência de
longo prazo; enquanto a linha rápida representa melhor as oscilações de curto prazo,
visto que concede maior atenção aos últimos acontecimentos.
Essa análise usualmente é aplicada em períodos curtos, de 5 dias para a linha %K e 3
dias para a linha %D, indo geralmente até no máximo 10 dias observados.
Há duas formas comuns de utilizar o estocástico na prática: o estocástico rápido e o
estocástico lento.

Estocástico rápido: é construído com base em duas linhas, %K e a %D, traçadas


(mais sujeita às oscilações).

Estocástico lento: é construído com base na linha %D traçada e em sua média móvel,
que chamaremos de %M (a qual também pode ser de 3 dias).

A fim de analisar o estocástico, são utilizadas linhas para determinar as sobrecompras


e sobrevendas. Como o estocástico oscila entre 0 e 100%, é comum a utilização de
zonas próximas desses limites, como 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras.
Caso o estocástico caia abaixo da linha de sobrevenda, é estabelecido o momento
de compra. Caso ele suba acima da linha de sobrecompra, define-se o momento
de venda.

Índice de Força Relativa (IFR)


O Índice de Força Relativa (IFR) é um dos indicadores mais utilizados. Esse indicador
mede a “força do ativo”, ou seja, é utilizado para encontrar o ponto de exaustão do
preço de um ativo. É calculado conforme a seguinte expressão:

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Nessa representação, o termo Mmaxτ representa a média dos dias de encerramento
na máxima, e o termo Mminτ representa a média dos dias de encerramento na mínima.
Ambos em relação ao período τ observado. Quanto menor é esse período, maior é a
volatilidade do indicador (maior a oscilação do IFR). Esse indicador varia entre 0 e 100.
Geralmente são adotados períodos de 9, 14 e 25 dias, mas esse critério é subjetivo e,
assim como os demais indicadores citados, deve ser testado para diferentes períodos a
fim de avaliar qual é mais adequado para o ativo analisado. Geralmente, o IFR é
utilizado em conjunto com outras formas de análise.
Para estabelecer o nível de compra ou venda, são utilizados os conceitos de
sobrecompra e de sobrevenda. As proporções utilizadas para determinar essas
linhas são subjetivas e podem variar entre 10/90, 15/85, 20/80, 30/70, entre outras.
Caso esteja acima da linha de sobrecompra, define-se o momento de venda; caso
esteja abaixo da linha de sobrevenda, configura o momento de compra. Observe:

Figura – Sobrecompra e sobrevenda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nele as divergências também estão presentes e constituem importantes indicadores de


tendências. Assim como nos casos anteriores, a diferença entre o sentido do IFR e dos
preços pode indicar reversão para a compra (caso os preços indiquem baixa e o IFR
alta – para a divergência A) ou reversão para venda (caso os preços indiquem alta e o
IFR baixa – para a divergência A):

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Figura – Reversão para a compra e venda.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Moving Average Convergence Divergence (MACD)


O Moving Average Convergence Divergence (MACD) é um indicador que observa o
comportamento entre duas médias móveis. Pode ser traduzido como “Convergência e
Divergência de Médias Móveis”. Assim, esse é o indicador que utiliza, no mínimo, duas
médias móveis para indicar momentos de compra ou venda. Sua formulação pode ser
observada abaixo:

Isto é, a linha do MACD é composta pela diferença entre uma média móvel de curto
prazo e uma média móvel de longo prazo. Geralmente, a média móvel utilizada é
exponencial, sendo a MME de 12 dias utilizada para o curto prazo e a MME de 26 dias
utilizada para o longo prazo.
Além disso, há outro elemento: uma linha de sinalização (Ms) que é composta por uma
média móvel exponencial de prazo ainda mais curto (geralmente 9 dias). Essa linha
pode apresentar pontos com três valores distintos:

Caso MACD > 0 : A MC > ML A , logo o mercado está otimista sobre os movimentos
seguintes nos preços.

Caso MACD < 0 : A MC < ML A , logo o mercado está pessimista sobre os movimentos
seguintes nos preços.

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Caso MACD = 0 : A MC = ML A , equilíbrio. Não há definição para o humor do
mercado.

Figura – Moving Average Convergence Divergence (MACD).

Fonte: Elaborado pelo autor.

A fim de estabelecer momentos para a compra ou venda, é necessário observar a linha


de sinalização, pois esse indicador não é particularmente útil para identificar compra ou
vendas baseadas nas áreas de sobrecompra ou sobrevenda. Ainda assim, caso o
MACD esteja muito alto, significa que a pressão compradora está muito acima do
histórico, o que indica uma possível sobrecompra; assim como se o o MACD estiver
muito baixo, indica uma possível sobrevenda.
Caso o MACD cruze de baixo para cima a linha de sinalização, é apontado um
momento para a compra; já quando o MACD cruza a linha de sinalização de cima para
baixo, um momento para a venda é indicado. Uma das formas de compará-las é
através do histograma:

O histograma é positivo quando a linha MACD está acima de sua linha de


sinalização e é negativo quando a linha MACD está abaixo desta linha.

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7.4. On Balance Volume (OBV)
On Balance Volume (OBV) é um indicador de momentum que se utiliza das variações
do volume para identificar se ele está entrando ou saindo em momentos de pico ou
declínio do volume. Esse indicador é representado pela seguinte fórmula:

O xt indica o preço de fechamento no instante atual, e xt-1 no instante anterior. Por


exemplo: xt = preço de fechamento hoje, e xt-1= preço de fechamento ontem. Dessa
forma, o OBV dependerá do fechamento do instante analisado. Caso ele seja positivo,
então o OBV do instante anterior é somado ao volume do instante analisado; caso
negativo, o volume do instante é subtraído do OBV do instante anterior. Observe um
exemplo:

Figura – On Balance Volume (OBV).

Fonte: Elaborado pelo autor.

A ideia de divergência também é aplicada a ele. Caso o preço apresente topos mais
altos que os anteriores e o OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão
para uma baixa. Além disso, caso o preço apresente um fundo mais abaixo que o
anterior, mas o OBV não o acompanhe, é indicada uma possível reversão para uma
alta.

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8. Gerenciamento de Risco
8.1. Resumo CNPI: Gerenciamento de Risco
Gerenciamento de risco
Fundamentos de retorno X risco
Em finanças é sabido que quanto maior é o retorno de um investimento maior é o risco
associado a ele. Essa associação, que apresenta ressalvas, também se aplicada à
análise técnica. Por exemplo, quanto maior é a volatilidade tolerada pelo analista para
atingir o preço estabelecido como meta (preço alvo) maior é a possibilidade de alcançá-
lo em determinado momento. Caso o analista não aceite determinada volatilidade, é
capaz de ele sair do ativo antes de atingir o preço alvo. Veja o exemplo a seguir:

Figura – Exemplo de volatilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Observe que o analista determinou um preço mínimo a ser tolerado. Caso o ativo caia
até determinado nível, ele vende o ativo e assim diminui o risco de maiores perdas.
Todavia, caso ele tivesse uma tolerância maior, ele poderia ter alcançado o preço alvo
maior e assim ter tido o ganho almejado. Veja o exemplo:

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Figura – Tolerância maior de volatilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, fica claro que o aumento do risco tolerado pelo analista aumenta
consequentemente as chances de maiores retornos do investimento. Porém, essa
estratégia poderia não ser bem-sucedida, ou seja, os sinais do ativo poderiam ser
falsos e em seguida ter uma reversão para baixa.
Sempre deve ter um limite para as perdas toleradas pelo analista. Ou seja, toda
estratégia de investimento deve considerar o limite para as perdas dela. Como no caso
do investimento em períodos curtos o investidor tem pouco tempo para constantemente
acompanhar o ativo, é aconselhável determinar limites automáticos para as perdas.
Esses são os chamados stops (paradas). Os Stops são as ordens utilizadas para limitar
as perdas ou garantir os lucros das operações realizadas. Há diversas ordens
programáveis pelo investidor no home-broker, entre elas:

Start
As ordens de Start são aquelas que indicam um momento de compra quando houver
reversão de tendência em um ativo. Nela é definido uma diferença de preço que
efetuará o disparado da ordem (irá iniciar a ordem programada). Por exemplo, um
ativo estava em queda e o analista identifica uma possibilidade de reversão, portanto,
ele orienta os investidores que programem uma ordem de compra para quando o ativo
subir de R$17,00 para R$ 17,60. Essa ordem será então a ordem de Start. Assim, o
Start sinaliza uma entrada em um determinado momento. Dessa forma há dois preços:
• Preço de disparo: preço em que o Start será ativado;
• Preço limite (ou preço de compra): o valor em que será realizada a compra.

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Stop Loss
Os stops são, portanto, formas de limitar perdas em uma única operação. Perdas essas
que poderiam ser transformadas em um investimento em outro ativo que possa dar
retorno. Ou seja, quanto mais tempo se “gasta” esperando o ativo se recuperar de uma
perda, mais oportunidades são perdidas. Portanto, há um custo de oportunidade em
“afundar” junto com um ativo. O principal deles é o Stop Loss, em que também há dois
preços a serem definidos:
• Preço de disparo: preço em que o Loss será ativado;
• Preço limite (ou preço de venda): o valor da venda mínimo a ser realizado.

Stop Loss é uma ordem para vender uma ação caso ela atinja determinado preço, com
o objetivo de limitar as perdas incorridas. Por exemplo, imagine que você comprou uma
ação quando ela estava cotada em R$ 20,00, você pode colocar uma ordem stop loss
para que ela seja vendida caso o seu preço se reduza para R$ 15,00, limitando as suas
perdas em 25%. Similar ao stop loss, também é possível estabelecer uma ordem que
define o montante de valorização de uma ação. Por exemplo, se você comprar uma
ação a R$ 20,00, é possível emitir uma ordem para que ela seja vendida caso o seu
valor supere os R$ 25,00.

Stop Gain
Já o Stop Gain objetiva assegurar um lucro definido pelo analista. Nela também é
definido um preço limite inferior ao disparo, contudo, o objetivo nesse caso é limitar a
queda na lucratividade, portanto, esses preços estão acima do preço no instante em
que a ordem é colocada (diferente do Stop Loss, em que os preços limite/disparo estão
abaixo do preço no instante em que são colocados). Por exemplo, o investidor comprou
uma ação por R$ 15,00 e há uma previsão de chegue até no máximo R$ 18,00,
portanto, ele define um Stop Gain com disparo em R$ 18,00 e uma venda em R$
17,80.

Stop Simultâneo
Por fim, há o Stop Simultâneo que consiste em colocar tanto uma ordem de Stop Gain
quanto uma ordem de Stop Loss, assim, definindo uma faixa para a variação do ativo
conforme uma estratégia definida. Observe que todas as ordens citadas anteriormente
não são colocadas por acaso. Todas elas dependem de uma estratégia definida para
as operações.

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8.2. Definição de Objetivo e Stop
Para se definir o Stop, é preciso estabelecer qual é o preço que sinaliza que a
operação fracassou. Esse preço pode ser definido de diversas formas. Entre elas:

Stop rígido
O Stop rígido pode ser definido como a determinação de um valor fixo abaixo da
cotação no instante da compra do ativo. Esse valor é uma diferença de preço fixo
abaixo da cotação do ativo. Por exemplo, o analista pode determinar que o Stop Loss
estará sempre R$ 2,00 abaixo do preço de entrada em um ativo específico. Essa é a
forma mais simples de determinar o Stop, mas uma das menos eficientes, posto que
nem sempre um valor fixo adequa-se à volatilidade do ativo e a seu nível de preço.

Average True Range (ATR)


Já o Alcance Médio Verdadeiro – Average True Range (ATR) – é a definição do
Stop segundo um percentual de variação. Ele utiliza a medida de volatilidade de um
período como forma de estabelecer o limite do Stop. Nele usa-se geralmente a
diferença absoluta correspondente ao maior número entre as três medidas citadas
adiante:
• diferença entre o máximo e mínimo atual;
• diferença entre o máximo atual e o fechamento anterior;
• diferença entre o mínimo atual e o fechamento anterior.

Essa diferença é calculada para um período, normalmente 20 instantes do tempo. Após


isso, é feita uma média. O percentual desta é utilizado em relação ao preço atual para
se estabelecer o Stop a ser utilizado.

Múltipla Máxima/Mínima do Período


Na múltipla máxima/mínima do período, usa-se simplesmente a máxima ou a mínima
de um número de períodos determinado, por exemplo, a mínima de 2 períodos
anteriores.

Fechamentos Abaixo/Acima de Níveis de Preço


Nos fechamentos abaixo/acima de níveis de preço, simplesmente utiliza-se o preço de
rompimento de um suporte/resistência. No caso do Stop Loss para uma compra,
utilizar-se-á o preço do rompimento da última resistência. Outra estratégia, nesse
sentido, é estabelecer o Stop conforme as ondas captadas por Fibonacci. Caso seja
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possível identificá-las, basta colocar o Stop conforme o encerramento das ondas da
tendência de alta (onda 12345 para a compra) antes que se reverta para as ondas
ABC.

Stop com Saída Confirmada por um Indicador


Por fim, no caso do Stop com saída confirmada por um indicador, define-se o Stop
conforme um indicador de força ou fraqueza do mercado, como um indicador de
momentum (IFR, por exemplo).

8.3. Stop Móvel


O Stop Móvel é uma alternativa de stop para os analistas que desejam definir uma
regra para que o stop loss se movimente conforme mudanças nos preços do
ativo. Por exemplo, suponha um ativo que se valorize constantemente durante vários
dias, é interessante então ajustar a ordem de stop conforme prossegue a tendência
de alta. Nesse caso, stop móvel ajusta automaticamente o stop conforme essa
tendência ocorra. É importante destacar que esse ajuste só ocorre para cima quando
se opera comprado em um ativo.
Assim, no stop móvel você precisa definir 4 fatores:

Figura – 4 fatores do Stop móvel.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para ilustrar isso, suponha um ativo cujo preço de compra é de R$ 10,00 e se valorize
para R$ 12,00. Ao chegar nesse patamar de preço ao invés de vender é decidido
atribuir um stop móvel, ou seja, é esperado que o ativo se valorize ainda mais. Através

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dessa ação é garantida parte da lucratividade adquirida e, além disso, é aproveitada a
oportunidade de maior valorização.
Suponha que no caso anterior o analista utilize um preço de disparo de R$ 11,50 e um
preço de venda de R$ 11,30. Esses dois preços definidos inicialmente nunca mudam, e
são fixos. Ou seja, não variam conforme o stop móvel se movimenta. O stop só se
moverá a partir do início do stop móvel. Assim, o analista decide que o preço de início
da função móvel é R$ 12,50 e o ajuste de preço do stop, que pode ser de R$
0,10. Então, R$ 12,50 é o preço de início do Stop Móvel, e depois desse preço começa
o ajuste de preço do stop e conforme o disparo, que passa a ser acrescido de R$ 0,10.
Portanto, ao preço de R$ 12,50 o disparo (Não o inicial) passa ser R$ 11,60 e o preço
de venda (Não o inicial) passa a ser R$ 11,40, depois disso, aumentos de R$ 0,01 no
preço são acompanhados de aumentos de R$ 0,11 no disparo e no preço de venda.
Lembre-se: o stop móvel só ajusta para cima nesse caso.

9. Estratégias Operacionais
9.1. Resumo CNPI: Estratégias Operacionais
Estratégias operacionais
Seguidor de tendência e contra tendência
Quando o mercado está em uma tendência clara (diagonal positiva ou negativa),
geralmente, usa-se algum seguidor de tendência. Os seguidores de tendência são
ferramentas que facilitam a visualização da direção do mercado, como as médias
móveis. Já quando o mercado está andando horizontalmente é mais indicado utilizar
um oscilador, como o MACD. No entanto, para que a operação não seja contaminada
por falsas interpretações sobre a tendência analisada, foram desenvolvidos
indicadores que demonstram a força da tendência. Para isso, é necessário ter em
mente alguns conceitos ainda não apresentados. Há dois indicadores amplamente
reconhecidos que auxiliam na determinação da tendência. São eles:

Direcional Positivo (DI+) ou Plus Directional Indicator (+DI)


Direcional Negativo (DI-) ou Minus Directional Indicator (-DI)

Ambos os indicadores são osciladores que variam entre 0 e 100 e são calculados para
períodos de, em média, 14 dias. Se a diferença entre o DI- e o D+ for pequena
(cerca de 20 pontos ou menos) o mercado está na “horizontal”, ou seja, não há
uma tendência bem definida. Caso haja diferenças significativas (cerca de 40
pontos ou mais) entre eles, é indicado uma tendência. É importante destacar que

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esse oscilador não é indicado para a definição de pontos de compra, mas sim, para a
definição da direção do mercado. Contudo, alguns analistas utilizam o cruzamento
entre o DI+ e o DI- para indicar momentos de compra ou venda. Nesse caso, se o D+
cruzar o DI- de baixo para cima é indicado compra. Já caso o D- cruzar o D+ de baixo
para cima é indicada venda. Mas como é encontrado o DI- e o D+? Para responder,
primeiro é preciso saber se movimento é direcional para cima ou para baixo. Para isso,
basta comparar a diferença entre dois máximos consecutivos e a diferença entre os
dois mínimos consecutivos. Quando:
• A diferença entre os máximos for maior que a diferença entre os mínimos é
dito que o movimento é direcional positivo
• A diferença entre os mínimos for maior que a diferença entre os máximos é
dito que o movimento é direcional negativo.

Considerando o segundo dia como D2 e o primeiro dia como D1, observe:


Se [máx (D2) – máx (D1)] > [min (D2) – min (D1)]: O Movimento é considerado
“Movimento Direcional Positivo – MDP” e é considerado [máx (D2) – máx (D1)] e
descartado o [min (D2) – min (D1)].
Se [máx (D2) – máx (D1)] < [min (D2) – min 9D1)]: O Movimento é considerado
“Movimento Direcional Negativo – MDN” e é considerado [min (D2) – min (D1)]. e
descartado o [máx (D2) – máx (D1)].

Contudo, isso só vale se pelo menos um dos valores não é negativo. Caso (máxD2 –
máxD1) ou (minD2 – minD1) dê um valor negativo, o valor negativo é desconsiderado.
Caso ambos deem negativo, o movimento não é considerado direcional. Veja os
candles a seguir:

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Figura – Candles.

Fonte: Elaborada pelo autor.

No primeiro candle (D1) temos:

Figura – Candle (D1).

Fonte: Elaborada pelo autor.

No segundo candle (D2) temos:

Figura – Candle (D1).

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Então o cálculo será:

[máx (D2) – máx (D1)] = (20,04 – 20,95) = -0,91 [min (D2) – min (D1)] = (19,08 – 20,36)
= -1,28

Nesse exemplo demonstrado não é considerado um movimento direcional pois


ambos os valores são negativos. Para encontrar a linha DI+, o movimento direcional
positivo é então realizado para cerca de 14 dias e é dividido pelo True Range (TR)
demonstrado no capítulo 8 e depois multiplicado por 100 para encontrar o valor
percentual correspondente a linha (que como dito anteriormente, vai de 0 a 100). Já
para encontrar a linha DI-, o movimento direcional negativo é também realizado para
cerca de 14 dias e é dividido pelo TR e depois multiplicado por 100 para encontrar o
valor percentual correspondente à linha.
Agora que se sabe se há uma tendência ou se o mercado está andando na
horizontal, é preciso saber a força dessa tendência conforme o direcionamento
dela. Para isso, é utilizado o Indicador Direcional Médio ou Average Directional
Index (ADX). O ADX depende do índice de movimento direcional (DX) que
corresponde a:

O ADX é basicamente a média do DX para os últimos 14 dias observados e também


varia entre 0 e 100. Geralmente, se considera que a tendência é fraca quando o
ADX apresenta valores inferiores a 25 ou se o ADX está acima das linhas DI+ e
DI- simultaneamente. Caso isso ocorra, o analista pode suspeitar da real existência de
uma tendência. Caso contrário, com ADX apresentando valores superiores a 40, é
indicada a existência de uma tendência.
A identificação da tendência influencia diretamente na estratégia utilizada, porém, essa
estratégia também depende do prazo da operação.

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9.2. Estratégias de Longo, Médio, Curto e Curtíssimo
Prazo
Observe a tabela a seguir:

Tabela – Estratégias conforme o prazo.


Período Rentabilidade
Curtíssimo Prazo (Scalper) Minutos, horas Centavos de Ações
Curto Prazo (Daytrade) Menos de dois dias 05% a 3%
Médio Prazo (Swingtrade) Poucos dias 5% a 8%
Longo Prazo (Position) Várias semanas ou vários meses 10% a 20%

Fonte: Elaborada pelo autor.

Em caso de existência de uma tendência identificada é preciso se posicionar no


mercado. Contudo, esse posicionamento e a própria análise dependerá do prazo da
operação. Em trades mais longos é observado que o investidor:
• se posiciona conforme a tendência e é administrada a posição conforme a
evolução dela através de stops, aumentos de posição, retirada de parte do
investimento etc.
• se usa ferramentas de avaliação de tendência como média móveis simples e
ponderadas.
• identifica claramente a perda de força da tendência através de sinais como
formações de candles específicas de reversão.

Já em trades mais curtos é o investidor observa que:


• Há claras existências de suportes e resistências.
• É mais comum o uso de osciladores para momentos sem clara identificação da
tendência. São utilizadas bandas de Bollinger mais curtas.
• A reversão de tendência ocorre de forma mais brusca, como gaps.

Diante do exposto anteriormente, fica claro que saber o prazo das operações
realizadas é fundamental para a estratégia a ser definida. Assim, há conceitos
comumente aplicados para diferenciar as operações conforme os prazos delas. Entre
os termos utilizados é comum observar:

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Position
As operações classificadas como position são aquelas em que o investidor se mantém
na posição por várias semanas ou até vários meses. Nessas operações,
consideradas de longo prazo, o investidor não necessita ficar constantemente
acompanhando o ativo e são utilizados gráficos com períodos diários, semanais ou até
mensais. É importante destacar que essa position se difere do simples Buy and Hold
(comprar e segurar). Ao realizar uma operação position é observado o momento de
entrar e sair do ativo, portanto, não é apenas comprar e esquecer do ativo na carteira.
Nas operações de position são buscados ganhos maiores que nas demais operações
(de 10% até 20%) e não é necessário um alto volume para sair dos ativos (liquidez),
observado que o investidor tem mais flexibilidade para definir o momento de saída dele.

Swingtrade
Já no swing trade são utilizados prazos menores que o position (poucos dias) e é
considerada de médio prazo. Nessas operações são buscados ganhos inferiores ao
position, porém, ainda maiores que nas demais modalidades: entre 5% a 8% de
retorno. Nessas operações são utilizados gráficos diários. O swing trade é
considerado uma operação de médio prazo e se foca em observar momentos de
reversão. A liquidez se torna mais importante nessas operações. Nessa operação
há uma maior necessidade de observação do mercado do que no position, pois apesar
de não precisar se “focar” exclusivamente no ativo adquirido, há uma necessidade
maior de observação do mercado para encontrar oportunidades.

Daytrade
No day trade as operações ocorrem ao longo do próprio dia, ou seja, são abertas e
encerradas no mesmo dia. Assim, não há day trade que comece em um determinado
pregão e encerra no pregão do dia seguinte. Para as operações desse gênero são
utilizados períodos gráficos de até 60 minutos e se foca em ativos com maior
liquidez pois a diferença de minutos em um ativo pode significar a perda da
lucratividade na operação. Devido a isso, é considerada de curto prazo. Os ganhos
das operações de day trade são menores, entre 0,5% e 3% em um único dia e exige
dedicação quase que exclusiva para o acompanhamento do mercado. O day trade
oferece maior risco do que as operações anteriormente citadas, pois depende mais da
liquidez e é passível de tributação e corretagem que podem inviabilizar os ganhos.
Contudo, o ganho acumulado ao longo de diversos dias de operação tende a ser bom.

Scalper
Por fim, o scalping é uma operação mais ativa que o day trade. Portanto, o scalper é
considerado um investidor ainda mais agressivo que os demais. O scalper tende a
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fazer cerca de 15 vezes mais operações que um day trader comum (investidor que
faz day trade). O maior foco dos scalpers está na redução considerável da
exposição às perdas. Para realizar operação desse gênero o investidor deve ter
dedicação exclusiva às operações realizadas. No scalping o foco está em variações
mínimas, como centavos em ações. Dessa forma, observam prazos curtíssimos e se
utilizam de gráficos de poucos minutos e são altamente dependentes do volume
negociado.

9.3. Combinação de diversas técnicas


Ao realizar um investimento é preciso estabelecer os limites de ganhos e perdas.
Há duas formas para se definir isso:
• O método clássico: estabelecer uma ordem de venda para se proteger de
perdas ou garantir ganhos conforme o conhecimento sobre a direção do
mercado (identificadas com uma técnica) e as pretensões do investimento.
• Combinação de métodos: utilizar um mix de técnicas para definir um intervalo
de preços de assim estabelecer os limites das operações realizadas.

Por exemplo, um investidor busca fazer um position. Nesse caso é possível definir um
objetivo de ganho conforme uma ferramenta como o Fibonacci, que demonstrará a
posição do ativo no auge da estratégia e pode utilizar as médias móveis para observar
a direção da tendência. Além disso, pode-se observar a movimentação dos preços
através dos padrões candlestick. Ou seja, um método é utilizado para definir a meta e
outro método é utilizado para acompanhar a evolução do ativo.
Depois disso, esse mesmo investidor decide fazer outra operação, porém, um day
trade. Segundo o tópico anterior, ele pode substituir os padrões candlestick por
osciladores e assim identificar o momento mais adequado para desfazer a posição
através deles. Além disso, ele pode observar a evolução do ativo através de simples
suportes e resistência.
Observe que a combinação de ferramentas depende do ativo, da janela de tempo
observada e da tendência observada. Caso, por exemplo, o ativo comece a andar de
“lado”, sem uma tendência clara captada pelo ADX é recomendado que o investidor dê
preferência por osciladores e busque por formações como Bandeiras. Essas formações
são mais recorrentes em momentos de indecisão do mercado no curto prazo, assim, é
importante observar se há gaps acompanhados pelos osciladores e volume, assim,
indicando a direção do movimento.

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10. Trading Systems
10.1. Resumo CNPI: Trading Systems
Trading Systems
Fundamentos dos sistemas mecânicos (robôs)
As operações recomendadas por analistas técnicos tendem a ter períodos mais
curtos que as operações recomendadas por analistas fundamentalistas. Muitas
vezes, essas operações apresentam prazos médios, curtos ou curtíssimos. Devido a
essas características, é exigido um tempo considerável para acompanhar as
operações e, além disso, o investidor está suscetível aos erros de decisão diante das
oscilações. Uma solução para esse problema é a adoção de “robôs” programados
conforme as estratégias definidas pelo analista. Dessa forma, o negociador pode se
ocupar apenas em escolher as melhores estratégias e stops e deixar o
acompanhamento com o robô programado.
Porém, para que essa técnica dê certo é preciso que o robô seja corretamente
orientado. Ou seja, eles dependem da capacidade crítica do analista. Assim sendo,
esses robôs observam os níveis de preços do mercado e através deles identificam as
características das séries e os padrões gráficos decorrentes delas. Esses robôs são
chamamos tecnicamente de Trading Systems (TS). Os TS, como o próprio nome diz,
são ferramentas de operação sistema no mercado financeiro e economizam tempo
(observação e realização de ordens) e dinheiro (prejuízos decorrentes de fatores
emocionais). Para que o TS funcione, são definidos parâmetros para os indicadores
mais utilizados na análise técnica, como:
• média móvel;
• média móvel exponencial;
• Bandas de Bollinger;
• índice de força relativa;
• MACD;
• On Balance Volume;

Uma programação simples de TS é estabelecer que será executada uma compra


quando as médias móveis de diferentes períodos cruzarem (preços iguais) e
estabelecida a ordem de venda quando descruzarem. Identificar o indicador que será
usado no TS é uma etapa crucial do TS. Para isso, é preciso estudar com afinco as
características do ativo e as características do indicador utilizado. Devido à facilidade,
os mais utilizados são as médias móveis. Isso realça o papel do analista na definição
dos parâmetros utilizados. Mas essa é apenas uma das diversas etapas da construção
do TS. Entre as etapas é possível listar:

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• Definição do período gráfico (60 minutos, dia, mês etc.);
• Escolha de quais indicadores técnicos serão utilizados (Média móvel, IFR etc.);
• Definição dos parâmetros dos indicadores (Período observado pela média móvel
etc.);
• Definição das regras para entrada no ativo (Em que momento é realizada a
posição comprada ou vendida);
• Definição das regras de saída do ativo (Tipo de stop, preço de disparo, preço
alvo, reversão da posição etc.);
• Realização do backtest; e
• Análise dos resultados do backtest.

Observe que ao utilizar um TS é preciso definir uma série de regras que são
parâmetros básicos das operações e estão vinculadas à estratégia. Por exemplo,
o tempo dos gráficos maiores cobrem períodos maiores e, por englobarem oscilações
maiores, são menos suscetíveis a ordens de compra ou venda (são realizadas menos
operações). Isso está intimamente vinculado ao quanto se gastará com a execução das
ordens de compra ou venda. Os TS são divididos em dois tipos:
Trading System de Tendência: fundamentado em indicador de tendência (mais
adequado para momentos de tendência – por utilizar indicadores como a média móvel)
Trading System de Oscilação: fundamentado em indicador de oscilação (mais
adequado para momentos de congestão do mercado – por utilizar osciladores como o
IFR)

10.2. Conceito de Otimização e Backtesting de


Indicadores Técnicos
Antes colocar em prática um TS, há a necessidade de realizar testes sem colocar
capital em risco, para avaliar a estratégia elaborada e realizar as adaptações
necessárias. Uma das formas de realizar esses testes é avaliar o desempenho que a
estratégia teria no comportamento passado dos preços do ativo a ser operado,
através de um método chamado de Back Testing.
Back Testing consiste em testar o comportamento de uma estratégia de
comercialização de ações através da simulação com dados histórico. Em outras
palavras, verifica-se o comportamento que a estratégia teria caso ela tivesse sido
elaborada em um período passado e mantida por determinado intervalo de tempo. A
grande vantagem do Back Testing é que ele revela em que situação a estratégia
adotada é vencedora.

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O backtest é mais confiável quando mais dados são inseridos nele. Ou seja,
estratégias baseadas em históricos maiores têm maiores chances de serem eficientes
do que aquelas baseadas em históricos menores. Assim, TS testados em períodos
longos do passado de um ativo têm maior confiabilidade de funcionarem no futuro.
Através do backtest são testados os parâmetros e caso eles não se adequem
corretamente ao histórico é possível alterar o TS sem que haja prejuízo com operações
erroneamente executadas pelo TS.
Mas como é a estrutura do TS na prática? Essa estrutura é composta de 4 Elementos:
• Editor: recurso através do qual é elaborado o código do TS.
• Compilador: transforma o código em programa executável.
• Otimizador: trata o código para que ele seja o mais eficiente possível.
• Run-time: programa que executará as estratégias do TS.

Dessa forma, após o backtest é realizada a avaliação do resultado e são melhorados


os parâmetros (otimização) para que o TS funciona conforme os dados da amostra da
série de dados.

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