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CONTABILIDADE DE CUSTOS
CONTABILIDADE GERAL:
1. Contabilidade.
1.1 Conceito, objeto, objetivos, campo de atuação e usuários da informação contábil.
Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das entidades, registrando, mensurando,
avaliando e evidenciando suas variações e desempenho econômico-financeiro.
Seu objeto de estudo é o patrimônio, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações que
pertencem a uma empresa ou pessoa física.
O campo de atuação da contabilidade é amplo e abrange diversos setores, tais como empresas
privadas, entidades públicas, organizações sem fins lucrativos e pessoas físicas.
Os usuários da informação contábil são aqueles que precisam das informações produzidas pela
contabilidade para a tomada de decisões. Dentre eles, podemos citar os investidores, credores,
gestores, acionistas, órgãos governamentais e a sociedade em geral.
Ambos são emanados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que é o órgão responsável
por normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil no Brasil.
As NBCs são emitidas pelo CFC e se dividem em três categorias: NBCs Gerais, que tratam de
temas comuns a todas as áreas da contabilidade; NBCs Técnicas, que tratam de temas
específicos de cada área da contabilidade; e NBCs Profissionais, que tratam de questões
relacionadas ao exercício da profissão contábil.
Passivo: obrigações da entidade para com terceiros, decorrentes de eventos passados, com
expectativa de saída de recursos econômicos.
Forma de avaliação:
Os ativos e passivos devem ser avaliados pelo valor justo ou pelo valor de custo. O valor justo é
o valor pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo pode ser liquidado entre partes
interessadas e conhecedoras do negócio, com ausência de fatores que pressionem para a
liquidação da transação. O valor de custo é o montante original despendido para adquirir um
ativo ou incorrer em um passivo.
Evidenciação:
Natureza e espécie:
As contas contábeis são classificadas de acordo com sua natureza e espécie. A natureza se
refere ao tipo de conta, como ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa. A espécie se
refere à categoria específica de cada conta, como caixa, contas a receber, fornecedores,
impostos a pagar, entre outras.
Estrutura:
Fatos administrativos – são eventos da empresa que alteram (ou não) o patrimônio líquido da
empresa. Exemplo: Pagar duplicata, pagar empréstimo com desconto, receber duplicata de
prestação de serviços com juros, etc.
Os livros contábeis são registros utilizados pelas empresas para documentar e organizar suas
atividades contábeis. Alguns dos livros contábeis obrigatórios são:
Livro Razão: registro analítico das contas contábeis da empresa, mostrando a movimentação
em cada uma delas.
Livro Registro de Duplicatas: registro das duplicatas emitidas e recebidas pela empresa.
Documentação contábil:
A documentação contábil é o conjunto de documentos utilizados para comprovar as transações
financeiras da empresa. Alguns dos principais documentos contábeis são:
A documentação contábil deve ser organizada e arquivada corretamente, pois é essencial para
a elaboração das demonstrações contábeis e para comprovar a veracidade das informações
financeiras da empresa.
Receita não operacional: é aquela proveniente de outras atividades, como juros sobre
aplicações financeiras, aluguel de imóveis, entre outras.
Despesas:
Despesa operacional: é aquela relacionada à atividade principal da empresa, como o custo dos
produtos vendidos ou salários dos funcionários.
Despesa não operacional: é aquela relacionada a outras atividades, como multas e juros sobre
dívidas.
Ganhos e perdas:
Além das receitas e despesas, a variação do patrimônio líquido também pode ser afetada por
ganhos e perdas. Os ganhos representam as receitas provenientes de transações não
operacionais, enquanto as perdas representam as despesas não operacionais.
É importante destacar que os ganhos e perdas não são recorrentes e não fazem parte das
atividades principais da empresa, como no caso das receitas e despesas. Eles podem ser
provenientes de vendas de ativos, ajustes contábeis, entre outros fatores.
Em resumo, a variação do patrimônio líquido pode ser afetada por receitas, despesas, ganhos e
perdas, que devem ser corretamente classificados e registrados na contabilidade para que se
possa ter uma visão clara da situação financeira da empresa.
O primeiro passo é levantar os saldos das contas de receitas e despesas da empresa, que
devem ser registradas no livro razão ou em planilhas contábeis. Essas contas são referentes ao
período em questão e devem ser organizadas de forma a facilitar a análise e a apuração dos
resultados.
As receitas correspondem aos valores obtidos pela empresa durante o período em questão.
Para calcular as receitas, é necessário somar o valor das vendas de produtos ou serviços, bem
como outras receitas operacionais.
As despesas correspondem aos valores gastos pela empresa durante o período em questão.
Para calcular as despesas, é necessário somar os valores gastos com salários, impostos,
fornecedores, aluguel, entre outras despesas operacionais.
Registro do resultado:
O resultado obtido (lucro ou prejuízo) deve ser registrado no livro diário e no livro razão da
empresa. Esse registro é importante para que se possa ter um histórico das atividades
financeiras da empresa.
É importante que a empresa escolha o regime mais adequado à sua realidade e o utilize de
forma consistente ao longo do tempo, para que as informações contábeis sejam precisas e
confiáveis.
9. Escrituração contábil.
9.1 Lançamentos contábeis; contas patrimoniais, resultado.
A escrituração contábil é o processo de registro sistemático e cronológico de todas as
transações financeiras realizadas pela empresa, a fim de manter a contabilidade organizada e
atualizada.
Os lançamentos contábeis são o registro de cada transação financeira em uma conta específica
no livro contábil. Existem duas categorias de contas que podem ser utilizadas: contas
patrimoniais e contas de resultado.
As contas patrimoniais são aquelas que registram as transações que afetam o patrimônio da
empresa, ou seja, suas posses e dívidas. Elas são divididas em duas categorias: ativo e passivo.
O ativo é composto por todas as posses da empresa, como dinheiro em caixa, contas a
receber, estoque, imóveis, entre outros. Já o passivo é composto por todas as dívidas e
obrigações da empresa, como empréstimos, contas a pagar, entre outros.
As contas de resultado, por sua vez, registram as transações que afetam o resultado da
empresa, ou seja, suas receitas e despesas. Elas são divididas em duas categorias: receita e
despesa. A receita é composta por todas as entradas de dinheiro na empresa, como vendas de
produtos ou serviços, juros sobre investimentos, entre outros. Já a despesa é composta por
todas as saídas de dinheiro da empresa, como gastos com pessoal, aluguel, água, luz, entre
outros.
Para cada transação financeira, é necessário fazer um lançamento contábil em uma ou mais
contas patrimoniais ou de resultado, a fim de manter o livro contábil atualizado e organizado.
Os lançamentos contábeis devem ser feitos de forma precisa e consistente, seguindo as
normas contábeis e fiscais vigentes.
Já os fatos contábeis modificativos são aqueles que afetam o patrimônio líquido da empresa,
gerando ganhos ou perdas. Esses fatos podem ser divididos em dois tipos: aumentativos e
diminutivos. Os fatos aumentativos geram um aumento no patrimônio líquido da empresa,
como a venda de um produto ou serviço com lucro. Já os fatos diminutivos geram uma
diminuição no patrimônio líquido da empresa, como a compra de um produto ou serviço com
prejuízo.
Por fim, os fatos contábeis mistos são aqueles que apresentam características dos dois tipos
anteriores, ou seja, afetam tanto o patrimônio líquido quanto outras contas da empresa. Um
exemplo de fato contábil misto é a compra de um imóvel com a utilização de um empréstimo
bancário, que afeta tanto o patrimônio líquido quanto as contas de ativo e passivo da empresa.
É importante que a empresa faça o registro adequado de todos os fatos contábeis, a fim de
manter a contabilidade organizada e atualizada, e garantir a precisão das informações
contábeis para tomada de decisão.
Os itens patrimoniais do ativo correspondem aos bens e direitos da empresa. Eles podem ser
classificados em dois tipos: circulante e não circulante. O ativo circulante é composto pelos
itens de curto prazo, como dinheiro em caixa, estoque, contas a receber e investimentos de
curto prazo. Já o ativo não circulante é composto pelos itens de longo prazo, como imóveis,
máquinas, veículos, investimentos de longo prazo e outros bens duráveis.
O patrimônio líquido corresponde à diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, o valor que
sobra após o pagamento das obrigações. Ele é composto pelo capital social, reservas de
lucros, prejuízos acumulados e outras contas relacionadas à empresa.
A avaliação dos itens patrimoniais pode ser feita de várias formas, dependendo da natureza
do item. Os bens duráveis, como imóveis e veículos, geralmente são avaliados pelo seu valor
de mercado. Já os estoques e as contas a receber são avaliados pelo valor esperado de venda
ou recebimento. As obrigações, como empréstimos e contas a pagar, são avaliadas pelo valor
presente dos pagamentos futuros.
A classificação dos itens patrimoniais no balanço patrimonial segue uma ordem específica,
começando pelo ativo circulante, seguido pelo ativo não circulante, pelo passivo circulante,
pelo passivo não circulante e, por fim, pelo patrimônio líquido.
É importante que a empresa mantenha seus registros contábeis atualizados e precisos, a fim de
garantir a correta avaliação e classificação dos itens patrimoniais, bem como a adequada
gestão financeira da empresa.
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): É uma demonstração contábil que apresenta as
entradas e saídas de caixa da empresa em um determinado período, permitindo avaliar a
capacidade da empresa de gerar fluxo de caixa e de honrar seus compromissos.
O conteúdo das notas explicativas pode variar dependendo das necessidades específicas da
empresa e dos requisitos regulatórios do país em que ela está operando. No entanto, algumas
informações comuns incluem:
Informações sobre as transações com partes relacionadas: se a empresa tiver transações com
partes relacionadas, como acionistas, diretores ou empresas afiliadas, as notas explicativas
devem fornecer informações sobre essas transações e como elas afetam os resultados
financeiros da empresa.
Informações sobre riscos e incertezas: as notas explicativas podem incluir informações sobre
os riscos e incertezas que afetam as operações da empresa, como mudanças nas condições
econômicas ou mudanças na regulamentação.
As exigências legais para as notas explicativas variam de acordo com a legislação do país em
que a empresa está operando. No entanto, geralmente há requisitos específicos que devem ser
cumpridos em relação ao conteúdo, formato e divulgação das notas explicativas. Por exemplo,
a legislação brasileira exige que as notas explicativas sejam elaboradas de acordo com as
normas contábeis aplicáveis e incluam informações obrigatórias, como as políticas contábeis da
empresa, as informações sobre as partes relacionadas e os riscos e incertezas que afetam as
operações da empresa.
14. Ajustes, classificações e avaliações dos itens patrimoniais exigidos pelas
novas práticas contábeis adotadas no Brasil trazidas pela Lei Federal nº
11.638/2007 e Lei Federal nº 11.941/2009.
As novas práticas contábeis adotadas no Brasil, trazidas pela Lei Federal nº 11.638/2007 e Lei
Federal nº 11.941/2009, trouxeram diversas mudanças nas exigências de ajustes,
classificações e avaliações dos itens patrimoniais. Algumas das principais mudanças incluem:
Essas são apenas algumas das principais mudanças trazidas pelas novas práticas contábeis
adotadas no Brasil. É importante que as empresas entendam essas mudanças e se adaptem a
elas para garantir que estejam em conformidade com as normas contábeis aplicáveis.
15. Estoques.
15.1 Tipos de inventários, critérios e métodos de avaliação.
Existem três tipos de inventários: matérias-primas, produtos em processo e produtos
acabados. Os critérios para avaliação do estoque incluem o custo médio ponderado, o método
PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) e o método UEPS (último a entrar, primeiro a sair). O
custo médio ponderado é calculado dividindo o valor total do estoque pelo número de
unidades em estoque. O método PEPS é baseado na premissa de que as unidades mais antigas
são vendidas primeiro, enquanto o método UEPS assume que as unidades mais recentes são
vendidas primeiro.
16. Apuração do custo das mercadorias vendidas, tratamento contábil dos tributos
incidentes em operações de compras e vendas.
O custo das mercadorias vendidas (CMV) é calculado subtraindo o valor do estoque final do
valor do estoque inicial e adicionando o valor das compras durante o período. O CMV é um
importante indicador financeiro, pois indica o custo dos produtos vendidos durante um
período de tempo específico. O tratamento contábil dos tributos incidentes em operações de
compras e vendas varia dependendo do tipo de tributo. Por exemplo, o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) é contabilizado como uma despesa quando a empresa
paga o imposto ao governo, enquanto o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é
incluído no custo de produção das mercadorias.
CONTABILIDADE DE CUSTOS:
1. Conceitos gerais e terminologia aplicável à contabilidade de custos.
A contabilidade de custos é uma área da contabilidade que se concentra na coleta, análise e
interpretação de informações relacionadas aos custos de produção e operacionais de uma
empresa. É uma ferramenta importante para ajudar os gestores a tomar decisões relacionadas
ao controle de custos, precificação de produtos e serviços, e alocação de recursos.
Custos diretos: são os custos que podem ser diretamente atribuídos a um produto ou serviço
específico, como materiais e mão de obra.
Custos indiretos: são os custos que não podem ser diretamente atribuídos a um produto ou
serviço específico, como os custos de aluguel, energia elétrica e depreciação de máquinas.
Ponto de equilíbrio: é o nível de vendas em que a empresa não tem lucro ou prejuízo, ou seja,
as receitas são iguais aos custos totais.
Custo de oportunidade: é o custo associado a uma oportunidade perdida quando uma escolha
é feita em detrimento de outra.
Esses são apenas alguns dos conceitos e termos comuns utilizados na contabilidade de custos.
O entendimento desses conceitos é essencial para a gestão eficiente dos custos de uma
empresa e para a tomada de decisões informadas.
Custos diretos e indiretos: os custos diretos são aqueles que podem ser diretamente
associados a um produto ou serviço específico, como materiais e mão de obra. Já os custos
indiretos são aqueles que não podem ser facilmente atribuídos a um produto ou serviço, como
os custos de aluguel e manutenção de equipamentos.
Custos fixos e variáveis: os custos fixos são aqueles que permanecem constantes
independentemente da quantidade de produtos ou serviços produzidos ou vendidos. Exemplos
incluem aluguel, salários de funcionários administrativos e seguros. Já os custos variáveis são
aqueles que variam de acordo com a quantidade de produtos ou serviços produzidos ou
vendidos, como matérias-primas, embalagens e comissões de vendas.
Custos de produção e não produção: os custos de produção são aqueles diretamente
associados à produção de bens ou serviços, como materiais e mão de obra. Os custos não
produtivos são aqueles que não estão diretamente associados à produção de bens ou serviços,
como despesas administrativas, de vendas e financeiras.
Custos explícitos e implícitos: os custos explícitos são aqueles que são facilmente identificáveis
e mensuráveis, como os custos de matéria-prima e mão de obra. Já os custos implícitos são
aqueles que são difíceis de mensurar ou identificar, como a perda de oportunidades devido a
um investimento em um projeto específico.
Custos históricos e futuros: os custos históricos são aqueles que já foram incorridos e
registrados, enquanto os custos futuros são aqueles que ainda serão incorridos, como os
custos de produção de um novo produto.
Custos totais e unitários: os custos totais são o total de custos incorridos durante um período,
enquanto os custos unitários são o custo médio por unidade de produto.
Essas são apenas algumas das classificações comuns de custos utilizadas na contabilidade de
custos. Cada uma dessas categorias é importante para ajudar os gestores a analisar e gerenciar
os custos de uma empresa de maneira eficiente.
Existem diferentes critérios de atribuição de custos que podem ser usados na apropriação de
custos à produção. Alguns dos critérios mais comuns incluem:
Critério de rateio: este critério envolve a alocação proporcional de custos indiretos aos
produtos ou serviços com base em um fator de alocação, como horas de mão de obra direta
ou horas-máquina.
Critério de absorção: este critério envolve a alocação de todos os custos diretos e indiretos
aos produtos ou serviços, com base em um rateio que leve em consideração os custos diretos e
indiretos.
Critério de custeio variável: este critério envolve a alocação de apenas os custos variáveis aos
produtos ou serviços, deixando os custos fixos como uma despesa operacional.
Critério de custeio por absorção completo: este critério envolve a alocação de todos os custos
diretos e indiretos aos produtos ou serviços, incluindo os custos fixos, e é usado para calcular o
custo total de produção de um produto.
Cada critério de atribuição de custos tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha
do critério correto dependerá das necessidades e objetivos específicos da empresa. A
apropriação correta dos custos à produção é importante para ajudar os gestores a tomar
decisões informadas sobre a precificação de produtos e serviços, planejamento de produção e
alocação de recursos.
4. Departamentalização.
4.1 Conceito, tratamento contábil, forma de apropriação e impacto no custo do produto.
A departamentalização é um método de contabilidade de custos que consiste em dividir uma
empresa em departamentos ou centros de custos com o objetivo de alocar de forma mais
precisa os custos indiretos às atividades que os geram.
A forma de apropriação dos custos pode variar de acordo com a estrutura da empresa. Por
exemplo, em uma empresa de manufatura, pode haver departamentos de produção,
manutenção, qualidade e administração. Os custos desses departamentos podem ser alocados
aos produtos de forma proporcional ao tempo de utilização de cada departamento.
Por exemplo, se os custos indiretos totais da produção são R$ 100.000 e a base de alocação
escolhida é de 10.000 horas de mão de obra direta, a taxa de aplicação seria de R$ 10 por hora
de mão de obra direta.
A taxa de aplicação é usada para alocar os custos indiretos aos produtos ou serviços,
multiplicando a taxa de aplicação pela quantidade de horas de mão de obra direta usadas na
produção de cada produto ou serviço. Por exemplo, se um produto usou 100 horas de mão de
obra direta, o custo indireto alocado seria de R$ 1.000 (100 x R$ 10 por hora).
A taxa de aplicação é importante porque ajuda a garantir que os custos indiretos sejam
alocados aos produtos de forma justa e precisa. No entanto, é importante lembrar que a taxa
de aplicação deve ser revisada e atualizada regularmente para garantir que ela reflita
adequadamente as mudanças na base de alocação e nos custos indiretos.
Além disso, é importante lembrar que a taxa de aplicação é apenas um método de alocação de
custos indiretos e pode haver outras formas de apropriação de custos que sejam mais
apropriadas para a empresa em questão. Por isso, é importante que os gestores avaliem
regularmente as opções de apropriação de custos e escolham a melhor para a empresa.
A produção acabada refere-se aos produtos que foram concluídos e estão prontos para serem
vendidos. O custo desses produtos é calculado pela soma dos custos diretos e indiretos
incorridos durante o processo de produção.
Os produtos em elaboração são aqueles que ainda estão sendo produzidos e não estão
totalmente concluídos. O custo desses produtos é calculado pela soma dos custos diretos e
indiretos incorridos até o momento em que a contagem é realizada.
Os produtos vendidos são aqueles que foram vendidos pela empresa durante um período
contábil. O custo desses produtos é calculado pela soma dos custos diretos e indiretos
incorridos durante o processo de produção.
Para apurar o custo da produção acabada, dos produtos em elaboração e dos produtos
vendidos, a empresa deve manter registros precisos dos custos diretos e indiretos incorridos
durante o processo de produção. Os custos diretos incluem materiais diretos, mão de obra
direta e outros custos diretamente associados à produção de um produto ou serviço. Os custos
indiretos incluem custos gerais de fabricação, como custos de aluguel, depreciação, salários de
supervisores e outros custos que não podem ser facilmente atribuídos a um produto
específico.
Com base nesses registros, a empresa pode calcular o custo total da produção acabada, dos
produtos em elaboração e dos produtos vendidos, que são importantes para determinar o
lucro bruto e para o planejamento financeiro da empresa. A apuração desses custos também
ajuda a identificar possíveis ineficiências no processo de produção e a tomar medidas
corretivas para melhorar a eficiência e reduzir custos.
Para calcular o custo total de cada produto, o custo total de cada etapa é multiplicado pelo
equivalente de produção correspondente e, em seguida, todos os custos são somados. O custo
total é então dividido pelo número total de equivalentes de produção para obter o custo por
unidade.
8. Tipos de produção.
8.1 Conceito, aplicabilidade, tratamento contábil e apropriação dos custos.
8.2 Produção por ordem, produção contínua, produção conjunta.
Existem três tipos principais de produção em que as empresas podem se engajar: produção
por ordem, produção contínua e produção conjunta. Cada tipo de produção apresenta
diferentes características e requer diferentes abordagens contábeis e de custeio.
Produção por ordem: este tipo de produção é utilizado quando a empresa produz bens ou
serviços sob encomenda, geralmente em pequenas quantidades e de acordo com as
especificações do cliente. O custo é atribuído a cada ordem de produção individual e é baseado
nos materiais, mão de obra e custos indiretos de produção associados a essa ordem específica.
A contabilidade de custos para esse tipo de produção envolve a identificação de cada ordem de
produção e a alocação dos custos correspondentes a ela.
Produção contínua: este tipo de produção é caracterizado pela produção contínua e em massa
de bens ou serviços padronizados. Os custos são apropriados a um determinado período de
tempo ou volume de produção, em vez de serem atribuídos a produtos específicos. A
contabilidade de custos para esse tipo de produção envolve a apuração do custo médio por
unidade produzida, que é calculado dividindo o custo total pelo número total de unidades
produzidas.
Produção conjunta: este tipo de produção ocorre quando vários produtos são produzidos a
partir de um processo comum, e é caracterizado pela produção simultânea e interdependente
de vários produtos. O custo é apropriado a cada produto com base em um critério de divisão
de custos, como a quantidade física ou o valor de venda de cada produto. A contabilidade de
custos para esse tipo de produção envolve a identificação e separação dos custos associados a
cada produto e a alocação desses custos com base em um método de divisão de custos.
Em resumo, a produção por ordem envolve a alocação de custos a produtos específicos com
base em uma ordem de produção individual; a produção contínua envolve a alocação de custos
com base em um período de tempo ou volume de produção, e a produção conjunta envolve a
alocação de custos a vários produtos produzidos a partir de um processo comum, com base em
um método de divisão de custos.
O custeio por absorção é o método mais comum e consiste em apropriar todos os custos
diretos e indiretos ao produto ou serviço, incluindo os custos fixos de produção, como aluguel
e salários. Com este método, os custos fixos são distribuídos de forma proporcional ao volume
de produção, o que significa que quanto maior a produção, menor será o custo unitário.
Já o custeio variável é baseado apenas nos custos variáveis do produto ou serviço, como
matéria-prima, mão de obra direta e custos variáveis indiretos. Os custos fixos não são
apropriados diretamente aos produtos, mas sim tratados como despesas do período. Com isso,
o custo unitário pode variar de acordo com o volume de produção e a quantidade de custos
variáveis associados.
O custeio ABC (Activity-Based Costing) é um método mais recente e que leva em consideração
a complexidade das atividades envolvidas no processo produtivo. Com este método, os custos
são apropriados a partir das atividades realizadas, e não diretamente aos produtos. Assim, é
possível identificar melhor onde os custos estão sendo gerados e como eles podem ser
reduzidos.
A escolha do método de custeio pode ter um impacto significativo nos resultados da empresa,
especialmente em relação ao custo dos produtos e serviços. Por isso, é importante analisar
cuidadosamente as características de cada método e escolher aquele que melhor se adapta à
realidade da empresa.
Análise de custo-volume-lucro (CVL): essa técnica é utilizada para analisar a relação entre o
volume de vendas, o custo e o lucro da empresa. Com essa análise, é possível determinar qual
o ponto de equilíbrio da empresa, ou seja, a quantidade de vendas necessária para cobrir
todos os custos e despesas e gerar lucro.
Análise de rentabilidade: a análise de rentabilidade é uma técnica que permite que a empresa
avalie a rentabilidade de cada produto ou serviço oferecido, identificando quais são os mais
rentáveis e quais geram prejuízos. Com essa análise, é possível tomar decisões estratégicas
para otimizar os lucros da empresa.
Análise de desempenho: a análise de desempenho é uma técnica que permite que a empresa
avalie o desempenho dos funcionários e processos, identificando oportunidades de melhoria e
redução de custos. Com isso, é possível aprimorar a eficiência da empresa como um todo,
gerando economias de custos e aumentando a rentabilidade.
Essas são apenas algumas das principais formas de controle de custos utilizadas pelas
empresas. É importante destacar que cada empresa possui sua realidade e particularidades, e
por isso pode ser necessário adaptar e combinar diferentes técnicas de controle de custos para
obter os melhores resultados.
O tratamento contábil dos custos estimados envolve a contabilização dos valores estimados
como custos em contas específicas do plano de contas da empresa, separados dos custos reais
incorridos. Dessa forma, é possível identificar e comparar as variações entre os custos
estimados e os custos reais.
A análise das variações entre os custos estimados e os custos reais é fundamental para
entender as diferenças entre os custos planejados e os custos efetivamente incorridos. Essa
análise permite que a empresa identifique os fatores que causaram as variações e tome
medidas para corrigir possíveis desvios e otimizar seus processos.
A análise das variações de custos estimados pode ser feita de forma isolada ou em conjunto.
No caso da análise isolada, é possível identificar qual variação de custos teve maior impacto
nos resultados. Já na análise em conjunto, é possível verificar a combinação de fatores que
influenciaram os custos efetivos.
A aplicação dos custos controláveis envolve o gerenciamento desses custos por meio de
estratégias de redução ou otimização. Algumas das principais estratégias de gerenciamento de
custos controláveis incluem:
Melhoria dos processos produtivos: é possível reduzir os custos controláveis por meio da
melhoria dos processos produtivos, reduzindo o tempo e os recursos necessários para a
produção.
Uso eficiente de recursos: é possível reduzir os custos controláveis por meio do uso eficiente
dos recursos, como energia elétrica, água e matéria-prima, por exemplo.
O tratamento contábil do custo padrão envolve a criação de um sistema contábil que permita
o registro dos custos reais e dos custos padrão. Os custos padrão são contabilizados em contas
específicas no plano de contas da empresa e podem ser comparados com os custos reais para
análise das variações.
A aplicação do custo padrão permite que a empresa tenha uma estimativa precisa dos custos
dos produtos ou serviços, facilitando a definição do preço de venda e o gerenciamento de
custos. Além disso, o custo padrão pode ser usado como base para o cálculo de margens de
lucro, planejamento e orçamento empresarial.
A análise das variações entre o custo padrão e o custo real é fundamental para a identificação
de desvios e a tomada de ações corretivas. Existem duas variações de custo padrão: a variação
de preço e a variação de quantidade. A variação de preço ocorre quando o preço real de um
item é diferente do preço padrão. Já a variação de quantidade ocorre quando a quantidade
real de um item é diferente da quantidade padrão.
A análise das variações permite que a empresa identifique as causas dos desvios e tome
medidas para corrigi-los. Por exemplo, se a variação de preço for positiva, significa que o custo
real foi menor do que o custo padrão, indicando uma boa negociação com fornecedores. Se a
variação de preço for negativa, significa que o custo real foi maior do que o custo padrão,
indicando a necessidade de revisão de contratos ou negociação de preços mais favoráveis.
Em resumo, o custo padrão é uma técnica utilizada na contabilidade de custos para estimar o
custo dos produtos ou serviços com base em padrões pré-determinados. O tratamento contábil
do custo padrão envolve a criação de um sistema contábil que permita o registro dos custos
reais e dos custos padrão. A análise das variações entre o custo padrão e o custo real é
fundamental para a identificação de desvios e a tomada de ações corretivas.
A aplicação da margem de contribuição é ampla e pode ser utilizada para tomada de decisões
estratégicas. Por exemplo, ao comparar a margem de contribuição de diferentes produtos ou
serviços, a empresa pode identificar quais são os mais rentáveis e concentrar seus esforços
em vendê-los. Além disso, a margem de contribuição pode ajudar a determinar o preço de
venda de um produto ou serviço, pois permite avaliar o impacto dos custos variáveis na
lucratividade.
A margem de contribuição também pode ser utilizada para a análise de ponto de equilíbrio,
que é o ponto em que a receita de vendas é igual aos custos totais da empresa, ou seja, o
momento em que a empresa não tem lucro nem prejuízo. Para calcular o ponto de equilíbrio, é
preciso dividir os custos fixos pela margem de contribuição unitária, que é a margem de
contribuição por unidade vendida.
Os custos são classificados em custos fixos e custos variáveis. Os custos fixos são aqueles que
não mudam com a quantidade produzida ou vendida, como aluguel, salários dos funcionários e
depreciação de equipamentos. Já os custos variáveis são aqueles que variam com o volume de
produção/vendas, como matéria-prima e comissões de vendas.
O lucro é a diferença entre as receitas e os custos totais da empresa. Para calcular o lucro, é
preciso levar em consideração tanto os custos fixos quanto os custos variáveis.
A análise de CVL também permite avaliar o impacto de mudanças nos custos, no volume de
produção/vendas e no preço de venda sobre o lucro da empresa. Por exemplo, é possível
simular o aumento do volume de produção/vendas para avaliar o impacto sobre o lucro da
empresa.
Variação nos custos fixos: quando os custos fixos da empresa aumentam ou diminuem, o
ponto de equilíbrio também é afetado. Se os custos fixos aumentam, o ponto de equilíbrio é
aumentado, pois a empresa precisa vender mais produtos para cobrir esses custos. Por outro
lado, se os custos fixos diminuem, o ponto de equilíbrio é reduzido, pois a empresa precisa
vender menos produtos para cobrir esses custos.
É importante lembrar que as variações do ponto de equilíbrio não são independentes umas das
outras e podem ocorrer simultaneamente. Por exemplo, se os custos variáveis e os custos fixos
aumentam, o ponto de equilíbrio será aumentado ainda mais.
A análise das variações do ponto de equilíbrio é importante para que a empresa possa
identificar os principais fatores que afetam seu ponto de equilíbrio e tomar medidas para
reduzi-lo, como aumentar o volume de vendas, reduzir os custos variáveis e fixos, ou aumentar
o preço de venda.
Por outro lado, se o GAO for baixo, significa que a empresa tem uma grande proporção de
custos variáveis em relação aos custos fixos. Isso significa que, à medida que o volume de
vendas aumenta, a empresa precisa aumentar os custos variáveis, o que diminui o lucro
operacional. Nesse caso, a empresa pode precisar considerar reduzir seus custos fixos ou
aumentar o preço de venda para aumentar seu lucro operacional.
O GAO é um indicador útil para a empresa entender o impacto das mudanças no volume de
vendas em seu lucro operacional. Com base no GAO, a empresa pode tomar decisões
estratégicas sobre como gerenciar seus custos fixos e variáveis e estabelecer metas realistas de
vendas e lucro.
18. Margem de segurança
A Margem de Segurança é um conceito importante em Contabilidade de Custos, que se refere
à quantidade de vendas que uma empresa pode perder antes de começar a ter prejuízo. Em
outras palavras, é a diferença entre as vendas esperadas e as vendas mínimas necessárias para
cobrir todos os custos fixos e variáveis.
Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos / (Preço de Venda Unitário - Custos Variáveis Unitários)
Uma vez conhecido o Ponto de Equilíbrio, é possível calcular a Margem de Segurança, que
pode ser expressa em termos de quantidade de vendas ou em termos de percentual de
vendas. A fórmula para calcular a Margem de Segurança em termos de quantidade de vendas
é:
A Margem de Segurança é uma importante métrica para que as empresas possam planejar
suas operações e tomar decisões estratégicas. Uma Margem de Segurança elevada indica que a
empresa está em uma posição financeira mais sólida, pois tem uma folga maior para lidar com
variações no mercado. Por outro lado, uma Margem de Segurança baixa indica que a empresa
está mais vulnerável a mudanças no mercado e pode ter dificuldades em se manter rentável
caso ocorram quedas nas vendas.