Empresas: conjunto de meios ou recursos que se organizam e combinam com vista a exercer uma

atividade económica, com o objetivo de satisfazer as necessidades.

As empresas são classificadas em 4 critérios:

→ Forma jurídica (individual ou coletiva)

→ Propriedade ou Titularidade (pública ou privada)
→ Setor económico (comercial; industrial; serviços; agrícola)
→ Dimensão (grande; média; pequena; micro)

Contabilidade e informação financeira

Contabilidade: sistema de informação que visa recolher, organizar, registar e relatar a informação
sobre a atividade da entidade, permitindo a tomada de decisões dos vários utilizadores (internos ou
externos)

Contabilidade

1. Financeira: fornece informação geral sobre a empresa no seu todo, recorrendo a informação
histórica (Passado)
2. de Gestão: fornece informação sobre os processos internos (Presente)
3. Previsional: fornece informação referente ao futuro, fundamentada em planos de atividade,
planos de investimentos e previsões de tesouraria (Futuro)

Informação financeira: conjunto de dados contabilísticos sobre uma empresa que permitem às
pessoas tirarem conclusões sobre a atividade de uma empresa no passado, presente e tomar decisões
para o futuro.

O processo contabilístico é um conjunto de atividades sequenciais que têm origem nas operações
internas e externas. Essas atividades são documentadas, cujos elementos são registados e
processados, dando origem à informação financeira cujos destinatários pode ser a própria entidade
ou entidades externas.

Harmonização e Normalização Contabilística

Harmonização Contabilística: o processo que se
estabelece para um normativo comum e no
qual se encontram subjacentes esforços para a
uniformização contabilística ao nível nacional e
internacional.
Normalização Contabilística: conjunto de ações
na procura de uma uniformização de regras e
princípios contabilísticos orientados para criar
uma “linguagem contabilística” cada vez mais
universal.

Objetivo: comparabilidade da informação contabilística

Entidades normalizadoras em Portugal

Banco de Portugal: Entidades que integram o sistema financeiro

→ Normativo: Plano de Contas para o Sistema Bancário

Comissão do mercado de valores imobiliários: Entidades com títulos sujeitos à negociação (cotadas
em bolsa)
→ Normativo: Normas internacionais de contabilidade (NIC) - Emitidas pelo IASB

Autoridade de supervisão de seguros e pensões: Entidades que integram o sistema financeiro

segurador
→ Normativo: Plano de Contas para as empresas seguradoras

Comissão de normalização contabilística: Todas as restantes entidades

→ Normativo: Sistema de Normalização Contabilística (SNC)

Sistema de Normalização Contabilístico (SNC)

Referenciais contabilísticas em Portugal

Sistema de normalização contabilístico: contém as NCRF (Normas Contabilísticas e de Relato

Financeiro), os princípios e conceitos que determinadas entidades portuguesas devem seguir na
preparação e apresentação da sua informação financeira e que têm por inspiração as Normas
Internacionais de Contabilidade.

→ Reconhecimento: realizar lançamentos contabilísticos

→ Mensuração: atribuir um determinado valor
→ Apresentação: elaborar e apresentar os quadros contabilísticos
→ Divulgação: divulgar a informação financeira

Dimensão das empresas do ponto de vista económico:

→ Valor total do Balanço;
→ Valor total de rendimentos ou volume de negócios;
→ Número médio de empregados durante o período.

Qualquer entidade só se considera dentro de uma dada categoria se estiver contida em pelo menos
2 dos 3 limites.
Enquadramento contabilístico das entidades em Portugal

SNC: Estrutura Conceptual

Estrutura Conceptual (EC): estabelece os conceitos que estão subjacentes à preparação e
apresentação das demonstrações financeiras criando uma base útil de trabalho para os preparadores
da informação, bem como para ajudar os utentes/utilizadores na sua interpretação.

A EC é um itinerário lógico dedutivo. No caso de existir conflito entre as NCRF e a EC, os requisitos da
NCRF prevalecem em relação à Estrutura Conceptual.

Composição da EC

Elementos das Demonstrações Financeiras

Balanço (quadro contabilístico que apresenta a posição financeira de uma empresa num determinado
momento- desde o ano de fundação até ao momento a analisar)
• Ativo: bens e direitos
• Passivo: obrigações
• Capital Próprio: património líquido

O balanço representa o património de uma pessoa ou entidade.

Como calcular o património bruto e líquido?

Património Bruto= Bens + Direitos
Património Líquido= Bens + Direitos - Obrigações

Equação Fundamental da Contabilidade: Ativo= Capital Próprio + Passivo

---Ativo---
É um recurso- bem (tangível) ou direito (intangível)
Controlado pela entidade
Gera benefícios económicos futuros
Consequência de acontecimentos passados
---Passivo---
É uma obrigação
Implica exfluxos de recursos
Gera benefícios económicos futuros
Consequência de acontecimentos passados

---Capital Próprio---
Capital Próprio= Ativo – Passivo
=
Situação Líquida/Património Líquido

Situações liquidas possíveis:

Demonstração de Resultados (apresenta o desempenho económico num determinado período- 12

meses)
• Rendimentos: aumentos nos benefícios económicos que resultam em aumentos no capital
próprio
• Gastos: diminuição nos benefícios económicos que resultam em diminuições no capital
próprio
---Rendimentos---
→ Réditos: provêm do decurso das atividades correntes de uma entidade;
Ex: Vendas; Serviços prestados
→ Ganhos: podem, ou não, provir do decurso das atividades ordinárias de uma entidade.
Ex: Venda de ativos intangíveis

---Gastos---
→ Gastos: provêm do decurso das atividades correntes de uma entidade;
Ex: Fornecimentos e serviços externos; Gastos com pessoal
→ Perdas: podem, ou não, provir do decurso das atividades ordinárias de uma entidade.
Ex: Perdas de mercadorias por desastres

Demonstrações Financeiras: documentos contabilísticos que apresentam de forma estruturada e

normalizada a informação que é exigida para a prestação de contas das entidades e apoia a gestão na
tomada de decisão.

• Objetivo: proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho económico

e das alterações na posição financeira de uma entidade, auxiliando na tomada de decisão por
partes dos utentes.
Balanço
− Ativo/Passivo corrente: usado num período igual ou inferior a 12 meses;
− Ativo/Passivo não corrente: usado num período superior a 12 meses.
Nota: Dívidas de clientes - sempre ativo corrente; Dívidas a fornecedores- sempre passivo corrente

Demonstração dos Resultados (DR)

Equação da Demonstração de Resultados: Rendimento Líquido do Período= Rendimentos - Gastos

• RLP>0: Rendimentos>Gastos - Lucro
• RLP<0: Rendimentos<Gastos - Prejuízo

Demonstração das Alterações no CP (DACP): apresenta a informação financeira relativa à parte dos
capitais próprios
• A DACP revela as alterações na composição e no valor do CP

Equação da DACP: CP Inicial + Variações de CP = CP Final

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): A DFC revela as alterações de caixa e equivalentes num
determinado período, agrupados pelas atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

Equação da DFC: Caixa Inicial + FC Operacionais + FC Investimento + FC Financiamento = Caixa Final

Anexo: revela informação qualitativa e quantitativa complementar

Interligação entre as Demonstações Financeiras

Pressupostos Contabilísticos

Definição: regras que estão na base da contabilidade e que devem estar presentes na sua elaboração.

---Regime de Acréscimo---

O reconhecimento dos rendimentos e gastos é feito no período a que respeita, em função das
correntes de entradas e saídas de bens e serviços, e não no período em que ocorrem os influxos ou
exfluxos de caixa.

Regime de Acréscimo VS Regime de Caixa

➢ Regime de Acréscimo: dezembro de 2022: reconhece o pagamento de 1.000€; janeiro de
2023: reconhece o gasto de 1.000€.
➢ Regime de Caixa: dezembro de 2022: reconhece o pagamento e gasto de 1.000€.

---Regime de Continuidade---

Pressupõe-se, na preparação das demonstrações financeiras, que as entidades operam em

continuidade no presente e no futuro, não vindo a ocorrer ou a decidir reduzir drasticamente o volume
das operações, nem interrupções súbitas, prolongadas, ou irreversíveis nas suas operações.

Regime de Continuidade VS Regime de Liquidação

➢ Regime de Continuidade: se a empresa não vai entrar em liquidação, a sua atividade não está
em risco. Assim, pressupõe-se que continuará a operar ao longo dos anos -> procede
conforme o regime de acréscimo.
➢ Regime de Liquidação: se a empresa entrar em liquidação, a sua atividade já não é viável ->
procede conforme o regime de caixa.

Caraterísticas Qualitativas

Compreensibilidade: compreensível pelos utentes, que têm o mínimo de conhecimentos

contabilísticos.
Relevância: a informação tem de ser relevante para a tomada de decisão.
Fiabilidade: isenta de erros materiais e de preconceitos.
Comparabilidade: comparar as demonstrações financeiras de uma entidade no tempo e no espaço.

Constrangimentos à informação relevante e fiável

▪ Tempestividade: se houver demora indevida no relato da informação, ela pode perder a sua
relevância.
▪ Balanceamento entre o benefício e o custo: os benefícios derivados da informação devem
exceder o custo de a proporcionar.
 ▪ Balanceamento entre as caraterísticas qualitativas: conseguir um balanceamento apropriado
entre as caraterísticas a fim de ir ao encontro dos objetivos das demonstrações financeiras.

Dinâmica Empresarial
Óticas Empresariais

---Ótica Económica---

Considera os fluxos reais externos e internos (consumo de meios ou recursos- consumo de matérias-
primas, energia, etc; utilização de mão de obra, equipamentos, instalações) e obtenção de produções:

• Rendimentos: réditos + ganhos

• Gastos: gastos + perdas

A Demonstração dos Resultados exprime a ótica económica.

---Ótica Financeira---

Fluxos diretamente relacionados com a remuneração dos fatores e dos bens e serviços vendidos, ou
seja, os direitos e as obrigações de caráter financeiro:

• Receitas: direito de receber (ativo)

• Despesas: obrigação de pagar (passivo)

O Balanço e Demonstração de Alterações de CP exprimem a ótica financeira.

---Ótica de Tesouraria---

Gera-se um conjunto de fluxos externos que tem a ver com a circulação da moeda, daí se designarem
por fluxos monetários:

• Recebimento: fluxos de entrada de meios líquidos de pagamento

• Pagamento: fluxos de saída de meios líquidos de pagamento

A Demonstração de Fluxos de Caixa exprime a ótica de tesouraria.