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Gilson Maciel
Políticas Públicas Aula 01
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Sumário
SUMÁRIO 2
POLÍTICAS PÚBLICAS 3
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Políticas Públicas
Curso completo
teoria e exercícios em pdf sobre os seguintes pontos:
Fórum de dúvidas
... para que todas as suas dúvidas sejam sanadas diretamente com seu professor.
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Entretanto, aqui cabe um importante esclarecimento. Há várias versões para a visualização do ciclo
de políticas públicas, então, o que faremos será o seguinte. Vamos trabalhar com 3 versões diferentes e o objetivo
dessa escolha é para que você tenha condições de resolver qualquer tipo de exigência da banca examinadora.
Conforme Mario Procopiuk1, o ciclo das políticas públicas pode ser visualizado do seguinte modo:
1. Identificação do
problema
6. Avaliação 2. Construção da
agenda
3. Formulação de
5. Implementação alternativas
(políticas públicas)
4. Tomada de
decisão
1
Procopiuck, Mario. Políticas Públicas e Fundamentos da Administração Pública. Ed. 2013. Editora Atlas.
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Conforme Leonardo Secchi, onde temos a mesma estrutura, apenas incluindo mais uma fase, o ciclo
das políticas públicas pode ser visualizado do seguinte modo:
1. Identificação do
problema
7. Extinção 2. Formação da
agenda
3. Formulação de
alternativas (políticas
6. Avaliação públicas)
E finalmente, para que logo em seguida possamos avançar em cada uma das fases do ciclo de políticas
públicas, temos o esquema de Rua2, vejamos
2
Rua, Maria das Graças. Políticas Públicas. 3. ed. rev. atua. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração /
UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2014.
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Conforme explica Rua, uma forma de lidar com essa complexidade, sem descartar a dinâmica sistêmica,
é associar o modelo sistêmico com o modelo do ciclo de política (policy cycle), que aborda as políticas públicas mediante
a sua divisão em etapas sequenciais. Nesse caso, as etapas são compreendidas não como um processo linear, mas
como uma unidade contraditória, em que o ponto de partida não está claramente definido e as atividades de etapas
distintas podem ocorrer simultaneamente ou as próprias etapas podem apresentar-se parcialmente superpostas.
Compreender o ciclo das políticas públicas é de fundamental importância ao gestor público, pois a
partir daí, é possível ter clareza sobre como e ainda sob quais instrumentos as políticas públicas poderão ser
aprimoradas. A ideia do ciclo é criar um referencial comparativo para casos que sejam heterogêneos.
Antes, porém, de adentrarmos em cada uma das fases, é importante mencionar que muitas vezes as
fases se misturam, e sequências são alternadas, de modo que, quando falamos em ciclo de políticas públicas,
devemos relacioná-lo a um modo de dinâmico e não estagnado.
A respeito de formulação, análise e avaliação de políticas públicas, julgue o item que se segue.
O ciclo de políticas públicas, organizado em fases sequenciais e interdependentes, reflete, na maior parte
dos casos, a dinâmica real dessas políticas.
( C ) Certo
( E ) Errado.
Comentário:
Gabarito: ERRADO
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Conforme Leonardo Secchi, onde temos a mesma estrutura, apenas incluindo mais uma fase, o ciclo
das políticas públicas pode ser visualizado do seguinte modo:
1. Identificação do
problema
7. Extinção 2. Formação da
agenda
3. Formulação de
alternativas
6. Avaliação (políticas públicas)
4. Tomada de
5. Implementação decisão
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: ERRADO
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Capella nos informa que tanto a AGENDA (identificação de problemas que requerem atenção
governamental) quanto as ALTERNATIVAS (soluções possíveis) são definidas em uma complexa combinação de
instituições e atores, envolvendo elementos técnicos e políticos.
Como forma de revisão, observem o ciclo proposto por Secchi (2013), em forma de quadro
esquemático:
Identificação do problema (um problema é a diferença entre o que é e aquilo que se gostaria que fosse a
realidade pública);
Tomada de decisão (os interesses dos atores são equacionados e as intenções de enfrentamento são
explicitadas);
Extinção (o problema é percebido como resolvido ou não foi resolvido, mas as políticas são percebidas
como ineficazes).
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Nesta linha de pensamento, uma política pública é uma orientação que busca resolver problemas que
são tidos como problemas públicos.
Pode ainda definir uma política pública como uma diretriz elaborada para enfrentar um problema, ou
seja, é uma orientação à atividade ou à passividade de alguém; as atividades ou passividades decorrentes dessa
orientação também fazem parte da política pública.
Deste modo, podemos dizer que uma política pública possui dois elementos fundamentais, quais
sejam:
Intencionalidade Resposta a um
pública problema público
Não esqueça isso: A razão para o estabelecimento de uma política pública é o tratamento ou a
resolução de um problema entendido como coletivamente relevante.
Segundo Maria Paula Dallari Bucci, em sua obra Políticas Públicas – reflexões sobre o conceito
jurídico, 2006,
Política pública é o programa de ação governamental que resulta de um conjunto de processos juridicamente
regulados – processo eleitoral, processo de planejamento, processo de governo, processo orçamentário,
processo legislativo, processo administrativo, processo judicial – visando coordenar os meios à disposição do
3
Saraiva, Enrique. Introdução à teoria da política pública. In: Saraiva, E.; Ferrarezi, E. (Orgs.). Políticas públicas: coletânea.
Brasília: ENAP, 2006, p. 19.
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Vamos deixar isso ainda mais claro? Simbora! Políticas públicas são um conjunto de ações e decisões
do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade, o que nos leva imediatamente a
identificar que:
Toda política pública possui uma intencionalidade, que deve ser formulada e justificada com base na análise
da realidade.
Uma decisão é tomada por indivíduo ou um grupo de indivíduos, dessa forma, é importante identificar
“quem” toma a decisão, “quando” pode ser tomada essa decisão e os “motivos” para se tomar essa
decisão.
A solução de problemas é uma variável que deve ser compreendida dentro do contexto das políticas, na
realidade em si, impedindo generalizações restritivas ou mesmo que acabem por retirar o significado real
da ideia.
Todo o problema é da sociedade, logo, todo o problema tem relação com os seres humanos em sociedade,
voltados para a materialidade da vida humana.
Considerando a afirmação do professor Leonardo Secchi, de que uma política pública é uma diretriz
elaborada para enfrentar um problema público, então precisamos nos perfuntar...
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Sjoblom, 1984 apud Secchi, 2010.
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a diferença entre a situação atual e uma situação ideal possível. Um problema existe quando o status quo é
considerado inadequado e quando existe a expectativa do alcance de uma situação melhor.
Problema
público
Situação Situação
atual desejada
Imaginem que em um dia de chuvas muito intensas, o muro de uma casa caia. Teremos a tendência em dizer que
não há um problema público aí. O muro pode ter sido mal construído, ou a pressão da água sobre aquele ponto
específico da rua foi a responsável por derrubar o muro. Muito bem! Neste caso, o dono do muro que se vire para
levantar novamente seu muro.
Agora imaginem, que ainda mais tragicamente, todos os muros da rua sejam derrubados pelas fortes chuvas, que
inclusive invadam as casas, danificando todos os bens dessas desafortunadas pessoas. Bem! Talvez muitas pessoas
tendam a dizer que se trata de um problema público.
Muito cuidado aqui hein! pois um problema público, para que precise de políticas públicas,
não precisa necessariamente ser uma política governamental. Por quê? Simplesmente porque o Estado não detém
o monopólio das políticas públicas.
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Ok, identificado o problema, o gestor público deverá ter a capacidade de analisá-lo. As políticas
públicas são então, a busca de soluções para os problemas do cotidiano.
Uma definição correntemente aceita orienta que a Análise de Política tem como
objeto principal: os problemas com que se defrontam os formuladores de política (policy makers) e como objetivo
auxiliar: o seu equacionamento. Segundo Wildavsky (1979, p. 17):
[…] o papel da Análise de Política é encontrar problemas onde soluções podem ser tentadas, ou seja, “o
analista deve ser capaz de redefinir problemas de uma forma que torne possível alguma melhoria”. Portanto,
a Análise de Política está preocupada tanto com o planejamento como com a política (politics).
Melhorar o entendimento acerca da política, assim como do processo político, como apresentar
propostas para o aperfeiçoamento das políticas públicas, é objetivo da Análise.
O processo de elaboração da política deve ser entendido como um processo político, para que o
instrumental se torne eficaz e consistente com o mundo real.
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Então vejam, quando um problema é identificado por um ator político, e encontra aí interesse em sua
resolução, entra em uma lista de prioridades. Chamamos essa lista de prioridades de agenda, tema do próximo
tópico.
Muito bem! Se a política compreende um conjunto de processos que buscam a resolução de conflitos,
tendo em mente que será necessária a alocação de bens e recursos públicos para solucionarmos tais conflitos,
precisamos nos perguntar, quem são os envolvidos nestes conflitos.
É que em ciência política chamamos de “atores políticos”, que são aqueles com algum tipo de
interesse afetado, positiva ou negativamente, por uma determinada demanda. Os atores políticos podem
ainda ser:
Só um pequeno detalhe, pois atores públicos são distintos de atores privados. Dentre os atores
públicos, podemos identificar, de forma bastante genérica, duas categorias, vejamos:
Políticos Burocratas
são aqueles atores cuja posição resulta de devem a sua posição à ocupação de postos de trabalho que
mandatos eletivos. Por isso, sua atuação requerem conhecimento especializado e que se situam em um
é condicionada principalmente pelo sistema de cargos públicos. São burocratas todos os servidores
cálculo eleitoral e pelo pertencimento a públicos federais, estaduais e municipais que possuem esses
partidos políticos. São os parlamentares, atributos. Compreendem gestores de alto escalão, chefias
governadores, prefeitos e membros intermediárias, e um vasto exército de servidores situados na base
eleitos do Executivo federal. da administração pública, aparentemente sem grandes recursos de
poder, que estão em contato direto e permanente com os cidadãos.
Podemos afirmar que os burocratas controlam, principalmente, recursos de autoridade e informação. Embora
não possuam mandato, os burocratas geralmente possuem “clientelas” setoriais. Além disso, eles possuem
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projetos políticos, que podem ser pessoais (como promoções, reconhecimento em termos de poder ou de
gratificações materiais ou simbólicas etc.) ou organizacionais (como a fidelidade à instituição, o crescimento
da organização à qual pertencem etc.). Por isso, é comum haver não apenas disputas entre políticos e
burocratas, mas também conflitos entre burocracias de diferentes setores ou órgãos do mesmo governo.
Os burocratas também são muitas vezes chamados de “atores invisíveis”, quando atuam em níveis
intermediários ou inferiores da estrutura administrativa. Muito embora tais atores não apareçam publicamente,
possuem interesses e podem influenciar fortemente o curso de uma política pública. Não podemos esquecer que
tais atores possuem informações e conhecimentos relevantes.
Quanto aos atores privados, podemos citar os empresários, que são atores com grande capacidade
de influir na formulação de políticas públicas, considerando o poder econômico que detém. Devemos lembrar que
são atores com capacidade de afetar o equilíbrio do mercado e a oferta de empregos.
Outro ator importante são os trabalhadores, que detém poder, na medida de sua organização,
sobretudo quando possuem sindicatos fortes. Notem que este bloco de atores, podem estar ligados a partidos
políticos, ONGs e Igrejas, por exemplo.
Temos ainda os atores que são trabalhadores informais. Cuidado com o tempo informal, pois você
pode ser levado à erro. Aqui temos os profissionais liberais, autônomos, que podem atuar por meio de suas
associações e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil e Organizações de classe, como a dos médicos.
São apenas esses? Certamente que não, lembremos ainda, por exemplo, das Igrejas, cooperativas,
associações de moradores, ONGs e etc.
Rua informa que alguns autores distinguem basicamente dois tipos de atores, vejamos:
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Citemos ainda os atores que operam no sistema internacional, como agentes financeiros (FMI, Banco
Mundial), Organização das Nações Unidas (ONU), Organizações Ambientalistas (Greenpeace).
A imprensa também se perfaz como um importante ator político, pois é capaz de mobilizar
instrumentos midiáticos em favor ou desfavor de interesses.
Certo professor! Mas como faço para não precisar memorizar tudo isso? Como faço para identificar
atores em uma política pública?
Obrigado pela pergunta! Existem muitos critérios, mas de modo geral, estabeleça quem tem
alguma coisa em jogo na política em questão. Este é um ótimo critério. De outro modo, para
identificarmos os atores em uma política, basta sabermos quem pode ganhar ou perder com a implementação de
determinada política. Ou seja, quem tem seus interesses diretamente afetados pelas decisões e ações que
compõem a política em questão.
As políticas públicas são elaboradas e implementadas com diversas finalidades, entre as quais se incluem a de
promover mudanças socioeconômicas, a de manter o estado democrático de direito e a de promover a justiça
social.
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: CERTO
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Para Saraiva5, uma política pública é um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio
social ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar uma determinada realidade.
Nesta linha de pensamento, uma política pública é uma orientação que busca resolver problemas que
são tidos como problemas públicos.
Pode ainda definir uma política pública como uma diretriz elaborada para enfrentar um problema, ou
seja, é uma orientação à atividade ou à passividade de alguém; as atividades ou passividades decorrentes dessa
orientação também fazem parte da política pública.
Deste modo, podemos dizer que uma política pública possui dois elementos fundamentais, quais
sejam:
Intencionalidade Resposta a um
pública problema público
Não esqueça isso: A razão para o estabelecimento de uma política pública é o tratamento ou a
resolução de um problema entendido como coletivamente relevante.
Segundo Maria Paula Dallari Bucci, em sua obra Políticas Públicas – reflexões sobre o conceito
jurídico, 2006,
Política pública é o programa de ação governamental que resulta de um conjunto de processos juridicamente
regulados – processo eleitoral, processo de planejamento, processo de governo, processo orçamentário,
processo legislativo, processo administrativo, processo judicial – visando coordenar os meios à disposição do
Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente
determinados.
5
Saraiva, Enrique. Introdução à teoria da política pública. In: Saraiva, E.; Ferrarezi, E. (Orgs.). Políticas públicas: coletânea.
Brasília: ENAP, 2006, p. 19.
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Vamos deixar isso ainda mais claro? Simbora! Políticas públicas são um conjunto de ações e decisões
do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade, o que nos leva imediatamente a
identificar que:
Toda política pública possui uma intencionalidade, que deve ser formulada e justificada com base na análise
da realidade.
Uma decisão é tomada por indivíduo ou um grupo de indivíduos, dessa forma, é importante identificar
“quem” toma a decisão, “quando” pode ser tomada essa decisão e os “motivos” para se tomar essa
decisão.
A solução de problemas é uma variável que deve ser compreendida dentro do contexto das políticas, na
realidade em si, impedindo generalizações restritivas ou mesmo que acabem por retirar o significado real
da ideia.
Todo o problema é da sociedade, logo, todo o problema tem relação com os seres humanos em sociedade,
voltados para a materialidade da vida humana.
Considerando a afirmação do professor Leonardo Secchi, de que uma política pública é uma diretriz
elaborada para enfrentar um problema público, então precisamos nos perfuntar...
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Sjoblom, 1984 apud Secchi, 2010.
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a diferença entre a situação atual e uma situação ideal possível. Um problema existe quando o status quo é
considerado inadequado e quando existe a expectativa do alcance de uma situação melhor.
Problema
público
Situação Situação
atual desejada
Logo, gabarito A.
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ATENÇÃO!
Uma agenda de políticas consiste em uma lista de prioridades, ou seja, de
questões entendidas como relevantes. Nesta lista de prioridades, os governos,
através de políticas públicas, investem atenção e tempo. É neste momento que
os atores lutam arduamente para incluir as questões de seu interesse.
A definição de agenda diz respeito ao processo pelo qual os governos decidem quais questões
precisam de sua atenção. Ela enfoca, entre outras coisas, a determinação e definição do que constitui o problema,
que ações de política pública subsequentes são destinadas a resolver.
Uma agenda de políticas públicas é resultado de um processo pouco sistemático, extremamente competitivo
e do qual se extrai as atenções dos governos para um conjunto de temas que devem dedicar suas energias e
atenções. Nesse cenário de disputas de atenção, os diversos atores lutam arduamente para incluir as questões
de seu interesse.
A agenda governamental relaciona-se com problemas que um governo específico decidiu tratar,
consoante a ideologia partidária, seus projetos políticos e os temas de interesse. Mas a agenda governamental
também é influenciada pela mobilização social, assim como pelas crises conjunturais e pelas oportunidades
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RUA, Maria das Graças. Políticas públicas. 3. ed. rev. atua. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração /
UFSC; [Brasília]: CAPES : UAB, 2014.
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políticas. Note que que para entrar na agenda governamental é necessário chamar a atenção dos membros do
governo.
Nem todas as questões que fazem parte das preocupações presentes na sociedade atrairão também a atenção
de membros do governo. Ou seja, nem todas as questões presentes na agenda sistêmica concentrarão a
atenção governamental e terão espaço no segundo tipo de agenda identificado pelos autores: a agenda
governamental (também chamada de agenda institucional ou formal).
Assim, para que um problema ou demanda da sociedade passe a ser objeto de atenção de uma política
pública e seja inserido na agenda de prioridades de um determinado governou ou instituição que fomente políticas
públicas, será necessário que demonstre ter importância social, além de seus atores possuírem poder de barganha
política suficiente para pautar determinada política.
Segundo Xun Wu, uma agenda é uma lista de questões ou problemas aos quais agentes
governamentais e outros membros na comunidade de política pública estão atentando em certo momento. A
definição de agenda implica determinado governo reconhecer que um problema é uma questão “pública” digna
de sua atenção (e não simplesmente uma questão que afeta apenas algumas pessoas, ou uma “condição” de
segundo plano sobre a qual ele não pode fazer muita coisa e que, por isso, pode ser deixada de lado). Ela foca nos
processos iniciais de identificação de problemas, na iniciação de políticas e no modo como esses processos afetam
as atividades de criação de políticas públicas posteriores de responsabilidade dos governos. Os itens da agenda
diferem bastante, dependendo da natureza das circunstâncias econômicas e sociais em que as pessoas vivem e os
governos atuam.
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CAPELLA, Ana Cláudia Niedhardt. Formulação de Políticas. Brasília: Enap, 2018.
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Também conhecida como agenda sistêmica, Também conhecida como agenda institucional,
sendo o conjunto de problemas ou temas que uma sendo a agenda que elenca os problemas ou temas que
comunidade política percebe como merecedora de o poder público já decidiu que irá enfrentar.
intervenção pública.
Sua composição depende de projetos políticos,
Exemplo: desigualdade social, violência, degradação ideológicos e partidários assumidos, assim como da
ambiental e desenvolvimento econômico e social. mobilização social, crises conjunturais e oportunidades
políticas.
Para além disso, os atores que afetam a formação da agenda podem ser classificados seguindo o
esquema de duas tipologias, vejamos:
abrangem o presidente da grupos de pressão, instituições aqueles que recebem que compreendem os
República, altos burocratas e de pesquisa (como o CEBRAP – significativa atenção da burocratas de carreira,
funcionários de carreira, Centro Brasileiro de Análise e imprensa e do público: o consultores especializados,
diplomatas, políticos eleitos Planejamento), acadêmicos, presidente da República, acadêmicos, conselheiros
e nomeados, parlamentares, consultores, organismos assessores de alto escalão, presidenciais, assessores de
funcionários do Legislativo e internacionais (como a ONU e a lideranças parlamentares, líderes ministros, assessores
membros do Judiciário, UNESCO), sindicatos e dos partidos políticos de situação legislativos e outros
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Notem ainda que os problemas entram e saem das agendas. Do mesmo modo, a limitação de
financeiros, humanos, materiais, assim como a falta de tempo, de vontade política ou simplesmente a ausência de
pressão popular, podem fazer com que alguns problemas não durem muito tempo nas agendas ou sequer
consigam entrar.
As demandas do público sobre algum tipo de ação concreta do Estado em relação a determinado assunto
que cause preocupação, mesmo que não desperte a atenção dos membros do governo, fazem parte da
agenda governamental.
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: ERRADO
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ATENÇÃO!
Uma agenda de políticas consiste em uma lista de prioridades, ou seja, de
questões entendidas como relevantes. Nesta lista de prioridades, os governos,
através de políticas públicas, investem atenção e tempo. É neste momento que
os atores lutam arduamente para incluir as questões de seu interesse.
A definição de agenda diz respeito ao processo pelo qual os governos decidem quais questões
precisam de sua atenção. Ela enfoca, entre outras coisas, a determinação e definição do que constitui o problema,
que ações de política pública subsequentes são destinadas a resolver.
Uma agenda de políticas públicas é resultado de um processo pouco sistemático, extremamente competitivo
e do qual se extrai as atenções dos governos para um conjunto de temas que devem dedicar suas energias e
atenções. Nesse cenário de disputas de atenção, os diversos atores lutam arduamente para incluir as questões
de seu interesse.
A agenda governamental relaciona-se com problemas que um governo específico decidiu tratar,
consoante a ideologia partidária, seus projetos políticos e os temas de interesse. Mas a agenda governamental
também é influenciada pela mobilização social, assim como pelas crises conjunturais e pelas oportunidades
políticas. Note que que para entrar na agenda governamental é necessário chamar a atenção dos membros do
governo.
9
RUA, Maria das Graças. Políticas públicas. 3. ed. rev. atua. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração /
UFSC; [Brasília]: CAPES : UAB, 2014.
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Nem todas as questões que fazem parte das preocupações presentes na sociedade atrairão também a atenção
de membros do governo. Ou seja, nem todas as questões presentes na agenda sistêmica concentrarão a
atenção governamental e terão espaço no segundo tipo de agenda identificado pelos autores: a agenda
governamental (também chamada de agenda institucional ou formal).
Assim, para que um problema ou demanda da sociedade passe a ser objeto de atenção de uma política
pública e seja inserido na agenda de prioridades de um determinado governou ou instituição que fomente políticas
públicas, será necessário que demonstre ter importância social, além de seus atores possuírem poder de barganha
política suficiente para pautar determinada política.
Acerca dos conteúdos referentes à políticas públicas, agendas públicas, conceitos de planejamento e
avaliação de programas e projetos, julgue o próximo item.
A formação de agenda pública é um processo decisório com relação aos assuntos que irão integrar a agenda
governamental e envolve exclusivamente questões dos poderes Executivo e Legislativo.
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: ERRADO
Vejamos a questão: a formação de agenda pública é um processo decisório com relação aos assuntos
que irão integrar a agenda governamental e envolve exclusivamente questões dos poderes Executivo e
Legislativo.
Atenção com esses termos muito restritivos (exclusivamente, unicamente, somente, etc...).
10
CAPELLA, Ana Cláudia Niedhardt. Formulação de Políticas. Brasília: Enap, 2018.
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Formação da agenda pública (ou de políticas públicas) é o processo pelo qual determinados problemas tornam-
se alvo de atenção e ação do Estado.
Vejamos como Capella (2018), trata do tema11:
Nem todas as questões que fazem parte das preocupações presentes na sociedade atrairão também a atenção
de membros do governo. Ou seja, nem todas as questões presentes na agenda sistêmica concentrarão a
atenção governamental e terão espaço no segundo tipo de agenda identificado pelos autores: a agenda
governamental (também chamada de agenda institucional ou formal).
Ou seja, é basicamente uma decisão sobre quais temas e questões irão ganhar espaço e fazer parte
da agenda governamental.
Esses temas podem ser locais, nacionais ou regionais e podem estar relacionados aos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
11
CAPELLA, Ana Cláudia Niedhardt. Formulação de Políticas. Brasília: Enap, 2018.
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Para Howlett e Ramesh (2013), existem cinco fases do ciclo de políticas públicas:
1. Formação da agenda: primeiro estágio, diz respeito ao momento em que os problemas passam de um
status “privado” para o status “público. Ou seja, eles se tornam objeto da ação governamental;
2. Formulação da política: refere-se ao processo de criação de solução para os problemas que foram
identificados lá no primeiro estágio. São levantadas as soluções necessárias e é feito um estudo sobre as
ferramentas necessárias para sua implantação. Ou seja, são desenvolvidas alternativas para tratar de
eventuais problemas;
5. Avaliação: é o último estágio, e aqui acontece a avaliação das políticas, que podem ser reforçadas,
repensadas ou reformuladas.
Repare como estudar políticas públicas ocorre de forma cíclica, de modo que, muitas vezes
retornamos a temas já tratados.
Ademais, de acordo com Allison (1999), existem pelo menos três modelos alternativos para entender
esse processo, vejamos:
Modelo da Modelo da
Modelo
Política Política
Organizacional
Racional Burocrática
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focalizada, buscando as soluções mais perfeitas para determinado problema. O tomador de decisão, neste caso,
o governo, é visto como ator unitário, monolítico, definindo com clareza seus objetivos, identificando soluções e
avaliando consequências. Com tudo isso definido estrategicamente, escolhe a solução que lhe trás consequências
mais vantajosas.
racionalidade absoluta e abstrata, entendendo que o governo e o Estado não são entidades unitárias e monolíticas.
Na abordagem organizacional Estado e governo possuem culturas organizacionais próprias, valores, projetos
políticos, ambições quanto a recursos humanos, financeiros, materiais, tecnológicos e etc.
No modelo da política burocrática torna-se crucial definir exatamente qual é o interesse em jogo para
cada ator envolvido. Também é fundamental a definição de quais recursos de poder cada ator disporá para impor
aos demais, bem como que saiba quais alianças pode compor e sua capacidade de ação e definição. É neste jogo
de poder, que os atores fazem alianças, usam seus recursos disponíveis, a fim de obter vantagens individuais,
coletivas, organizacionais e etc.
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Aprofundando um pouco mais nessa abordagem, nos explica Rua, que o jogo político não se dá
apenas entre unidades institucionais e coletivas, admitindo vários tipos de atores, vejamos cada um deles:
atores organizacionais
atores coletivos
•privados e públicos
Notem ainda que em todas as ações, há cálculos políticos, de curto, médio e longo alcance. Por
essa abordagem, o ator pode ainda lidar com assimetria de informações, informações incompletas,
permitindo compreender situais nas quais:
ocorre a cooperação universal porque todos os atores são solidários; ou seja, todos acreditam que ganham com
uma solução;
não ocorre nenhuma cooperação, porque cada um quer levar vantagem em tudo;
alguns atores não cooperam e tiram vantagem do fato de todos os outros atores estarem cooperando;
alguns atores cooperam enquanto todos os outros só buscam suas vantagens individuais.
Como vimos, a formulação das políticas públicas é um momento fatal do processo decisório, pois, é
justamente nesta fase que se evidenciam os vários issues ou questões(pendências, assuntos não resolvidos) e é
quando se colocam em cena, as preferências dos atores, sendo o momento de manifestação de seus interesses. É
também nesta fase que os diversos atores entram em confronto e/ou constroem suas alianças visando decisões
favoráveis às suas demandas.
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Issue é um item ou aspecto de uma decisão, que afeta os interesses de vários atores e que, por esse
motivo, mobiliza as suas expectativas quanto aos resultados da política e catalisa o conflito entre
os atores. Por exemplo, na reforma agrária, são issues: o conceito de terra improdutiva, a forma de
indenização nas desapropriações e o rito de desapropriação. Por que são issues? Porque,
dependendo da decisão que for tomada quanto a esses pontos, alguns atores ganham e outros perdem, seus
interesses são afetados e a política assume uma configuração ou outra. Para entender o processo de formulação
(e também a implementação) é essencial definir quais são os issues de uma política e identificar as preferências
dos atores em relação a cada um deles.
Fonte: Análise de Políticas Públicas: Conceitos básicos. Maria das Graças Rua
Segundo Easton, citado por Rua, o sistema político processa demandas e apoios denominados como
inputs (do ambiente externo) e withinputs (provenientes do próprio sistema político) e o resultante, como outputs,
são as políticas públicas. Vejamos abaixo o modelo sistêmico adaptado de Easton por Rua:
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( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: ERRADO
Assim que um determinado problema entra na agenda governamental e as alternativas para resolvê-
los são formuladas, o comportamento dos atores no jogo do poder ocorre de distintos modos.
Para Howlett e Ramesh (2013), existem cinco fases do ciclo de políticas públicas:
1. Formação da agenda: primeiro estágio, diz respeito ao momento em que os problemas passam de um
status “privado” para o status “público. Ou seja, eles se tornam objeto da ação governamental;
2. Formulação da política: refere-se ao processo de criação de solução para os problemas que foram
identificados lá no primeiro estágio. São levantadas as soluções necessárias e é feito um estudo sobre as
ferramentas necessárias para sua implantação. Ou seja, são desenvolvidas alternativas para tratar de
eventuais problemas;
5. Avaliação: é o último estágio, e aqui acontece a avaliação das políticas, que podem ser reforçadas,
repensadas ou reformuladas.
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No que se refere ao planejamento estratégico, à formulação e à avaliação de programas bem como às formas
de análise baseadas nas relações custo-benefício e custo-efetividade, julgue o item subsequente.
A formulação de políticas públicas deve ser compreendida como o processo por meio do qual os governos
traduzem seus propósitos em programas e ações, os quais produzirão as mudanças ou os resultados
desejados no mundo real.
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: CERTO
Vejamos a questão: a formulação de políticas públicas deve ser compreendida como o processo por meio do
qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, os quais produzirão as mudanças ou os
resultados desejados no mundo real.
Dito de outro modo, primeiramente haverão os programas e as ações, para somente aí sim ocorrer a efetiva
implementação, com o impacto de resultados concretos no mundo real.
• Formação da AGENDA: ocorre quando há o reconhecimento de uma situação como problema político
(definição do problema, análise do problema);
• Formação das ALTERNATIVAS e tomada de DECISÃO: propostas para resolução dos problemas; (alguns
autores chamam e FORMULAÇÃO);
• IMPLEMENTAÇÃO: as decisões tomadas deixam de ser apenas intenções e passam a ser intervenção na
realidade prática (normalmente é acompanhada do MONITORAMENTO);
• AVALIAÇÃO: um conjunto de procedimento para julgar os resultados de uma política e promover ajustes;
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Há 2 autores que o CEBRASPE utiliza com frequência, que são: Maria das Graças Rua e Celina Souza.
Ademais, lembrem-se que existem diversos ciclos, elaborado por diversos autores, então, por vezes, os nomes
das etapas podem variar).
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Modelo Racional-
Modelo Incremental Mixed-scanning
compreensivo
• Neste modelo temos a • Dintingue-se pelo maior • Diferencia-se dos demais
tentativa de buscar alcance e pela maior pelo reconhecimento de
soluções de forma proporção de recursos que as decisões não são
gradual, sem que sejam alocados. todas da mesma natureza.
introduzidas grandes • Enquanto no modelo • Podemos distinguí-las
modificações nas incremental existe há um entre decisões
situações já existentes e conhecimento da estruturantes e ordinárias.
também sem que se realidade limitada, dada a • Estruturantes -
provoque rupturas de existência de conflitos de estabelecem os rumos
qualquer natureza. poder, no modelo racional- básicos ou diretrizes
• Problemas desse modelo: compreensivo tem-se a fundamentais das políticas
1. mesmo uma solução ideia de que é importante públicas em geral e
tecnicamente perfeita conhecer o problema de proporcionam o contexto
pode ser revelar tal modo que se possa para as decisões
politicamente inviável e tomar decisões de grande ordinárias.
vice-versa. 2. governos impacto. • Ordinárias - decorrem das
democráticos não • Neste modelo, os decisões estruturantes e
possuem liberdade total formuladores decidem envolvem análise
na alocação de recursos quais valores e objetivos detalhada das alternativas
públicos. dever ser maximizados e específicas.
quais as melhores
alternativas.
Importante destacar que não há um vínculo necessário entre uma decisão ter sido efetivamente
tomada e sua efetiva implementação. Tampouco há vínculo entre o conteúdo da decisão e o resultado da
implementação.
Para nos aprofundarmos na temática, com um outra visão acerca dessa fase, trago o texto de
Secchi, para quem existem três formas de entender a dinâmica de escolha de alternativas de solução para
problemas públicos, vejamos:
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Modelo de racionalidade absoluta: A decisão é uma atividade puramente racional, sendo a melhor
opção possível, encontrada pelos cálculos obtidos entre custos e benefícios.
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2) as decisões presentes são consideradas dependentes das decisões tomadas no passado e os limites
impostos por instituições formais e informais são barreiras à tomada de decisão livre por parte do policymaker.
Segundo Lindblom (1959), a tomada de decisões é um processo de imitação ou de adaptação de soluções já
implementadas em outros momentos ou contextos;
3) as decisões são consideradas dependentes dos interesses dos atores envolvidos no processo de
elaboração da política pública e, por isso, muitas vezes a solução escolhida não é a melhor opção, mas sim aquela
que foi politicamente lapidada em um processo de construção de consensos e de ajuste mútuo de interesses.
Observações importantes:
1 – O entendimento de que primeiro nascem os problemas e depois as decisões são tomadas está
presente nos chamados modelos de racionalidade;
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Segundo Secchi, o modelo dos fluxos múltiplos é interpretativo e adaptado do modelo da lata do
lixo de Chen, March e Olsen. Tais autores, da teoria organizacional, propuseram a interpretação
de que as decisões são meros encontros casuais dos problemas, das soluções e das oportunidades
de tomada de decisão.
Como eu disse a vocês logo no início do curso, estudar políticas públicas para concursos, exige do
candidato o conhecimento sob algumas perspectivas distintas. Neste sentido, quero trazer o posicionamento de
Capella, que embora neste tópico selecionado esteja tratando de análises de políticas públicas, entendo que
encontra abrigo neste tópico. Vejamos:
Duas perspectivas de análise de políticas públicas são fundamentais ao Modelo de Equilíbrio Pontuado. Os
estudos sobre a formação da agenda, sobretudo os conceitos desenvolvidos por Kingdon (2003) como a
definição de problemas, o papel das ideias, e atuação dos empreendedores de políticas públicas, formam a
base do Modelo de Equilíbrio Pontuado, proporcionando elementos para a explicação de mudanças rápidas
em políticas públicas. Os autores destacam que a maior parte dos modelos de análise de políticas públicas
desenvolvidos no campo da Ciência Política fundamenta-se no incrementalismo, que considera as políticas em
vigor (seus programas e projetos) como ponto de partida para mudanças sempre limitadas a pequenos
acréscimos ou decréscimos. No modelo incremental, os formuladores aceitariam a legitimidade das políticas
já estabelecidas e partindo delas realizariam pequenas mudanças pontuais, baseadas em “comparações
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sucessivas limitadas” (Lindblom, 1959; 1979, tradução nossa). Para Baumgartner e Jones (1993, p. 09-10),
essa perspectiva sobre a formulação, dominante na literatura da Ciência Política, retrata um sistema
conservador, no qual mudanças rápidas são improváveis. Porém, considerando as observações empíricas que
apontam para a existência de períodos de estabilidade e também para momentos de rápida mudança, os
autores buscaram oferecer um modelo teórico capaz de explicar ambos os fenômenos. Para tanto, os autores
foram buscar na literatura sobre agenda os únicos estudos que consideram processos de mudanças não
incrementais.
Considerando que os indivíduos operam com racionalidade limitada, para lidar com a multiplicidade de
questões políticas aos quais estão submetidos cotidianamente, os governos delegam autoridade para agentes
governamentais, em subsistemas políticos caracterizados por baixa visibilidade de decisões e poucos
participantes, com destaque para os especialistas. Nos subsistemas, os integrantes se aglutinam em torno de
programas ou interesses específicos e tais arranjos acabam sendo caracterizados pela estabilidade e
resistência à mudança, regidos pela lógica incremental. Esses subsistemas processam as questões de forma
paralela, enquanto os líderes governamentais (macrossistema) ocupam-se de algumas poucas questões
proeminentes de forma serial. No macrossistema, as decisões têm alta visibilidade (decisões que despertam o
interesse dos meios de comunicação e são objeto de noticiários, por exemplo, ou menções em discursos
presidenciais ou debates parlamentares) e envolvem muitos participantes. Assim, de acordo com o modelo de
Baumgartner e Jones (1993), muitas questões recebem atenção nos subsistemas e lá permanecem por longos
períodos, produzindo a política de estabilidade. Outras acabam por integrar o macrossistema e promovem
mudanças rápidas na agenda: as pontuações.
E este é um ponto central nesta análise, pois para explicar como as questões se movem dos
subsistemas para o macrossistema, os autores apresentados por Capella estabelecem o conceito de “monopólio
de políticas” (policy monopoly) (Baumgartner; Jones, 1993).
ATENÇÃO!
Um monopólio é então, um tipo específico de subsistema, definido como
um conjunto de atores (burocratas, analistas de políticas públicas, políticos,
lobistas, acadêmicos, entre outros), também chamados de comunidades
técnicas, que compartilham um entendimento específico sobre um issue
(determinada questão como saúde ou segurança pública), unidos por um
interesse predominante.
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Ainda conforme Capella, nos subsistemas, prevalecem mudanças lentas, graduais e incrementais,
configurando uma situação de equilíbrio, reforçada pela constituição de um monopólio de políticas, uma imagem
compartilhada e feedback negativo (questões que não se difundem para além dos limites deste subsistema). As
decisões, em muitos subsistemas, são dominadas por um número pequeno de participantes que compartilham
um entendimento comum (uma imagem) sobre uma questão e criam monopólios de políticas, limitando o acesso
de novos atores e restringindo o surgimento de novas ideias. Subsistemas são caracterizados pela estabilidade,
propostas de mudanças são desencorajadas pelo feedback negativo, – pouco ganho dos atores políticos com relação
aos investimentos, – resultando em equilíbrio e mudança incremental.".
Vejam que tomar decisões não é uma tarefa nada fácil. Quero finalizar este tópico, com uma
ferramenta bastante útil. Trata-se do modelo Cynefin que nos ajuda a entender a complexidade dos eventos. É um
quadro que contribui para determinação do contexto operacional onde decisões precisam ser tomadas.
Desenvolvido em 1999, no contexto da gestão do conhecimento e estratégia organizacional. É um modelo
formulado com base na teoria da complexidade, que tenta classificar os problemas à partir de contextos definidos
pela natureza da relação entre causa e efeito, e deste modo, ajudar na escolha de ações, vejamos:
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E finalmente, quero trazer uma importante, porém breve contribuição para a compreensão de
questões relativas à modelagem das políticas públicas. Sem nos alongar no tema, mas trazendo o necessário para
uma melhor compreensão. Tanto o institucionalismo histórico como o estruturalismo contribuem para o debate
sobre o papel das instituições na modelagem das preferências dos decisores políticos de uma política pública.
O Institucionalismo é uma escola historiográfica que se opõe ao materialismo histórico por justamente colocar as
instituições em evidência, ao invés das classes sociais. Todavia, o Institucionalismo não se restringe ao estudo
histórico, ele é aplicado com muita relevância nas análises econômicas e de direito.
O Estruturalismo é uma corrente de pensamento nas ciências humanas inspirada no modelo da linguística. Nele
se depreende a realidade social a partir de um conjunto considerado elementar ou forma de relações. Ela baseia-
se no conceito de estrutura, que é um todo composto por partes que se interrelacionam.
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Para Lowi12, as instituições moldam as definições dos decisores, mas a ação racional daqueles que
decidem não se restringe apenas ao atendimento dos seus auto interesses (1964, p. 700). A ação racional também
depende das percepções subjetivas sobre alternativas, suas consequências e avaliações dos seus possíveis
resultados (LOWI, 1964, p. 701). Sem negar a existência do cálculo racional e auto interessado dos decisores, afirma
que o cálculo estratégico dos decisores ocorre dentro de uma concepção mais ampla das regras, papéis,
identidades e ideias (LOWI, 1964, p. 702). O processo político brasileiro para a implantação das políticas públicas
é o mencionado por Lowi na década de 60 do século passado e suas ideias são plenamente aplicáveis, para se
entender melhor as mudanças nas políticas públicas em situações de relativa estabilidade, como ocorreu durante
a criação do plano real na década de 90 do século passado.
Com referência ao planejamento e à avaliação de políticas públicas no Brasil, julgue o item subsequente.
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: CERTO
12
Lowi, T. J. American business, public policy, case studies, and political theory. World Politics, v. 16, n.4, p. 677-715, 1964.
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cidadania, de forma difusa ou para determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado segmento
social, cultural, étnico ou econômico”.
A formulação de políticas se refere ao processo de gerar um conjunto de escolhas de políticas para
resolver problemas. Nesta fase do processo, uma gama de potenciais escolhas de políticas é identificada e uma
avaliação preliminar da sua viabilidade é oferecida. A formulação de políticas públicas oferece oportunidades de
que os gestores públicos representem os interesses de indivíduos e grupos sem voz, ou com pouca voz, no processo
de políticas. Este processo busca criar opções de alternativas para um problema público.
Segundo Paludo (2016), a formulação:
“inclui a seleção e especificação de alternativa considerada mais conveniente, seguida de declaração
que explica a decisão adotada, definindo seus objetivos e seu marco jurídico, administrativo e financeiro”.
O método racional-compreensivo se relaciona com a macropolítica e suas grandes análises do cenário
político-institucional. Este método parte da perspectiva de que a intervenção de políticas públicas deve basear-se
numa ampla análise dos problemas sociais que permita estabelecer metas visando atender às preferências
mais relevantes da sociedade. no método racional-compreensivo, a análise política exige a adequação de meios
e fins. Este método afirma que o Estado teria condições de prever todos os desdobramentos futuros de suas
decisões e analisar todas as variáveis importantes. O problema é que o modelo “enxerga” o governo como um ente
único e não um somatório de forças e grupos de pressão que podem ter interesses divergentes.
De acordo com Paludo (2016),
“O Método Racional-Compreensivo parte do pressuposto de que a intervenção por meio de políticas
públicas deve ter sustentação em ampla análise prévia dos problemas sociais que contextualizam a situação-
problema a ser resolvida, considerando as preferências mais relevantes da sociedade”.
Neste processo de elaboração de políticas públicas, a tomada de decisão é a etapa que sucede a
formulação de alternativas. É aqui onde teremos a explicitação do problema público. Muito bem! Feitos estes
esclarecimentos, temos três distintas formas de pensarmos soluções para um input de demanda, vejamos:
Modelo Racional-
Modelo Incremental Mixed-scanning
compreensivo
•Neste modelo temos a tentativa •Dintingue-se pelo maior alcance e •Diferencia-se dos demais pelo
de buscar soluções de forma pela maior proporção de recursos reconhecimento de que as
gradual, sem que sejam alocados. decisões não são todas da mesma
introduzidas grandes •Enquanto no modelo incremental natureza.
modificações nas situações já existe há um conhecimento da •Podemos distinguí-las entre
existentes e também sem que se realidade limitada, dada a decisões estruturantes e
provoque rupturas de qualquer existência de conflitos de poder, ordinárias.
natureza. no modelo racional- •Estruturantes - estabelecem os
•Problemas desse modelo: 1. compreensivo tem-se a ideia de rumos básicos ou diretrizes
mesmo uma solução que é importante conhecer o fundamentais das políticas
tecnicamente perfeita pode ser problema de tal modo que se públicas em geral e proporcionam
revelar politicamente inviável e possa tomar decisões de grande o contexto para as decisões
vice-versa. 2. governos impacto. ordinárias.
democráticos não possuem •Neste modelo, os formuladores •Ordinárias - decorrem das
liberdade total na alocação de decidem quais valores e objetivos decisões estruturantes e
recursos públicos. dever ser maximizados e quais as envolvem análise detalhada das
melhores alternativas. alternativas específicas.
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Importante destacar que não há um vínculo necessário entre uma decisão ter sido efetivamente
tomada e sua efetiva implementação. Tampouco há vínculo entre o conteúdo da decisão e o resultado da
implementação.
No processo de formulação de políticas públicas, existem situações em que a discussão sobre um issue fica restrita
ao tratamento dentro das comunidades técnicas, grupos de poder e subsistemas políticos, inibindo o surgimento
de novas ideias.
A - armadilha mixed-scanning.
C - formação bottom-up.
E - incrementalismo redundante.
Comentário:
Gabarito: D
Ainda conforme Capella, nos subsistemas, prevalecem mudanças lentas, graduais e incrementais,
configurando uma situação de equilíbrio, reforçada pela constituição de um monopólio de políticas, uma imagem
compartilhada e feedback negativo (questões que não se difundem para além dos limites deste subsistema). As
decisões, em muitos subsistemas, são dominadas por um número pequeno de participantes que compartilham
um entendimento comum (uma imagem) sobre uma questão e criam monopólios de políticas, limitando o acesso
de novos atores e restringindo o surgimento de novas ideias. Subsistemas são caracterizados pela estabilidade,
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propostas de mudanças são desencorajadas pelo feedback negativo, – pouco ganho dos atores políticos com relação
aos investimentos, – resultando em equilíbrio e mudança incremental.".
Logo, gabarito D.
Na formulação de políticas públicas de combate ao uso de drogas, é importante reconhecer o papel dos assistentes
sociais como agentes no nível de rua. A forma pela qual a atuação desses profissionais se insere numa relação
coerente de causa e efeito somente pode ser observada em retrospecto, dada a natureza emergente de suas
práticas cotidianas. Suas decisões baseiam-se no seu discernimento, a cada momento, e os resultados nem
sempre podem ser previstos com confiança.
É correto considerar que a formulação de uma política pública, nesse contexto, seja do tipo:
A - caótica;
B - complicada;
C - complexa;
D - desordenada;
E - simples.
Comentário:
Gabarito: C
O que o enunciado da questão nos informa? Que “a forma pela qual a atuação desses profissionais
se insere numa relação coerente de causa e efeito somente pode ser observada em retrospecto, dada a natureza
emergente de suas práticas cotidianas”. E mais ainda, que “suas decisões baseiam-se no seu discernimento, a
cada momento, e os resultados nem sempre podem ser previstos com confiança.”
Notem então que, temos um contexto Complexo. Porque? É o domínio da emergência, onde as
relações entre causa e efeito só podem ser percebidas em retrospecto, mas não antes. Nesse contexto, seria
impossível descobrir uma resposta certa. A abordagem adotada é: sondar (Probe), Sentir (entender) e Responder.
Aqui o desconhecido predomina sobre o conhecido, o que exige levantamento de fatos antes da tomada de
decisão, visando minimizar a imprevisibilidade. Vamos olhar novamente o quadro.
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Logo, gabarito C.
Na formulação e avaliação de políticas públicas de educação no Brasil, pode-se considerar que as decisões
correntes são marginais, uma vez que as decisões tomadas no passado constrangem decisões futuras e limitam a
capacidade dos governos de adotar novas políticas públicas ou de reverter a rota das políticas em vigor.
A - processo incremental;
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Comentário:
Gabarito: A
Se as decisões correntes são marginais, uma vez que as decisões tomadas no passado constrangem
decisões futuras e limitam a capacidade dos governos de adotar novas políticas públicas ou de reverter a rota das
políticas em vigor, então estamos diante do incrementalismo.
Vejamos
Soluções
Problemas
Comparações sucessivas
limitadas
Neste modelo de problemas, temos o incrementalismo, que é composto basicamente por três
características principais, segundo Secchi, vejamos:
3) as decisões são consideradas dependentes dos interesses dos atores envolvidos no processo de
elaboração da política pública e, por isso, muitas vezes a solução escolhida não é a melhor opção, mas sim aquela
que foi politicamente lapidada em um processo de construção de consensos e de ajuste mútuo de interesses.
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Logo, gabarito A.
Um analista de políticas públicas destacou em seu relatório a importância das instituições para a decisão tomada
e, consequentemente, seus resultados.
Considerando a importância das instituições no processo, seu relatório aponta que a decisão levou em
consideração:
Comentário:
Gabarito: E
Para Lowi, as instituições moldam as definições dos decisores, mas a ação racional daqueles que
decidem não se restringe apenas ao atendimento dos seus auto interesses. A ação racional também depende das
percepções subjetivas sobre alternativas, suas consequências e avaliações dos seus possíveis resultados. Sem
negar a existência do cálculo racional e auto interessado dos decisores, afirma que o cálculo estratégico dos
decisores ocorre dentro de uma concepção mais ampla das regras, papéis, identidades e ideias.
B - a prevalência do cálculo racional e do autointeresse individual; ERRADO. Para Lowi, as instituições moldam as
definições dos decisores, mas a ação racional daqueles que decidem não se restringe apenas ao atendimento
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dos seus auto interesses. Não há uma prevalência do cálculo racional, muito embora não a negue, afirma que o
cálculo estratégico dos decisores ocorre dentro de uma concepção mais ampla das regras, papéis, identidades e
ideias.
D - a captura das agências governamentais por interesses particularistas; ERRADO. Sendo capturada por
interesses particulares, as agências governamentais já não gozam da isenção necessária para a importâncias das
instituições nos processos decisórios. Temos que lembrar que trata-se de uma política pública, portanto, os
interesses devem ser públicos, em tese, e não de agentes privados.
Logo, gabarito E.
No processo de planejamento e execução de políticas públicas (PP), diversos fatores se fazem presentes e influem,
direta e indiretamente, no processo decisório público. Compete aos gestores analisar com isenção os fatores de
maior ou menor impacto de maneira a assegurar o uso apropriado de recursos com vistas ao alcance da finalidade,
dos objetivos e da missão de seus órgãos. Quando trabalhando em conjunto com outros órgãos no planejamento
e análise de PP, os decisores e gestores se defrontam com situações nas quais pode haver conflito de interesses
na utilização de recursos.
A - em conjunto objetivos individuais dos órgãos através de critérios amplos de forma a favorecer as metas
individuais, aumentando assim a eficiência ao alocar recursos destinados a PP, por vezes garantindo que mais
desses objetivos sejam alcançados;
B - em conjunto objetivos principais da PP através de critérios individuais de cada órgão de forma a mitigar metas
e objetivos particulares, assim garantindo que mais objetivos principais sejam alcançados;
C - individualmente os objetivos principais da PP através de critérios individuais de cada órgão, de forma a mitigar
as inclinações individuais a favorecer metas e objetivos particulares de cada órgão, por vezes garantindo que mais
objetivos principais sejam alcançados;
D - em conjunto objetivos principais e individuais da PP através de critérios únicos de cada órgão, de forma a
favorecer metas e objetivos particulares deles, por vezes garantindo a alocação mais eficiente de recursos e que
mais objetivos principais sejam alcançados;
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E - em conjunto objetivos principais da PP através de critérios amplos, de forma a mitigar as inclinações individuais
a favorecer metas e objetivos particulares de cada órgão, por vezes garantindo que mais objetivos principais sejam
alcançados.
Comentário:
Gabarito: E
Gabarito: Letra E.
Nesse contexto, de acordo com Xun Wu et al (2014), pode ser citado como exemplo de problema de
políticas públicas o fato de uma política defendida por um órgão governamental em particular ser minada por
estratégias empregadas por outro órgão, deliberadamente ou não.
Sendo assim, uma forma eficiente de enfrentar o quadro adverso mencionado acima é apontado
na alternativa “e” (resposta correta): “devem-se considerar em conjunto objetivos principais da PP através de
critérios amplos, de forma a mitigar as inclinações individuais a favorecer metas e objetivos particulares de cada
órgão, por vezes garantindo que mais objetivos principais sejam alcançados”.
Gabarito: Letra E.
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ATENÇÃO!
A implementação, portanto, compreende o conjunto dos eventos e
atividades que acontecem após a definição das diretrizes de uma política, que
incluem tanto o esforço para administrá-la, como seus substantivos impactos
sobre pessoas e eventos.
Uma outra definição para a fase de implementação da política pública é “o processo de execução e
efetuação, que pressupõe um ato anterior e direcionado à consecução de objetivos”.
Trocando em miúdos? Ok! É aqui que uma política sai do papel e efetivamente é aplicada. Teremos
aqui o envolvimento de todo um conjunto formal do processo administrativo, quais sejam: alocação de recursos,
formação de equipes, elaboração de termos e minutas de projetos, elaboração de editais, enfim, uma gama de
atividades necessárias à legalidade dos atos.
Claro que nem tudo são flores, não é mesmo? Nesta fase, por envolver tantas questões de ordem
técnica, administrativa e ainda um emaranhado de questões de ordem política, muitas vezes acabam se
transformando em “programas que não vingam”, “leis que não pegam”.
Ok professor, mas porque está colocando estas questões de ordem prática em um curso para
concurso? Calma meu/minha querido(a). Não traria se não fosse importante para sua prova. Vejam só!
Citei tais questões somente à título de exemplo, pois a fase de implementação nos traz a possibilidade
de visualizarmos, através de esquemas analíticos melhor estruturados, as falhas e os obstáculos que acometem
uma política pública e muitas vezes, a inviabilizam. É aqui que se identifica erros, problemas mal formulados,
objetivos mal definidos, otimismos exagerados. Portanto, leve isso para sua prova. Na implementação da política
pública são produzidos os resultados concretos e efetivos de uma política pública.
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ATENÇÃO!
De maneira especial quando uma política envolve diferentes níveis de
governo – federal, estadual, municipal – ou diferentes regiões de um país, ou,
ainda, diferentes setores de atividade, a implementação pode se mostrar mais
problemática, já que o controle do processo se torna mais complexo.
Uma outra questão muito importante merece sua especial atenção, vejamos:
E como será feito isso? Será feito com o uso de instrumentos, ou seja, o policymaker necessitará dos
instrumentos de política pública para transformar o que são apenas intenções em ações políticas.
Vamos agora conhecer alguns instrumentos, alertando que é uma lista exemplificativa, inclusive
porque é possível a utilização de instrumentos mistos, ou seja, com combinações de diversos tipos, assim como
com gradações de diversos níveis. Além do mais, o policymaker pode criar novos instrumentos, ou ainda
aperfeiçoar os já existentes, a fim de adequá-lo à demanda.
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E quanto aos modelos? Muito bem! Precisamos conhecer basicamente dois modelos muito usados
quando se trata de implementação de políticas públicas.
Modelo top-down (de cima para baixo). Neste modelo temos uma clara separação entre os
momentos de tomada de decisão e de implementação, como fases consecutivas. Assim, os tomadores de decisão
(políticos) são separados dos implementadores (administração).
O ponto de crítica aqui estabelece-se naquilo que a literatura chama de blame shifting, ou
simplesmente, deslocamento da culpa. Blame Shifting é a situação também conhecida com “lava mãos”, onde
acredita-se que a classe política deve simplesmente decidir, legando à administração a tarefa de implementar. A
questão é que, se os resultados da política não são bons, atribui-se a culpa aos agentes implementadores, que não
teriam posto em prática ações bem planejadas, com objetivos e metas claras e coerentes.
O contraponto ao modelo top-down é o modelo botton-up, que acabou por ser uma reação ao blame
shifting, vejamos:
Modelo bottom-up (de baixo para cima). Neste modelo existe maior liberdade para se modelar
a implementação de políticas públicas. Aqui, implementadores, em tese, possuem maior participação no debate
sobre os problemas e ainda na busca de soluções para implementação, ou seja, os implementadores não se
restringem somente à processos executórios. Outro ponto importante neste modelo é que a política é avaliada
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pelos resultados alcançados a posteriori, ao invés de realizar uma avaliação no simples cumprimento de regras e
prescrições.
Por fim, no modelo bottom-up, há uma maior flexibilidade da política a ser implementada, pois ela
poderá ser modificada durante o processo de implementação. Portanto, também podemos dizer que haverá maior
discricionariedade por parte dos gestores.
Acerca da implementação de políticas públicas e do controle social, julgue o item que se segue.
A implementação de políticas públicas é um processo caracterizado pelo desenho das atividades a serem
executadas e pelo planejamento de produtos e resultados a serem atingidos.
( C ) Certo
( E ) Errado
Comentário:
Gabarito: ERRADO
Observem o Ciclo das Políticas Públicas elaborado por Rua (2014, p. 33):
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De todo modo, não se esqueça que as etapas são interdependentes e na prática, essas etapas são interativas e
nem sempre seguem a sequência proposta.
Atenção: lembrando que as "alternativas", em geral, surgem logo depois da "agenda" (de forma lógica, primeiro
o problema é encontrado e depois são definidas as soluções), mas que também, a depender da
literatura utilizada, essas fases (e suas nomenclaturas) podem ligeiramente variar.
O conceito de política pública e seus diversos significados seguem uma tradicional classificação, que divide em
ciclos essa atividade estatal e o seu processo. A perspectiva “de cima para baixo” tem suas raízes no modelo de
estágios, que devem ser claramente distintos.
Um desses estágios é o da implementação da política pública, que pode ser definido como:
B - o processo de execução e efetuação, que pressupõe um ato anterior e direcionado à consecução de objetivos;
E - o conjunto de problemas ou temas que a comunidade política percebe como merecedor de intervenção pública.
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Comentário:
Gabarito: B
A implementação da política pública compreende o conjunto dos eventos e atividades que acontecem
após a definição das diretrizes de uma política, que incluem tanto o esforço para administrá-la, como seus
substantivos impactos sobre pessoas e eventos.
Uma outra definição para a fase de implementação da política pública é “o processo de execução e
efetuação, que pressupõe um ato anterior e direcionado à consecução de objetivos”.
Conforme Mario Procopiuk, inclusive temos uma questão sobre o tema elaborada pela Fundação
Getúlio Vargas – FGV, o ciclo das políticas públicas pode ser visualizado do seguinte modo:
1. Identificação
do problema
6. Avaliação 2. Construção da
agenda
3. Formulação de
5. Implementação alternativas
(políticas
públicas)
4. Tomada de
decisão
A - o processo de julgamentos deliberados sobre a validade de propostas para a ação pública; ERRADO. Trata-se
da fase de construção da agenda.
C - a determinação do caminho definitivo para a solução do problema que a originou; ERRADO. Trata-se da fase
de Formulação de alternativas.
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D - a discrepância entre o status quo e uma situação ideal possível; ERRADO. Trata-se da fase de Identificação do
problema.
E - o conjunto de problemas ou temas que a comunidade política percebe como merecedor de intervenção pública.
ERRADO. Trata-se da fase de construção da agenda.
Logo, gabarito B.
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FIM
Chegamos aqui ao fim da nossa aula.
Qualquer dúvida que tiver, não hesite em me procurar no fórum de dúvidas ou em minhas redes sociais.
Conte comigo.
Muito obrigado.
Um forte abraço.
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Fórum de dúvidas
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