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FINANCEIRO
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1. Introdução
Iniciaremos a nossa mensagem de boas vindas com as palavras do Dr. António Domingues
Azevedo, extraido do livro “Manual de contabilidade financeira” de Sónia Monteiro (2012):
“ A crise que hoje assola o mundo, com especial relevo para o continente europeu, veio
evidenciar de forma notória, não só a importância da contabilidade na sustentabilidade das
empresas, mas também o relevante papel de interesse social de que se reveste o conhecimento
económico e financeiro das entidades que ela expressa.”
Actualmente a função de contabilidade tem merecido um reconhecimento que sempre deveria
ter mas que muitos, por má fé ou ignorância, se recusavam socialmente a reconhecer.
O vossos desejo nos inspirou em elaborar este manual com objectivo de desenvolver um
amplo conjunto de informação detalhada que auxile o formando a dominar alguns conceitos
básicos sobre a contabilidade financeira e a sua aplicabilidade.
Assim, organizamos este manual, divido em quadro módulo, que apresenta diversas
informações de contabilidade, numa abordagem multidisciplinar que abrange as seguintes
áreas:
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A Situação patrimonial/financeira
Património: conceito, composição e valor
Conta: Conceito, caracteristica, quadro de contas, classificação das conta.
Inventário: Conceito e classificação
Balanço: Conceito, classificação e representação do balanço
A dinamica/Desempenho Empresarial
Variações patrimoniais
Resultados: conceitos de gasto e rendimento, Demonstração de Resultados
Movimentação das contas: Representação grafica da conta (noção débito e crédito), metódo de registo
contabilistico (digrafia)
Lançamentos: tipos de lançamentos, classificação segundo o número de contas movimentadas,
classificação segundo a natureza dos movimentos e forma de representação dos lançamentos (diário e
Razão).
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A prestação de contas: Aos accionistas ou sócios, A autoridade Tributária ( Preenchimento
dos modelos fiscais e apresentação do relatório de contas), A Inspecção geral das finanças,
Ao Tribunal Administrativo, A comissão do Mercado de Valores Mobiliários
A leitura dos textos deste manual não a dispensa a consulta dos textos originais extraidos dos
livros constantes nas bibliografias apresentadas no fim de cada módulo.
Este manual ainda não é uma obra acabada, e jamais será, tendo em conta que o ICAM pauta
por uma politica de melhoramento continuo e caso existam contribuições para a sua melhoria
(sugestões, apontamentos e exercicios práticos) deverão ser enviado para o email:
atanziof@hotmail.com
O Autor
Atanázio Artur Franck
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2. Objectivos do curso
3. Metodologia
A formação será dada na base de aulas práticas e teóricas. Durante as aulas teóricas o
formador transmitirá os principais conceitos e princípios teóricos que possam servir de base
para posterior aprofundamento pelos formandos no seu ambiente de trabalho.
Para além das aulas teóricas e leituras obrigatórias dos formandos. Uma componente prática,
onde se procurará consolidar os fundamentos teóricos, também será observada. Nesta
componente, aos formandos é recomendado um esforço adicional na resolução dos exercícios
durante as horas de estudo individual ou em grupo.
Durante as aulas práticas dar-se-á ênfase a casos reais que sejam de interesse dos Magistrados
que podem consubstanciar as suas principais dificuldades.
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MODULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE FINANCEIRA
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1. Conceitos Fundamentais
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje.
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A evolução havida na contabilidade é resumida por AABB (2000) da seguinte forma:
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1.2 A Empresa e o Circuito Económico
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Figura 1 – A empresa e o circuito económico; Fonte: Manual de contabilidade (
Sónia M.S Monteiro, 2012)
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Fluxos reais e financeiros
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7. Firma das sociedades por quotas unipessoais “Sociedade Unipessoal Lda.”
8. Firma das socieades anónimas, “SA”
9. Firma de outros empresários comercias, pessoas colectivas.
Após a constituição das sociedades comerciais os empresários devem solicitar o seu resgisto
comercial, registo fiscal (NUIT) e a respectiva licença (Alvará) para desenvolver a actividade
selecionada. Após a recepção do alvará o empresário deverá proceder conforme a tabela
abaixo:
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Tabela 1: Procedimentos legais e fiscais das sociedade comercias após o alvará
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Fonte: O quadro legal para a constituição de sociedades comerciais em Moçambique, SAL
Após a obtenção do alvará o empresário comercial deverá proceder ao registro para efeito
de impostos (inicio de actividades) através do preenchimento do M/02 e deverá escolher a
sujeição a ISPC (Lei n.º 5/2009) ou Pela opção de tributação e sujeição em IVA (Lei
32/2007, Lei 33/2007 e Lei 34/2007)
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Tabela 2: Obrigações anuais das sociedades comerciais.
Fonte: ACIS (2012)
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Externa: informação relatada ao exterior, onde é proporcionada informação útil não
só aos gestores da empresa mas também aos sócios, ao Estado, etc.
A contabilidade é, assim, uma importante fonte de informação para os distintos stakeholders
ou utilizadores da informação contabilistica:
Investidores;
Empregadores;
Fornecedores,
Clientes;
Estado
Público em geral
Sendo a informação financeira proporcionda pela contabilidade uma das principais fontes de
informação para apoio à tomada de decisão, deve reunir uma série de requisitos:
Objectividade – corresponder a factos, não depender de interpretação pessoal;
Inteligibilidade – ser perceptível para os utilizadores;
Relevância – a informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, ou seja,
deve estar relacionada com a mesma;
Oportunidade – estar disponível no momento em que é necessária;
Rentabilidade – o custo de obter a informação não deve ser superior ao beneficio de
utilizar a mesma;
Credibilidade – deve ser credível para que todos os utentes a que elas se destina
possam retirar conclusões idóneas.
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“A contabilidade é a ciência que estuda os processos seguidos pelas unidades
económicas para relevação da gestão” – Zappa
“ A contabilidade é um metódo de investigação da actividade económica” – Popoff
Em resumo podemos definir segundo Costa (2005) citado por Sónia Monteiro (2013) que:
A contabilidade visa:
Conhecimento da situação patrimonial;
Determinação das posições devedoras e credoras da empresa perante terceiros;
Apuramento de resultados nas diversas actividades;
Exercer funções previsionais.
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1.6.3 Divisões da contabilidade
Atendendo ao objecto
Como muitos aspectos da actividade humana, a contabilidade tem vindo a especializar-se em
áreas próprias. Assim, tradicionalmente, referem-se duas grandes divisões da contabilidade, a
saber:
Contabilidade financeira, também chamada contabilidade geral ou contabilidade
externa, que é o campo da contabilidade que se debruça, sobretudo, sobre o relato
financeiro para exterior da empresa incluindo a preparação e apresentação das
demonstrações financeiras, assim como a acumulação de todos os dados necessários para
tal fim;
Contabilidade de custos, também conhecida por contabilidade analitica, de exploração
ou contabilidade de custos, que é o campo da contabilidade que se debruça,
essencialmente, sobre mensuração, acumulação e controlo dos custos, a fim de determinar
o custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados.
Segundo o Prof. Gonçalves da Silva citado por Borge (2010 Pag 44), o património é o
conjunto de valores sujeitos a uma gestão e afecto a um determinado fim.
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O património de um comerciante, é o conjunto de elementos utilizados por esse comerciante
no exercicio da sua actividade comercial. Contudo, os elementos pertecentes a esse
comerciante mas não afecto à aquela actividade (Ex. Utensílio domésticos) não devem ser
considerados seu património comercial. Serão seu património, não como comerciante, mas
sim como pessoa jurídica (privado) que é.
Cada componente de um dado patrímonio (ex: as mercadorias, um edificio, uma divida, uma
viatura, dinheiro em cofre, etc.), denomina-se elemento patrimonial, conforme ilustra a figura
abaixo:
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Os elementos patrimoniais têm algumas características comuns
(heterogéneos):
E podemos agrupar os elementos patrimoniais em classe para efeitos de registos e estes por
sua vez classificam-se em activos e passivo (credores + fundos próprios).
Activo – A
Credor – C
Fundos Próprios – FP
Passivo – P
Para entender melhor o conceito de activo de uma empresa vejamos o exemplo abaixo:
(Valor em MT)
Activo
Composição Valor
Dinheiro em caixa 100
Deposito a ordem no Banco Moçambicano 500
Divida de um cliente 400
Edifício 5000
Mobiliário 70
Máquinas 1000
Viaturas 200
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Total do activo 7270
Pode ver que esta classe é o conjunto dos valores que a empresa possui e tem a receber
como é o caso de dinheiro em caixa, deposito a ordem, dívida de um cliente, edifício,
mobiliário, maquinas e viaturas.
Depois de perceber o que é o activo de uma empresa vamos analisar o segundo ponto que é
o Passivo:
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Activo = Passivo Total
Passivo = Credores + fundos próprios
Património
Activo Valor Passivo Valor
Credores:
Dinheiro em Caixa 100 Empréstimos bancários
Depósito a Ordem no obtidos 3000
Banco Moçambicano 500 Dívida a um fornecedor 200
Dívida de um cliente 400 Total dos credores 3200
Edifício 5000
Mobiliário 70 Fundos próprios:
Máquina 1000 Total dos fundos próprios 4070
Viaturas 200
Como pode observar, chamamos fundos próprios ao valor do património líquido que
também se pode designar por situação líquida ou capital próprio para o nosso exemplo
são 4070. Assim, a equação fundamental da contabilidade pode ser definida da seguinte
forma:
Três casos podem ocorrer em dada situação patrimonial, onde o activo é superior ao passivo,
havendo um excesso de valores activo sobre passivo, o segundo caso o activo e o passivo são
iguais, neste caso a situação liquida é nula e por último, o activo pode ser inferior ao passivo.
Neste caso existe um excesso de valores
Fundos próprios positivos passivos sobre os activos (deve-se mais do
A > P FP > O
que se possui e se tem a receber).
A = Passivo + FP POSITIVOS
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2º Fundos próprios nulos
Mas há situações em que o activo é menor que o passivo, esta é aquela situação que a
empresa tem mais obrigações que os bens e direitos, fundos próprios negativo.
Também pode acontecer que, num dado momento, uma empresa apresente valores activos
menores do que os credores, ou seja, o valor dos seus bens e direitos não cobre as suas
obrigações, significando isto que a empresa entrou em falência.
A + FP negativos + CP
Se
reu
O activo e o passivo são iguais, quando a situação liquida é nula. nir
mo
s as
três
situações anteriores, encontramos a seguinte fórmula abrangente:
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Resulta daqui a fórmula fundamental da contabilidade:
Exercicio de consolidação nº 1
Caracterização geral
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Já foi referido que o património de uma empresa é constituído por um grande e complexo
número de elementos de natureza diferente. Esses elementos podem ser traduzidos numa
unidade de valor comum. Isto é, transformam-se as matérias ou os objectos em valores,
possibilitando a sua comensurabilidade, isto é, a comparação entre si. Por exemplo um
televisor e um livro apresentam–se com características diferentes mas, graças à sua
quantificação (tradução na mesma unidade) podem facilmente ser comparáveis em unidades
monetárias.
É graças a esta quantificação que o trabalho contabilístico pode levar-se a cabo nas unidades
económicas. Sem aquela, ele seria, não só, de difícil execução, como também perderia seu
significado, na medida em que se referiria a um conjunto de elementos entre os quais não
seria possível estabelecer qualquer relação.
Numa conta há a considerar:
O título (denominação própria)
O valor (extensão).
O título é a expressão (ou palavra) por que se designa a conta. Deve ser claro no que respeite
à característica comum dos elementos a que diz respeito.
Todos esses elementos possuem características comuns de se destinarem ao indispensável
apetrechamento dos escritórios.
O valor representa a qualidade, expressa em unidade monetária contida na conta no momento
em que se analisa. O valor registado na contabilidade deve ser verídico, ou seja, deve estar de
acordo com a verdadeira extensão dos elementos que representa.
A conta constitui a base de toda a escrituração, dado que é a partir dela que se desenvolve
todo o trabalho contabilístico
A contabilidade utiliza um processo que lhe permite com facilidade registar todas as
variações patrimoniais que chamamos de conta.
Os requisitos essenciais a que a conta deve obedecer, são:
Homogeneidade – A conta só deve conter elementos que tenham as características que
ela define.
A conta tem uma representação gráfica própria. Por tradição e convenção, a conta apresenta-
se com um traçado em forma de T.
Este traçado permite a divisão do espaço reservado aos registos em duas colunas:
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•A da esquerda destinada aos débitos (Débito);
• A da direita aos créditos ( Crédito).
Assim:
• Quando a conta recebe um valor do lado esquerdo, dizemos que a conta é debitada.
Exemplo:
Caixa
D C
1000
100
2500
Somatório Somatório
dos débitos - dos créditos = Saldo
Apresentando no T :
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D C
Débito
Crédito
Vejamos alguns exemplos que nos mostram como saldar uma conta, fechar uma conta,
reabrir uma conta, e quando a mesma conta tem saldo devedor, nulo e credor:
Caixa
D C A conta Caixa tem um saldo devedor (sd) de 2000
1000 300 contos ( 3600 – 1600)
100 200
2500 100
1000
Compras
D C A conta compras de meios circulantes materiais
5000 5000 tem um saldo nulo. (5000 - 5000)
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Capital
D C A conta capital tem um saldo credor (sc) de
10 000 10000
Contos ( 0- 10000 )
a) Saldar uma conta, consiste em adicionar o saldo à coluna que tenha menor valor.
a) Trancar uma conta, consiste em sublinhar com dois traços os valores encontrados
quando se fechou a conta.
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2500 100
1000
2000
3600 3600
2000
O inventário consiste numa relação (lista, rol) dos elementos patrimoniais com a indicação do
seu valor. Proceder a inventário consiste, pois, em analisar os elementos de um dado
património, descrevê-los e atribuir-lhes um valor.
Classificação do inventário
a) Quanto ao momento da sua elaboração:
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Geral – quando abarca todos os valores que constituem um dado património.
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Dívidas a:
H. Fagundes 7 160
S. Antunes 2 090
Aceites nº
11, saque de J. Fernandes 5 180
12, saque de M. Pereira 4 120
Dívida à papelaria progresso 2 100
Empréstimo contraído no BA 51 500
Total de passivo 72 150
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Papelaria progresso 2 100 11 350
Empréstimo do BA 51 500
Total do Passivo 72 150
Este tipo de inventário é quando o activo aparece do lado esquerdo e o passivo do lado
direito.
Elaborado o inventário geral torna – se necessário comparar o activo com o passivo para
conhecer o valor e natureza da situação líquida. Esta comparação, constitui o balanço, assim,
enquanto que o inventário constitui apenas um arrolamento (listagem) dos valores activos e
passivo, o balanço, por sua vez leva a cabo a comparação (balanceamento) entre aquelas
classes de valores. São estes aspectos que marcam a sua diferença. Acrescentando a situação
líquida ao quadro do inventário, o balanço constitui o mapa da situação patrimonial da
empresa num determinado momento.
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Segundo Dumarchey citado por Borge (2010 pag 60) o Balanço é pós, a expessão da relação
existente entre o activo, passivo e a situação liquida.
Disposição horizontal
O patrimonónio de F é constituido por:
BALANÇO
Activo 1 820,00mt Passivo 780,00mt
S.L. 1 040,00MT
1 820,00MT 1 820,00MT
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II. Representação vertical é a situação em que o segundo membro vem imediatamente abaixo
do primeiro, mantendo-se a ordem indicada em i) dentro de cada membro.
Disposição vertical
É claro que se torna desnecessário referir que os membros de qualquer balanço são sempre de
igual valor. O primeiro membro nunca pode ser superior ao segundo e vice-versa, face ao
exposto sobre a equação fundamental da contabilidade (activo = credor + situação liquida).
Na composição desses membros, três casos podem ocorrer:
a) Activo > Passivo então Activo = passivo + Situação Liquida Activa.
Exemplo:
BALANÇO
Activo 1 000 Passivo 600
S.L. Activo 400
1 000 1 000
b) Activo = Passivo
BALANÇO
Activo 700 Passivo 700
BALANÇO
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Activo 800 Passivo 950
S.L. Passiva 150
950 950
Ou ainda
Exemplo:
BALANÇO
Activo 800 Passivo 950
S.L. Passiva -150
950 950
Este terceiro caso podemos verificar que é a situação desfavorável para a empresa na medida
em que as dívidas a pagar superam o montante do activo. Ou seja, deve-se mais do que se
possui e se tem a receber.
Também será sintético o balanço que apenas apresente os valores das massas parciais do
activo, do passivo e da situação líquida.
Será ainda sintético o balanço em que figurem os valores das várias contas do activo, do
passivo e da situação liquida, o qual, embora forneça um maior número de informação que o
anterior, não permite ainda conhecer um maior numero de informação que o anterior, não
permite ainda conhecer em pormenor a composição do património da empresa.
Apresenta-se dois exemplos, o primeiro em disposição horizontal e o segundo em disposição
vertical.
Na prática na republica de Moçambique é permitido apenas a utilização do modelo de
balanço abaixo:
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1.8 A dinamica/Desempenho Empresarial
O património de uma empresa não se mantém estático ao longo dos tempos. Pelo contrário,
está sujeito a uma contínua transformação. Esta transformação pode ser motivada por duas
espécies de acontecimentos: os normais ou voluntários, que resultam das operações
efectuadas, voluntariamente, pela empresa e, acontecimentos extraordinários ou
involuntários, que são independentes da sua vontade.
No primeiro caso, podem apontar-se as operações correntes tais como: compras, pagamentos,
vendas, saques, aceites, recebimentos, etc.; no segundo caso, apontam-se os incêndios,
roubos, as quebras, etc. Tanto umas como outras constituem factos patrimoniais. Podemos
dizer que os factos patrimoniais aparecem associados a tudo aquilo que implique variações no
património.
Vejamos a seguir como isso se faz como vimos anteriormente património de uma empresa
está em constante mutação, em função da sua actividade normal. Isso implica alteração ou
variação na composição ou no valor do património.
Por isso, quando analisamos o património de uma empresa num determinado momento,
estamos a verificá-lo estaticamente, com a consciência de que aqueles dados são válidos
apenas para esse momento.
Tomemos, como exemplo, o património de uma empresa em determinado momento, e que
era constituído pelos seguintes valores:
A - P = S
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900 - 300 = 600
Exemplo
Variações:
a) Aumento de 10 contos nos depósitos ( DEPOSITO Á ORDEM/ ACTIVO);
b) Diminuição de 10 contos no numerário ( CAIXA/ ACTIVO).
Análise:
Tendo-se verificado um aumento e uma diminuição de 10 contos no Activo, o valor deste,
globalmente, não se alterou, tal como o valor do passivo, pelo que também não se alterou o
valor da situação líquida.
Conclusão:
A este tipo de variação chamamos facto patrimonial qualitativo ou Permutativos.
Exemplo
Variações:
a) Aumento de 20 contos no equipamento administrativo ( ACTIVO TANGIVEL/ ACTIVO);
b) Aumento de 20 contos nas dívidas a pagar ( OUTROS CREDORES/ PASSIVO).
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Esquematicamente:
Análise:
Tendo-se verificado um aumento de 20 contos no Activo e no Passivo, não se alterou o
valor da Situação Líquida ( a adição do mesmo número aos dois termos duma subtracção não
altera a diferença inicial).
Conclusão:
Trata-se de um facto patrimonial qualitativo ou Permutativos.
A fim de analisar esta operação, ou melhor, este facto patrimonial, vejamos cada uma das
alterações introduzidas no património e que tipo de alteração vai se verificar no património da
empresa como os exemplos a seguir vão ilustrar:
Exemplo
Variações:
c) Diminuição de 8 contos no numerário (CAIXA/ ACTIVO);
d) Diminuição de 8 contos nos resultados do exercício (RESULTADO LÍQUIDOS/
SITUAÇÃO LÍQUIDA).
Esquematicamente:
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Resultado: 912 - 320 = 592
Análise:
Tendo-se verificada uma diminuição de 8 contos no activo e mantendo-se o passivo,
necessariamente terá diminuído a Situação Líquida ( numa subtracção, diminuindo apenas o
aditivo também diminui a diferença inicial).
Conclusão:
A este tipo de variação chamamos facto patrimonial quantitativo ou Modificativo
(negativo).
Exemplo
Variações:
a) Aumento de 5 contos no numerário (CAIXA/ ACTIVO)
b) Aumento de 5 contos nos resultados de exercício (RESULTADOS LÍQUIDOS/ SITUAÇÃO
LÍQUIDA)
Esquematicamente:
Análise:
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Tendo-se verificado um aumento de 5 contos no Activo e mantendo-se o Passivo,
necessariamente que terá aumento a situação Líquida.
Conclusão:
Trata-se de um facto patrimonial quantitativo ou Modificativos (positivo)
Exemplo
Variações:
a) Diminuição de 30 contos nos depósitos ( DEPÓSITOS À ORDEM/ ACTVO);
b) Diminuição de 30 contos nos resultados do exercício ( RESULTADOS LIQUIDOS/
SITUAÇÃO LIQUIDA).
Esquematicamente:
Análise:
Tendo-se verificado uma diminuição de 30 contos no Activo e mantendo-se o Passivo,
necessariamente que terá diminuído a Situação Líquida.
Conclusão:
Trata-se de um facto quantitativo (negativo)
Exemplo
Variações:
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a) Aumento de 6 contos no numerário (CAIXA/ ACTIVO);
b) Aumento de 6 contos nos resultados do exercício (RESULTADOS LÍQUIDOS/
SITUAÇÃO LÍQUIDA).
Esquematicamente:
Análise:
Tendo-se verificado um aumento de 6 contos no Activo e mantendo-se o Passivo,
necessariamente que terá aumentado a Situação Liquida.
Conclusão:
Trata-se de um facto patrimonial quantitativo ou Modificativos (passivo).
Exemplo
Variações:
a) Aumento de 100 contos do capital social ( CAPITAL SOCIAL /SITUAÇÃO LÍQUIDA);
b) Aumento de 100 contos no numerário (CAIXA/ACTIVO).
Esquematicamente:
Análise:
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Verificou-se um aumento de 100 contos na situação Líquida, aumentando o Activo
e mantendo-se o passivo.
Conclusão:
Trata-se de um facto patrimonial quantitativo ou Modificativos (positivo)
Variações:
a) Aumento de 50 contos nas dívidas a pagar aos sócios (SÓCIOS E ASSOCIADAS/
PASSIVO).
b) Diminuição de 50 contos nos resultados retidos (RESERVAS LEGAIS E
ESTATUTÁRIAS/ SITUAÇÃO LÍQUIDA).
Análise:
Verificou-se uma diminuição de 50 contos na Situação Líquida, mantendo-se o Activo e
aumentando o passivo.
Conclusão:
Trata-se de um facto patrimonial quantitativo ou Modificativos (negativo).
Exemplo
9 Aumento do capital pela incorporação de lucros anteriormente
retidos, 200 contos
Variações:
a) Aumento de 200 contos no capital social (CAPITAL SOCIAL/ SITUAÇÃO LÍQUIDA).
b) Diminuição de 200 contos nos resultados retidos (RESERVAS LEGAIS E
ESTATUÁRIAS/ SITUAÇÃO LÍQUIDA).
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a) CAPITAL SOCIAL +200
b) RESERVAS LEG. E ESTATUT. -200
Análise:
Tendo-se verificado um aumento e uma diminuição de 200 contos na Situação Liquida,
esta, globalmente, não se alterou.
Conclusão:
Trata-se de um facto patrimonial qualitativo.
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Por funções
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3. Lançamentos: tipos de lançamentos, classificação segundo o número de contas
movimentadas, classificação segundo a natureza dos movimentos e forma de
representação dos lançamentos (diário e Razão).
O sistema contabilístico regista, então, através das suas técnicas e regras, esse conjunto de
fluxos, procedimentos e operações:
Transportar
Armazenar
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Tratar
Validar
Gerir
Compramos
vendemos
Se vendemos ou compramos algo temos que justificar, e essa justificação deve ser traduzida
no papel, e é a isto que chamamos de documentos comerciais. E de seguida vamos classificar
os documentos comerciais.
1ªFase: Encomenda
O comprador comunica ao vendedor a quantidade, qualidade e preço das mercadorias que
deseja adquirir e combinam condições de entrega e pagamento.
Outros documentos:
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Nota de venda muitas das vezes a nota de encomenda surge pelo contacto do representante
do vendedor (caixeiro viajante) com o comprador, é preenchido em triplicado e é semelhante
à nota de encomenda.
Requisição é muito utilizada no comércio por retalho e serve para o comprador levantar de
imediato as mercadorias no armazém do vendedor.
Ordem compra é o documento utilizado pelo comprador para mandar o seu comissário da
compra de mercadorias.
2ª fase: Entrega
O vendedor envia as mercadorias, dando assim execução a encomenda feita pelo comprador.
Talão de recepção é devolvido pelo comprador ao vendedor após recepção das mercadorias,
confirma as mercadorias recebidas.
3ªfase: LIQUIDAÇÃO
O vendedor indica ao comprador o montante em dívida (valor das mercadorias – descontos +
despesas de compra + o IVA =Total em dívida).
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Factura simulada ou pró-forma documento, por vezes utilizado no comercio
internacional, através do qual o vendedor dá a conhecer ao comprador as condições de
fornecimento das mercadorias pretendidas.
Nota de débito é o documento que rectifica positivamente o valor da factura, quando
o vendedor por lapso, se esqueceu de mencionar alguma despesa por conta do
comprador ou errou algum cálculo.
4ªfase PAGAMENTO
O pagamento encerra o contrato de compra e venda e consiste na entrega do comprador
ao vendedor em dívida. O pagamento de uma dívida pode ser:
Imediato quando se realiza em simultâneo com o fornecimento do bem ou
serviço.
Diferido quando tem lugar em momentos diferentes.
Recibo é o documento passado pelo vendedor (quem recebe a mercadoria é quem
passa o recibo) que serve para dar quitação ao comprador.
O cheque é uma ordem de pagamento a vista dada pelo depositante – sacador –ao seu
banqueiro – depositário ou sacador – para que pague a si ou a sua ordem – uma determinada
quantia que pode ir até ao montante do deposito.
exemplo de cheque:
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Formas de emissão de cheque:
Cheque nominativo – quando vem o nome da pessoa a quem deve ser pago.
Cheque ao portador – o cheque pode ser pago a qualquer pessoa que o apresentar.
Cheque cruzado – só pode ser pago ao banco (banqueiro) ou a um cliente do banco e tem
por objectivo reduzir os riscos de extravio, roubo ou falsificação. Obrigatoriamente este
cheque deverá ser depositado.
Cheque visado – garante a existência de provisão (saldo em branco).
Cheque de viagem ou Travellers cheque – os usados para efeitos de viagem, os quais
podem ser levantados no destino, uma vez que podem ser levantados em qualquer banco.
Tomemos exemplo do cheque:
Depois de ter vistos vários tipos de documentos comerciais, vale a pena exemplificar como
preencher esses mesmos documentos.
A “COMÉRCIOS LIMPOPO, Lda”, com sede na Av. 24 de Julho, nº 1247, em Maputo, com o NUIT -10065892, solicitou em
8/03/03 através do documento nº 364 à “NISSOMÉ COMERCIOS, Lda.”, da cidade de Nampula, com o NUIT- 4006235614,
sedeada na Rua das Flores, nº 647, para que em, 30 dias e em Maputo lhe forneça as seguintes mercadorias:
12 300kgs de amendoim “HP-37” a 8 contos @;
16 800kgs de arroz “NRAMA-12” a 11 contos @;
1 200m de tecido “NKUME-7” a 30 contos @;
5 600kgs de açúcar “ANA-21” a 12 500,00mt @.
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Em 20 do mesmo mês, o vendedor envia por via marítima a mercadoria solicitada acompanhada do documento nº
160703 que evidencia o facto de terem sido fornecidos só 960m de tecido por rotura de stock. Em 2 de Abril, o
comprador acusa a recepção da mercadoria nas condições mencionadas no envio, através do documento nº 635.
Em 10/04/03, o vendedor envia o documento nº 366/03 para efeitos de liquidação, tendo em conta as seguintes
informações:
Despesas de transporte até o porto de Nacala – 8 300 000,00mt;
Despesas de armazenagem em Nacala 3 900 contos;
Estiva portuária em Nacala 3 860 contos;
Frete marítimo 22 236 600,00mt;
Seguro marítimo 6 320 contos;
Estiva portuária em Maputo 5 320 contos;
Despesas de transporte em Maputo 3 950 contos;
Desconto de revenda de 3% +2%;
Desconto de qualidade para o açúcar 2%;
IVA 17%
Contrato FOB Nacala.
O comprador envia o cheque nº 456892/BIM em 06/05/03 pela metade do valor em dívida, tendo o vendedor
emitido em 12/05/03 0 documentos nº 898/03, dando quitação o pagamento.
Em 20 de Maio, o vendedor sacou a letra nº 99/03, a 60 d/d, a favor do seu fornecedor Abdul Gulamo,
avalizada endossou a letra em 28 do mesmo mês à Gani comercial de Nampula.
pretende-se:
1. identificação de todos os documentos sublinhados;
2. preenchimento de todos os documentos mencionados (os sublinhados, o cheque e a letra);
3. apresentação do valor em dívida antes da emissão do cheque;
4. preenchimento do documento nº 366/03, usando os seguintes incoterms;
a) FAS – Nacala;
b) FAS – Maputo;
c) CIF.
Resolução:
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Documento nº 23/03 – Nota de débito;
Documento nº 16/03 – Nota de crédito;
Documento nº 898/03 – Recibo.
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Este documento acompanha as mercadorias e serve para o comprador proceder a conferência
dos artigos recebidos.
Exe
mplo
de
Factu
ra:
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Exemplo de Nota de débito e crédito;
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Exemplo de cheque, recibo e letra
No verso da letra:
2. Valor em dívida:
Valor da Factura ......................412 149 314,40mt
1 nota de Débito ......................3 948 867,00mt
Nota de Crédito .......................11 536 200,00mt
404 561 981,40mt
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA RECOMENDADA
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