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LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E

ADMINISTRAÇÃO

INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
EQUIPA DOCENTE:
PAULA GOMES DOS SANTOS
RUI DOMINGOS
CLARA GARISO
EDUARDO REGO
RUI GERALDES
TIAGO MATALONGA

ANO LETIVO 2023/2024

Contabilidade: conceitos e
enquadramento
2

Leitura Recomendada:

“ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulos I e II

“CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulos 2 e 3

“CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulos 1 e 2

1
Âmbito e Objeto da Contabilidade
3

✓ A Contabilidade
Há várias definições:

“É a Contabilidade que coleta todos os dados económicos, mensurando-os


monetariamente, registando-os e sumariando-os em forma de relatórios comunicados,
que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.”

Fonte: American Institute of Accountants (AIA) (In: Review and resume, Accounting
Terminology Bulletin nº 1, parág. 9, (NY: AIA),1953

“Accounting is a technical, social and moral practice concerned with the


sustainable utilisation of resources and proper accountability to stakeholders to
enable the flourishing of organisations, people and nature”.
Fonte: Carnegie, Parker and Tsahuridu (2020), It's 2020: What is Accounting Today? -
Carnegie - Australian Accounting Review - Wiley Online Library

Âmbito e Objeto da Contabilidade


4

✓ A Contabilidade

Gonçalves da Silva:
“Sistema de recolha, classificação, interpretação e exposição dos dados
económicos.”

Lopes de Amorim:
“O conhecimento do património nos aspetos quantitativos, qualitativos e valorativos, em
qualquer momento da existência da empresa, e ainda possibilitar a análise económico-financeira
da empresa.”

A Contabilidade é uma ciência económica que realiza um processo de


identificar, mensurar e comunicar informação económica, apta para
emitir juízos e tomar decisões destinada aos distintos utilizadores daquela
informação, também denominados de stakeholders.

2
Âmbito e Objeto da Contabilidade
5

✓ A Contabilidade

A Contabilidade é um sistema de informação que deve garantir a


fiabilidade da mesma, através de métodos rigorosos de mensuração para
a tomada de decisão.

Critérios de Reconhecimento e Mensuração

A Contabilidade é uma atividade que proporciona informação (…) para a


tomada de decisões, planeamento, controlo das operações, avaliação do
desempenho e relato financeiro aos utilizadores ou stakeholders (como
investidores, credores, autoridades reguladoras e ao público em geral).

Âmbito e Objeto da Contabilidade


6

✓ Divisões da Contabilidade

– DO PONTO DE VISTA – HISTÓRICA


TEMPORAL
– PREVISIONAL

– DO PONTO DE VISTA DO – EXTERNA / FINANCEIRA


UTILIZADOR
– INTERNA / GESTÃO

3
Âmbito e Objeto da Contabilidade
7

✓ Utilizadores da Informação Contabilística § 9 a 11 - Estrutura Conceptual

o As demonstrações contabilísticas, preparadas, elaboradas e apresentadas


pela contabilidade, devem atender às necessidades dos utilizadores externos e
internos à entidade

Dada a diversidade dos utilizadores existe a necessidade da informação


divulgada ser “normalizada” tornando-a assim comparável.

A Profissão Contabilista Certificado vs.


Responsabilidade e Ética
8

“O Contabilista Certificado é responsável por todos os atos que pratique no


exercício das suas funções, incluindo os dos seus colaboradores”nº1 art.º5 CD

 Ética no Relato Financeiro


A profissão deve ser exercida com os valores éticos pois tem acesso a
informação privilegiada, sendo indispensável o sigilo, a sua constante
atualização de conhecimentos para assegurar o respeito e a
credibilidade dentro e fora da entidade.

4
Fundamentos Básicos da Contabilidade
9

 A importância da ética na contabilidade no mundo


empresarial:
 Perda da credibilidade do reporte financeiro
 Queda dos valores das ações
 Mau funcionamento da economia

Caracterização da atividade empresarial


10

✓ Conceito de empresa:

As empresas são agentes económicos que obtêm e combinam fatores de


produção materiais e humanos (trabalho, capital, recursos naturais) para
produzir e vender bens e serviços em um mercado a outros agentes económicos e
a consumidores finais.
É possível classificá-las de acordo com critérios de agregação comuns, por exemplo:

Por atividade

Por forma jurídica

Por dimensão

5
Caracterização da atividade empresarial
11

✓ Tipologia de empresa:

Por atividade:

Industriais: Inseridas no negócio da produção de bens. Transformam as matérias-


primas para fabricar um produto. Ex: Indústria automóvel, empresas da construção,
indústrias de equipamentos, etc.
Comerciais: Inseridas no negócio da distribuição. Vendem mercadorias. Ex: Lojas,
minimercados, hipermercados, livrarias, etc.
De serviços: Inseridas no negócio da prestação de serviços ou prestadores de
serviços. Prestam consultoria e outros serviços especializados. Ex: contabilistas,
advogados, empresas de turismo, empresas de transporte, seguros, etc.
Agrícolas: Inseridas no negócio da agricultura. Produzem matérias primas e
alimentos, utilizando os recursos naturais. Ex: indústrias lácteas, de exploração
suinícola, de avicultura, etc.

Caracterização da atividade empresarial


12

Por forma jurídica:

Para efeitos contabilísticos, têm-se as seguintes entidades:


- Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;
- Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
- Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada (EIRL);
- Empresas públicas;
- Cooperativas;
- ACE’s e agrupamentos europeus de interesse económico.

Aplicam, obrigatoriamente, o Excepção:


Sistema de Normalização Entidades cujos valores mobiliários estejam
Contabilística (SNC) admitidos à negociação num mercado
Decreto-Lei nº 98/2015, regulamentado.
de 2 de Junho.
Art. 4º do DL 98/2015, de
http://www.cnc.min-financas.pt/ 02/06
http://www.iasb.org

6
Caracterização da atividade empresarial
13

Por dimensão:

art. 9º do DL 98/2015 de 2 de Junho

São consideradas MICROENTIDADES, as empresas que não ultrapassam dois dos


três limites seguintes, à data do balanço:

- Total do balanço: € 350.000,00;


- Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € 700.000,00;
- Número médio de empregados durante o exercício: 10.

Devem adotar a Norma Contabilística para microentidades (NC-


ME) compreendida no SNC mas podem optar pelas NCRF(PE) ou
pelas NCRF .

Caracterização da atividade empresarial


14

Por dimensão:

Lei 98/2015 de 2 de Junho

São consideradas PEQUENAS ENTIDADES, as empresas que não ultrapassam dois


dos três limites seguintes, num determinado período económico (um ano):

- Total do balanço: € 4.000.000,00;


- Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € 8.000.000,00;
- Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50.

Devem adotar a Norma Contabilística e de Relato Financeiro para


pequenas entidades (NCRF-PE) compreendida no SNC mas podem
pelas NCRF .

7
Caracterização da atividade empresarial
15

Por dimensão:

Lei 98/2015 de 2 de Junho

São consideradas MÉDIAS ENTIDADES, as empresas que não ultrapassam dois dos
três limites seguintes, num determinado período económico (um ano):

- Total do balanço: € 20.000.000,00;


- Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € 40.000.000,00;
- Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 250.

Devem adotar as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro


compreendidas no SNC.

Caracterização da atividade empresarial


16

Por dimensão:

Lei 98/2015 de 2 de Junho

São consideradas GRANDES ENTIDADES, as empresas que não ultrapassam dois


dos três limites seguintes, num determinado período económico (um ano):

- Total do balanço: € +20.000.000,00;


- Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € +40.000.000,00;
- Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: +250.

Devem adotar as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro


compreendidas no SNC.

8
Caracterização da atividade empresarial
17

Aplicação do SNC
Volume Negócio
Tipo de entidade Balanço Nº Empregados
Líquido

Microentidades 350.000 EUR 700.000 EUR 10

Pequenas Entidades 4.000.000 EUR 8.000.000 EUR 50

Médias entidades 20.000.000 EUR 40.000.000 EUR 250

Grandes Entidades +20.000.000 EUR +40.000.000 EUR +250

Caracterização da atividade empresarial


18

Aplicação do SNC:

Tipo de entidade NC ME NCRF PE 28 NCRF

Dever de
Microentidades Opção Opção
aplicação
Dever de
Pequenas Entidades Opção aplicação

Dever de
Médias entidades
aplicação

Dever de
Grandes Entidades
aplicação

ESNL NCRF-ESNL Opção

9
Estrutura do SNC
19

1. Bases para a apresentação das Demonstrações


Financeiras (BADF);
2. Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF);
3. Código de Contas (CC);
4. Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF);
5. Norma contabilística e de relato financeiro para
microentidades (NCRF-ME);
+ Portarias 6. Norma contabilística e de relato financeiro para
e Avisos pequenas entidades (NCRF-PE);
7. Normas interpretativas (NI).
8. Norma contabilística e de relato financeiro para
entidades sem fins lucrativos (ESNL)

Estrutura Conceptual

O que é a Estrutura Conceptual?


20

o Estabelece conceitos que estão subjacentes à preparação


e apresentação das demonstrações financeiras - §2.
o Não é uma norma, pelo que não define regras de
mensuração e de divulgação - §3.
o Trata (§5 a 7):
- do objetivo das demonstrações financeiras;
- das características qualitativas que determinam a
utilidade da informação contida nas demonstrações
financeiras;
- da definição, reconhecimento e mensuração dos
elementos a partir dos quais se constroem as
demonstrações financeiras; e
- dos conceitos de capital e de manutenção de capital.

10
Caracterização da atividade empresarial
21

Fluxos da empresa

Ótica Ótica Ótica de


Económica Financeira Caixa

Despesa

Demonstração Demonstração de
Balanço
dos Resultados Fluxos de Caixa

Património e Equação Fundamental da


Contabilidade
22

✓ Património
o Conjunto de bens, direitos e obrigações

Os Capitais Próprios (CP) são a expressão numérica do valor do património


chamando-se também Património Líquido.

BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES


Valor do
Património

valorizam positivamente o património. valorizam negativamente o património.

Ativo Passivo Capital Próprio

11
Património e facto patrimonial
23

✓ Património
Exemplo
o Suponha que a entidade X apresenta os seguintes elementos patrimoniais:

O que tem O que deve


Edifício 250.000,00 € Dívida ao Banco pelo edifício 120.000,00 €
Viatura Dívida à locadora pelo
24.450,00 € 15.700,00 €
automóvel
Dinheiro no banco (à ordem) 5.250,50 € Total 135.700,00 €
Ações da EDP 2.350,00€ Património Líquido ?
Total 282.050,50 € Total 282.050,50 €

Património e facto patrimonial


24

✓ Património Exemplo

o Suponha que a entidade X apresenta os seguintes elementos patrimoniais:

(Balanço)

O que tem O que deve


Um edifício 250.000,00 Dívida ao Banco pelo edifício 120.000,00
Um carro 24.450,00 Dívida à locadora pelo carro 15.700,00
Dinheiro no banco (à ordem) 5.250,50 Total 135.700,00
Ações da EDP
2.350,00 Património Líquido 146.350,50

Total 282.050,50 Total 282.050,50

12
Património e facto patrimonial
25

Elementos
contabilísticos do
Património
PERMUTATIVOS MODIFICATIVOS
Valor do Alteração apenas a composição Alteram a composição e o valor
património do património do património

Património e facto patrimonial


26

MASSAS PATRIMONIAIS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

INVESTIMENTOS
INVENTÁRIOS E ATIVOS BIOLÓGICOS
ATIVO
CONTAS A RECEBER
MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS

PASSIVO CONTAS A PAGAR

CAPITAL SUBSCRITO
CAPITAL PRÓPRIO RESERVAS
RESULTADOS

13
Elementos da Demonstrações Financeiras
e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
27

✓ Ativo
Inclui recursos com ou sem forma física
Recurso (independentemente da sua tangibilidade, como os bens e
direitos)

Recurso Capacidade de poder usufruir substancialmente do


controlado com potencial económico e restringir o acesso de terceiros,
provável valor Controlo em consequência de um acontecimento passado
económico (não implica propriedade legal, embora seja usual)

Valor Seja dinheiro ou um outro recurso com a capacidade


Económico para, de forma provável, seja direta ou
Provável indiretamente, gerar recebimentos ou diminuir
necessidades de pagamentos no futuro

Os Ativos podem ser obtidos através de terceiros (de forma onerosa ou gratuita) ou serem gerados
(produzidos, construídos ou desenvolvidos) pela própria empresa.

A existência de uma despesa não significa que exista um Ativo (pois pode gerar a existência de um
Gasto).

Elementos da Demonstrações Financeiras


e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
28

✓ Passivo Dever/Responsabilidade para agir ou executar de


determinada forma, podendo ter base legal (legislação,
Obrigação contratos, estatutos, protocolos, acordos) ou construtiva (práticas
normais dos negócios ou costumes que gerem expectativas válidas
em terceiros que a empresa atuará de determinada forma)
Obrigação
presente A existência do dever ou responsabilidade advém de um
que implique acontecimento passado
o provável Presente (não se trata de um mero compromisso futuro, pelo que normalmente
uso de implica que se resulte também no controlo de um recurso ou a
recursos incorrer num gasto)
económicos
O seu cumprimento implica que seja provável ter de abdicar
Provável Uso de, ou usar, recursos com valor/potencial económico
de Recursos
Económicos (usualmente através da entrega de dinheiro, mas podem ser
entregues outros recursos ou executados serviços)

Os Passivos podem ser certos ou incertos (mas desde que sejam prováveis e não meramente possíveis),
e podem ter data de liquidação (ou cumprimento) e/ou montantes certos ou incertos.

Os Passivos representam a fonte de financiamento externa dos Ativos (recursos) da empresa.

14
Elementos da Demonstrações Financeiras
e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
29

✓ Capital Próprio

Montante dos
Capital
Ativos deduzidos Ativos Passivos
Próprio
dos Passivos

O montante do Capital Próprio depende da mensuração dos Ativos e Passivos reconhecidos, pelo
que representa o valor contabilístico da empresa, e não necessariamente o valor de mercado ou
de liquidação da empresa.

O Capital Próprio representa a fonte de financiamento interna dos Ativos (recursos) da empresa,
consequentemente, tem-se que o montante dos Ativos (recursos) é igual ao montante do Capital
Próprio e dos Passivos (fontes de financiamento, interna e externa, respetivamente):

Ativos Capital Próprio Passivos

Recursos Fontes de Financiamento

Elementos da Demonstrações Financeiras


e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
30

✓ Factos Patrimoniais e Impactos nos Elementos da Informação Financeira


A existência de um facto patrimonial implica a existência de pelo menos 2 efeitos em
elementos que compõem o Ativo, Passivo e/ou o Capital Próprio.

Contribuição dos Proprietários


Com Impacto se não for,
Positivo no então é
Capital Próprio
Rendimento
Facto Patrimonial
Modificativo
Distribuição aos Proprietários
Com Impacto se não for,
Negativo no então é
Capital Próprio
Gasto

Facto Patrimonial Sem Impacto no Não há Contribuição/Distribuição dos/aos


Permutativo Capital Próprio Proprietários, nem Rendimento ou Gasto

15
Elementos da Demonstrações Financeiras
e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
31

✓ Contribuições/Distribuições dos/aos Proprietários

Entradas de recursos efetuadas


Contribuições dos pelos proprietários, que Ex: Entrada de Recursos
Proprietários estabelecem ou reforçam o em troca de participação
interesse económico destes no financeira na empresa
património da empresa

Saídas de recursos entregues aos


Distribuições aos proprietários, que extinguem ou Ex: Distribuição de
Dividendos (lucros
Proprietários reduzem o interesse económico acumulados na empresa)
destes no património da empresa

Elementos da Demonstrações Financeiras


e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
32

✓ Rendimentos e Gastos
Aumentos nos benefícios
económicos, resultantes de factos
patrimoniais modificativos, com Ex: Vendas, Prestação de
Rendimentos impacto positivo no Capital
Serviços, Obtenção de
Rendas, Juros e Comissões
Próprio, que não sejam
Contribuições dos Proprietários

Diminuições nos benefícios


económicos, resultantes de factos
patrimoniais modificativos, com Ex: Consumos e Uso de
Gastos impacto negativo no Capital Bens e Serviços, Perdas de
Recursos
Próprio, que não sejam
Distribuições aos Proprietários

16
Elementos da Demonstrações Financeiras
e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
33

✓ Resultado
O Resultado (do Período) é um indicador que mede o desempenho económico de uma empresa
durante um período (usualmente anual), como sendo a diferença entre o montante dos elementos
económicos com efeito positivo e negativo na empresa (rendimentos e gastos, respetivamente):

Resultado Rendimentos Gastos

O Resultado (do Período) representa o aumento/diminuição do capital próprio gerado pela


empresa nas suas operações, num determinado período que, quando é positivo e não é
distribuído aos investidores (retido na empresa), representa o autofinanciamento da empresa, por
recursos gerados pela empresa (integrando a fonte de financiamento interna).

Consequentemente, o Resultado (do Período) é um dos elementos integrantes do Capital Próprio


da empresa.

Elementos da Demonstrações Financeiras


e seu Reconhecimento
§47 a 96 da Estrutura Conceptual do SNC
34

✓ Componentes do Capital Próprio Rendimentos

Gastos
Capital Investido (+) Contribuições
(pelos Proprietários) dos Proprietários

Capital (+/-) Resultado do


Próprio Período
(+/-) Resultados
(Acumulados)
Capital Gerado e (+/-) Resultados
Retido Transitados (de
(pelas operações) períodos anteriores)
(-) Distribuições aos
Proprietários se os resultados
Autofinanciamento acumulados forem
positivos permitem

Embora na Estrutura Conceptual o Capital Próprio seja definido pela diferença entre Ativos e Passivos,
as suas componentes representam elementos de Capital Investido ou Gerado e Retido, cujos montantes
resultam de operações de Contribuições/Distribuições dos/aos Proprietários e de Rendimentos e Gastos.

17
Elementos das Demonstrações
Financeiras (§47 a 79)
35

Ativo
Passivo BALANÇO
Capital Próprio

Gastos DEMONSTRAÇÃO
Rendimentos DOS
(evidenciados na DR) RESULTADOS (DR)

NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das


Demonstrações Financeiras
36

✓ Ativos correntes/não correntes (§ 14 a 16 – NCRF 1)

o Um ativo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer dos
seguintes critérios:

(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido,
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) Detido essencialmente para ser negociado;
(c) Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do
balanço;
(d) For caixa ou equivalente de caixa.

o Exemplos: Inventários, dívidas a receber de clientes, caixa e depósitos bancários.

18
NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das
Demonstrações Financeiras
37

✓ Ativos correntes/não correntes (§ 14 a 16 – NCRF 1)

o Ativo não corrente - todos os outros ativos que não sejam classificados
como correntes.

o Esta Norma usa a expressão “não corrente” para incluir ativos tangíveis,
intangíveis e financeiros cuja natureza seja de longo prazo.

NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das


Demonstrações Financeiras
38

✓ Passivos correntes/não correntes (§ 17 a 24 – NCRF 1)

o Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer


um dos seguintes critérios:
(a) Espera-se que seja liquidado no decurso do ciclo operacional da entidade;
(b) Detido essencialmente para ser negociado;
(c) Espera-se que seja liquidado num período até doze meses após a data do balanço;
(d) A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante
pelo menos doze meses após a data do balanço.
Ex: se a entidade negociar passivo de 6 meses para 2 anos → inicialmente era corrente
como entidade tem o direito incondicional de o diferir a + de 12 meses → classificar
como passivo não corrente. A entidade só deve considerar como corrente aquilo que não
pode diferir a + de 12 meses

o Exemplos: dívidas a fornecedores, dívidas ao Estado, dívidas ao pessoal.

19
NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das
Demonstrações Financeiras
39

✓ Passivos correntes/não correntes (§ 17 a 24 – NCRF 1)

o Passivo não corrente - todos os passivos que não forem correntes porque
não cumprem estes critérios, serão “não correntes”.

o Exemplos: provisões, financiamentos obtidos a longo prazo.

NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das


Demonstrações Financeiras
40

Ordem
crescente
de liquidez

Ordem
cronológica
de formação
das rubricas

Ordem
crescente
de
exigibilidade

20
NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das
Demonstrações Financeiras
41

 Balanço - Modelo Reduzido

NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das


Demonstrações Financeiras
42

 Balanço - Modelo Reduzido

21
Demonstração dos Resultados
por Naturezas
43

44

Ligação
entre
o Balanço
ea
D. R.
por
Naturezas

22
A conta
45

 Conta - conjunto de elementos patrimoniais com características semelhantes,


expresso em unidades monetárias.

✓ Elementos constitutivos da conta

- O Código
- O Título
- O Valor

 Características da conta

- Homogeneidade
- Integralidade

A conta
46

 Representação gráfica da conta (“T”)

Lado esquerdo (débito) Código-Título da conta Lado direito (crédito)

DÉBITO CRÉDITO
DEVE HAVER

o Saldo - diferença entre a soma dos débitos (D) e a soma dos créditos (C).

o Ao comparar os valores a débito com os valores a crédito, três hipóteses podem ocorrer:

◼ D > C - o saldo diz-se devedor (Saldo devedor)


◼ D = C - o saldo diz-se nulo (Saldo zero ou nulo)
◼ D < C - o saldo diz-se credor (Saldo credor)

23
A movimentação das contas
47

 Movimentação das contas

D Ativo / Gastos C

Passivo / Cap. Próprio


D Rendimentos C

O registo contabilístico:
a partida dobrada
48

✓ A Partida Dobrada (ou digrafia)

• Segundo este método, todo o débito numa conta


origina o crédito noutra ou noutras e vice-versa.

∑ débitos = ∑ créditos

 Luca Pacioli

Descreveu, pela 1.ª vez, no sec. XV,


o Método das Partidas Dobradas.

24
O registo contabilístico: o lançamento
49

✓ Lançamento contabilístico

• Chama-se lançamento contabilístico, ao registo de qualquer facto


patrimonial.
• O registo contabilístico é efetuado com base nos documentos de suporte
das operações contabilísticas.
• Como adoptamos o sistema contabilístico das partidas dobradas, o
principio a respeitar em cada lançamento é que o valor do D (débito)
deverá ser igual ao valor do C (crédito).

O registo contabilístico: o lançamento


50

✓ Composição de um lançamento contabilístico

Elementos que constituem um lançamento contabilístico:

◼ A data;

◼ O histórico (descrição sumária do elemento do lançamento);

◼ Contas movimentadas a débito e a crédito;

◼ Quantia (em unidades monetárias) a inscrever em cada conta.

25
Classes de contas
51

✓ Classes de Contas

 As contas estão organizadas por classes, tendo o Sistema de Normalização


Contabilística (SNC) agrupado as contas em 8 Classes:

◼ Cinco classes de contas e RL para as contas do Balanço;

◼ Três classes de contas para as contas da Demonstração dos


Resultados.

 As contas do primeiro grau têm dois dígitos, sendo o primeiro dígito para
identificar a Classe da conta e o segundo dígito para distinguir a conta
dentro da classe.

Classes de contas
52

 Classificação das contas

o Contas mistas - são as que reúnem elementos patrimoniais de natureza


diferente – ex: conta “Outras contas a receber e a pagar” que reúne
contas do Ativo e do Passivo;

26
Classes de contas
53

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 1 - MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS

 Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem,


quer o dinheiro e depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos
financeiros mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas
na demonstração de resultados.

11 Caixa
12 Depósitos à ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Outros instrumentos financeiros

Classes de contas
54

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 2 - CONTAS A RECEBER E A PAGAR

 Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores,


pessoal, Estado e outros entes públicos, financiadores, acionistas, bem como outras
operações com terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras
classes especificas. Incluem-se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para permitir o
registo dos gastos e dos rendimentos nos períodos a que respeitam) e as provisões.

21 Clientes
27 Outras contas a receber e a pagar
21 Clientes
28 Diferimentos
22 Fornecedores
29 Provisões
23 Pessoal
24 Estado e outros entes públicos
25 Financiamentos obtidos
26 Acionistas/sócios

27
Classes de contas
55

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 3 - INVENTÁRIOS E ATIVOS BIOLÓGICOS

 Esta classe inclui os inventários (existências):


◼ Detidos para venda no decurso da atividade empresarial;
◼ No processo de produção para essa venda;
◼ Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no processo de
produção ou na prestação de serviços.

 Integra, também, os ativos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da


atividade agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da
atividade, quer de produção ou regeneração. Os produtos agrícolas
colhidos são incluídos nas apropriadas contas de inventários.

Classes de contas
56

✓Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau


Classe 3 - INVENTÁRIOS E ATIVOS BIOLÓGICOS
31 Compras
32 Mercadorias
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
34 Produtos acabados e intermédios
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
36 Produtos e trabalhos em curso
37 Ativos biológicos
38 Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos
39 Adiantamentos por conta de compras

28
Classes de contas
57

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 4 - INVESTIMENTOS
❑ Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que
não se destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das
operações da entidade, quer sejam de sua propriedade, quer estejam em
regime de locação financeira.
◼ Compreende:

41 Investimentos financeiros
42 Propriedades de Investimento
43 Ativos fixos tangíveis
44 Ativos intangíveis
45 Investimentos em curso
46 Ativos não correntes detidos para venda

Classes de contas
58

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau


Classe 5 - CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

❑ Inclui o capital inicial e o capital adquirido pela entidade no desenvolvimento da sua


atividade, exceto o Resultado líquido do período.

51 Capital subscrito
52 Ações (quotas) próprias
53 Outros instrumentos de capital próprio
54 Prémios de emissão
55 Reservas
56 Resultados transitados
57 Ajustamentos em ativos financeiros
58 Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis
59 Outras variações no capital próprio

29
Classes de contas
59

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 6 - GASTOS

 Esta classe inclui os gastos e as perdas respeitantes ao período.

61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas


62 Fornecimentos e serviços externos
63 Gastos com o pessoal
64 Gastos de depreciação e de amortização
65 Perdas por imparidade
66 Perdas por reduções de justo valor (conta inexistente para as ME)
67 Provisões do período
68 Outros gastos
69 Gastos de financiamento

Classes de contas
60

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 7 - RENDIMENTOS

 Inclui os rendimentos e os ganhos respeitantes ao período.


71 Vendas
72 Prestações de serviços
73 Variações nos inventários da produção
74 Trabalhos para a própria entidade
75 Subsídios à exploração
76 Reversões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
78 Outros rendimentos
79 Juros e outros rendimentos similares

30
Classes de contas
61

✓ Quadro de Contas: Apresentação das contas do 1º grau

Classe 8 - RESULTADOS

 Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser


utilizada para auxiliar à determinação do resultado integral (extensivo), tal
como consta na Demonstração das Alterações no Capital Próprio.

81 Resultado líquido do período

……

89 Dividendos antecipados

Organização da escrita contabilística


62

Os factos patrimoniais dão origem a DOCUMENTOS faturas, recibos, etc.

que são registados diariamente no DIÁRIO por ordem de datas

Dão origem ao RAZÃO por ordem sistemática

Periodicamente, em geral todos


os meses, elaboram-se BALANCETES por contas e subcontas

que no final do período permitem


a elaboração das demonstrações DEMONSTRAÇÃO DOS
BALANÇO RESULTADOS
financeiras, tais como:

31
Organização da escrita contabilística
63

DOCUMENTAÇÃO - O registo das operações ou dos factos que alterem ou


modifiquem o património de uma entidade é feito por meio de lançamentos,
utilizando-se as diferentes contas, criadas de acordo com o SNC.

Nenhum lançamento pode ser feito sem haver um documento que o motive e,
por isso, a contabilidade tem de ser baseada nos documentos (sejam externos
ou internos), os quais, como sabemos, constituem o meio de prova das operações
efetuadas e registadas.

Organização da escrita contabilística


64

 Sendo os documentos originais, a prova jurídica da transação, é útil registar no


histórico, por exemplo, o número de origem do documento.
Valor
Data Operação (Histórico) Conta Exemplo de um
Débito Crédito
traçado de diário

Mercadoria TAPY ZW 2,500,00


MáximoBem, Lda Fatura n.º 2015/5621 2,500,00

32
Organização da escrita contabilística
65

✓ O Razão Geral

o Serve para fazer o reconhecimento das operações do Diário, por ordem de


contas, ordenadas a débito e a crédito, em relação a cada uma das
respetivas contas para se conhecer o estado e a situação de qualquer delas,
sem necessidade de recorrer ao exame e separação de todos os lançamentos
cronologicamente escriturados no diário.

o No Razão, em cada conta, a diferença entre o total dos débitos e o total dos
créditos, no final de um período, indica o saldo da conta (devedor ou credor).

Organização da escrita contabilística


66

✓ O Balancete

o Documento que resume todo o movimento efetuado no razão, isto é, um


resumo do movimento a débito e a crédito dos saldos das contas utilizadas
pela empresa durante um determinado período de tempo.

o É elaborado, normalmente no final de cada período (mês, trimestre, ano).

o Dele constam:
➢ o nome de todas as contas utilizadas pela empresa no período;
➢ os movimentos acumulados nas contas a débito e a crédito;
➢ os saldos apresentados pelas contas utilizadas.

33
Organização da escrita contabilística
67

BALANCETE

Meios Financeiros Líquidos


68

Leitura Recomendada:

 “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulo IV


(Classe 1)

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulo 5

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulo 5

 “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas:
Capítulo 1 (1.1 - Caixa e Bancos)

34
Meios Financeiros Líquidos
69

✓ CLASSE 1 - Meios Financeiros Líquidos

 “Esta Classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que


incluem, quer o dinheiro e depósitos bancários bem como os ativos ou
passivos financeiros mensurados ao justo valor cujas alterações sejam
reconhecidas na demonstração de resultados ”
SNC: Código de Contas/Notas de Enquadramento.

Meios Financeiros Líquidos


70

Esta classe inclui as seguintes contas:

 11 Caixa
 12 Depósitos à ordem
 13 Outros depósitos bancários
 14 Instrumentos financeiros

 As contas acima mencionadas têm por natureza saldo devedor ou nulo, no


entanto a conta “12 - Depósitos à ordem” poderá apresentar saldo credor em
certas situações, nomeadamente se estivermos em presença de um descoberto
bancário.

35
Caixa
71

✓ Conta 11 - Caixa
❑ Desta conta faz parte o numerário (notas e moedas) propriedade da
entidade

❑ Factos contabilísticos a registar:

• Entradas e saídas de numerário


• Transferências de caixa
• Sobras e falhas em caixa
• Seus equivalentes

Caixa
72

Alguns procedimentos relacionados com a caixa:

 O movimento de caixa deve ser reduzido ao mínimo

 A caixa deve funcionar como fundo mínimo (fixo) ajustado para cada entidade

 A reposição (ou reforço) de fundos em caixa deverá ser efetuada por cheque

 A documentação comprovativa dos recebimentos e dos pagamentos efetuados


deverá ser registada em “Folha de Caixa”, a qual deverá ser remetida
periodicamente (dia, semana, quinzena e obrigatoriamente sempre no fim de cada
mês) à contabilidade para contabilização dos documentos nesse mês

36
Caixa
73

O caso particular das falhas/sobras de caixa


 As falhas e sobras verificadas em Caixa, independentemente de resultarem duma
ação de controlo interno existente ou da simples conferência diária devem ser
contabilizadas em conta própria.

DÉBITO CRÉDITO
Diferença de caixa com responsabilidade do Contas de balanço
empregado: com o Pessoal
- Falha 2322/2382 111

- Sobra 111 7888


Diferença de caixa em que a responsabilidade
é da empresa: Contas de
- Falhas 6888 111 Resultados

- Sobras 111 7888

Depósitos à Ordem
74

✓ Conta 12 - Depósitos à ordem


❑ Os depósitos à ordem, correspondem a valores titulados pela entidade
à guarda de instituições financeiras, os quais são exigíveis em qualquer
momento.

❑ Factos contabilísticos a reconhecer:

• Recebimentos

• Pagamentos

• Transferências entre contas

• Transferências de aplicações e seus equivalentes

37
Depósitos à Ordem
75

 A conta 12 - Depósitos à ordem poderá, caso a empresa assim o


entenda, ser subdividida em função das suas necessidades.

 Exemplo:
◼ 12.1. Banco A
◼ 12.2. Banco B
◼ ….

Depósitos à Ordem
76

Exemplos de factos contabilísticos a reconhecer em Depósitos à Ordem:

12 – Depósitos à ordem

Operações que originam aumento Operações que originam redução


do saldo da conta do saldo da conta
. Depósito de numerário, cheques e outros . Emissão de cheques
valores . Ordens de transferência e de
. Transferências (de clientes, de outras pagamento
contas ou bancos, reembolso de impostos) . Pagamento de cartão de crédito
. Liquidação de aplicações financeiras . Aplicações financeiras (depósitos, BT,
(depósitos a prazo, bilhetes do tesouro) títulos)
. Juros creditados pelo Banco . Juros debitados pelo banco
. Desconto de letras . Devolução de letras descontadas
. Cobrança de letras . Devolução de cheques por falta de
. Empréstimos bancários obtidos provisão
. Venda de títulos . Amortização de empréstimos
. Venda de moeda estrangeira . Compra de moeda estrangeira
. Despesas com serviços bancários (
garantias, créditos abertos, guarda de
títulos, cobrança de letras)

38
Depósitos à Ordem
77

❑ Documentos mais utilizados:

▪ Talões de depósito ou guias de depósito


▪ Extrato de conta enviado pelo banco
▪ Cheques
▪ Ordens de transferência
▪ Aviso de débito e de crédito

Depósitos à Ordem
78

Alguns procedimentos relacionados com depósitos à ordem:

 Os pagamentos devem preferencialmente ser efetuados através de transferência


bancária.

 Se forem efetuados pagamentos por cheque, estes devem ser nominativos, não à
ordem, cruzados e assinados na presença de documentos a pagamento.

 Cheques recebidos devem ser imediatamente depositados (exceção feita a cheques


pré-datados).

 Numa base regular (normalmente mensal) devem ser preparadas conciliações de


todas as contas bancárias, procedimento este que consiste em proceder à
comparação entre os registos contabilísticos e os registos constantes do extrato
bancário deixando evidenciadas as operações que justifiquem a diferença
existente entre o saldo apresentado pela empresa e o saldo apresentado pelo
banco.

39
Outros Depósitos Bancários
79

✓ Conta 13 - Outros depósitos bancários

❑ Esta conta serve para reconhecer os depósitos que não possam ser
classificados como depósitos à ordem, nomeadamente os chamados
depósitos a prazo.

❑ Factos contabilísticos a reconhecer:

- Constituição e reforço
- Cancelamento e levantamento
- Juros e seus equivalentes

Outros Depósitos Bancários


80

 A conta 13 - Outros depósitos bancários poderá, caso a empresa assim


o entenda, ser subdividida em função das suas necessidades,
nomeadamente por instituição bancária ou tipo de depósito.

 Exemplo:
◼ 13.1. Banco A
◼ 13.2. Banco B
◼ ….

40
Clientes e Fornecedores
81

Leitura Recomendada:

 “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulo IV


(Classe 2)

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulo 5

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulo 6

 “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas:
Capítulo 2 (2.1 e 2.2)

Definição de Clientes e Fornecedores


82

▪ Clientes – regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de


produtos e serviços.

Direito contratual de receber dinheiro ou outro ativo de clientes, no âmbito da


atividade operacional

▪ Venda / Alienação - contrato entre duas entidades, que consiste na transmissão


onerosa de bens ou da prestação de serviços em que uma das partes, o
vendedor, se obriga a entregar uma coisa, ou a prestar um serviço, à outra
parte, o comprador, mediante um pagamento.

41
Definição de Clientes e Fornecedores
83

▪ Fornecedores – regista os movimentos com os vendedores de bens e serviços,


com exceção dos destinados aos investimentos da entidade (reconhecidos em
fornecedores de investimentos).

Obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro ativo a fornecedores, no


âmbito da atividade operacional

Reconhecimento contabilístico das


operações de compra e de venda
84

o Contabilização da fatura de compra e venda;

o Descontos concedidos e obtidos;

o Devoluções de compras e de vendas;

o Adiantamentos por conta de compras e vendas;

o Recebimento/pagamento das faturas de venda e compra.

42
Contas relevantes
clientes e vendas
85

 21 – Clientes
 211 – clientes conta corrente
◼ 2111 – Clientes gerais

 218 – Adiantamentos de clientes


Contas com
impacto no
Balanço
 276 – Adiantamento por conta de vendas

 32 – Mercadorias
 321 – Mercadorias

Contas relevantes
clientes e vendas
86

 71 – Vendas
 711 – Mercadorias
 717 – Devoluções de vendas
 718 – Descontos e abatimentos em vendas

Contas com
impacto na
 61 – Custo da Mercadoria Vendida Demonstração
 611 – Mercadorias dos
Resultados

 682 – Descontos de pronto pagamento Concedidos

43
Contas relevantes
Fornecedores e Compras
87

 22 – Fornecedores
 221 – Fornecedores conta corrente
◼ 2211 – Fornecedores mercado nacional
 225 – Faturas em receção e conferência
 228 – Adiantamentos a fornecedores

 31 – Compras Contas
 311 – Mercadorias com
 317 – Devolução de compras impacto
 318 – Descontos e abatimentos em compras no
Balanço
 32 – Mercadorias
 321 – Mercadorias
 325 – Mercadorias em trânsito

 39 – Adiantamento por conta de compras

Contas relevantes
Fornecedores e Compras
88

Contas com
 682 – Descontos de pronto pagamento concedidos impacto na
Demonstração
 782 – Descontos de pronto pagamento obtidos dos
Resultados

44
Documentação comercial
89

A operação de compra e venda origina, entre o comprador e o vendedor, a


troca de documentos, que podem ser os seguintes:

❑ Nota de encomenda / Requisição


❑ Guia de remessa
❑ Guia de transporte
❑ Fatura // Fatura- recibo // Fatura simplificada
❑ Nota de débito
❑ Nota de crédito

O desconto
90

o O desconto consiste numa redução do preço das mercadorias vendidas,


concedida pelo vendedor (fornecedor) ao comprador (cliente).

o Os descontos podem ser um de dois tipos:

- Descontos Comerciais

- Descontos Financeiros

45
O desconto
91

✓ Descontos Comerciais:

o Prendem-se com a atividade comercial da empresa (ex: descontos de


quantidade) e estão usualmente relacionados com as quantidades. Este tipo de
descontos abatem ao custo de compra do inventário.

o O desconto de natureza comercial só é contabilizado quando é feito fora da


fatura, por nota de crédito. Sempre que as faturas emitidas incluem descontos
ou abatimentos de natureza comercial, devem registar-se pelo valor líquido.

O desconto
92

✓ Descontos Financeiros:

o Estão associados à atividade financeira da empresa (ex: descontos de pronto


pagamento).

o Este tipo de descontos não afetam o custo de compra e representam um rédito


para a empresa.

o É sempre contabilizado, quer incluído na fatura, quer feito fora da fatura.

46
Adiantamento de clientes/a fornecedores
93

o Consiste na entrega de meios financeiros líquidos efetuada pelo comprador


(cliente) ao vendedor (fornecedor), por conta de futuros fornecimentos.

o O adiantamento pode revestir duas naturezas:

- Quando o preço não está fixado;

- Quando o preço está fixado.

Conta 24 - Estado e outros entes públicos

94

Leitura Recomendada:

 “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulo IV


(Conta 24)

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulo 5

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulo 17

 “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas:
Capítulo 2 (2.4)

94

47
Conta 24 - Estado e outros entes públicos

95

o Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros


entes públicos que tenham características de impostos e taxas, estando
desdobrada do seguinte modo:

95

Conta 241 – Imposto sobre o rendimento

96

o A conta 241 poderá desdobrar-se da seguinte forma:

2411 Pagamentos por conta


2412 Retenções na fonte efetuadas por terceiros
2413 Imposto estimado
2414 Imposto liquidado
2415 Apuramento
2416 Imposto a pagar
2417 Imposto a recuperar

96

48
241-Imposto sobre o rendimento

97

2411 Pagamentos por conta

o É debitada pelo pagamento por conta ou pelo pagamento especial por conta,
efetuado pela entidade. Estes consistem numa antecipação do IRC.

2412 Retenções na fonte efetuadas por terceiros

o É debitada pelas retenções na fonte feitas por terceiros a que alguns dos
rendimentos da entidade estão sujeitos.

241-Imposto sobre o rendimento

98

2413 Imposto estimado


o No fim do período será calculada a quantia do respetivo imposto, com
base na matéria coletável estimada:

Conta Débito Crédito


8121Imposto s/ R. Período x
Estimativa de IRC
2413 Imposto Estimado x

98

49
241-Imposto sobre o rendimento

99

2414 Imposto liquidado

o No período seguinte ao que reporta a tributação deverá transferir-se o


imposto estimado para o imposto liquidado.
o Caso se verifiquem diferenças face à estimativa, deverá utilizar-se a
conta 6885 ou 7882.

99

241-Imposto sobre o rendimento

100

2415 Apuramento

o Os saldos da 2411 (pgtos por conta), 2412 (retenções de terceiros) e 2414


(Imposto liquidado) serão transferidos para a conta 2415.

o O respetivo saldo deverá ser transferido da conta 2415, consoante dê imposto


a pagar (2416) ou a recuperar (2417):
Conta Débito Crédito
2415 Apuramento IRC x
Imposto a Pagar
2416 Imposto a pagar x

Conta Débito Crédito


2417 Imposto a recuperar x
Imposto a Recuperar
2415 Apuramento IRC x
100

50
Retenção de impostos sobre rendimentos

101

242 – Retenção de impostos sobre rendimentos

Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente
a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS e é movimentada a débito
quando das entregas ao Estado das retenções efetuadas (no mês seguinte ao da
retenção).

A conta 242 pode ser subdividida de acordo com a natureza dos rendimentos.
Exemplo:
o 2421 - Trabalho dependente
o 2422 - Trabalho independente
o 2423 - Capitais
o 2424 - Prediais
o .....
o 2429 - Sobre outros rendimentos
101

Pessoal

102

Leitura Recomendada:

 “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulo IV


(Conta 24 e Conta 63)

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulo 5

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulo 7

 “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas:
Capítulo 2 (2.3)

102

51
Gastos com o pessoal

103

Os gastos relacionados com os recursos humanos de uma entidade são:

1. Remunerações fixas e/ou variáveis recebidas pelos trabalhadores vinculados à


entidade por contrato individual de trabalho;
2. Remunerações fixas e/ou variáveis atribuídas aos órgãos sociais da empresa;
3. Contribuições para a segurança social;
4. Seguros obrigatórios e facultativos efetuados a favor do pessoal;
5. Gastos de carácter social;
6. Formação profissional;
7. Indemnização por despedimento;
8. Atribuição de benefícios de reforma.
103

Gastos com o pessoal

104

o Contabilisticamente são de considerar gastos com pessoal os relativos aos órgãos


estatutários e ao pessoal vinculado à entidade (trabalhadores dependentes).

o Os rendimentos do trabalho dependente estão, de um modo geral, sujeitos aos


seguintes descontos:

❖ Contribuição para a Segurança Social


❖ Retenção de IRS
❖ Quotas para Sindicato (se o trabalhador for sindicalizado)
❖ Penhoras (fiscais ou judiciais)

104

52
Contribuições, impostos e outros encargos
inerentes aos gastos com o pessoal
105

o Contribuições para a Segurança Social

Fonte: Site da Segurança Social: http://www.seg-social.pt/calculo-das-contribuicoes1


Clique aqui
105

Contribuições, impostos e outros encargos


inerentes aos gastos com o pessoal
106

o Contribuições para a Segurança Social

Taxa de Desconto
Segurança Base de para a
social incidência Segurança
aplicável Social

• A entrega das declarações de remunerações tem que ser realizada até ao dia
10 do mês seguinte ao qual se refere, utilizando para isso e de forma
obrigatória o suporte eletrónico.
• O prazo de pagamento das contribuições/quotizações é do dia 10 até ao dia
20 do mês seguinte àquele a que dizem respeito as remunerações.

106

53
Contribuições, impostos e outros encargos
inerentes aos gastos com o pessoal
107

o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS)

• A cada funcionário, atendendo ao montante total dos abonos incidirá o IRS, de


acordo com a sua situação fiscal no momento, sendo determinada a taxa de
IRS de retenção na fonte, através das tabelas fiscais em vigor.

Exemplo:
TABELAS DE RETENÇÃO NA FONTE PARA O CONTINENTE - 2018
TABELA I - TRABALHO DEPENDENTE
NÃO CASADO
Remuneração Mensal Número de dependentes
Euros 0 1 2 3 4 5
Até 632,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Até 645,00 3,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Até 683,00 5,7% 1,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Até 736,00 7,5% 2,9% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0%
Até 811,00 8,4% 4,8% 1,2% 0,0% 0,0% 0,0%
Até 919,00 10,6% 7,1% 3,7% 0,1% 0,0% 0,0%
Fonte: Site da Autoridade Tributária e Aduaneira: http://www.portaldasfinancas.gov.pt/at/html/index.html
107
Clique aqui

Contribuições, impostos e outros encargos


inerentes aos gastos com o pessoal
108

o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS)

Rendimento
Taxa de
sujeito a Desconto do
Retenção na
retenção na IRS
fonte de IRS
fonte de IRS

• As entidades empregadoras estão obrigadas a deduzir o imposto (IRS) no


momento do seu pagamento ou colocação à disposição dos respetivos
titulares e proceder à sua entrega até ao dia 20 do mês seguinte àquele
em que foi deduzido (art.º 98º a 101º CIRS)

108

54
Processamento do recibo de remunerações

109

Montante Montante Montante


dos dos líquido a
pagar ao
abonos descontos funcionário

109

Processamento e pagamento
das remunerações ao pessoal
110

Os registos contabilísticos do processamento e pagamento das


remunerações ao pessoal divide-se por três fases:

1ª fase: processamento das remunerações dentro do mês a que respeitam;

2ª fase: processamento dos encargos sobre remunerações (parte respeitante à


entidade patronal) dentro do mês a que respeitem;

3ª fase: pagamento das remunerações líquidas ao pessoal, dos impostos e


contribuições ao Estado e de quaisquer outras retenções efetuadas.

110

55
IVA
111

Leitura Recomendada:

 “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulo IV


(Conta 24)

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulo 5

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulo 14

 “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas:
Capítulo 2 (2.4)

Caracterização do IVA
112

• É um imposto indireto porque recai sobre o consumo de bens e serviços e não


sobre o rendimento.

• É um imposto que incide sobre todas as operações efetuadas pelos sujeitos


passivos do imposto mencionadas no nº 1 do art.º 1º CIVA:
a) Transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas em território
nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal;
b) Importações de bens, ou seja, as aquisições efetuadas a países não
pertencentes à União Europeia (países terceiros);
c) Operações intracomunitárias efetuadas no território nacional, tal como são
definidas e reguladas no Regime do IVA das Transações Intracomunitárias (RITI).

56
Incidência
113

• Sobre as vendas e prestações de serviços efetuadas, em regra, é liquidado o


imposto que é devido ao Estado, exceto se beneficiarem de alguma não
sujeição ou isenção prevista no CIVA (art.º 9º a 15º).

• Nas aquisições de bens e serviços, o imposto pago aos fornecedores pode ou


não ser dedutível, em conformidade com os art.º 19º a 21º do CIVA.

• Tratamento nas operações entre sujeitos passivos de países da União Europeia:


✓ Transmissão intracomunitária: Isento IVA art. 14º do RITI.
✓ Aquisição intracomunitária: Reverse charge – Cabe ao adquirente na sua
declaração periódica de IVA considerar o imposto da transação simultaneamente
como IVA a pagar (liquidado) e a recuperar do Estado (dedutível).

Incidência
114

• Tratamento nas operações com países terceiros:

o Importações – O IVA é liquidado pelos serviços alfandegários.

o Exportações - são isentas de imposto nos termos do art.º. 14º do CIVA.

57
Valor tributável e Taxas
115

• A base tributável, ou seja o valor sobre que incide a taxa do imposto, é


constituída pelo valor das vendas de bens e serviços constantes da fatura ou
documento equivalente, com exclusão dos descontos, bónus ou abatimentos.

• As taxas deste imposto estão fixadas no art.º 18º do Código do IVA, sendo
aplicável a que vigorar no momento em que o imposto é devido. Atualmente as
taxas em vigor são:

Continente Madeira Açores


Taxa reduzida (Lista I) 6% 5% 4%
Taxa intermédia (Lista II) 13 % 12 % 9%
Taxa normal 23 % 22 % 16%

Contabilização do imposto
116

Para a contabilização do IVA as subcontas previstas são:

• 2431- IVA SUPORTADO


• 2432- IVA DEDUTÍVEL
• 2433- IVA LIQUIDADO
• 2434- IVA REGULARIZAÇÕES
• 2435- IVA APURAMENTO
• 2436- IVA A PAGAR
• 2437- IVA A RECUPERAR
• 2438- IVA REEMBOLSOS PEDIDOS
• 2439- IVA LIQUIDAÇÕES OFICIOSAS

58
2431 - IVA Suportado
117

• Esta conta é de uso facultativo.

• É debitada pelo IVA suportado em todas as aquisições relativas a inventários,


investimentos ou outros bens e serviços.

• Credita-se por contrapartida da subconta 2432 - IVA dedutível pelas parcelas


dedutíveis, e pelas parcelas de imposto não dedutível por contrapartida das
contas inerentes às respetivas aquisições ou da subconta 6812-Outros gastos e
perdas, impostos indiretos, quando for caso disso, nomeadamente por dificuldades
de imputação a custos específicos.

• A utilização desta conta é aconselhável para as empresas que desenvolvem


atividades com direito à dedução e, simultaneamente, atividades que não
conferem direito à dedução.

2432 - IVA Dedutível


118

• Regista a débito, os valores do IVA dedutível das aquisições de inventários,


investimentos e outros bens e serviços.

• Cada uma das suas subcontas deve ser subdividida, segundo as taxas aplicáveis,
por ordem crescente.

Débito Crédito
IVA dedutível das aquisições Transferência do saldo para a conta de IVA
Apuramento (2435)

59
2433 - IVA Liquidado
119

• Regista a crédito os valores do IVA liquidado nas facturas ou documentos


equivalentes emitidos pela empresa.

• Cada uma das suas subcontas deve ser subdividida, segundo as taxas
aplicáveis, por ordem crescente.

Débito Crédito
Transferência do saldo para a conta de IVA IVA liquidado nas vendas
Apuramento (2435)

2434 - IVA Regularizações


120

• Regista as correcções de imposto e susceptíveis de serem efectuadas nas


respetivas declarações periódicas, como por exemplo: descontos comerciais
concedidos a clientes e obtidos de fornecedores, rectificações ou correcção de
facturas, devoluções de compras e de vendas, etc.

• Estas regularizações podem ser:


o 24341 – Mensais (ou trimestrais) a favor da empresa: debita-se pelo montante de
imposto resultante de operações que reduzem o montante de imposto liquidado ou
que aumente o imposto dedutível. Ex.: descontos concedidos a clientes, devoluções de
vendas por clientes, erros ou omissões, anulação de entregas dos adiantamentos dos clientes.

o 24342 - Mensais (ou trimestrais) a favor do Estado: credita-se pelo imposto


resultante de operações que aumentem o montante liquidado pela empresa ou
reduzam o imposto dedutível. Ex: descontos concedidos por fornecedores, devoluções de
compras, anulação de adiantamentos a terceiros, erros.

60
2434 - IVA Regularizações
121

Débito Crédito
Regularizações a favor da Regularizações a favor do Estado
Empresa (D 24.341) (C 24.342)

2435 - IVA Apuramento


122

• Esta conta destina-se a centralizar as operações registadas nas contas 2432,


2433, 2434 e 2437, de forma a que o seu saldo corresponda ao imposto a
pagar ou a recuperar, com referência a um determinado período de imposto.

Débito Crédito
Saldo da 2432 Saldo da 2433
Saldo da 24341 Saldo da 24342
Saldo da 2437 (a)
(a) É debitada pelo saldo devedor da 2437, respeitante ao montante de crédito do imposto
reportado ao período anterior sobre o qual não exista nenhum pedido de reembolso.

61
2435 - IVA Apuramento
123

• Após estes lançamentos, o respectivo saldo transfere-se para:

➢ Crédito da 2436 – IVA a pagar, no caso de ser credor. O seu valor vai
corresponder ao imposto a pagar ao Estado.
➢ Débito da 2437- IVA a receber, no caso de ser devedor. O seu valor
corresponde a créditos sobre o Estado, em que a empresa poderá reportá-los
para períodos posteriores, ou então solicitar o seu reembolso (transferindo-se o
saldo da conta para 2438 - Reembolsos Pedidos).

• Assim sendo, no final de cada período (mensal ou trimestral, consoante o volume


de negócios da empresa), tem de ser efectuado o apuramento do imposto.

Apuramento do Imposto

124

Fonte: “Elementos de Contabilidade Geral”

62
Apuramento do imposto
125

2438 – Reembolsos pedidos


126

• Destina-se a contabilizar os créditos de imposto relativamente aos quais foi


exercido um pedido de reembolso.

• Em situações de crédito de imposto em relação ao Estado:


o o montante a favor da empresa pode ser deduzido nos períodos seguintes;

o poder-se-á solicitar o reembolso (nos termos do artº. 22º do CIVA):


• Uma vez apresentado um pedido de reembolso, o sujeito passivo fica impedido
de proceder à dedução desse imposto em períodos subsequentes, até à
comunicação da decisão da administração fiscal:
✓ se o pedido for deferido => aguardar pagamento
✓ se o pedido for indeferido => anulação do lançamento inicial

63
2439 – Liquidações oficiosas
127

• As liquidações oficiosas resultam de:


o não apresentação da declaração periódica no respetivo prazo legal;
o retificação da declaração apresentada pelo sujeito passivo.

Inventários
128

Leitura Recomendada:

 “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora: Capítulo IV


(Classe 3)

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA EXPLICADA” 4ª Edição, Vida Económica: Capítulo 5

 “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos Livros: Capítulo 8

 “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas:
Capítulo 3

64
Inventários
129

✓ Conteúdo
1. Conceito de Inventário
2. Mensuração dos Inventários
3. Inventários da Atividade Comercial
3.1. Determinação do Custo dos Inventários
3.2. Reclassificações e Regularizações de Inventários
3.3. Inventários em Trânsito
3.4. Inventários em Poder de Terceiros
3.5. Sistemas de Inventário
3.6. Critérios de Mensuração das Saídas de Inventários
4. Especificidade dos Inventários da Atividade Industrial
(comparativamente aos Inventários da Atividade Comercial)
4.1. Determinação do Custo dos Inventários
4.2. Sistemas de Inventários
4.3. Critérios de Mensuração das Saídas de Inventários
5. Apresentação dos Inventários
6. Divulgações sobre Inventários

1. Conceito de Inventário
§ 6 – NCRF 18
130

Finalidade Tipologias (Código Conta)

Detido para venda no Mercadorias (32)


decurso ordinário da Produtos Acabados (34)
atividade empresarial Subprodutos (351)

No processo de produção Produtos Intermédios (34)


Ativo para venda no decurso da Produção em Curso (36)
atividade empresarial Trabalhos em Curso (36)

Matérias-Primas (331)
A ser aplicado no processo Matérias Subsidiárias (332)
de produção ou de
prestação de serviços Embalagens (333)
Materiais Diversos (334)

65
1. Conceito de Inventário
131

✓ Tipologias de Inventários por Tipo de Atividade Empresarial


Comercial
• Mercadorias
• Embalagens
• Materiais Diversos
Industrial
• Matérias-Primas
• Matérias Subsidiárias
• Produção em Curso
• Produtos Intermédios
• Produtos Acabados
• Subprodutos
• Embalagens
• Materiais Diversos
Prestação de Serviços
• Trabalhos em Curso
• Embalagens
• Materiais Diversos

2. Mensuração dos Inventários


§ 9 – NCRF 18
132

✓ No final do período económico

Custo

< Valor
Realizável
Líquido

Esta análise apenas é efetuada no final do período económico consubstanciando o teste


de imparidade aos Inventários, que apenas será abordada na Unidade Curricular de
Contabilidade Financeira no 2.º semestre.

Ao longo do período económico é utilizado o Custo no reconhecimento dos efeitos das


operações relacionadas com os Inventários.

66
3.1. Determinação do Custo dos
Inventários (Atividade Comercial)
§ 10 – NCRF 18
133

✓ Custo dos Inventários da Atividade Comercial

Custo dos Custos de Outros


Inventários Compra Custos

Embora conceptualmente o Custo dos Inventários também inclua os Custos de


Conversão (de Produção/Industriais) os mesmos não são aplicáveis aos
Inventários relacionados com a atividade comercial.

3.1. Determinação do Custo dos


Inventários (Atividade Comercial)
§ 11 – NCRF 18
134

Custos de Compra

• (+) Preço de Compra (em condições de crédito normais)


• (+) Direitos de Importação (ex: Taxas Aduaneiras)
• (+) Impostos Suportados ou Não Recuperáveis (ex: IVA suportado em atividades
com isenção incompleta; IMT)
• (+) Custos de Transporte
• (+) Custos de Manuseamento (Handling)
• (+) Outros Custos diretamente atribuíveis à operação de compra (ex: Seguros
de Transporte, Comissões de Compra suportadas, Custos com Garantias Bancárias e Cartas de
Crédito)
• (–) Descontos Comerciais e Abatimentos Obtidos (os Descontos Financeiros Obtidos
não reduzem o custo da compra)

67
3.1. Determinação do Custo dos
Inventários (Atividade Comercial)
§ 15 e 16 – NCRF 18
135

Outros Custos

• Incorridos para colocar os Inventários no local e condição atual, e desde


que não sejam:
• Desperdícios
• Custos de Armazenamento
• Custos Administrativos que não contribuíram para colocar os Inventários
no seu estado e local atual
• Custos de Vender (ex: custos a incorrer com eventuais Comissões de Venda ou Custos
de Transporte na Venda)

No caso dos Inventários relacionados com a atividade comercial a existência de Outros


Custos é pouco frequente.

3.2. Reclassificações e Regularizações


de Inventários
136

✓ Conceito de Reclassificações de Inventários

Alteração da classificação de um ativo em função das alterações da finalidade do


mesmo na empresa que implique:
• A transferência de Outros Ativos para Inventários (Reclassificação Positiva) (ex:
transferência de Ativos Fixos Tangíveis para Inventários)
• A transferência de Inventários para Outros Ativos (Reclassificação Negativa) (ex:
transferência de Inventários para Ativos Fixos Tangíveis)

68
3.2. Reclassificações e Regularizações
de Inventários
137

✓ Conceito de Regularizações de Inventários


Todas as alterações (positivas ou negativas) aos Inventários que não sejam decorrentes de:
• Compras (e suas correções devido a Devoluções a Fornecedores e a Descontos
Comerciais Obtidos)
• Vendas (e suas correções devido a Devoluções de Clientes)
• Reclassificações de Inventários
• Imparidades (perdas e/ou reversões)

Exemplos de Regularizações de Inventários:


• Positivas:
• Sobras (diferenças positivas resultantes da inventariação física)
• Ofertas de Inventários à empresa por fornecedores ou potenciais fornecedores
• Negativas:
• Quebras (diferenças negativas resultantes da inventariação física)
• Ofertas de Inventários pela empresa a terceiros (ex: clientes, potenciais clientes ou
empregados)
• Sinistros de Inventários
• Roubo, Furto ou Dano Total em Inventários
• Autoconsumo de Inventários pela empresa

3.2. Reclassificações e Regularizações


de Inventários
138

 Registo das Reclassificações e Regularizações de Inventários


38x
Reclassificação e
D Regularização de Inventários C

A contrapartida da movimentação da conta 38x – Reclassificação e Regularização de Inventários será:


• No caso das Reclassificações (Positivas ou Negativas), em outra conta do Ativo
• No caso de Regularizações Positivas, numa subconta da conta de Rendimentos 784 – Ganhos
em Inventário (ou possivelmente a conta 7888 – Outros Não Especificados, no caso de ofertas
de terceiros)
• No caso de Regularizações Negativas, numa subconta da conta de Gastos 684 – Perdas em
Inventários, ou na conta de Gastos 6884 – Ofertas e Amostras de Inventários (no caso de
ofertas a terceiros), ou numa subconta das contas de Gastos 62 – Fornecimentos e Serviços
Externos ou 63 – Gastos com o Pessoal (no caso de autoconsumos da empresa, ou de serem
entregues para consumo em benefício dos empregados, respetivamente)

69
3.3. Inventários em Trânsito
139

A empresa evidencia os Inventários como estando “em Trânsito” caso se verifique que os
controla (capacidade de obter benefícios económicos e assuma os riscos associados)
embora os mesmos se encontrem por entrar fisicamente nas instalações da empresa
aquando de uma compra (Ex: Importação/Transação Intracomunitária de Aquisição Ex
Works (EXW) em que o adquirente assume a responsabilidade pelo bem à saída das
instalações do vendedor).

3.4. Inventários em Poder de Terceiros


140

A empresa evidencia os Inventários como estando “em Poder de Terceiros” caso se


verifique que os controla (capacidade de obter benefícios económicos e assuma os riscos
associados) embora os mesmos se encontrem à guarda de terceiros ou tenham saído em
regime de consignação de um terceiro, isto é, na posse de um terceiro (agente) que se
dedica a procurar ativamente um comprador para esses Inventários, por conta da
empresa.

70
3.5. Sistemas de Inventário
Art.º 12.º DL 158/2009 (alterado pelo DL 98/2015)
141

✓ Conceito de Sistema de Inventário


Os Sistemas de Inventário são métodos de registo/contabilização e controlo da
informação relacionada com a movimentação física dos Inventários

Obrigatório para todas


Sistema de Inventário as empresas exceto as
Permanente (SIP) que tendo a possibilidade
optem pela aplicação do
SII
Sistemas de
Inventário Possível aplicar por:
Microentidades
Sistema de Inventário Empresas com atividade agrícola
Intermitente (ou periódico) Empresas com atividade
(SII) predominantemente de prestação de
serviços
Pequenos pontos de venda a retalho

3.5. Sistemas de Inventário


Art.º 12.º DL 158/2009 (alterado pelo DL 98/2015)
142

✓ Sistema de Inventário Permanente (SIP) durante o período económico


A adoção do SIP implica que a empresa seja capaz de identificar a todo o momento
os Inventários quanto à sua:
• Natureza
• Quantidade
• Custo Unitário
• Custo Global

Para tal a empresa regista/contabiliza de forma individualizada e permanentemente


todas as entradas e saídas de Inventários (além do registo inerente às respetivas
operações de compra, venda, reclassificação e regularização de Inventários).

Com essa informação é possível verificar a qualquer momento os registos


contabilísticos através da correspondência com uma contagem (inventariação) física.

71
3.5. Sistemas de Inventário
143

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


durante o período económico
A adoção do SII permite que a empresa aplique um método simplificado de
registo/contabilização da informação sobre os Inventários, mas que a impossibilita de
controlar e identificar a todo o momento os Inventários quanto à sua:
• Natureza
• Quantidade
• Custo Unitário
• Custo Global

Essa simplificação consiste no facto de a empresa não proceder ao registo/contabilização


individualizada e permanentemente de todas as entradas e saídas de Inventários (embora
continue a proceder ao registo inerente às respetivas operações de compra, venda,
reclassificação e regularização de Inventários).

3.5. Sistemas de Inventário


(Atividade Comercial)
144

✓ SIP vs SII (informação contabilística antes do final do período económico)

Conta SIP SII


31 – Compras Saldo corresponde ao
(respeitantes a Sempre saldada valor acumulado das
Mercadorias) compras do período

Saldo representa o custo Saldo representa o custo


32 – Mercadorias das Mercadorias em stock das Mercadorias em stock
à data no início do período

382 – Reclassificações Saldo corresponde ao valor


acumulado das
e Regularizações de Sempre saldada reclassificações e
Mercadorias regularizações do período

Saldo corresponde ao
61 - CMV valor global do CMV do Sem registos
período

72
3.5. Sistemas de Inventário
Art.º 12.º DL 158/2009 (alterado pelo DL 98/2015)
145

✓ Sistema de Inventário Permanente (SIP) no final do período económico

No final do período económico (ou de forma rotativa ao longo do período


económico) a empresa é obrigada a efetuar uma contagem (inventariação) física
para efeitos de validação do registos contabilísticos.

Teoricamente, não deverão existir divergências entre a informação sobre os


Inventários constante do sistema de informação contabilístico e a obtida através
dessa contagem (inventariação) física.

Contudo, e dependendo do tipo de Inventários, poderão, na prática, existir


diferenças decorrentes de falhas no sistema de controlo e registo dos Inventários
e/ou de ocorrências não detetadas (ex: furtos) que, nesse caso, implicarão o
reconhecimento de Regularizações de Inventários (ex: Quebras e/ou Sobras).

3.5. Sistemas de Inventário


(Atividade Comercial)
146

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


no final do período económico
A empresa apenas procede periodicamente ao registo/contabilização de todas as
entradas e saídas de forma global (pelo valor acumulado), usualmente no final do período
económico.

Sabendo-se que:

Reclassificações
Inventários Inventários e
Compras CMV
Finais Iniciais Regularizações
de Mercadorias

? Saldo Conta 32 Saldos Conta 31 ? Saldos Conta


(de Mercadorias) 382

73
3.5. Sistemas de Inventário
(Atividade Comercial)
147

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


no final do período económico (cont.)
Face às informações desconhecidas em consequência da adoção do SII a empresa é
obrigada, no final do período económico, a proceder à contagem (inventariação) física
dos Inventários e sua mensuração, por forma a ser possível determinar e reconhecer o
gasto com o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).

Assim, tem-se:

Reclassificações
CMV Inventários Inventários e
Compras
Iniciais Finais Regularizações
de Mercadorias

Saldo Conta 32 Saldos Conta 31 Contagem Física Saldos Conta


(de Mercadorias) e Mensuração 382

3.5. Sistemas de Inventário


(Atividade Comercial)
148

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


no final do período económico (cont.)

Logo, o registo contabilístico de ajustamento dos Inventários no final do período


económico, pela globalidade dos efeitos não registados ao longo do ano por
simplificação, deverá:
• Saldar a conta 31 – Compras (respeitantes a Mercadorias) por contrapartida
da conta 32 – Mercadorias (registando de forma global as entradas
decorrentes das compras acumuladas de Mercadorias)
• Saldar a conta 382 – Reclassificações e Regularizações de Mercadorias por
contrapartida da conta 32 – Mercadorias (registando de forma global as
entradas e saídas decorrentes das reclassificações e regularizações acumuladas
de Mercadorias)
• Reconhecer o gasto com o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) na conta 611
– CMV por contrapartida da 32 – Mercadorias (registando de forma global as
saídas decorrentes das vendas)

74
3.5. Sistemas de Inventário
(Atividade Comercial)
149

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


no final do período económico (cont.)

• Entrada pelas Compras Acumuladas de Mercadorias (saldar conta 31):


31x 32x
D Compras C D Mercadorias C
Custo das Compras
(conta 311)

Redução do Custo das


Compras por Devoluções e
Descontos Comerciais
(contas 317 e 318)

3.5. Sistemas de Inventário


(Atividade Comercial)
150

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


no final do período económico (cont.)
• Entradas e Saídas pelas Reclassificações e Regularizações de Mercadorias (saldar
conta 382):
382 32x
D Reclassificações e Regularizações C
de Mercadorias
D Mercadorias C

Regularizações Positivas

Regularizações Negativas

75
3.5. Sistemas de Inventário
(Atividade Comercial)
151

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII)


no final do período económico (cont.)

• Custo das Mercadorias Vendidas (CMV):


611
32x Custo das Mercadorias
D Mercadorias C D Vendidas C

Custo das Mercadorias


Vendidas (CMV)

3.5. Sistemas de Inventário


(Atividade Comercial)
152

✓ SIP vs SII (Vantagens Comparativas)


Sistema Inventário Permanente (SIP)
• Permite conhecer a qualquer momento os Inventários existentes em stock e
o seu detalhe (natureza, quantidade, custo unitário e global).
• Permite conhecer a qualquer momento o montante do Custo das
Mercadorias Vendidas (CMV) em termos acumulados e de forma
individualizada (por transação), e dessa forma apurar a Margem Bruta
das Vendas (Vendas – CMV), igualmente de forma global e
individualizada.
• Permite a tomada de decisões por parte dos gestores com base nessas
informações sobre os Inventários e respetivas operações conexas.
• Permite maior grau de controlo dos Inventários existentes em stock a
qualquer momento potenciando a sua salvaguarda (e mitigando riscos
associados aos mesmos).
• Permite a obtenção de informação mais fiável (e menos passível de
distorção e/ou manipulação) potenciando a confiança dos utilizadores nas
demonstrações financeiras.

76
3.5. Sistemas de Inventário
(Atividade Comercial)
153

✓ SIP vs SII (Vantagens Comparativas) (cont.)

Sistema Inventário Intermitente (SII)


• Permite a obtenção da informação sobre os Inventários para efeitos de
elaboração das demonstrações financeiras com menor custo associado à
implementação e utilização de sistemas informáticos, processos e recursos
humanos e materiais (razão pela qual as possibilidades de optar pela
adoção do SII estão restritas a entidades e pontos de venda de
reduzidíssima dimensão, ou cuja atividade não envolve de forma
significativa a existência de Inventários, ou quando a mesma torna a
possível aplicação do SIP potencialmente complexa, senão mesmo
impraticável).

3.6. Critérios de Mensuração das


Saídas de Inventários
§ 23 e 24 – NCRF 18
154

✓ Custo Específico
Caso os itens em Inventários não sejam geralmente intermutáveis, ou seja, que é
possível identificar especificamente e diferenciar dos demais itens similares/idênticos,
a empresa aplica o critério do Custo Específico na determinação do custo das saídas
de Inventários.

Existem alguns tipos de inventários que pelas suas características permitem a


aplicação do Custo Específico, tais como:
• Imóveis (Terrenos e Edifícios)
• Viaturas, Embarcações e Aeronaves
• Joalharia e relojoaria de elevada qualidade

Nesses casos, aplicando o Custo Específico, a empresa identifica especificamente o


montante do custo que esse item apresentava em Inventários como sendo o custo da
saída do stock de Inventários.

77
3.6. Critérios de Mensuração das
Saídas de Inventários
§ 23 a 25 – NCRF 18
155

✓ Outros Critérios
Contudo, quando não é possível aplicar o Custo Específico, porque existem diferentes
itens similares em Inventários cujos custos de aquisição podem ter sido diferentes:
• sendo impraticável determinar de forma específica o item que saiu de Inventários
• a imputação de um dos, eventuais, diferentes custos de aquisição dos itens em
Inventários, sem qualquer outro critério pré-definido, poderia permitir a seleção
com o propósito de obter um efeito pré-determinado (em particular com impacto
nos resultados da empresa)

Consequentemente, quando não é possível aplicar o Custo Específico, a empresa deve


pré-definir um dos seguintes critério para a determinação do custo das saídas dos
Inventários:
• First-In First-Out (FIFO);
• Custo Médio Ponderado (CMP)

3.6. Critérios de Mensuração das


Saídas de Inventários
§ 25 e 26 – NCRF 18
156

✓ Outros Critérios (cont.)


Com base nas normas contabilísticas aplicáveis em Portugal (IAS/IFRS ou normas do
SNC) é proibida a aplicação de outros critérios, nomeadamente o LIFO (Last-In First-
Out)

A aplicação dos critérios do FIFO e do CMP deve ser uniforme para todos os
Inventários que tenham uma natureza e uso semelhante para a empresa (contudo não
impede que quando tal não se verifique se possa usar diferentes critérios para
diferentes Inventários com naturezas e/ou usos diferenciados)

Note-se que na aplicação destes métodos (FIFO ou CMP) as operações de devoluções


de vendas, devoluções de compras e de descontos comerciais obtidos não devem ser
interpretadas como entradas ou saídas autónomas de Inventários, mas como tratando-
se de ajustamentos a outras operações com Inventários na sua origem (ou seja, como
ajustamentos às compras ou vendas a que se reportam as devoluções e/ou descontos
comerciais conexos).

78
3.6. Critérios de Mensuração das
Saídas de Inventários
§ 27 – NCRF 18
157

✓ Custo Médio Ponderado (CMP)

De acordo com o critério do CMP a determinação do custo da saída de um inventários


é obtida através do montante do custo da média ponderada dos itens em stock:

Custo Total dos N.º de Unidade


CMP Inventários em de Inventários
Stock em Stock

3.6. Critérios de Mensuração das


Saídas de Inventários
§ 27 – NCRF 18
158

✓ Exemplo de Ficha de Inventário aplicando o CMP

CMP = (8.400 € + 5.000 €) / (1.200 u + 500 u) = 13.400 € / 1.700 u = 7,88 €

Logo o custo da saída pela venda (CMV) é de 1.400 u * 7,88 € = 11.035,29 €

79
3.6. Critérios de Mensuração das
Saídas de Inventários
§ 27 – NCRF 18
159

✓ First-In First-Out (FIFO)

De acordo com o critério do FIFO a determinação do custo da saída de um


inventários é obtida através da imputação das primeiras entradas (First-In), ou seja
das mais antigas, às primeiras saídas (First-Out).

A aplicação do critério do FIFO implica a ordenação cronológica dos diferentes


lotes de entradas em stock de Inventários.

3.6. Critérios de Mensuração das


Saídas de Inventários
§ 27 – NCRF 18
160

✓ Exemplo de Ficha de Inventário aplicando o FIFO

Separação e identificação cronológica dos diferentes


Imputação do custo dos lotes lotes de entradas de stocks em Inventários
mais antigos até aos mais
recentes

Logo o custo da saída pela venda (CMV) é de (1.200 u * 7 €) + (200 u * 10 €) = =


8.400 € + 2.000 € = 10.400 €

80
3.6. Critérios de Mensuração das
Saídas de Inventários
(Atividade Comercial)
161

✓ CMP vs FIFO (cenário inflacionista)

Conta CMP FIFO


Inventários < >
CMV > <
Resultado < >
Gasto Imposto < >

4.1. Determinação do Custo dos


Inventários (Atividade Industrial)
§ 10 – NCRF 18
162

✓ Custo dos Inventários da Atividade Industrial

Custos de
Custo dos Outros
Compra das Custos de
Inventários da Custos
Matérias Conversão
Produção
Consumidas

Embora conceptualmente o Custo dos Inventários inclua os Custos de Conversão


(de Produção/Industriais/Transformação) os mesmos não são aplicáveis a alguns
dos Inventários da atividade industrial, como no caso das Matérias-Primas,
Embalagens e Materiais Diversos, aos quais são apenas aplicáveis os Custos de
Compra e os Outros Custos, de forma similar aos referidos para os Inventários
da Atividade Comercial.

Os Custos de Compra dos Inventários da Atividade Industrial são os mesmos,


anteriormente apresentados para os Inventários da Atividade Comercial.

81
4.1. Determinação do Custo dos
Inventários (Atividade Industrial)
§ 12 a 14 – NCRF 18
163

Custos de Conversão
• (+) Custos Diretos de Produção (além dos custos dos consumos das Matérias-Primas e
Materiais de Consumo (CMC – Custo das Matérias Consumidas)):
• Mão-de-Obra Direta
• (+) Custos Indiretos de Produção (Gastos Gerais de Fabrico):
• Variáveis (na totalidade)
• Fixos (na proporção do nível de atividade das instalações e equipamentos de produção
face à sua capacidade normal)

4.1. Determinação do Custo dos


Inventários (Atividade Industrial)
§ 15 a 18 – NCRF 18
164

Outros Custos

• Incorridos para colocar os Inventários no local e condição atual, e desde


que não sejam:
• Desperdícios anormais (de materiais, mão-de-obra ou outros custos de produção)
• Custos de Armazenamento (a menos que esses custos sejam necessários ao
processo de produção entre fases de produção)
• Custos Administrativos que não contribuíram para colocar os Inventários
no seu estado e local atual
• Custos de Vender (ex: custos a incorrer com eventuais Comissões de Venda ou Custos
de Transporte na Venda)

• Gastos de financiamento da atividade de produção, quando a mesma


decorre durante um período substancial de tempo (usualmente com duração
superior a 12 meses), são incluídos nos custos dos Inventários (nos termos da
NCRF 10 – Custos de Empréstimos Obtidos)

82
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
165

✓ Inventários da Produção em Sistema de Inventário Permanente (SIP)

• Consumo de Matérias-Primas (Saída de Armazém de Matérias-Primas):

612
331 Custo das Matérias
D Matérias-Primas C D Consumidas C

Custo das Matérias-Primas


Consumidas (CMC)

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
166

✓ Inventários da Produção em Sistema de Inventário Permanente (SIP) (cont.)

• Produção de Produtos Acabados (Entrada em Armazém de Produtos Acabados):

731
34x Variação nos Inventários da
D Produtos Acabados C D Produção (Produtos Acabados) C

Custo Industrial da Produção


Acabada (CIPA)

Nota:
Este registo gera um aumento dos Rendimentos (na conta 731) por montante
equivalente aos Gastos anteriormente reconhecidos na classe 6 relacionados
com a produção.

83
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
167

✓ Inventários da Produção em Sistema de Inventário Permanente (SIP) (cont.)

• Saída de Produtos Acabados pela Venda (Saída de Armazém de Produtos Acabados):

731
34x Variação nos Inventários da
D Produtos Acabados C D Produção (Produtos Acabados) C

Custo Industrial da Produção


Vendida (CIPV)

Nota:
Este registo equivale ao reconhecimento do gasto da venda de produtos
acabados (diminuindo os Rendimentos na conta 731).

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
168

✓ SIP vs SII (informação contabilística antes do final do período económico)

Conta SIP SII


31 – Compras Saldo corresponde ao valor
(respeitantes a Sempre saldada acumulado das compras do
Matérias-Primas) período

Saldo representa o custo das Saldo representa o custo das


331 – Matérias-Primas Matérias-Primas e Produtos
Matérias-Primas e Produtos Acabados em stock no início do
34 – Produtos Acabados Acabados em stock à data período

383/4 – Reclassificações Saldo corresponde ao valor


acumulado das
e Regularizações de Sempre saldada reclassificações e
Inventários (MP´s e PA´s) regularizações do período
Saldo corresponde ao
612 - CMC valor global do CMC do Sem registos
período
731 – Variação de Saldo corresponde ao valor global
Produção (Produtos da Variação de Produção dos Sem registos
Produtos Acabados (CIPA – CIPV)
Acabados)

84
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
169

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção)
A empresa apenas procede periodicamente ao registo/contabilização de todas as
entradas e saídas de forma global

Sabendo-se que, relativamente às Matérias-Primas (MP´s):

Reclassificações
Inventários Inventários e
Compras CMC
Finais Iniciais Regularizações
de MP´s

? Saldo Conta 331 Saldos Conta 31 ? Saldo Conta 383


(respeitantes a
Matérias-Primas)

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
170

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
No final do período económico procede à contagem (inventariação) física das Matérias-
Primas (MP´s) e sua mensuração, por forma a ser possível determinar e reconhecer o gasto
com o Custo das Matérias Consumidas (CMC).

Assim, tem-se:

Reclassificações
Inventários Inventários e
CMC Compras
Iniciais Finais Regularizações
de MP´s

Saldo Conta 331 Saldos Conta 31 Contagem Física Saldo Conta 383
(respeitantes a e Mensuração
Matérias-Primas)

85
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
171

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
Logo, o registo contabilístico de ajustamento dos Inventários de Matérias-Primas no final
do período económico, pela globalidade dos efeitos não registados ao longo do ano por
simplificação, deverá:
• Saldar a conta 31 – Compras por contrapartida da conta 331 – Matérias-Primas
(registando de forma global as entradas decorrentes das compras acumuladas de
Matérias-Primas);
• Saldar a conta 383 – Reclassificações e Regularizações de Matérias-Primas por
contrapartida da conta 331 – Matérias-Primas (registando de forma global as
entradas e saídas decorrentes das reclassificações e regularizações acumuladas
de Matérias-Primas)
• Reconhecer o gasto com o Custo das Matérias Consumidas (CMC) na conta 612 –
CMC por contrapartida da 331 – Matérias-Primas (registando de forma global as
saídas decorrentes dos consumos para entrada na produção).

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
172

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)

• Entrada pelas Compras Acumuladas de Matérias-Primas (saldar conta 31):


31x 331
D Compras C D Matérias-Primas C
Custo das Compras
(conta 312)

Redução do Custo das


Compras por Devoluções e
Descontos Comerciais
(contas 317 e 318)

86
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
173

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
• Entradas e Saídas pelas Reclassificações e Regularizações de Matérias-Primas
(saldar conta 383):
383 331
D Reclassificações e Regularizações C
de Matérias-Primas
D Matérias-Primas C

Regularizações Positivas

Regularizações Negativas

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
174

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)

• Custo das Matérias Consumidas (CMC):


612
331 Custo das Matérias
D Matérias-Primas C D Consumidas C

Custo das Matérias


Consumidas (CMC)

87
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
175

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
Sabe-se, ainda, que relativamente aos Produtos Acabados (PA´s):

Reclassificações
Inventários Inventários Variação de e
Finais Iniciais Produção Regularizações
de PA´s

? Saldo Conta 34 ? Saldo Conta 384

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
176

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
No final do período económico procede à contagem (inventariação) física dos Produtos
Acabados (PA´s) e sua mensuração, por forma a ser possível determinar e reconhecer a
Variação de Produção (compensando os efeitos das entradas pela produção e saídas pelas
vendas)

Assim, tem-se:

Inverso das
Variação Inventários Inventários Reclassificações e
Produção Finais Iniciais Regularizações de
PA´s

Contagem Física Saldo Conta 34 Inverso do Saldo Conta 384


e Mensuração

88
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Industrial)
177

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
Logo, o registo contabilístico de ajustamento dos Inventários de Produtos Acabados no final do
período económico, pela globalidade dos efeitos não registados ao longo ano, deverá:
• Reconhecer a Variação de Produção na conta 731 – Variação nos Inventários da
Produção (Produtos Acabados), como aumento ou diminuição dos rendimentos
(conforme a Variação de Produção seja positiva ou negativa) por contrapartida da 34
– Produtos Acabados (registando de forma global as entradas e saídas acumuladas
decorrentes da entrada de Produtos Acabados no armazém pela produção e a sua
saída pelas vendas);
• Saldar a conta 384 – Reclassificações e Regularizações de Produtos Acabados por
contrapartida da conta 331 – Matérias-Primas (registando de forma global as
entradas e saídas decorrentes das reclassificações e regularizações acumuladas de
Produtos Acabados).

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
178

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)

• Variação de Produção:
731
34x Variação nos Inventários da
D Produtos Acabados C Produção (Produtos Acabados)
D C
Se Variação de
Produção for Negativa

Se Variação de Produção for


Positiva

89
4.2. Sistemas de Inventário
(Atividade Comercial)
179

✓ Sistema de Inventário Intermitente (ou periódico) (SII) no final do período


económico (Especificidades para os Inventários da Produção) (cont.)
• Entradas e Saídas pelas Reclassificações e Regularizações de Produtos Acabados
(saldar conta 384):
384
Reclassificações e Regularizações 34x
D de Matérias-Primas C D Produtos Acabados C

Regularizações Positivas

Regularizações Negativas

4.2. Sistemas de Inventário


(Atividade Industrial)
180

✓ SIP vs SII (Vantagens Comparativas)


(Especificidades para os Inventários da Produção)
As Vantagens Comparativas da adoção do Sistema de Inventário Permanente (SIP) face ao
Sistema de Inventário Intermitente (SII) são idênticas às anteriormente identificadas para os
Inventários da Atividade Comercial, tendo apenas em consideração que no caso dos Inventários
da Atividade Industrial, tem-se que:
• Permite conhecer a qualquer momento os montantes do Custo das Mercadorias
Vendidas (CMC) e da Variação de Produção (Custo Industrial da Produção Acabada
(CIPA) e Custo Industrial da Produção Vendida (CIPV)) (ao invés do Custo das
Mercadorias Vendidas (CMV) nos Inventários da Atividade Comercial).

90
4.3. Critérios de Mensuração das Saídas
de Inventários (Atividade Industrial)
§ 23 a 27 – NCRF 18
181

✓ Especificidades para os Inventários da Produção


A aplicação dos Critérios de Mensuração das Saídas de Inventários é idêntica para os
Inventários da Atividade Industrial, comparativamente aos Inventários da Atividade Comercial,
contudo ao invés das saídas originarem a determinação e reconhecimento do Custo das
Mercadorias Vendidas (CMV), permitem determinar o:
• Custo das Matérias Consumidas (CMC), no caso de saídas de Matérias-Primas pelo seu
consumo aquando na entrada no processo produtivo;
• Custo Industrial dos Produtos Vendidos (CIPV), no caso de saídas de Produtos
Acabados pela sua Venda (que é outra das componentes na determinação do
montante da Variação nos Inventários da Produção).

Consequentemente, qualquer análise comparativa entre a aplicação do Custo Médio


Ponderado (CMP) e o First-In First-Out (FIFO) para um determinado cenário inflacionista, terá
conclusões idênticas para o CMC e para a Variação de Produção nos Inventários da Atividade
Industrial, às obtidas para o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) no caso dos Inventários
da Atividade Comercial (anteriormente apresentadas).

5. Apresentação dos Inventários


§ 6 – NCRF 18 e § 14 – NCRF 1
182

✓ Balanço

No Balanço os Inventários são sempre apresentados no Ativo Corrente em qualquer


circunstância (tempo que já tenha decorrido ou que se espera que decorra para vender,
consumir ou integrar na produção) porquanto cumprem sempre com um dos requisitos
para se identificar um Ativo Corrente, nomeadamente que são:
• Ativos que se espera que sejam vendidos ou consumidos no decurso normal do ciclo
operacional da empresa

91
6. Divulgações sobre Inventários
§ 4 e 20 do Anexo 6 da Portaria 220/2015
183

✓ Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras


Relacionado com o tema dos Inventários, de acordo com as NCRF, é necessário divulgar
nas Notas/Anexo às Demonstrações Financeiras (excluindo as decorrentes da análise da
imparidade dos Inventários):
• Políticas Contabilísticas usadas na mensuração dos Inventário e fórmula de
custeio utilizada (ex: utilização do Custo Específico, CMP ou FIFO)
• Principais fontes de incerteza relacionadas com as estimativas usadas nos
Inventários (ex: critérios de imputação de custos indiretos nos custos de conversão na
atividade industrial)
• Quantia escriturada em cada classificação apropriada de Inventários (ex:
discriminação por tipologia de Inventários e caso se encontrem em trânsito ou na posse de
terceiros)
• Quantia de Inventários reconhecida como um gasto do período (ex: CMV, CMC,
Outros Gastos com Perdas em Inventários ou Ofertas, Fornecimentos e Serviços Externos ou
Gastos com Pessoal)
• Quantia escriturada dos Inventários dados como penhor de garantia a passivos
• Quantia de juros incluídos nos custos de produção dos inventários

Bibliografia principal
184

✓ ALMEIDA, Rui, ALMEIDA, Mª do Céu, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fábio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO,
Pedro, (2021) “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”, 4.ª Edição, ATF Edições Técnicas, Lisboa.

✓ BORGES, António, RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério, (2021) “ELEMENTOS DE CONTABILIDADE


GERAL”, 27ª Edição, Áreas Editora, Lisboa.

✓ COSTA, Carlos Batista e ALVES, Gabriel Correia (2014), “CONTABILIDADE FINANCEIRA”, 9ª Edição, Rei dos
Livros, Lisboa.

✓ GONÇALVES, Cristina, FERNANDES, Sant’Ana, SANTOS Dolores, RODRIGO José, (2020) “CONTABILIDADE
FINANCEIRA EXPLICADA – MANUAL PRÁTICO” 4ª Edição, Vida Económica, Lisboa.

92

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