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“Na contabilidade da vida é melhor

ser credor do que devedor. Somos


credores quando ajudamos as
pessoas a se tornarem melhores e
devedores quando as prejudicamos.
Sejamos conscientes de nossas
ações para manter sempre o saldo
positivo. Regra fundamental da
contabilidade ensina que a cada
crédito corresponde um débito.”.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.
Carga Horária – 4 horas.
1) – Conceito de Contabilidade.
1.1) – Importância da Contabilidade.
1.2) – Importância do profissional contábil.
1.3) – Principais áreas da Contabilidade.

2) – Princípios Fundamentais de Contabilidade.


2.1) - Princípio da Entidade.
2.2) - Princípio da Continuidade.
2.3) - Princípio da Prudência.
2.4) - Princípio da Competência.
2.5) - Princípio da Oportunidade.
2.6) - Princípio do Registro pelo Valor Original.
2.7) - Princípio da Atualização Monetária.

3) – Departamento Societário.
3.1) – Tipos societários.
3.2) – Constituição de empresas.

4) – Departamento Fiscal.
4.1) – Enquadramento Fiscal: Simples Nacional, Lucro Presumido,
Lucro Real e Lucro Arbitrado.
4.2) – Impostos e Contribuições incidentes.

5) – Departamento Pessoal.
5.1) – Impostos, Contribuições e Benefícios.

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AUXILIAR DE SERVIÇOS CONTÁBEIS
Objetivo:
Aprender os conceitos da contabilidade e entender a
classificação do seu patrimônio e o da empresa. Ativo, Passivo,
Patrimônio.

1) – CONCEITO DE CONTABILIDADE.
1.1) – Importância da Contabilidade.
A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e
registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade.
Ela alcança sua finalidade através do registro e análise de todos
os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as
variações do patrimônio, com o fim de assegurar seu controle e
fornecer a seus administradores as informações necessárias para
tomada de decisão.
Para alcançar os seus objetivos a contabilidade utiliza
de várias técnicas entre elas a escrituração das ocorrências
patrimoniais, as demonstrações contábeis que são formas
expositivas de reunir fatos de maneira a obter as maiores
informações, e análise de balanços é uma técnica que permite
decompor, comprar e interpretar o conteúdo das demonstrações
contábeis, fornecendo indicadores para os usuários internos e
externos.
Um fato interessante a respeito da contabilidade é a
dificuldade de classificar a qual área ela pertence, pois de
modo geral é considerada uma ciência social, assim como a
economia e administração, porém por muitos ela é considerada
técnica ou arte.
No entanto, independentemente de sua classificação, é
esta técnica, arte ou ciência que adquire cada vez maior
importância, dado o crescimento das corporações, entidades e
empresas, que exige grande eficácia dos profissionais da
contabilidade, para que sejam capazes de trabalhar a infinita
gama de informações que são necessárias ao estudo e controle do
patrimônio.

1.2) – Importância do profissional contábil.


A contabilidade é fonte de informação indispensável para
que o empreendimento cresça seguro. Afinal, os registros
contábeis irão fornecer informações sobre custos, giro de
capital e dos encargos e tributos.
Segundo o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas), metade das empresas acabam encerrando suas
atividades nos dois primeiros anos. Esses números alarmantes
demonstram como o ato de empreender pode ser desafiador.
Sendo assim, neste cenário o profissional de
contabilidade pode exercer um papel extremamente importante
quanto a organização da empresa, pois o mesmo participa do
desenvolvimento da empresa desde sua constituição, podemos ir
além e dizer que o contador se faz necessário antes mesmo da

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constituição, analisando a viabilidade do negócio a ser
empreendido.
O contador no dia a dia da empresa, passa ser um parceiro
da alta gestão das companhias, já que através da análise e
interpretação das demonstrações contábeis gera informações para
que os gestores possam tomar decisões.
O contador também é extremamente importante para o fisco,
pois através de várias obrigações acessórias informa relevantes
informações aos governos municipal, estadual e federal.

1.3) – Principais áreas da Contabilidade.


Contador.
Nas empresas, o contador é a responsável pela apuração
de impostos, pelo controle de contas a pagar e a receber, pelo
levantamento de estoques e patrimônio e pela distribuição de
lucros, além de controle de receitas e despesas.

Auditoria Contábil.
A auditoria contábil é uma das áreas de atuação da
contabilidade mais relevantes, tudo isso porque ela atende a
verificação dos processos aplicados em todos os controles,
garantindo que os procedimentos que foram aplicados dentro do
que determina a legislação.
O trabalho da auditoria contábil tem como objetivo
analisar as finanças empresarial, verificar os registros e
identificar possíveis falhas de gestão. Com a auditoria, é
possível identificar os problemas e definir meios de corrigir e
solucionar possíveis erros.
Consultoria Financeira.
A contabilidade é uma atividade que possibilita a
aplicação de consultoria financeira, já que o conhecimento
adquirido pelo profissional permite que ele possa analisar
contas e lançamentos, indicando as melhores alternativas, tanto
para profissionais autônomos quanto para empresas ou órgãos
públicos.
E tem mais, a consultoria financeira também pode atuar
nas áreas de finanças, tributos, comércio exterior e inclusive
na análise financeira.

Perícia Contábil.
E existem as áreas de atuação da contabilidade que mais
exigem conhecimento do profissional, dentre elas está a perícia
contábil, que é responsável pela apuração e pela análise de
utilização dos recursos financeiros por parte das empresas e dos
órgãos públicos.
Um profissional de contabilidade que atua como perito
contábil pode aplicar seus conhecimentos inclusive em processos
judiciais, tendo como responsabilidade analisar documentos e
comprovar sua veracidade, para oferecer informações essenciais
para a busca de soluções de conflitos e litígios.
A perícia contábil é necessária em qualquer área de
atividade, principalmente nas que apresentam maior complexidade

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de operações, como instituições financeiras e sociedades de
capital aberto, oferecendo maior transparência às atividades de
grupos de maior porte.

Controladoria.
Ele é um dos mais requisitados no mercado financeiro,
havendo necessidade de conhecimentos aprofundados de
contabilidade e finanças, com habilidade e capacidade para tomar
decisões estratégicas.
O Controller é o responsável pela administração de
questões financeiras e tributárias, pelo apoio a processos de
fusão e cisão empresarial, pela busca de informações exigidas
pela gestão das empresas e pela análise de custos, entre outras,
sendo uma atividade essencial para multinacionais e empresas de
grande porte. Com seus conhecimentos o Controller é o centro
operacional financeiro das organizações.

Contabilidade Pública.
Entre as áreas de atuação da contabilidade, a gestão de
órgãos públicos certamente é uma das que mais exigem capacidade
por parte dos profissionais. O dinheiro público, proveniente do
pagamento de impostos e contribuições, deve ser gerenciado de
forma a atender às necessidades de uma população e, portanto, a
responsabilidade é muito maior.
Os profissionais que atuam nos Tribunais de Contas
possuem a responsabilidade de analisar relatórios dos municípios
e do governo estadual, controlando o uso e aplicação dos recursos
financeiros captados, servindo para alertar sobre fraudes e
desvios do erário.

Contabilidade de Custo.
É mais um dos ramos das Ciências Contábeis, que tem o
papel importante junto à gerência, de gerar informações que
servirão no auxiliar das tomadas de decisões, planejamentos,
determinando custos de produção, entre outros.

2) – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE.


O primeiro ponto que o contador deve conhecer são os
princípios básicos da Contabilidade. São o conjunto de cuidados
que o contador deverá obedecer no registro das informações
contábeis, e, de modo geral, no exercício da sua profissão.
São sete princípios básicos: o princípio da entidade,
o princípio da continuidade, o princípio da prudência, o
princípio da competência, o princípio da oportunidade, o
princípio do registro pelo valor original e o princípio da
atualização monetária.

2.1) - Princípio da Entidade.


O Princípio da Entidade reconhece que o patrimônio é o
objeto da contabilidade e pertence à entidade, sem se confundir

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com os patrimônios particulares (dos seus sócios ou
proprietários).

2.2) - Princípio da Continuidade.


O Princípio da Continuidade diz que a contabilidade deve
considerar que a entidade continuará suas operações
indefinidamente no futuro. Isso é necessário para garantir a
utilidade de alguns ativos que, caso a empresa encerrasse suas
atividades, teriam o seu valor econômico anulado, o que geraria
insegurança jurídica e tributária.

2.3) - Princípio da Prudência.


O Princípio da Prudência também é conhecido como
Princípio do Conservadorismo. Trata-se de considerar o menor
valor na mensuração de ativos e o maior valor na mensuração de
passivos. Dessa maneira, evitam-se possíveis equívocos no
levantamento das informações e descontrole financeiro ao
subestimar ou superestimar valores.

2.4) - Princípio da Competência.


O Princípio da Competência diz que os registros de
receitas e despesas devem ser incluídos na apuração dos
resultados do exercício (DRE) quando o fato gerador ocorre,
independentemente de quando acontece o pagamento ou recebimento.
É isso que chamamos de Regime de Competência, em contraponto ao
Regime de Caixa, que registra o fluxo de caixa das empresas.

2.5) - Princípio da Oportunidade.


O Princípio da Oportunidade se refere ao registro dos
fatos contábeis de maneira tempestiva e íntegra, ou seja, no
momento oportuno (mais próximo possível de quando ele foi gerado)
e com as informações completas e fidedignas, sem omissões ou
excessos.

2.6) - Princípio do Registro pelo Valor Original.


Esse princípio diz que os componentes do patrimônio devem
ser registrados pelos valores originais das transações,
expressos na moeda do país. Quando as transações são feitas com
o exterior, o valor deve ser transformado em moeda nacional no
momento do registro, a fim de homogeneizar os dados do patrimônio
da entidade.

2.7) - Princípio da Atualização Monetária.


Esse princípio se relaciona com o Princípio do Registro
pelo Valor Original. De acordo com o princípio anterior, o
patrimônio deve ser registrado pelo valor original, mas esse
valor deve ser atualizado de acordo com as variações de poder
aquisitivo da moeda nacional.

3) – DEPARTAMENTO SOCIETÁRIO.
3.1) – Tipos societários.

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Após o contador auxiliar o empreendedor a criar o plano
de negócio e demonstrar a viabilidade, o próximo passo é abrir
a sua empresa. No entanto, é preciso que o contador auxilie o
empresário a analisar e estudar qual o tipo mais adequado, pois
para cada um existem direitos e deveres.

EI - Empresário Individual.
Exerce em nome próprio uma atividade empresarial. Atua
individualmente, sem sociedade. Sua responsabilidade é ilimitada
(responde com seus bens pessoais pelas obrigações assumidas com
a atividade empresarial). O empresário pode exercer atividade
industrial, comercial ou prestação de serviços, exceto serviços
de profissão intelectual.
Não pode ser empresário o prestador de serviços que
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária
ou artística como médicos, engenheiros, arquitetos, psicólogos
e entre outros. Esses atuarão individualmente como autônomos
(pessoa física com registro na Prefeitura Municipal) ou com
sócios através da constituição de uma Sociedade Simples.
Esses profissionais poderão ser empresários, caso o
exercício da profissão intelectual tenha elemento de empresa.
Exemplos: Médico = Hospital, Engenheiro = Construtora, etc.

MEI – Microempreendedor Individual.


É o empresário individual com receita bruta anual até R$
81.000,00no ano (1º de janeiro à 31 de dezembro) ou R$ 6.750,00
em média por mês de atuação para o primeiro ano de exercício das
atividades.
O MEI, não pode ser sócio, titular ou administrador de
outra empresa, pode ter no máximo 01 (um) empregado que receba
exclusivamente o piso da categoria profissional, não tenha mais
de um estabelecimento (não ter filial) e entre outros requisitos.
Ver artigo 18-A da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de
2006
O MEI paga os seus tributos na forma do SIMEI por valores
fixos mensais (5% de um salário mínimo, relativo ao INSS do
Empresário + R$ 1,00 relativo ao ICMS (indústria, comércio ou
serviço de transporte intermunicipal ou interestadual) + R$ 5,00
relativos ao ISS (prestação de serviços). Está dispensado de
escrituração contábil e é segurado da Previdência social -
Contribuinte Individual (tem direito a alguns benefícios
previdenciários, entre eles, a aposentadoria por idade).
O registro do MEI é gratuito e pode ser efetuado pela
Internet através do site www.portaldoempreendedor.gov.br, onde
é possível verificar as atividades permitidas e obter maiores
informações. Vale lembrar que no caso de início de atividades no
próprio ano-calendário, o limite de receita bruta acima
mencionado será proporcional ao número de meses de atividade.

EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade


Limitada.

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Atuação individual - sem sócios. Responsabilidade do
empresário é limitada ao capital social (valor do investimento,
em dinheiro ou bens). Obrigatoriedade de capital social
integralizado de no mínimo 100 salários mínimos. A EIRELI
possibilita a atuação individual – sem sócios – porém, com
responsabilidade limitada. Protege o patrimônio pessoal do
empresário através da separação patrimonial. A EIRELI é uma
pessoa jurídica, com patrimônio próprio, não se confundindo com
a pessoa física do empreendedor e seu respectivo patrimônio.
O empresário titular da EIRELI poderá responder com seu
patrimônio pessoal por obrigações da empresa nas mesmas
hipóteses previstas para as Sociedades Limitadas.

LTDA - Sociedade Empresária.


É pessoa jurídica que possui patrimônio próprio, não se
confundindo com a pessoa física do dos sócios e seus respectivos
patrimônios.
Os sócios podem responder com seus bens pessoais nos
casos de comprovação de má-fé, sonegação fiscal, confusão
patrimonial, estelionato, fraude contra credores e etc. Dívidas
trabalhistas: A Justiça do Trabalho, recorrentemente, condena os
sócios ao pagamento da dívida trabalhista com o patrimônio
pessoal, no caso de os bens da empresa não serem suficientes.

S/A – Sociedade Anônima.


Diferente das demais sociedades apresentadas, uma
sociedade anônima não registra o nome de seus proprietários no
contrato social. Via de regra, os sócios desse tipo de empresa
podem vender suas participações quando acharem melhor,
transferindo suas ações do negócio para outras pessoas.
Uma empresa registrada como Sociedade Anônima, pode ser
aberta ou fechada. Caso a primeira opção seja escolhida, suas
ações devem ser negociadas na Bolsa de Valores local.
Independente do modelo escolhido, porém, a companhia precisa
liberar, uma vez por ano, demonstrações financeiras e contábeis.
As Sociedades Anônimas Abertas ainda precisam divulgar, a cada
3 meses, relatórios precisos a respeito de seu desempenho.

Sociedade Limitada Unipessoal.


Pelo advento da Lei nº 13.874, de 20 de Setembro de 2019
(Lei da Liberdade Econômica), a Sociedade Limitada, que até então
somente poderia ser constituída na forma pluripessoal (duas ou
mais pessoas), passou a ser admitida na forma unipessoal – § 1º
e 2º do Art. 1.052 do Código Civil Brasileiro, incluídos pela
Lei da Liberdade Econômica):
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1
(uma) ou mais pessoas.
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de
constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre
o contrato social.
Nesse passo e, por ocasião do fenômeno da Sociedade
Limitada Unipessoal, passou a ser possível o registro dessa nova

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Pessoa Jurídica com capital social inferior a cem vezes o salário
mínimo vigente, conforme exigido para a figura do EIRELI e,
dispensando-se a figura do sócio conforme LTDA e S/A, também
como condição para que a responsabilidade do sócio seja restrita
ao capital social da Pessoa Jurídica (LTDA).

3.2) – Constituição de empresas.


Tendo definido qual o tipo societário é o mais adequado
para companhia, cabe ao departamento societário realizar alguns
passos para concluir a efetivação da constituição da organização
e são eles:

Contrato Social.
Basicamente, a elaboração do contrato social irá definir
as participações de capital de cada um dos sócios do
empreendimento, bem como definir quais serão as atividades da
empresa e seu funcionamento (modelo tributário, participação dos
sócios, etc). O passo seguinte é verificar se o nome e o objeto
social da empresa encontram-se disponíveis para que o documento
seja elaborado, que, por sua vez, deverá ser reconhecido em
cartório e assinado por um advogado.

Registro na Junta Comercial.


O primeiro deles é o registro na Junta Comercial ou no
Cartório de Pessoas Jurídicas de seu estado. É a partir desse
registro que sua empresa passará a existir oficialmente. Ele
deve ser feito antes da obtenção do CNPJ e, apesar de não
oferecer autorização para sua empresa começar a funcionar, é
requisito essencial para prosseguir no processo de legalização
dela. Lembre-se que você precisará realizar previamente uma
consulta do nome empresarial escolhido, para verificar se já não
existe outra empresa registrada com ele.
Após a documentação ser aprovada pela Junta Comercial,
será possível retirar o NIRE (Número de Identificação do Registro
de Empresa). Somente essa etapa que você estará apto a ter um
número de CNPJ, o “RG” da sua empresa.

Obtendo o CNPJ da Empresa.


Com o NIRE em mãos, é possível obter o CNPJ (Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica). Todo o processo pode ser feito no
site da Receita Federal e todas as empresas, independentemente
do seu regime tributário, devem ter o seu registro em dia na
Receita Federal.

Inscrição Estadual.
A maioria dos estados possui um convênio com a Receita
Federal que lhe possibilita obter a inscrição estadual pela
internet junto com o seu CNPJ, por meio de um cadastro único. Em
alguns casos, a inscrição estadual deve ser obtida antes do
alvará de funcionamento. Essa inscrição é obrigatória para
empresas que prestam serviços de comunicação e energia, além das
empresas dos setores do comércio, indústria e serviços de

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transporte intermunicipal e interestadual. É a partir dela que
você recebe a sua inscrição no ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços).

Alvará de Localização e Funcionamento.


O principal documento obtido no município é o alvará de
funcionamento, ele é a autorização final que lhe permite abrir
as portas do seu negócio. Para o obter, você precisa comprovar
na prefeitura da sua cidade que reúne todas as condições exigidas
por lei para exercer a atividade de sua empresa. Essas condições
podem variar de acordo com o município, estado e ramo de
atividade.
Antes de o requerer e até mesmo de realizar a inscrição
na junta comercial, você deverá fazer uma consulta prévia na
prefeitura de sua cidade, para verificar se a atividade
empresarial escolhida por você pode ser exercida no local onde
pretende abrir a sua empresa.

4) – DEPARTAMENTO FISCAL.
4.1) – Enquadramento Fiscal: Simples Nacional, Lucro
Presumido, Lucro Real e Lucro Arbitrado.
Simples Nacional.
Foi instituído pela Lei Complementar 123 de 14 de
dezembro de 2006, criado com o objetivo de simplificar o
pagamento de tributos por Microempresas (ME) e Empresas de
Pequeno Porte (EPP) além de dar o tratamento diferenciado para
essas empresas, possui alíquotas nominais que variam de 4,0% a
22,90% distribuídas em 6 anexos que contemplam os diversos
setores e atividades econômicas.
Para empresas com faturamento até R$ 3,6 milhões (ano),
alterado para R$ 4.8 milhões a partir de 2018. A escolha do
Simples Nacional, normalmente é a solução mais adequada. No
entanto, para todas as outras empresas, a opção fica entre o
modelo de lucro presumido e de lucro real.

Lucro Presumido.
Este regime possui uma forma de tributação simplificada
para determinar a base de cálculo o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa
Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
das empresas, para estes dois impostos às alíquotas podem variar
de acordo com a atividade da empresa, de 8% para atividades
voltadas para a indústria e o comércio e 32% para prestação de
serviços. Geralmente escolhido nas ações de planejamento
tributário por empresas que faturem até R$ 78 milhões por ano,
é indicado também para empresas com lucro elevado e que não estão
obrigadas a adotar o lucro real.

Lucro Real.
Neste regime, o imposto de renda é determinado a partir
do lucro contábil, apurado pela pessoa jurídica, acrescido de
ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação
fiscal, Normalmente é vantajoso para empresas com reduzidas

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margens de lucro ou com prejuízo, pode ser o caso das grandes
indústrias ou empresas que possuem muitas despesas como matéria
prima, energia elétrica e alugueis, pois estas recebem crédito
de PIS/COFINS no regime não cumulativo, além de calcular o IRPJ
e CSLL sobre a baixa margem de lucro.

Lucro Arbitrado.
É uma base de cálculo para o imposto de renda aplicada
pela autoridade tributária ou pelo contribuinte apenas em casos
excepcionais, e se conhecida a receita bruta. Ou seja, não deve
ter tomado enquanto um regime de tributação regular como o lucro
real ou o lucro presumido.

4.2) – Impostos e Contribuições incidentes.


Federais.
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Cobrado das
indústrias.
II – Imposto sobre Importação.
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre
empréstimos, financiamentos e outras operações financeiras, e
sobre ações.
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Cobrado das
indústrias.
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Incide sobre o
lucro das empresas.
ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural.
Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
Incide sobre petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre
álcool combustível.
Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social. Cobrado das empresas.
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual
do salário de cada trabalhador com carteira assinada depositado
pela empresa.
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual
do salário de cada empregado cobrado da empresa (cerca de 28% –
varia segundo o ramo de atuação) e do trabalhador (8%) para
assistência à saúde.
PIS/Pasep – Programas de Integração Social e de Formação
do Patrimônio do Servidor Público. Cobrado das empresas.

Estaduais.
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Incide
também sobre o transporte interestadual e intermunicipal e
telefonia.
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores.
ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e
Doação. Incide sobre herança.

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Municipais.
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana.
ISS – Imposto Sobre Serviços. Cobrado das empresas.
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos.
Incide sobre a mudança de propriedade de imóveis.

5) – DEPARTAMENTO PESSOAL.
5.1) – Impostos, Contribuições e Benefícios.
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A legislação previdenciária determina que o empregador
deve descontar, da folha de pagamento de seus empregados, a
contribuição destinada ao Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). Já o empregado fica obrigado a contribuir com o CPP
(Contribuição Previdenciária Patronal)

RAT (Risco Ambiental do Trabalho).


É uma contribuição previdenciária específica para
custear acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais dos
trabalhadores.
Considerando que o seu objetivo é arcar com os custos de
tratamento de trabalhadores acidentados ou que adquiriram
doenças ocupacionais no trabalho, a alíquota será aumentada na
medida em que a atividade explorada pelo empregador gerar riscos
à saúde e à integridade física do empregado.

FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).


Foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador em
caso de demissão sem justa causa.
O valor de FGTS recolhido é depositado em uma conta de
titularidade do trabalhador, que poderá sacar o montante
integral se for demitido sem justa causa. A quantia também poderá
ser utilizada em outras ocasiões, como a aquisição do primeiro
imóvel por meio de financiamento bancário obtido junto à Caixa
Econômica Federal, por exemplo.
Multa rescisória do FGTS nas dispensas sem justa causa.
Além da possibilidade de saque do valor integral do FGTS
para os empregados demitidos sem justa causa, outro benefício
concedido a eles é a multa rescisória imposta ao empregador.
De acordo com a determinação legal, o empregador deverá
arcar com uma multa no percentual de 40% sobre todo o valor
depositado na conta vinculada ao FGTS do empregado.
Em 2001, com a Lei Complementar 110/2001, foi aprovada
a cobrança de uma contribuição adicional de 10% sobre o valor da
folha de pagamento dos empregados demitidos sem justa causa.

Aviso Prévio Indenizado.


Outra garantia concedida ao trabalhador em relação à
demissão sem justa causa é o aviso prévio indenizado.
Ela consiste no pagamento, pelo empregador que optou
pela demissão unilateral, de uma indenização no valor
correspondente a, no mínimo, 30 dias de trabalho do empregado.

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Sobre essa indenização, incidirão o percentual do INSS,
a projeção de 1/12 do 13º salário indenizado e 1/12 de férias.
IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte).
Um dos impostos mais conhecidos pelos brasileiros, o
imposto de renda é um tributo cobrado em face dos valores
arrecadados anualmente pelos contribuintes.
No caso do trabalhador de carteira assinada, um
percentual correspondente ao imposto de renda é descontado todos
os meses do seu rendimento.
Por conta disso, o empregador tem como obrigação
descontar esse percentual de imposto de renda na folha de
pagamento dos seus empregados.

Salário Educação.
O salário educação é um tipo de contribuição social que
deve ser paga por empregadores vinculados ao Regime Geral da
Previdência Social.
Criado com o objetivo de financiar projetos e ações
destinados ao desenvolvimento do Ensino Fundamental Público, o
recolhimento do salário educação é realizado pelo Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Para ficar em dia com essa contribuição, o art. 212, §
5º da Constituição Federal prevê que as empresas contribuintes
deverão destinar ao FNDE o percentual de 2,5% sobre o total das
remunerações de seus empregados, pagas ou creditadas a eles, a
qualquer título.

SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).


A contribuição do SENAC é destinada ao financiamento de
atividades organizadas e administradas por escolas de
aprendizagem comercial.

SESC (Serviço Social do Comércio).


Semelhante à contribuição do SENAC, o encargo social do
SESC é aplicado para financiar programas que tragam o bem-estar
social dos empregados das empresas relacionadas e de seus
familiares.

SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).


O SENAI tem como diretriz principal promover a educação
profissional por meio de programas de aprendizagem, a fim de
desenvolver o setor industrial.

SESI (Serviço social da Indústria).


As mesmas empresas que contribuem para o SENAI têm a
obrigação de contribuir com o SESI (Serviço Social da Indústria).
Os valores arrecadados são utilizados para a organização
e a administração de escolas de aprendizagem industrial, de
transporte e de comunicações.

SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias


Empresas).

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O encargo social destinado ao SEBRAE (tem como objetivo
incentivar programas de apoio ao desenvolvimento das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
As mesmas empresas que contribuem para o SESI/SENAI e
para o SESC/SENAC deverão contribuir também para o SEBRAE.

INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma


Agrária).
As empresas obrigadas a fazerem essa contribuição estão
relacionadas no art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146/70, que inclui
as indústrias de cana-de-açúcar, de laticínios, de uva, de
extração e beneficiamento de fibras vegetais e descaroçamento de
algodão, dentre outras.

Repouso Semanal Remunerado.


Todos os trabalhadores têm direito a receber o Repouso
Semanal Remunerado (RSR), de acordo com as regras gerais da CLT
(Constituição das Leis Trabalhista).
Isso significa que o trabalhador tem o direito de
descansar pelo menos um dia durante a semana e receber por esse
dia não trabalhado, desde que cumpra integralmente a sua jornada
semanal.

Féria mais 1/3 Constitucional.


O trabalhador tem o direito de tirar férias no período
de 30 dias, após um ano de trabalho. Esse período de descanso,
assim como os meses trabalhados, também é remunerado.
A remuneração ao trabalhador que tira férias é paga
antecipadamente, incluindo o percentual do 1/3 constitucional,
que corresponde ao valor de 1/3 da soma do valor dos dias das
férias, acrescido dos reflexos ou médias apurados.

13º Salário.
O 13º salário, que antigamente era conhecido como
gratificação natalina, consiste em um salário que o trabalhador
recebe a mais pelo ano de trabalho.
A sua previsão é constitucional e garante que todos os
trabalhadores deverão recebê-lo, sejam eles urbanos ou rurais,
incluindo o trabalhador doméstico e o avulso, a partir de 15
dias de serviço.
O valor do 13º salário a ser recebido pelo empregado
será proporcional ao seu tempo de serviço no ano corrente,
calculado sobre o salário recebido no mês de dezembro.
O empregador poderá efetuar o pagamento em 02 parcelas,
sendo que a primeira deverá ser paga entre os meses de fevereiro
e novembro e a segunda parcela, impreterivelmente, até o dia 20
de dezembro.

Auxílio – Doença.
O auxílio-doença é um benefício concedido ao trabalhador
que precisa se ausentar do trabalho em razão de doença ou

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acidente, por mais de 15 dias, devidamente comprovado por meio
de perícia médica realizada junto ao INSS.

Salário – Família.
Outra contribuição a que o empregador deve estar atento,
ao calcular a folha de pagamento, é o salário-família. Ele é
devido a trabalhadores de baixa renda, que tenham filhos de até
14 anos ou inválidos, independentemente da idade.

Licença Maternidade e Paternidade.


Em caso de gravidez de funcionárias, elas têm direito à
licença maternidade, prevista na legislação trabalhista, de até
120 dias contados do nascimento da criança.
Enquanto para os pais, há a licença paternidade, que é
de 05 dias contados da data do nascimento.

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