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VILHENA/RO 2023
Esthefany Guedes de Queiroz
Camille Vitória Morara Kuiawinski
VILHENA/RO 2023
LAUDO PSICOLÓGICO DECORRENTE DE AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA
1 – IDENTIFICAÇÃO
2 – DESCRIÇÃO DA DEMANDA
A presente avaliação foi solicitada pelo médico neurologista para caracterização do perfil
cognitivo e mapeamento do funcionamento psíquico e emocional, bem como investigação de
possíveis transtornos.
3 - HISTÓRIA PREGRESSA
A paciente relata uma boa alimentação, sem mencionar problemas relacionados à dieta, não
ingere bebida alcoólica, não tem vícios. De acordo com a paciente seu sono não é contínuo e
apresenta episódios constantes de despertar durante a noite.
4 - PROCEDIMENTO
O processo terapêutico foi iniciado com a avaliação diagnóstica da paciente a partir
da anamnese, após o estabelecimento de vínculo, realizou-se a conceituação cognitiva com o
objetivo de compreender sobre os pensamentos, sentimentos e comportamentos da
paciente. Para avaliação dos aspectos cognitivos, atencionais e de personalidade foram utilizados
os instrumentos padronizados: WAIS III - Escala de Inteligência Wechsler para Adultos; HTP -
Técnica Projetiva de Desenho; BPA – Bateria Psicológica para avaliação da Atenção; Figuras
Complexas de Rey; FDT - Teste dos Cinco Dígitos; BFP - Bateria Fatorial de Personalidade; BDI-II
– Inventário de Depressão de Beck; RAVLT - Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey;
WCST - Teste Wisconsin de Classificação de Cartas; BDEFS - Escala de Avaliação de Disfunções
Executivas de Barkley; EPF-TDAH – Escala de Prejuízos Funcionais - TDAH.
Bem como foram realizadas atividades de testagem ecológica complementares para
observação e auxílio na análise clínica. Foram realizadas oito sessões de aproximadamente uma
hora de duração, onde uma sessão foi utilizada para anamnese, seis sessões foram utilizadas para
aplicação dos instrumentos e uma sessão para devolutiva e entrega do laudo físico.
5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
QI Verbal (QIV), o resultado obtido pela avalianda em (percentil 75), situando seu
desempenho em médio superior, indicando que em capacidade linguística, expressão verbal,
capacidade de raciocínio com palavras, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva se encontra
preservada.
QI de Execução (QIE), onde é obtido parâmetro das habilidades como raciocínio fluido,
processamento espacial, atenção a detalhes e integração viso motora. O (percentil 82), situando seu
desempenho em médio superior, indicando capacidade de integração visuoespacial, raciocínio não
verbal, planejamento, precisão na integração visuomotora e no emprego de recursos atencionais,
encontram-se preservadas.
¹WECHSLER, D. Escala Weschsler de inteligência para adultos: WAIS -III. Manual Técnico. Tradução do
manual original Maria de Lourdes Duprat. (3. ed.). Pearson, 2008.
2
RAVEN, J.; RAVEN, J. C; COURT, J. H. Matrizes progressivas coloridas de Raven: CPM. São Paulo:
Pearson, 2018.
³ CUNHA, J. A. (1993). As Escalas Wechsler. Em J. A. Cunha (Org.), Psicodiagnóstico-R. (pp. 278-354).
Porto Alegre: Artes Médicas. EYSENCK, M. W. & KEANE, M. T. (1994). Psicologia Cognitiva: um manual
introdutório. Porto Alegre: Artes Médicas. FIGUEIREDO, V. L. M. (2001). Uma adaptação brasileira do teste de
inteligência WISC-III. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília.
5.3 Memória
Por fim, observado através do teste e seus resultados, o percentil mostra-se abaixo da
média, sugerindo dificuldades na memória imediata de armazenamento de curto prazo, e memória
visual de armazenar e recuperar informações vistas.
¹Rodrigues, A. P. S. (2011). Relação entre a Memória e a Função Construtivo-Prática e o Défice Cognitivo: associação
entre a ausência de compromisso/compromisso apenas numa prova ou em ambas as provas da Figura Complexa de Rey
e a presença de défice cognitivo grave segundo o Montreal Cognitive Assessment.
5.4 Linguagem
Instrumento O que avaliou Percentil Interpretação
¹ANDRADE, V.M.; Santos, F.H. & Bueno, O.F.A. (2004). Neuropsicologia hoje. (pp. 125-163). Porto Alegre: Artes
Médicas.
²MALLOY-DINIZ, L.F.; Sedo, M.; Fuentes, D. & Leite, W.B. (2008). Neuropsicologia das funções executivas. In:
D. Fuentes, L. F. Malloy-Diniz, C. H. P. Camargo, R. M. Cosenza & col., Neuropsicologia: Teoria e prática. (pp. 187-
206). Porto Alegre: Artmed.
³SOUZA, R.O.; Ignácio, F.A.; Cunha, F.C.R.; Oliveira D.L.G. & Moll, J. (2001). Contribuição à Neuropsicologia do
comportamento executivo: Torre de Londres e Teste de Wisconsin em indivíduos normais. Arquivos de Neuro-
psiquiatria, 59 (3), 526-531.
O FDT, (Five Digit Test) Teste dos Cinco Dígitos, é um teste de avaliação cognitiva
frequentemente utilizado em contextos clínicos e neuropsicológicos. Ele é projetado para medir a
atenção, a concentração e a capacidade de processamento mental de um indivíduo. O teste envolve
a apresentação de uma lista de números de cinco dígitos (por exemplo, 3-7-4-1-9) e, em seguida,
pede ao examinado que repita os números em ordem crescente (ou decrescente). O objetivo é
verificar a capacidade do indivíduo de realizar tarefas simples de ordenação de números enquanto
mantém a atenção e a concentração. Este teste é usado para avaliar funções cognitivas,
particularmente em relação à atenção e à memória de trabalho.
Diante dos resultados obtidos é possível afirmar que a avalianda apresenta suas capacidades
amplamente preservadas tanto em controle inibitório, quanto em flexibilidade cognitiva, com
interpretação superior para ambos.
¹DE PAULA JJ, Abrantes S, Neves FS, Malloy-Diniz LF. The five digits test on the assessment of psychiatric
patients with heterogeneous educational backgrounds: Evidences of validity on the assessment of bipolar disorder.
Clin Neuropsychiatry. 2014;11(3):103-7
O BPA, a bateria psicológica para avaliação da atenção, tem como objetivo realizar uma
avaliação da capacidade geral de atenção, assim como uma avaliação individualizada de tipos de
atenção específicos, quais sejam, atenção concentrada (AC), atenção dividida (AD) e atenção
alternada (AA). Ela é composta por três testes, cada um deles tendo como objetivo avaliar um dos
tipos atencionais propostos. Por sua vez, a análise dos três testes em conjunto fornece a medida de
atenção geral.
Atenção Geral, é a análise dos três testes em conjunto, fornecendo a medida de atenção
geral. O teste propõe a capacidade da avalianda de perceber, processar e reagir a informações de
fundo enquanto mantém um estado de alerta. Essa capacidade é importante em situações em que é
necessário estar atento a eventos inesperados, como em ambientes de trabalho com riscos
potenciais, na segurança pública ou até mesmo na vida cotidiana, como atravessar a rua com
segurança. No geral, a atenção da avalianda apresentou um (percentil 85), considerado médio
superior, o que revela que em quesitos de atenção, ela apresenta boa capacidade, e bom resultado.
¹ALLPORT, A. (1993). Attention and control. Em D. E. Meyer & S. Kornblum (Orgs.). Attention a nd performance,
XIV Cambridge, MA: MIT Press.
²NUNES, C. H. S. S. & PRIMI, R. (2010). Aspectos técnicos e conceituais da ficha de avaliação dos testes psicológicos. Em
Conselho Federal de Psicologia (Org.). Avaliação psicológica: diretrizes na regulamentação da profissão (pp. 101-127).
Brasília: CFP.
O HTP, "house tree person" e "casa árvore pessoa", este teste consiste em uma técnica projetiva
gráfica, desenvolvida por John N. Buck, nos Estados Unidos, no ano de 1948, que tem como
objetivo projetar elementos da personalidade e de áreas de conflito dentro da situação terapêutica,
permitindo que eles sejam identificados com o propósito de avaliação e usados para o
estabelecimento da comunicação terapêutica efetiva. Sua administração consiste em, no mínimo,
duas fases. A primeira é uma fase não-verbal, na qual o psicólogo entrega três folhas de papel em
branco, lápis e borracha a avalianda, e solicita a realização de três desenhos: uma casa, uma árvore e
uma pessoa. O profissional pode solicitar um desenho adicional de uma pessoa do sexo oposto à
que foi primeiramente desenhada. A segunda fase consiste em realizar uma série de perguntas a
avalianda, com o objetivo de que esta faça associações relativas à sua produção. Em seguida, pode
ser realizada uma fase cromática, na qual a avalianda desenha novamente uma casa, uma árvore e
uma pessoa, mas com lápis colorido. Após a fase cromática, o examinador realiza novas perguntas
sobre os desenhos coloridos. Sua aplicação é indicada para sujeitos acima de oito anos de idade.
O teste HTP será analisado criteriosamente no próximo item, tendo em vista que o
objetivo dessa aplicação é estudar a colaboração desse teste na investigação da ansiedade e da
depressão. Baseado em uma avaliação qualitativa, foi identificado na avalianda ansiedade,
dependência emocional, retraimento e introversão.
A ansiedade é uma situação interna e conflituosa que resulta em condições de alerta e
perigo, é uma emoção natural do corpo humano em resposta a um estágio de agitação diante
situações de estresse, ou proveniente de um temor desagradável por uma antecipação de perigo real
ou desconhecido. Neste caso a avalianda apresenta dificuldade em controlar suas preocupações,
bem como irritabilidade, agitação e excitação. Embora seja uma psicopatologia comum, o TAG
frequentemente vem acompanhando de outras complicações psicológicas. Cerca de 90% dos
diagnósticos para TAG estão interligados a pelo menos mais um transtorno cognitivo, comumente a
depressão.
A dependência emocional, um aspecto que tem recebido atenção dos estudiosos
são os mecanismos neurológicos envolvidos nas relações amorosas. Observa-se que os
sentimentos amorosos utilizam as mesmas vias neurais que substâncias psicoativas,
ativando os sistemas de recompensa do cérebro (Fisher, Aron, & Brown, 2005) e criando sintomas
de dependência similares. Neste sentido, a Dependência de Relacionamentos, segundo Sirvent
(2000) seria caracterizada por comportamentos aditivos que teriam como base os
relacionamentos interpessoais. Bornstein e Cecero (2000) propõe que uma relação de dependência
pode ser definida por quatro elementos: motivacional, afetivo, comportamental e cognitivo. No
caso da avalianda, pode referir-se à necessidade de suporte, orientação e aprovação. E está
relacionado à ansiedade sentida pela avalianda diante de situações nas quais ela necessita agir
independentemente. Através desse teste é possível considerar que a avalianda alude à tendência a
buscar ajuda de outros e de submissão em interações interpessoais, sugerindo também à percepção
dela como impotente e ineficaz.
O retraimento, este refere-se ao comportamento de isolamento de modo recorrente e
consistente, ao longo do tempo e em diferentes contextos (Rubin & Burgess, 2001; Rubin, Coplan,
& Bowker, 2009). Está muitas vezes associado à timidez, inibição comportamental, fobia social,
reticência social, à passividade e a problemas internalizados (Coplan & Rubin, 2007; Rubin,
Bukowski, & Parker, 2006; Rubin & Mills, 1988). Pode sugerir que a avalianda possui pouca
frequência de interações com os outros. Neste sentido, o retraimento social pode ser entendido
como a expressão de diferentes formas de solidão que parecem ter diferentes significados para a
avalianda.
A introversão, sugere que a avalianda possui as características do introversivo, que é
quieta, introspectiva, prefere as vezes aos livros às pessoas, é reservada e distante, exceto com
amigos íntimos, tende a planejar, não gosta de excitação e mudança, é organizada e controlada,
metódica e raramente se comporta agressivamente e não perde a calma facilmente, muitas vezes
guardando tudo para si, sem se expressar, somatizando sentimentos e emoções. Um tanto pessimista
e dá muito valor aos padrões éticos. A rigidez neste caso estabelece uma grande barreira para a
transformação na comunicação.
¹FRANZ, M. L.; HILLMAN, J. A tipologia de Jung. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 2002.
²SHARP, D. Tipos de personalidade: o modelo tipológico de Jung. São Paulo: Cultrix, 1987.
³Izquierdo Martínez, S. A., & Gómez-Acosta, A. (2013). Dependencia afectiva: abordaje desde una perspectiva contextual.
Psychologia: Avances De La Disciplina, 7(1), 81-91.
4
Cavaler MC, Castro A. Transtorno de ansiedade generalizada sob a perspectiva da Gestalt terapia. Revista Psicologia,
Diversidade e Saúde. 2018; 7 (2):313-321.
5
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-IV. 4a ed. Porto Alegre:
Artes Médicas; 1995.2015.
6
BECK, Aaron, CLARK, David. Terapia cognitiva para os Transtornos da Ansiedade. Artmed, 2012.
7
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Cartilha sobre Avaliação Psicológica. Brasília: Conselho Federal de Psicologia
2007.
8
Buck, J. N. (2003). H-T-P: Casa – Árvore – Pessoa. Técnica Projetiva de Desenho: Manual e Guia de Interpretação. (1ª ed.).
9
Alves, I. C. B., Alchieri, J. C., & Marques, K. (2001). Panorama geral do ensino das técnicas de exame psicológico no Brasil.
In I Congresso de Psicologia Clínica-Programas e Resumos. Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 10-11.
O BDI-II é o instrumento mais utilizado para avaliar a existência e gravidade dos sintomas
depressivos. O teste consta com 21 itens tem como objetivo identificar e medir a gravidade dos
sintomas típicos da depressão em adultos e adolescentes a partir dos 13 anos. Os itens do BDI-II são
consistentes com os critérios reconhecidos no DSM-5 para o diagnóstico dos transtornos
depressivos.
Mediante ao processo de aplicação do teste a avalianda demonstrou comportamento de
concentração, calma e apresentou um nível moderado de depressão, (percentil 28). A depressão
moderada apresenta como principais características além do humor depressivo, tristeza e da falta de
vontade em realizar atividades rotineiras, até aquelas que antes eram prazerosas, a irritabilidade e
o nervosismo também podem ser sintomas de depressão moderada em um paciente, nostalgia,
pensamentos presos ao passado, angustia, sensação de aperto no coração e falta de perspectiva de
vida.
¹Russell A. Barkley, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), EUA em 2011. Adaptado para a
população brasileira por Leandro Malloy-Diniz, Paulo Mattos e Victor Godoy
A EPF-TDAH é uma escala específica para o TDAH, que abarca prejuízos funcionais
considerados típicos e relevantes em questão. O objetivo principal desta escala é explorar os
prejuízos funcionais relacionados ao transtorno que adultos possam experimentar em nove
importantes áreas do seu cotidiano, sendo elas: acadêmica, profissional, social, afetivo-sexual,
doméstica, financeira, saúde, trânsito e risco legal, sendo as três primeiras listadas como critério D
no DSM-5. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) consiste em um problema
no neurodesenvolvimento, possuindo a seguinte tríade sintomatológica: desatenção, impulsividade e
hiperatividade.
O resultado não clínico no contexto da escala EPF-TDAH indica que a avalianda não
apresenta sinais significativos do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o que é uma
indicação de não há sinais de prejuízos funcionais relacionados ao TDAH.
¹Ana Paula A. De Oliveira E Elizabeth Do Nascimento, Escala de Prejuízos Funcionais – TDAH, Minas Gerais,
2015.
¹Margareth S. Oliveira, Clarissa M. Trentini, Irani I. L. Argimon, Maisa S. Rigoni, José Humberto S. Filho, Bruna G.
Mônego, Larissa L. Barboza, WCST - Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, 2003.
6 CONCLUSÃO
RECOMENDAÇÕES
_____________________________
Jarismara Quednau
Psicóloga/ Neuropsicóloga
CRP 24/2686
ENCAMINHAMENTO
Solicito consulta e avaliação com profissional de xxxx para XXXX, 27 anos, devido às
hipóteses diagnósticas de TEA, comorbido com desengajamento cognitivo, identificadas durante o
processo de avaliação neuropsicológica. Saliento que foi entregue um laudo da avaliação
neuropsicológica para a paciente.
__________________________________
Jarismara Quednau
Psicóloga CRP 24/2686
Especialista em Neuropsicóloga
Eu, xxx, devidamente inscrita junto ao CPF/MF sob o nº xxxxx-xx, declaro para os devidos
fins que recebi o laudo de avaliação psicológica/neuropsicológica referente a minha prórpia
avaliação, em formato físico/impresso, contendo 15 páginas, bem como em formato PDF, através
do aplicatico de Whatsapp, elaborado por xxxx, neuropsicológa, devidamente inscrita junto ao
Conselho Regional de Psicologia – CRP sob p nº xxx, em entrevista devolutiva, tornando-me
responsável, após a entrega, pelo uso dos dados nele contido. Autorizo a exposição do DSM-5-TR 1
do paciente no laudo de avaliação psicológica/neuropsicológica.
Declaro ainda, estar ciente do carater sigiloso do seu conteúdo e de ser um
documento extrajudical.
xxxx
CPF/MF xxxx
1
CRIPPA, José Alexandre de Souza (coord.). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM -5
-TR. 5, texto revisado. Porto Alegre: Artmed Editora LTDA, 2023.