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LICENCIATURA EM

LICENCIATURA EM COMÉRCIO E
NEGÓCIOS INTERNACIONAIS CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL

Regente: Prof. Vera Ramos de Pina


vcpina@iscal.ipl.pt
Docentes TCNIN21/TCNIN22:
Prof. Carlos Ribeiro/ Prof. ª Rita Silva
risilva@iscal.ipl.pt / cmribeiro@iscal.ipl.pt

ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE


1
ÍNDICE

ÍNDICE:

1. Breves considerações sobre as origens e evolução da contabilidade


2. Definição de contabilidade
3. Conceitos inerentes ao âmbito e objeto de contabilidade

CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL 2


1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Conhecem?

CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL 3


1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

 De acordo com Gonçalves da Silva e outros autores o franciscano Luca Paccioli


terá contribuído muitíssimo para a contabilidade através da compilação da sua
obra pois sistematizou num só livro os conhecimentos contabilísticos da época,
incluindo o princípio das partidas dobradas.

 Ao sistema unigráfico ou das partidas simples, em que cada operação dava


apenas lugar a uma inscrição, sucede o sistema das partidas dobradas em que
uma operação implica sempre duas inscrições de sentido contrário.

CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL 4


1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

 O sistema das partidas dobradas é um marco na


evolução da contabilidade.
 Foi difundido por toda a europa através da sua
impressão.

CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL 5


1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

O cenário atual da Contabilidade

 De maneira geral, poderíamos dizer que o início do século XX presenciou a queda da chamada Escola Europeia
(mais especificamente a Italiana) e a ascensão da chamada Escola Norte-americana no mundo contabilístico.

 Hoje em dia, no rumo à harmonização internacional das normas contabilísticas, decidiu-se pela adopção do
modelo do IASB (International Accounting Standards Board), de inspiração Anglo-Saxónica (como será visto mais
tarde no curso).

CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL 6


1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

A tomada de decisões:

 Frequentemente, os responsáveis pela gestão estão tomando decisões vitais para o sucesso do negócio.

 Para isso, há a necessidade de dados, de informações corretas, que contribuam para uma boa tomada de
decisão.
 Decisões como comprar ou alugar uma máquina;
 O preço de um produto
 Contrair uma dívida a longo ou curto prazo…
 Quantidades a encomendar/Comprar

CONTABILIDADE E RELATO EMPRESARIAL 7


1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

O papel da contabilidade:

 A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões.

 É a Contabilidade que coleta todos os dados económicos, avaliando-os em unidades monetárias,


registando-os e sumariando-os em forma de relatórios para serem comunicados e poderem contribuir para a
tomada de decisões.

TÍTULO 8
1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

 Definição de contabilidade:

 Há muitos autores que definem “Contabilidade” das quais distinguimos a definição de 1953 do American
Institute of Accountants (AIA) (In: Review and resume, Accounting Terminology Bulletin nº 1, parág. 9, (NY: AIA):

 “É a Contabilidade que reconhece todos os dados económicos, mensurando-os monetariamente,


registando-os e sumariando-os em forma de relatórios comunicados, que contribuem sobremaneira
para a tomada de decisões.”

9
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

 A CONTABILIDADE

Professor Gonçalves da Silva:


“Sistema de recolha, classificação, interpretação e exposição dos
dados económicos.”
O que
O que tenho? O que devo? ganhei ou
perdi?

A Contabilidade é uma ciência económica que realiza um processo


de identificar, medir e comunicar informação económica, apta
para emitir juízos e tomar decisões destinada aos distintos
utilizadores daquela informação.
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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

 A CONTABILIDADE

A Contabilidade é um sistema de informação que deve garantir a


fiabilidade e precisão da mesma, através de métodos rigorosos de
medição e organização para a tomada de decisão.

Critérios de Reconhecimento e Mensuração

A Contabilidade é uma atividade que proporciona informação (…)


para a tomada de decisões, planeamento, controlo das operações,
avaliação do desempenho e relato financeiro aos utentes (como
investidores, credores, autoridades reguladoras e ao público em
geral). TÍTULO 11
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Divisões da Contabilidade

Contabilidade

Ponto de vista Ponto de vista


ótica do
Temporal utilizador

Externa / Interna /
Histórico Previsional
Financeira Gestão
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1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

 Definição de contabilidade:

E dentro da mesma linha a definição do Prof. Rogério Ferreira:

 Um conjunto de processos de observação e de procedimentos convencionais visando:


- conhecimento da situação patrimonial;
- determinação das posições devedoras e credoras perante terceiros;
- apuramento de resultados;
- exercer funções previsionais e críticas.

13
1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ORIGENS,
EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE
Mais definições…

 O conhecimento do património nos aspectos quantitativos, qualitativos e


valorativos, em qualquer momento da existência da empresa, e ainda possibilitar a
análise económico-financeira da empresa ( Prof. Lopes de Amorim);

 Prática social e institucional com implicações para o funcionamento social e


organizacional (Miller, 1994; Hopwod e Miller, 1994);

 A contabilidade enquanto prática social influencia e é influenciada simultaneamente


pelo seu contexto e é hoje mais facilmente reconhecida como instrumento de poder
e controlo do que por um conjunto de ideais e técnicas neutras que apenas visam
facilitar e monitorizar contratos livremente estabelecidos entre instituições (Carnegie
e Napier, 1996);

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OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
 Fonte de informação a partir do registo das operações;

 Conhecer a situação patrimonial da empresa em geral;

 Determinar as posições devedoras e credoras da empresa perante terceiros;

 Apurar os resultados do período contabilístico;

 Exercer funções previsionais e de controlo;

 Analisar a situação económico-financeira;

 Contribuir para a avaliação do desempenho.

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CONCEITOS

 Áreas de atividade económica da empresa

• Transforma os • Transporta os • Satisfaz as


meios de produção produtos de locais de necessidades através
(m.p.,m-o, g.g.f.) produção até aos da utilização dos bens
em produtos locais de venda. e serviços
acabados ou produzidos.
serviços.

Produção Distribuição Consumo

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CONCEITOS

ENTIDADE é uma unidade empresarial ou não, formal ou informal,


organizada para conseguir certos objetivos. Pressupõe um conjunto
de pessoas, de bens/serviços e de capital.

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CONCEITOS

O conceito de entidade:

 Presume a predominância de aspetos económicos da organização.

 Fornece a base de identificação dos recursos económicos e das atividades das unidades empreendedoras e
específicas (a base de definição da área de cobertura apropriada a um dado conjunto de registos ou relatórios).

 Está subjacente a toda a contabilidade

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CONCEITOS

HUMANOS

O conceito de empresa:
MATERIAIS CAPITAL

Unidade composta por meios humanos, técnicos e financeiros, (inserida num meio
ambiente), organizados que têm como objetivo produzir ou prestar serviços de forma a
satisfazer as necessidades dos consumidores.

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CONCEITOS

Classificação Económica das Empresas:

Empresas • São afectas directamente aos bens de


Industriais produção de bens (produtos).

Empresas • Adquirem e vendem determinados


bens (mercadorias) e vendem-nos
Comerciais sem lhes alterar as características.

Empresas • São afectos directamente à actividade


de serviços de serviços.
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CONCEITOS
Ideia

Estudo de Mercado
Estruturação do negócio
Elaboração do Plano de
Negócios Análise da Viabilidade
económica e financeira.

Financiamento

Escolha da Forma Jurídica

Constituição da Empresa Obtenção dos Licenciamentos


Necessários
Constituição Formal Processo Tradicional

Processo “Empresa na Hora”


Pós-Constituição

Registo de Marcas e
Formalidades
Patentes
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FORMA JURÍDICA DAS EMPRESAS

Forma Jurídica das empresas:

Empresas em nome individual

Sociedades:

Sociedades civis (não têm por objeto a prática de atos de comércio)

Sociedades comerciais:

 Sociedades em nome colectivo (art. 175º a 196º CSC)


 Sociedades por quotas (art. 197º a 270º CSC)
 Sociedades anónimas (art. 271º a 464º CSC)
 Sociedades em comandita (art. 465º a 480º CSC)

Cooperativas
22

Empresas públicas
FORMA JURÍDICA DAS EMPRESAS

Sociedades por quotas (art. 197º a 270º CSC)


O capital social está dividido em quotas e a cada sócio fica a pertencer uma quota
correspondente à entrada;
Não existe capital social mínimo;
Os sócios respondem solidariamente pelas entradas convencionadas no contrato social;

Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da sociedade, salvo
se o contrato estipular o contrário;
Os valores nominais de cada quota não podem ser inferiores a 1 euro;
A firma deve ser formada pelo nome ou firma de todos ou alguns dos sócios, por
denominação particular ou por ambos, acrescido de "Limitada" ou "Lda.“.

23
FORMA JURÍDICA DAS EMPRESAS
Sociedades anónimas (art. 271º a 464º CSC):
O capital social é dividido em acções;
O valor nominal mínimo do capital é de 50.000€;
É uma sociedade de responsabilidade limitada porquanto os accionistas limitam a sua
responsabilidade ao valor das acções por si subscritas;
Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da sociedade, salvo se o
contrato estipular o contrário;
A sociedade anónima não pode ser constituída por um número de accionistas inferior a 5, salvo
quando a lei o dispense;
Todas as acções têm o mesmo valor nominal;

A firma deve ser formada pelo nome ou firma de um ou alguns accionistas ou por denominação
particular ou ainda pela reunião de ambos, ao que acresce a expressão "Sociedade Anónima" ou
"SA".

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FORMA JURÍDICA DAS EMPRESAS

Escolha da Forma Jurídica

ASPECTOS SOCIEDADE POR QUOTAS SOCIEDADE ANÓNIMA

Número de sócios 1 5
Capital social Livre 50.000,00
Divisão do capital Quotas Acções
Quota/acção minima 1 0,01
Contribuição de indústria Não Admitida Não Admitida

O que responde pelas dívidas


Património Social Património Social
da sociedade

Responsabilidade dos sócios Solidariamente pelas entradas Solidariamente pelas entradas


A) C. Administração + Conselho
A) Gerência + Conselho Fiscal
Fiscal
Órgãos sociais
B) Administrador Único+ Fiscal
B) Gerência + ROC
Único

Firma Limitada / Lda Sociedade Anónima/ S.A. 25


FORMA JURÍDICA DAS EMPRESAS

o Em Portugal as sociedades assumem geralmente uma das duas formas mais comuns:

 - Sociedade Anónima, S.A

 - Sociedade por Quotas, Lda.

o A constituição de uma sociedade em Portugal, implica o cumprimento de uma série de formalidades:


http://www.cfe.iapmei.pt/

o Site Portal da Empresa:


 Tem por objectivo minimizar os passos para execução das obrigações do empresário, disponibilizando a realização de um grande número de serviços a partir da Internet
e evitando a sua deslocação às entidades competentes.

www.portaldaempresa.pt

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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Divisões da Contabilidade

Contabilidade

Ponto de vista Ponto de vista


ótica do
Temporal utilizador

Externa / Interna /
Histórico Previsional
Financeira Gestão
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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Divisões da Contabilidade

Contabilidade de carácter histórico: dá a conhecer o que efetivamente aconteceu, permitindo


uma visão retrospetiva da gestão da entidade. Inclui:

• Contabilidade Financeira: Necessária a todas as entidades. Regista e fornece informações


gerais, as que respeitam à entidade no seu todo. Apura o resultado global da entidade e divulga
o balanço.
• Contabilidade de Analítica: Está voltada para o cálculo, interpretação e controle dos custos dos
bens fabricados e comercializados, e dos serviços prestados pela entidade. É uma
contabilidade interna, visando o apuramento de resultados ao nível mais elementar. Por
produto; por departamento; por projeto; por cliente.
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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Divisões da Contabilidade

Contabilidade de Gestão:

«O processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e


comunicação de informação (quer financeira quer operacional) utilizado pelo órgão de gestão
para planear, avaliar e controlar internamente uma organização e para assegurar o uso e a
responsabilidade pelos seus recursos»

In Financial and Management Accounting Committee (FMAC), Internacional Federation of Accountants (IFAC), Practice Statement nº. 1,
Fevereiro de 1989

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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE
Utilizadores da Informação Contabilística § 9 a 11 - Estrutura Concetual

As demonstrações contabilísticas, preparadas, elaboradas e apresentadas pela


contabilidade, devem atender às necessidades dos utilizadores externos e internos à
entidade
Utilizadores internos
Utilizadores externos • Empregados
• Investidores atuais e potenciais • Órgãos de Gestão
• Instituições de crédito
• Clientes Utilizadores internos – participam
• Fornecedores e outros credores atuais diretamente na gestão da empresa,
• Governo e seus departamentos assim como em qualquer outra função
• Público de controlo da mesma. Neste sentido,
usam a informação interna e externa
Utilizadores externos – não participam produzida pela contabilidade, com fins
diretamente na gestão da empresa, mas são de continuidade, controlo e decisão.
afetados pela situação económico-financeira da
mesma. 30

Necessitam de informação “normalizada”


ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Utilizadores Externos da Informação Contabilística

 Os eventuais investidores, em ações ou obrigações, da entidade procuram extrair informações para sua
decisão sobre se vale a pena ou não investir na empresa, isto é, necessitam de informação para os ajudar a
determinar se devem comprar, deter ou vender os títulos e conhecer a capacidade da entidade de pagar
dividendos ou juros.

 As instituições de crédito, estão interessados em avaliar se a entidade oferece boas perspetivas de retorno
para seus empréstimos e financiamentos, isto é, estão interessados na informação que lhes facilite
determinar se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos no vencimento.

 Os clientes, têm interesse em informação acerca da continuação duma entidade, especialmente quanto têm
envolvimentos a prazo.

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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Utilizadores Externos da Informação Contabilística

 A administração pública, nos seus vários níveis, está interessada na informação contabilística como base
de imposição fiscal e para estudos macroeconómicos, requerem informação a fim de regulamentar as
atividades das empresas, determinar as políticas de tributação e como a base do rendimento nacional e de
estatísticas semelhantes.

 Os economistas e analistas financeiros estão interessados nas agregações contabilísticos para extrair
dados financeiros (vendas por sector, liquidez etc.

 O público em geral, podem ajudar o público ao proporcionar informação acerca das tendências e dos
desenvolvimentos recentes da prosperidade da entidade e da escala das suas atividades.

32
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Utilizadores Internos da Informação Contabilística

 Os funcionários procuram extrair informações sobre a capacidade da entidade de pagar


maiores salários e benefícios;

 Os administradores (gestores) para tomar decisões vitais à entidade.

33
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE
Utilizadores Internos da Informação Contabilística

 A Contabilidade para os utilizadores internos, além das demonstrações produzidas pela Contabilidade Financeira (Balanço,
Demonstração dos Resultados, Demonstração dos Fluxos de Caixa e respetivos Anexos às Demonstrações), também fornecem,
outros tipos de relatórios produzidos pela Contabilidade de Custos e pela Contabilidade de Gestão. Incluem-se entre tais tipos de
relatórios:

 Comparações entre custos orçamentados e custos reais;

 Relatórios para decisões especiais (Fabrico Próprio/Aquisição/Diversificação de Linhas de Negócio/Criação de Sucursais/


Relatórios de Rendibilidade de Produtos/Serviços)

 Estes relatórios devem utilizar outros conceitos além dos Princípios Fundamentais de Contabilidade (que iremos ver mais à
frente na disciplina),

34
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Divisões da Contabilidade – Ponto de Vista Temporal

 CONTABILIDADE PREVISIONAL- a que traduz a estrutura e atividade que se pretende no


futuro, exprimindo o resultado das previsões;

 CONTABILIDADE HISTÓRICA – a que dá a conhecer o que efetivamente se fez e mostra


se os objetivos traçados pela Gestão foram ou não atingidos;

35
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Ponto de Vista do Utilizador - Externa

• Registar os factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros;

• Permitir conhecer a situação patrimonial da empresa;

• Dá a conhecer o resultado da atividade de um período;

• Possibilitar elementos para análises económico-financeiras fornecer informações para


orientação das decisões dos gestores da empresa;

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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Ponto de Vista do Utilizador – Interna/Analítica/Gestão

• Trata fundamentalmente da determinação e da análise dos custos e proveitos, tendo pois por
objetivos os aspetos económicos da produção;

• Ocupa-se principalmente da contabilização das operações que se realizam dentro da


empresa;

• Possibilita a determinação de custos totais e unitários dos produtos;

• Encontra nas empresas produtoras o seu campo de eleição, pois nestas, pela sua dimensão
e complexidade, são necessários um adequado controlo de produção e elementos sobre os
gastos, proveitos e resultados;
37
FLUXOS DA EMPRESA

1. Fluxos da Empresa

2. Utilizadores da informação contabilística

3. Divisões da contabilidade

38
FLUXOS DA EMPRESA

Relações entre empresas:


 Fluxo é a quantidade de bens/serviços ou dinheiro transferido, em determinado período, por dois
agentes económicos.

No circuito económico empresarial, as empresas estabelecem relações económicas e financeiras:


- Umas viradas para aspetos internos;
- Outras viradas para o exterior.

Podem-se distinguir duas categorias de fluxos:


 fluxos reais (bens e serviços) e,
 fluxos monetários (meios monetários): são a contrapartida monetária do circuito de bens e
serviços, sendo este o correspondente aos fluxos físicos inerentes à atividade da unidade
económica

39
FLUXOS DA EMPRESA
Empresa
Fluxo real

Compras Produção Vendas

Despesa Receita

Gastos Rendimentos
Fornecedores Clientes
(MP/MO) Circuito real de bens e serviços

Circuito monetário

Pagamentos Recebimentos
Caixa / Bancos

Fluxo monetário

40
FLUXOS DA EMPRESA

Fornecedores (materiais,
mão-de-obra …) Despesas Compras
Fornecedores

Gastos

Produção Caixa/Depósitos

Rendimentos
Recebimentos

Compradores Receitas Vendas Compradores

Zona interna

41
FLUXOS DA EMPRESA

 Três ópticas distintas podem ser evidenciadas: Óptica Óptica Óptica de


Económica Financeira Caixa

1. A óptica financeira;
Rendimento Receita Recebimento

2. A óptica económica (ou produtiva); e

3. A óptica de tesouraria (ou de caixa)


Gasto Despesa Pagamento

42
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE
Fluxos da Empresa
1. A ótica financeira:
Diz respeito ao crédito concedido e obtido pela empresa no exterior. Se a empresa fica credora de
um elemento externo diz-se que teve uma receita, se pelo contrário fica devedora diz-se que teve
uma despesa.

 As despesas são obrigações de carácter financeiro decorrentes da aquisição de bens ou


Balanço
serviços, independentemente do seu pagamento;

 As receitas, são direitos de carácter financeiro decorrentes da venda de bens ou de


prestações de serviços, independentemente do seu recebimento.

43
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Fluxos da Empresa
2. A ótica de tesouraria (ou de caixa)
- Dizem respeito às entradas e saídas de meios monetários da empresa:

 Os recebimentos são entradas de meios de pagamento na empresa, qualquer que seja a


Dem.
Fluxos sua proveniência (ex: notas, moedas, cheques, vales postais).
de Caixa

 Os pagamentos são saídas de meios de pagamento da empresa, qualquer que seja o seu
destino (ex: notas, moedas, cheques, vales postais).

44
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

Fluxos da Empresa
3. A ótica económica (ou produtiva):
- Dizem respeito ao consumo de inputs (gasto) e à obtenção de outputs (rendimento). Ou seja,
dizem respeito à transformação dos diversos fatores produtivos.

 Os gastos são consumos de bens e/ou serviços, independentemente da sua aquisição ou


pagamento. Ex: custo das vendas, gastos com pessoal, depreciações/amortizações, etc.
 Os rendimentos são valores correspondentes à venda e à produção de bens e/ou serviços
(independentemente da sua transação). Ex: Vendas, variação da produção, prestação de
serviços, trabalhos para a própria empresa etc.

Demonstração de Resultados por Naturezas e por 45


Funções
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE
EXEMPLO 1:
A entidade WePack4U, Lda. celebrou um contrato de prestação de serviços de embalamento com um seu
cliente, que consiste no embalamento de 0,5 tonelada da mercadoria X pelo preço de 7.500 €, a executar
durante o mês de Abril de 2023, com as seguintes condições:
 Data final do serviço em 24-04-2023;
 Faturação em 27-04-2023 e liquidação a 30-05-2023.

Para a execução do serviço, a WePack4U, Lda. adquiriu em 30-01-2023 1.200 € de embalagens, com liquidação
da dívida a 07-02-2023 e os gastos incorridos totais com h/m + h/h foram de 3.700 €.
Data Operação Ótica Tipo de fluxo Valor do Fluxo
30-01-2023
07-02-2023
Abril
24-04-2023
46
27-04-2023
30-05-2023
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE
EXEMPLO 1 (Solução):
A entidade WePack4U, Lda. celebrou um contrato de prestação de serviços de embalamento com um seu
cliente, que consiste no embalamento de 0,5 tonelada da mercadoria X pelo preço de 7.500 €, a executar
durante o mês de Abril de 2023, com as seguintes condições:
 Data final do serviço em 24-04-2023;
 Faturação em 27-04-2023 e liquidação a 30-05-2023.

Para a execução do serviço, a WePack4U, Lda. adquiriu em 30-01-2023 1.200 € de embalagens, com liquidação
da dívida a 07-02-2023 e os gastos incorridos totais com h/m + h/h foram de 3.700 €.
Data Operação Ótica Tipo de fluxo Valor do Fluxo
30-01-2023 Financeira Despesa 1.200,00 €
07-02-2023 Tesouraria/Caixa Pagamento 1.200,00 €
Abril Económica Gasto 4.900,00 €
24-04-2023 Económica Rendimento 7.500,00 €
27-04-2023 Financeira Receita 7.500,00 € 47

30-05-2023 Tesouraria/Caixa Recebimento 7.500,00 €


ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

EXEMPLO 2
A empresa Y adquiriu a crédito, em 05.10.N, 10 toneladas de cereal no valor de
2 500 euros. Esta dívida foi paga em 15.11.N. Durante o mês de Outubro
efetuou a moagem de apenas 2 toneladas do referido cereal, sendo a farinha
vendida, por 750 euros, em 03.12.N. O valor desta venda foi recebido em
10.01.N+1.

48
ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

EXEMPLO 2
A empresa Y adquiriu a crédito, em 05.10.N, 10 toneladas de cereal no valor de
2 500 euros. Esta dívida foi paga em 15.11.N. Durante o mês de Outubro
efetuou a moagem de apenas 2 toneladas do referido cereal, sendo a farinha
vendida, por 750 euros, em 03.12.N. O valor desta venda foi recebido em
10.01.N+1.

05.10.N 15.11.N 03.12.N 10.01.N+1


Outubro

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ÂMBITO E OBJETO DA CONTABILIDADE

EXEMPLO 2 (Solução)

05.10.N Despesa : 2.500€

15.11.N Pagamento: 2.500€

Gasto: 500€
Outubro
Rendimento: 750€
Outubro
03.12.N Receita : 750€

10.01.N+1 Recebimento: 750€

50
LEITURAS RECOMENDADAS

 BORGES, António, RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério, (2020) “ ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL”, 27ª Edição, Áreas
Editora, Lisboa.
 Ler Cap. I . p.31 a p.46

 Estrutura Concetual do SNC

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