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Contabilidade Financeira I

Docente: Cláudia Viola

1.Introdução
1.1.Evolução histórica da contabilidade
1.2.Conceito e objectivos
1.3.Divisões da contabilidade
 
1.1. Evolução histórica da contabilidade
 A história da contabilidade é tão antiga quanto a da civilização. Esta presa ás
primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção á pose e de
perpetuação e interpretação dos factos ocorridos com o objecto material de que o
homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.
 Luca Pacioli nasceu em Borgo San Sepulcro no ano de 1445 e morreu em 1517.
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Apesar de ser
considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas. O
método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV.
Pacioli escreveu TRATACTUS DE COMPUTIS ET SCRIPTURIS( Contabilidade
por Partidas Dobradas) publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do
débito e do crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos.
A história da contabilidade mereceu diversas divisões, de acordo com os diversos estudiosos;
segundo o prof. FEDERIGO MELIS, divide-se em quatro períodos distintos:
1º PERÍODO
HISTÓRIA ANTIGA OU DA CONTABILIDADE EMPÍRICA, que vai de cerca de 8.000 anos atrás
até 1202 da Era Cristã.
2º PERÍODO
HISTÓRIA MÉDIA OU DA SISTEMATIZAÇÃO DA CONTABILIDADE, que vai de 1202 da Era
Cristã até 1494.
3º PERÍODO
HISTÓRIA MODERNA OU DA LITERATURA DA CONTABILIDADE, que vai de 1494 a 1840.
4º PERÍODO
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA OU CIENTIFICA DA CONTABILIDADE, que vai de 1840 até
aos dias de hoje.
1.2 Conceitos e Objectivos

Segundo António Oliveira, Contabilidade: é um sistema de recolha, classificação e


interpretação de dados economicos.
Para Lopes Amorim, Contabilidade: é uma disciplina que tem por objectivo o conhecimento
do patrimonio de qualquer empresa no seu triplice aspecto ( qualitativo, quantitativo e
valorativo).
A contabilidade é um sistema de informação de apoio à gestão que permite conhecer a
situação patrimonial (posição financeira) e o desempenho económico-financeiro de uma
determinada entidade
 Segundo Rogério Fereira a Contabilidade como conjunto de processos de observação de procedimentos
convencionais, visa os seguintes objectivos

 a) Conhecimento da situação patrimonial, em geral;


 b) Determinação das posições devedoras e credoras (da empresa perante as entidades que com ela
transacionam);
 c) Apuramento dos resultados alcançados nas diversas actividades e, mais particularmente, o cálculo dos
custos das mercadorias compradas ou dos produtos fabricados e dos proveitos obtidos na venda de produtos
ou na prestação de serviços.
Objectivos da Contabilidade

 Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento em Capitais Próprios (Acções);


 Avaliar os deveres da gestão ou sua responsabilidade;
 Avaliar a capacidade da empresa em pagar e proporcionar outros benefícios aos seus
empregados;
 Avaliar a segurança das quantias emprestadas a empresa;
 Determinar as Políticas de impostos;
 Determinar os lucros distribuíveis e os dividendos;
 Preparar e usar as estatisticas do Rendimento Nacional;
 Regulamentar as actividades da Empresa;
1.3 Divisões da Contabilidade

De um modo geral existem duas grandezas da Contabilidade


A Contabilidade Geral (contabilidade financeira ou contabilidade externa) – nos da a
situação financeira da empresa pois se preocupa com compras, vendas,
cobranças e empréstimos…
 Assim, através da contabilidade Geral, a empresa:
 Regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros;
 Permite conhecer em qualquer altura a situação Patrimonial da empresa;
 Dá a conhecer a conhecer período a período em regra no final de cada ano, os resultados
obtidos com as actividades operacionais;
 Possibilita a feitura de análises económicas e financeiras.
 A Contabilidade Analítica de exploração (Contabilidade de Custos ou Contabilidade interna ou então
contabilidade industrial): permita um controlo directo e proporcional exacto da actividade da empresa.
Esta a nível das empresas:
 Fornecer sempre que se queira os custos unitários de todos os produtos, subprodutos e resíduos resultantes
da actividade produtiva;
 Permite a criação de centro de custo e consequentemente a hierarquização de responsabilidade dentro da
empresa que é dividida por secções;
 Permite estudos de rendibilidade e economicidade, através da obtenção e correção erros e desvios
cometidos.
 Auxilia a gestão na tomada de decisão tendo em conta aos 3 E’s (Economicidade, eficiência e eficácia);
1.4 Tipos de Informações Contabilística

As informações que a contabilidade fornece podem ser:


 Internas – são aquelas que abrangem a actividade interna de uma empresa, onde há uma
preocupação em conhecer os gastos, os rendimentos e os resultados, por centros ou
produtos, e apoiam a tomada de decisões;
 
 b) Externas – referem-se as que são úteis aos administradores da empresa mas também
aos sócios, a outras empresas concorrentes, ao Estado, aos credores, etc.
Estas informações dizem respeito ao registo das relações da empresa ou de outra entidade com
o resto do circuito e ao conhecimento da situação económica e financeira.
1.5 Característica da Informação Contabilística

 a) Relevância – é a qualidade que a informação tem de influenciar a tomada de decisões


(só é informação com relevância material, se for susceptível de influenciar as decisões dos
leitores).
 b) Fiabilidade – é a qualidade que a informação tem de estar liberta de erros materiais, ao
mostrar de forma concisa, os valores que a compõem.
 c) Comparabilidade – só é possível através da normalização da escrita e assim poderem
ser comparados os seus valores.
1.6 Usuários da Contabilidade

 A contabilidade tem por objectivo fornecer informações de carácter financeiro que sejam capazes
de satisfazer a diversos stakehoders da empresa na qual estes são designados por usuários da
contabilidade, ou ainda são usuários da contabilidade aqueles que necessitam de informações
geradas pela mesma. Os usuários podem ser:
INTERNOS
 a) Investidores – os fornecedores de capital de risco e os seus consultores necessitam de
informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender, por exemplo acções e
obrigações. Os accionistas estão também interessados em informação que lhes facilite determinar
a capacidade da entidade pagar dividendos.
 b) Empregados – os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na
informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão também
interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar
remuneração, benefícios de reforma e oportunidade de emprego.
Externos

 a) Fornecedores e outros credores comerciais – os fornecedores e outros credores estão


interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes são
devidas serão pagas no vencimento.
 b) Clientes – os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma
entidade, especialmente quando dela estão dependentes. É o que se passa relativamente a
empresas que fornecem determinado bens e serviços.
 c) Governos e seus departamentos – o Governos e seus departamentos estão interessados
na alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades. Também exigem
informação a fim de regularem as actividades das entidades, determinar as políticas de
tributação e como base para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes.
 d) Bancos – Analise economica financeira para aprovar empréstimos
Princípios Fundamentais da Contabilidade

Com o objectivo de obter uma verdadeira e aproximada imagem da situação financeira e dos
resultados da empresa, no acto de registo das operações que afectam a empresa deve-se
responder as seguintes questões:
a) Quando é que o facto deve ser registado? (Reconhecimento)
b) Como é que o facto deve ser valorizado? (Valorização)
c) Como é que o facto deve ser classificado? (Classificação)
Da continuidade – Considera-se que a empresa tem uma duração ilimitada laborando indefinidamente e sem
necessidade de entrar em liquidação. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a
necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou
necessidade existir, empresa deve divulgar.

Da consistência – A empresa não altera as suas políticas contabilísticas de um momento para o outro, sem que
tenha para isso razões devidamente fundamentadas, tendo ainda que fazer referência a elas na respectiva
“Nota”.

Da especialização do exercício ou do acréscimo (competência) – Os proveitos e custos devem ser imputados


ao período em que são obtidos, independentemente do seu recebimento ou do seu pagamento. Este princípio,
tem por objectivo informar aos utilizadores das informação contabilística não apenas as transações ocorridas
envolvendo o pagamento ou recebimento de caixa, mas também sobre as obrigações de pagamento futuro e
sobre os recurso que serão recebido no futuro.
Da prudência – Significa que devem ser criadas provisões sempre que as situações assim o exijam, sem
contudo permitir a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas. Deste modo, a prudência
consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que activos ou receitas não sejam
superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados.

Da substância sobre a forma – As operações devem ser contabilizadas atendendo à sua substância e à
sua realidade financeira e não apenas à sua forma legal ou fiscal.

Da materialidade – As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que sejam


relevantes e que possam afectar avaliações ou discussões pelos utentes interessados. Ou por outra, uma
informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões económicas dos
usuários, tomadas com base demonstrações contabilísticas.
Obrigada
Por: Cláudia de Ruvídia Augusto Viola

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