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CONTABILIDADE I (CONCEITOS BÀSICOS)

UNIDADE I – Conceitos básicos de Contabilidade

1. A Contabilidade como fonte de informação


Nos tempos modernos, com a formação de grandes empresas (sociedades abertas), a
informação contábil passou a ser de interesse de grupos cada vez mais amplos de
indivíduos, que incluem não somente acionistas, mas também fornecedores, financiadores,
banqueiros, poderes públicos (arrecadadores de impostos) e até empregados que participam
do lucro ou dos resultados das empresas. De forma indireta, mesmo a sociedade em geral é
interessada na informação contábil, pois a vitalidade das empresas é assunto de
relevante interesse social.

O registro de todas as ocorrências é feito pela Contabilidade através de técnica que


lhe é própria, a que chamamos Escrituração.

Como o simples registro dos fatos não é suficiente elemento informativo e orientador,
a Contabilidade reúne os fatos registrados, também segundo procedimento próprio, em
demonstrações expositivas, que recebem a designação genérica de demonstrações con
tábeis e denominações específicas de inventários. balanços patrimoniais, demonstrações de
resultados, de lucros acumulados, de origens e aplicações de recursos, de variações do
patrimônio líquido, e outras.

Utiliza-se a Contabilidade, ainda, de mais uma técnica especializada, com o fim de


confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações contábeis - a Auditoria - que
constitui atualmente uma das mais importantes especializações do profissional da
Contabilidade.
Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas, oferecendo informações
globais, de conjunto que não propiciam esclarecimentos quanto à composição analítica do
patrimônio e de suas variações, elas nem sempre atingem os fins informativos e
esclarecedores a que se destinam. Daí a utilização, pela Contabilidade, de outra técnica
especializada, chamada genericamente de Análise de Balanços. Esta , utilizando métodos
e processos específicos, permite decompor, comparar e interpretar o conteúdo das
demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas, orientadoras e úteis à tomada
de decisões, não somente para administradores e titulares do patrimônio, mas também para
investidores, financiadores e todos os que com eles mantêm relações de interesse.

1.2 Grupos de Pessoas e de Interesses que Necessitam da Informação Contábil

Tendo em mente as premissas traçadas no item anterior, é necessário delinear


resumidamente o tipo e a qualidade da informação que a Contabilidade deve estar em
condições de fornecer a vários grupos de pessoas cujos interesses nem sempre são
coincidentes, embora não se chegue ao exagero de afirmar que sejam conflitantes.
1.2.1 Sócios, Acionistas e Proprietários de Quotas Societárias de Maneira Geral

Essas pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus


investimentos, que muitas vezes se mantêm afastadas da direção das empresas, necessitam
de informações resumidas que dêem respostas claras e concisas a suas perguntas. Por
exemplo: qual a taxa de lucratividade proporcionada a seu investimento em ações ou
quotas-partes da sociedade? Será que a empresa continua a oferecer, a médio e longos
prazos, perspectivas de rentabilidade e segurança para seu investimento? Existe alguma
alternativa mais adequada para seus investimentos? Normalmente, relatórios elaborados
pela Contabilidade Financeira e esclarecimentos prestados pela Administração por ocasião
das assembléias ou reuniões de sócios realizadas algum tempo após o encerramento dos
exercícios são suficientes para responder a tais perguntas. Nas sociedades em que os sócios
estão mais intimamente ligados à área administrativa, o nível, a quantidade e a qualidade de
informação necessária são os mesmos focalizados no próximo item.

1.2.2 Administradores, Diretores e Executivos dos mais Variados Escalões

O interesse nos dados contábeis dessas pessoas atinge um grau de profundidade e


análise, bem como de freqüência, muito maior do que para os demais grupos. De fato, são
eles os agentes responsáveis pelas tomadas de decisões dentro de cada entidade a que
pertence. Tais decisões visam principalmente ao futuro, mas, para se preparar para agir no
futuro, é necessário não apenas conhecer detalhadamente o que aconteceu no passado,
como também o que está acontecendo no momento. Note-se que as informações fornecidas
pela Contabilidade não se limitam, como julgam muitos, ao Balanço Patrimonial e à
Demonstração de Resultados. Além dessas demonstrações básicas e finais de um período
contábil, a Contabilidade fornece aos administradores um fluxo contínuo de informações
sobre os mais variados aspectos da gestão financeira e econômica das empresas. O
administrador inteligente, que sabe usar a informação contábil e que conhece suas
limitações, tem em suas mãos um poderoso instrumental de trabalho que lhe permite tomar
decisões visando ao futuro com maior segurança, bem como conhecer a situação atual e o
grau de acerto ou desacerto de suas decisões passadas.
Alguns autores, em obras de Contabilidade mais especializadas, chegam a distinguir
dois grandes ramos ou ênfases pelos quais a Contabilidade pode desempenhar seu papel
informativo. A Contabilidade Financeira, cujos relatórios finais básicos são o Balanço
Patrimonial, a Demonstração de Resultados, a Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos e os Fluxos de Caixa, teria maior utilidade ou visaria mais diretamente aos
agentes econômicos externos à empresa, assim como aos sócios desligados da direção, ao
passo que a Contabilidade Gerencial, mais analítica, incluindo em seu campo de atuação
também a Contabilidade de Custos, visaria primariamente à administração da empresa.
Este texto não tem em mira esgotar todos os aspectos da Contabilidade Financeira, e
tampouco explorar em profundidade todos ou mesmo alguns aspectos da Contabilidade
Gerencial. Trata-se de um texto de Contabilidade Básica, cujo principal objeto será fornecer
os elementos iniciais mínimos para um aprofundamento posterior nas mais variadas
especializações contábeis. No fundo, a Contabilidade é um conjunto integrado de princípios
e normas para fornecer informações que devem ser moldadas às finalidades para as quais se
destinam.
1.2.3 Bancos, Capitalistas, Emprestadores de Dinheiro

Para estas entidades e pessoas, as perguntas são mais ou menos parecidas às formuladas
pelas pessoas citadas no item 1.2.1, com a diferença de que o interesse dos sócios, quotistas
e proprietários das empresas às vezes vai algo além do puro escopo de retorno, estando
associadas também razões sentimentais, profissionais e de pioneirismo em seus
investimentos.
Quando a empresa opera com prejuízo ou começa a operar ineficientemente, é muito
provável que os sócios continuem a investir nela seus capitais na esperança de uma
melhoria (isto é tanto mais verídico à medida que existir maior ligação entre as figuras dos
sócios e dos administradores, principalmente nas médias e pequenas empresas), ao passo
que os emprestadores de dinheiro, cuja única finalidade é a rentabilidade e segurança de
retorno de seus investimentos, serão os primeiros a abandonar o barco em perigo de
naufrágio. Basicamente, todavia, o nível, a quantidade e, principalmente, a qualidade da
informação requerida são parecidos, com maior ênfase para os fluxos financeiros, no que se
refere aos emprestadores em geral.

1.2.4 Governo e Economistas Governamentais

As repartições e os economistas governamentais têm duplo interesse nas informações


contábeis. Em primeiro lugar, baseando-se freqüentemente em tais informações é que se
exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições. Isto é
especificamente verdadeiro no caso da maioria das empresas, cujo imposto de renda é
taxado a partir dos balanços, embora alguns ajustes tenham que ser feitos ao lucro contábil
para se apurar o lucro tributável. Em segundo lugar, os economistas encarregados de
análises globais ou setoriais de nossa economia interessam-se pelos dados contábeis das
diversas unidades microeconômicas, os quais, convenientemente agregados e tratados
estatisticamente, podem fornecer bases adequadas para as análises econômicas.

1.2.5 Pessoas Físicas

A Contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das finanças
também no caso dos patrimônios individuais. Freqüentemente, as pessoas esquecem-se de
que alguns conhecimentos de Contabilidade e Orçamento muito as ajudariam no controle,
ordem e equilíbrio de seus orçamentos domésticos.

2. Conceitos, básicos e princípios de contabilidade

Campo de Aplicação:
Seu campo de aplicação é o das entidades econômico-administrativas, sejam de fins
lucrativos ou não.
Finalidade:
Assegurar o controle do patrimônio administrado, através do fornecimento de informações
e orientação - necessárias à tomada de decisões - sobre a composição e as variações patrimoniais,
bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas para alcançar seu fins, que
podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes ou outros).
A finalidade da Contabilidade é pois, controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de
uma entidade, através do registro, da classificação, da demonstração expositiva, da análise e
interpretação dos fatos nele ocorridos, objetivando fornecer informações e orientação -
necessárias à tomada de decisões - sobre sua composição e variações, bem como sobre o
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
Essas informações são indispensáveis à orientação administrativa, permitindo maior
eficiência na gestão econômica e financeira da entidade e no controle dos bens patrimoniais.
A Contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a
História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente
da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem
elaborar planos para a orientação administrativa.
Mais relevante ainda que esse aspecto histórico, constituindo-se na finalidade mais
importante da Contabilidade, é fornecer informações e orientações de caráter econômico-
financeiro, sem as quais a administração da entidade não dispõe de elementos para a tomada de
decisões.

Técnicas de que se utiliza para atingir sua finalidade:

- Registro dos fatos - Escrituração Contábil.


- Demonstração expositiva dos fatos - Demonstrações Contábeis.
- Confirmação dos registros e demonstrações contábeis - Auditoria.
- Análise, comparação e interpretação das demonstrações contábeis - Análise de Balanços

Estas técnicas são também chamadas de meios ou funções da Contabilidade:

A escrituração é o registro dos fatos que ocorrem no patrimônio. Esse registro é feito em
ordem cronológica, o que dá à Contabilidade característica de verdadeira história do patrimônio.
Não se cinge a esse aspecto histórico, entretanto, sua função, pois os registros evidenciam a
expressão monetária dos fatos e os selecionam de acordo com a natureza de cada um,
proporcionando sua classificação em grupos homogêneos, que distinguem os diversos
componentes do patrimônio e suas respectivas variações.
O simples registro e classificação dos fatos, dados seu volume e heterogeneidade, não são
elementos suficientes para permitir que a contabilidade atinja sua finalidade informativa e
orientadora. Dai serem esses fatos condensados em demonstrações expositivas, que recebem a
denominação de demonstrações contábeis.
Quando a demonstração é analítica e específica de determinados componentes
patrimoniais, tem o nome de inventário.
Para confirmar a adequação dos registros e das demonstrações contábeis aos princípios
fundamentais e às normas para ela estabelecidas, a Contabilidade se utiliza também de uma
técnica que lhe é própria, chamada Auditoria Contábil, ou simplesmente AUDITORIA, que
consiste no exame de documentos, livros e registros, obedecendo a normas específicas de
procedimento, com o objetivo de verificar se as demonstrações contábeis representam,
adequadamente, a posição econômico-financeira do patrimônio e os resultados do período
administrativo, de acordo com os Princípios Fundamentais e as Normas de Contabilidade,
aplicados de maneira uniforme em períodos sucessivos.
Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas e nem sempre fornecem
informações e orientação esclarecedoras sobre a composição analítica do patrimônio e de suas
variações, a Contabilidade dispõe de mais uma técnica especializada, denominada Análise de
Balanços. Esta permite decompor, comparar e interpretar essas demonstrações, oferecendo aos
interessados na riqueza patrimonial dados analíticos e interpretação sobre os componentes do
patrimônio e sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade,
informações estas indispensáveis à tomada de decisões.

Conceituação de contabilidade:
É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o
registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com
o fim de oferecer informações e orientação - necessárias à tomada de decisões - sobre a
composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da
riqueza patrimonial.

Objeto da contabilidade:
O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, sobre ele se exercem as funções
contábeis, para alcance de suas finalidades.
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade
econômico-administrativa, e constitui um meio indispensável para que esta realize seus
objetivos. Para alcançá-los, a administração da entidade pratica atos de natureza econômica e
financeira, produzindo variações aumentativas e diminutivas na riqueza patrimonial.
Para conhecer a situação do patrimônio em determinado momento, bem como suas
variações e os efeitos da ação administrativa sobre a riqueza patrimonial, é que a Contabilidade
registra, classifica, demonstra, analisa e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando
seus aspectos específicos e quantitativos, para fins de orientação administrativa.
O aspecto específico, também chamado qualitativo, considera as espécies de bens, direitos
e obrigações que compõem a riqueza patrimonial, tais como: dinheiro, mercadorias, móveis,
máquinas, imóveis, instalações e contas a receber ou a pagar. O aspecto quantitativo evidencia de
cada componente, expressa em moeda, por exemplo: dinheiro em caixa $ 500, mercadorias $
1.000, móveis $ 200, máquinas $ 300, imóveis $2.000, instalações $ 250, contas a receber $ 100
e contas a pagar $ 150.
As variações patrimoniais são qualitativamente representadas pelos diversos tipos de
receitas (também chamados ingressos) e de despesas (gastos ou saídas de bens) e
quantitativamente por seus respectivos valores.
O Objeto da Contabilidade é, pois, o patrimônio, e em torno dele se desenvolvem suas
funções, como meio para atingir sua finalidade, que é a de informar e orientar a administração
sobre o estado desse patrimônio e suas variações.

ESTUDO DIRIGIDO

1. Que é Contabilidade?

2. Que é entidade econômico-administrativa?

3. Por que é o patrimônio o objeto da Contabilidade?

4. Onde é aplicável a Contabilidade?

5. Com que fim a Contabilidade registra, demonstra, analisa e interpreta os fatos ocorridos
no patrimônio?

6. A quem a Contabilidade fornece informações?

7. Quais os meios utilizados pela Contabilidade para atingir seus objetivos?

8. Como você conceituaria a Contabilidade?

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