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A EVOLUÇAO E O PAPEL DA CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE

GESTAO

A génese da Contabilidade e explicada pela necessidade sentida pelo homem de preencher


as deficiências da memória, mediante um processo de classificação e registo que lhe
permitisse recordar fácilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas, para
que em qualquer momento pudesse saber da sua extensão.

Assim, a contabilidade primitiva visava fundamentalmente suprir as limitações da


memória humana. Alem disso, desempenhava igualmente uma outra função importante,
a de constituir um meio de prova em caso de litígio ou entre partes discordantes.

Os processos de registos utilizados, que inicialmente eram bastante simples, foram se


generalizando, tendo chegado aos nossos dias sistematizados naquilo que se designa por
método Contabilístico. Este método, e constituído por um conjunto de registos relativos
as grandezas que se pretende observar e as variações aumentativas e diminuitivas que
essas grandezas possam sofrer.

A contabilidade que a princípio tinha um papel de natureza jurídica, transforma-se


progressivamente numa fonte de informações, na medida em que pode facultar a todo o
momento, o conhecimento da situação do agente económico e o andamento dos seus
negócios.

Presentemente às empresas não interessa apenas o registo histórico dos factos


patrimoniais. Também a previsão do futuro e um facto relevante na gestão moderna,
assente também ela nos dados fornecidos pela contabilidade.

Assim, com o desenvolvimento das técnicas de gestão foi-se operando uma mudança no
conceito tradicional da contabilidade. Ela já não e entendida apenas como elemento de
simples recolha e interpretação dos dados históricos. É alem disso, uma técnica eficiente
de gestão. De facto, a gestão moderna, não se limita a recordar o passado e conhecer o
presente, torna-se necessário também conhecer o futuro, planear a actividade, estabelecer
objectivos, mediante uma prévia selecção entre as diversas alternativas possíveis. Ora, o
estabelecimento destas opções exige elementos que as fundamente. Os dados
contabilísticos constituem um importante auxiliar no fornecimento desses elementos.

Também é sabido que a tributação é, na maioria dos países e lançada sobre o lucro real
das empresas. Daqui advém a necessidade de ser efectuada de acordo com as normas e
preceitos legais.

Igualmente a nível da economia nacional e internacional, as informações obtidas na


contabilidade se revelam úteis. Nenhum estado pode orientar devidamente a sua
economia, sem que possua as informações sobre a situação das empresas, da sua
eficiência, dos sectores mais rentáveis, dos custos de produção, volume de matérias
necessárias.
A administração pública para estabelecer o seu orçamento e para seguir a aplicação das
verbas que lhe são consignadas, necessita de recorrer a técnica contabilística.

O que é Contabilidade?

Uma outra definição de Contabilidade muito difundida é a da American Accounting


Association que considera como o processo de identificação, medida e comunicação da
informação económica com vista a ilustrar os juízos e as decisões de quem utiliza a
informação.

Quem são os Usuários da informação contabilística?

A informação contabilística é requerida por vários usuários de forma a influenciar na


tomada de importantes decisões; de entre outros se destacam:

Investidores: os proprietários, sócios, parceiros e todos que tenham investido na empresa


estão interessados em informações sobre a posição financeira da empresa bem como as
capacidades do retorno do investimento efectuado.

Gestores: os gestores usam as informações contabilísticas para traçar objectivos


empresariais assim como analisar a performance da empresa no geral e os departamentos
em particular e poderem tomar decisões atempadas

Credores: estão interessados em saber se os montantes emprestados as empresas serão


pagos dentro das datas acordadas.

Trabalhadores: estão interessados em informações contabilísticas da empresa como


forma de ter a certeza sobre a sua segurança no trabalho, benefícios sociais e negociações
salariais

Governo: o interesse do governo pelas informações contabilísticas para alem dos


impostos e também para permitir as analises estatísticas que possibilitem a elaboração de
planos e politicas do país

Clientes: o seu interesse e a garantia da continuidade dos fornecimentos a credito bem


como a seguranças dos adiantamentos por si efectuados as empresas.

O mais importante é que a contabilidade deve responder as necessidades comuns da


maioria parte dos utentes isto é assim porque quase todos os utentes tomam decisões
económicas, por exemplo para:

a) Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento em capital próprio;

b) Avaliar os deveres da gestão ou sua responsabilidade;

c) Avaliar a capacidade da empresa de pagar e proporcionar outros benefícios


aos seus empregados;

d) Avaliar a segurança das quantidades emprestadas a empresa;


e) Determinar a politica dos impostos;

f) Determinar os lucros distribuíveis e os dividendos;

g) Preparar e usar as estatísticas do rendimento Nacional;

h) Regulamentar as actividades da Empresa.

Donde e que as informações contabilísticas provem?

As informações contabilísticas provem originalmente de:

Facturas, Recibos;

Notas de crédito e de débito

Cheques

Comunicações bancárias

Divisões da Contabilidade

Uma empresa, como organismo vivo que é, mantém por um lado, relações com o exterior
(fornecedores, clientes, investidores, Estado, etc.) e, por outro lado, tem a sua vida interna
própria onde é feita a combinação de todos os factores produtivos (matérias-primas, mão-
de-obra, energia) com vista a produção final de certos bens e serviços.

A empresa não pode desenvolver a sua actividade isoladamente, mas sim em constante
relação com o meio exterior a quem deverá adquirir os factores produtivos que necessita
e a quem deverá vender os produtos ou serviços que produz. Entretanto existe uma zona
interna em que se desenvolve propriamente a actividade produtiva da empresa onde se
desenvolvem as relações entre os recursos humanos, financeiros e materiais para a
produção final.

Assim a par de uma contabilidade geral, que nos dá a situação económico-financeira da


empresa, pois se preocupa com compras, vendas, cobranças, os empréstimos,
encontramos também uma contabilidade Interna, de Custo ou Analítica de Exploração
que permite um controlo directo e pormenorizado da actividade da empresa.

Estas duas contabilidades têm, com efeito, objectivos distintos e daí não admirar que
apresentem características diferentes a saber:

a) Contabilidade Geral, Externa ou Financeira

- Regista os factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros

- Regista as operações externas da empresa


- Permite conhecer a qualquer Altura, a situação patrimonial da empresa

- Dá a conhecer, período a período em regra no final de cada ano, os resultados


obtidos com a exploração nesse período, apura o lucro global da empresa e
elabora o balanço anual

- Possibilita a feitura de análises económicas e financeiras, peças importantes


para a orientação dos Gestores da empresa

- Os principais utilizadores são entidades externas.

b) Contabilidade Analítica de Exploração

- Visa o apuramento de resultados, fornecendo sempre que se queira, os custos


totais e unitários dos produtos, subprodutos e resíduos resultantes da
actividade produtiva da empresa.

- Permite a criação de centros de custos e consequentemente, a hierarquização


de responsabilidades dentro da empresa que e dividida por secções;

- Possibilita estudos de rendibilidade e economicidade tanto internas como


também com outras empresas do mesmo ramo de actividade, permitindo assim
a obtenção e correcção de erros ou desvios cometidos na fase da produção;

- Auxilia a Gestão da empresa, dando-lhe os meios para habilitar a tomar


decisões mais esclarecidas, rápidas, seguras e eficazes.

Tendo em consideração que o período do registo ou relevação dos factos patrimoniais


podem ser diferentes dai o falar-se também em:

a) Contabilidade Previsional, a que traduz a estrutura e a actividade que se


pretende no futuro; exprimindo, pois os resultados das previsões. Permite a
elaboração de planos de actividades e formulação de regras a que a acção se
deve subordinar.

b) Contabilidade Histórica, a que nos mostra se os objectivos traçados pela


gestão da empresa foram ou não atingidos. Permite, pois uma visão,
retrospectiva sobre essa gestão

Se tomarmos em conta a diferente natureza das unidades económicas, podemos


considerar a:

a) Contabilidade Comercial

b) Contabilidade Industrial
c) Contabilidade Agrícola

d) Contabilidade de Seguros

e) Contabilidade Publica
INFORMAÇÃO FINACEIRA

Características qualitativas

Para que a informação financeira divulgada seja útil e necessário que seja entendida
pelos utentes, o que só acontecera se reunir as seguintes características;

Compreensibilidade: A informação proporcionada pelas demonstrações financeiras


deve ser facilmente compreendida pelos utentes. Para esse fim presume-se que os
utentes tenham um razoável conhecimento das actividades empresariais e económicas e
da contabilidade e vontade de obter informação com razoável diligencia.

Porém, a informação acerca de matérias complexas, que devam ser incluída nas
demonstrações financeiras dada a sua relevância para as necessidades de tomada de
decisões pelos utentes não deve ser excluída meramente com o fundamento de que ela
possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes

Relevância: A informação deve ser relevante as necessidades dos usuários na tomada


de decisões. A informação e relevante quando influencia as decisões económicas dos
utentes, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros,
confirmando ou corrigindo as suas avaliações.

Fiabilidade: A informação deve ser fiável, e tem qualidade de fiabilidade quando esta
livre de erros relevantes e quando os utentes podem nela depositar confiança como
representando fielmente aquilo que ela espelha ou poderia razoavelmente esperar-se que
ela espelhasse.

Comparabilidade: os usuários da informação financeira devem poder comparar as


demonstrações financeiras da empresa ao longo do tempo, afim de identificar tendências
na sua posição financeira e no seu desempenho.
Devem também ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de diferentes
empresas, a fim de avaliar, em termos relativos, a sua performance financeira, os
resultados e as mudanças na posição financeira.

Consequentemente, a avaliação e apresentação dos efeitos financeiros de transacções e


outros eventos semelhantes devem ser feitas de modo normalizado em todas as
empresas nos diversos períodos e de maneira consistente para empresas diferentes.

Representação Fidedigna: A informação deve representar fidedignamente as


transacções e outros acontecimentos que pretende espelhar ou possa razoavelmente
esperar que espelhe. Assim, o balanço e a demostraçao de resultados devem representar
fidedignamente as transacções e outros acontecimentos de que resultem activos,
passivos, capital e fundos próprios bem como custos e proveitos da empresa, na data do
relato, que satisfaçam os critérios de reconhecimento.

Neutralidade: A informação decorrente das demonstrações financeiras tem de reflectir


a imparcialidade, isto e, não deve ser seleccionada ou apresentada por forma a
influenciar a tomada de posição ou decisão ou para atingir um fim predeterminado.

Plenitude: A informação nas demonstrações financeiras deve ser completa dentro dos
limites da materialidade e de custo. Uma omissão pode fazer com que a informação seja
falsa ou enganadora e, por conseguinte, não fiável em termos de relevância.

PRINCIPIOS CONTABILISTICO FUNDAMENTAIS

Para dar uma imagem correcta da sua situação económica e financeira a empresa devera
observar os princípios que adiante se enumeram:

Da continuidade: A empresa e uma entidade que opera num âmbito temporal


indefinido, entendendo-se por consequência que não tenciona nem necessita de entrar
em liquidação ou de reduzir significativamente o volume das suas operações.

Da consistência: A empresa mantém as suas políticas contabilísticas durante vários


exercícios, devendo indicar no anexo as alterações consideradas materialmente
relevantes.
Da prudência: A empresa deve acautelar nas suas contas a necessária precaução para
fazer face as estimativas decorrentes da sua actividade, sem que dai resulte a
constituição de reservas ocultas provisões excessivas que afectem a quantificação de
activos e proveitos por defeito ou de passivo e custos por excesso.

Da especialização dos exercícios: A empresa deve reconhecer os proveitos e os custos


a medida que eles ocorrem tenham ou não sido recebidos ou pagos, devendo inclui-los
nas demonstrações do exercício a que respeitam.

Do custo histórico: A empresa deve efectuar os registos contabilísticos com base nos
custos de aquisição ou de produção.

Da substancia sobre a forma: A empresa deve contabilizar as operações com base na


sua substancia e realidade financeira, e não atender apenas a sua forma legal.

Da materialidade: As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos


relevantes conducentes a sua correcta apreciação pelos utentes

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