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E FINANCEIROS
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
T465i
ISBN 978-65-5646-179-3
ISBN Digital 978-65-5646-174-8
1. Contabilidade. – Brasil. 2. Demonstrações financeiras. – Brasil.
Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 657.3
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS..................................................................................7
CAPÍTULO 2
APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS
E VERTICAIS..................................................................................55
CAPÍTULO 3
ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA
DE CAPITAIS................................................................................105
APRESENTAÇÃO
Bem-vindo à disciplina de Indicadores Econômicos e Financeiros, cujo
objetivo é a contabilidade, que pode ser entendida como a ciência que é
responsável pelo estudo das mutações que ocorrem tanto no patrimônio das
entidades como também no de uma pessoa física. Estas transformações podem
ocorrer de forma aumentativa ou diminutiva, ou seja, o patrimônio poderá ser
adicionado ou diminuído a todo tempo e a contabilidade irá registrar e controlar
estas movimentações.
Bons estudos!
C APÍTULO 1
PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O Balanço Patrimonial é composto pelo Ativo, pelo Passivo Exigível e pelo
Patrimônio Líquido, ou seja, é um relatório que pode descrever de forma clara e
precisa a situação financeira da empresa. Para isso, são considerados todos os
ativos e passivos de um negócio, ou seja, seus bens, dívidas e lucros.
Vamos lá?
2 CONTABILIDADE E FINANÇAS
É fundamental que o gestor compreenda que uma empresa que apresente
lucros nos seus resultados não necessariamente possui uma boa capacidade
financeira. Isto é justificado pelas diferenças de regimes, em que a forma como é
gerado o caixa de uma empresa – princípio de caixa – é diferente de como é feita
a apuração de lucro – princípio de competência.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
A origem de recursos pode ser obtida por meio de capital próprio (recursos
dos proprietários – ações, reservas de lucros) ou de terceiros (obrigações sob a
forma de empréstimos, financiamentos ou dívidas contraídas com terceiros). Por
sua vez, as aplicações envolvem uma análise de curto e de longo prazo.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
O capital de giro também pode ser conceituado como “os ativos a curto prazo
de uma empresa, tais como estoques, bem como a seus passivos de curto prazo,
como quantias devidas a fornecedores” (ROSS; WERSTERFIELD; JAFFE, 2009,
p. 30).
É uma conta com especial atenção para empresas comerciais, visto que seus
valores possuem um peso considerável dentro da composição do capital de giro.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Quanto menor o ciclo de caixa, melhor para a empresa, visto que são
necessários menos dias entre a saída de caixa para pagamento de fornecedores
e a entrada de caixa com recebimento de clientes.
Para cada uma destas medidas a serem adotadas, o gestor deverá ficar
atento à possibilidade de perda de vendas com o estoque girando muito rápido
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
(sem produtos na prateleira para efetivar a venda), perda de clientes com redução
de prazos das vendas a prazo e dificuldades de negociações futuras com
fornecedores no caso de postergar o seu pagamento.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Cabe lembrar que com o passar do tempo alguns lançamentos devem ser
reclassificados para o curto prazo, em função do período de encerramento do
demonstrativo. A seguir, analisaremos as possíveis participações societárias que
uma empresa pode realizar.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
2.5 IMOBILIZADO
O imobilizado corresponde aos bens físicos destinados à manutenção das
atividades da entidade. Estes bens compreendem normalmente a terrenos,
edificações, veículos, imobilizações em andamento, móveis, utensílios e
equipamentos e são demonstrados a valor de custo deduzidos de depreciação e
de perdas por redução ao valor recuperável.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
2.6 INTANGÍVEIS
Os intangíveis representam direitos de natureza não física, tais como ágio
na aquisição de investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial
(aquisição de uma empresa pelo valor maior que o de mercado), patentes, marcas
registradas, direitos autorais, concessões de portos, concessões de rodovias etc.
A sua contabilização está prevista no CPC 04.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
2.7 FINANCIAMENTOS
Examinaremos, neste tópico, os financiamentos obtidos com capital de
terceiros e com o capital próprio. O financiamento via capital de terceiros pode
ser efetuado com dívidas de curto e de longo prazo com credores, com ou sem
o pagamento de juros (dívidas com os bancos apresentam juros, e dívidas com
os fornecedores não têm juros). Por sua vez, o financiamento com capital próprio
ocorre por intermédio da captação de mais recursos com acionistas, ou retenção
de lucros, em alguns casos, gerando obrigações de pagamento de dividendos.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
No caso de empréstimos, a lei das S/As exige que sejam divulgadas em nota
explicativa as demonstrações financeiras a taxa de juros, o prazo de vencimento
e as garantias de empréstimo a longo prazo. No longo prazo também temos os
impostos diferidos. São impostos que serão reconhecidos (normalmente imposto
sobre a renda e CSSL) por diferença temporal entre o momento em que são
registrados na contabilidade e o em que o são para efetiva tributação.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Esse fluxo de caixa incremental deve ser suficiente para cobrir o valor de R$
500.000,00 dos investimentos realizados ao longo da vida útil desse equipamento,
e assim, assegurar o crescimento de demanda. O tempo de retorno deve ser
definido previamente pela gestão da empresa.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Conta
Descrição 01/01/2017 a 31/03/2017 (R$ mil) 01/01/2016 a 31/03/2016 (R$ mil)
6.01 Caixa Líquido Atividades Operacionais –1.337.014 –963.390
6.01.01 Caixa Gerado nas Operações 328.367 416.608
6.01.02 Variações nos Ativos e Passivos –1.665.381 –1.379.998
6.01.03 Outros 0 0
6.02 Caixa Líquido Atividades de Investimento –616.788 825.510
6.03 Caixa Líquido Atividades de Financiamento 2.658.951 –196.609
6.04 Variação Cambial s/ Caixa e Equivalentes 0 0
6.05 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes 705.149 –334.489
6.05.01 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 523.436 1.326.147
6.05.02 Saldo Final de Caixa e Equivalentes 1.228.585 991.658
FONTE: O autor
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Por outro lado, em uma situação em que a receita recebida seja inferior aos
custos e despesas pagos, a seta representada é para baixo, caracterizando como
uma saída líquida de recursos. A geração de um resultado favorável envolve
diversos fatores, como o planejamento, recursos disponíveis, produção, controle,
estratégia, entre outros.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
últimos anos, o fluxo de caixa gerado pelo projeto do pré-sal continua a ter um
papel bastante relevante no fluxo de caixa geral da empresa.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
O valor atual deste mesmo título pode ser estabelecido pela data de
pagamento antecipado, ou seja, quando uma empresa resolve quitar este título
antes da data de vencimento. Para a diferença entre os dois valores daremos
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Isso significa que se este título for descontado hoje, ele valerá R$ 762,63, e,
neste caso, se diminuirmos VA (Valor Atual) – VN (Valor Nominal) encontraremos
o abatimento ou custo de capital deste desconto no valor de R$ 437,37.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Suponhamos que você compre um título da empresa CFA, cujo valor nominal
seja de R$ 1.500, com um cupom de juros de 5% e vencimento em cinco anos,
em que o preço de mercado (na data da compra) do título seja de R$ 1.000.
O cupom de juros é a taxa anual dos juros a serem pagos sobre o valor
nominal de R$ 1.500, que é de R$ 75 por ano.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Balanço patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativo Circulante 2.000, 00 Passivos circulantes 1.600,00
Banco conta Movimento 2.000,00 Passivos não circulantes1.700,00
Ativo imobilizado 4.300,00
Patrimônio líquido 3.000,00
Total 6.300,00 Total 6.300,00
1ª Hipótese
Grau de endividamento = R$ 3.300,00
Custos do endividamento:
2ª Hipótese
Grau de endividamento =
R$ 3.300,00
GE = = 0,52 × 100 = 52%
R$ 6.300,00
Custos do endividamento:
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
P0 – Preço da ação
D1 – Próximo dividendo esperado Ks – Custo de capital próprio
g – Estimativa de crescimento dos dividendos (taxa de crescimento
esperado).
O cálculo do custo do capital próprio tem a ver com o patrimônio líquido (PL),
ou seja, como o nome sugere, sua origem está na própria atividade econômica.
Em outras palavras: são os recursos que provêm dos proprietários (ou de sócios
e acionistas).
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativo Circulante 2.000,00 Passivos circulantes 1.700,00
Banco conta Movimento 2.000,00 Passivos não circulantes1.700,00
Ativo imobilizado 4.300,00
Total 6.300,00 Patrimônio líquido 2.900,00
Capital Social 3.000,00
Reservas de lucros 100,00
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
ROE = Lucro
–100
ROE = = –0,034
2.900
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Balanço patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativos circulantes 2.000,00 Financiamento 2.600,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Empréstimos de Longo Prazo 1.700,00
Patrimônio líquido 2.000,00
Total 6.300,00 Total 6.300,00
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Dívidas costumam ser a fonte mais cara de capital e, com a evolução das
dívidas, calcular sua estrutura de capital atual permite que você veja quão bem
está seguindo sua estrutura de capital ideal.
EG = CT * 100/CP
Passivo + PL
Financiamento 2.600,00
Empréstimos de Longo Prazo 1.700,00
Patrimônio líquido 2.000,00
Total 6.300,00
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
• Ações ordinárias
O enunciado facilita esse cálculo ao fornecer o preço da ação: R$ 60. Esse é
o valor de mercado de uma ação. Para sabermos o valor de mercado do conjunto
de ações, basta multiplicar o preço pela quantidade de ações: 60 x 1.000.000 =
R$ 60.000.000.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Solução
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A contabilidade pode ser entendida como a ciência responsável por estudar
as mudanças nos ativos físicos e pessoais. Essas alterações podem ocorrer na
forma de aumento ou redução, ou seja, o patrimônio líquido pode aumentar ou
diminuir a qualquer momento, e a contabilidade registrará e controlará essas
alterações.
Os custos, por sua vez, possuem ligação direta com as receitas da atividade
principal do negócio. Logo, em um banco, os custos são representados pelo
salário dos bancários, que atendem aos correntistas e, em uma indústria, têm
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
relação com a produção, ou seja, podem ser representados, de modo geral, como
valores pagos com mão de obra, matéria-prima, entre outros, os quais foram
usados para produzir. Já no comércio, são aqueles utilizados para adquirir o que
será comercializado.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Curso de Contabilidade Básica em IFRS e CPC. São Paulo:
Atlas, 2014.
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Capítulo 1 PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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C APÍTULO 2
APLICABILIDADE DAS ANÁLISES
HORIZONTAIS E VERTICAIS
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A contabilidade é a ciência responsável por estudar as mudanças nos
ativos físicos e pessoais. Essas mudanças podem ocorrer de forma crescente ou
decrescente, ou seja, o patrimônio líquido pode aumentar ou diminuir a qualquer
momento, e o contador registrará e controlará essas mudanças.
Assim, podemos dizer que uma máquina é um ativo da empresa, já que ela
faz parte do patrimônio de uma organização. Ela serve como um mecanismo para
satisfazer as necessidades humanas, uma vez que, no caso de produção, ela
é mensurável e tem valor econômico. Ademais, pode ser negociada entre duas
empresas diferentes. O mesmo raciocínio pode ser aplicado a diversos tipos de
ativos, como veículos, computadores, entre outros que são utilizados em uma
empresa.
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
geral, criadas sob forma econômica, possuem elementos em comum. Uma azienda pode
Neste contexto, uma azienda pode ser definida como uma entidade ser definida como
constituída pelo conjunto de bens, direitos e obrigações, ou seja, todas uma entidade
as que possuem patrimônio. constituída pelo
conjunto de bens,
direitos e obrigações,
Ainda de acordo com o autor, as entidades, apesar dos laços em
ou seja, todas as que
comum, diferenciam-se em questões bastante específicas. Com base possuem patrimônio.
nesse entendimento, a contabilidade é aplicável a entidades com ou
sem fins lucrativos, empresas do setor público, religiosas, partidos políticos e
qualquer tipo de organização ou pessoa física que possua um patrimônio.
Por outro lado, uma pessoa jurídica é a composição (ou junção) de uma
ou mais pessoas físicas ou jurídicas, por meio de contrato social ou estatuto
registrado em cartório, em receita ou junta comercial. Uma pessoa jurídica pode se
configurar de diferentes formas, como empresas individuais, simples, sociedades
empresárias, com ou sem fins lucrativos, entre outros tipos.
Nesse contexto, é uma pessoa física (ou várias) que se torna responsável
por uma pessoa jurídica, uma vez que há empresas constituídas por pessoas
para coordenar outras firmas.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Assim, imaginaremos uma balança com dois pratos, sendo que o lado
esquerdo é representado pelo Ativo, e o outro é representado pelo Passivo
(MARION, 2010).
Assim, é possível compreender que ela não tem riqueza própria, apresenta
mais dívidas que ativos, o que a coloca em uma situação bastante complicada.
Agora, partindo do pressuposto de que o objetivo de uma empresa é o lucro.
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
E quanto aos bens que estão sob a propriedade de uma empresa, mas fazem
parte do patrimônio de outra? Por exemplo, um veículo financiado, uma máquina
comprada a prazo, entre outros, também fazem parte do patrimônio? Sim. Isso
significa dizer que, dentro de um patrimônio, existe um conjunto formado por
bens, direitos e obrigações, como veremos a seguir.
Elementos do patrimônio
Ativo Passivo
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
FONTE: <https://previews.123rf.com/images/ismagilov/ismagilov1707/
ismagilov170701073/82749326-rear-view-of-a-businessman-with-a-suitcase-looking-
at-a-bitcoin-network-with-a-bitcoin-sign-inside-a.jpg>. Acesso em: 2 fev. 2021.
“Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante
e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da
informação contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável,
tempestiva e compreensível” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS,
2011, p. 14).
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
A informação contábil deve ter usabilidade para cada tipo de usuário. Algo
tempestivo por um interno pode não ser tão importante para um externo, por
exemplo.
Assim, a informação contábil precisa ser útil e, para tanto, deve compreender
as necessidades dos usuários internos, que são diferentes entre si e distintas
das demandas dos usuários externos. Além disso, não se pode diminuir sua
qualidade para torná-la simples e fácil de usar, pois seus usuários devem deter
os conhecimentos mínimos necessários para interpretar os relatórios contábeis-
financeiros.
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
Ativo Consolidado
Nota 2017 2016
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa 7.1 17.494 69.108
Título e valores mobiliários 7.2 6.237 2.556
Contas a receber, líquidas 8 16.446 15.543
Estoques 9 28.081 27.622
Imposto de renda e contribuição social 21.1 1.584 1.961
Imposto e contribuições 21.1 6.478 6.192
Adiantamento a fornecedores 258 540
Outros ativos 4.739 3.716
138.317 127.238
FONTE: Adaptado de Petrobras (2018)
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Não circulante
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
831.515 804.945
Passivo Consolidado
Nota 2017 2016
Circulante
Fornecedores 16 19.077 18.781
Financiamentos 17 23.160 31.796
Arrendamentos mercantis financeiros 18 84 59
Imposto de renda e contribuição social 21.1 990 412
Imposto e contribuições 21.1 15.046 11.826
Salários, férias, encargos e participações 4.331 7.159
Planos de pensão e saúde 22 2.791 2.672
Provisão para processos judiciais 30.1 7.463 –
Outras contas e despesas a pagar 8.928 6.857
81.240 79.562
Passivos associados a ativos mantidos para venda 10.2 1.295 1.605
82.535 81.167
Não circulante
Financiamentos 17 337.564 353.193
Arrendamentos mercantis financeiros 18 675 736
Passivo Consolidado
Nota 2017 2016
Imposto de renda e contribuição social 21.2 2.219 --
Imposto de renda e contribuição social diferidos 21.5 3.956 856
Plano de pensão e saúde 22 69.421 69.996
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Patrimônio líquido
Capital social realizado 23.01 205.432 205.432
Transações de capital 2.457 1.035
Reservas de lucros 77.364 77.800
Outros resultados abrangentes 23.4 (21.268) (34.037)
Atribuído aos acionistas da controladora 263.985 250.230
Atribuído aos acionistas não controladores 5.624 2.513
269.609 252.743
831.515 804.945
FONTE: Adaptado de Petrobras (2018)
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
QUADRO 3 – DRE
Consolidado
Nota 2017 2018
Receita de vendas 24 283.695 282.589
Custo dos produtos e serviços vendidos (192.100) (192.611)
Lucro bruto 91.595 89.978
Receitas (despesas)
Vendas (14.510) (13.825)
Gerais e administrativas (9.314) (11.482)
Custos exploratórios para extração de petróleo e gás 15 (2.563) (6.056)
Custo com pesquisa e desenvolvimento tecnológico (1.831) (1.826)
Consolidado
Nota 2017 2018
Tributárias (5.921) (2.456)
Perda no valor de recuperação de ativos – Impairment 14 (3.862) (20.297)
Outras despesas líquidas 25 (17.970) (16.925)
(55.971) (72.867)
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
Consolidado
2017 2016
Resultados não realizados em títulos disponíveis para a venda
Reconhecidos no patrimônio líquido 49 –
Imposto de renda e contribuição social diferidos (14) –
35 –
Ajustes acumulados de conversão em investidas (*)
Reconhecidos no patrimônio líquido 1.782 (15.585)
Transferidos para o resultado 116 3.693
1.898 (11.892)
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Por outro lado, embora não seja um demonstrativo estático como o Balanço
Patrimonial, a DRE tem suas limitações. A principal está na impossibilidade de
compreender como as receitas ou despesas impactaram as disponibilidades da
empresa. Ao mesmo tempo que a DRE completa as informações do Balanço
Patrimonial, esse demonstrativo deve ter sua utilidade complementada pelo
Balanço.
Ajuste para:
Despesa atuarial de planos de pensão e saúde 8.705
Resultado de participações em investidas (2.149)
Depreciação, depleção e amortização 42.478
Perda no valor de recuperação de ativos - Impairment 3.862
Ajuste a valor de mercado dos estoques 211
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Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
2017
Ganho na remensuração de investimento retido com perda de controle (698)
Provisão para acordo de ação coletiva consolidada (Class Action) 11.198
Redução (aumento de ativos)
Contas a receber (3.140)
Estoques (1.130)
Depósitos Judiciais (5.383)
Outros ativos (723)
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
2017
Recebimentos pela venda de participações, sem perda de controle 4.906
Recursos líquidos utilizados pelas atividades de financiamentos (46.482)
Efeito de variação cambial sobre caixa e equivalentes de caixa 619
A função mais importante da DFC é informar como cada uma das atividades
da empresa gera ou consome caixa. Para isso é necessário compreender as
definições dos três tipos de atividades trabalhadas na DFC, segundo a NBC TG
03 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2014):
De acordo com Gelbecke et al. (2018), uma das maiores utilidades da DFC
para seus usuários é a possibilidade de elaborar previsões dos fluxos futuros de
caixa para períodos curtos. Contudo, seus fluxos de caixa (entradas e saídas)
são registrados seguindo os princípios do regime de caixa, o que os ajuda ao
analisarem o caixa que consta na empresa, o que limita a integração com os
resultados apresentados na DRE, por exemplo, que é elaborada pelo regime de
competência.
80
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
A DFC pode ser apresentada por dois métodos: direto e indireto. A NBC TG
03, em seu item 18, alínea “a”, permite às empresas apresentarem os fluxos de
caixa pelo método direto (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2014).
Sobre esse método, Gelbcke et al. (2018, p. 637) explicam que: [...] explicita as
entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades
operacionais, como os recebimentos pelas vendas de produtos e serviços e os
pagamentos a fornecedores e empregados. O saldo final das operações expressa
o volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante um
período.
Transações de capital
Ajuste acumulado de
conversão Perdas atuais com planos de
benefícios definidos
Hedge de fluxo de caixa de exportação
Outros resultados abrangentes e custo atribuído
205.432 237 33.785 (14.800) (58.291) (4.028)
Saldo em 1º de janeiro de 2016
205.432
237
(43.334)
Realização de custo atribuído
(12)
Transações de capital
1.014
Lucro (Prejuízo) do exercício
Outros resultados abrangentes
(11.209)
(13.958)
33.173
1.303
Destinações
Absorção do prejuízo com reservas
Dividendos
Saldos em 31 de dezembro de 2016
205.432
1.251
22.576
(28.758)
(25.118)
(2.737)
205.432 1.251 (34.037)
82
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
Transações de capital
Ajuste acumulado de
conversão Perdas atuais com planos de
benefícios definidos
Hedge de fluxo de caixa de exportação
Outros resultados abrangentes e custo atribuído
205.432 1.251 22.576 (28.758) (25.118) (2.737)
Saldo em 1º de janeiro de 2017
205.432
1.251
(34.037)
Realização de custo atribuído
(10)
Transações de capital
1.422
Lucro (Prejuízo) do exercício
Outros resultados abrangentes
1.854
5.147
5.276
502
Destinações
Absorção do prejuízo com reservas
Dividendos
Saldos em 31 de dezembro de 2017
205.432
2.673
24.430
(23.611)
(19.842)
(2.245)
205.432 2.673 (21.268)
Reservas de lucros
Legal
Estatutária Incentivos fiscais
Retenção de lucros
83
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Reservas de lucros
Legal
Estatutária Incentivos fiscais
Retenção de lucros
Absorção do prejuízo com reservas (14.812)
Dividendos
Saldos em 31 de dezembro de 2016 16.524 4.503 1.393 55.164
77.584
84
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
85
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
A DVA tem caráter social, pois a divulgação das informações está atrelada
aos benefícios que a entidade traz para a sociedade, por meio da distribuição
de sua riqueza devido ao pagamento de tributos ou aos dividendos, pagamento
de aluguéis e juros, entre outros. Segundo Gelbcke et al. (2018, p. 647), seu
objetivo é: “[...] demonstrar o valor da riqueza econômica gerada pelas atividades
da empresa como resultante de um esforço coletivo e sua distribuição entre os
elementos que contribuíram para a sua criação”. Desse modo, a DVA acaba por
prestar informações a todos os agentes econômicos interessados na empresa,
tais como empregados, clientes, fornecedores, financiadores e governo.
86
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
Pessoal e administradores
Remuneração direta
Salários 16.673 18.685
Participação dos empregados nos lucros ou resultados 487 -
17.160 18.685
Consolidado
2017 2016
Benefícios
Vantagens (**) 332 4.629
Plano de aposentadoria e pensão 5.117 5.069
Plano de saúde 5.013 4.821
10.462 14.519
FGTS 1.244 1.273
28.866 34.477
Tributos
Federais (*) 72.411 50.141
Estaduais 45.608 49.565
Municipais 576 690
No exterior (*) (***) (1.282) 5.351
117.313 105.747
Instituições financeiras e fornecedores
Juros, variações cambiais e monetárias 41.249 36.819
Despesas de aluguéis e afretamento 28.209 29.447
69.458 66.266
Acionistas
87
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
(***) Em 2017, inclui R$ 2.740 (R$ 348 em 2016) referente a imposto de renda diferido
sobre prejuízos fiscais da PIBBV. As notas explicativas são parte integrante das demons-
trações financeiras.
FONTE: Adaptado de Petrobras (2018)
88
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
89
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Mesmo assim, a informação é útil, pois estoques que ainda não estão
prontos não cumprem o propósito da empresa em vendê-los, tampouco deixam
de representar fidedignamente a informação, já que apresenta o estoque como
sendo um só, mas essas questões podem ser esclarecidas por Notas Explicativas
que acompanham as demonstrações.
90
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
91
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
92
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
93
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
A Lei Societária prevê ainda que as entidades devem, por meio das Notas
Explicativas, apresentar eventos significativos que possam ter ocorrido. Dentre as
cinco empresas que estamos usando como exemplo, podemos citar a Ambev, a
Petrobras e o Banco do Brasil. Cada uma dessas empresas faz a evidenciação de
fatos relevantes que ocorreram durante o período. Veja a seguir.
94
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
Podemos ainda retomar o que foi dito por Gelbcke et al. (2018) sobre as
Notas Explicativas, que afirmam que as NE podem vir sob a forma descritiva,
como vimos anteriormente, ou ainda por meio de quadros analíticos.
95
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
País
Empresas Consolidadas
Subsidiárias e controladas
Petrobras Netherland B.V. – PNBV (i)
E&P
100.00
100.00
89.713
8.202
Holanda
Petrobras Distribuidora S.A. – BR
Distribuição
71.25
71.25
8.826
1.151
Brasil
Petrobras International Braspetro – PIB BV (i) (ii)
Diversos (iii)
100.00
100.00
27.116
(5.429)
Holanda
Petrobras Transporte S.A. – Transpetro
Abastecimento
100.00
100.00
4.227
121
Brasil
Petrobras Logística de Exploração e Produção S.A. PB-LOG
E&P
100.00
96
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
100.00
3.934
789
Principal
segmento de atuação % de participação direta da Petrobras
97
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
971
106
Brasil
Araucária Nitrogenados S.A. Gás e Energia
100.00
100.00
175
(485)
Brasil
100.00
100.00
269
(177)
Brasil
98
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
Abastecimento
100.00
100.00
(9)
(84)
Brasil
Baixada Santista Energia S.A. Gás e Energia
100.00
100.00
324
96
Brasil
Principal
segmento de atuação % de participação direta da Petrobras
País
Petrobras Comercializadora de Energia Ltda.
– PBEN
Gás e Energia
99.91
99.91
94
99
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
13
Brasil
Fundo de Investimento Imobiliário RB Logística – FII
E&P
99.20
99.20
150
43
Brasil
Petrobras Negócios Eletrônicos
S.A. – E-Petro Corporativo
100.00
100.00
37
3
Brasil
Termomacaé Comercializadora de Energia Ltda.
Gás e Energia
99.99
99.99
10
–
Brasil
5283 Participações Ltda.
Corporativo
100.00
100.00
1
–
Brasil
PDET Offshore S.A.
Corporativo
100.00
100.00
(169)
(171)
Brasil
FONTE: Adaptado de Petrobras (2018)
100
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nesse capítulo, compreendemos a usabilidade, as características e
as limitações dos principais demonstrativos contábeis, que são o Balanço
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração
dos Resultados Abrangentes (DRA), a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC),
a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e a Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL).
REFERÊNCIAS
AMBEV. Relatório da administração. 2019. Disponível em: https://api.mziq.com/
mzfilemanager/v2/d/c8182463-4b7e-408c-9d0f-42797662435e/6fdc58f0-b53d-
cc9f-cca9-55efd5d12801?origin=2. Acesso em: 19 jan. 2021.
101
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
102
Capítulo 2 APLICABILIDADE DAS ANÁLISES HORIZONTAIS E VERTICAIS
103
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
104
C APÍTULO 3
ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E
ESTRUTURA DE CAPITAIS
106
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma das formas de se realizar a análise das demonstrações financeiras
ocorre por intermédio de índices, que se dividem basicamente em três grandes
grupos: índices de liquidez, índices de estrutura de capitais (também conhecidos
por índices de endividamento) e índices de rentabilidade, que têm por objetivo
demonstrar o desempenho da empresa.
Afinal, o que vem a ser liquidez? Essa palavra pode ser aplicada nos mais
diversos contextos, seja fazendo referência a uma determinada empresa, a um
ramo de atividade específico ou, ainda, ao mercado como um todo.
Por outro lado, a liquidez está ligada ao processo pelo qual uma empresa, em
determinado momento (na data do balanço), dispõe de ativos que se apresentam
em condições de realização para o pagamento das dívidas constantes no lado do
passivo.
De acordo com o prazo e com o interesse direto dos usuários, podemos ter
uma análise individual de determinado índice de liquidez ou, ainda, uma análise
conjunta de todos os índices, que fornecerão um panorama a respeito da situação
da organização quando comparados os ativos realizáveis aos passivos exigíveis.
Dessa forma, este capítulo dará detalhes de cada um dos referidos índices,
com cálculos e gráficos que demonstrem a situação da companhia Exemplo S/A
107
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
108
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativos circulantes 2.700,00 Passivos circulantes 1.600,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Passivos não circulantes 2.400,00
Patrimônio líquido 3.000,00
Total 7.000,00 Total 7.000,00
Nesse caso, o índice de liquidez corrente apurado foi de 1,68, que demonstra
uma boa capacidade de pagamento de suas obrigações no curto prazo, ou seja,
para cada R$ 1,00 devido tem R$ 1,68 para saldá-lo.
109
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativos circulantes 2.000,00 Passivos circulantes 2.600,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Passivos não circulantes 1.700,00
Patrimônio líquido 2.000,00
Total 6.300,00 Total 6.300,00
O índice igual a 0,76 é menor que 1, o que significa que a empresa não tem
recursos suficientes para suprir o seu passivo circulante.
Podemos concluir então como regra geral e leitura dos índices de liquidez
que a saúde financeira é determinada por quanto maior for o índice de liquidez da
empresa, melhor.
• maior do que 1: a empresa possui alguma folga para cumprir com suas
obrigações.
• igual a 1: os valores à disposição da empresa empatam com as contas
que ela tem para pagar.
• menor do que 1: se a empresa precisar quitar todas as suas obrigações
no curto prazo, ela não teria recursos suficientes.
Esses índices contábeis não devem ser analisados isoladamente. Para ter
uma visão do grau de liquidez de uma organização é necessário conhecer o tipo
de atividade e outros indicadores. É aí que levaremos em consideração outro
parâmetro, chamado de índice de liquidez imediata.
110
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Podemos dizer ainda que se este resultado for menor que 1, indicará falta de
recursos disponíveis na empresa, merecendo total atenção do analista financeiro,
ou seja, representa um sinal amarelo para a situação financeira no curto prazo.
Avaliaremos agora a situação de liquidez imediata (LI):
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativo Circulante 2.000,00 Passivos circulantes 1.600,00
Banco conta Movimento 1.700,00
Estoques 300,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Passivos não circulantes 1.700,00
Patrimônio líquido 3.000,00
Total 6.300,00 Total 6.300,00
Neste caso, o índice de liquidez imediata apurado foi de 1,06, que demonstra
que o saldo de suas disponibilidades é baixo, mas razoável, tendo a capacidade
de pagamento de suas obrigações a curto prazo, ou seja, para cada R$ 1,00
devido há R$ 1,06 para saldá-lo.
111
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativo Circulante 2.300,00 Passivos circulantes 1.600,00
Banco conta Movimento 1.700,00
Caixa 300,00
Estoques 300,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Passivos não circulantes 1.700,00
Patrimônio líquido 3.000,00
Total 6.600,00 Total 6.600,00
112
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativo Circulante 2.000,00 Passivos circulantes 1.600,00
Banco conta Movimento 1.700,00
Estoques 300,00
Realizável a LP 300,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Passivos não circulantes 1.700,00
Patrimônio líquido 3.000,00
Total 6.600,00 Total 6.600,00
Nessa avaliação, a empresa não possui liquidez para cobrir a dívida total.
Este indicador é utilizado como uma medida de segurança financeira da empresa
no longo prazo, revelando sua capacidade de assumir todos os compromissos.
As interpretações dos resultados dos índices foram baseadas nas linhas de Assaf
Neto (2006) e Marion (2007).
Podemos dizer então que este Índice menor do que 1 representa a seguinte
situação: se a empresa precisasse quitar todas as suas obrigações no curto prazo
e, considerando o realizável a longo prazo, ela não teria recursos suficientes.
2.1.4 SoLVÊNCiA
Do ponto de vista econômico e financeiro, consideramos uma empresa
solvente quando esta possui condições de quitar suas obrigações, garantindo a
sobrevivência no curto prazo.
113
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Ativo Circulante 2.000,00 Passivos circulantes 1.600,00
Banco conta Movimento 1.700,00
Estoques 300,00
Realizável a LP 300,00
Ativo imobilizado 4.300,00 Passivos não circulantes 1.700,00
Patrimônio líquido 3.000,00
Total 6.600,00 Total 6.600,00
114
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
115
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
116
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
FONTE: O autor
Onde:
CO: ciclo operacional = IME + PMC IME: idade média dos estoques
+ PMC: período médio de cobrança das vendas
Onde:
CC: ciclo de caixa = CO – PMP CO: ciclo operacional
PMP: período de pagamento
Isso significa que a empresa precisa manter ou suprir o seu caixa em 120
dias. Para entendermos melhor, precisamos determinar quantas vezes a empresa
precisará suprir o seu ciclo financeiro em um ano. Para isso, precisamos calcular
o giro de caixa e considerar 360 dias (ano).
O giro de caixa neste caso será GC = 360 / CC; logo GC = 360 / 120 = 3
VEZES, isto é, a empresa renova seu caixa apenas 3 vezes no ano, devido à
demora do processo produtivo, ou seja, saídas dos estoques para venda.
Podemos concluir neste caso que reduzindo o ciclo de caixa, aumenta o giro
de caixa, isto é, menor caixa se requer.
2.3 INDICADORES DE
LUCRATIVIDADE
A lucratividade mede quanto um negócio ganhou, efetivamente, em relação a
tudo o que vendeu. De certo modo, é de fácil compreensão, quando uma empresa
vende um produto ou um serviço, o preço cobrado não é totalmente destinado ao
negócio, uma vez que há custos diretos do produto. Na prática, parte do dinheiro
recebido é usada justamente para pagar pelo processo operacional que levou
118
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
A margem bruta é quanto a empresa tem de lucro após a dedução dos custos
da empresa. O lucro bruto é o resultado das vendas menos deduções (descontos)
e impostos.
119
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Esta fórmula (Margem líquida = Lucro líquido após os impostos / Receita total
x 100) mostra o ganho dos proprietários para cada R$ 1,00 vendido.
DRE
121
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
O retorno sobre os ativos mostra que o lucro gera uma rentabilidade de 15%
sobre os ativos da empresa. O lucro da empresa gera 50% de retorno para o
patrimônio líquido e 25% de retorno sobre os investimentos.
122
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
3 TIPOS DE RISCO
O conhecimento dos tipos de riscos financeiros e/ou operacionais e suas
análises consiste na verificação de incertezas, que têm relação com as operações
123
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
124
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
2015 2016 2017
INPC 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19% 5,56%
6,22% 11,27% 6,58% 3,50%
PIB 3,2% 4,0% 6,1% 5,1% –0,1% 7,5% 4,0% 1,9% 3,0%
0,5% –3,8% –3,6% 0,40%
TAXA SELIC 18,00 15,72 11,18 13,66 8,65% 10,66 10,90 7,17%
9,90% 11,65 14,15 13,65 8,50%
FONTE: O autor
A Taxa Selic representa o juro pago pelos bancos para a captação de recursos
e é a remuneração oficial de capitais quando o governo toma empréstimos. Iniciou
a série em 2005 com 18% a.a. e sofreu uma queda para 7,17% em 2012. Voltou a
subir entre 2013 e 2015 numa tentativa do governo de segurar a inflação.
125
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
126
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Todo investimento em um ativo está sujeito a riscos, que deverá ser planejado
e administrado de forma a ser previsto e mitigado com o maior grau possível de
acertos nas decisões a serem tomadas pelos administradores financeiros. Para
isso, é importante avaliar o nível de retorno de ativo, conhecer os riscos de
ativos inerentes, comparar riscos e retornos de vários ativos e aplicar fórmulas
estatísticas para auxiliar nas ações a serem tomadas.
127
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
129
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Neste cálculo, cada unidade de retorno esperado traz uma medida de risco,
assim podemos comparar alternativas de investimento em diferentes níveis de
risco.
130
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Retorno de Carteira
k=1
Total do Ativo k Total da Carteira
Retorno do Ativo k
132
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
133
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
também fazem com que os investidores movam mais dinheiro para ativos menos
arriscados, como títulos públicos, que pagam juros.
O risco de um portfólio composto por esses ativos pode ser reduzido para zero.
Se não houver um padrão discernível para os ciclos ascendente e descendente
de um investimento em comparação com outro, os dois investimentos não têm
covariância.
134
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
leva a (n2 – n) / 2
Assaf Neto (2007) explica que a Teoria de Markowitz faz parte do processo
de avaliação de carteiras de investimentos, o qual envolve três grandes fases:
135
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
3.7.1 CroNoGrAmA
O cronograma do projeto é um documento que descreve as tarefas que
deverão ser executadas em um determinado projeto no decorrer do tempo e que,
concluídas conforme o previsto, deverão apresentar os resultados esperados.
O monitoramento dessas tarefas deve ser executado ativamente, pois além de
gerenciar o trabalho da equipe envolvida, serve para identificar os riscos para os
interessados no projeto.
137
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Cronograma do Projeto A:
3.7.2 PESSoAL
Recursos materiais, recursos financeiros e recursos humanos são os itens
que devem ser considerados no projeto a ser desenvolvido. Desses recursos,
a mão de obra ou os recursos humanos são aqueles que absorvem sempre os
maiores valores das operações durante o andamento de qualquer projeto, porque
na consecução das tarefas a mão de obra qualificada sempre estará presente.
138
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
3.7.3 ORÇAMENTO
Com o objetivo de definir uma base dos custos autorizados nos pacotes
de trabalho e nas atividades individuais de um projeto é necessário elaborar um
orçamento para agregar os dispêndios estimados. O monitoramento dos custos do
projeto inclui o processamento envolvido em estimativas, orçamentos e controle,
de forma que o projeto possa ser concluído dentro do que foi aprovado.
139
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
140
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Por fim, verificaremos que existem projetos que podem ser complementados
em uma análise ou mesmo serem considerados excludentes.
141
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
142
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
143
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
144
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
145
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Caso tenha uma inflação de 3% ao ano, esta taxa tem que ser incluída na
taxa real de atratividade, resultando em uma nova taxa de 7,12% ao ano (1,04 ×
1,03 – 1). Assim, o novo VPL seria:
147
INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
Tempo (ano) W Y
0 – R$ 400 – R$ 500
1 R$ 180 R$ 230
2 R$ 180 R$ 240
3 R$ 180 R$ 240
FONTE: Almeida (2018, p. 59)
148
Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
Por sua vez, os projetos mutuamente excludentes são projetos que postos
lado a lado, cabe ao gestor ter somente uma opção de escolha, aproveitando
o projeto mais interessante e descartando os demais. Neste caso, não existe a
possibilidade de combinação de projetos ou mesmo a sinergia na utilização de
diferentes projetos em cada etapa. Apenas um projeto será selecionado em
detrimento dos demais.
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INDiCADorES ECoNÔmiCoS E FiNANCEiroS
tem um período de seis anos de duração e outro tem um período de nove anos,
pode ser realizada uma comparação entre estes projetos simulando um prazo em
comum de 18 anos, por exemplo.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nesse capítulo visualizamos que os índices criam uma estrutura financeira e
um controle mais efetivo dentro das rotinas empresariais. Uma das formas de se
realizar a análise das demonstrações financeiras ocorre por intermédio de índices,
que se dividem basicamente em três grandes grupos: índices de liquidez, índices
de estrutura de capitais (também conhecidos por índices de endividamento)
e índices de rentabilidade, que têm por objetivo demonstrar o desempenho da
empresa.
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Capítulo 3 ANÁLISES POR ÍNDICES DE LIQUIDEZ E ESTRUTURA DE CAPITAIS
palavra pode ser aplicada nos mais diversos contextos, seja fazendo referência
a uma determinada empresa, a um ramo de atividade específica ou, ainda, ao
mercado como um todo. De forma geral, liquidez é a facilidade de converter
qualquer ativo (duplicatas, estoques de mercadorias, máquinas etc.) em dinheiro.
Dessa forma, podemos considerar que quando determinado ativo tem alta
liquidez, significa que, em caso de necessidade de convertê-lo em dinheiro, isso
ocorrerá com facilidade.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F. M. de. Análise e viabilidade de investimentos em uma empresa
metalúrgica da região da Grande Dourados. Trabalho de Graduação.
Dourados: Universidade Federal da Grande Dourados, 2018.
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SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 13. ed. São Paulo: Atlas,
2016.
SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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