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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

1. IDENTIDADE:

NOME: Gelvanny Trindade Lima

DATA DE NASCIMENTO: 26/04/1990

DATA DE AVALIAÇÃO: 20/06/22

RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO: DAYANE FERNANDES SOUSA

2. FINALIDADE DE AVALIAÇÃO:

Avaliação psicodiagnóstico individual para investigar cognição,


sociabilidade, comunicação, adaptabilidade e padrões de comportamento assim
buscando evidência do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Investigou-se, também,
condição emocional e perfil de personalidade do sujeito. Essa avaliação foi solicitada
pela Psiquiatra Joana Dark Magalhães.

3. DESCRIÇÃO DA DEMANDA:

No dia 20 de Junho de 2022, a paciente G. T. L, 32 anos, solteiro e


residente na cidade de São Luís (MA) , procurou atendimento neuropsicológico em
virtude de ter interesse no laudo para confirmar ou não o diagnóstico do espectro
autista. No referido atendimento, observou-se que o paciente aparentava estar
visivelmente ansioso e muito vigilante. Na realização da entrevista clínica e coleta de
itens da anamnese, sendo considerado o estabelecimento de rapport, alguns dados
importantes foram verificados.

Informou que nos últimos meses seu filho recebeu o diagnóstico de autismo
e que o mesmo ficou preocupada por conta de problemas relacionado ao mesmo
diagnostico já que apresentava alguns comportamentos equivalentes ao do filho
quando o mesmo era criança. Outro dado que merece destaque é o fato de o cliente
sempre teve dificuldade social.

Dessa forma, no tocante à sua história pregressa, foram observados


elementos que corroboram sua a queixa atual.
Por isso, com base nessas informações, optou-se pela escolha da Escala
de Responsividade Social (SRS – 2) e teste House-Tree-Person (HTP).

4. PROCEDIMENTO:

O processo de avaliação consistiu em 05 sessões, realizado com os


recursos de anamnese, observação no contexto clinico, escala e aplicação de teste
e técnica projetista e devolutiva ao cliente.
O objetivo é fornecer um perfil breve do funcionamento de processos
neuropsicológicos (preservados e deficitários) do adulto.

DESCRIÇÃO E RESULTADOS DOS TESTE NEUROPSICOLÓGICOS

4.1 Sínteses da anamnese:

Queixa – cliente procurou atendimento pois tem dúvida que possa ser autista, pois
recentemente seu filho recebeu o diagnóstico do transtorno e o mesmo ao observar
padrões comportamentais do filho percebeu que apresenta alguns comportamentos
semelhantes.

Dados Familiares: filho de pais separados, tem cinco irmãos sendo um bilateral e três
unilateral.

Educação – Tem ensino Superior completo em Direito.

Pesquisa da Qualidade do sono: No eventual momento o sono é tranquilo.

Antecedentes familiares – tem tios com deficiência mental.

Ambiente de trabalho e estudos: tem dificuldade de se relacionar, se incomoda com


fatores sensórias como barulhos, toques, não faz amigos com facilidade, o mesmo não
se adapta ao meio facilmente.

Relacionamento importantes:

Mãe: tem uma relação boa mais com pouca expressividade. Recorda-se que quando
criança sua mãe foi vítima de violência doméstica. Na infância quando sua mãe lhe
dava carinho o mesmo tolerava mais sentia desconforto com o toque.

Pai: relação com pouco contato já que seu pai não gosta de utilizar celular.

Irmãos: tem mais contato com o irmão que cresceu junto.


Filhos: tem buscado manter um relacionamento mais presente já que o filho mora
com mãe.

Relacionamento com parceiros (a): hoje tem eventuais relacionamento. Mais


quando estava casada tinha um conviveu bem difícil, pois a parceira reclama pelo
cliente não dá atenção aos seus sentimentos. O mesmo se sentia violado em alguns
contextos que necessitam de maior contato físico.

4.2. Avaliação Específica e Observação Clinica

Nas sessões de avaliação o paciente demonstrou ser bem reservado, pouco


comunicativo, não é questionador, tem fluidez verbal com boa articulação. Apresenta
déficit acentuado na habilidade social com padrão comportamental afetivo emocional
comprometido, o que dificulta aquisição de habilidades sociais, pois o mesmo não
tem iniciativa, comprometendo o seu desenvolvimento no momento atual.

Foi possível constatar que o comportamento apresentado até então, reflete


questões múltiplas. Gelvanny Trindade chegava sempre com antecedência aos
atendimentos, durante as avaliações foi sempre cooperativo com a entrevistadora,
tem orientação espacial, temporal, auto–identificatória, atenção vigilante.

4.3. House- Tree- Person (HTP-F)

O HTP (House-Tree-Person) é uma técnica projetiva de desenho, que visa


penetrar na personalidade do indivíduo. Uma técnica projetiva é um instrumento que é
considerado especialmente sensível a aspectos inconscientes ou velados do
comportamento, que permite ou encoraja uma ampla variedade de respostas no
sujeito. (RETONDO, 2000).

Desenho da casa/arvore/figura humana e familia:


Paciente apresenta sensação de ser inadequado, dificuldade em arriscar-se e
em receber julgamentos.
Elevada fatigabilidade e em alguns casos depressão, introversão, controle.
Sentimento de inferioridade com dificuldade em se colocar no meio, inibição, timidez,
repressão da agressividade, comportamento emocionalmente dependente e ansioso.
Sugere eventualmente inteligência elevada, mas com problemas emocionais
por sentimentos de inadequação, baixa autoestima, insignificância, excesso de
autocontrole e reação de maneira não adequada às pressões ambientais, fuga e/ou
dificuldade de entendimento, insegurança, energia reduzida, sentimento de vazio e
retraimento.
O teste HTP traz evidencia clínica para o transtorno de personalidade
esquizoide é diagnosticado em pacientes que exibem um padrão vitalício de
retraimento social. Tem desconforto com a interação humana, não possuir desejo de
intimidade, mostram-se indiferentes as oportunidades de desenvolver
relacionamentos íntimos e parecem não obter satisfação do fato de fazerem parte de
uma família ou de algum grupo social. Preferem passar seu tempo sozinhas a
estarem com outras pessoas, escolhendo passatempos solitários que não evolvam a
interação com outras pessoas.

4.4. Escala de Responsividade Social, segunda edição (SRS – 2).


A Escala de Responsividade Social, segunda edição (SRS-2), se destina a
fazer o rastreio tanto da presença de sintomas relacionados ao TEA quanto a
classificar a intensidade deles em níveis leves, moderados ou severos.

A SRS-2 abrange uma larga faixa etária entre crianças, adolescentes e adultos
e é dividida em quatro formulários de 65 itens equivalentes, são eles: Formulário Pré-
Escolar (de anos e 6 meses 2 a 4 anos e 6 meses); Formulário Idade Escolar (de 4
anos a 18 anos); Formulário Adulto Autorrelato e Formulário Adulto Heterorrelato
(ambos a partir dos 18 anos de idade).
Conclusão

Segundo o DSM-V o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno


de neurodesenvolvimento de inicio precoce com diferentes níveis de severidade, que
implicam em diferentes possibilidades e abrangências de caráter interventivo.
Quanto mais precoce é o diagnóstico melhor é a qualidade evolutiva de sintomas ao
longo da vida. Por esse motivo, muitas pesquisas sobre avaliação infantil foram
desenvolvidas; contudo, poucos instrumentos se propuseram a avaliar a
sintomatologia nos adultos.

A Escala de Responsividade Social, segunda edição (SRS-2), possibilita


identificar especificidades dos sintomas, com a divisão dos itens em escalas
compatíveis aos critérios diagnósticos do TEA no DSM-5 (a. prejuízos na
comunicação e interação social; e b. padrões restritos e repetitivos de
comportamentos e interesses).

Em suma foi contatado segundo a testagem e avaliação neuropsicologica


que o paciente Geovanny T. Lima fecha criterio diagnostico para autismo moderado
mais conhecido como autismo nível 2 de suporte, que indica necessidade
moderada de apoio nas atividades do dia a dia. O mesmo apresenta resistência ao
toque, déficits em funções de comunicação, sociabilidade e interação, e a presença
de comportamentos, interesses e atividades restritas e repetitivas, tem uma
resistência a lidar com mudanças.

Apresenta hipóteses diagnostica para o Transtorno da Personalidade


Esquizoide, ou seja, distúrbio que é marcado pelo distanciamento de relações
sociais, frieza emocional e preferência para realizar as atividades sozinho.
Geralmente, quem apresenta esse tipo de transtorno se mostra indiferente e
desinteressado pela realização de atividades, mesmo que sejam de sua
responsabilidade.

Alguns sintomas que confirma essa avaliação é: postura indiferente


mediante elogios ou críticas; desinteresse por experiências sexuais com o parceiro;
falta de prazer e de ausência de amigos íntimos ou confidentes, exceto os parentes
próximos; demonstração constante de frieza e distanciamento emocional e social;
falta de interesse em estabelecer vínculos afetivos e relacionamentos íntimos;
preferência por trabalhos que não dependam de interação com outros profissionais.

É evidente que o paciente necessita de atendimento junto ao psicólogo para


ter manejo comportamental, sugiro psicoterapia sob a abordagem Terapia Cognitivo
Comportamental com treino de habilidades sociais.
As indicações, juntamente com a história clínica do sujeito, corroboraram a
hipótese da relevância de um diagnóstico adequado.

Para mais esclarecimnetos estou a disposição .

DAYANE FERNANDES SOUSA


PSICOLOGA CRP22/02578
Neuropsicologa
REFERENCIA

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais - DSM-V (5a Edição). Porto Alegre: ArtMed.
https://doi.org/1011769780890425596

Retondo, MFNG (2000). Teste Projetivo HTP (casa - arvore - pessoa). São Paulo:


Casa do Psicólogo

Constantino,John N., 1960- SRS – 2 Escala de Responsividade Social, segunda


edição/ John N. Constantino, Christian P. Lisandra Gruber Borges, Nelson Hauck
Filho; tradução Lisandra Borges. 2.ed. São Paulo: Hogrefe, 2020.

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