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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Disciplina: Contabilidade Financeira e Custos
Sumário
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS................................................................................................... 3
1.1 CONCEITO .......................................................................................................................... 3
1.2 NORMAS CONTÁBEIS INTERNACIONAIS - IFRS .................................................... 4
1.3 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ................................................................................. 4
1.4 PATRIMÔNIO ..................................................................................................................... 5
1.5 BALANÇO PATRIMONIAL .............................................................................................. 8
1.6 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ........................................................................... 9
2. CUSTEIO POR ABSORÇÃO ................................................................................................ 11
2.1 SEPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS ........................................................ 13
2.2 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS AOS PRODUTOS ............................... 13
2.3 RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS ........................................................................... 14
2.4 APURAÇÃO DO CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA ........................................... 15
2.5 APURAÇÃO DO CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS ........................................ 16
2.6 APURAÇÃO DO RESULTADO ..................................................................................... 16
2.7 VANTAGENS E DESVANTAGENS .............................................................................. 16
3. DEPRECIAÇÃO ....................................................................................................................... 17
4. CUSTEIO VARIÁVEL ............................................................................................................. 18
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 19
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Apostila Noções de Contabilidade – Profa. Dra. Daniela de Castro Melo
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1.1 CONCEITO
Assim, o contador volta sua atenção para a coleta e apresentação dos dados
financeiros e fornece dados consistentes e de fácil interpretação sobre as operações
passadas, presentes ou futuras da empresa.
A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e a
verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e anotar as
operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam sua situação
econômica, financeira e patrimonial. Com esta acumulação de dados, convenientemente
classificados, a Contabilidade procura apresentar de forma ordenada, o histórico das
atividades da empresa, a interpretação dos resultados, e por meio de relatórios produzir
as informações que se fizerem precisas para o atendimento das diferentes necessidades.
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da
administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade é o
controle e o planejamento de toda e qualquer entidade sócio-econômica.
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1.4 PATRIMÔNIO
Os bens são divididos em: tangíveis que representam os bens materiais (têm
forma física e são palpáveis) e intangíveis que têm como principal característica a
inexistência como coisa e seu valor vinculado a um bem tangível ou a uma determinada
situação da empresa (são incorpóreos e não palpáveis).
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ATIVO: tudo aquilo que a entidade possui ou que ela tem a receber de terceiros.
Compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos
controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros,
originados de eventos ocorridos.
Todos os fatos contábeis geram uma origem e uma aplicação e ambas devem ser
registradas pela Contabilidade da seguinte forma: as origens são registradas por meio
dos créditos e as aplicações são registradas por meio dos débitos.
Desta forma, uma conta é a representação gráfica da relação débito e crédito de
um determinado fato administrativo. Graficamente, podemos representá-la na forma da
letra T, a qual chamamos de Conta em T ou Razonete.
Nome da Conta
Débito | Crédito
D: Aplicação
C: Origem
1 – Quando o ativo é maior que o passivo, teremos patrimônio líquido maior que zero, o
que revela a existência de riqueza patrimonial.
A = P + PL
2 – Quando o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero, teremos patrimônio
líquido maior que zero, revelando inexistência de dívidas.
A = PL
3 – Quando o ativo é igual ao passivo, teremos patrimônio líquido igual a zero, revelando
inexistência de riqueza própria.
A = P
4 - Quando o passivo é maior do que o ativo, teremos patrimônio líquido menor que zero,
revelando má situação financeira e existência de passivo a descoberto.
A + PL = P
5 – Quando o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero, teremos patrimônio
líquido menor que zero, revelando péssima situação financeira, inexistência de bens e
direitos e somente obrigações.
PL = P
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ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponível (caixa e bancos), contas a Empréstimos e financiamentos, fornecedores e
receber, estoques, impostos a recuperar outras contas a pagar, salários/participação
nos resultados/encargos sociais, obrigações
tributárias
Ativo Não Circulante
- Realizável a Longo Prazo Passivo Não Circulante
Empréstimos e financiamentos, obrigações
- Investimentos tributárias, provisão para riscos
- Imobilizado tributários/cíveis/trabalhistas
- Intangível
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Realizável a longo prazo: que se realizará, estará à disposição, será recebido a longo
prazo, que é o período compreendido após o término do exercício social seguinte.
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Intangível: direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade, como marcas, patentes, direitos autorais,
franquias e outros.
Capital Social: representa valores recebidos pela empresa dos sócios, ou por ela
gerados e que foram formalmente incorporados ao Capital (lucros a que os sócios
renunciaram e incorporaram como capital).
Reservas de Capital: representam valores recebidos que não transitaram pelo resultado
como receitas. Exemplos: valor excedente (ágio) na emissão de ações, alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição.
Reservas de Lucros: representam lucros obtidos pela empresa, retidos com finalidade
específica.
da diferença entre as Receitas e as Despesas mais Custos. Estas três contas são
‘temporárias’, pois a cada período ou exercício é apurado o resultado, que via de regra é
conseguido zerando estas contas transitórias e o que sobra denomina-se Resultado, que
se for prejuízo será transferido para o Patrimônio Líquido na conta Prejuízos
Acumulados. Ou, se for lucro, será destinado para a conta Reservas de Lucros também
no Patrimônio Líquido que poderá ser disponibilizado para distribuição futura na forma de
dividendos, capitalizado ou mesmo para outras destinações conforme proposta dos
órgãos administrativos.
A Demonstração do Resultado envolve a seguinte estrutura:
Exemplos:
Despesas de vendas: despesas de marketing, distribuição, pessoal da área de vendas,
pessoal administrativo interno de vendas, comissões sobre vendas, propaganda e
publicidade, gastos estimados com garantia de produtos vendidos, perdas estimadas dos
valores a receber, perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa.
Despesas financeiras:
• Juros de empréstimos, financiamentos, descontos de títulos;
• Descontos concedidos a clientes por pagamentos antecipados de duplicatas e
outros títulos. Não devem incluir descontos no preço de venda concedidos
incondicionalmente, ou abatimentos de preço, que são Deduções de Vendas.
• Comissões e despesas bancárias que são despesas cobradas pelos bancos e
outras instituições financeiras nas operações de desconto, de concessão de
crédito, comissões em repasses, taxas de fiscalização etc.
• Correção monetária prefixada de obrigações que ocorre nos empréstimos que já
determinam juros e um valor já estabelecido de atualização.
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Receitas financeiras:
• Descontos obtidos, oriundos normalmente de pagamentos antecipados de
duplicatas de fornecedores e de outros títulos.
• Juros recebidos: conta em que se registram os juros cobrados pela empresa de
seus clientes por atraso de pagamento, postergação de vencimento de títulos e
outras operações similares.
• Receitas de títulos vinculados ao mercado aberto, que abrigam toda receita
financeira nas aplicações em Open Market, ou seja, a diferença total entre o valor
de resgate e o de aplicação.
• Receitas sobre outros investimentos temporários, em que são registradas as
receitas totais nos demais tipos de aplicações temporárias de Caixa, como em
Letras de Câmbio, Depósito a Prazo Fixo etc.
O esquema básico do Custeio por Absorção pode ser representado pela Figura 2:
Figura 2: Esquema Custeio por Absorção
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Custos diretos: são aqueles diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma
medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas
de mão de obra e outros).
Custos indiretos: não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa
de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Desta forma,
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são aqueles que não podem ser identificados com o produto como, por exemplo, salários
da supervisão, depreciação das máquinas, aluguel do prédio.
Custos diretos: são aqueles diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma
medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas
de mão de obra e outros).
utilizar um controle de materiais utilizados para cada produto. Para a mão de obra, é
necessário verificar quanto diz respeito à mão de obra direta e quanto é pertencente à
mão de obra indireta. A empresa, para poder conhecer bem esse detalhe, necessita
manter um apontamento de quais foram os operários que trabalharam em cada produto
no mês e por quanto tempo. Quanto à energia elétrica, é possível alocar os custos
diretos quando as máquinas possuem medidores próprios e a empresa faz verificações de
quanto consome para cada item elaborado. Porém, para o restante da energia elétrica
consumida, não há forma direta de alocação de custos.
Custos indiretos: não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa
de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Desta forma,
são aqueles que não podem ser identificados com o produto como, por exemplo, salários
da supervisão, depreciação das máquinas, aluguel do prédio.
A terceira etapa envolve o rateio dos custos indiretos que são alocados a cada
produto por meio de estimativas e aproximações. Estes são tratados como indiretos em
função de sua irrelevância ou da dificuldade de sua medição. As bases de rateio mais
comuns são tempo de máquina, tempo de mão de obra, custo de mão de obra, volume de
matéria-prima, custo de matéria-prima ou combinação de várias.
Um exemplo seria o rateio do ‘salário de supervisão’ aos produtos com a base de
rateio ‘custo de mão de obra’. Verifica-se então, em termos percentuais, o quanto cada
produto representa do custo de mão de obra e multiplica-se pelo salário de supervisão.
O exemplo citado foi uma forma simples de se apropriar o salário de supervisão a
cada produto. Para uma melhor distribuição dos custos indiretos, recomenda-se que a
alocação se dê com base na Departamentalização. Departamento é uma unidade
representada por homens e máquinas que desenvolve atividades homogêneas. Na
maioria das vezes um Departamento é um Centro de Custos, ou seja, nele são
acumulados os Custos Indiretos para posterior alocação aos produtos.
Assim, para atribuir os custos indiretos aos produtos, é necessário que sejam
distribuídos pelos diversos departamentos para que uma melhor alocação seja realizada.
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Neste sentido, para minimizar erros, é necessário analisar os itens que compõem o
total dos custos indiretos de fabricação (CIF), verificar aqueles de valor maior e
estabelecer o critério de rateio mais adequado. Por exemplo:
A quinta etapa é a apuração do custo dos produtos vendidos que pode ser
representado pela seguinte fórmula:
3. DEPRECIAÇÃO
Com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os elementos que integram o
Ativo Imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica. Dessa forma, o custo
de tais ativos deve ser alocado de maneira sistemática aos exercícios beneficiados por
seu uso no decorrer de sua vida útil econômica.
A tendência de um número significativo de empresas foi adotar as taxas admitidas
pela legislação fiscal. Essa prática não poderá ser mais adotada. Essas taxas deverão ser
utilizadas apenas para fins de apuração de impostos, sendo os valores da depreciação
controlados em registros auxiliares.
Os critérios básicos de depreciação, de acordo com a legislação fiscal, estão
consolidados no Regulamento do Imposto de Renda por meio de seus artigos 305 a
323. As taxas anuais de depreciação normalmente admitidas pelo Fisco para uso normal
dos bens em um turno de oito horas diárias constam, todavia, de publicações à parte, da
Secretaria da Receita Federal, e são, sumariamente, como segue:
Turno Coeficiente
Um turno de 8 horas 1,0
Dois turnos de 8 horas 1,5
Três turnos de 8 horas 2,0
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Para fins contábeis, porém, não se deve simplesmente aceitar e adotar as taxas de
depreciação fixadas como máximas pela legislação fiscal, ou seja, deve-se fazer uma
análise criteriosa dos bens da empresa que formam seu Imobilizado e estimar sua
vida útil econômica e seu valor residual, considerando suas características técnicas,
condições gerais de uso e outros fatores que podem influenciar em sua vida útil.
Como consequência, quando determinado bem ou classe de bens tiver vida útil
provável diferente da permitida fiscalmente, deve-se adotar a vida útil estimada como
base para registro da depreciação na contabilidade, e a diferença entre tal depreciação e
a aceita fiscalmente deve ser lançada como ajuste no Livro de Apuração do Lucro Real.
4. CUSTEIO VARIÁVEL
Além do seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos podem ser
classificados em Fixos e Variáveis. Estes não levam em consideração o produto, e sim o
relacionamento entre o valor total do custo num período e o volume de produção.
Custos Fixos: são os que num período têm seu montante fixado não em função de
oscilações na atividade.
Custos Variáveis
• O valor de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente do volume de
produção.
• Mão de obra direta
• Despesa de comissão de vendedores
• Despesas de entrega
• Despesas financeiras variáveis (desconto de duplicatas)
Custos Fixos
• Aluguel da fábrica por mês
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• Depreciação
• Mão de obra indireta: valor definido por mês e não depende do volume de produção.
• Conta de telefones da fábrica: pode ter seu valor diferente em cada mês, mas não é um
custo variável, pois seu montante não está variando em função do volume de produtos
feitos.
• Manutenção
• Despesas de vendas fixas (propaganda, salários da administração das vendas, parte
fixa da remuneração dos vendedores)
• Despesas financeiras fixas (juros e encargos de empréstimos)
• Despesas de administração
• Seguro da fábrica
Um produto Beta tem uma receita de R$ 1150/ unid., possui um custo variável de
R$ 780/ unid. Cada unidade gera esta receita e provoca esse gasto. Toda e qualquer
parcela de Custo Fixo não dependerá apenas da produção e venda desse produto,
existirá independentemente dele. Então:
Qual o motivo de incluirmos a cada unidade de produto uma parcela de Custo Fixo?
REFERÊNCIAS
FERRARI, E. L. Contabilidade Geral: teoria e mais de 1.000 questões. Niterói: Impetus,
2018.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A.. Manual de Contabilidade
Societária – Aplicável a todas as Sociedades – de acordo com as normas internacionais
e do CPC. São Paulo: Atlas. 2010.
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