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Contabilidade de Gestão I (GE)

Contabilidade de Gestão (ECO + MAEG)


Rúben M. T. Peixinho, Ph.D.
(rpeixinh@ualg.pt)

1º Semestre

ROGRAM Licenciaturas em:


Gestão de Empresas | Economia | Matemática Aplicada à Economia e à Gestão

Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA I

1. Introdução

RÚBEN M. T. PEIXINHO
2
RESPONSÁVEL
AGENDA DA UNIDADE CURRICULAR

Rúben Miguel Torcato Peixinho

Ø Contactos:
Gabinete: 2.54
E-mail: rpeixinh@ualg.pt

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø Como definir Contabilidade?

“The process of identifying, measuring and communicating


information to permit informed judgements and decisions by users
of the information.”
American Accounting Association

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INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø Aspectos importantes:

1. Reconhecer a contabilidade como um processo que:


- está relacionado com a actividade económica;
- regista o efeito financeiro da actividade económica;
- resume e reporta os resultados desses efeitos;
- interpreta esses resultados;

2. Relaciona a contabilidade com informação económica: utiliza informação


financeira e não financeira.
3. Objectivo de apoiar a tomada de decisão: sublinha a importância da
informação contabilística no processo decisional por parte dos utilizadores
dessa informação.

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INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø A Contabilidade como sistema de informação:

1. A informação deve ser encarada como um recurso fundamental para gerir


as organizações, particularmente em cenários de grande competitividade;
2. Dados vs. Informação:
Dados: Factos de qualquer espécie;
Informação: subconjunto de dados que acrescentam conhecimento;
3. A informação por si só não produz resultados (não reduz custos, não
aumenta rentabilidade, não aumenta a produtividade, etc);
4. A informação contabilística é um recurso que depende da acção do gestor
para se tornar um instrumento ao serviço das organizações;

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UTILIZADORES
AGENDA DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA

Estado

ZONA INTERNA
Devedores (produção de bens ou Investidores
prestação de serviços)

ZONA EXTERNA

Credores

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UTILIZADORES
AGENDA DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA

Ø UTILIZADORES EXTERNOS:

§ Potenciais Investidores: procuram informação que lhes permita avaliar as


oportunidades de investimento;
§ Credores: procuram averiguar a capacidade da empresa em fazer face às
dívidas e eventuais pagamentos de juros;
§ Estado: procura informação para cálculo do imposto a pagar e informação
estatística;
§ Concorrência: procuram informação para comparar a sua posição no
mercado, performance e eficiência;
§ Comunidade: procura avaliar a contribuição da empresa no seu meio
envolvente;

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UTILIZADORES
AGENDA DA INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA

Ø UTILIZADORES INTERNOS:

§ Gestores: procuram informação útil ao planeamento e controlo da


actividade da empresa;
§ Accionistas: procuram informação sobre o valor do seu investimento e sobre
o respectivo rendimento;
§ Empregados: procuram informação sobre a capacidade da empresa em
libertar meios para pagar salários;

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RAMOS
AGENDADA CONTABILIDADE

Ø Tendo presente os utilizadores da informação contabilística, podemos


distinguir 2 ramos da contabilidade:

§ CONTABILIDADE FINANCEIRA (Externa): regista as operações


externas e fornece informação aos utilizadores externos à empresa;

§ CONTABILIDADE DE GESTÃO (Interna): regista as operações internas


da empresa e fornece informação aos utilizadores internos da empresa no
apoio à tomada de decisão;

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CONTABILIDADE
AGENDA FINANCEIRA

Ø Principais características da Contabilidade Financeira:

§ Registo de operações externas da Empresa;


§ Instrumento de medida do património da Empresa;
§ Controla as relações com Terceiros;
§ Regista as variações da composição do Património;
§ Apura os resultados globais da Empresa;

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CONTABILIDADE
AGENDA FINANCEIRA

Ø Insuficiências da Contabilidade Financeira:

§ Não permite avaliar as condições internas de exploração;


§ Não permite o controlo dos custos por funções, divisões, secções ou postos
de trabalho;
§ Não permite apurar os custos e resultados dos produtos fabricados;
§ Não permite planear e controlar a actividade interna da empresa por
funções;

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CONTABILIDADE
AGENDA FINANCEIRA

Ø Questões por responder na Contabilidade Financeira:

§ Qual o custo de produção dos vários produtos que a empresa produz?


§ Os vários produtos vendidos e/ou serviços prestados são todos rentáveis?
§ Como está a evoluir a estrutura de custos dos produtos, serviços e secções
da empresa?
§ Qual o valor do Inventário dos vários produtos produzidos?
§ A empresa deve recorrer a serviços externos ou ter uma oficina própria?
§ Será economicamente viável adquirir novo equipamento o qual permite o
aumento da capacidade produtiva?

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Contabilidade Industrial, Analítica e de Gestão:

§ Contabilidade Industrial: respeita a empresas industriais e focaliza-


se na determinação do custo de produção;
§ Contabilidade Analítica (de Custos ou de Exploração):
ferramenta de análise e de controlo dos rendimentos e gastos nas
empresas. Reclassifica rendimentos e gastos por funções, processos ou
produtos no sentido de fornecer uma análise detalhada a diversas
dimensões. Tem aplicação em empresas industriais, comerciais,
agrícolas, de serviços, etc. Tem também aplicação no sector público e
organizações sem fins lucrativos;
§ Contabilidade de Gestão: sistema de informação mais abrangente, o
qual envolve informação financeira e não financeira, informação interna
e externa, informação operacional e estratégica, etc. A sua aplicação é
tida como importante nas mais variadas empresas e sectores de
actividade.

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Como definir Contabilidade Analítica?

§ “A Contabilidade Analítica é a parte da contabilidade que consiste em determinar


por ramos de actividade, produto, serviços, clientes ou por outros elementos normais
ou extraordinários:
- O montante das vendas;
- O conjunto dos custos correspondentes;
- Os proveitos e os custos por cada uma daquelas
categorias, com o fim de obter o lucro ou prejuízo
de cada uma delas.”
Charles Brunet

§ “A Contabilidade Analítica tem por objectivo fornecer informações de natureza


económica para planeamento e controlo da gestão, tomada de decisões e, no caso
das empresas produtoras, para avaliação das existências finais com vista ao
apuramento dos resultados no fim dos períodos contabilísticos.”
Carlos Pereira e Victor Franco

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Contabilidade de Gestão vs. Contabilidade Analítica:

§ Contabilidade de Gestão é entendido por alguns autores como a nova “face”


da tradicional Contabilidade Analítica;
§ Outros autores entendem que a Contabilidade de Gestão constituiu um
alargamento da Contabilidade Analítica, cujo âmbito e objectivos assumem
uma orientação mais abrangente;

Ø Como definir Contabilidade de Gestão?


“Management accounting is a profession that involves partnering in
management decision making, devising planning and performance
management systems, and providing expertise in financial reporting and
control to assist management in the formulation and implementation of na
organization’s strategy.”
Institute of Management Accountants

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Desafios actuais da Contabilidade de Gestão:

§ Gestão baseada na criação de valor;


§ Avaliação de performance não financeira;
§ Gestão da Qualidade;
§ Gestão baseada na actividade (Método ABC);
§ Contabilidade de Gestão Estratégica;

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Evolução da Contabilidade de Gestão:

§ Está estreitamente relacionada com a Revolução Industrial;


§ Começou por ser aplicada às empresas industriais com o objectivo de
calcular o custo dos produtos;
§ A sua aplicação foi alargada mais tarde a empresas comerciais e empresas
de prestação de serviços;
§ O seu desenvolvimento está ligado à valorização dos Inventários;
§ A sua utilidade alargou-se posteriormente à área de controlo e também no
apoio à tomada de decisão;

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø As empresas devem dispor de Contabilidade de Gestão?

§ Qualquer sistema envolve afectação de recursos financeiros e humanos;


§ O sistema de Contabilidade de Gestão deve ser implementado se a
informação fornecida for capaz de influenciar as decisões de gestão em
benefício da organização;
§ O beneficio advindo de um sistema de Contabilidade de Gestão deve ser
sempre comparado com os custos gerados pela implementação de tal
sistema;
§ Tal como em outras análises custos/beneficio, a Contabilidade de Gestão
deve ser implementada se os seus benefícios superarem os custos de
implementação da mesma;

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Objectivos da Contabilidade de Gestão (Analítica):

1. Cálculo dos custos por funções e por produtos;


2. Auxiliar o Planeamento;
3. Auxiliar o Controlo de Gestão;
4. Auxiliar a tomada de decisão;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Cálculo dos custo por funções e por produtos:

§ Cálculo do custo de cada bem adquirido / produtos fabricado / serviço


prestado;
§ Determinar o valor do Inventário de matérias-primas;
§ Determinar o valor do Inventário de produtos em vias de fabrico;
§ Determinar o valor do Inventário de produtos acabados;
§ Determinar os resultados analíticos por produto e por secções;

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø O Planeamento, o Controlo de Gestão e a Tomada de Decisão

1. Identificar os objectivos

2. Procurar alternativas

Processo de
Planeamento
3. Recolher dados acerca das alternativas

4. Seleccionar as alternativas

5. Implementar as decisões

6. Comparar os resultados reais e planeados


Processo de
Controlo

7. Responder às divergências do plano


Adaptado: Drury, C. Management & Cost Accounting (2004)

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CONTABILIDADE
AGENDA DE GESTÃO

Ø Requisitos da Contabilidade de Gestão (Analítica):

1. Deve ser objectiva e reflectir a realidade da empresa;


2. Deve ser utilizada de acordo com as necessidades sentidas;
3. Deve fornecer informações claras, actualizadas, precisas e oportunas;
4. O grau de complexidade na sua implementação deve estar inserido numa
óptica custo / benefício.

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DIFERENÇAS
AGENDA ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRA E
DE GESTÃO

Ø Contabilidade Financeira:
1. Regista os fluxos entre a empresa e o exterior;
2. Apura os resultados anuais e globais;
3. As demonstrações financeiras são elaboradas de acordo com as normas
contabilísticas de relato financeiro (NCRF);

Ø Contabilidade de Gestão:
1. Regista os fluxos internos da empresa;
2. Apura os resultados mensais, parciais (por funções, actividade, centros de
responsabilidade) e analíticos;
3. A informação é trabalhada no sentido de satisfazer as necessidades dos
elementos que planeiam, decidem e controlam;

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DIFERENÇAS
AGENDA ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRA E
DE GESTÃO

Ø Contabilidade Financeira:
4. Utiliza o método das partidas dobradas (digrafia) para o registo das
operações;
5. Está obrigada à utilização de sistemas de normalização contabilística (POC,
SNC);
6. A Contabilidade Financeira é obrigatória;

Ø Contabilidade de Gestão:
4. Não está obrigada à utilização do método das partidas dobradas (digrafia)
para o registo das operações;
5. Utiliza a classe 9 para elaboração do plano de contas;
6. A Contabilidade de Gestão é facultativa;

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DIFERENÇAS
AGENDA ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRA E
DE GESTÃO

Ø Contabilidade Financeira:
7. Os gastos e rendimentos são classificados por natureza;
8. Regista factos passados (factos históricos);
9. A possível utilização de inventário intermitente limita a obtenção imediata de
informação importante (custo das vendas, consumos, etc);

Ø Contabilidade de Gestão:
7. Os gastos e rendimentos gerados são classificados por destino e tendo em
conta a origem dos rendimentos;
8. A informação não é estritamente passada e engloba informação previsional
(ex: custos teóricos);
9. Utiliza o sistema de inventário permanente possibilitando a obtenção de
informação relevante imediata;

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DIFERENÇAS
AGENDA ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRA E
DE GESTÃO

Ø Contabilidade Financeira:
10. Os períodos contabilísticos são anuais e geralmente coincidem com o ano
civil;
11. Os relatórios financeiros são publicados apenas anualmente (empresas
cotadas podem ter uma periodicidade diferente).

Ø Contabilidade de Gestão:
10. Os períodos contabilísticos dependem das necessidades da empresa
(semanais, mensais, trimestrais, etc);
11. Os relatórios de gestão são elaborados consoante as necessidades da
empresa;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA II

2. Conceitos Fundamentais

RÚBEN
RÚBE
RÚ BEN
BEN M. T
T.. PEIXINHO
PEIX
PE IXIN
IXINHO
IN HO
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INTRODUÇÃO
AGENDA

§ A actividade económica é dinamizada por vários agentes económicos que se


relacionam entre si através de fluxos reais e financeiros;

§ As empresas surgem como principais agentes económicos na produção de bens


e prestação de serviços;

§ As relações entre a empresa e os restantes agentes económicos traduz-se em


fluxos de bens e serviços e consequente fluxos monetários de sentido inverso;

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AGENTES
AGENDA ECONÓMICOS

1
PARTICULARES 2 ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

4 3
11 12

6 5 EMPRESAS

7 8 9 10

INSTITUIÇÕES EXTERIOR
FINANCEIRAS

1. Vencimentos, subsídios; 2. Impostos, taxas; 3. Despesas de Consumo; 4. Ordenados, lucros; 5. Depósitos, juros e
amortizações de empréstimos; 6. Juros, empréstimos e ordenados; 7. Depósitos, juros e amortizações; 8. Juros, empréstimos
e lucros; 9. Exportações; 10. Importações; 11. Impostos e taxas; 12. Subsídios e despesas de consumo.

Fonte: Nabais , C. & F. Nabais. Prática Financeira I (2007)

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O CIRCUITO ECONÓMICO
AGENDA

E E
X X
T T
Receitas Recebimentos
E EMPRESA E
R R
I Despesas Pagamentos I
O O
R R

COMPRAS
Gastos / Custos
PRODUÇÃO
Rendimentos / Proveitos
VENDAS

Fonte: Nabais , C. & F. Nabais. Prática Financeira I (2007)

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FLUXO
AGENDAFINANCEIRO

Ø RECEITAS: factos que originam um direito de receber um certo montante


(irão provocar uma entrada de meios monetários);
§ Exemplo: Nossa factura referente à venda de uma mercadoria;

Ø DESPESAS: factos que originam uma obrigação de pagar um certo montante


(irão provocar uma saída de meios monetários);
§ Exemplo: Aquisição de uma viatura comercial;

v Quadro demonstrativo contabilístico: BALANÇO

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FLUXO
AGENDAECONÓMICO

Ø RENDIMENTOS / PROVEITOS: quando se gera riqueza;


§ Exemplo: Venda de uma mercadoria a pronto pagamento ou a crédito;

Ø GASTOS / CUSTOS: valor dos recursos utilizados ou consumidos para


obtenção de um proveito;
§ Exemplo: Consumo de matéria-prima na fabricação de um produto;
Utilização de uma máquina produtiva;

v Quadro demonstrativo contabilístico: DEMONSTRAÇÃO DOS


RESULTADOS

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FLUXO
AGENDAECONÓMICO

Ø De acordo com estrutura conceptual do SNC, define-se:

§ RENDIMENTOS: aumentos nos benefícios económicos durante o período


contabilístico, na forma de influxos ou aumento de activos ou diminuições
de passivos, que resultem em aumentos no capital próprio, que não sejam
os relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio;

§ GASTOS: diminuições nos benefícios económicos durante o período


contabilísticos, na forma de exfluxos ou depereciamentos de activos ou na
incorrência de passivos, que resultem em diminuições do capital próprio,
que não sejam as relacionadas com distribuições aos participantes no
capital próprio;

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FLUXO
AGENDATESOURARIA

Ø RECEBIMENTOS: entrada de valores monetários na empresa;


§ Exemplo: Recebimento do valor em dívida de um cliente; Recebimento do
valor de um empréstimo contraído pela empresa;

Ø PAGAMENTOS: saída de valores monetários da empresa;


§ Exemplo: Pagamento do valor em dívida a um fornecedor; Pagamento de
salários;

v Quadro demonstrativo contabilístico: DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS


DE CAIXA

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EXEMPLO
AGENDA 1

Ø A empresa XPTO adquiriu em Janeiro de 2017 uma viatura comercial


por 20.000€. A empresa pagou 5.000€ em Janeiro de 2017 e os
restantes 15.000€ em Fevereiro de 2017. Estima-se um período de vida
útil de 4 anos.

§ DESPESA: 20.000€ em Janeiro de 2017;


§ PAGAMENTO: 5.000€ em Janeiro de 2017 e 15.000€ em Fevereiro de
2017;
§ GASTO: 5.000€ em 2017, 2018, 2019, 2020;

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EXEMPLO
AGENDA 2

Ø A empresa XPTO contraiu um empréstimo bancário de 100.000€ em


Janeiro de 2017, o qual será reembolsado em 2 prestações anuais. A
taxa de juro é de 10%.

§ RECEBIMENTO: 100.000€ em Janeiro de 2017;


§ PAGAMENTO: 50.000€ + 10.000€ em Janeiro de 2018 e 50.000€ +
5.000€ em Janeiro de 2019;
§ GASTO: 10.000€ em 2017 e 5.000€ em 2018;

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O CICLO DE EXPLORAÇÃO – Empresa Comercial


AGENDA

Armazém de
s/ Factura Despesa Mercadorias Gasto n/ Factura
Rendimento
Receita

Fornecedores Clientes

s/ Recibo Pagamento Recebimento n/ Recibo

Administração

Adaptado: Nabais , C. & F. Nabais. Prática Financeira I (2007)

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O CICLO DE EXPLORAÇÃO – Empresa Transformadora
AGENDA

Armazém Armazém
Materiais Produção Pr. Acabados
s/ Factura n/ Factura

Despesa Gasto
Rendimento
Receita

Fornecedores Clientes

s/ Recibo Pagamento Recebimento n/ Recibo

Administração

Adaptado: Nabais , C. & F. Nabais. Prática Financeira I (2007)

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O CICLO DE EXPLORAÇÃO – Empresa de Serviços


AGENDA

Fornecedores Clientes

Gasto Rendimento
Utilização de inputs: água, Prestação de Serviço
electricidade, rendas, M.O.

s/ Recibo n/ Recibo

Pagamento Recebimento

s/ Factura
(Bens e n/ Factura
Serviços) (Serviços)

Despesa Receita

Prestação de Serviços

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ESTRUTURA
AGENDA ORGANIZACIONAL

§ O desenvolvimento da actividade económica potenciou o desenvolvimento de


estruturas organizacionais capazes de dar resposta ao aumento da
competitividade;

§ A função de direcção necessita de ser apoiada por outras funções especializadas


numa determinada actividade específica das empresas;

§ Empresas devem definir a melhor estrutura com vista a alcançar os objectivos


definidos;

§ Estrutura funcional: conjunto de pessoas agrupadas que realizam actividades


dentro da mesma área técnica ou de conhecimento;

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ESTRUTURA
AGENDA ORGANIZACIONAL (cont.)

Organograma de uma empresa industrial

Fonte: Santos, C. Contabilidade Analítica: Um apoio à Gestão (1998)

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ESTRUTURA
AGENDA ORGANIZACIONAL (cont.)

Ø Exemplo 1 (Águas do Algarve):

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ESTRUTURA
AGENDA ORGANIZACIONAL (cont.)

Ø Exemplo 2 (Sporting SAD):

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CONT.
AGENDAANALÍTICA E ESTRUTURA FUNCIONAL

§ Para efeitos de planeamento, controlo e tomada de decisões não basta conhecer


o custo global verificado relativamente a um certo objecto de custo;

§ A Contabilidade Financeira decompõe o custo global por natureza no sentido de


analisar e conhecer quais as causas das suas variações de período para período.
No entanto, esta decomposição é insuficiente para uma gestão eficiente da
empresa;

§ A Contabilidade Analítica reclassifica os custos da Contabilidade Financeira


(natureza) para uma perspectiva de funcional;

§ A Contabilidade Analítica deve determinar os custos relativamente a cada uma


das áreas funcionais da empresa (rectângulos do organograma);

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FUNÇÃO
AGENDA DIRECÇÃO

§ Nível máximo na estrutura hierárquica;

§ Concentra a autoridade e responsabilidade;

§ Abrange tarefas de gestão global na empresa;

§ Elabora o planeamento estratégico da empresa;

§ Interpreta os planos para os níveis hierárquicos inferiores;

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FUNÇÃO
AGENDA APROVISIONAMENTO

§ Armazenar o inventário de matérias e produtos eficientemente;

§ Garantir que as matérias-primas e outros materiais estejam disponíveis no


momento em que as secções fabris intervenientes tiverem necessidade;

§ Gerir o stocks de matérias por forma a minimizar os custos de


aprovisionamento;

§ Gerir as compras de matérias por forma a garantir os preços mais competitivos;

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FUNÇÃO
AGENDA COMERCIAL

§ Elaborar estudos de mercado;

§ Escolher os canais de comercialização;

§ Previsão das vendas;

§ Promoção das vendas;

§ Análise e controlo das vendas;

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FUNÇÃO
AGENDA DE PESSOAL

§ Gere o processo de recrutamento de pessoal;

§ Organiza o cadastro de todo o pessoal da empresa;

§ Calcula as remunerações mensais e demais abonos;

§ Processa os descontos obrigatórios a entregar nas entidades respectivas;

§ Promove a formação e aperfeiçoamento do pessoal;

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FUNÇÃO
AGENDA FINANCEIRA

§ Gestão da tesouraria da empresa (recebimentos e pagamentos);

§ Analisa a situação económica e financeira da empresa;

§ Gestão do activo e passivo circulante;

§ Obtém e aplica racionalmente os recursos financeiros da empresa;

§ Elabora os programas e orçamentos enquadrados no planeamento da empresa;

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FUNÇÃO
AGENDA PRODUÇÃO

§ Organiza a produção por forma a entregar os produtos nas datas previstas;

§ Adequa o trabalho à produção de modo a maximizar a utilização dos


equipamentos e recursos humanos;

§ Racionaliza e melhora os processos de fabrico;

§ Controla a produção;

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FUNÇÃO
AGENDA PRODUÇÃO

Ø Como calcular o Custo Industrial de Produção?

§ O custo de produção é constituído por todos os custos inerentes à função


de produção (custos industriais) que ocorreram durante o período.

§ O Custo Industrial da Produção (CIP) subdivide-se em 3 categorias:


1. Consumo de Matéria-Prima (MP);
2. Mão-de-Obra Directa (MOD);
3. Gastos Gerais de Fabrico (GGF);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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FUNÇÃO
AGENDA PRODUÇÃO

Ø Definição das componentes do Custo Industrial de Produção:

1. Consumo de Matéria-Prima (MP): constitui um custo directo do


produto, cujo montante dependerá da quantidade consumida e do
respectivo custo unitário valorizado pelo critério valorimétrico;

2. Mão-de-Obra Directa (MOD): identifica-se com os custos


associados à remuneração dos trabalhadores cuja actividade é
específica da produção de determinado produto;

3. Gastos Gerais de Fabrico (GGF): Inclui todos os restantes custos


industriais que não foram classificados nas componentes anteriores;

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GASTOS
AGENDA POR FUNÇÕES

Ø Gastos / Custos funcionais mais usuais:

§ Aprovisionamento: respeitam ao funcionamento dos armazéns de


matérias e de produtos acabados e semi-acabados;
§ Industriais (Produção): identificam-se com a valorização dos recursos
utilizados na fabricação dos produtos ou prestação dos serviços;
§ Distribuição: estão relacionados com o funcionamento da estrutura
comercial;
§ Administrativos: resultam do funcionamento da estrutura administrativa;
§ Investigação e Desenvolvimento: respeitam às actividades relacionadas
com a pesquisa de novos produtos, serviços, tecnologias e métodos;
§ Financeiros: não se relacionam ao funcionamento de qualquer estrutura
da empresa, identificando-se com os gastos associado à utilização de
capitais alheios;

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CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Gastos Directos: gastos que são exclusiva e especificamente de determinado


objecto de custeio e que concorrem directamente para o fabrico de um produto
ou prestação de um serviço. O seu valor é afecto automaticamente ao objecto
de custeio sem dificuldade;
§ Matérias-Primas;
§ Mão-de-Obra Directa;
§ Amortização de maquinaria usada exclusivamente para a fabricação de um
produto;

Ø Gastos Indirectos: gastos que respeitam simultaneamente a vários objectos


de custeio e que concorrem indirectamente para o fabrico de um produto ou
prestação de um serviço. O seu valor é repartido pelos diferentes objectos de
custeio mediante critérios de imputação (subjectivos e questionáveis);
§ Matérias usadas na fabricação de mais que 1 produto;
§ Amortização do edifício da empresa;
§ Ordenado e encargos sociais do responsável da fábrica;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Gastos Reais: são gastos verificados no passado que constituem gastos


históricos e que são determinados “à posteriori”.
§ Valor do consumo da matéria-prima do mês anterior;
§ Consumo de electricidade do mês anterior;
§ Valor do Serviço Prestado por um fornecedor;

Ø Gastos Teóricos (Básicos): são gastos teóricos, definidos “à priori” para


valorização interna de matérias, produtos e serviços prestados. Existem diversos
critérios possíveis de serem utilizados e constituem uma importante ferramenta
de controlo de gestão;
§ Duodécimo do subsidio de férias imputado ao mês anterior;
§ Imputação de uma taxa teórica sobre os ordenados para fazer face aos
encargos periódicos com o pessoal;
§ Utilização de custos padrões para valorização da produção;
§ Utilização de custos orçamentados para valorização dos serviços;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Gastos Fixos: são gastos não variam quando se altera o volume da produção
ou vendas.
- Renda do Edifício;
- Amortizações (calculadas pelo método das quotas constantes);
- Seguros;
-…

Ø Gastos Variáveis: são gastos que variam quando se altera o volume da


produção ou vendas;
- Matérias-Primas consumidas na fabricação dos produtos;
- Energia eléctrica consumida pela maquinaria de produção;
- Comissões aos vendedores relativas a vendas;
- …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Custos Fixos
§ são custos que não variam em função do nível de actividade numa perspectiva
de curto-prazo;

CUSTOS

Custos Fixos

Capacidade VOLUME
Instalada

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CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Custos Variáveis
§ são custos que variam em função do nível de actividade. A relação dessa
variação leva à distinção entre:

CV Progressivos
CUSTOS

CV Proporcionais

CV Degressivos

Capacidade VOLUME
Instalada

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59

CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Custos Variáveis Proporcionais


§ são custos que variam proporcionalmente com o nível de actividade da
empresa;

Exemplo:
Considere o custo com sementes numa determinada cultura agrícola. Se forem
semeados 10 hectares, o custo em sementes é 10 vezes maior do que for semeado 1
hectare:

Preço da semente: 150 €/saco;


Quantidade de semente: 1 saco/hectare;
Custo de semente para 1 hectare: 150 €;
Custo da semente para 10 hectares: 1.500 € (10 vezes mais, ou seja, proporcional);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
60
CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Custos Variáveis Degressivos


§ são custos que variam menos do que proporcionalmente com o nível
de actividade da empresa;

Exemplo:
Considere o exemplo anterior relativo ao custo das sementes. Este mesmo custo
pode, a partir de certa escala de sementeira, ser degressivo, caso o fornecedor de
sementes faça um preço mais baixo para encomendas de grande volume.

Preço da semente: Custo da Semente:


150 Euros/saco até 15 sacos 10 hectares: 1.500 €
140 Euros/saco até 30 sacos 20 hectares: 2.800 €
110 Euros/saco até 60 sacos 40 hectares: 4.400 €
100 Euros/saco mais de 60 sacos 80 hectares: 8.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
61

CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Custos Variáveis Progressivos


§ são custos que variam mais do que proporcionalmente com o nível de
actividade da empresa;

Exemplo:
Imaginemos que estamos a falar do custo da água para rega que o agricultor paga, e
que existe legislação específica para essa região no sentido de desincentivar o consumo
de água para rega, por questões ligadas à preservação de um recurso escasso. Na
prática essa legislação pode traduzir-se num preço agravado por m3 de água, à medida
que o agricultor consome maiores volume. É claramente a situação inversa à anterior:

Preço da Água: Custo da Água (Consumo 5.000 m3 /ha):

0,01€ / m3 (Consumos < 10.000 m3) 1 hectares: 50 €

0,02€ / m3 ( 10.000 m3 < Consumos < 30.000 m3) 3 hectares: 300 €


0,03€ / m3 ( 30.000 m3 < Consumos < 120.000 m3) 9 hectares: 1.350 €
0,04€ / m3 ( Consumos > 120.000 m3) 27 hectares: 5.400 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
62
CLASSIFICAÇÃO
AGENDA DE GASTOS / CUSTOS

Ø Gastos Irrelevantes: são gastos que não alteram a tomada de uma decisão (ex: custos
fixos quando a empresa dispõe de capacidade de produção / serviço excedentária);
Ø Gastos de Oportunidade: é medida do valor dos proveitos que se poderiam obter se se
escolhesse uma aplicação alternativa (ex: aplicação do montante investido em nova
maquinaria num DP);
Ø Gastos não Controláveis: são certas naturezas de gastos que não são da
responsabilidade do colaborador da empresa responsável por determinada secção (ex:
custo do petróleo adquirido no mercado);
Ø Gastos não Incorporáveis: gastos industriais não afectos ao custo do produto devido a
critérios usados internamente [ex: Custo Industrial não Incorporado (CINI) devido à
utilização do custeio variável];
Ø Gasto Marginal: diferença entre o montante de gastos necessários a uma dada
produção e o montante necessário para a fabricação de mais uma unidade;
Ø Gasto Diferencial: diferença entre os gastos referentes a duas situações alternativas
(ex: gastos em amortizações actuais face a um investimento em nova maquinaria);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
63

DEMONSTRAÇÃO
AGENDA DOS RESULTADOS

§ A Demonstração dos Resultados é uma quadro alfanumérico que contém


informação reportada a um determinado intervalo de tempo;

§ Evidencia a diferença entre rendimentos e gastos de acordo com a estrutura


ainda em vigor do SNC;

§ O resultado traduz o desempenho da gestão na utilização dos recursos nesse


mesmo período;

§ A Contabilidade Financeira fornece informação usada na Demonstração dos


Resultados por Natureza;

§ A Contabilidade Analítica fornece informação usada na Demonstração dos


Resultados por Funções;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
64
DEMONSTRAÇÃO
AGENDA DOS RESULTADOS

§ De acordo com o SNC o resultado de um determinado período de tempo


(exercício económico) obtém-se pela diferença entre os rendimentos
reconhecidos nesse mesmo período e os gastos que se suportaram, necessários
para a formação desses rendimentos;

§ A Demonstração dos Resultados regista todos os gastos de um determinado


período económico;

§ A determinação do Resultado implica, no que respeita aos custos industriais,


que apenas seja considerado como gasto o custo dos produtos vendidos;

§ O custo do período incorpora os custo industrial dos produtos vendidos e os


gastos das restantes funções que ocorram nesse período;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
65

CUSTOS
AGENDA DO PRODUTO / PERÍODO

Vendas

-
Vendas
Custo Industrial dos Custo Industrial dos
Inventário de Produtos
Produtos Acabados Produtos Vendidos
Acabados
(CIPA) (CIPV)

=
Resultado Bruto Custos do
Custos do - Período
Produto
Gastos Distribuição
Gastos Administrativos
Gastos I & D
Outros Gastos

=
Resultado Antes Imposto

RÚBEN M. T. PEIXINHO
66
CUSTOS
AGENDA DO PRODUTO / PERÍODO

Ø Assim:
Ø Custo do Produto (CIPA): montante que é atribuído aos produtos
acabados para efeitos de valorização dos respectivos inventários;
Ø Custos do Período: montantes que afectam o resultado num
determinado intervalo de tempo:
- Industriais: apenas o custo referente às unidades vendidas afecta o
resultado (CIPV);

CIPV = CIPA + IiPA – IfPA

- Restantes custos funcionais: os gastos das restantes funcões afectam


sempre o resultado do período em que ocorrem uma vez que não são
inventariáveis;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
67

DEMONSTRAÇÃO
AGENDA DOS RESULTADOS

Ø A Demonstração dos Resultados por Natureza

RÚBEN M. T. PEIXINHO
68
DEMONSTRAÇÃO
AGENDA DOS RESULTADOS

Ø A Demonstração dos Resultados por Funções

RÚBEN M. T. PEIXINHO
69

EXEMPLO
AGENDA (CASOS PRÁTICOS 2)

A empresa 1E fabrica e vende 2 produtos. Relativamente ao último mês obteve-se


informação sobre os custos da empresa divididos por funções e por produtos:

FUNÇÕES (em €)

PRODUÇÃO
DISTRIBUIÇÃO ADMINISTRAÇÃO TOTAL
Natureza (SNC) Produto A Produto B

CMC 300.000 800.000 --- --- 1.100.000

FSE 200.000 350.000 100.000 80.000 730.000

Gastos com Pessoal 220.000 450.000 180.000 50.000 900.000

Outros Gastos Operacionais --- --- 30.000 --- 30.000

Depreciações 190.000 280.000 90.000 70.000 630.000

TOTAL 910.000 1.880.000 400.000 200.000 3.390.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
70
Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA III

3. Análise das Componentes do Custo de Produção

RÚBEN M. T. PEIXINHO
71

INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø NCRF 18 - INVENTÁRIOS

§ Objectivo (§1)
“(…) Um aspecto primordial na contabilização dos inventários é a quantia do custo a
ser reconhecida como um activo e a ser escriturada até que os réditos relacionados
sejam reconhecidos. (…).”

§ Definições (§6)
“Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados
especificados:
Inventários (Existências): são activos:
(a) Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;
(b) No processo de produção para tal venda; ou
(c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de
produção ou na prestação de serviços.
(…)”
RÚBEN M. T. PEIXINHO
72
INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø NCRF 18 - INVENTÁRIOS

§ Mensuração de Inventários (§9)


“Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois
o mais baixo.”

§ Custo dos Inventários (§10)


“O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão
e outros incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição
actuais.”

§ Custo de Compra (§11)


“Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de
importação e outros impostos (que não sejam subsequentemente recuperáveis das
entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros
custos directamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de
serviços. Descontos comerciais deduzem-se na determinação dos custos de compra.”

RÚBEN M. T. PEIXINHO
73

INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø NCRF 18 - INVENTÁRIOS

§ Custos de Conversão (§12)


“Os custos de conversão dos inventários incluem os custos directamente relacionados
com as unidades de produção, tais como a mão de obra directa. Também incluem
uma imputação sistemática dos gastos de produção fixos e variáveis que sejam
incorridos ao converter materiais em bens acabados. (…)”

§ Outros Custos (§15)


“Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em
que sejam incorridos para os colocar no seu local e na sua condição actual. (…)”

§ Reconhecimento como Gasto (§34)


“Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses inventários
deve ser reconhecida como um gasto do período em que o respectivo rédito seja
reconhecido. (…)”

RÚBEN M. T. PEIXINHO
74
INTRODUÇÃO
AGENDA

Ø NCRF 18 - INVENTÁRIOS

§ Segundo a NCRF 18, o custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra,
custos de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu
local e na sua condição;

§ A NCRF 18 fornece-nos exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e


reconhecidos como gastos do período em que sejam incorridos:
a) Quantias anormais de matérias desperdiçadas, de mão-de-obra ou de outros custos de
produção;
b) Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários no processo de
produção anterior a uma nova fase de produção;
c) Gastos administrativos que não contribuam para colocar os inventários nos seus locais e na
sua condição;
d) Custos associados ao processo de venda;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
75

COMPONENTES
AGENDA DO CUSTO DE PRODUÇÃO

Ø O Custo de Produção subdivide-se em 3 categorias:

1. Consumo de Matéria-Prima (MP);


2. Mão-de-Obra Directa (MOD);
3. Gastos Gerais de Fabrico (GGF).

RÚBEN M. T. PEIXINHO
76
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Matérias: todos os bens que a empresa adquire com o objectivo de os


transformar noutros produtos ou servirem de apoio a essa transformação.

§ Em certas actividades (reparações navais, reparações eléctricas, metalo-


mecânicas, construção civil, etc) a designação mais apropriada é materiais;

a) Matérias-Primas: são os bens que a empresa adquire com o objectivo de os


transformar noutros produtos e que constitui a “substância do Produto
Acabado” (ex: madeira na produção de móveis);
b) Matérias Subsidiárias (GGF): são os bens que empresa adquire com o
objectivo de servirem de apoio ao processo de transformação (ex: óleos de
lubrificação das máquinas produtoras dos móveis).

RÚBEN M. T. PEIXINHO
77

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Como determinar o custo das compras?*


NCRF 18
Custo de Compra (§11)
“Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de
importação e outros impostos (que não sejam subsequentemente recuperáveis das
entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros
custos directamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de
serviços. Descontos comerciais deduzem-se na determinação dos custos de compra.”

Custo da compra = Valor da Factura


+ Outros Custos de Compra
– Descontos Comerciais

* Esta norma e considerações seguintes aplicam-se a qualquer tipo de matérias.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
78
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Outros Custos de Compra


a) Custos Externos
- Encargo com transportes e seguros;
- Impostos (não recuperáveis);
- Direitos aduaneiros e taxas alfandegárias (produtos importados);
- …;

b) Custos Internos
- Descarga;
- Recepção;
- Controlo de Qualidade;
- Armazenagem;
- …;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
79

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Exemplo:
Aquisição de 50 toneladas de Matérias a 2 fornecedores diferentes: um nacional e um
estrangeiro:

Fornecedor Nacional Fornecedor Estrangeiro

Factura: 1.000€ * 50 ton. = 50.000 € Factura: 500€ * 50 ton. = 25.000 €


Transporte: 5.000 €
Seguro: 3.500 €
Direitos Alfandegários: 16.500 €

CUSTO DA COMPRA: 50.000 € CUSTO DA COMPRA: 50.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
80
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Gastos de Armazenamento

§ Os Gastos de Armazenamento apresentam especificidades que merecem um


tratamento particular;

§ Segundo a NCRF 18, os custos de armazenamento só devem ser incluídos como


custo dos inventários quando sejam necessários no processo de produção anterior a
uma nova fase de produção;

§ Exemplo: A produção de aguardentes velhas implica o seu envelhecimento por 1


anos. Neste caso, o custo de armazenamento deve ser incluído como custo do
Inventário;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
81

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Gastos de Armazenamento

§ Os Gastos de Armazenamento incluem todos os gastos envolvidos no funcionamento


de um armazém:
. Custos com o pessoal afecto ao Armazém;
. Amortizações do Edifício e Equipamentos;
. Conservação do Edifício e Equipamentos;
. Consumos (água, electricidade, …);
. Seguros;

§ Estes gastos são normalmente de natureza fixa uma vez que não variam com o
volume de matérias movimentadas no Armazém;
§ A sua imputação ao custo de produção depende do custeio que a empresa utiliza
(Custeio Variável, Custeio Racional ou Custeio Total);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
82
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Imputação dos Gastos de Armazenamento

§ Existem diversos critérios passíveis de serem utilizado na imputação dos Gastos de


Armazenamento:

1. Imputação com base no espaço e no tempo de ocupação do artigo:


apesar de ser o mais racional, não é o mais adoptado por ser pesado em termos
administrativos. Assim, não é aconselhável do ponto de vista da análise custo /
benefício;

2. Imputação em função das quantidades entradas ou das saídas de


armazém: é normalmente adoptado quando os diversos artigos armazenados
ocupam sensivelmente o mesmo espaço e têm uma rotação semelhante

3. Imputação em função do valor dos artigos entrados ou saídos de


armazém: é normalmente adoptado nos restantes casos, ou seja, quando o
armazém contém produtos com características diferenciadas em termos de espaço
ocupado e rotação;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
83

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Imputação dos Gastos de Armazenamento

§ A opção entre critérios baseados nas entradas ou nas saídas tem a ver com a
regularidade de cada uma delas.

a) Opta-se pelo critério das entradas se se verificar ao longo dos meses uma
entrada mais regular do aprovisionamento do que nos consumos;
b) Opta-se pelo critério das saídas se se verificar ao longo dos meses uma
saída mais regular nos consumos (ex: empresas com abastecimentos sazonais,
caso da agro-industria);

§ Só no caso de se adoptar um critério de imputação dos custos de armazenamento


em função das entradas é que estes custos serão considerados na determinação do
custo unitário da matérias entradas e, por conseguinte, entrarão na valorização dos
Inventários;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
84
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Exemplo:
Considere uma empresa que possui um armazém cujos gastos de certo período atingiram
o montante de 5.000 €. Entende-se que, neste caso, o custo de armazenamento pode ser
incluído como custo dos inventários. No referido período deram entrada no armazém as
seguintes quantidades e respectivos valores:

§ Matéria A: 1.000 kg a 50€ / Kg.;


§ Matéria B: 750 Kg a 30€ / Kg.;
§ Matéria C: 250 Kg a 25€ / Kg.

Qual o custo global das matérias após imputação dos custos de armazenamento?
a) Imputação em função das quantidades entradas em armazém;
b) Imputação em função do valor dos artigos entrados em armazém;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
85

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Imputação em função das quantidades entradas em armazém:

Matérias Custo à entrada (€) Custo Armazenagem (€) Qt. Entradas (Kg) Coef. Imputação Custo Global (€)
A 50.000 2.500 1.000 50,0% 52.500
B 22.500 1.875 750 37,5% 24.375
C 6.250 625 250 12,5% 6.875
78.750 5.000 2.000 100,0% 83.750

Coef. Imputação (%) X = Quantidade Entrada em Armazém Matéria X


Quantidade Total de Matérias Entradas em Armazém

Coef. Imputação A = 1.000Kg /2.000Kg


Coef. Imputação B = 750Kg /2.000Kg
Coef. Imputação C = 250Kg / 2.000Kg

RÚBEN M. T. PEIXINHO
86
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Imputação em função do valor dos artigos entrados em armazém:

Matérias Custo à entrada (€) Custo Armazenagem (€) Valor Artigos (€) Coef. Imputação Custo Global (€)
A 50.000 3.175 50.000 63,5% 53.175
B 22.500 1.429 22.500 28,6% 23.929
C 6.250 397 6.250 7,9% 6.647
78.750 5.000 78.750 100,0% 83.750

Coef. Imputação (%) X = Valor Matéria X Entrada em Armazém


Valor Total de Matérias Entradas em Armazém

Coef. Imputação A = 50.000€ /78.750€


Coef. Imputação B = 22.500€ /78.750€
Coef. Imputação A = 6.250€ /78.750€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
87

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Descontos
a) Descontos Comerciais: Estão relacionados com o acto comercial de comprar ou vender:
§ Relacionam-se normalmente com as quantidades compradas ou fidelidade do
cliente;
§ Devem ser deduzidos ao custo da compra (afectam o valor dos Inventários);
§ Podem ser obtidos na factura ou extra-factura através de notas de crédito;
§ Poderão ou não ser relevados contabilisticamente (quando é obtido na compra
poder-se-á registar a compra pelo valor líquido ou creditar a conta de proveitos /
rendimentos no valor do desconto);

b) Descontos Financeiros: Estão relacionadas com as condições financeiras subjacentes ao


negócio:
§ Relacionam-se normalmente com antecipações de montantes a receber;
§ Não devem ser deduzidos ao custo da compra (não afectam o valor dos
Inventários);
§ São relevados contabilisticamente numa conta de proveitos / rendimentos
apropriada para o efeito;
RÚBEN M. T. PEIXINHO
88
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Exemplo 1:
Considere uma empresa que efectuou uma compra de Matéria-Prima ao Fornecedor X. A
Matéria-Prima foi facturada por 1.000 € (sujeita a IVA à taxa de 20%), beneficiando de
um desconto de quantidade de 10% incluído na factura.

Débito:
Compra de Matérias: 900 €
IVA (Dedutível): 180 €
Crédito:
Fornecedor X: 1.080 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
89

MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Ø Exemplo 2:
Considere uma empresa que efectuou uma compra de Matéria-Prima ao Fornecedor X. A
Matéria-Prima foi facturada por 1.000 € (sujeita a IVA à taxa de 20%), beneficiando de
um desconto de pronto pagamento de 10%.

Débito:
Compra de Matérias: 1.000 €
IVA (Dedutível): 180 €
Crédito:
Fornecedor X: 1.080 €
Descontos Financeiros Obtidos: 100 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
90
MATÉRIA-PRIMA
AGENDA E OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

Custo específico
Custo cronológico directo (FIFO)
Históricos
Custo cronológico inverso (LIFO)
Custo médio ponderado

Critérios c/ base De reposição (NIFO)


nos custos

Custo padrão
Apriorísticos
CRITÉRIOS DE Custo orçamentado
VALORIMETRIA
DAS SAÍDAS
Critérios c/ base nos preços de venda

Dupla avaliação
Critérios mistos
Menor dos preços

Fonte: Borges , A. et al. Elementos de Contabilidade Geral (2007)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
91

MOD
AGENDA

Ø Mão-de-Obra:

a) Mão-de-Obra Directa (MOD): gastos com o pessoal que trabalha


directamente na fabricação dos produtos. (ex: operários fabris);
b) Mão-de-Obra Indirecta (MOI) (GGF): gastos com o pessoal da área fabril
que apoia a fabricação dos produtos (ex: chefias, pessoal técnico, etc).

§ Salário: termo associado ao pagamento remuneratório ao dia, semana ou quinzena


(usado em algumas empresas de construção civil e obras públicas);

§ Ordenado: termo associado à remuneração mensal do trabalhador e que tem


substituído progressivamente o termo salário;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
92
MOD
AGENDA

Ø Como apurar o custo periódico da MOD?*

MOD = Remunerações Fixas


+ Remunerações Variáveis
+ Encargos Sociais Obrigatórios
+ Encargos Sociais Facultativos

Nota: Nem todos os encargos apresentam uma periodicidade regular (subsídio de Férias,
Subsídio de Natal, Seguros, etc)

§ Como estimar o custo efectivo periódico (horário, diário, semanal, mensal, trimestral, etc)
de um trabalhador?

Taxa Teórica de Encargos Sociais

* Estas considerações aplicam-se a todos os custos com pessoal (MOD, MOI, pessoal das áreas não industriais).

RÚBEN M. T. PEIXINHO
93

MOD
AGENDA

Ø Remunerações Fixas

§ Remuneração Mensal (Ordenado);


§ Subsídio de Férias (direito de receber, após 12 meses de trabalho, 1 mês de
férias e uma remuneração adicional equivalente à remuneração mensal);
§ Subsídio de Natal (direito de receber, após 12 meses de trabalho, uma
remuneração adicional equivalente à remuneração mensal);
§ O trabalhador recebe durante os 12 meses de trabalho (na prática são 11) uma
remuneração anual equivalente a 14 ordenados;
§ Subsídio de Isenção de Horário;
§ Gratificação por Falhas de Caixa;
§ Outras não previstas na lei;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
94
MOD
AGENDA

Ø Remunerações Variáveis
§ Remuneração pela prestação de trabalho para além do horário normal (horas
extraordinárias);
§ Comissões unitárias ou em percentagem sobre o montante de vendas ou
compras;
§ Prémios de Produtividade;
§ …

Ø Descontos sobre Remunerações


§ Desconto para a Segurança Social (normalmente 11%);
§ Retenção de IRS (depende da remuneração e da situação familiar);
§ Estes descontos são calculados com base no salário bruto dos trabalhadores e
retidos pela empresa. Devem ser entregues ao Estado periodicamente;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
95

MOD
AGENDA

Ø Encargos Sociais Obrigatórios


§ TSU a cargo da Entidade Patronal (23,75% para a Segurança Social, existindo
situações em que a taxa é diferente);
§ Seguros de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais;
§ Subsídio de Refeição, Subsídio de Transporte, etc;
§ Outros não previstos na lei (creches, refeitórios, formação, etc);
§ …

Ø Encargos Sociais Facultativos


§ Complemento de Pensões de Reforma;
§ Encargos com Creches;
§ Cantinas;
§ Colónias de Férias;
§ …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
96
MOD
AGENDA

Ø Cálculo da Taxa Teórica de Encargos Sociais


§ Considere o caso isolado de um operário fabril (Remuneração Bruta Mensal =
800 €):

- Ordenados Mensais (11 meses a 800€): 8.800 €;


- Remuneração durante as férias (1 mês): 800 €;
- Subsídio de Férias (1 mês): 800 €;
- Subsídio de Natal (1 mês): 800 €;
- TSU (23,75%): 2.660 €; 7.830 €
- Seguro AT (5% da remuneração bruta anual): 560 €;
- Subsídio de Refeição (5€ por dia): 1.210 €;
- Curso Formação Profissional: 1.000 €;

§ Custo Anual Operário = 8.800 € + 7.830 € = 16.630 €


§ Taxa Teórica de Encargos Sociais = (7.830 / 8.800) = 89%
RÚBEN M. T. PEIXINHO
97

MOD
AGENDA

Ø Cálculo do custo horário:

§ Custo Global: Ordenado: 800 €


Encargos Sociais: 712 € (800 * 89%)

1.512 €

§ Custo Horário: = Custo Global / Nº Horas de Trabalho


= 1.512 € / 22*8
= 8,6 €

§ Se este operário dedicou 100 horas à fabricação do produto A e as


restantes 76 horas à fabricação do produto B, podemos afectar o valor da
MOD aos produtos:
Produto A: 100 * 8,6 € = 860 €;
Produto B: 76 * 8,6 € = 653,6 €;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
98
MOD
AGENDA

§ Considerando que o operário goza 22 dias de férias (11 em Julho e 11 em Agosto),


temos:

Dias Trabalho Horas / Dia Horas / Mês Custo Horário (€) Custo Mensal (€)
Janeiro 22 8 176 8,6 1.512
Fevereiro 22 8 176 8,6 1.512
Março 22 8 176 8,6 1.512
Abril 22 8 176 8,6 1.512
Maio 22 8 176 8,6 1.512
Junho 22 8 176 8,6 1.512
Julho 11 8 88 8,6 756
Agosto 11 8 88 8,6 756
Setembro 22 8 176 8,6 1.512
Outubro 22 8 176 8,6 1.512
Novembro 22 8 176 8,6 1.512
Dezembro 22 8 176 8,6 1.512
16.630
Nota: valores arredondados

RÚBEN M. T. PEIXINHO
99

GGF
AGENDA

Ø GASTOS GERAIS DE FABRICO:

§ GGF têm vindo a assumir uma importância crescente nos gastos de produção;

§ A sua repartição pelos produtos / serviços prestados gera dificuldades devido ao


facto de se tratarem de custos indirectos;

§ Torna-se necessário definir critérios para imputar os custos aos produtos. Todos os
critérios são subjectivos e devem ser escolhidos criteriosamente sob pena de enviesar
o custo de produção;

§ Conceitos importantes:
- Afectação: incorporação dos consumos / custos directos nos produtos
ou departamentos;
- Repartição: divisão dos custos indirectos pelos departamentos de
acordo com a actividade funcional da empresa;
- Imputação: distribuição dos custos repartidos pelos produtos;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
100
GGF
AGENDA

Ø Exemplos:
§ Remunerações e demais encargos com MOI;
§ Consumo de matérias subsidiárias;
§ Materiais de Embalagem;
§ Materiais de Conservação;
§ Água;
§ Electricidade;
§ Serviços de Conservação e Reparo;
§ Seguros dos Edifícios e Equipamentos;
§ Amortizações dos Edifícios e Equipamentos;
§ Impostos;
§ Ferramentas e Utensílios de desgaste rápido;
§ …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
101

GGF
AGENDA

Ø Como imputar os GGF à produção?

a) Imputação de Base Única: a totalidade dos GGF é imputada aos produtos através de
uma única base de imputação;

b) Imputação de Base Múltipla: Escolha de bases de imputação distintas para imputar


subconjuntos de GGF com determinadas afinidades;

Coeficiente de GGF
=
Imputação Base de Repartição

RÚBEN M. T. PEIXINHO
102
GGF
AGENDA

Ø Bases de Repartição mais usadas:

a) Custo da MOD;
b) N.º horas de MOD laboradas;
c) N.º unidades produzidas;
d) Custos das MP transformadas;
e) N.º horas de trabalho das máquinas;
f) Custo primo;
g) …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
103

GGF
AGENDA

§ Coeficientes de Imputação (Reais): Quando se utilizam os valores históricos da


contabilidade para calcular o coeficiente de imputação;

§ Coeficientes de Imputação (Teóricos): Quando se utiliza valores estimados “à priori” para


calcular o coeficiente de imputação.

- Vantagem de não ser necessário aguardar pelo final do mês para calcular o
coeficiente de imputação;
- Evita variações nos coeficientes apurados ao longo do ano;
- No final do ano deve efectuar-se os acertos entre os valores estimados e os
valores reais;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
104
GGF
AGENDA

Ø Exemplo 1: Considere uma empresa industrial que fabrica malas de viagem. Considere os
seguintes elementos contabilísticos:

(valores em €)

Mala X Mala Y Mala W TOTAL

MOD 10.000 8.000 6.000 24.000


GGF ? ? ? ?

TOTAL ? ? ? ?

§ Considere ainda que:


- Os GGF são imputados aos produtos com base nos custos com MOD aplicado em
cada produto;
- O total de GGF do mês é de 50.400 €;
- Estima-se que o coeficiente teórico (GGF anuais / Custo MOD anual) seja 2 €;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
105

GGF
AGENDA

Ø Determinação dos GGF a imputar aos produtos com base em quotas teóricas:

O coeficiente de imputação será:


Coeficiente de
= 2€
Imputação
Por cada € de MOD imputa-se 2 € de GGF

Assim:
(valores em €)

Mala X Mala Y Mala W TOTAL

MOD 10.000 8.000 6.000 24.000


GGF 20.000 16.000 12.000 48.000

TOTAL 30.000 24.000 18.000 72.000

Nota: A diferença entre o custo real e o custo teórico (50.400 – 48.000) é


contabilizada como custo do período (CINI);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
106
GGF
AGENDA

Ø Determinação dos GGF a imputar aos produtos com base em quotas reais:

O coeficiente de imputação será:


Coeficiente de GGF 50.400
= = = 2,10 €
Imputação MOD 24.000

Por cada € de MOD imputa-se 2,1 € de GGF

Alternativamente:
Base Repartição Coef. Imputação (%) Valor a Imputar
Mala X 10.000 42% 21.000
Mala Y 8.000 33% 16.800
Mala W 6.000 25% 12.600
24.000 100% 50.400

Assim: (valores em €)

Mala X Mala Y Mala W TOTAL


MOD 10.000 8.000 6.000 24.000

GGF 21.000 16.800 12.600 50.400


TOTAL 31.000 24.800 18.600 74.400

RÚBEN M. T. PEIXINHO
107

COMPONENTES
AGENDA DO CUSTO DE PRODUÇÃO

Ø Como calcular o Custo Industrial da Produção?

§ O custo de produção (CIP) corresponde ao somatório das 3 componentes


do custo de produção. Assim:

CIP = MP + MOD + GGF

§ E se a produção não estiver totalmente finalizada no final do período?

- Será necessário atribuir um custo à produção que foi finalizada (CIPA);


- Será necessário atribuir um custo à produção que ainda não está finalizada
(Produção em vias de fabrico);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
108
PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO
AGENDA

Custos de Produção Inventário

Não Consumida
MP MP
Consumida

Produtos não
Aplicada Processo de Acabados

MOD Fabrico PVF

Imputados

Produtos
GGF
Acabados

PVF: São os produtos que no final de determinado período não têm um grau de
acabamento de 100%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
109

PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO


AGENDA

Ø Como calcular o Custo Industrial da Produção Acabada?

§ O custo de produção acabada (CIPA) corresponde ao valor a atribuir aos produtos


acabados durante o período, independentemente do momento em que são iniciados.
Assim:

CIPAT = CIP + PVFi – PFVf


CIPAT = (MP + MOD + GGF) + PVFi - PFVf

§ A valorização unitária do CIPA obtém-se através do quociente entre o CIPAT e a


correspondente quantidade de produtos acabados:

CIPAT
CIPAu =
Produção (Qt.)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
110
A RECLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS / GASTOS
AGENDA

MP + PVFi Vendas
Custos de Inventário
Produção
MOD CIPA CIPV
de P.A.
GGF - PVFf

Custos do
Produto
Gastos Gastos
Distribuição Distribuição

Gastos por Gastos Gastos


Natureza Administrativos Administrativos

Gastos de Gastos de
I&D I&D

Outros Gastos Outros Gastos

Custos / Gastos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
111

CONCEITOS
AGENDA DE CUSTOS

LUCRO PURO

LUCRO LÍQUIDO
(FISCAL)
CUSTOS
LUCRO BRUTO
FIGURATIVOS

CUSTOS NÃO
INDUSTRIAIS
PREÇO DE VENDA
CUSTO
ECONÓMICO-
TÉCNICO
GGF CUSTO
CUSTO DE COMPLEXIVO
TRANSFORMAÇÃO CUSTO
INDUSTRIAL
MOD
CUSTO PRIMO OU
DIRECTO
MATÉRIAS PRIMAS

RÚBEN M. T. PEIXINHO
112
CUSTOS
AGENDA DO PRODUTO / CUSTOS DO PERÍODO

CUSTOS NÃO INDUSTRIAIS


(Do Período)

CUSTO COMPLEXIVO
(Do Período)

CIPV (Do Período)

CIPA (Do Produto)

CUSTO INDUSTRIAL

! PVF (Do Produto)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
113

EXEMPLO
AGENDA 1

Ø Considere uma empresa que iniciou em Outubro a sua produção de cadeiras. No


final do mês a contabilidade forneceu as seguintes informações:

Custos do Mês (Outubro)


MP (Cons.) 50.000 €
MOD 30.000 €
GGF 20.000 €

* Não existem Cadeiras finalizadas


* Existem 1.000 Cadeiras em vias de fabrico

§ Qual o valor do CIPA?


§ Qual o valor dos PVFf?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
114
EXEMPLO
AGENDA 1

Ø A mesma empresa apresentou no final do mês de Novembro as seguintes


informações:

Custos do Mês (Novembro)


MP (Cons.) 2.000 €
MOD 5.000 €
GGF 3.000 €

* A empresa finalizou a produção de 1.000 Cadeiras


* Não existem Cadeiras em vias de fabrico

§ Qual o valor dos PVFi?


§ Qual o valor dos PVFf?
§ Qual o valor do CIPA?
CIPAT = MP + MOD + GGF + PVFi - PVFf
CIPAT = (2.000 + 5.000 + 3.000) + 100.000 - 0
CIPAT = 110.000€
CIPAu = 110€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
115

EXEMPLO
AGENDA 2

Ø Considere uma empresa industrial que fabrica televisores LCD. No final de


Outubro, as informações fornecidas pela contabilidade são as seguintes:

Custos do Mês (Outubro)


MP (Cons.) 47.200 €
MOD 55.000 €
GGF 25.000 €

PVFi PVFf
MP (Cons.) 3.000 € 2.000 €
MOD 5.000 € 4.000 €
GGF 3.000 € 1.500 €

* A empresa produziu 500 televisores

RÚBEN M. T. PEIXINHO
116
EXEMPLO
AGENDA 2

Ø Qual o valor do Custo Primo do Mês?

Custo Primo (Mês) = MP (Cons.) (Mês) + MOD(Mês)


Custo Primo (Mês) = 47.200 + 55.000 = 102.200€

Ø Qual o valor do Custo Primo dos Produtos Acabados?

Custo Primo (PA) = MP (Cons.) (PA) + MOD (PA)


Custo Primo (PA) = 48.200 + 56.000 = 104.200 €

(C.A.)
MP (Cons.) (PA) = MP (Cons.) (Mês) + MP (Cons.) (PVFi) - MP (Cons.) (PVFf)
MP (Cons.) (PA) = 47.200 + 3.000 -2.000 = 48.200 €
MOD (PA) = MOD (Mês) + MOD (PVFi) - MOD (PVFf)
MOD (PA) = 55.000 + 5.000 - 4.000 = 56.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
117

EXEMPLO
AGENDA 2

Ø Qual o valor de Transformação do Mês?

Custo Transformação (Mês) = MOD (Mês) + GGF (Mês)


Custo Transformação (Mês) = 55.000 + 25.000 = 80.000€

Ø Qual o valor de Transformação dos Produtos Acabados?

Custo Transformação (PA) = MOD (PA) + GGF (PA)


Custo Transformação (PA) = 56.000 + 26.500 = 82.500 €

(C.A.)
GGF (PA) = GGF (Mês) + GGF (PVFi) - GGF (PVFf)
GGF (PA) = 25.000 + 3.000 -1.500 = 26.500 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
118
EXEMPLO
AGENDA 2

Ø Qual o valor do Custo Industrial do Mês?

Custo Industrial (Mês) = MP (Cons.) (Mês) + MOD (Mês) + GGF (Mês)


Custo Industrial (Mês) = 47.200 + 55.000 + 25.000 = 127.200 €

Ø Qual o valor do Custo Industrial dos Produtos Acabados?

Custo Industrial (PA) = MP (Cons.) (PA) + MOD (PA) + GGF (PA)


Custo Industrial (PA) = 48.200 + 56.000 + 26.500 = 130.700 €

Ø Forma Tradicional de Calcular o CIPA:


CIPAT = MP + MOD + GGF + PVFi - PVFf
CIPAT = 47.200 + 55.000 + 25.000 + 11.000 - 7.500
CIPAT = 130.700€
CIPAu = 261,4€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
119

Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA IV

4. Sistemas de Custeio na Imputação de Custos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
120
O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO
AGENDA

CIPA = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi - PVFf

§ O cálculo do CIPA incorpora (até este momento):

- Custos Industriais Variáveis;


- Custos Industriais Fixos;

§ Questão:
- O valor do CIPA deve incluir custos industriais independentemente de serem variáveis
ou fixos?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
121

O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO


AGENDA

Ø Exemplo1:
Considere a empresa SCP que tem uma produção normal de 300 unidades mensais. Os
custos industriais fixos para a capacidade produtiva da empresa totalizam 1.000€
enquanto que os custos variáveis industriais são de 5€ por unidade produzida.

CIPAT = Custos Industriais (V) + Custos Industriais (F)

= 300 X 5€ + 1.000 €
= 2.500 €

CIPAu = 8,(3) €

E se a produção do mês for inferior à produção “normal”?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
122
O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO
AGENDA

§ Apuramento do CIPA (cenários alternativos em função da quantidade produzida):

PRODUÇÃO CUSTOS INDUSTRIAIS (V) CUSTOS INDUSTRIAIS (F) CIPAT CIPAu

1 5,00 € 1.000,00 € 1.005,00 € 1.005,00 €

10 50,00 € 1.000,00 € 1.050,00 € 105,00 €

50 250,00 € 1.000,00 € 1.250,00 € 25,00 €

100 500,00 € 1.000,00 € 1.500,00 € 15,00 €

200 1.000,00 € 1.000,00 € 2.000,00 € 10,00 €

300 1.500,00 € 1.000,00 € 2.500,00 € 8,33 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
123

O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO


AGENDA

§ Representação Gráfica

Custos

Custo Total Global

2500 Custo Variável Global

1500

1000 Custos Industriais (F)

500

100 200 300 Produção

RÚBEN M. T. PEIXINHO
124
O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO
AGENDA

§ Apuramento do CIPAu em função da produção:

CIPAu

Produção (Qt.)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
125

O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO


AGENDA

§ A variação do CIPAu deve-se à existência de custos industriais fixos em cada


período que são distribuídos por quantidades diferentes:

PRODUÇÃO CUSTOS INDUSTRIAIS (V) Unit. CUSTOS INDUSTRIAIS (F) Unit. CIPAu

1 5,00 € 1.000,00 € 1.005,00 €

10 5,00 € 100,00 € 105,00 €

50 5,00 € 20,00 € 25,00 €

100 5,00 € 10,00 € 15,00 €

200 5,00 € 5,00 € 10,00 €

300 5,00 € 3,33 € 8,33 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
126
O APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO
AGENDA

Ø Quais os custos a considerar no apuramento do custo do produto (CIPA)?

§ Os custos industriais variáveis devem ser usados no apuramento do CIPA uma vez
que existe uma relação de causalidade directa entre estes e o nível de produção;

Vendas
Custos Industriais Custo do Produto Custo do Período
Variáveis (CIPA) (CIPV)

§ Os custos industriais fixos não apresentam uma relação de causalidade com a


produção uma vez que constituem custos de uma estrutura independentemente do
nível de utilização da sua capacidade. A sua incorporação ao custo do produto / custo
do período depende do custeio utilizado internamente;

Vendas Custo do Período


Custo do Produto (CIPV)
(CIPA)
Custos Industriais
Fixos
Custo do Período
(CINI)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
127

CUSTO
AGENDAINDUSTRIAL NÃO INCORPORADO (CINI)

§ Classifica-se como custos não incorporáveis que foram definidos


anteriormente como custos industriais não afectos ao custo do produto
devido a critérios usados internamente;

§ O CINI representa a parte do custo industrial que é considerado como custo


do período independentemente da empresa ter ou não vendido a produção;

§ O CINI utiliza-se em diversas situações:


a) Adopção de custeios que impedem a incorporação de parte ou totalidade dos
custos fixos industriais;
b) Diferenças de imputação resultantes da imputação de encargos estimados
(encargos sociais, amortizações, seguros, etc);
c) Apuramento de desvios contabilísticos sempre que a empresa utilize custeios
básicos (custos orçamentados, custos padrões).

RÚBEN M. T. PEIXINHO
128
DEMONSTRAÇÃO
AGENDA DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %
Vendas e Serviços Prestados
Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV)
SUBTOTAL
Custos Industriais não Incorporados (CINI)
RESULTADO BRUTO
Outros Rendimentos
Gastos de Distribuição
Gastos Administrativos
Gastos de Investigação e Desenvolvimento
Outros Gastos
RESULTADO OPERACIONAL (Antes de Financiamento e Impostos)
Gastos de Financiamento (Líquidos)
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI)
Imposto sobre o Rendimento (IRC)
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO (RLP)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
129

SISTEMAS
AGENDA DE CUSTEIO

Ø Exemplo 2:
Considere uma empresa industrial com uma capacidade normal de produção de
80.000 unidades mensais que iniciou a sua actividade este mês. Considere a seguinte
informação fornecida pela Contabilidade:

Produção do mês: 60.000 unidades;


Vendas: 50.000 unidades (PVunit. = 8€);

Custos Industriais: Custos não Industriais:


- MP(cons.)(V) = 100.000€ - Gastos Distribuição: 50.000€
- MOD(F) = 80.000€ - Gastos Administrativos: 30.000€
- GGF(V) = 40.000€ - Gastos Financeiros: 10.000€
- GGF(F) = 50.000€

Dados Estimados (Total Anual):


- Produção: 840.000 unidades;
- Custos Industriais(F): 1.560.000€;
RÚBEN M. T. PEIXINHO
130
SISTEMAS
AGENDA DE CUSTEIO

Ø Existem vários sistemas de custeio que podem ser utilizados pelas empresas na
valorização dos produtos / serviços:

§ Sistemas de Custeio Total: tanto os custos industriais variáveis como os


custos industriais fixos são incluídos no custo do produto ou serviço;
- Sistema de Custeio Total Completo (SCTC);
- Sistema de Custeio Total Racional (SCTR);
- Sistema de Custeio com Imputação dos Custos Fixos Industriais por Quota
Teórica (SCTQT);

§ Sistemas de Custeio Variável: apenas os custos industriais variáveis são


considerados como custo do produto ou serviço;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
131

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COMPLETO

§ Consideram-se como custo do produto todos os custos industriais variáveis;

§ Consideram-se ainda como custo do produto todos os custos industriais fixos;

§ Neste caso todos os custos industriais são considerados custo do produto (CIPA);

§ O CINI relativo aos custos industriais fixos é 0;

§ Os custos de eventual subactividade são diferidos para períodos seguintes sempre que a
empresa não venda a sua produção;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
132
SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COMPLETO

§ CIPA = MP(cons.)(V+F) + MOD(V+F) + GGF(V+F) + PVFi – PVFf


ou
§ CIPA = Custo Industrial(V) Unit. x Pr + Custo Industrial(F) + PVFi - PVFf

Custos Industriais
Variáveis
Custos dos Custos dos
Produtos Inventário de Produtos
Fabricação Acabados
CIPV
Produtos Acabados Vendidos
Custos Industriais
Fixos

Custos dos Produtos

CINI = 0

Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
133

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COMPLETO

Ø Resolução Exemplo 2 (SCTC): CIPAT = MP(cons.)(V+F) + MOD(V+F) + GGF(V+F) + PVFi - PVFf


CIPAT = 100.000 + 80.000 + (40.000 + 50.000) + 0 - 0
CIPAT = 270.000€
CIPAu = 4,5€
CIPV = 50.000 x 4,5 = 225.000 €
CINI = 0
CI Variáveis =
Fabricação Inventário PA
140.000€
Custos dos Ii =0 Custos dos
CI (V) = 140.000€ Produtos CIPA = 270.000€ Produtos
Acabados
CIPV = 225.000
CI (F) = 130.000€ CIPV = 225.000€ Vendidos
CI Fixos = If = 45.000€
130.000€

Custos dos Produtos

CINI = 0

Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
134
SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COMPLETO

Ø Resolução Exemplo 2 (SCTC):

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %

Vendas e Serviços Prestados 400.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 225.000,00 € -56%

SUBTOTAL 175.000,00 € 44%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0%

RESULTADO BRUTO 175.000,00 € 44%

Outros Rendimentos - € 0%

Gastos de Distribuição - 50.000,00 € -13%

Gastos Administrativos - 30.000,00 € -8%

Gastos de Investigação e Desenvolvimento - € 0%

Outros Gastos - € 0%

RESULTADO OPERACIONAL (Antes de Financiamento e Impostos) 95.000,00 € 24%

Gastos de Financiamento (Líquidos) - 10.000,00 € -3%

RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI) 85.000,00 € 21%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
135

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COMPLETO

Ø Críticas:

§ Este critério é limitado na óptica do controlo de gestão e na informação que


fornece à tomada de decisão;

§ A utilização deste critério pode originar alterações significativas no apuramento


do CIPAu devido a variações no volume de produção;

§ O valor dos Inventários incorpora custos fixos, o que significa o seu diferimento
de custos para períodos futuros se a produção do mês não for vendida nesse
período.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
136
SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL RACIONAL

§ Consideram-se como custo do produto todos os custos industriais variáveis;

§ Consideram-se ainda como custo do produto uma percentagem dos custos industriais fixos
sempre que a produção do período não iguale a produção normal. Essa percentagem é
determinada através do quociente entre a produção real e a produção normal (Pr / Pn);

§ O CINI relativo aos custos industriais fixos consistem no montante de custos industriais
fixos que não foram incorporados no custo do produto, ou seja, a percentagem não
incorporada no custo de produção [1 – (Pr / Pn)];

§ Se a produção de um determinado período for igual à produção normal não existe CINI, o
que significa a inexistência de diferenças comparativamente com o SCTC;

§ Os custos de eventual subactividade são sempre considerados como custo do período em


que ocorrem;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
137

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL RACIONAL

Produção Real
§ CIPA = MP(cons.)(V) + MOD(V) + GGF(V) + ( ) x [MP(cons.)(F) + MOD(F) + GGF(F) ] + PVFi - PVFf
Produção Normal
ou
§ CIPA = Custo Industrial(V) Unit. x Pr + ( Produção Real ) x Custo Industrial(F) + PVFi - PVFf
Produção Normal

§ CINI = (1 - Produção Real ) x Custo Industrial(F)


Produção Normal

Custos Industriais
Variáveis
Custos dos Custos dos
Produtos Inventário de Produtos
Fabricação Acabados
CIPV
Produtos Acabados Vendidos

Produção Real
Produção Normal
X
Custos dos Produtos
Custos Industriais X (1 - )
Fixos
CINI
Produção Real
Produção Normal
RÚBEN M. T. PEIXINHO

Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
138
SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL RACIONAL

Ø Resolução Exemplo 2 (SCTR): CIPAT = Custos Industriais (V) + Produção Real x [Custos Industriais (F)]+ PVFi - PVFf
Produção Normal
CIPAT = (100.000 + 40.000) + 60.000 x (80.000 + 50.000) + 0 - 0
80.000
CIPAT = 237.500€
CIPAu = 3,96€
CIPV = 50.000 x 3,96 = 197.917 €
CINI = (1 - Produção Real ) x Custos Industriais (F) = 32.500€
Produção Normal
CI Variáveis =
Fabricação Inventário PA
140.000€
Custos dos Ii =0 Custos dos
CI (V) = 140.000€ Produtos CIPA = 237.500€ Produtos
Acabados
CIPV = 197.917
CI (F) = 97.500€ CIPV = 197.917€ Vendidos
If = 39.583€

x 75%
Custos dos Produtos
CI Fixos =
130.000 x 25%
CINI = 32.500€

Nota: Valores Arredondados Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
139

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL RACIONAL

Ø Resolução Exemplo 2 (SCTR):

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %

Vendas e Serviços Prestados 400.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -197.917,00 € -49%

SUBTOTAL 202.083,00 € 51%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 32.500,00 € -8%

RESULTADO BRUTO 169.583,00 € 42%

Outros Rendimentos - € 0%

Gastos de Distribuição - 50.000,00 € -13%

Gastos Administrativos - 30.000,00 € -8%

Gastos de Investigação e Desenvolvimento - € 0%

Outros Gastos - € 0%

RESULTADO OPERACIONAL (Antes de Financiamento e Impostos) 89.583,00 € 22%

Gastos de Financiamento (Líquidos) - 10.000,00 € -3%

RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI) 79.583,00 € 20%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
140
SISTEMAS
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COM IMPUTAÇÃO DOS
CUSTOS FIXOS INDUSTRIAIS POR QUOTA TEÓRICA

§ Usado quando existe sazonalidade na produção ao longo do ano, tornando-se necessário


repartir os custos industriais uniformemente ao longo do ano;

§ Consideram-se como custo do produto todos os custos industriais variáveis;

§ Consideram-se ainda como custo do produto um montante estimado de custos industriais


fixos. Esse montante é determinado através do quociente entre o total anual previsto de
custos industriais fixos e a produção estimada para esse mesmo ano (Quota teórica);

§ O CINI relativo aos custos industriais fixos consiste na diferença entre o montante de
custos industriais fixos reais e os custos industriais fixos teóricos imputados nesse período,
ou seja [CI(F) reais – CI(F) teóricos)];

RÚBEN M. T. PEIXINHO
141

SISTEMAS
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COM IMPUTAÇÃO DOS
CUSTOS FIXOS INDUSTRIAIS POR QUOTA TEÓRICA

- CIPA = MP(cons.)(V) + MOD(V) + GGF(V) + [QTMP(cons.)(F) + QTMOD(F) + QTGGF(F) ] x Pr + PVFi - PVFf


ou
- CIPA = Custo Industrial(V) Unit. x Pr + (QTCusto Industrial(F)) x Pr + PVFi - PVFf

- CINI = Custo Industrial(F) Real - Custo Industrial(F) Teórico

Custos Industriais
Variáveis
Custos dos Custos dos
Produtos Inventário de Produtos
Fabricação Acabados
CIPV
Produtos Acabados Vendidos
Custos Industriais
Fixos Teóricos

Custos dos Produtos

CINI
CI Fixos Reais
-
CI Fixos Teóricos
RÚBEN M. T. PEIXINHO

Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
142
SISTEMAS
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COM IMPUTAÇÃO DOS
CUSTOS FIXOS INDUSTRIAIS POR QUOTA TEÓRICA
CIPAT = Custos Industriais (V) + QTCusto Industrial(F) x Pr + PVFi - PVFf
Ø Resolução Exemplo 2 (SCTQT): QTCusto Industrial(F) = CI(F) Previstos = 1.560.000 / 840.000 = 1,857€
Produção Prevista
CIPAT = (100.000 + 40.000) + 1,857 x (60.000) + 0 - 0
CIPAT = (140.000) + 111.428
CIPAT = 251.428€
CIPAu = 4,19€
CIPV = 50.000 x 4,19 = 209.524 €
CINI = CI(F) Real - CI(F) Teórico = 130.000 - 111.428 = 18.572€
CI Variáveis =
Fabricação Inventário PA
140.000€
Custos dos Ii =0 Custos dos
CI (V) = 140.000€ Produtos CIPA = 251.428€ Produtos
Acabados
CIPV = 209.524€
CI (F) = 111.428€ CIPV = 209.524€ Vendidos
CI Fixos Teóricos If = 41.904€
= 111.428€

Custos dos Produtos

CINI = 18.572€
130.000€
-
111.428€

Nota: Valores Arredondados Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
143

SISTEMAS
AGENDA DE CUSTEIO TOTAL COM IMPUTAÇÃO DOS
CUSTOS FIXOS INDUSTRIAIS POR QUOTA TEÓRICA

Ø Resolução Exemplo 2 (SCTQT):

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %

Vendas e Serviços Prestados 400.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -209.524,00 € -52%

SUBTOTAL 190.476,00 € 48%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 18.572,00 € -5%

RESULTADO BRUTO 171.904,00 € 43%

Outros Rendimentos - € 0%

Gastos de Distribuição - 50.000,00 € -13%

Gastos Administrativos - 30.000,00 € -8%

Gastos de Investigação e Desenvolvimento - € 0%

Outros Gastos - € 0%

RESULTADO OPERACIONAL (Antes de Financiamento e Impostos) 91.904,00 € 23%

Gastos de Financiamento (Líquidos) - 10.000,00 € -3%

RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI) 81.904,00 € 20%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
144
SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO VARIÁVEL

§ Consideram-se como custo do produto todos os custos industriais variáveis;

§ Os custos industriais fixos são considerados na sua totalidade como custo do período;

§ O CINI relativo aos custos industriais fixos é igual ao total de custos industriais fixos do
período;

§ Este sistema de custeio é bastante útil para a gestão uma vez que:
- Auxilia a tomada de decisão ao nível da melhor utilização a curto prazo da
capacidade instalada;
- Permite a análise de sensibilidade dos resultados face a variações do volume de
actividade;
- Permite a análise dos resultados dos diferentes produtos e das diferentes
estratégias de marketing;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
145

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO VARIÁVEL

§ CIPA = MP(cons.)(V) + MOD(V) + GGF(V) + PVFi - PVFf


ou
§ CIPA = Custo Industrial(V) Unit. x Pr + PVFi - PVFf

§ CINI = Custo Industrial(F)

Custos Industriais
Variáveis
Custos dos Custos dos
Produtos Inventário de Produtos
Fabricação Acabados
CIPV
Produtos Acabados Vendidos

Custos dos Produtos


Custos Industriais
Fixos
CINI

RÚBEN M. T. PEIXINHO

Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
146
SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO VARIÁVEL

Ø Resolução Exemplo 2 (SCV): CIPAT = Custos Industriais (V) + PVFi - PVFf


CIPAT = 100.000 + 40.000
CIPAT = 140.000€
CIPAu = 2,(3)€
CIPV = 50.000 x 2,(3) = 116.667 €
CINI = Custos Industriais (F) = 130.000€

CI Variáveis =
Fabricação Inventário PA
140.000€
Custos dos Ii =0 Custos dos
CI (V) = 140.000€ Produtos CIPA = 140.000€ Produtos
Acabados
CIPV = 116.667€
CI (F) = 0€ CIPV = 116.667€ Vendidos
If = 23.333€

Custos dos Produtos


CI Fixos =
130.000€
CINI = 130.000€

Nota: Valores Arredondados Custos do Período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
147

SISTEMA
AGENDA DE CUSTEIO VARIÁVEL

Ø Resolução Exemplo 2 (SCV):

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %

Vendas e Serviços Prestados 400.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -116.667,00 € -29%

SUBTOTAL 283.333,00 € 71%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) -130.000,00 € -33%

RESULTADO BRUTO 153.333,00 € 38%

Outros Rendimentos - € 0%

Gastos de Distribuição - 50.000,00 € -13%

Gastos Administrativos - 30.000,00 € -8%

Gastos de Investigação e Desenvolvimento - € 0%

Outros Gastos - € 0%

RESULTADO OPERACIONAL (Antes de Financiamento e Impostos) 73.333,00 € 18%

Gastos de Financiamento (Líquidos) - 10.000,00 € -3%

RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI) 63.333,00 € 16%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
148
ANÁLISE
AGENDA DAS DIFERENÇAS NOS RESULTADOS

Ø Síntese dos Resultados:


SCTC SCTR SCTQT SCV
RUBRICAS
(Valor)

Vendas e Serviços Prestados 400.000,00 € 400.000,00 € 400.000,00 € 400.000,00 €


Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 225.000,00 € - 197.917,00 € - 209.524,00 € - 116.667,00 €
SUBTOTAL 175.000,00 € 202.083,00 € 190.476,00 € 283.333,00 €
Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € - 32.500,00 € - 18.572,00 € - 130.000,00 €
RESULTADO BRUTO 175.000,00 € 169.583,00 € 171.904,00 € 153.333,00 €
Outros Rendimentos - € - € - € - €
Gastos de Distribuição - 50.000,00 € - 50.000,00 € - 50.000,00 € - 50.000,00 €
Gastos Administrativos - 30.000,00 € - 30.000,00 € - 30.000,00 € - 30.000,00 €
Gastos de Investigação e Desenvolvimento - € - € - € - €
Outros Gastos - € - € - € - €
RESULTADO OPERACIONAL (Antes de Financiamento e Impostos) 95.000,00 € 89.583,00 € 91.904,00 € 73.333,00 €
Gastos de Financiamento (Líquidos) - 10.000,00 € - 10.000,00 € - 10.000,00 € - 10.000,00 €
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI) 85.000,00 € 79.583,00 € 81.904,00 € 63.333,00 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
149

ANÁLISE
AGENDA DAS DIFERENÇAS NOS RESULTADOS

§ Através da valorização da variação dos Inventários:

SCTC SCTR SCTQT SCV


RUBRICAS
(Valor)

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 225.000,00 € - 197.917,00 € - 209.524,00 € - 116.667,00 €
Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € - 32.500,00 € - 18.572,00 € - 130.000,00 €
RESULTADO BRUTO 175.000,00 € 169.583,00 € 171.904,00 € 153.333,00 €
Diferença no Resultado Bruto 5.417,00 € 3.096,00 € 21.667,00 €

Valorização do Inventário Final 45.000,00 € 39.583,00 € 41.904,00 € 23.333,00 €


Diferença na Valorização do Inventário Final 5.417,00 € 3.096,00 € 21.667,00 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
150
ANÁLISE
AGENDA DAS DIFERENÇAS NOS RESULTADOS

§ Através da noção de custos fixos incorporados na DR:

SCTC SCTR SCTQT SCV


RUBRICAS
(Valor)

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 225.000,00 € - 197.917,00 € - 209.524,00 € - 116.667,00 €
Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € - 32.500,00 € - 18.572,00 € - 130.000,00 €
RESULTADO BRUTO 175.000,00 € 169.583,00 € 171.904,00 € 153.333,00 €
Diferença no Resultado Bruto 5.417,00 € 3.096,00 € 21.667,00 €

Custos Fixos Incorporados na DR


1. No CIPV 108.333,00 € 81.250,00 € 92.857,00 € - €
2. No CINI - € 32.500,00 € 18.572,00 € 130.000,00 €
TOTAL 108.333,00 € 113.750,00 € 111.429,00 € 130.000,00 €
Diferença na Valorização do Inventário Final - 5.417,00 € - 3.096,00 € - 21.667,00 €

Custos Fixos Incorporados no CIPV da DR = [CI(F) Incorporados no CIPA / Produção(Qt.)] x Vendas (Qt.)
SCTC = (130.000 / 60.000) x 50.000 = 2,1(6) x 50.000 = 108.333€
SCTR = (97.500 / 60.000) x 50.000 = 1,625 x 50.000 = 81.250€
SCV = 0

Custos Fixos Incorporados no CIPV da DR = QTCusto Industrial(F) x Vendas (Qt.)


SCTQT = 1,857 x 50.000 = 92.857

RÚBEN M. T. PEIXINHO
151

ANÁLISE
AGENDA DAS DIFERENÇAS NOS RESULTADOS

§ Sistemas de Custeio e Resultados*

P: Produção
V: Venda s
Pr: Produçã o Rea l P=V P>V P<V
Pn: Produçã o Norma l

RT < RV
Pr < Pn RT = RR = RV RT > RR > RV
RR < RV
RT < RV
Pr = Pn RT = RR = RV RT = RR > RV
RR < RV
RT < RV
Pr > Pn RT = RR = RV RT > RR > RV
RR < RV

RT: Resultado em Sistema de Custeio Total Completo


RR: Resultado em Sistema de Custeio Total Racional
RV: Resultado em Sistema de Custeio Variável

* Relação válida quando o Inventário inicial é 0 ou quando a empresa utiliza o LIFO


(Nestas condições garantimos que CIPV é calculado com base no CIPA do mesmo período)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
152
Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA V

5. Análise Custo – Volume - Resultados

RÚBEN M. T. PEIXINHO
153

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø PONTO CRÍTICO DAS VENDAS

§ Também denominado de:


- Ponto Morto;
- Limiar de Rendibilidade das Vendas;
- Vendas de Equilíbrio;

§ Definição: nível de actividade que proporciona um resultado nulo.

Proveitos = Custos
Rendimentos = Gastos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
154
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

§ Esta análise é fundamental para o apoio à tomada de decisão nas


empresas;
§ O ponto crítico das vendas é também importante para a análises de
rendibilidade;
§ Constitui uma das medidas de risco das empresas;
§ É determinado através da informação provida pelo Custeio Variável;

§ A sua análise tem por base a repartição dos custos segundo a sua
variabilidade com o volume de actividade da empresa:

Custos Fixos
Custos Variáveis

RÚBEN M. T. PEIXINHO
155

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø Custos Fixos
§ são custos que não variam em função do nível de actividade numa
perspectiva de curto-prazo

CUSTOS

Custos Fixos

Capacidade VOLUME
Instalada

RÚBEN M. T. PEIXINHO
156
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

Ø Custos Fixos
§ a médio/longo prazo todos os custos variam em função do nível de
actividade

CUSTOS

Custos Variáveis

Custos Fixos

Volume Relevante

Capacidade VOLUME
Instalada

RÚBEN M. T. PEIXINHO
157

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø Custos Variáveis
§ são custos que variam em função do nível de actividade. A relação dessa
variação leva à distinção entre:

CV Progressivos
CUSTOS

CV Proporcionais

CV Degressivos

Capacidade VOLUME
Instalada

RÚBEN M. T. PEIXINHO
158
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

§ Considerando uma situação de curto-prazo em que os custos variáveis são


proporcionais temos:
COMPORTAMENTO DOS CUSTOS GLOBAIS COMPORTAMENTO DOS CUSTOS UNITÁRIOS

CUSTOS CUSTOS
Custos Totais

Custos Variáveis

Custo Total Médio

Custos Fixos
Custo Variável Médio

Custo Fixo Médio

VOLUME Capacidade VOLUME Capacidade


Instalada Instalada

RÚBEN M. T. PEIXINHO
159

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø Exemplo:
Considere a seguinte estrutura de custos:

Custo Unitário
Quantidade C. Variáveis C. Fixos C. Totais
Variável Fixo Total
1.000 2.000 5.000 7.000 2,00 5,00 7,00
2.000 4.000 5.000 9.000 2,00 2,50 4,50
3.000 6.000 5.000 11.000 2,00 1,67 3,67
4.000 8.000 5.000 13.000 2,00 1,25 3,25
5.000 10.000 5.000 15.000 2,00 1,00 3,00
6.000 12.000 5.000 17.000 2,00 0,83 2,83
7.000 14.000 5.000 19.000 2,00 0,71 2,71
8.000 16.000 5.000 21.000 2,00 0,63 2,63
9.000 18.000 5.000 23.000 2,00 0,56 2,56
10.000 20.000 5.000 25.000 2,00 0,50 2,50

RÚBEN M. T. PEIXINHO
160
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

§ Representação Gráfica

RÚBEN M. T. PEIXINHO
161

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø PONTO CRÍTICO DAS VENDAS

§ Considerando que o ponto crítico das vendas fornece o nível de actividade


que proporciona um resultado nulo, podemos identificar 3 situações:

1. Volume Vendas = PC Vendas => Resultado = 0


Neste caso, o montante de custos fixos é exactamente igual à diferença entre o volume de
vendas e os custos variáveis;

2. Volume Vendas > PC Vendas => Resultado > 0


Neste caso, a diferença entre o valor das vendas e os custos variáveis é superior ao
montante de custos fixos;

3. Volume Vendas < PC Vendas => Resultado < 0


Neste caso, a diferença entre o volume de vendas e os custos variáveis é inferior ao
montante de custos fixos;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
162
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

Ø Margem de Contribuição

§ O PC Vendas evidencia o conceito de margem de contribuição unitária (ou


margem variável);
mc = (Pv – CVu)

§ A margem de contribuição pode também ser calculada em percentagem


das vendas:
mc’ = (PV – CVu) / Pv ou mc’= (Vol. Vendas – CV) / Vol. Vendas

§ A margem de contribuição fornece, para cada nível de actividade Q, uma


margem global Q x (Pv – CVu) que contribui para a cobertura dos custos
fixos;
MC = Q x mc ou MC = Vol. Vendas x mc´

RÚBEN M. T. PEIXINHO
163

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø Margem de Contribuição

§ A margem de contribuição permite evidenciar o resultado da empresa em


função dos custos fixos vs. variáveis:

Resultado = Proveitos - Custos


ó Resultado = Vendas – CV – CF
ó Resultado = Q x Pv – Q x CVu – CF
ó Resultado = Q (Pv – CVu) – CF

Resultado = Q x mc – CF

Resultado = MC – CF

RÚBEN M. T. PEIXINHO
164
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

Ø DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %
Vendas e Serviços Prestados
Custos Variáveis
- Industriais
- Não Industriais
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Custos Fixos
- Industriais
- Não Industriais
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (RAI)
Imposto sobre o Rendimento (IRC)
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO (RLP)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
165

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

Ø Pressupostos do Ponto Crítico das Vendas (assenta numa visão de curto-


prazo):

§ O preço de venda mantém-se constante, originando proveitos globais


proporcionais ao nível de actividade (Proveitos = Q x Pv);
§ O custo variável unitário mantém-se constante (CV = Q x CVu),
originando custos variáveis globais proporcionais ao nível de
actividade;
§ Os custos fixos mantêm-se inalterados;
§ Não contempla variações nos inventários das empresas industriais, ou
seja, assume que as vendas da empresa equivalem à sua produção;
§ Quando a empresa vende mais do que 1 produto, assume que o peso
das vendas de cada produto no total das vendas da empresa (Mix
Vendas) não se altera;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
166
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

§ Se o ponto crítico representa o nível de vendas (em quantidade ou em


valor) para o qual a empresa apresenta um resultado nulo:

§ PC Vendas em quantidade (Q*):


Resultado = Proveitos - Custos

Resultado = Vendas - CV - CF

0 = Q* x Pv - Q x CVu - CF

0 = Q* x (Pv - CVu) - CF

Q* x (Pv - CVu) = CF
- Assim:

Representa a quantidade
CF CF de vendas necessária para
Q* = =
PVu - CVu mc que o resultado seja nulo

RÚBEN M. T. PEIXINHO
167

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

§ PC Vendas em valor (Vol. Vendas*):

Vol. Vendas* = Q* x Pv

ou

CF CF
Vol. Vendas* = =
mc´ 1 - (CVu / Pv)

Representa o volume de vendas


necessário para que o resultado
seja nulo

RÚBEN M. T. PEIXINHO
168
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

§ Previsão dos Resultados com base no PC Vendas:

Resultado = (Q – Q*) x (Pv – CVu)

ou

Resultado = (Q – Q*) x mc

Estima o resultado através da comparação entre as vendas


previstas e o ponto crítico das vendas considerando a margem de
contribuição

RÚBEN M. T. PEIXINHO
169

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

§ Representação Gráfica:

Vendas
Valores

Lucro Custos Totais

Custos Variáveis

Vol. Vendas*

Prejuízo Custos Fixos

Q*
Capacidade VOLUME
Instalada

RÚBEN M. T. PEIXINHO
170
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

Ø Exemplo:
Considere uma empresa industrial que apresenta a seguinte informação:

Custos Variáveis Fixos


Industriais - -
MP 1 -

C. Transf. 3 30.000
Distribuição 0,5 5.000

Administrativos - 20.000

Pv = 10 € / unid.

Qual o Ponto Crítico das Vendas?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
171

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

§ Cálculo de valores importantes:


CIPA = 1 + 3 = 4 €

CF = 30.000 + 5.000 + 20.000 = 55.000 €


CVu = 1 + 3 + 0,5 = 4,5 €
mc = 10 - 4,5 = 5,5 €
mc'= 5,5 / 10 = 0,55

§ Cálculo do PC Vendas (em quantidade):

CF CF 55.000
Q* = = = = 10.000 unid.
PVu - CVu mc 5,5

§ Cálculo do PC Vendas (em valor):


55.000
Vol. Vendas* = 10.000 x 10€ = 100.000 € ou Vol. Vendas* = = 100.000 €
0,55

RÚBEN M. T. PEIXINHO
172
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS (Q = Q*)


Cenário 1: Vendas = 10.000 unidades

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %
Vendas e Serviços Prestados 100.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 40.000,00 € -40%

SUBTOTAL 60.000,00 € 60%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 30.000,00 € -30%

RESULTADO BRUTO 30.000,00 € 30%

Gastos de Distribuição 0%

(V) - 5.000,00 € -5%

(F) - 5.000,00 € -5%

Gastos Administrativos 0%

(F) - 20.000,00 € -20%

RESULTADO - € 0%

Resultado = (Q - Q*) x (Pv - CVu) = (Q - Q*) x mc


Resultado = (10.000 - 10.000) x 5,5 = 0 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
173

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS


AGENDA

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS (Q > Q*)


Cenário 2: Vendas = 12.000 unidades

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %
Vendas e Serviços Prestados 120.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 48.000,00 € -40%

SUBTOTAL 72.000,00 € 60%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 30.000,00 € -25%

RESULTADO BRUTO 42.000,00 € 35%

Gastos de Distribuição 0%

(V) - 6.000,00 € -5%

(F) - 5.000,00 € -4%

Gastos Administrativos 0%

(F) - 20.000,00 € -17%

RESULTADO 11.000,00 € 9%

Resultado = (Q - Q*) x (Pv - CVu) = (Q - Q*) x mc


Resultado = (12.000 - 10.000) x 5,5 = 11.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
174
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS
AGENDA

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS (Q < Q*)


Cenário 2: Vendas = 8.000 unidades

PERÍODO
RUBRICAS
(Valor) %
Vendas e Serviços Prestados 80.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 32.000,00 € -40%

SUBTOTAL 48.000,00 € 60%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 30.000,00 € -38%

RESULTADO BRUTO 18.000,00 € 23%

Gastos de Distribuição 0%

(V) - 4.000,00 € -5%

(F) - 5.000,00 € -6%

Gastos Administrativos 0%

(F) - 20.000,00 € -25%

RESULTADO - 11.000,00 € -14%

Resultado = (Q - Q*) x (Pv - CVu) = (Q - Q*) x mc


Resultado = (8.000 - 10.000) x 5,5 = -11.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
175

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)


AGENDA

Ø Ponto Crítico das Vendas em situações de Multiproduto:

§ A maioria das empresas produz e vende mais que 1 produto;

§ Nestas situações há que ter em conta:


- Os custos fixos respeitam a mais que 1 produto;
- Existem várias combinações de venda (Mix) possíveis;
- Os diferentes produtos têm margens de contribuição distintas;

Como resolver esta situação?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
176
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)
AGENDA

Ø Ponto Crítico das Vendas em situações de Multiproduto:

CF
Vol. Vendas (MIX)* =
mc´ (MIX)

§ Neste caso, o PC Vendas não se refere aos produtos individualmente mas sim ao
respectivo MIX;
§ O PC Vendas em valor por produto é posteriormente calculado com base no PC
Vendas Mix considerando o peso relativo de cada produto no total das vendas;
§ O PC Vendas em quantidade de cada produto pode calcular-se dividindo o PC Vendas
em valor pelo respectivo preço de venda unitário;

Esta análise só é válida para situações em que


o MIX não se altera

RÚBEN M. T. PEIXINHO
177

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)


AGENDA

Ø Exemplo:
Considere uma empresa industrial que fabrica 3 produtos diferentes. Considere a seguinte
informação:

A B C
Vendas (Qt) 12.500 10.000 10.000

Pv 20 € 10 € 5€
CV (Industriais) 15 € 6€ 2€
mc 5€ 4€ 3€

mc´ 25% 40% 60%

C. Fixos = 80.000 €

Qual o Ponto Crítico das Vendas?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
178
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)
AGENDA

§ Demonstração dos Resultados (Custeio Variável):

PERÍODO
RUBRICAS
A % B % C % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 250.000,00 € 100% 100.000,00 € 100% 50.000,00 € 100% 400.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 187.500,00 € -75% - 60.000,00 € -60% - 20.000,00 € -40% - 267.500,00 € -67%

SUBTOTAL 62.500,00 € 25% 40.000,00 € 40% 30.000,00 € 60% 132.500,00 € 33%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 62.500,00 € 25% 40.000,00 € 40% 30.000,00 € 60% 132.500,00 € 33%

Custos Fixos 0% 0% 0% - 80.000,00 € -20%

RESULTADO 0% 0% 0% 52.500,00 € 13%

§ Cálculo do PC Vendas (em valor):

CF 80.000
Vol. Vendas* = = = 241.509 €
mc´ 0,33125

RÚBEN M. T. PEIXINHO
179

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)


AGENDA

§ Cálculo do PC Vendas (em quantidade) por produto:

Produtos Vendas (€) Mix (%) Vol Vendas* Q*


A 250.000 62,5% 150.943 7.547
B 100.000 25,0% 60.377 6.038
C 50.000 12,5% 30.189 6.038
TOTAL 400.000 100,0% 241.509

§ Demonstração dos Resultados:

PERÍODO
RUBRICAS
A % B % C % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 150.943,00 € 100% 60.377,00 € 100% 30.189,00 € 100% 241.509,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 113.206,00 € -75% - 36.229,00 € -60% - 12.074,00 € -40% - 161.509,00 € -67%

SUBTOTAL 37.737,00 € 25% 24.148,00 € 40% 18.115,00 € 60% 80.000,00 € 33%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 37.737,00 € 25% 24.148,00 € 40% 18.115,00 € 60% 80.000,00 € 33%

Custos Fixos 0% 0% 0% - 80.000,00 € -33%

RESULTADO 0% 0% 0% - € 0%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
180
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)
AGENDA

§ Considera agora uma alteração no MIX de vendas (ceteris paribus):

Produtos Vendas (€) Mix (%) Vendas (Qt.)


A 200.000 50,0% 10.000
B 100.000 25,0% 10.000
C 100.000 25,0% 20.000
TOTAL 400.000 100,0%

O que acontece ao PC Vendas após esta alteração?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
181

O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)


AGENDA

§ Demonstração dos Resultados (Custeio Variável):

PERÍODO
RUBRICAS
A % B % C % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 200.000,00 € 100% 100.000,00 € 100% 100.000,00 € 200% 400.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 150.000,00 € -75% - 60.000,00 € -60% - 40.000,00 € -80% - 250.000,00 € -63%

SUBTOTAL 50.000,00 € 25% 40.000,00 € 40% 60.000,00 € 120% 150.000,00 € 38%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 50.000,00 € 25% 40.000,00 € 40% 60.000,00 € 120% 150.000,00 € 38%

Custos Fixos 0% 0% 0% - 80.000,00 € -20%

RESULTADO 0% 0% 0% 70.000,00 € 18%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
182
O PONTO CRÍTICO DAS VENDAS (MIX)
AGENDA

§ Cálculo do PC Vendas (em valor):

CF 80.000
Vol. Vendas* = = = 213.333 €
mc´ 0,375

§ Cálculo do PC Vendas (em quantidade) por produto:

Produtos Vendas (€) Mix (%) Vol Vendas* Q*


A 200.000 50,0% 106.667 5.333
B 100.000 25,0% 53.333 5.333
C 100.000 25,0% 53.333 10.667
TOTAL 400.000 100,0% 213.333

RÚBEN M. T. PEIXINHO
183

MARGEM
AGENDA DE SEGURANÇA

Ø A margem de segurança é um indicador de risco que surge na sequência do


cálculo do PC Vendas:

§ Margem de Segurança 1:
MS1 = Vol. Vendas - Vol. Vendas* =x
Vol. Vendas*

Interpretação: A empresa está a operar x % acima do PC das Vendas

§ Margem de Segurança 2:
MS2 = Vol. Vendas - Vol. Vendas* =y
Vol. Vendas

Interpretação: A empresa pode reduzir o seu volume de vendas em y % do seu


valor actual permanecendo na zona de lucro

RÚBEN M. T. PEIXINHO
184
MARGEM
AGENDA DE SEGURANÇA

§ Graficamente:

Vendas
Valores

Lucro Custos Totais

Custos Variáveis

Vol. Vendas*

Prejuízo Custos Fixos

Margem de Segurança

Q* Q
Capacidade VOLUME
Instalada

RÚBEN M. T. PEIXINHO
185

MARGEM
AGENDA DE SEGURANÇA

Ø Exemplo anterior:

§ Margem de Segurança 1:
400.000 - 241.509
MS1 = = 65.65 %
241.509
A empresa está a operar 65,65 % acima do PC das
Vendas

§ Margem de Segurança 2:

400.000 - 241.509
MS2 = = 39,6 %
400.000

A empresa pode reduzir o seu volume de vendas em


39,6% permanecendo na zona de lucro

RÚBEN M. T. PEIXINHO
186
RESULTADOS
AGENDA DIFERENCIAIS

§ A análise do resultado diferencial permite avaliar o impacto de uma decisão recorrendo


apenas à avaliação dos custos e proveitos relevantes para a tomada de decisão;
§ O resultado diferencial estima o impacto económico de uma decisão e é dado pela
diferença entre os proveitos diferenciais e os custos diferenciais:

!R=!P-!C

Em que:
! P = P1 – P0 P1: Proveitos do Cenário 1 (novo cenário)

! C = C1 – C0 P0: Proveitos do Cenário 0 (cenário actual)

C1: Custos do Cenário 1 (novo cenário)


C0: Custos do Cenário 0 (cenário actual)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
187

RESULTADOS
AGENDA DIFERENCIAIS

Ø Exemplo:
Considere uma empresa com uma capacidade instalada de 10.000 unidades / ano em que
o mercado nacional absorve apenas 60% dessa capacidade ao preço de 13 €. Apresenta-
se a demonstração dos resultados nestas condições:

PERÍODO
RUBRICAS
(valor) %
Vendas e Serviços Prestados 78.000,00 € 100% => 6.000 x 13
CIPV (Variável) - 63.000,00 € -81% => 6.000 x 10,5
MARGEM CONTRIBUIÇÃO 15.000,00 € 19%

Custos Fixos - 16.000,00 € -21%

RESULTADO - 1.000,00 € -1%

Imagine que surge a possibilidade de exportar para um país do norte de África 2.500
unidades ao preço unitário de 12 €. As despesas de expedição e transporte totalizam 0,3 €
por unidade. Aceita a proposta?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
188
RESULTADOS
AGENDA DIFERENCIAIS

§ Análise através do resultado diferencial:

!R=!P-!C

! P = P1 – P0 = 30.000 €
P0 = 78.000 €
P1 = 6.000 x 13 + 2.500 x 12 = 108.000 €

! C = C1 – C0 = 27.000 €
C0 = 63.000 + 16.000 = 79.000 €
C1 = (6.000 + 2.500) x 10,5 + 2.500 x 0,3 + 16.000 = 106.000 €

! R = ! P - ! C = 30.000 – 27.000 = 3.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
189

RESULTADOS
AGENDA DIFERENCIAIS

§ Demonstração dos Resultados no novo cenário:

PERÍODO
RUBRICAS
(valor) %
Vendas e Serviços Prestados 108.000,00 € 100% => 6.000 x 13 + 2.500 x 12
CIPV (Variável) - 89.250,00 € -83% => (6.000 + 2.500) x 10,5
Custo Distribuição (Variável) - 750,00 € -1% => 2.500 x 0,3
MARGEM CONTRIBUIÇÃO 18.000,00 € 17%

Custos Fixos - 16.000,00 € -15%

RESULTADO 2.000,00 € 2%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
190
Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA VI

6. Sistema de Contas

RÚBEN M. T. PEIXINHO
191

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø CONTABILIDADE GERAL

§ O!código!de!contas!aprovado!para!o!SNC!engloba!as!seguintes!classes!de!
contas:

1. Meios!Financeiros!Líquidos
2. Contas!a!Receber!e!a!Pagar
3. Inventários!e!Activos!Biológicos
4. Investimentos
5. Capital,!Reservas!e!Resultados!Transitados
6. Gastos
7. Rendimentos
8. Resultados

RÚBEN M. T. PEIXINHO
192
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø CONTABILIDADE DE GESTÃO

§ As contas da Contabilidade de Gestão estão concentradas na classe 9 do


sistema de contas da empresa;
§ O âmbito da contabilização de gestão da empresa (classe 9) é mais restrito
que a contabilização geral (classes 1 a 8);
§ A classe 9 oferece um agrupamento de contas que permite a acumulação
dos gastos pelas diferentes funções da empresa e pelos produtos / serviços
prestados;
§ Não existe uma lista de contas normalizada para a Contabilidade de Gestão;
§ A empresa deve organizar a sua contabilidade interna e externa de modo a
efectuar a sua articulação de acordo com os sistemas possíveis:
1.!Sistemas!Monistas;
2.!Sistemas!Dualistas;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
193

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 1. Sistemas Monistas

§ Caracterizam-se pelo facto da contabilidade geral e analítica se encontrarem


integradas;
§ Existem movimentos contabilísticos ente a classe 9 e as classes 1 a 8, ou
seja, há movimentação de contas na Contabilidade de Gestão por
contrapartida de contas na Contabilidade Geral;

1.1.!!Sistema!Monista!Radical!(Sistema!Único!Indiviso)

1.2.!!Sistema!Monista!Moderado!(Sistema!Único!Diviso)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
194
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

1.1.!!Sistema!Monista!Radical!(Sistema!Único!Indiviso)
§ A Contabilidade de Gestão encontra-se totalmente integrada na Contabilidade Geral;
§ Todas as contas da Contabilidade aparecem no mesmo Razão e figuram nos mesmos
balancetes do Razão;
§ Todas as contas são movimentadas por contrapartida umas das outras;

1.2. Sistema!Monista!Moderado!(Sistema!Único!Diviso)
§ A Contabilidade de Gestão encontra-se parcialmente integrada na Contabilidade Geral;
§ Existe uma conta cumulativa que faz a ligação entre as duas contabilidades;
§ Utilizado por empresas em que a sede e a fábrica estão em locais diferentes;
§ Essa conta cumulativa (ex: “Fábrica”) é debitada por todos os valores que a “Fábrica”
recebe do exterior (matérias, gastos com o pessoa, FSE, etc) e pelos gastos que a
Contabilidade Geral regista que são imputáveis à “Fábrica” (amortizações, seguros,
etc). A conta “Fábrica” é creditada pelos valores entregues ao exterior (produtos
acabados, subprodutos, serviços prestados, etc);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
195

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 2. Sistemas Dualistas

§ Caracterizam-se pelo facto da contabilidade geral e de gestão se


encontrarem separadas;
§ Não existem movimentos contabilísticos ente a classe 9 e as classes 1 a 8,
ou seja, não há movimentação de contas na Contabilidade de gestão por
contrapartida de contas na Contabilidade Geral;
§ Apesar de separadas, terá que existir concordância entre os gastos e
rendimentos registados em cada uma delas;

2.1.!!Sistema!Duplo!Contabilístico

2.2.!!Sistema!Duplo!Misto

RÚBEN M. T. PEIXINHO
196
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

2.1.!!Sistema!Duplo!Contabilístico
§ A Contabilidade de Gestão encontra-se totalmente separada da Contabilidade Geral;
§ A Contabilidade Geral apura o resultado global da empresa enquanto a Contabilidade
de Gestão utiliza uma óptica funcional para apurar resultados por produtos, serviços,
departamentos, etc;
§ A contabilização pelo método das digráfico obriga a criar na Contabilidade de Gestão
as contas de ligação (Contas Reflectidas);

2.2. Sistema!Duplo!Misto
§ Caracteriza-se pela utilização de mapas e registos na Contabilidade de Gestão em
alternativa ao sistema das digráfico;
§ a ligação entre as duas contabilidades é feita de uma forma mais informal pois o
objectivo é comparar valores aproximados;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
197

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø Lista de Contas Proposta para a Classe 9:

91.!Contas!Reflectidas
92.!Reclassificação!de!Custos
93.!Centros!de!Custos
94.!Fabricação
95.!Inventários
96.!Encargos!a!Repartir
97.!Desvios!sobre!Custos!Pré-estabelecidos
98.!Diferenças!de!Incorporação
99.!Resultados!Analíticos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
198
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 91. Contas Reflectidas

§ São apenas movimentadas no Sistema Duplo Contabilístico;


§ A sua decomposição é efectuada de acordo com as contas das classes 3, 6 e 7 da
Contabilidade Geral;
§ Todos os movimentos efectuados nestas contas são igualmente registados nas contas
reflectidas homólogas;
§ No final de cada mês, as subcontas da conta 91 devem apresentar saldos iguais aos
correspondentes das classes 3, 6 e 7 da Contabilidade Financeira embora de sinal
contrário. Assim, os saldos são credores quando se trata de gastos e inventários e
devedores se respeitarem a rendimentos:
91.61!Sc!=!X1 61!Sd!=!X1 91.71!Sd!=!Y1 71!Sc!=!Y1
91.62!Sc!=!X2 62!Sd!=!X2 91.72!Sd!=!Y2 72!Sc!=!Y2
91.63!Sc!=!X3 63!Sd!=!X3 91.73!Sd!=!Y3 73!Sc!=!Y3
… … … …
91.69!Sc!=!X9 69!Sd!=!X9 91.79!Sd!=!Y9 79!Sc!=!Y9

Sc!=!X Sd!=!X Sd!=!Y Sc!=!Y


RÚBEN M. T. PEIXINHO
199

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Contabilização!Interna!das!Compras!do!mês!(5.000!€)

31 Compras 91.31 Compras Reflect. 92.1 Custo Compras

Sd!!5.000 5.000 5.000

2. Contabilização!Interna!dos!Ordenados!relativos!aos!operários!fabris!(10.000!€)

63 Gastos Pessoal 91.63 Gastos Pessoal (R) 92.2 MOD

Sd!!10.000 10.000 10.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
200
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Monista Radical)

1. Contabilização!Interna!das!Compras!do!mês!(5.000!€)

31 Compras 92.1 Custo Compras

Sd!!5.000 5.000 5.000

2. Contabilização!Interna!dos!Ordenados!relativos!aos!operários!fabris!(10.000!€)

63 Gastos Pessoal 92.2 MOD

Sd!!10.000 10.000 10.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
201

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 92. Reclassificação de Custos

§ A Contabilidade Geral regista os custos no sistema contabilístico através de uma


desagregação por natureza de custos (FSE, pessoal, amortizações, etc);
§ A Contabilidade de Gestão regista os custos no sistema contabilísticos através de
uma óptica funcional ou departamental (Produção, Distribuição, Administrativos, etc);
§ Torna-se necessário efectuar a reclassificação de todos os custos registados na
Contabilidade Geral para uma lógica que permita apurar resultados por funções e por
produtos;
§ No final do período estas contas devem apresentar saldo nulo;
§ Esta conta poderá desagregar-se em:

92.1.!Custo!da!Compras
92.2.!MOD
92.3.!GGF

92.4.!Custos!de!Transformação

RÚBEN M. T. PEIXINHO
202
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 92.1 – Custo das Compras

Debitada:
1. Custos!Externos!em!contrapartida!da!conta!da!classe!3!(Sistema!Monista)!ou!da!conta!
91.3!(Sistema!Dualista).!Custos!externos!relacionam-se!com!o!custo!da!factura!e!todos!os!
restantes!relacionados!com!a!compra!(transporte,!direitos!alfandegários,!etc);
2. Custos!Internos!em!contrapartida!das!contas!da!classe!6!(Sistema!Monista)!ou!das!contas!
91.6X!(Sistema!Dualista).!Custos!internos!relacionam-se!com!os!custos!originados!
internamente!associados!à!compra!(descarga,!recepção,!armazenagem,!etc);
3. Caso!a!empresa!esteja!organizadas!por!secções,!os!custos!internos!são!debitados!nesta!
conta!em!contrapartida!das!contas!93;

Creditada:
1. Descontos!comerciais!obtidos!em!contrapartida!da!conta!da!classe!3!(Sistema!Monista)!ou!
da!conta!91.3!(Sistema!Dualista);
2. Valor!líquido!da!compra!em!contrapartida!da!conta!95.6.!(Inventário!MP,!Subsidiárias!e!de!
Consumos);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
203

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 92.1 – Custo das Compras


(apenas custos externos)

(1)
95.6
92.1 (2)
31!/!91.31 Matérias-Primas,!!
Custo!
Compras Subsidiárias!e!de!
Das!Compras
Consumo

(1) Pela!compra!de!Matérias
(2) Pela!entrada!em!Armazém

RÚBEN M. T. PEIXINHO
204
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 92.1 – Custo das Compras


(custos externos e internos)

(1) (3)
95.6
92.1
31 / 91.31 Matérias-Primas,!!
Custo!
Compras Subsidiárias!e!de!
Das!Compras
Consumo

93.X
Centro!de! (2)
Custos

(1) Pelos!custos!externos!de!Matérias
(2) Pelos!custos!internos!de!Matérias
(3) Pela!entrada!em!Armazém

RÚBEN M. T. PEIXINHO
205

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Contabilização!das!Compras!do!mês
Custos!Externos:! Descontos: Custos!Internos
- Custo!Factura:!12.500!€ - 10%!sobre!valor!factura - Armazém:!3.000€
- Transporte:!1.000!€
- Seguro:!1.500!€

95.6 Inventário MP,


91.3 Compras Reflectidas 92.1 Custo das Compras M. Subs e Cons.

1.250 12.500 13.750 16.750 16.750


1.000
1.500 3.000

93.1 Armazém

3.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
206
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 92.2 – MOD

Debitada:
1. Custos Reais em contrapartida da conta da classe 63 (Sistema Monista) ou da conta 91.63
(Sistema Dualista);
2. Custos Teóricos em contrapartida da conta 96.1 Encargos a Repartir – Encargos Sociais;

Creditada:
1. Valor Total da MOD (real + teórico) incorporado no custo do produto em contrapartida da
conta 94. Fabricação;
2. Valor Total da MOD (real + teórico) incorporado no custo do período em contrapartida da
conta 99.03 Resultados - CINI;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
207

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 92.2 – MOD

63 / 91.63 (1) (3)


92.2 94
Gastos!com!o!
MOD Fabricação
Pessoal

96.1
Encargos!a! (2) (4) 99.03
Repartir!– CINI
Encargos!Sociais

(1) Pelas!Remunerações!do!Pessoal!directamente!afecto!à!Produção
(2) Pelos!Encargos!Sociais!Teóricos
(3) Pela!incorporação!da!MOD!ao!custo!de!produção
(4) Pela!incorporação!da!MOD!ao!custo!do!período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
208
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Contabilização da MOD
Considere que o valor dos ordenados brutos do mês relativo ao pessoal directamente afecto à
produção totalizam 20.000 € (custos fixos). Ao valor dos ordenados acresce uma taxa de teórica
estimada em 65%. A empresa utiliza o custeio total:

91.63 Custos Reflectidos 92.2 MOD 94. Fabricação

20.000 20.000 33.000 33.000


13.000

96.1 Encargos Sociais

13.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
209

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Contabilização da MOD
Considere que o valor dos ordenados brutos do mês relativo ao pessoal directamente afecto à
produção totalizam 20.000 € (custos fixos). Ao valor dos ordenados acresce uma taxa de teórica
estimada em 65%. A empresa utiliza o custeio variável:

91.63 Custos Reflectidos 92.2 MOD 99.03 CINI

20.000 20.000 33.000 33.000


13.000

96.1 Encargos Sociais

13.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
210
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 92.3 – GGF

Debitada:
1. Custos Reais em contrapartida da conta da classe 6 (Sistema Monista) ou da conta 91.6X
(Sistema Dualista);
2. Custos Teóricos em contrapartida da conta 96.X Encargos a Repartir;
3. Consumos de Matérias Subsidiárias em contrapartida da conta 95.6 (Inventário MP,
Subsidiárias e de Consumos);

Creditada:
1. Valor Total dos GGF (real + teórico) incorporado no custo do produto em contrapartida da
conta 94. Fabriação;
2. Valor Total dos GGF (real + teórico) incorporado no custo do período em contrapartida da
conta 99.03 Resultados - CINI;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
211

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 92.3 – GGF

(1) (4)
6X / 91.6X 92.3 94
Gastos GGF Fabricação

96.X (5)
(2) 99.03
Encargos!a!
CINI
Repartir

95.6
(3)
MP,!Subsidiárias!
e!de!Consumo

(1) Pelos!diversos!custos!industriais!classificados!como!GGF
(2) Pelos!Encargos!a!repartir!(Encargos!Sociais,!Seguros,!Amortizações,!etc)
(3) Pelos!Consumos!de!Matérias!Subsidiárias
(4) Pela!incorporação!dos!GGF!ao!custo!de!produção
(5) Pela!incorporação!dos!GGF!ao!custo!do!período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
212
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Considere!os!GGF!apurados!na!empresa!Braga2.0!separados!entre!variáveis!e!fixos:

GGF(v):!
- Consumo!de!Matérias!Subsidiárias:!2.000!€;
- Consumo!de!Electricidade:!1.000!€;
- Consumo!de!Água:!200!€;
GGF!(F):
- MOI:!5.000!€!(acresce!65%!de!taxa!teórica);
- Amortizações:!2.500!€;
- Outros!GGF:!6.000!€;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
213

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Contabilização!dos!GGF!(Custeio!Total)

91.6X Custos Reflectidos 92.3 GGF 94. Fabricação


1.000
200 12.200 19.950 19.950
5.000 3.250
6.000 2.500
96.1 Encargos Sociais 2.000

3.250

96.4 Amortizações

2.500

95.6 MP, Subs. e de Cons.

2.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
214
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)

1. Contabilização!dos!GGF!(Custeio!Variável)

91.6X Custos Reflectidos 92.3 GGF 94. Fabricação


1.000
200 12.200 19.950 3.200
5.000 3.250
6.000 2.500
96.1 Encargos Sociais 2.000

3.250 99.03 CINI

96.4 Amortizações 16.750

2.500

95.6 MP, Subs. e de Cons.

2.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
215

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 92.4 – Custos de Transformação


§ Esta conta pode ser movimentada em substituição das contas 92.2 e 92.3, pelo que os
movimentos a creditar e debitar são exactamente os mesmos;

(1) 92.4 (4)


6X / 91.6X 94
Custos!de!
Gastos Fabricação
Transformação

96.X (5)
(2) 99.03
Encargos!a!
CINI
Repartir

95.6
(3)
MP,!Subsidiárias!
e!de!Consumo
(1) Pelos!diversos!custos!industriais!classificados!como!Custos!Transformação
(2) Pelos!Encargos!a!repartir!(Seguros,!Amortizações,!etc)
(3) Pelos!Consumos!de!Matérias!Subsidiárias
(4) Pela!incorporação!dos!Custos!Transformação!ao!custo!de!produção
(5) Pela!incorporação!dos!Custos!Transformação!ao!custo!do!período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
216
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 93. Centros de Custos

§ Esta conta utiliza-se quando a empresa está estruturada em centros de custos, os


quais correspondem também a centros de responsabilidade;
§ Os centros de custos podem ser relativos a diversas áreas funcionais da empresa das
quais se destacam as áreas de Aprovisionamento, Produção, Distribuição,
Administrativa, etc;
§ A conta 93.2 – Centros de Custos de Produção adopta-se em alternativa às contas
92.2, 92.3 ou 92.4;
§ Os Centros de Custos de Produção apresentam especificidades próprias (serão
tratados no capítulo 8 do Programa);
§ Esta conta poderá desagregar-se em:
93.1.!Centros!de!Custos!de!Aprovisionamento
93.2.!Centros!de!Custos!de!Produção
93.3.!Centros!de!Custos!de!Distribuição
93.4.!Centros!de!Custos!Administrativos
(…)
RÚBEN M. T. PEIXINHO
217

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 93.1 – Centro de Custos de Aprovisionamento

A!movimentação!desta!conta!depende!da!função!a!que!se!destina!a!armazenagem.!
Podemos!distinguir!duas!subcontas:

93.11!Armazém!de!MP
93.12!Armazém!de!PA

RÚBEN M. T. PEIXINHO
218
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 93.11 – Armazém de MP

(1) (4) 92.1


6X / 91.6X 93.11
Custo!das!
Gastos Armazém!de!MP
Compras

96.X (5)
(2) 94
Encargos!a!
Fabricação
Repartir

95.6
(3)
MP,!Subsidiárias!
e!de!Consumo

(1) Pelos!diversos!custos!classificados!como!custos!de!aprovisionamento!– Armazém!de!MP


(2) Pelos!Encargos!a!repartir!(Encargos!Sociais,!Seguros,!Amortizações,!etc)!associados!ao!Armazém!de!MP
(3) Pelos!Consumos!de!Matérias!Subsidiárias!associadas!ao!Armazém!de!MP
(4) Pela!imputação!dos!custos!de!armazenagem!ao!custo!das!compras!(custo!do!armazém!imputado!em!função!das!compras)
(5) Pela!imputação!dos!custos!de!armazenagem!ao!custo!de!produção!(custo!do!armazém!imputado!em!função!dos!consumos)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
219

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 93.12 – Armazém de Produtos Acabados

(1) (4)
6X / 91.6X 93.12 94
Gastos Armazém!de!PA Fabricação

99.04
96.X (5)
(2) Resultados-
Encargos!a!
Gastos!de!
Repartir
Distribuição

95.6
(3)
MP,!Subsidiárias!
e!de!Consumo

(1) Pelos!diversos!custos!classificados!como!custos!de!aprovisionamento!– Armazém!de!PA


(2) Pelos!Encargos!a!repartir!(Encargos!Sociais,!Seguros,!Amortizações,!etc)!associados!ao!Armazém!de!PA
(3) Pelos!Consumos!de!Matérias!Subsidiárias!associadas!ao!Armazém!de!PA
(4) Pela!imputação!dos!custos!de!armazenagem!ao!custo!de!produção!(custo!do!armazém!imputado!em!função!da!produção)
(5) Pela!imputação!dos!custos!de!armazenagem!aos!gastos!de!distribuição!(custo!do!armazém!imputado!em!função!das!vendas)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
220
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 93.2 – Centros de Custos de Produção


- A movimentação contabilística desta conta será desenvolvida no ponto 5 do Programa;

Movimentação da Conta 93.3 – Centro de Custos de Distribuição / 93.4


– Centro de Custos Administrativos

Debitada:
1. Custos Reais afectos à função Distribuição / Administrativa da empresa em contrapartida
da conta da classe 6 (Sistema Monista) ou da conta 91.6X (Sistema Dualista);
2. Custos Teóricos afectos à função Distribuição / Administrativa da empresa em
contrapartida da conta 96.X Encargos a Repartir;

Creditada:
1. Valor Total dos Gastos de Distribuição / Administrativos (real + teórico) em contrapartida
da conta 99.04 – Gastos de Distribuição / 99.05 – Gastos Administrativos;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
221

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 93.3 – Centro de Custos Distribuição

(1)
93.3 (4)
99.04
6X / 91.6X Centro!de! Resultados-
Gastos Custos!de! Gastos!de!
Distribuição Distribuição

96.X
Encargos!a! (2)
Repartir

95.6
(3)
MP,!Subsidiárias!
e!de!Consumo

(1) Pelos!diversos!gastos!da!Secção!de!Distribuição
(2) Pelos!Encargos!a!repartir!(Encargos!Sociais,!Seguros,!Amortizações,!etc)!relativos!à!Secção!de!Distribuição
(3) Pelo!Consumo!de!Materiais!Diversos
(4) Pela!incorporação!dos!Gastos!da!Secção!de!Distribuição!ao!custo!do!período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
222
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)


Considere!os!seguintes!gastos!classificados!como!Gastos!de!Distribuição:

Gastos!de!Distribuição!(V):! Gastos!de!Distribuição!!(F):
- Comissões:!3.000!€; - Ordenados!Vendedores:!10.000!€!(acresce!65%!de!taxa!teórica);
- Custos!de!Expedição:!1.000!€; - Seguros:!1.500!€;

- Outros:!3.800!€;

93.3 Centro de Custos de 99.04 Resultados-


91.6X Custos Reflectidos Distribuição Gastos Distribuição
3.000
1.000 17.800 25.800 25.800
10.000 6.500
3.800
1.500
96.1 Encargos Sociais

6.500

96.2 Seguros

1.500

RÚBEN M. T. PEIXINHO
223

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 93.4 – Centro de Custos Administrativos

(1)
93.4 (4)
99.05
6X / 91.6X Centro!de! Resultados-
Gastos Custos! Gastos!
Administrativos Administrativos

96.X
Encargos!a! (2)
Repartir

95.6
(3)
MP,!Subsidiárias!
e!de!Consumo

(1) Pelos!diversos!gastos!da!Secção!Administrativa
(2) Pelos!Encargos!a!repartir!(Encargos!Sociais,!Seguros,!Amortizações,!etc)!relativos!à!Secção!Administrativa
(3) Pelo!Consumo!de!Materiais!Diversos
(4) Pela!incorporação!dos!Gastos!da!Secção!Administrativa!ao!custo!do!período

RÚBEN M. T. PEIXINHO
224
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo (Sistema Duplo Contabilístico)


Considere!os!seguintes!gastos!classificados!como!Gastos!de!Administrativos:

Gastos!de!Distribuição!:
- Ordenados!Secretárias:!3.000!€!(acresce!65%!de!taxa!teórica);
- Amortizações:!1.000!€;

- Outros:!2.000!€;

93.4 Centro de Custos 99.05 Resultados-


91.6X Custos Reflectidos Administrativos Gastos Administrativos
3.000
2.000 5.000 7.950 7.950
1.950
1.000
96.1 Encargos Sociais

1.950

96.4 Amortizações

1.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
225

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 94. Fabricação

- Esta!conta!possibilita!o!apuramento!do!custo!de!produção!dos!bens!produzidos!pela!
empresa!assim!como!os!serviços!prestados;
- A!sua!designação!pode!variar!consoante!a!actividade!da!empresa;
- Empresas!Industriais:!Fabricação
- Empresas!de!Serviços:!Trabalhos!em!Curso
- Empresas!que!trabalham!por!encomenda:!Encomendas!em!Curso
- Empresas!que!trabalham!por!ordem!de!produção:!Obras!em!Curso

- Esta!conta!poderá!desagregar-se!em!tantas!subcontas!quantos!os!produtos!a!serem!
fabricados!ou!serviços!prestados:
94.1.!Fabricação!– Produto!A
94.2.!Fabricação!– Produto!B
94.3.!Trabalhos!em!Curso!– Serviço!1
94.4.!Trabalhos!em!Curso!– Serviços!2
(…)
RÚBEN M. T. PEIXINHO
226
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação da Conta 94. – Fabricação

95.5 (1) (5)


95.3
Produtos!e! 94 Produtos!
Trabalhos!em! Fabricação Acabados!e!
Curso Intermédio

95.6 95.5
MP,!Subsidiárias!e! (2) (6) Produtos!e!
de!Consumo Trabalhos!em!
Curso

92.2 / 92.3
MOD!/!GGF (3)
(1) Pelo!Inventário!inicial!de!PVF!(lançamento!apenas!efectuado!
em!Janeiro)
(2) Pelos!Consumos!de!Matérias
(3) Pelos!Custos!de!Transformação!quando!a!empresa!não!está!!
93.1/ 93.2 organizada!por!Secções
Centros!de!Custos! (4) (4) Pelos!Custos!de!Transformação!quando!a!empresa!está!
– organizada!por!Secções
(5) Pelo!CIPA
Aprovisionamento!
(6) Pelo!Inventário!final!de!PVF!(lançamento!apenas!efectuado!
e!Industriais em!Dezembro)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
227

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo
Considere!os!seguintes!dados!do!mês!de!Outubro:

Consumo!MP:!5.000!€ PVFi!=!1.300!€
MOD:!4.000!€!(inclui!tx.!teórica) CIPA!=!11.500!€

GGF:!2.000!€

95.6 MP, Subsidiárias e de 94. Fabricação 95.3 Prod. Acabados e


Consumo Intermédios
Si!!1.300
5.000 5.000 11.500 11.500
4.000
2.000
92.2 MOD

4.000

92.3. GGF

2.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
228
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 95. Inventários

- Esta!conta!destina-se!a!evidenciar!o!valor!dos!vários!inventários!detidos!pela!
empresa;

- Esta!conta!poderá!desagregar-se!em!subcontas!em!função!dos!vários!inventários!
detidos!pela!empresa:

95.2.!Mercadorias
95.3.!Produtos!Acabados!e!Intermédios
95.4.!Subprodutos,!Desperdícios,!Resíduos!e!Refugos
95.5.!Produtos!e!Trabalhos!em!Curso
95.6.!MP,!Subsidiárias!e!de!Consumo

RÚBEN M. T. PEIXINHO
229

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 95.3 – Produtos Acabados e Intermédios

34.9 / 91.34 (1)


95.3
(3) 99.02
Produtos! Produtos!
Custo!das!
Acabados!e! Acabados!e!
Vendas
Intermédios Intermédios

34.9 / 91.34
(4)
94 (2) Produtos!
Fabricação Acabados!e!
Intermédios

(1) Pelo!Inventário!inicial!de!Produtos!Acabados!e!Intermédios!(lançamento!apenas!efectuado!em!Janeiro)
(2) Pelo!CIPA
(3) Pelo!CIPV
(4) Pelo!Inventário!final!de!Produtos!Acabados!e!Intermédios!(lançamento!efectuado!em!Dezembro)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
230
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo
Considere!os!seguintes!dados!do!mês!de!Outubro:

Ii!de!PA:!3.500!€
CIPA:!11.500!€

CIPV:!12.000!€

95.3 Prod. Acabados e


Intermédios
94. Fabricação 99.02 Custo das Vendas
Si!!3.500
11.500 11.500 12.000 12.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
231

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 95.6 – MP, Subsidiárias e de Consumo

33.9 / 91.33 (1) 95.6 (3)


94.
MP,!Subsidiárias! MP,!Subsidiárias!
Fabricação
e!de!Consumo e!de!Consumo
(5)

92.1 (4) 93
Custo!das! (2) Centros!de!
Compras Custos

(1) Pelo!Inventário!inicial!de!MP,!Subsidiárias!e!de!Consumo!(lançamento!apenas!efectuado!em!Janeiro)
(2) Pelo!valor!líquido!das!MP,!Subsidiárias!e!de!Consumo!entrado!em!Armazém
(3) Pelo!consumo!de!Matérias!Directas
(4) Pelo!consumo!de!Matérias!Indirectas
(5) Pelo!Inventário!final!de!MP,!Subsidiárias!e!de!Consumo!(lançamento!efectuado!em!Dezembro)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
232
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo
Considere!os!seguintes!dados!do!mês!de!Outubro:

Ii!de!MP:!1.750!€
Compras!MP:!3.250!€

Consumo!MP:!4.000!€

95.6 MP, Subsidiárias e


de Consumo
92.1. Custo das Compras 94. Fabricação
Si!!1.750
3.250 3.250 4.000 4.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
233

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 96. Encargos a Repartir

- Esta!conta!destina-se!a!periodizar!despesas!que!se!verificam!em!determinados!
meses,!mas!que!dizem!respeito!a!um!período!mais!vasto;

- Esta!conta!poderá!desagregar-se!nas!seguintes!subcontas:

96.1.!Encargos!Sociais
96.2.!Seguros
96.3.!Conservação!e!Reparação
96.4!Amortizações
96.5!Encargos!com!a!Fábrica!parada
(…)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
234
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 96. – Encargos a Repartir

(1) 96. (2)


6X.9 / 91.6X 92.2 / 92.3
Encargos!a!
Gastos MOD!/!GGF
Repartir

(3) 93.
Centros!de!
Custo

(4) 98.
Diferenças!de!
Incorporação

(1) Pela!transferência!dos!encargos!reais
(2) Pelos!encargos!teóricos!quando!a!empresa!não!está!organizada!por!Secções
(3) Pelos!encargos!teóricos!quando!a!empresa!está!organizada!por!Secções
(4) Pelas!diferenças!de!imputação

RÚBEN M. T. PEIXINHO
235

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

§ Exemplo
Considere!os!seguintes!dados!do!mês!de!Novembro!(Operários!Fabris):

Ordenados!do!mês:!20.000!€!(taxa!teórica!de!65%)
Subsídios!de!Natal:!18.000!€

Seguro!Trabalho!Anual:!3.000!€

96.1 Encargos a Repartir


91.64. Gastos com - Encargos Sociais
Pessoal (R) 92.2 MOD

18.000 21.000 13.000 13.000


3.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
236
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 97. Desvios sobre custos pré-estabelecidos

- Esta!conta!é!usada!quando!a!empresa!utiliza!custos!básicos.!Regista!os!desvios!
verificados!entre!os!custos!reais!e!os!custos!básicos!(Programa!de!Gestão!
Orçamental);

Ø 98. Diferenças de Incorporação

- Esta!conta!destina-se!a!registar!as!diferenças!entre!os!gastos!e!os!rendimentos!
registados!na!Contabilidade!Geral!e!na!Contabilidade!Analítica;
- As!diferenças!podem!verificar-se!em!determinados!momentos!devido!à!óptica!de!
determinação!dos!resultados!usada!nas!duas!Contabilidades;
- Esta!conta!poderá!desagregar-se!nas!seguintes!subcontas:

98.1.!Custos!Fixos!Industriais
98.2.!Diferenças!de!Imputação

RÚBEN M. T. PEIXINHO
237

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Ø 99. Resultados Analíticos

- Esta!conta!apura!o!resultado!do!período!contabilístico.!As!subcontas!integrantes!
estão!decompostas!de!modo!a!que!seja!elaborada!a!Demonstração!dos!Resultados!
por!Funções;

- Esta!conta!poderá!desagregar-se!nas!seguintes!subcontas:

99.01.!Vendas!e!Prestações!de!Serviços
99.02.!Custo!das!Vendas!e!Prestações!de!Serviços
99.03.!CINI
99.04!Gastos!de!Distribuição
99.05!Gastos!Administrativos
99.06!Outros!Rendimentos!Operacionais
99.07!Rendimentos!Financeiros
99.08!Gastos!de!Financiamento
(…)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
238
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 99.01 – Vendas e Prestações de Serviços

(1)
71.9 / 91.71.
99.01 Vendas
Vendas 72.9 / 91.72
Prest.!Serviços

(1) Pelo!valor!das!vendas!ou!das!prestações!de!serviços

Movimentação Contabilística: Conta 99.02 – Custo das Vendas e Prest. de Serviços

95.3 (1) 99.02


Produtos!
Custo!das!
Acabados!e!
Vendas
Inetermédios

(1) Pelo!CIPV

RÚBEN M. T. PEIXINHO
239

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 99.03 – CINI

98. (1)
99.03
Diferenças!de!
CINI
Incorporação

6X / 91.6X
Gastos!por! (2)
natureza

(1) Pela!transferência!do!saldo!de!diferenças!de!incorporação
(2) Pelos!custos!fixos!industriais!não!incorporados!no!custo!do!produto

RÚBEN M. T. PEIXINHO
240
SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 99.04 – Centros de Custos de Distribuição


/ Conta 99.05 – Centros de Custos Administrativos

93.3 / 93.4
(1)
99.04 / 99.05
Centros!de!
Gastos!de!
Custos!
Distribuição!e!
Distribuição!/!
Administrativos
Administrativos

(1) Pelos!gastos!de!distribuição!e!administrativos

Movimentação Contabilística: Conta 99.06 – Outros Rendimentos Operacionais

74.9 / 91.74
99.06 (1) Trabalhos!própria!
Outros! entidade
Rendimentos! 75.9 / 91.75
Operacionais Subsídios!à!
Exploração

(1) Pelos!outros!rendimentos!operacionais

RÚBEN M. T. PEIXINHO
241

SISTEMAS!DE!CONTAS
AGENDA

Movimentação Contabilística: Conta 99.07 – Rendimentos Financeiros

79 / 91.79
99.07 (1)
Rendimentos!e!
Rendimentos!
Ganhos!de!
Financeiros
Financiamento

(1) Pelos!rendimentos!financeiros

Movimentação Contabilística: Conta 99.08 – Gastos Financiamento

69 / 91.69 (1) 99.08


Ganhos!e!Perdas! Gastos!de!
Financiamento Financiamento

(1) Pelos!gastos!de!financiamento

RÚBEN M. T. PEIXINHO
242
Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA VII

7. Apuramento do Custo de Produção e Regimes de Fabrico

RÚBEN M. T. PEIXINHO
243

REGIMES
AGENDA DE FABRICO

§ As empresas industriais utilizam diversos regimes de produção em função do


seu processo de transformação de MP em Produtos Acabados;
§ O apuramento dos custos de produção deve ter em conta as especificidades do
processo produtivo por forma a originar informação relevante para a empresa;

Uniforme a empresa fabrica um único produto

1. Fabricação os produtos são originados através


Disjunta de operações de transformação
distintas (ex: fabrico móveis)
Múltipla
os produtos são originados através
a empresa fabrica Conjunta de operações de transformação
mais que um produto conjuntas (ex: refinação de petróleo)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
244
REGIMES
AGENDA DE FABRICO

Ø Fabricação Uniforme

Custos
Transformação

MP
Processo Produto
Acabado
Produtivo

RÚBEN M. T. PEIXINHO
245

REGIMES
AGENDA DE FABRICO

Ø Fabricação Múltipla (Disjunta)

Custos
Transformação

MP
Processo Produto
Acabado A
Produtivo

Custos
Transformação

MP
Processo Produto
Acabado B
Produtivo

RÚBEN M. T. PEIXINHO
246
REGIMES
AGENDA DE FABRICO

Ø Fabricação Múltipla (Conjunta)

Custos
Transformação

Produto Acabado A

MP
Processo Produto Acabado B
Produtivo
Produto Acabado C

RÚBEN M. T. PEIXINHO
247

REGIMES
AGENDA DE FABRICO

a produção em curso apresenta-se em qualquer


Contínua momento nas diversas fases de transformação
(ex: fabrico de cimento);

2. Fabricação
a produção não preenche os requisitos da
Descontínua fabricação contínua (ex: fabrico de móveis,
tipografia);

verifica-se uma só operação de transformação


Simples na fabricação dos produtos acabados;

3. Fabricação

verifica-se mais que uma operação de transformação


Complexa na fabricação dos produtos acabados;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
248
REGIMES
AGENDA DE FABRICO

Ø Fabricação Simples
Custos
Transformação

MP
Produto
Fase I Acabado

Ø Fabricação Complexa
Custos Custos Custos
Transformação Transformação Transformação

MP
Produto
Fase I Fase II Fase n Acabado

RÚBEN M. T. PEIXINHO
249

REGIMES
AGENDA DE FABRICO

Ø Principais Regimes de Produção:

1. Produção Contínua de 1 Produto:


A empresa fabrica apenas 1 produto de forma continuada, normalmente em
diversas fases.

2. Produção Contínua de vários Produtos:


A empresa fabrica 2 ou mais produtos de forma continuada, normalmente em
diversas fases.

3. Produção por Obra (Encomenda):


A empresa fabrica as encomendas através de um processo que lhe permite
distinguir os custos das mesmas.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
250
REGIMES
AGENDA DE FABRICO

Ø Principais Métodos de apuramento de custos dos produtos:

1. Método Directo (Custos por Ordem de Produção):


Está associado à produção descontínua de vários produtos (Encomendas). Os
custos industriais são apurados relativamente às ordens de produção.

2. Método Indirecto (Custos por Processo):


Está associado à produção contínua com pequeno número de produtos. Os diversos
custos industriais relativos a cada produto são acumulados durante um determinado
período. O custo unitário é obtido através do quociente entre o custo total e as
quantidades produzidas nesse período.

3. Métodos Mistos:
Utilizado em algumas empresas que utilizam inicialmente um dos métodos para
determinar o custo de produção e que numa fase posterior utilizam o outro método
no apuramento final de produção (ex: industria cerâmica)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
251

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

MÉTODO DIRECTO
Produção múltipla, diversificada e descontínua;
Regimes de Fabrico
Produção por Obra / Encomenda;
Por ordens de produção (lotes, obras, etc);
Cálculo do Custo Industrial

Corresponde à duração da Encomenda;


Período a que respeita o custo
industrial do produto

É identificável ao longo de todo o processo de


Identificação do Produto produção pela ordem de fabrico;
Identificam-se os custos relacionados com a ordem;
É feita por ordens de produção nas fichas de custos;
Acumulação dos Custos
A acumulação é feita durante o período de produção da
Industriais
ordem;
Pelo saldo da ficha de custos;
Valorização dos PVF no final do
mês

Custo Específico;
Critérios Valorimétricos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
252
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Utilização do método directo em diferentes sectores actividade:

Sector de Serviços Sector Comercial Sector Industrial


- Auditoria - Envio de encomenda feita - Montagem de Aviões
- Consultoras pela internet - Construção de Casas
- Agências Publicidade - Comercialização de obras
Método Directo
- Serviços Advocacia de arte (produtos únicos)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
253

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Etapas no apuramento do custo por Ordem de Produção:

1. Identificação da ordem (produção / serviço) realizada com o objecto de


custo;
2. Identificação dos custos directos com a ordem;
3. Selecção das bases de repartição dos custos indirectos;
4. Identificação dos custos indirectos associados a cada base de repartição;
5. Determinação dos coeficientes de imputação;
6. Imputação dos custos indirectos à ordem;
7. Cálculo do Custo Total da Ordem (Encomenda);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
254
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Exemplo: Considere uma empresa que vende computadores personalizados


através de montagem de componentes. Como se calcula o custo da encomenda?

1. Identificação da ordem (produção / serviço) realizada com o objecto de


custo

O objecto de custo é a encomenda 5234/09 associada a um PC com as características


indicadas pelo cliente durante o ano de 2009.

2. Identificação dos custos directos com a ordem

Os custos directos identificados são:


a) Materiais;
b) MOD;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
255

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

a) Materiais
A empresa deve dispor de um sistema de controlo interno que regista as requisições
de materiais necessários através de modelo próprio:

REQUISIÇÃO DE MATERIAIS
ARMAZÉM: A1

Registo de requisição de Materiais nº 7625/09 Data: 12-11-2009


Encomenda nº 5234/09

Materiais
Código Designação Unidade Qt. Custo Unitário (€) Custo Total (€)
XP349 Processador Peça 1 200 200
RE374 Chip Peça 2 87 174
D485 Disco Rígido Peça 1 65 65
C485 Cablagem m2 5 3 15
XX999 Outros xxx xxx xxx 365

Emitido por: Manuel Fernances Data: 12-11-2009


Recebido por: Vitor Damas Data: 12-11-2009

RÚBEN M. T. PEIXINHO
256
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

b) MOD
A empresa deve dispor de um sistema de controlo interno que regista o número de
horas que os técnicos informáticos dedicam a cada encomenda assim como o custo
associado. Para tal, cada técnico deve fornecer a seguinte informação:

FOLHA DE PONTO
Registo: LT 232
Nome do Funcionário: Rui Jordão Nº Funcionário 236/2001
Categoria: Técnico Superior

Custo Horário: 11€ Período: 09-11-2009 a 15-11-2009

Encomenda S T Q Q S S D TOTAL
5234/09 2 3 1 0 0 0 0 6
5239/09 5 2 3 2 0 0 0 12
5245/09 1 3 2 5 5 0 0 16
5248/09 0 0 2 1 3 0 0 6
TOTAL 8 8 8 8 8 0 0 40

Supervisor: Francisco Stromp Data: 16-11-2009

RÚBEN M. T. PEIXINHO
257

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

b) Como calcular o custo horário? (estudado anteriormente)


As funções dos técnicos superiores serão desempenhadas durante 11 meses por ano, 22 dias
por mês com um horário de trabalho diário de 8 horas. Considere a seguinte informação
fornecida pelo departamento de pessoal referente à sua situação contratual:

- Remuneração mensal bruta: 1.000€;


- Retenção para a Segurança Social: 11%;
- Retenção de IRS: 13%;
- Encargo com a TSU: 23,75% (incide sobre a totalidade das remunerações anuais);
- Outros Encargos Sociais Obrigatórios (Anuais): 2.171€;
- Encargos Sociais Facultativos (Anuais): 1.800€;

Custo Total Anual 21.296


Custo Horário = = = 11 €
nº horas / ano 11 x 22 x 8

Custo Total Anual: Remunerações: 14.000


TSU (23,75%): 3.325
Outros E.S. Obrigatórios: 2.171
E.S. Facultativos: 1.800
21.296 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
258
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

3. Selecção das bases de imputação dos custos indirectos

§ As encomendas não poderiam ser finalizadas sem incorrer em custos indirectos,


como por exemplo Ordenado Supervisor, Renda Edifício, Electricidade, etc;
§ Estes custos devem ser imputados às várias encomendas em função de bases de
repartição;
§ Considere que esta empresa usa como base de repartição única as horas de MOD;
§ No entender desta empresa existe uma forte relação causa-efeito entre as horas de
MOD (causa) e os recursos indirectos de produção (efeito);
§ Considere que a empresa tem 10 técnicos superiores a trabalharem directamente na
montagem dos computadores. Assim, o total de horas de MOD é de 19.360 (11
meses x 22 dias x 8 horas x 10 técnicos).

RÚBEN M. T. PEIXINHO
259

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

4. Identificação dos custos indirectos associados a cada base de repartição

§ Considerando que a empresa utiliza uma base de repartição única há que somar
todos os custos indirectos de produção numa única categoria (GGF);
§ Caso a empresa decida utilizar bases de repartição múltiplas terá que somar o
conjunto de custos directos associados a cada base de repartição;
§ A titulo exemplificativo:
GGF:
1. MOI: 80.000€ (inclui Tx. Teórica)

2. Renda: 120.000€
3. Electricidade: 20.000€
4. Amortizações: 150.000€
5. Outros: 210.800€

580.800€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
260
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

5. Determinação dos coeficientes de imputação

Coeficiente de GGF GGF 580.800 €


= = = 30 €
Imputação Base Repartição Horas MOD 19.360 Hh

Significa que por cada Hora de MOD a empresa irá imputar 30€ de custos indirectos;

6. Imputação dos custos indirectos à ordem

Considerando que foram utilizadas 6 horas de MOD na produção desta encomenda,


os custos indirectos de produção imputados a esta encomenda são de:

6 horas x 30 € = 180 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
261

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

7. Cálculo do Custo Total da Ordem (Encomenda)


FICHA DE CUSTO DE PRODUÇÃO

Encomenda nº 5234/09 Cliente: GreenPower


Data Inicio: 10-11-2009 Data Fim: 17-11-2009

Materiais Directos
Data Recebida Requisição nº Código Qt. Custo Unitário (€) Custo Total (€)
12-11-2009 7625/09 XP349 1 200 200
12-11-2009 7625/09 RE374 2 87 174
12-11-2009 7625/09 D485 1 65 65
12-11-2009 7625/09 C485 5 3 15
12-11-2009 7625/09 XX999 xxx xxx 365
819
MOD
Período Folha de Ponto Nº Funcionário Horas Custo Unitário (€) Custo Total (€)
09-15 NOV 2009 LT 232 236/2001 6 11 66
66
GGF
Data Grupo Custos Base Imputação Imputação Unit. Custo Unitário (€) Custo Total (€)
17-11-2009 Produção Horas MOD 6 30 180
180

TOTAL 1.065 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
262
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Apuramento de Custos por Encomenda

Custos Indirectos Custos Indirectos Produção


580.800 €

Base Imputação 19.360 Horas de MOD

30 € por hora de MOD

Objecto de Custo: Custos Indirectos


PC Personalizado
Custos Directos

Custos Directos Materiais


MOD
Directos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
263

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Contabilização (Custos de Produção)

94.01 – Encomenda
95.6 MP em Curso 1 95.31 – Encomenda 1

94.02 – Encomenda
92.2 MOD em Curso 2 95.32 – Encomenda 2

92.3 GGF

RÚBEN M. T. PEIXINHO
264
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Contabilização (Apuramento de Resultados)

99.01 Vendas 91.71 Vendas

95.31 Encomenda 1 99.02 Custo Vendas

91.6X Gastos Reflectidos


96.X Encargos a Repartir
99.04 Gastos Distribuição

99.05 Gastos Administrativos

99.08 Gastos Financiamento

RÚBEN M. T. PEIXINHO
265

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Contabilização (Visão Global)

Fonte: Caiado, Contabilidade Analítica e de Gestão. (2008)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
266
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Exemplo: Considere uma empresa que realiza obras de reparação em


apartamentos. Considere os seguintes elementos do mês de Outubro:

(valores em €)

Obra 01/0909 Obra 02/1009 Obra 01/1109 TOTAL


PVFi 5.000 700 0 5.700
Consumos Mês
MP 800 9.000 700 10.500
MOD 500 1.200 100 1.800
GGF ? ? ? 900*
Finalizada Finalizada Em Curso
Situação Final Mês
Facturada: 8.000€ - -

* Os GGF são repartidos proporcionalmente em função dos custos com a MOD

RÚBEN M. T. PEIXINHO
267

MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Apuramento dos custos mensais:

(valores em €)

Obra 01/0909 Obra 02/1009 Obra 01/1109 TOTAL


PVFi 5.000 700 0 5.700
Consumos Mês
MP 800 9.000 700 10.500
MOD 500 1.200 100 1.800
GGF 250 600 50 900
PVFf 0 0 850
Custo Obra 6550 11500 0

RÚBEN M. T. PEIXINHO
268
MÉTODO
AGENDA DIRECTO

§ Contabilização (Exemplo anterior):

94.58 Obra em curso


95.6 MP 01/0909 95.358 Obra 01/0909 99. Resultados 91.71 Vendas Ref.
10.500 (1) Si 5.000 6.550 (4) (4) 6.550 6.550 (6) (6) 6.550 8.000 (7) (7) 8.000
(1) 800
(2) 500
(3) 250

94.62 Obra em curso


92.2 MOD 02/1009 95.362 Obra 02/1009

Si 700 11.500 (5) (5) 11.500


1.800 (2)
(1) 9.000
(2) 1.200
(3) 600

Legenda:
92.3 GGF 94.63 Obra em curso
03/1109 95.363 Obra 03/1109 (1) Pelo Consumo de MP às obras;
900 (3) (2) Pela utilização de MOD às obras;
Si 0 (3) Pela imputação dos GGF às obras;
(1) 700 (4) Pelo Custo da Obra 01/0909 Finalizada;
(2) 100
(5) Pela Custo da Obra 02/1009 Finalizada;
(3) 50
(6) Pelo Custo Venda da Obra 01/0909;
(7) Pela facturação da Obra 01/0909.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
269

MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

MÉTODO INDIRECTO
Produção uniforme e continua;
Regimes de Fabrico
Produção para stock;

Por Produtos;
Cálculo do Custo Industrial

Normalmente o mês;
Período a que respeita o custo
industrial do produto

O produto não é identificável por ordens de produção;


Identificação do Produto Identificam-se os custos relacionados com os produtos
durante o período;

É feita por produtos;


Acumulação dos Custos
Industriais
Acumulação periódica dos custos;

Necessidade de inventariar os PVF no fim do mês e


Valorização dos PVF no final do
respectiva valorização;
mês

FIFO, LIFO, CMP;


Critérios Valorimétricos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
270
MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

Ø Utilização do método indirecto em diferentes sectores actividade:

Sector de Serviços Sector Comercial Sector Industrial


- Serviço Correio (Padrão) - Comercialização de Madeira - Refinaria de Óleo
- Levantamentos ATM - Comercialização de Alfarroba - Produção de Bebidas
- Depósitos Bancários
Método Indirecto

RÚBEN M. T. PEIXINHO
271

MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Esquema de Produção por processos:

Custos Custos
Transformação Transformação

MP
Produto
Fase I Semiproduto Fase II Acabado

MP

RÚBEN M. T. PEIXINHO
272
MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Etapas no apuramento do custo por processos:

1. Identificação das fases de produção e centros de custos a que cada uma


correspondem;
2. Determinação das quantidades de MP consumidas no período e respectivo
valor assim como dos custos de transformação (MOD e GGF) relativamente
a cada fase;
3. Determinação das quantidades e valor de semiprodutos consumidas no
período nas fases posteriores à 1ª;
4. Determinação das quantidades e valor de semiprodutos ou produtos
acabados obtidos no período em cada fase;
5. Apuramento do custo mensal global de cada fase e determinar o CIPA
unitário dos produtos acabados.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
273

MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Exemplo: Considere uma empresa que apresenta um processo produtivo


contínuo dividido em 3 fases. Como se calcula o custo unitário da produção?

MOD = 8.000€ MOD = 20.000€ MOD = 10.000€


GGF = 7.000€ GGF = 17.500€ GGF = 20.000€

MP (Cons.) = 10.000 €
Semiproduto Semiproduto
Fase I X´´
Fase II X´
Fase III

MP (Cons.) = 12.500 €

Produto Acabado X
=
10.000 unid.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
274
MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Custos Industriais por fase:


Fase I = MP + MOD + GGF = 10.000 + 8.000 + 7.000 = 25.000€
Valor Semiprodutos X’’ = Custo Industrial Fase I = 25.000€

Fase II = MP + MOD + GGF = 12.500 + 20.000 + 17.500 = 50.000€


Valor Semiprodutos X’ = Semiprodutos X’’ + Custo Industrial Fase II = 75.000€

Fase III = MP + MOD + GGF = 0 + 10.000 + 20.000 = 30.000€


Valor Produtos X = Semiprodutos X’ + Custo Industrial Fase III = 105.000€

§ CIPAu:
CIPAu = 105.000 € / 10.000 unid. = 10,5€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
275

MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Contabilização (Custos de Produção)

94.01 Fabricação 95.03 Produto


95.6 MP Fase I Acabado

94.02 Fabricação
92.2 MOD Fase II

92.3 GGF 94.03 Fabricação


Fase III

RÚBEN M. T. PEIXINHO
276
MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Contabilização (Apuramento de Resultados)

99.01 Vendas 91.71 Vendas

95.03 Produto
Acabado 99.02 Custo Vendas

91.6X Gastos Reflectidos


96.X Encargos a Repartir
99.04 Gastos Distribuição

99.05 Gastos Administrativos

99.08 Gastos Financiamento

RÚBEN M. T. PEIXINHO
277

MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Contabilização (Visão Global)

Fonte: Caiado, Contabilidade Analítica e de Gestão. (2008)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
278
MÉTODO
AGENDA INDIRECTO

§ Contabilização (Exemplo anterior):


* Considere que a empresa vendeu 8.000 unidades a 15€ cada

94.01 Fabricação 95.03 Produto


95.6 MP Fase I Acabado 99. Resultados 91.71 Vendas Ref.
22.500 (1) (1) 10.000 25.000 (4) (6) 105.000 84.000 (7) (7) 84.000 120.000 (8)(8) 120.000
(2) 8.000
(3) 7.000

94.02 Fabricação
92.2 MOD Fase II

38.000 (2) (1) 12.500 75.000 (5)


(2) 20.000
(3) 17.500
(4) 25.000
Legenda:

92.3 GGF 94.03 Fabricação (1) Pelo Consumo de MP às fases de produção;


Fase III (2) Pela utilização de MOD às fases de produção;
44.500 (3) (3) Pela imputação dos GGF às fases de produção;
(2) 10.000 105.000 (6) (4) Pela transferência do semiproduto X’’ da Fase I para a Fase II;
(3) 20.000 (5) Pela transferência do semiproduto X’ da Fase II para a Fase III;
(5) 75.000 (6) Pelo CIPA do produto X;
(7) Pelo CIPV do produto X;
(8) Pela Venda do produto X.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
279

MÉTODO
AGENDA MISTO

§ Exemplo: Considere uma empresa que produz pratos de cerâmica com


pintura personalizada. Numa primeira etapa são produzidos continuamente os
pratos e posteriormente pintados à mão através de pessoal especializado.

Etapa 1 (Método Indirecto):

MOD = 8.000€
GGF = 7.000€

MP (Cons.) = 10.000 € Pratos Semiacabados


Fabricação =
10.000 unid.

CIPAt= MP + MOD + GGF = 10.000 + 8.000 + 7.000 = 25.000€


CIPAu = 25.000€ / 10.000 = 2,5€ / unidade

RÚBEN M. T. PEIXINHO
280
MÉTODO
AGENDA MISTO

Etapa 2 (Método Directo):

Considere uma encomenda de 500 pratos alusivos ao Dia de Portugal em que foi
encomendado a pintura manual da bandeira portuguesa.

Custo Encomenda:
Pratos Semiacabados: 1.250€ (500 x 2,5€)
Outros Materiais: 200€
MOD: 1.000€ (10Hh x 10€)
GGF: 1.200€

Custo Total Encomenda: 3.650€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
281

Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA VIII

7. Apuramento do Custo de Produção e Regimes de Fabrico

RÚBEN M. T. PEIXINHO
282
PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO
AGENDA

Custos de Produção Inventário

Não Consumida
MP MP
Consumida

Produtos não
Aplicada Processo de Acabados

MOD Fabrico PVF

Imputados

Produtos
GGF
Acabados

PVF: São os produtos que no final de determinado período não têm um grau de
acabamento de 100%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
283

PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO


AGENDA

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi – PVFf

§ Empresa em início de actividade (PVFi = 0):

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF – PVFf


ó MP(cons.) + MOD + GGF = CIPAT – PVFf

§ Os custos industriais do mês foram utilizados na fabricação da produção: a que


está finalizada e a que está em vias de fabrico;
§ A soma dos custos industriais do mês deve ser repartida pelo custo da produção
acabada (CIPA) e do valor da produção em curso (PVFf);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
284
PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO
AGENDA

Ø Método Directo (Encomenda efectuada este mês)

94.xx Encomenda
em Curso
Si 0 CIPA = ?
a Inv. MP 1.000 PVFf = ?
a MOD 1.500
a GGF 2.000

§ Hipótese 1: a encomenda foi finalizada este mês


§ Hipótese 2: a encomenda não foi finalizada este mês

RÚBEN M. T. PEIXINHO
285

PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO


AGENDA

§ Hipótese 1: a encomenda foi finalizada este mês

- Neste caso o somatório dos custos industriais do mês é contabilizado como custo da
encomenda finalizada (CIPA);
- O valor da encomenda em curso no final do mês (PVFf) é nulo uma vez que a
encomenda foi finalizada;

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi – PVFf


ó CIPAT = 1.000 + 1.500 + 2.000 + 0 - 0
ó CIPAT = 4.500€
94.xx Encomenda
em Curso
Si 0 4.500 de Encomenda Finalizada
ó CIPAu = 4.500€ a Inv. MP 1.000
a MOD 1.500
a GGF 2.000

Sd = 0 (PVFf)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
286
PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO
AGENDA

§ Hipótese 2: a encomenda não foi finalizada este mês

- Neste caso o somatório dos custos industriais do mês é contabilizado como custo da
encomenda em curso finalizada (PVFf);
- O valor da encomenda finalizada (CIPA) é nulo uma vez que a encomenda não foi
finalizada;

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi – PVFf


ó 0 = 1.000 + 1.500 + 2.000 + 0 – PVFf
ó PVFf = 4.500€
94.xx Encomenda
em Curso
Si 0
a Inv. MP 1.000
a MOD 1.500
a GGF 2.000

Sd = 4.500 (PVFf)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
287

PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO


AGENDA

Ø Método Indirecto (Empresa em início de actividade)

94.xx Fabricação
Si 0 CIPA = ?
a Inv. MP 25.000 PVFf = ?
a MOD 18.000
a GGF 12.000

§ Hipótese 1: toda a produção foi finalizada


§ Hipótese 2: parte da produção não foi finalizada (encontra-se em curso)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
288
PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO
AGENDA

§ Hipótese 1: toda a produção foi finalizada (6.000 unidades)

- Neste caso o somatório dos custos industriais do mês é contabilizado como custo da
produção acabada (CIPA);
- O valor dos produtos em vias de fabrico no final do mês (PVFf) é nulo uma vez que toda
a produção foi finalizada;

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi – PVFf


ó CIPAT = 25.000 + 18.000 + 12.000 + 0 - 0
ó CIPAT = 55.000€
94.xx Fabricação
Si 0 55.000 de Inventário PA
ó CIPAu # 9,17€ a Inv. MP 25.000
a MOD 18.000
a GGF 12.000

Sd = 0 (PVFf)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
289

PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO


AGENDA

§ Hipótese 2: parte da produção não foi finalizada (5.000 unidades finalizadas + 1.000
unidades em curso)

- Neste caso, uma parte do somatório dos custos industriais do mês é contabilizado como
custo da produção acabada (CIPA);
- O valor dos produtos em vias de fabrico no final do mês (PVFf) é contabilizado de acordo
com o montante de custos industriais incorporados nessa produção não finalizada;

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi – PVFf


ó CIPAT = 25.000 + 18.000 + 12.000 + 0 – PVFf
ó CIPAT = ? 94.xx Fabricação

ó PVFf = ? Si 0 CIPA = ?
a Inv. MP 25.000 PVFf = ?
a MOD 18.000
a GGF 12.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
290
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

Ø Questão: Como valorizar a produção acabada (CIPA) e a produção em


curso (PVFf)?

MÉTODO DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Consiste em reduzir as quantidades (número de unidades) em vias de fabrico a unidades


de produto acabado (em termos equivalentes);
§ Utiliza a relação percentual entre os custos já imputados para ter os produtos no estádio
em que se encontram e os custos necessários para os ter completamente finalizados;
§ O grau de acabamento que se calcula respeita ao grau de acabamento médio de toda a
produção em curso (poderá estar discriminado pelas várias componentes do custo
industrial);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
291

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

Ø Exemplo:
Considere uma empresa que se dedica à produção contínua de colunas de som. Cada
coluna é constituída (entre outros materiais) por 20 parafusos de qualidade extra (custo =
1€ / unidade). No final do mês foram fabricadas 5.000 colunas estando mais 200 em
processo de fabrico. Se os técnicos de produção identificaram a incorporação de 2.400
parafusos na produção em curso, qual deverá ser o grau de acabamento dos PVFf relativos
a esta componente dos GGF?

- Se 1 coluna é constituída por 20 parafusos => custo parafusos por coluna = 20€;
- As 200 colunas para estarem finalizadas deverão incorporar 4.000 parafusos resultando
num custo total de 4.000€;
- Considerando que apenas 2.400 parafusos (custo = 2.400 €) estão incorporados na
produção em vias de fabrico, significa que o grau de acabamento é de 60% (2.400
parafusos incorporados / 4.000 parafusos necessários para finalizar a produção);
- Por outras palavras, significa que a empresa tem que incorporar mais 1.600 parafusos
(40% do custo total) para finalizar a produção;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
292
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Esquema do processo produtivo:

Produção Acabada

Unidades que se
Unidades iniciadas
iniciaram no período
Unidades iniciadas e acabadas neste nesse período e que
anterior e são
período irão ser terminadas
terminadas neste
no período seguinte
período

Produção Efectiva do Período

PVFi PVFf

RÚBEN M. T. PEIXINHO
293

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

PVFi + Produção Efectiva = Produção Acabada + PVFf (em u.e.)

Produção Efectiva (em u.e.) = Produção Acabada


+ (Grau de Acabamento %) x (PVFf)
- (Grau de Acabamento %) x (PVFi)

§ O grau de acabamento da produção em curso constitui uma informação fundamental para


o apuramento dos custos;
§ Esta informação é muitas vezes difícil de apurar devido à complexidade do processo de
fabrico (ex: produção contínua em que seria necessário encerrar a produção para se obter
valores precisos);
§ O grau de acabamento é fornecido pelos técnicos de produção;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
294
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Retomando o exemplo anterior (5.000 unidades finalizadas + 1.000 unidades em


curso):

CIPAT = MP(cons.) + MOD + GGF + PVFi – PVFf


ó CIPAT = 25.000 + 18.000 + 12.000 + 0 – PVFf
ó CIPAT = ?
ó PVFf = ? 94.xx Fabricação
Si 0 CIPA = ?
a Inv. MP 25.000 PVFf = ?
a MOD 18.000
a GGF 12.000

§ Os técnicos da produção informaram que o grau de acabamento médio dos produtos em


curso (1.000 unidades) é de 50%;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
295

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

PVFi + Produção Efectiva = Produção Acabada + PVFf (em u.e.)

ó Produção Efectiva = 5.000 + 50%(1.000) – 0


ó Produção Efectiva = 5.500 unid.
Com os 55.000€ de custos industriais
gastos no mês, a empresa poderia ter
finalizado 5.500 unidades (em termos
efectivos)

ó Custo unitário u.e. = 55.000 € / 5.500 u.e. = 10€

CIPAT = 5.000unid. x 10€ = 50.000€


Assim: Custos Industriais do mês
(55.000€) PVFf = 1.000unid. X 10€ x 50% = 5.000€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
296
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Exemplo 1: Considere uma empresa que fabrica em regime de fabricação


contínua e que apresenta a seguinte informação:

94.xx Fabricação
Si 0 CIPA = ?
a Inv. MP 56.000 PVFf = ?
a C. Transf. 69.600

Produção Acabada: 1.000 unidades;


PVFf: 200 unidades;

G.A. (%) PVFf: MP: 60%;


C.Transf.: 80%;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
297

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Cálculo da Produção Efectiva (em u.e.) por componente do C. Industrial:

MP C. Transf.
Unid. Físicas % U.E. % U.E.

(PVFi) 0 0 0 0 0
Produção Acabada 1000 100 1000 100 1000
PVFf 200 60 120 80 160
Produção Efectiva 1.120 u.e. 1.160 u.e

Com os 56.000€ de consumo Com os 69.600€ de custos


de MP no mês, a empresa transformação gastos no
poderia ter incorporado mês, a empresa poderia ter
100% de custos de MP em incorporado 100% dos
1.120 unidades (em termos custos transformação em
efectivos) 1.160 unidades (em termos
efectivos)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
298
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Cálculo do custo de produção de cada unidade equivalente (por componente do


custo industrial):

Produção Efectiva Consumos U.E. Custo / U.E.


MP 56.000 € 1.120 50,00 €
C. Transformação 69.600 € 1.160 60,00 €

§ Repartição do custo industrial do mês pela produção acabada e produção em


curso:
CIPAT = (1.000 x 50) + (1.000 x 60) = 110.000€
CIPAu = 110.000€ / 1.000unid. = 110€
PVFf = (120 x 50) + (160 x 60) = 15.600€

§ Assim:
CIPAT = MP + C. Transf. + PVFi - PVFf
110.000€ = 56.000€ + 69.600€ + 0 – 15.600€ c.q.d.
RÚBEN M. T. PEIXINHO
299

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Exemplo 2: Considere uma empresa que fabrica em regime de fabricação


contínua e que iniciou a sua produção no mês de Janeiro. Informação fornecida
pela contabilidade:

94.xx Fabricação
Si 0 CIPA = ?
a Inv. MP 655.000 PVFf = ?
a MOD 516.000
a GGF 468.000

Produção Acabada: 25.000 unidades;


PVFf: 2.000 unidades;

G.A. (%) PVFf: MP: 60%;


MOD: 40%;
GGF: 50%;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
300
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Cálculo da Produção Efectiva (em u.e.) por componente do C. Industrial:

MP MOD GGF
Unid. Físicas % U.E. % U.E. % U.E.

(PVFi) 0 0 0 0 0 0 0
Produção Acabada 25.000 100 25.000 100 25.000 100 25.000
PVFf 2.000 60 1.200 40 800 50 1.000
Produção Efectiva 26.200 u.e. 25.800 u.e. 26.000 u.e.

§ Cálculo do custo de produção de cada unidade equivalente (por componente do


custo industrial):

Produção Efectiva Consumos U.E. Custo / U.E.


MP 655.000 € 26.200 25,000 €
MOD 516.000 € 25.800 20,000 €
GGF 468.000 € 26.000 18,000 €
1.639.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
301

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Repartição do custo industrial do mês pela produção acabada e produção em


curso:
CIPAT = (25.000 x 25) + (25.000 x 20) + (25.000 x 18) = 1.575.000 €
CIPAu = 1.575.000€ / 25.000unid. = 63€
PVFf = (1.200 x 25) + (800 x 20) + (1.000 x 18) = 64.000€

§ Assim:
CIPAT = MP + MOD + GGF + PVFi - PVFf
1.575.000€ = 655.000€ + 516.000€ + 468.000 + 0 – 64.000€ (c.q.d.)

94.xx Fabricação
Si 0 1.575.000 de Inventário PA
a Inv. MP 655.000
a MOD 516.000
a GGF 468.000

Sd = 64.000 (PVFf)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
302
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Exemplo 3: Considere a empresa do exemplo 2. Os elementos contabilísticos


do mês de Fevereiro são os seguintes:

94.xx Fabricação
Si 64.000 CIPA = ?
a Inv. MP 639.600 PVFf = ?
a MOD 522.900
a GGF 467.400

PVFi: 2.000 unidades (ver Exemplo 2);


Nota: PVFi do mês de Fevereiro
Produção Acabada: 25.000 unidades; corresponde ao PVFf do mês de
PVFf: Janeiro.
1.000 unidades;

G.A. (%) PVFf: MP: 80%;


MOD: 70%;
GGF: 60%;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
303

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Cálculo da Produção Efectiva (em u.e.) por componente do C. Industrial:

MP MOD GGF
Unid. Físicas % U.E. % U.E. % U.E.

(PVFi) 2.000 60 (1.200) 40 (800) 50 (1.000)


Produção Acabada 25.000 100 25.000 100 25.000 100 25.000
PVFf 1.000 80 800 70 700 60 600
Produção Efectiva 24.600 u.e. 24.900 u.e. 24.600 u.e.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
304
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Cálculo do custo de produção de cada unidade equivalente (por componente do


custo industrial):

PVFi Consumos U.E. Custo / U.E.


MP 30.000 € 1.200 25,00 €
MOD 16.000 € 800 20,00 €
GGF 18.000 € 1.000 18,00 €
64.000 €

Produção Efectiva Consumos U.E. Custo / U.E.


MP 639.600,00 € 24.600 26,00 €
MOD 522.900,00 € 24.900 21,00 €
GGF 467.400,00 € 24.600 19,00 €
1.629.900 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
305

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

§ Repartição do custo industrial do mês pela produção acabada e produção em


curso:

- Ao contrário dos exemplos anteriores em que não existiam PVFi, a produção


acabada poderá neste caso ser valorizada ao custo da u.e. dos PVFi ou do custo da
u.e. da Produção Efectiva;
- Como resolver esta situação?
Depende do critério valorimétrico"

- Resolução de acordo com:


1. FIFO
2. LIFO
3. CMP

RÚBEN M. T. PEIXINHO
306
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

1. FIFO
CIPAT = (1.200 x 25 + 23.800 x 26) + (800 x 20 + 24.200 x 21) +
(1.000 x 18 + 24.000 x 19)
CIPAT = 1.647.000€
CIPAu = 1.647.000€ / 25.000unid. = 65,88€

PVFf = (800 x 26) + (700 x 21) + (600 x 19) = 46.900€

Ø Assim:
CIPAT = MP + MOD + GGF + PVFi - PVFf
1.647.000€ = 639.600€ + 522.900€ + 467.400€ + 64.000€ - 46.900€ (c.q.d.)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
307

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

2. LIFO
CIPAT = (24.600 x 26 + 400 x 25) + (24.900 x 21 + 100 x 20) +
(24.600 x 19 + 400 x 18)
CIPAT = 1.649.100€
CIPAu = 1.649.100€ / 25.000unid. # 65,96€

PVFf = (800 x 25) + (700 x 20) + (600 x 18) = 44.800€

Ø Assim:
CIPAT = MP + MOD + GGF + PVFi - PVFf
1.649.100€ = 639.600€ + 522.900€ + 467.400€ + 64.000€ - 44.800€ (c.q.d.)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
308
MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

3. CMP
Custo Médio Ponderado por u.e. por componente do custo industrial:

MP: 1.200 x 25 + 24.600 x 26 # 25,95€


1.200 + 24.600

800 x 20 + 24.900 x 21
MOD: # 20,97€
800 + 24.900

GGF: 1.000 x 18 + 24.600 x 19 # 18,96€


1.000 + 24.600

RÚBEN M. T. PEIXINHO
309

MÉTODO
AGENDA DAS UNIDADES EQUIVALENTES

CIPAT # (25.000 x 25,95) + (25.000 x 20,97) + (25.000 x 18,96)


CIPAT # 1.647.082,44€
CIPAu # 1.647.082,44€ / 25.000unid. # 65,88€

PVFf # (800 x 25,95) + (700 x 20,97) + (600 x 18,96) = 46.817,56€

Ø Assim:
CIPAT = MP + MOD + GGF + PVFi - PVFf
1.647.082,44€ # 639.600€ + 522.900€ + 467.400€ + 64.000€ - 46.817,56€
(c.q.d.)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
310
Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA IX

7. Apuramento do Custo de Produção e Regimes de Fabrico

RÚBEN M. T. PEIXINHO
311

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Fabricação Múltipla Conjunta: caracteriza-se por se obter diversos produtos


a partir de uma ou mais matérias-primas;

§ Exemplos:
1. Produção de azeite e bagaço a partir da moagem da azeitona;
2. Produção de leite, manteiga e requeijão a partir do leite;
3. Produção de Farinhas de 1ª e 2ª qualidade a partir da
moagem de trigo;
4. Produção de petróleo, gasolina e gasóleo a partir da destilação
do petróleo bruto leve;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
312
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Características de um regime de produção conjunta:

§ Os vários produtos originados no processo de fabrico são interdependentes, não


sendo possível fabricar cada um dos produtos sem originar a produção dos restantes;
§ Numa primeira etapa do processo de produção os produtos ainda não são
autónomos, pelo que os custos de produção deverão ser incorporados nos vários
produtos;
§ A partir de um determinado ponto no processo de produção, os produtos
autonomizam-se (Ponto de Separação);
§ Numa segunda etapa do processo de produção (após a autonomização dos
produtos), as operações de transformação são específicas e diferentes de produto
para produto. Esta fase em que a produção é disjunta, implica a afectação dos custos
específicos de produção a cada um dos produtos.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
313

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Tipologia de Produtos em Produção Conjunta:

§ Produtos Principais ou Co-Produtos: objecto principal da actividade da empresa com


um valor comercial mais elevado quando comparado com os outros produtos que
resultam do processo de fabricação conjunta;

§ Subprodutos: não constituem o objecto principal da actividade da empresa, sendo


obtidos por arrastamento da fabricação dos produtos principais. Normalmente têm
valor comercial, mas tende a ser inferior ao dos produtos principais;

§ Resíduos, Desperdícios e Refugos: são produtos originados durante o processo de


fabricação e que podem ou não ter valor comercial. Por vezes podem originar custos
adicionais (custos de remoção e transporte);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
314
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Representação Esquemática:
Custos
Industriais

Custos Custos
Industriais Industriais
Prod. Acabado
Fase III X

Fase I Fase II

Prod. Acabado
Fase III Y

PONTO SEPARAÇÃO Custos


Industriais

CUSTOS CONJUNTOS CUSTOS ESPECÍFICOS

RÚBEN M. T. PEIXINHO
315

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Questão Principal: Como afectar os custos de produção ocorridos durante o


processo de produção conjunta a cada um dos produtos
finais?

§ Critérios utilizados dependem da Tipologia de Produtos:

1. Produtos Principais

1.1. Critério da Quantidade Produzida


1.2. Critério do Valor de Venda da Produção (Valor da Venda Potencial)
1.3. Critério do Valor da Venda da Produção no Ponto de Separação

2. Subprodutos
2.1. Lucro Nulo
2.2. Custo Nulo

3. Resíduos, Desperdícios e Refugos


3.1. Lucro Nulo
3.2. Custo Nulo

RÚBEN M. T. PEIXINHO
316
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Exemplo1: Considere uma empresa que produz 2 produtos principais (X e Y) através de


um regime de produção conjunta. Os elementos contabilísticos do mês são os seguintes:

Custos Industriais
= 5.000 €

Custos Industriais
Prod. Acabado X
= 30.000 €
Produção: 1.000 unid.
Vendas: 800 unid.
Fase II PV unit. = 25€

Fase I
Prod. Acabado Y
Produção: 3.000 unid.
Fase II Vendas: 2.000 unid.
PV unit. = 8€

Custos Industriais
= 2.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
317

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Produtos Principais):


1.1. Critério da Quantidade Produzida

§ Os custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente à


quantidade produzida.

Custos Conjuntos: 30.000€

Base Repartição: Qt. Produzida %


X: 1.000 unid. 25%
Y: 3.000 unid. 75%
4.000 unid. 100%

Imputação: X: 25% x 30.000€ = 7.500€;


Y: 75% x 30.000€ = 22.500€;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
318
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Produtos Principais):


1.1. Critério da Quantidade Produzida

(Euros)
Custos Custos Custo Global Custo Global
Conjuntos Específicos Total Unit.
X 7.500 5.000 12.500 12,500
Y 22.500 2.000 24.500 8,167
TOTAL 30.000 7.000 37.000

§ Considerações:
1. Não tem em conta o valor de mercado dos produtos;
2. Não tem em conta os custos específicos dos produtos (industriais e não industriais);
3. Não é aconselhável quando existem diferenças significativas no preço de venda dos produtos;
4. Não pode ser utilizado quando os produtos principais se encontram expressos em unidades de
medida diferentes;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
319

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Produtos Principais):


1.2. Critério do Valor da Venda da Produção

§ Os custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao


valor da venda da produção (não confundir com valor das vendas).

Custos Conjuntos: 30.000€

Base Repartição: V. Venda Produção %


X: 1.000 x 25€ = 25.000€ 51%
Y: 3.000 x 8€ = 24.000€ 49%
49.000€ 100%

Imputação: X: 51% x 30.000€ = 15.306€;


Y: 49% x 30.000€ = 14.694€;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
320
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Produtos Principais):


1.2. Critério do Valor da Venda da Produção

(Euros)
Custos Custos Custo Global Custo Global
Conjuntos Específicos Total Unit.
X 15.306 5.000 20.306 20,306
Y 14.694 2.000 16.694 5,565
TOTAL 30.000 7.000 37.000

§ Considerações:
1. Considera o valor de mercado dos produtos;
2. Não tem em conta os custos específicos dos produtos (industriais e não industriais);
3. Não é aconselhável quando existem custos específicos elevados associados aos produtos
principais;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
321

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Produtos Principais):


1.3. Critério do Valor de Venda da Produção no Ponto de Separação

§ Os custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao


valor da venda da produção no ponto de separação [valor da venda – custos
específicos (industriais e não industriais)]

Custos Conjuntos: 30.000€

Base Repartição: V.V.P. Ponto Separação %


X: 1.000 x 25€ - 5.000€ = 20.000€ 48%
Y: 3.000 x 8€ - 2.000€ = 22.000€ 52%
42.000€ 100%

Imputação: X: 48% x 30.000€ = 14.286€;


Y: 52% x 30.000€ = 15.714€;
RÚBEN M. T. PEIXINHO
322
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Produtos Principais):


1.3. Critério do Valor de Venda da Produção no Ponto de Separação

(Euros)
Custos Custos Custo Global Custo Global
Conjuntos Específicos Total Unit.
X 14.286 5.000 19.286 19,286
Y 15.714 2.000 17.714 5,905
TOTAL 30.000 7.000 37.000

§ Considerações:
1. Considera o valor de mercado dos produtos;
2. considera os custos específicos dos produtos (industriais e não industriais);
3. É o critério mais aconselhado por considerar quer o valor de mercado dos produtos quer os
custos específicos associados aos mesmos.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
323

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Exemplo 2: Considere uma empresa que produz 2 produtos principais* (X e Y) através


de um regime de produção conjunta e um subproduto (S) originado na primeira fase. Os
elementos contabilísticos do mês são os seguintes:

Custos Industriais
= 5.000 €

Custos Industriais
= 30.000 € Prod. Acabado X
Produção: 1.000 unid.
Fase II Vendas: 800 unid.
PV unit. = 25€

Fase I
Prod. Acabado Y
Produção: 3.000 unid.
Fase II Vendas: 2.000 unid.
Subproduto S PV unit. = 8€
Produção: 200 unid.
Vendas: 150 unid.
PV unit. = 5€ Custos Industriais
= 2.000 €

* A empresa utiliza o critério do valor de Venda no Ponto de Separação para repartir os custos conjuntos pelos produtos principais

RÚBEN M. T. PEIXINHO
324
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.1. Lucro Nulo

§ Consiste em atribuir ao Subproduto um resultado nulo. Esta situação acontece


normalmente quando o Subproduto tem valor comercial. Os custos incorporados no
Subproduto devem iguais:

Valor da Venda da Produção do Subproduto



Custos Específicos associados ao Subproduto (industriais e não industriais)

§ Lucro com a Venda da Produção = (Qt. Produzida x PV unit.) – Custos Específicos


= 200 x 5 – 0
= 1.000€
RÚBEN M. T. PEIXINHO
325

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.1. Lucro Nulo
(Euros)
Custos Custos Custo Global Custo Global
Conjuntos Específicos Total Unit.
X ? 5.000 ? ?
Y ? 2.000 ? ?
S 1.000 0 1.000 5,000
TOTAL 30.000 7.000 37.000

Custos Conjuntos: 29.000€

Base Repartição: V.V.P. Ponto Separação %


X: 1.000 x 25€ - 5.000€ = 20.000€ 48%
Y: 3.000 x 8€ - 2.000€ = 22.000€ 52%
42.000€ 100%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
326
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.1. Lucro Nulo

Imputação: X: 48% x 29.000€ = 13.810€;


Y: 52% x 29.000€ = 15.190€;

(Euros)
Custos Custos Custo Global Custo Global
Conjuntos Específicos Total Unit.
X 13.810 5.000 18.810 18,810
Y 15.190 2.000 17.190 5,730
S 1.000 0 1.000 5,000
TOTAL 30.000 7.000 37.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
327

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.1. Lucro Nulo

PERÍODO
RUBRICAS
X % Y % S % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 20.000,00 € 100% 16.000,00 € 100% 750,00 € 100% 36.750,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 15.048,00 € -75% - 11.460,00 € -72% - 750,00 € -100% - 27.258,00 € -74%

SUBTOTAL 4.952,00 € 25% 4.540,00 € 28% - € 0% 9.492,00 € 26%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 4.952,00 € 25% 4.540,00 € 28% - € 0% 9.492,00 € 26%

Gastos não Industriais 0% 0% 0% - € 0%

RAI 0% 0% 0% 9.492,00 € 26%

CIPA unit. X 18,810


CIPA unit. Y 5,730
CIPA unit. S 5,000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
328
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.2. Custo Nulo

§ Consiste em atribuir ao Subproduto um custo nulo. Esta situação acontece


normalmente quando o Subproduto não tem valor comercial. Os custos incorporados
no Subproduto devem iguais a zero.

Custo Subproduto = 0

RÚBEN M. T. PEIXINHO
329

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.2. Custo Nulo

Custos Custos Custo Global Custo Global


Conjuntos Específicos Total Unit.
X ? 5.000 ? ?
Y ? 2.000 ? ?
S 0 0 0 0,000
TOTAL 30.000 7.000 37.000

Custos Conjuntos: 30.000€

Base Repartição: V.V.P. Ponto Separação %


X: 1.000 x 25€ - 5.000€ = 20.000€ 48%
Y: 3.000 x 8€ - 2.000€ = 22.000€ 52%
42.000€ 100%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
330
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.2. Custo Nulo

Imputação: X: 48% x 30.000€ = 14.286€;


Y: 52% x 30.000€ = 15.714€;

(Euros)
Custos Custos Custo Global Custo Global
Conjuntos Específicos Total Unit.
X 14.286 5.000 19.286 19,286
Y 15.714 2.000 17.714 5,905
S 0 0 0 0,000
TOTAL 30.000 7.000 37.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
331

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):


2.2. Custo Nulo*

PERÍODO
RUBRICAS
X % Y % S % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 20.000,00 € 100% 16.000,00 € 100% 750,00 € 100% 36.750,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 15.428,80 € -77% - 11.810,00 € -74% - € 0% - 27.238,80 € -74%

SUBTOTAL 4.571,20 € 23% 4.190,00 € 26% 750,00 € 100% 9.511,20 € 26%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 4.571,20 € 23% 4.190,00 € 26% 750,00 € 100% 9.511,20 € 26%

Gastos não Industriais 0% 0% 0% - € 0%

RAI 0% 0% 0% 9.511,20 € 26%

CIPA unit. X 19,286


CIPA unit. Y 5,905
CIPA unit. S 0,000

* Quando o Subproduto tem valor económico utiliza-se normalmente o critério do lucro nulo.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
332
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Subproduto):

Resultado com Lucro Nulo = 9.492,0 €


Resultado com Custo Nulo = 9.511,2 €

§ Os Resultados Globais não deveriam ser iguais?


Sim, caso a Produção fosse vendida na totalidade! (Custos Produto = Custos Período)

§ Como se explicam as diferenças?


Valorização o Inventário Final com Lucro Nulo: 200 x 18,81 + 1.000 x 5,73 + 50 x 5
= 9.742,0€
Valorização o Inventário Final com Custo Nulo: 200 x 19,286 + 1.000 x 5,905 + 50 x 0
= 9.762,2€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
333

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Exemplo 3: Considere uma empresa que produz 2 produtos principais* (X e Y) através


de um regime de produção conjunta e um resíduo (R) originado na primeira fase. Os
elementos contabilísticos do mês são os seguintes:

Custos Industriais
= 5.000 €

Custos Industriais
= 30.000 € Prod. Acabado X
Produção: 1.000 unid.
Fase II Vendas: 800 unid.
PV unit. = 25€

Fase I
Prod. Acabado Y
Produção: 3.000 unid.
Fase II Vendas: 2.000 unid.
Resíduo R PV unit. = 8€
Produção: 200 Kg.
Vendas: -
PV unit. = - Custos Industriais
= 2.000 €

* A empresa utiliza o critério do valor de Venda no Ponto de Separação para repartir os custos conjuntos pelos produtos principais

RÚBEN M. T. PEIXINHO
334
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Resíduo):


3.1. Lucro Nulo

§ Consiste em atribuir ao Resíduo um resultado nulo. Esta situação acontece


normalmente quando o Resíduo tem valor comercial. Os custos incorporados no
Resíduo devem iguais:
Valor da Venda da Produção do Resíduo

Custos Específicos associados ao Resíduo (industriais e não industriais)

3.2. Custo Nulo

§ Consiste em atribuir ao Resíduo um custo nulo. Esta situação acontece normalmente


quando o Resíduo não tem valor comercial. Os custos incorporados no Resíduo
devem iguais a zero.
Custo Resíduo = 0

RÚBEN M. T. PEIXINHO
335

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Resíduo):


3.2. Custo Nulo*

Custos Custos Custo Global Custo Global


Conjuntos Específicos Total Unit.
X ? 5.000 ? ?
Y ? 2.000 ? ?
R 0 0 0 0,000
TOTAL 30.000 7.000 37.000

Custos Conjuntos: 30.000€

Base Repartição: V.V.P. Ponto Separação %


X: 1.000 x 25€ - 5.000€ = 20.000€ 48%
Y: 3.000 x 8€ - 2.000€ = 22.000€ 52%
42.000€ 100%
* Caso o critério fosse do lucro nulo ficaria igual uma vez que neste caso o valor da venda da produção é igual a 0.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
336
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Resíduo):


3.2. Custo Nulo

Imputação: X: 48% x 30.000€ = 14.286€;


Y: 52% x 30.000€ = 15.714€;

Custos Custos Custo Global Custo Global


Conjuntos Específicos Total Unit.
X 14.286 5.000 19.286 19,286
Y 15.714 2.000 17.714 5,905
R 0 0 0 0,000
TOTAL 30.000 7.000 37.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
337

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Ø Cálculo do Custo de Produção (Resíduo):


3.2. Custo Nulo*

PERÍODO
RUBRICAS
X % Y % R % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 20.000,00 € 100% 16.000,00 € 100% - € 0% 36.000,00 € 98%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 15.428,80 € -77% - 11.810,00 € -74% - € 0% - 27.238,80 € -74%

SUBTOTAL 4.571,20 € 23% 4.190,00 € 26% - € 0% 8.761,20 € 24%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 4.571,20 € 23% 4.190,00 € 26% - € 0% 8.761,20 € 24%

Gastos não Industriais 0% 0% 0% - € 0%

RAI 0% 0% 0% 8.761,20 € 24%

CIPA unit. X 19,286


CIPA unit. Y 5,905
CIPA unit. R 0,000

* Quando o Resíduo tem valor económico utiliza-se normalmente o critério do lucro nulo. Neste caso, se a empresa utiliza-se o
critério do lucro nulo ficaria tudo igual uma vez que o valor de venda da produção do resíduo é igual a zero.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
338
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Contabilização (Custos Produção)

94.0X – Fabricação X 95.31 – Pr. Acabado X

94.0Z Fabricação –
Custos Conjuntos
Matérias Consumidas
Custos Conjuntos
94.0Y – Fabricação Y 95.32 – Pr. Acabado Z

Custos Transformação
Custos Conjuntos

Matérias Consumidas
Custos Específicos

Custos Transformação
Custos Específicos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
339

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Exemplo4: Considere uma empresa que produz 2 produtos principais (A e B), o


subproduto S e o Resíduo R através de um regime de produção conjunta. Os elementos
contabilísticos do mês são os seguintes:

Custos Industriais
= 400 €
Custos Industriais Custos Industriais
= 1.330 € = 1.000 €

A
Fase III
A´´ A´
Fase I Fase II

B´ Fase III B
S R

Custos Industriais
= 300 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
340
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA
95.01 Produto
Acabado A
§ Contabilização (Custos de Produção)

94.01 Fabricação
95.6 MP Fase I
S 95.02 Produto
R Acabado B

94.02 Fabricação
92.2 MOD B’ A’’ Fase II

95.03 Subproduto
Acabado S

92.3 GGF 94.03 Fabricação


A’ Fase III

A 95.04 Resíduo R
B

RÚBEN M. T. PEIXINHO
341

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Considere ainda que:

- Os custos conjuntos dos produtos principais são valorizados através do critério do valor
da venda da produção no ponto de separação;
- Subproduto S é valorizado de acordo com o critério do lucro nulo. Este subproduto tem
associado um custo de distribuição de 0,01€ por unidade vendida;
- Resíduo R é valorizado de acordo com o critério do custo nulo;

- Produção: A: 2.000 unid. Vendas: A: 1.500 unid. a 2,2€/cada


B: 125 unid. B: 100 unid. a 10,4€/cada
S: 300 unid. S: 300 unid. A 0,11€/cada

§ Qual o custo de produção dos produtos principais, subproduto e resíduo?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
342
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Custos Específicos:
(Euros)

Custo Global Custo Global


Fase I Fase II Fase III
Total Unit.
A ? 1.000 400 ? ?
B ? - 300 ? ?
S ? - - ? ?
R ? - - ? ?
TOTAL 1.330 1.000 700 3.030

§ Repartição Custos Conjuntos (Fase I):

Custo Fase I = A + B + S + R
1.330 = A + B + (Valor Venda Produção S – Custos Específicos S) + 0
1.330 = A + B +[300 x (0,11 – 0,01)] + 0
1.330 = A + B + 30 + 0
1.300 = A + B

RÚBEN M. T. PEIXINHO
343

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Custos Conjuntos: 1.300€ (A + B)

Base Repartição: V.V.P. Ponto Separação %


A: (2.000 x 2,2€) - 1.000€ - 400 = 3.000€ 75%
B: (125 x 10,4€) – 0 – 300€ = 1.000€ 25%
4.000€ 100%

Imputação: A: 75% x 1.300€ = 975€;


B: 25% x 1.300€ = 325€;
1.300€

(Euros)

Custo Global Custo Global


Fase I Fase II Fase III
Total Unit.
A 975 1.000 400 2.375 1,188
B 325 - 300 625 5,000
S 30 - - 30 0,100
R 0 - - 0 ?
TOTAL 1.330 1.000 700 3.030

RÚBEN M. T. PEIXINHO
344
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

Demonstração dos Resultados (por produtos e por funções):

PERÍODO
RUBRICAS
A % B % S % R % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 3.300,00 € 100% 1.040,00 € 100% 33,00 € 100% - € 0% 4.373,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 1.781,25 € -54% - 500,00 € -48% - 30,00 € -91% - € 0% - 2.311,25 € -53%

SUBTOTAL 1.518,75 € 46% 540,00 € 52% 3,00 € 9% - € 0% 2.061,75 € 47%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% - € 0% - € 0%

RESULTADO BRUTO 1.518,75 € 46% 540,00 € 52% 3,00 € 9% - € 0% 2.061,75 € 47%

Gastos Distribuição - € 0% - € 0% - 3,00 € -9% - € 0% - 3,00 € 0%

RAI 0% 0% 0% 0% 2.058,75 € 47%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
345

PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Contabilização (Exemplo anterior):

95.6 MP 94.01 Fabricação 95.01 Produto


92.X Custos Transf. Fase I Acabado A 99. Resultados 91.71 Vendas Ref.
3.030 (1) (1) 1.330 975 (2) (6) 2.375 1.781,25 (8)(8) 1.781,25 3.300 (11) (11) 3.300
325 (3)
30 (4)

94.02 Fabricação 95.02 Produto


Fase II Acabado B

(1) 1.000 1.975 (5) (7) 625 500 (9) (9) 500 1.040 (12) (12) 1.040
(2) 975

93.03 C.C. 94.03 Fabricação 95.03 Subproduto


Distribuição Fase III Acabado S
(4) 30 30 (10) (10) 30 33 (13) (13) 33
3 (14) (1) 700 2.375 (6)
(3) 325 625 (7) (14) 3
(5) 1.975

RÚBEN M. T. PEIXINHO
346
PRODUÇÃO
AGENDA CONJUNTA

§ Contabilização (Exemplo anterior):

Legenda:

(1) Pela imputação dos Custos Industriais às Fases de Fabricação;


(2) Pela Transferência de A´´ da Fase I para a Fase II;
(3) Pela Transferência de B´ da Fase I para a Fase III;
(4) Pelo CIPA do Subproduto S;
(5) Pela Transferência de A´ da Fase II para a Fase III;
(6) Pelo CIPA do Produto A;
(7) Pelo CIPA do Produto B;
(8) Pelo CIPV do Produto A;
(9) Pelo CIPV do Produto B;
(10) Pelo CIPV do Subproduto S;
(11) Pelas Vendas do Produto A;
(12) Pelas Vendas do Produto B;
(13) Pelas Vendas do Subproduto S;
(14) Pelo Custo de Distribuição do Subproduto S;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
347

Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA X

7. Apuramento do Custo de Produção e Regimes de Fabrico

RÚBEN M. T. PEIXINHO
347
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

§ Nas empresas industriais nem tudo o que acontece durante o processo


produtivo pode ser considerado “normal”;

1. Não Defeituosa
Produção
2. Defeituosa

§ Como se calcula o custo de produção quando existe produção defeituosa?

1. Deverá o custo da produção defeituosa ser incorporado no custo do produto?


2. Deverá o custo da produção defeituosa ser incorporado no custo do período?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
348

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

§ Produção defeituosa pode ser distinguida entre:

(Situações em que a quantidade de


1. Quantidade produtos acabados num determinado
período é inferior aos padrões
considerados normais pela empresa)

Produção Defeituosa
(Situações em que a qualidade dos
2. Qualidade produtos acabados num determinado
período não é considerada aceitável
de acordo com os padrões de
qualidade definidos pela empresa)

§ A importância da determinação dos custos da produção defeituosa é fundamental


para que o custo da produção sem defeito não seja deturpado;
§ O custo da produção sem defeito não deve ser influenciado por situações em que a
produção defeituosa é considerada fora dos padrões aceitáveis pela empresa;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
349
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Produção Defeituosa em Quantidade

§ Considere a seguinte função de densidade de probabilidade da produção de uma


empresa industrial:

P (900 < Produção < 1.100) = 0,95

900 1.000 1.100

Esta empresa considera como “normal” produzir entre 900 unidades e 1.100 unidades, uma vez
que a probabilidade de isso acontecer é de 95%;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
350

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

§ O limite máximo de produção de uma empresa é obtido quando os recursos ao


dispor da empresa são utilizados com um grau de eficiência de 100%. Nestes casos,
o CIPA unitário atingirá o seu mínimo:

Custos Industriais
CIPA unit. (min.) =
Produção Máxima

§ O limite mínimo de produção é zero. Nos casos em que a empresa produz uma
quantidade inferior ao mínimo aceitável (900 unidades no exemplo anterior), a
empresa não deve obter a CIPA unitário dividindo o total de custos industriais pela
produção do mês.

Custos Industriais
CIPA unit. =
Produção
(Inferior ao limite mínimo de Produção)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
351
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

§ Por que razão as empresas não devem calcular custos de produção dividindo o
montante dos custos industriais por uma quantidade de produção inferior à
considerada “normal” pela empresa?

- Os custos associados a situações “anormais” dentro da empresa devem ser


considerados custos do período em que ocorrem;
- O custo de produção das unidades “normais” não devem ser influenciados por
estas situações anormais;
- O custo unitário da produção “normal” não deverá estar sobrevalorizado por
estas situações, uma vez que a tomada de decisões na empresa com base nos
custos estaria deturpada e toda a análise de rendibilidade da empresa estaria
enviesada;
- Numa situação limite em que a empresa produzisse apenas 1 unidade, resultaria
na incorporação de todos os custos industriais nesse mesmo produto;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
352

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Exemplo 1:
Considere a situação anterior em que uma empresa industrial considera normal
produzir entre 900 unidade e 1.100 unidades, sendo o a quantidade de produção
esperada de 1.000 unidades. Considere ainda que os custos industriais de um
determinado mês são de 18.000€. Se a produção do mês de Novembro for de 800
unidades (abaixo da produção mínima aceitável), qual será o valor do CIPA unitário?

Hipótese 1: Considerar a quantidade esperada de produção como a


quantidade produzida;

Hipótese 2: Considerar a quantidade mínima aceitável como a quantidade


produzida;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
353
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Hipótese 1: Considerar a quantidade esperada de produção como a


quantidade produzida.

18.000 €
CIPA unit. = = 18 €
1.000 unid.

CIPA T = 14.400 € (800 unid. X 18€)

Custos Industriais

CINI = 3.600 € (200 unid. X 18€)

§ O CIPA unitário é o valor “normal” que se repete de mês para mês (considera-se
sempre as 1.000 unidades de produção esperada no cálculo do mesmo);
§ O custo do período varia em função da quantidade efectivamente produzida. Quanto
mais baixa for a quantidade produzida, maior será o CINI;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
354

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Hipótese 2: Considerar a quantidade mínima aceitável como a quantidade


produzida.

18.000 €
CIPA unit. = = 20 €
900 unid.

CIPA T = 16.000 € (800 unid. X 20€)

Custos Industriais

CINI = 2.000 € (100 unid. X 20€)

§ O CIPA unitário é o valor máximo que a empresa considera (acontece sempre que a
quantidade produzida é inferior ao limite mínimo aceitável);
§ O custo do período varia em função da quantidade efectivamente produzida. Quanto
mais baixa for a quantidade produzida, maior será o CINI;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
355
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Considere que a empresa vendeu 700 unidades (PVunit. = 30€) durante o presente
mês. Qual o resultado do período considerando as 2 opções atrás descritas?

Demonstração dos Resultados (Hipótese 1) Demonstração dos Resultados (Hipótese 2)

PERÍODO PERÍODO
RUBRICAS RUBRICAS
valor % valor %
Vendas e Serviços Prestados 21.000,00 € 100% Vendas e Serviços Prestados 21.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -12.600,00 € -60% Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -14.000,00 € -67%

SUBTOTAL 8.400,00 € 40% SUBTOTAL 7.000,00 € 33%

Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 3.600,00 € -17% Custos Industriais não Incorporados (CINI) - 2.000,00 € -10%

RESULTADO BRUTO 4.800,00 € 23% RESULTADO BRUTO 5.000,00 € 24%

Outros Custos não Industriais - € 0% Outros Custos não Industriais - € 0%

RAI 4.800,00 € 23% RAI 5.000,00 € 24%

- Como explica a diferença nos resultados do período?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
356

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Produção Defeituosa em Qualidade

§ A produção defeituosa é definida de acordo com os padrões de qualidade da


empresa e é classificada pelo Departamento de Controlo e Qualidade;
§ A produção defeituosa pode ou não ter valor económico;
§ A produção defeituosa pode ser inferior ou superior aos limites aceitáveis definidos
pela empresa;

Dentro do limite aceitável


Sem valor económico
Fora do limite aceitável

Produção Defeituosa

Dentro do limite aceitável


Com valor económico
Fora do limite aceitável

RÚBEN M. T. PEIXINHO
357
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Ideias Chave:

§ Quando a produção defeituosa não tem valor económico, deve ser utilizado o
critério do custo nulo na sua valorização;
§ Quando a produção defeituosa tem valor económico, deve ser utilizado o critério
do lucro nulo na sua valorização;
§ Quando a produção defeituosa é inferior aos limites aceitáveis, o custo dessas
unidades é incorporado nas unidades sem defeito;
§ Quando a produção defeituosa é superior aos limites aceitáveis, o custo dessas
unidades acima do limite aceitável é considerado custo do período;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
358

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Situação 1 (Produção defeituosa em qualidade)


- Sem valor económico (custo nulo);
- Dentro dos limites aceitáveis;

§ Custos Industriais = 10.000€;


§ Vendas = 900 unid.
§ PV unit. = 20€;

990 Sem defeito


§ Produção: 1.000 unid.
10 Defeituosas

§ Produção defeituosa aceitável: 5% do total produzido

RÚBEN M. T. PEIXINHO
359
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

10.000 €
CIPA unit. = = 10,(10) €
990 unid.

CIPA T = 10.000 € (990 unid. X 10,10€)


Custos Industriais

CINI = 0€

Demonstração dos Resultados


PERÍODO
RUBRICAS
Sem Defeito % Com Defeito % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 18.000,00 € 100% - € 0% 18.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 9.090,91 € -51% - € 0% - 9.090,91 € -51%

SUBTOTAL 8.909,09 € 49% - € 0% 8.909,09 € 49% Inventário Final


Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% Produção Sem Defeito: (90 uni d. X 10,(10))

RESULTADO BRUTO 8.909,09 € 49% - € 0% 8.909,09 € 49% 909,(09)

Outros Custos não Industriais - € 0% - € 0% - € 0% Produção Com Defeito:


RAI 8.909,09 € 49% - € 0% 8.909,09 € 49% 0

RÚBEN M. T. PEIXINHO
360

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Situação 2 (Produção defeituosa em qualidade)


- Sem valor económico (custo nulo);
- Fora dos limites aceitáveis;

§ Custos Industriais = 10.000€;


§ Vendas = 900 unid.
§ PV unit. = 20€;

910 Sem defeito


§ Produção: 1.000 unid. 50 Dentro do Limite
90 Defeituosas
40 Fora do Limite

§ Produção defeituosa aceitável: 5% do total produzido

RÚBEN M. T. PEIXINHO
361
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

10.000 €
CIPA unit. = = 10,53 €
950 unid.

CIPA T = 9.578,95 € (910 unid. X 10,53€)


Custos Industriais

CINI = 421,05 € (40 unid. X 10,53)

Demonstração dos Resultados


PERÍODO
RUBRICAS
Sem Defeito % Com Defeito % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 18.000,00 € 100% - € 0% 18.000,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 9.473,68 € -53% - € 0% - 9.473,68 € -53%

SUBTOTAL 8.526,32 € 47% - € 0% 8.526,32 € 47% Inventário Final


Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - 421,05 € -2% Produção Sem Defeito: (10 uni d. X 10,53)

RESULTADO BRUTO - € 0% - € 0% 8.105,27 € 45% 105,26

Outros Custos não Industriais - € 0% - € 0% - € 0% Produção Com Defeito:


RAI - € 0% - € 0% 8.105,27 € 45% 0

RÚBEN M. T. PEIXINHO
362

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Situação 3 (Produção defeituosa em qualidade)


- Com valor económico (lucro nulo);
- Dentro dos limites aceitáveis;

§ Custos Industriais = 10.000€;


§ Vendas = 900 unid. (Sem defeito) + 5 unid. (Com defeito);
§ PV unit. = 20€ (Sem defeito) + 5€ (Com defeito);

990 Sem defeito


§ Produção: 1.000 unid.
10 Defeituosas

§ Produção defeituosa aceitável: 5% do total produzido

RÚBEN M. T. PEIXINHO
363
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

C. Ind. - [Prod. Def. (Qt) x Lucro unit (Def.)] 10.000 - [10 x (5-0)]
CIPA unit. = = = 10,(05)€
Produção Sem Defeito 990

CIPA T (Sem Defeito) = 9.950,00 € (990 unid. X 10,(05)€)

Custos Industriais CIPA T (Com Defeito) = 50,00 € [10 unid. X (5-0)€]

CINI = 0,00 €

Demonstração dos Resultados


PERÍODO
RUBRICAS
Sem Defeito % Com Defeito % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 18.000,00 € 100% 25,00 € 100% 18.025,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 9.045,45 € -50% - 25,00 € -100% - 9.070,45 € -50%

SUBTOTAL 8.954,55 € 50% - € 0% 8.954,55 € 50% Inventário Final


Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - € 0% Produção Sem Defeito: (90 uni d. X 10,(05)€)
RESULTADO BRUTO - € 0% - € 0% 8.954,55 € 50% 904,(54)€

Outros Custos não Industriais - € 0% - € 0% - € 0% Produção Com Defeito:


25 € (5 uni d. X 5€)
RAI - € 0% - € 0% 8.954,55 € 50%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
364

PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

Ø Situação 4 (Produção defeituosa em qualidade)


- Com valor económico (lucro nulo);
- Fora dos limites aceitáveis;

§ Custos Industriais = 10.000€;


§ Vendas = 900 unid. (Sem defeito) + 75 unid. (Com defeito);
§ PV unit. = 20€ (Sem defeito) + 5€ (Com defeito);

910 Sem defeito


§ Produção: 1.000 unid. 50 Dentro do Limite
90 Defeituosas
40 Fora do Limite

§ Produção defeituosa aceitável: 5% do total produzido

RÚBEN M. T. PEIXINHO
365
PRODUÇÃO
AGENDA DEFEITUOSA

C. Ind. - [Prod. Def. (Qt.)* x Lucro unit (Def.)] 10.000 - [50 x (5-0)]
CIPA unit. = = = 10,26 €
Produção (Limite mínimo aceitável) 950
* Produção Defeituosa em Qt. Máxima aceitável

CIPA T (Sem Defeito) = 9.339,47 € (910 unid. X 10,26€)

Custos Industriais CIPA T (Com Defeito) = 450,00 € [90 unid. X (5-0)€]

CINI = 210,53 € [40 unid. X (10,26 - 5)€]

Demonstração dos Resultados


PERÍODO
RUBRICAS
Sem Defeito % Com Defeito % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 18.000,00 € 100% 375,00 € 100% 18.375,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) - 9.236,84 € -51% - 375,00 € -100% - 9.611,84 € -52%

SUBTOTAL 8.763,16 € 49% - € 0% 8.763,16 € 48% Inventário Final


Custos Industriais não Incorporados (CINI) - € 0% - € 0% - 210,53 € -1% Produção Sem Defeito: (10 uni d. X 10,26€)
RESULTADO BRUTO - € 0% - € 0% 8.552,63 € 47% 102,63 €

Outros Custos não Industriais - € 0% - € 0% - € 0% Produção Com Defeito:


75 € (15 uni d. X 5€)
RAI - € 0% - € 0% 8.552,63 € 47%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
366

PRODUTOS EM VIAS DE FABRICO


AGENDA

Ø Contabilização:

95.011 – Inventário
99.02 - CIPV
(Produtos S/ Defeito)

CIPV (s/ Def.)


94.01 Fabricação

CIPA (s/ Def.)

94.012 – Inventário
CIPA (c/ Def.) (Produtos c/ Defeito)

CIPV (c/ Def.)

99.03 – CINI

CINI

RÚBEN M. T. PEIXINHO
367
Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA XI

8. Centros de Custos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
368

CENTROS
AGENDA DE RESPONSABILIDADE

§ A gestão das empresas (planeamento, tomada de decisões, controlo, etc)


exige que se efectue uma classificação dos custos sob diferentes
perspectivas:

1. Classificação por natureza;


2. Classificação por funções;
3. Classificação pelos diferentes objectos de custeio (produtos, serviços, etc);
4. Classificação por centros de responsabilidade;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
369
CENTROS
AGENDA DE RESPONSABILIDADE

§ Importância dos Centros de Responsabilidade:

1. Contribui para o controlo de custos nos diferentes segmentos organizacionais;


2. Contribui para a comparação dos custos de cada segmento com a actividade
gerada;
3. Constitui um dos métodos mais utilizados na análise e repartição dos custos;
4. Permite imputar os custos industriais de transformação aos produtos/serviços de
acordo com a actividade utilizada;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
370

CENTROS
AGENDA DE RESPONSABILIDADE

§ Organograma de uma empresa industrial

Fonte: Santos, C. Contabilidade Analítica: Um apoio à Gestão (1998)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
371
CENTROS
AGENDA DE RESPONSABILIDADE

§ Caracterização dos Centros de Responsabilidade:

- Os custos de funcionamento dos diversos órgãos da empresa devem ser repartidos


por centros de responsabilidade;
- A contabilidade Analítica deve determinar os custos relativamente a cada um dos
centros de responsabilidade;
- Os custos apurados devem ser comparados com o orçamento da empresa no
sentido de se apurar os desvios;
- O controlo exercido nos centros de responsabilidade deve ser efectuado com uma
periodicidade adequada;
- Poderão ser identificados diversos centros de custos dentro de cada centro de
responsabilidade no sentido de facilitar a imputação dos custos às matérias,
produtos, serviços, actividades, etc.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
372

CENTROS
AGENDA DE CUSTOS

§ Esquematicamente: Centro Custos 1

Centro Responsabilidade A Centro Custos 2

Centro Custos 3

Custos de Centro Responsabilidade B


Funcionamento

Centro Responsabilidade C

- O Método das secções homogéneas surge como resposta à necessidade de


apuramento dos custos para cada centro de responsabilidade / centro de custos;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
373
CENTROS
AGENDA DE CUSTOS

§ Exemplo 1:
Considere uma empresa que fabrica máquinas de lavar louça. A empresa definiu
vários centros de responsabilidade, cujos responsáveis são os directores desses
departamentos. Dentro do departamento industrial, foi nomeado 1 Director que
responde por este centro de responsabilidade. Com o objectivo de fornecer
informação relevante à tomada de decisão, foram criados 5 centros de custos
industriais:

- Centro Custos 1 (Montagem): Sistema robotizado que instala as componentes nas


máquinas;
- Centro Custos 2 (Pintura): Onde são pintadas todas as componentes das máquinas;
- Centro Custos 3 (Embalagem): Onde as máquinas são embaladas para serem
expedidas;
- Centro Custos 4 (Limpeza): Centro auxiliar fundamental para garantir boas
condições de trabalho quer do pessoal quer do equipamento;
- Centro Custos 5 (Oficinas): Centro auxiliar que responde a necessidades de
manutenção e reparação do equipamento;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
374

CENTROS
AGENDA DE CUSTOS

Considerando os custos industriais de um determinado mês, o sistema contabilístico


da empresa deve proporcionar informação relativa aos custos individualizada por
cada centro de custos definido inicialmente:

(valores em Euros)

Natureza dos Custos Montagem Pintura Embalagem Limpeza Oficinas TOTAL

MOD 40.000 20.000 15.000 0 0 75.000

MOI 4.000 4.000 3.000 2.000 3.000 16.000

Consumo Mat. Subsidiárias 2.500 1.500 3.800 500 750 9.050

Consumos Diversos 3.000 4.000 1.800 3.600 1.400 13.800

Amortizações 35.000 25.000 18.000 3.000 2.500 83.500

Outros Custos Operacionais 12.500 10.000 14.000 2.300 1.700 40.500

TOTAL 97.000 64.500 55.600 11.400 9.350 237.850

RÚBEN M. T. PEIXINHO
375
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Objectivos do Método das Secções Homogéneas:

1. Apuramento dos gastos de funcionamento inerentes aos diferentes segmentos


organizacionais da empresa para efeitos de controlo;

2. Determinação do custo dos produtos / serviços de acordo com a actividade


utilizada de cada secção industrial principal;

3. Fornecer informação credível para a gestão e para o cálculo das margens dos
produtos;

4. Compatibilização entre as vantagens de dispor de informação pormenorizada


por secção e o custo inerente à obtenção da mesma;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
376

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Características das Secções Homogéneas:

1. Responsabilização: deve existir um responsável por cada uma das secções que
responde pelos custos das mesmas;

2. Homogeneidade de funções: os custos inerentes a uma secção devem


respeitar a funções de actividades idênticas;

3. Existência de uma unidade de medida da actividade do centro: deve definir-se


uma unidade que permita medir a actividade da secção (hora-máquina, hora-
homem, etc)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
377
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Identificação de Secções Homogéneas:

1. Secções de Aprovisionamento;

2. Secções Industriais;

3. Secções de Distribuição;

4. Secções Administrativas;

5. Secções de Investigação e Desenvolvimento;

6. …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
378

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Secções de Aprovisionamento:

- Respeitam normalmente aos armazéns (Matérias e Produtos Acabados e


Semiacabados);
- Envolvem normalmente custos fixos que devem ser repartidos pelos bens
armazenados ou imputados ao período;
- A imputação dos custos destas secções depende do sistema de custeio
adoptado e do critério de repartição definido;

§ Secções de Distribuição, Administrativas, I&D, etc:

- Respeitam a custos de estrutura da empresa;


- Estes custos (não industriais) são necessariamente imputados no período em
que ocorrem, ou seja, são reflectidos na Demonstração dos Resultados desse
período;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
379
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Secções Industriais:

§ As secções industriais devem ser divididas em duas categorias:

1. Secções Principais: actividade da secção está directamente afecta à


obtenção dos produtos / serviços;
2. Secções Auxiliares: actividade da secção está indirectamente afecta à
obtenção dos produtos / serviços. A sua actividade está directamente ligada à
prestação de serviços às restantes secções (secção de manutenção, secção de
limpeza, secção de Gastos Gerais);

§ A imputação dos custos das secções auxiliares é efectuada nas secções


utilizadoras dessa actividade enquanto os custos das secções principais são
imputados directamente aos produtos / serviços;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
380

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Exemplo 2 (Exercício 1 – Casos Práticos 11):

A empresa Algarpinho dedica-se à produção de cadeiras e de mesas em pinho. Estes


produtos destinam-se aos mercados nacional e estrangeiro, estando a empresa a atravessar
um período de expansão, fruto da reconhecida qualidade dos seus produtos e da sua boa
gestão.

A empresa está dividida em centros de custos. Na área fabril existem duas secções
principais, SP1 e SP2, e duas secções auxiliares, SA1 e SA2, assim discriminadas:

SP1: corte e montagem das componentes;


SP2: acabamentos;
SA1: manutenção;
SA2: limpeza.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
381
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Os elementos retirados da contabilidade relativos ao passado mês de Dezembro são os


seguintes:

Custos directos SP1 SP2 SA1 SA2


MOD 5.000€ 4.250€ - -
MOI - - 500€ 250€
Encargos sociais* ? ? ? ?
Matérias subsidiárias 5.250€ 5.875€ 250€ 1.125€
Outros GGF** ? ? ? ?
* Aos custos com o pessoal acresce uma taxa teórica de 50%
** 20.000€ a repartir proporcionalmente aos custos com o pessoal

Outras informações:

Utilizadores
Fornecedores U.F. SP1 SP2 SA1 SA2 Cadeiras Mesas
SP1 Hh - - - - 7.000 3.000
SP2 Hh - - - - 2.500 5.000
SA1 Hm 2.500 1.500 - 1.000 - -
SA2 Hh 1.000 1.000 500 - - -

RÚBEN M. T. PEIXINHO
382

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Apuramento dos Custos Directos por Secção:


(valores em Euros)

Custos Directos SP1 SP2 SA1 SA2 TOTAL

MOD 5.000 4.250 0 0 9.250

MOI 0 0 500 250 750

Encargos Sociais 2.500 2.125 250 125 5.000

Consumo Mat. Subsidiárias 5.250 5.875 250 1.125 12.500

Outros GGF 10.000 8.500 1.000 500 20.000

TOTAL CUSTOS DIRECTOS 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500

(C.A.) Secção Custo c/ Pessoal CI (%) Outros GGF

SP1 7.500 50,0% 10.000

SP2 6.375 42,5% 8.500

SA1 750 5,0% 1.000

SA2 375 2,5% 500

15.000 100,0% 20.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
383
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Apuramento do Custo Total das Secções Homogéneas:

Fase I: Repartição primária dos custos


Nesta fase reparte-se os custos directos ou específicos (que respeitam
unicamente a um centro) e os custos comuns a diversos centros (custos
a repartir de acordo com bases de repartição);

Fase II: Repartição Secundária dos custos (Reembolsos)


Nesta segunda fase repartem-se os custos das secções auxiliares pelas
secções utilizadoras da actividade destas secções.

RÚBEN M. T. PEIXINHO
384

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Apuramento do Custo Total das Secções Homogéneas:

Custo Total da Secção = Custos Directos + Reembolsos

1. Custos Directos:
- FSE; - Consumo de Matérias Subsidiárias;
- Remunerações; - Seguros;
- Encargos Sociais; - Contribuições e impostos;
- Depreciações; - Etc

2. Reembolsos:
- Corresponde à valorização a preço de custo das prestações de serviços das secções
auxiliares às respectivas secções utilizadoras;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
385
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Imputação dos custos das Secções Industriais aos Produtos:

CUSTOS POR NATUREZA CENTROS DE CUSTOS CENTRO DE CUSTOS CUSTO DOS PRODUTOS
AUXILIARES PRINCIPAIS

Matérias Subsidiárias e Diversas

Fornecimento e Serviços Externos CENTRO X

CENTRO Y
Impostos
CENTRO Z

Custos com o Pessoal … CENTRO A


PRODUTO 1
CENTRO B
Outros Custos e Perdas Operacionais PRODUTO 2
CENTRO C
PRODUTO 3
Amortizações do Exercício …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
386

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Mapa do Custo das Secções

Custo SP1 SP2 SA1 SA2 TOTAL


Descrição U. F.
Unit. Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis



1.2. Custos Fixos

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1)
2. Reembolsos

2.1. SA1
2.2. SA2

TOTAL REEMBOLSOS (2)

3. CUSTO TOTAL (1 + 2)
Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI)
Unidade de Custeio (UC)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
387
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Mapa do Custo das Secções:

Custo Total
Unidade de Obra =
Actividade

Custo Total
Unidade de Imputação =
Base Imputação

Custo Total
Unidade de Custeio =
Nº de Dias

- Unidade de Obra: unidade de medida que permite simultaneamente controlar e


imputar os custos da secção ao respectivo objecto de custeio (produto/serviço);
- Unidade de Imputação: unidade de medida que permite imputar os custos da secção
ao respectivo objecto de custeio;
- Unidade de Custeio: unidade de medida que permite controlar os custos da secção;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
388

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Mapa do Custo das Secções:

1. Deve definir-se a actividade da secção em unidades de obra sempre que possível.


Essa actividade é normalmente expressa em horas:
Hm: Hora máquina;
Hh: Hora homem;
Hf: Hora de funcionamento;

2. Quando não é possível obter-se uma unidade de obra deve definir-se uma unidade
de imputação dependendo da natureza da secção:
- Secções Industriais Principais; dependerá do modo como os custos devem ser
repartidos aos produtos / serviços;
- Secções Industriais Auxiliares: dependerá do modo como os custos devem ser
imputados às secções principais;
- Secções de Aprovisionamento: dependerá da natureza da secção e do critério de
imputação adoptado;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
389
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

3. Os custos directos das secções não incluem custos de funcionamento directamente


imputáveis aos produtos / serviços. Exemplos:
- Consumo de Matérias Primas;
- Materiais de Embalagem;
- Subcontratações;

4. Os custos directos devem ser separados entre variáveis e fixos. No caso das secções
industriais a imputação dos custos fixos dependerá do sistema de custeio que a
empresa adoptar:
- Custeio Total;
- Custeio Variável;
- Custeio Racional;

5. Os reembolsos correspondem à prestação de serviços das secções auxiliares à outras


secções;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
390

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Apuramento do Custo Total por Secção:

SP1 SP2 SA1 SA2 TOTAL


Custo
Descrição U. F. (10.000 Hh) (7,500 Hh) (5.000 Hm) (2.500 Hh)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos - - 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500


2. Reembolsos

2.1. SA1 Hm ? 2.500 1.500 - 1.000


2.2. SA2 Hh ? 1.000 1.000 500 -

TOTAL REEMBOLSOS (2) ? ? ? ?

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) ? ? ? ?
Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI)
Unidade de Custeio (UC)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
391
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Apuramento do Custo Total por Secção:

SP1 SP2 SA1 SA2 TOTAL


Custo
Descrição U. F. (10.000 Hh) (7,500 Hh) (5.000 Hm) (2.500 Hh)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos - - 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500


2. Reembolsos

2.1. SA1 Hm 0,5 2.500 1.250 1.500 750 - 0 1.000 500 2.500
2.2. SA2 Hh 1 1.000 1.000 1.000 1.000 500 500 - 0 2.500

TOTAL REEMBOLSOS (2) 2.250 1.750 500 500 5.000

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 25.000 22.500 2.500 2.500 52.500


Unidade de Obra (UO) 2,5 3 0,5 1
Unidade de Imputação (UI)
Unidade de Custeio (UC)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
392

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Exemplo 3:

A empresa “Recomposta, S.A.” fabrica dois produtos – A e B – a partir de um conjunto de


matérias e materiais diversos. A sua actividade industrial está estruturada em quatro
centros de custos – X, Y, W e Z. No quadro seguinte apresentam-se os elementos recolhidos
na Contabilidade Analítica referentes ao mês anterior. A actividade das secções X e Y foi de
50.000 Hm e 30.000 Hm respectivamente, a qual foi usada na fabricação dos produtos.

UTILIZADORES
Secção X Secção Y Secção W Secção Z
Capacidade Instalada 80.000 Hm 40.000 Hm 10.000 Hh 15.000 Hm
Custos Fixos 400.000 € 200.000 € 50.000 € 90.000 €
Custos Variáveis 230.000 € 193.000 € 22.000 € 50.000 €
Secção W 3.500 Hh 3.500 Hh - 1.000 Hh
Secção Z 5.000 Hm 3.500 Hm 1.500 Hm -

- Qual o custo total de cada uma das secções?

RÚBEN M. T. PEIXINHO
393
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Total:
Custo X Y W Z TOTAL
Descrição U. F. (50.000 Hm) (30.000 Hm) (8.000 Hh) (10.000 Hm)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis € - 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000

1.2. Custos Fixos € - 400.000 200.000 50.000 90.000 740.000



TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 630.000 393.000 72.000 140.000 1.235.000
2. Reembolsos

W Hh ? 3.500 ? 3.500 ? - 0 1.000 ? ?


Z Hm ? 5.000 ? 3.500 ? 1.500 ? - 0 ?

TOTAL REEMBOLSOS (2) € ? ? ? ? ?

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) € ? ? ? ? ?
Unidade de Obra (UO) € ? ? ? ?
Unidade de Imputação (UI) €
Unidade de Custeio (UC) €

8.000Hh = 72.000€ + 1.500 Hm Hh ! 11,85€


10.000 Hm = 140.000 + 1.000 Hh Hm ! 15,18€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
394

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Total:

Custo X Y W Z TOTAL
Descrição U. F. (50.000 Hm) (30.000 Hm) (8.000 Hh) (10.000 Hm)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis € - 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000

1.2. Custos Fixos € - 400.000 200.000 50.000 90.000 740.000



TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 630.000 393.000 72.000 140.000 1.235.000
2. Reembolsos

W Hh 11,85 3.500 41.465 3.500 41.465 - 0 1.000 11.847 94.777


Z Hm 15,18 5.000 75.924 3.500 53.146 1.500 22.777 - 0 151.847

TOTAL REEMBOLSOS (2) € 117.389 94.611 22.777 11.847 246.624

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) € 747.389 487.611 94.777 151.847 1.481.624


Unidade de Obra (UO) € 14,95 16,25 11,85 15,18
Unidade de Imputação (UI) €
Unidade de Custeio (UC) €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
395
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Variável:
X Y W Z TOTAL
Custo
Descrição U. F. (50.000 Hm) (30.000 Hm) (8.000 Hh) (10.000 Hm)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis € - 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000

1.2. Custos Fixos € - 0 0 0 0 0



TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000
2. Reembolsos

W Hh ? 3.500 ? 3.500 ? - 0 1.000 ? ?


Z Hm ? 5.000 ? 3.500 ? 1.500 ? - 0 ?

TOTAL REEMBOLSOS (2) € ? ? ? ? ?

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) € ? ? ? ? ?
Unidade de Obra (UO) € ? ? ? ?
Unidade de Imputação (UI) €
Unidade de Custeio (UC) €

8.000Hh = 22.000€ + 1.500 Hm Hh ! 3,76€


10.000 Hm = 50.000 + 1.000 Hh Hm ! 5,38€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
396

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Variável:

Custo X Y W Z TOTAL
Descrição U. F. (50.000 Hm) (30.000 Hm) (8.000 Hh) (10.000 Hm)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis € - 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000

1.2. Custos Fixos € - 0 0 0 0 0



TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000
2. Reembolsos

W Hh 3,76 3.500 13.153 3.500 13.153 - 0 1.000 3.758 30.064


Z Hm 5,38 5.000 26.879 3.500 18.815 1.500 8.064 - 0 53.758

TOTAL REEMBOLSOS (2) € 40.032 31.968 8.064 3.758 83.822

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) € 270.032 224.968 30.064 53.758 578.822


Unidade de Obra (UO) € 5,40 7,50 3,76 5,38
Unidade de Imputação (UI) €
Unidade de Custeio (UC) €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
397
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Racional:

- Imputação dos custos fixos às secções é normalmente efectuada de acordo com a


utilização da capacidade instalada das secções;

Imputação
Capacidade
Secção Actividade (1) (1) / (2) Custos Fixos Custos Fixos às
Instalada (2)
Secções
X 50.000 Hm 80.000 Hm 62,5% 400.000 € 250.000 €

Y 30.000 Hm 40.000 Hm 75,0% 200.000 € 150.000 €

W 8.000 Hh 10.000 Hh 80,0% 50.000 € 40.000 €

Z 10.000 Hm 15.000 Hm 66,7% 90.000 € 60.000 €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
398

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Racional:
Custo X Y W Z TOTAL
Descrição U. F. (50.000 Hm) (30.000 Hm) (8.000 Hh) (10.000 Hm)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis € - 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000

1.2. Custos Fixos € - 250.000 150.000 40.000 60.000 500.000



TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 480.000 343.000 62.000 110.000 995.000
2. Reembolsos

W Hh ? 3.500 ? 3.500 ? - 0 1.000 ? ?


Z Hm ? 5.000 ? 3.500 ? 1.500 ? - 0 ?

TOTAL REEMBOLSOS (2) € ? ? ? ? ?

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) € ? ? ? ? ?
Unidade de Obra (UO) € ? ? ? ?
Unidade de Imputação (UI) €
Unidade de Custeio (UC) €

8.000Hh = 62.000€ + 1.500 Hm Hh = 10€


10.000 Hm = 110.000 + 1.000 Hh Hm = 12€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
399
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

§ Custeio Racional:

Custo X Y W Z TOTAL
Descrição U. F. (50.000 Hm) (30.000 Hm) (8.000 Hh) (10.000 Hm)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis € - 230.000 193.000 22.000 50.000 495.000

1.2. Custos Fixos € - 250.000 150.000 40.000 60.000 500.000



TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 480.000 343.000 62.000 110.000 995.000
2. Reembolsos

W Hh 10,00 3.500 35.000 3.500 35.000 - 0 1.000 10.000 80.000


Z Hm 12,00 5.000 60.000 3.500 42.000 1.500 18.000 - 0 120.000

TOTAL REEMBOLSOS (2) € 95.000 77.000 18.000 10.000 200.000

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) € 575.000 420.000 80.000 120.000 1.195.000


Unidade de Obra (UO) € 11,5 14 10 12
Unidade de Imputação (UI) €
Unidade de Custeio (UC) €

RÚBEN M. T. PEIXINHO
400

Contabilidade de Gestão I

AULA TEÓRICA XII

8. Centros de Custos

RÚBEN M. T. PEIXINHO
401
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Identificação de Secções Homogéneas:

1. Secções de Aprovisionamento;

2. Secções Industriais;

3. Secções de Distribuição;

4. Secções Administrativas;

5. Secções de Investigação e Desenvolvimento;

6. …

RÚBEN M. T. PEIXINHO
402

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

1. Secções de Aprovisionamento (Imputação dos custos):

1.1. Bases de Imputação dos custos dos armazéns de matérias:


a) Quantidades compradas;
b) Valor das compras;
c) Quantidades consumidas;
d) Valor dos consumos;

1.2. Bases de Imputação dos custos dos armazéns de produtos acabados


e semiacabados:
a) Quantidades Produzidas;
b) Quantidades Vendidas;
c) Valor das vendas;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
403
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

1.1.1. Armazém de Matérias (Imputação às Compras)

- A imputação dos custos do armazém de matérias em função das


compras (quantidade ou valor) leva a que as matérias adquiridas no
período sejam valorizadas ao custo global;
- O Custo Global engloba o valor de aquisição (custo externo) e o custo
de armazenagem (custo interno);
- O valor dos Inventários das Matérias é assim influenciado quando o
custo do Armazém de Matérias é imputado em função das compras;
- Neste caso podem existir custos de armazenagem ocorridos num
determinado período que acabam por não ser incorporados no custo
de produção (quando a empresa não consome todas as MP que
compra);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
404

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Mapa do Custo das Compras

Custo Externo Secção Armazém Custo Global


Descrição Qt. Comprada
U.F. Unit. Total Matérias Total Unit.
(1) (2) (3) = (1) x (2) (4) (5) = (3) + (4) (6) = (5) / (1)

Matéria Prima A
Matéria Prima B
Mat. Subsidiária 1
Mat. Subsidiária 2
Outras Matérias
TOTAL

RÚBEN M. T. PEIXINHO
405
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Se a base de imputação dos custos do Armazém de Matérias for:

a) Quantidade Comprada:

Custo Total Secção Armazém MP


UI do Armazém MP =
! Quantidades Compradas

Custo Interno = Qt. Compradas (1) x UI Armazém MP

b) Valor das Compras

Custo Total Secção Armazém MP


UI do Armazém MP =
! Custo Externo das Compras

Custo Interno = Custo Externo (3) x UI Armazém MP

RÚBEN M. T. PEIXINHO
406

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

1.1.2. Armazém de Matérias (Imputação aos Consumos)

- A imputação dos custos do armazém de matérias em função dos


consumos (quantidade ou valor) leva a que o valor do Inventário das
Matérias não seja influenciado pelos custos do Armazém;
- O valor do Inventário das Matérias corresponde apenas ao valor de
aquisição (custo externo);
- Os custos do Armazém são imputados directamente aos custos de
produção em função da quantidade de Matérias consumidas
(quantidade ou valor);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
407
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Se a base de imputação dos custos do Armazém de Matérias for:

a) Quantidade Consumida:

Custo Total Secção Armazém MP


UI do Armazém MP =
! Consumos (Quantidade)

b) Valor dos Consumos:

Custo Total Secção Armazém MP


UI do Armazém MP =
! Consumos (Valor)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
408

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Exemplo 1:
Considere uma empresa que possui uma secção de Armazém de Matérias cujos gastos de
certo período atingiram o montante de 10.000 €. No referido período deram entrada no
armazém as seguintes quantidades e respectivos valores (considere Ii = 0):
- Matéria A: 1.000 kg a 50€ / Kg.;
- Matéria B: 750 Kg a 30€ / Kg.;
- Matéria C: 250 Kg a 25€ / Kg.

Os consumos registados no mesmo período são os seguintes:


- Matéria A: 800 kg (500 Kg para o X e 300 Kg para o Y);
- Matéria B: 600 Kg (apenas para o X);
- Matéria C: 100 Kg (apenas para o Y);

A empresa fabrica dois produtos (Utiliza o Custeio Total). A quantidade produzida neste
período são: 1.000 unidades de produto X e 500 unidades de produto Y. Os custos de
transformação foram de: 50.000€ para o produto X e 40.000€ para o produto Y.
RÚBEN M. T. PEIXINHO
409
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Qual o custo global das matérias, dos produtos acabados e dos Inventários após
imputação dos custos de armazenagem?

a) Imputação em função das quantidades entradas em armazém;


b) Imputação em função do valor dos matérias entradas em armazém;
c) Imputação em função das quantidades consumidas;
d) Imputação em função do valor das matérias consumidas do armazém;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
410

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

a) Imputação em função das quantidades entradas em armazém:


(valores em Euros)

- Mapa Secção Armazém MP: Descrição U. F.


Custo Armazém Matérias
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 10.000


Ordenados € - - 3.000
Encargos Sociais € - - 1.800
Depreciações € - - 2.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 2.200

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 10.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 10.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 5,00
Unidade de Custeio (UC) 333,33

Custo Total Secção Armazém MP 10.000


UI do Armazém MP = =
! Quantidades Compradas (1.000 + 750 + 250)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
411
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo Global das Matérias:


Custo Externo Secção Armazém Custo Global
Descrição Qt. Comprada
U.F. Unit. Total Matérias Total Unit.
(1) (2) (3) = (1) x (2) (4) = (1) x UI (5) = (3) + (4) (6) = (5) / (1)

Matéria Prima A Kg 1.000 50 50.000 5.000 55.000 55,00


Matéria Prima B Kg 750 30 22.500 3.750 26.250 35,00
Matéria Prima C Kg 250 25 6.250 1.250 7.500 30,00
TOTAL 2.000 105 78.750 10.000 88.750

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário MP:


Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL
UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor MP A Kg 55 200 11.000
MP A Kg 55 500 27.500 300 16.500 44.000 MP B Kg 35 150 5.250
MP B Kg 35 600 21.000 0 0 21.000 MP C Kg 30 150 4.500
MP C Kg 30 0 0 100 3.000 3.000 TOTAL 20.750
TOTAL MP 48.500 19.500 68.000
Custos Transformação - 50.000 40.000 90.000
CIPA T 98.500 59.500 158.000
CIPA u 98,50 119,00

RÚBEN M. T. PEIXINHO
412

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

b) Imputação em função do valor dos matérias entradas em armazém:


(valores em Euros)
- Mapa Secção Armazém MP: Custo Armazém Matérias
Descrição U. F.
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 10.000


Ordenados € - - 3.000
Encargos Sociais € - - 1.800
Depreciações € - - 2.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 2.200

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 10.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 10.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 0,127
Unidade de Custeio (UC) 333,33

Custo Total Secção Armazém MP 10.000


UI do Armazém MP = =
! Custo Externo das Compras (50.000 + 22.500 + 6.250)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
413
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo Global das Matérias:

Custo Externo Secção Armazém Custo Global


Descrição Qt. Comprada
U.F. Unit. Total Matérias Total Unit.
(1) (2) (3) = (1) x (2) (4) = (3) x UI (5) = (3) + (4) (6) = (5) / (1)

Matéria Prima A Kg 1.000 50 50.000 6.349 56.349 56,35


Matéria Prima B Kg 750 30 22.500 2.857 25.357 33,81
Matéria Prima C Kg 250 25 6.250 794 7.044 28,17
TOTAL 2.000 105 78.750 10.000 88.750

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário MP:


Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL
UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor MP A Kg 56,35 200 11.270
MP A Kg 56,35 500 28.175 300 16.905 45.079 MP B Kg 33,81 150 5.071
MP B Kg 33,81 600 20.286 0 0 20.286 MP C Kg 28,17 150 4.226
MP C Kg 28,17 0 0 100 2.817 2.817 TOTAL 20.567
TOTAL MP 48.460 19.722 68.183
Custos Transformação - 50.000 40.000 90.000
CIPA T 98.460 59.722 158.183
CIPA u 98,46 119,44

RÚBEN M. T. PEIXINHO
414

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

c) Imputação em função das quantidades consumidas :


(valores em Euros)

- Mapa Secção Armazém MP: Descrição U. F.


Custo Armazém Matérias
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 10.000


Ordenados € - - 3.000
Encargos Sociais € - - 1.800
Depreciações € - - 2.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 2.200

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 10.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 10.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 6,667
Unidade de Custeio (UC) 333,33

Custo Total Secção Armazém MP 10.000


UI do Armazém MP = =
! Consumos (Quantidade) (800 + 600 + 100)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
415
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo Global das Matérias:


Custo Externo/Global
Descrição Qt. Comprada
U.F. Unit. Total
(1) (2) (3) = (1) x (2)

Matéria Prima A Kg 1.000 50 50.000


Matéria Prima B Kg 750 30 22.500
Matéria Prima C Kg 250 25 6.250
TOTAL 2.000 - 78.750

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário MP:


Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL
UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor MP A Kg 50,00 200 10.000
MP A Kg 50,00 500 25.000 300 15.000 40.000 MP B Kg 30,00 150 4.500
MP B Kg 30,00 600 18.000 0 0 18.000
MP C Kg 25,00 150 3.750
MP C Kg 25,00 0 0 100 2.500 2.500
TOTAL MP 43.000 17.500 60.500
TOTAL 18.250
Secção Armazém MP - 6,67 1.100 7.333 400 2.667 10.000
Custos Transformação - 50.000 40.000 90.000
CIPA T 100.333 60.167 160.500
CIPA u 100,33 120,33

(CA): 1.100 = 500 (MP A) + 600 (MP B)


400 = 300 (MP A) + 100 (MP C)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
416

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

d) Imputação em função do valor das matérias consumidas do armazém:


(valores em Euros)
- Mapa Secção Armazém MP: Custo Armazém Matérias
Descrição U. F.
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 10.000


Ordenados € - - 3.000
Encargos Sociais € - - 1.800
Depreciações € - - 2.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 2.200

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 10.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 10.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 0,165
Unidade de Custeio (UC) 333,33

Custo Total Secção Armazém MP 10.000


UI do Armazém MP = =
! Consumos (Valor) (40.000 + 18.000 + 2.500)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
417
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo Global das Matérias:


Custo Externo/Global
Descrição Qt. Comprada
U.F. Unit. Total
(1) (2) (3) = (1) x (2)

Matéria Prima A Kg 1.000 50 50.000


Matéria Prima B Kg 750 30 22.500
Matéria Prima C Kg 250 25 6.250
TOTAL 2.000 - 78.750

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário MP:


Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL
UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor MP A Kg 50,00 200 10.000
MP A Kg 50,00 500 25.000 300 15.000 40.000
MP B Kg 30,00 150 4.500
MP B Kg 30,00 600 18.000 0 0 18.000
MP C Kg 25,00 0 0 100 2.500 2.500
MP C Kg 25,00 150 3.750
TOTAL MP 43.000 17.500 60.500 TOTAL 18.250
Secção Armazém MP - 0,165 43.000 7.107 17.500 2.893 10.000
Custos Transformação - 50.000 40.000 90.000
CIPA T 100.107 60.393 160.500
CIPA u 100,11 120,79

(CA): 43.000 = 500*50 (MP A) + 600*30 (MP B)


17.500 = 300*50 (MP B) + 100*25 (MP C)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
418

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

1.2.1. Armazém de Produtos Acabados (Imputação à Produção)

- A imputação dos custos do armazém de PA em função das


quantidades produzidas leva a que estes custos sejam considerados
custos de Produção;
- Os custos do Armazém de PA são imputados à produção quando esta
se apresenta mais regular que as vendas;
- O valor dos Inventários dos PA é assim influenciado quando o custo
do Armazém de PA é imputado em função da produção;
- Neste caso podem existir custos de armazenagem ocorridos num
determinado período que acabam por não ser incorporados na DR
(quando a empresa não vende tudo o que produz);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
419
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Neste caso:

Custo Total Secção Armazém PA


UI do Armazém PA =
! Quantidades Produzidas

Custo Armazém (Produto X) = Qt. Produzida X x UI Armazém PA

RÚBEN M. T. PEIXINHO
420

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

1.2.2. Armazém de Produtos Acabados (Imputação às Vendas)

- Os custos do Armazém de PA são imputados às vendas quando estas


se apresentam mais regulares que a produção;
- A imputação dos custos do armazém de PA em função das vendas
leva a que estes custos sejam considerados custos do período;
- Se o armazém se encontrar na dependência funcional da Produção
deverá ser considerado na DR como Custo das Vendas;
- Se o armazém se encontrar na dependência funcional da Distribuição
deverá ser considerado na DR como Custo de Distribuição;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
421
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Se a base de imputação dos custos do Armazém de PA for:

a) Quantidade Vendida:

Custo Total Secção Armazém PA


UI do Armazém PA =
! Quantidades Vendidas

Custo Armazém (Produto X) = Qt. Vendida X x UI Armazém PA

b) Valor das Vendas:

Custo Total Secção Armazém PA


UI do Armazém PA =
Volume Vendas

Custo Armazém (Produto X) = Volume Vendas X x UI Armazém PA

RÚBEN M. T. PEIXINHO
422

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Exemplo 2:
Considere uma empresa que fabrica dois produtos (X e Y) e que possui um secção de
Armazém de PA cujos gastos de certo período atingiram o montante de 15.000 €
(considere Ii = 0). Os elementos do mês são os seguintes:
- MPcons.: 40.000€ (X: 30.000€ e Y:10.000€);
- MOD: 25.000€ (x: 15.000€ e Y: 10.000€);
- GGF: 15.000€ (X: 10.000€ e Y: 5.000€);
- Outros Custos não Industriais: 30.000€;

- Produção: X = 1.000 unid. Y = 2.000 unid.


- Vendas: X = 900 unid. Y = 1.500 unid.
- PVunit.: X = 80€ Y = 35€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
423
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Qual o CIPA dos produtos acabados, do Inventário final de PA e Resultado do período


após imputação dos custos de armazenagem?

a) Imputação em função das quantidades produzidas;


b) Imputação em função das quantidades vendidas;
c) Imputação em função do valor das vendas;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
424

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

a) Imputação em função das quantidades produzidas :


(valores em Euros)
- Mapa Secção Armazém PA: Custo Armazém Produto Acabado
Descrição U. F.
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 15.000


Ordenados € - - 5.000
Encargos Sociais € - - 3.000
Depreciações € - - 3.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 3.000

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 15.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 15.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 5,00
Unidade de Custeio (UC) 500,00

Custo Total Secção Armazém PA 15.000


UI do Armazém PA = =
! Quantidades Produzidas (1.000 + 2.000)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
425
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário PA:

Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL


UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor
Produto X Kg 60,00 100 6.000
MP - - - 30.000 - 10.000 40.000
MOD - - - 15.000 - 10.000 25.000
Produto Y Kg 17,50 500 8.750
GGF - - - 10.000 - 5.000 15.000 TOTAL 14.750
Secção Armazém MP - 5,00 1.000 5.000 2.000 10.000 15.000
CIPA T 60.000 35.000 95.000
CIPA u 60,00 17,50

- Demonstração dos Resultados

PERÍODO
RUBRICAS
X % Y % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 72.000,00 € 100% 52.500,00 € 100% 124.500,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -54.000,00 € -75% -26.250,00 € -50% - 80.250,00 € -64%

RESULTADO BRUTO 18.000,00 € 25% 26.250,00 € 50% 44.250,00 € 36%

Gastos não Industriais 0% 0% - 30.000,00 € -24%

RAI 0% 0% 14.250,00 € 11%

RÚBEN M. T. PEIXINHO
426

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

b) Imputação em função das quantidades vendidas:


(valores em Euros)
- Mapa Secção Armazém PA: Descrição U. F.
Custo Armazém Produto Acabado
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 15.000


Ordenados € - - 5.000
Encargos Sociais € - - 3.000
Depreciações € - - 3.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 3.000

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 15.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 15.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 6,25
Unidade de Custeio (UC) 500,00

Custo Total Secção Armazém PA 15.000


UI do Armazém PA = =
! Quantidades Vendidas (900 + 1.500)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
427
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário PA:


Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL
UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor Produto X Kg 55,00 100 5.500
MP - - - 30.000 - 10.000 40.000 Produto Y Kg 12,50 500 6.250
MOD - - - 15.000 - 10.000 25.000
TOTAL 11.750
GGF - - - 10.000 - 5.000 15.000
CIPA T 55.000 25.000 80.000
CIPA u 55,00 12,50

- Demonstração dos Resultados:


PERÍODO
RUBRICAS
X % Y % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 72.000,00 € 100% 52.500,00 € 100% 124.500,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -49.500,00 € -69% -18.750,00 € -36% - 68.250,00 € -55%

RESULTADO BRUTO 22.500,00 € 31% 33.750,00 € 64% 56.250,00 € 45%

Gastos Distribuição (v) - 5.625,00 € -8% - 9.375,00 € -18% - 15.000,00 € -12%

Outros Gastos não Industriais 0% 0% - 30.000,00 € -24%

RAI 0% 0% 11.250,00 € 9%

(C.A.) Ga stos Di s tri bui çã o (X) = Qt. Vendi da x UI Armazém PA = 900 x 6,25 = 5.625€
Ga s tos Di s tri buiçã o (Y) = Qt. Vendi da x UI Arma zém PA = 1.500 x 6,25 = 9.375€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
428

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

c) Imputação em função do valor das vendas:


(valores em Euros)
- Mapa Secção Armazém PA: Descrição U. F.
Custo Armazém Produto Acabado
Unit. Q V
1. Custos Directos

1.1. Custos Variáveis 0

1.2. Custos Fixos 15.000


Ordenados € - - 5.000
Encargos Sociais € - - 3.000
Depreciações € - - 3.000
Seguros € - - 1.000
Outros € - - 3.000

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 15.000


2. Reembolsos 0

TOTAL REEMBOLSOS (2) 0

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 15.000


Unidade de Obra (UO)
Unidade de Imputação (UI) 0,120
Unidade de Custeio (UC) 500,00

Custo Total Secção Armazém PA 15.000


UI do Armazém PA = =
Volume Vendas (900x80 + 1.500x35)

RÚBEN M. T. PEIXINHO
429
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

- Custo dos Produtos Acabados: - Valor do Inventário PA:


Produto X Produto Y UF V. Unit. Qt. TOTAL
UF V. Unit. TOTAL
Qt. Valor Qt. Valor Produto X Kg 55,00 100 5.500
MP - - - 30.000 - 10.000 40.000 Produto Y Kg 12,50 500 6.250
MOD - - - 15.000 - 10.000 25.000
TOTAL 11.750
GGF - - - 10.000 - 5.000 15.000
CIPA T 55.000 25.000 80.000
CIPA u 55,00 12,50

- Demonstração dos Resultados:


PERÍODO
RUBRICAS
X % Y % TOTAL %
Vendas e Serviços Prestados 72.000,00 € 100% 52.500,00 € 100% 124.500,00 € 100%

Custo das Vendas e Serviços Prestados (CIPV) -49.500,00 € -69% -18.750,00 € -36% - 68.250,00 € -55%

RESULTADO BRUTO 22.500,00 € 31% 33.750,00 € 64% 56.250,00 € 45%

Gastos Distribuição (v) - 8.674,70 € -12% - 6.325,30 € -12% - 15.000,00 € -12%

Outros Gastos não Industriais 0% 0% - 30.000,00 € -24%

RAI 0% 0% 11.250,00 € 9%

(C.A.) Ga s tos Di s tri bui çã o (X) = Vol . Venda s x UI Arma zém PA = 72.000 x 0,12 = 8.674,7€
Ga s tos Di s tri buiçã o (Y) = Vol . Venda s x UI Arma zém PA = 52.500 x 0,12 = 6.325,3€

RÚBEN M. T. PEIXINHO
430

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

2. Secções Industriais (Imputação dos custos):

- O custo das secções industriais auxiliares é imputado como vimos na


sessão anterior às secções utilizadoras em função da actividade utilizadas;
- O custo das secções principais (que engloba os custos de transformação) é
imputado aos produtos principais em função da actividade que cada uma
das secções principais fornece à fabricação dos mesmos;
- O custo destas secções constitui um custo do produto utilizado no cálculo
do CIPA;
- O custo das secções é imputado posteriormente ao período em função das
vendas da empresa;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
431
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

3. Secções de Distribuição, Administrativas, I&D, etc (Imputação dos


custos):

- O custo das secções não industriais é um custo do período em que os


mesmos ocorrem;
- São custos que não afectam o cálculo do custo do produto;

RÚBEN M. T. PEIXINHO
432

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Mapa do Custo de Produção:


Custo Produto X Produto Y …
Descrição U. F. TOTAL
Unit. Qt. Valor Qt. Valor Qt. Valor
1. Matérias Directas
MP A
MP B

TOTAL MATÉRIAS DIRECTAS
2. Custos Transformação
SP 1
SP 2

Secção Aprovisionamento

TOTAL CUSTOS TRANSFORMAÇÃO
3. Outros Custos Industriais
Subprodutos
Resíduos

TOTAL OUTROS CUSTOS INDUSTRIAIS
4. PVFi - PVFf
PVFi
(PVFf)
TOTAL PVFi - PVFf

5. CUSTO TOTAL (1 + 2 + 3 + 4)
Global
Unitário

RÚBEN M. T. PEIXINHO
433
MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Mapa do Custo de Produção:

1. O custo da MP consumida resulta da valorização dos consumos ao


respectivo custo unitário da compra e inventário final (critério
valorimétrico);

2. Os custos de transformação a imputar aos produtos resultam da actividade


das secções principais utilizada na fabricação do respectivo produto
valorizada através da unidade de obra;

3. O custo das secções auxiliares não entra neste mapa directamente uma vez
que o seu custo já foi imputado (através dos reembolsos) às secções
principais;

4. Os custos das secções de aprovisionamento de Matérias são imputados aos


produtos quando a base de imputação forem os consumos (quantidade ou
valor);

RÚBEN M. T. PEIXINHO
434

MÉTODO
AGENDA DAS SECÇÕES HOMOGÉNEAS

Ø Mapa do Custo de Produção:

5. Os custos das secções de aprovisionamento de Produtos Acabados são


imputados aos produtos quando estes forem imputados à produção;

6. O valor do lucro que a empresa obtém através da venda da produção do


subproduto/resíduo deve ser deduzido ao custo de produção dos produtos
principais quando a empresa utilize o critério do lucro nulo para valorizar os
mesmos;

7. Os eventuais custos adicionais de natureza industrial que a empresa


suporte relacionados com os resíduos devem ser adicionados ao custo de
produção dos produtos principais (ex: destruição do resíduo);

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Ø Exemplo (Exercício 1 – Casos Práticos 11 – Continuação da aula anterior):

SP1 SP2 SA1 SA2 TOTAL


Custo
Descrição U. F. (10.000 Hh) (7,500 Hh) (5.000 Hm) (2.500 Hh)
Unit.
Q V Q V Q V Q V Q V
1. Custos Directos - - 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500

TOTAL CUSTOS DIRECTOS (1) 22.750 20.750 2.000 2.000 47.500


2. Reembolsos

2.1. SA1 Hm 0,5 2.500 1.250 1.500 750 - 0 1.000 500 2.500
2.2. SA2 Hh 1 1.000 1.000 1.000 1.000 500 500 - 0 2.500

TOTAL REEMBOLSOS (2) 2.250 1.750 500 500 5.000

3. CUSTO TOTAL (1 + 2) 25.000 22.500 2.500 2.500 52.500


Unidade de Obra (UO) 2,5 3 0,5 1
Unidade de Imputação (UI)
Unidade de Custeio (UC)

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Outras informações:

Utilizadores
Fornecedores U.F. SP1 SP2 SA1 SA2 Cadeiras Mesas
SP1 Hh - - - - 7.000 3.000
SP2 Hh - - - - 2.500 5.000
SA1 Hm 2.500 1.500 - 1.000 - -
SA2 Hh 1.000 1.000 500 - - -

Produtos acabados no mês Quantidades


Cadeiras 1.250 unid.
Mesas 1.000 unid.

Cadeiras Mesas
Consumo de matérias directas 20.000€ 17.500€
PVFi 5.000€ 10.000€
PVFf 10.000€ -

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Ø Mapa do Custo de Produção

Custo Cadeiras Mesas


Descrição U. F. 1.250 unid 1.000 unid. TOTAL
Unit. Qt. Valor Qt. Valor
1. Matérias Directas unid. 20.000 17.500 37.500

TOTAL MATÉRIAS DIRECTAS 20.000 17.500 37.500


2. Custos Transformação
SP 1 Hm 2,5 7000 17.500 3000 7.500 25.000
SP 2 Hh 3 2500 7.500 5000 15.000 22.500

TOTAL CUSTOS TRANSFORMAÇÃO 25.000 22.500 47.500


3. Outros Custos Industriais
Subprodutos
Resíduos

TOTAL OUTROS CUSTOS INDUSTRIAIS 0 0 0
4. PVFi - PVFf
PVFi 5.000 10.000 15.000
(PVFf) -10.000 0 -10.000
TOTAL PVFi - PVFf -5.000 10.000 5.000

5. CUSTO TOTAL (1 + 2 + 3 + 4)
Global 40.000 50.000 90.000
Unitário 32,00 50,00

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Ø Aspectos Contabilísticos (Centros de Custos / Secções)

93.2 – C.C. Ind. 93.2 – C.C. Industrial


91. Custos Reflectidos 94.1. – Fabricação
Auxiliar Principal

Custos Directos Reembolsos

95.6 Inventário Matérias

93.3 – C.C. Distrib. 99.04 – Gastos


Distribuição

Custos Directos
96.X Encargos a Repartir

93.4 – C.C. Administ. 99.05 – Gastos


Administrativos

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Ø Contabilização (Exemplo anterior)

93.21 – SP1 93.23 – SA1

a MOD 7.500 17.500 de Fab. - Cadeiras a GGF 2.000 1.250 de SP1


a GGF 15.250 7.500 de Fab. - Mesas a SA2 500 750 de SP2
a SA1 1.250 500 de SA2
a SA2 1.000

93.22 – SP2 93.24 – SA2

a MOD 6.375 7.500 de Fab. - Cadeiras a GGF 2.000 1.000 de SP1


a GGF 14.375 15.000 de Fab. - Mesas a SA1 500 1.000 de SP2
a SA1 750 500 de SA1
a SA2 1.000

RÚBEN M. T. PEIXINHO
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