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Contabilidade e Gestão Comercial

CAPÍTULO IV. PLANEAMENTO E NORMALIZAÇÃO


CONTABILÍSTICA

4.1. Introdução

A Contabilidade como processo de recolha, análise e interpretação


de tudo o que afecta a riqueza das unidades económicas é sem dúvida, um
dos mais poderosos – senão mesmo o maior- suporte de informação para a
gestão.

As informações prestadas pela contabilidade ultrapassam em larga


escala, o âmbito da empresa e dos seus mais directos colaboradores
(investidores, credores, financiadores, fisco, estatísticas nacionais e
sectoriais, etc.).

Assim é necessário que as informações contabilísticas sejam obtidas


a partir de métodos e procedimentos comummente conhecidos e aceites,
para que se elaborem documentos susceptíveis de interpretação e
comparáveis com os de outras unidades.

A normalização contabilística consiste na definição de um conjunto


de regras e princípios que visem:

a) Elaboração de um quadro de contas que devem ser


seguidas pelas unidades económicas.

b) Definição do conteúdo, regras de movimentação e


articulação das contas definidas no quadro indicado na alínea a).

c) Concepção de mapas modelo para as demonstrações


financeiras definidas para as unidades económicas.

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d) Definição dos princípios contabilísticos e dos critérios


valorimétricos que devem ser seguidos na contabilidade das diversas
entidades envolvidas.

Em resumo, normalizar, consiste em criar uma metodologia


comum, a ser seguida pelas unidades económicas visando,
fundamentalmente, a comparabilidade das informações inter - unidades, a
universalidade dos dados recolhidos e a sua compressibilidade pelos
diversos agentes económicos.

4.2. Normalização contabilística em Angola

Em Angola o Plano Geral de Contabilidade, foi aprovado pelo


Decreto nº 82/2011, de 16 de Novembro. O mesmo é obrigatoriamente
aplicável às Sociedades Comerciais e Empresas Públicas que exerçam
actividade em Angola e que exerçam actividade em outros países, mas que
tenham a respectiva sede em Angola.

Com o renascer do desenvolvimento económico do País e com a


crescente internacionalização dos mercados de bens e serviços, o País não
pode deixar de acompanhar a evolução contabilística registada a nível
internacional sob pena de perda de oportunidade e competitividade. Neste
aspecto a normalização contabilística assume um papel primordial à luz da
crescente globalização da economia ao preocupar-se com:

 A melhoria da informação contabilística produzida.

 O conhecimento da contabilidade e respectivo controlo.

 A comparação das informações contabilísticas no tempo e no


espaço.

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 A elaboração de estatísticas

A normalização engloba, portanto duas vertentes


fundamentais:

 Criação de normas

A aplicação das normas com vista à harmonização da informação


contabilística produzida.

A International Federation of Accountants (IFAC), que tem como


objectivo primordial a harmonização contabilística a nível mundial, tem
vindo a desenvolver esforços para a consecução do seu objectivo, através
do International Accounting Standards Committe (IASC), órgão
dependente do IFAC, mediante a emissão de nomas de contabilidade
internacionais.

O Plano Geral de Contabilidade (PGC) substituiu o plano de contas


empresarial que vigorou durante cerca de 12 anos, por se encontrar
desajustado.

Embora as normas internacionais assumam um caracter de prática


geralmente aceite, resultante de uma escolha colectiva com vista a
solucionar problemas de caracter repetitivo, em Angola, as normas
contabilísticas têm agora assumido um caracter legal que, nesta fase face às
inúmeras alterações a introduzir se optou por manter.

À medida que a implementação destas alterações se torne efectiva e


com vista a flexibilizar a sua actualização em função das alterações que
vierem a ser introduzidas nas normas internacionais, haverá então,
conveniência em substituir o caracter legal actual por práticas geralmente
aceites, o que se prevê venha a acontecer de forma progressiva.

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Entretanto, enquanto tal não acontecer, o Plano Geral de


Contabilidade estabelece os critérios para a preparação e apresentação das
Demonstrações financeiras para os utentes externos, tendo com propósitos
fundamentais:

 Ajudar os preparadores das Demonstrações financeiras na


aplicação de normas idênticas às internacionais.

 Ajudar os utentes das Demonstrações financeiras na


interpretação da informação contida nas Demonstrações
financeiras.

 Ajudar os auditores na formação de opinião quando as


Demonstrações financeiras se encontram ou não em
conformidade com os princípios de contabilidade geralmente
aceites.

 Ajudar a identificar assuntos que devam constituir alvo de


interpretação detalhada e aprofundamento em fases seguintes,
para melhor se conformarem com as necessidades do país
sem ferirem os princípios básicos internacionais.

4.3. Plano de Contas

4.3.1.Noção
O Plano de Contas é um conjunto de normas e procedimentos,
contabilísticos destinados a servir de guia e modelo para os trabalhos de
registo e demonstração dos factos patrimoniais, constituído por:

 Princípios e políticas contabilísticas;

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 Elenco de contas;

 Forma (balanço, demonstração de resultados, e


demonstrações de fluxos de caixa) e âmbito das contas;

 Reconhecimento das massas patrimoniais e valorimetria;

 Notas.

Existem planos de contas gerais como é o caso do PGC (Plano


Geral de Contabilidade).

Existem também planos de contas sectoriais, como os Planos de


Contas dos sectores bancário e segurador, respectivamente.

Entretanto os utilizadores de qualquer plano de contas devem


adaptá-lo seguindo as normas e princípios instituídos pela lei que os
consagra, à sua realidade, ou seja, à realidade das empresas. Essa adaptação
pode passar pela abertura de contas de 2º, 3º e 4ºgraus, que permitam uma
melhor compreensão dos movimentos contabilísticos da empresa.

4.3.2. Plano Geral de Contabilidade – Quadro e Lista de


Contas
A fim de orientar o processo de reconhecimento das operações e
outros acontecimentos, simplificar o controlo dos registos efectuados e
facilitar a consulta de saldos e quantias para efeitos de preparação das
Demonstrações financeiras, optou-se pela sistematização e codificação das
rubricas a usar na elaboração dos registos contabilísticos.

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Com vista à harmonização, devem ser adoptados os quadros e listas


de contas constantes do Plano e respeitadas as disposições gerais a seu
respeito.

As contas estão subdivididas por dez classes numeradas de 0 a 9.

A classe 0 – Contas de ordem é de uso facultativo.

As classes 1 a 8 – Contabilidade Geral envolvendo as contas de


balanço, de gestão e de resultados. São de uso obrigatório sempre que
existam factos ou acontecimentos que pela sua natureza devam nelas ser
registados.

Como regra geral não devem ser efectuadas alterações na


disposição, nomenclatura e códigos de contas das rubricas constantes de
cada uma das classes, sob pena de tais alterações poderem a vir a pôr em
causa os objectivos com que foram criadas.

Podem ser efectuados desenvolvimentos de sub-rubricas de acordo


com o que se considerar mais apropriado face à realidade da entidade.

Classe 9 – Contabilidade Analítica – é de uso facultativo o qual


dependerá da necessidade sentida pela empresa e da ponderação do
binómio custo/benefício. Entretanto é recomendado o seu uso para
empresas industriais onde o apuramento dos custos de produção se torne
moroso e difícil de executar por outra via.

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CAPITULO V. ABERTURA DE ESCRITA DAS


SOCIEDADES
5.1. Introdução
O Capital Próprio é constituída, fundamentalmente, pelo capital inicial,
pelas reservas, prestações suplementares, pelos resultados transitados e
pelo resultado líquido do exercício.

A conta Capital pode ser desdobrada em diferentes subcontas, de acordo


com o tipo de empresa que se esteja a analisar.

Neste sentido, teremos as seguintes denominações dentro do Capital


Próprio:

1. Capital Social: Quando se fala do capital nominal das sociedades;

2. Capital individual: Quando se trata do capital das empresas


individuais;

3. Capital Cooperativo: Quando se fala do capital das cooperativas que


é variável de acordo com o número de sócios que as constituem;

4. Prestações Suplementares: A Lei das Sociedades Comerciais


afirma, em relação às sociedades por quota, que os sócios podem
estipular no contrato de sociedade que lhes sejam exigidas prestações
suplementares. Estas depois de referidas no contrato social tornam-se
obrigatórias;

5. Reservas: São tradicionalmente definidas como lucros não


distribuídos, pelo que só se podem constituir nos exercícios
económicos em que a empresa apresenta lucros. Actualmente, e de
acordo com o Plano Geral de Contabilidade, o conceito de reserva é
abrangente na medida em que são englobadas as reavaliações do

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activo e as ofertas, a título gratuito, de bens feitas por terceiros e


destinados ao imobilizado da empresa;

6. Resultados Transitados: Trata-se de uma conta destinada a receber o


valor dos resultados líquidos e dos dividendos antecipados
provenientes do exercício anterior;

7. Resultado Líquido do Exercício: Esta conta destina-se a apurar o


resultado final de determinado exercício e o que se obtém pela
diferença entre todos os proveitos obtidos e os custos suportados pela
empresa durante o exercício.

Os fundos constantes das contas atrás referenciadas constituem


fontes de financiamento da empresa.

Figura 5.1. Fontes de financiamento da empresa

Empresa
Fontes de Financiamento

Capital Prestações Reservas Resultados Resultado


Suplementa Transitado Líquido do
Exercício
res s

Neste capítulo far-se-á uma referência às aberturas de escrita das


Sociedades Por quotas e das Sociedades Anónimas, por representarem a
maioria esmagadora das nossas sociedades, mas também, porque a abertura
das sociedades em nome colectivo ser semelhante à das sociedades por
quota.

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5.2. Abertura de Escrita das Sociedades por Quota


Estas Sociedades Comerciais apresentam como uma das suas
características fundamentais o facto de a responsabilidade dos seus sócios
ser limitada ao valor do capital social.

O capital destas sociedades encontra-se dividido em parcelas


chamadas quota, onde cada uma representa a parte com que o sócio
participa no capital da sociedade.

O processo de abertura da escrita deste tipo de sociedade surge


quando os sócios assumem um compromisso de entrar para a sociedade
com determinados valores.

Uma segunda fase tem início quando os sócios entregam à


sociedade os valores com que se comprometem, no momento da escritura
de constituição. Assim, consideramos duas fases na abertura de escrita
deste tipo de sociedade;

a) Subscrição do Capital: Quando os sócios assumem o


compromisso de entrar para a sociedade com determinados
valores;

b) Realização do Capital: Quando os sócios entregam à sociedade


os valores subscrito.

Neste tipo de sociedade, o estudo do processo contabilístico,


referente a cada uma destas fases, será feito recorrendo a um exercício
prático em que serão analisadas várias hipóteses possíveis de realização do
capital social.

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5.2.1. Exercícios

Exercício 1

No dia 30 de Junho de 2013, Milena Azenaide, Fábio de Sousa e Margarida


Ventura constituíram, no cartório notarial da cidade do Lubango, a
sociedade “MAFV”, Lda., com um capital social de Kz 9.000.000,00
subscrito por quotas iguais.

Para a realização da sua quota, a sócia Milena Azenaida, transferiu a sua


antiga empresa, composta pelos seguintes valores patrimoniais1:

 Duas viaturas, uma de marca Toyota Hiluxi e outra de marca


L200 avaliadas a Kz 1.300.000,00 e Kz 950.000,00,
respectivamente;
 50 Notas de Kz 1.000,00 e 2.450 notas de Kz 200,00;
 Mercadorias avaliados em Kz 600.000,00;
 Depósitos à Prazo no BAI no valor de Kz 150.000,00
 Dívidas de Clientes avaliadas à Kz 100.000,00
 Dívidas à Fornecedores avaliadas à Kz 840.000,00.

Para a realização da sua quota, o sócio Fábio de Sousa entregou um talão


de depósito sobre a conta da empresa no BAI no valor da sua quota.

Do mesmo modo, a sócia Margarida, entregou à sociedade mercadorias


avaliadas em Kz 800.000,00 e 5 computadores Toshiba avaliados a Kz
180.000,00 cada.

No dia 4 de Junho fez o pagamento das despesas de constituição da


sociedade por transferência bancaria no valor de Kz 200.000,00.

1
O restante considerou-se valor do trespasse.

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Pretende-se que:

a) Registe as operações de abertura no Diário Geral da empresa;

b) Passe as mesmas operações ao razão Geral;

c) Elabore o balanço Inicial.

Exercício 2

Eduardo Freitas e Osvaldo Cativa decidiram em 02 de Janeiro de 2006


reunirem-se para formar a sociedade por quota “EBOCenter, Lda.”, em
Caconda, cujo objecto social é a comercialização de viaturas de diversas
marca, com um capital social de Kz 3.780.000,00, subscrito da seguinte
forma:

Eduardo Freitas: ;

Osvaldo Cativa: O restante.

Para a realização integral da sua quota, Eduardo Freitas trespassa para a


sociedade, neste mesmo dia, um estabelecimento que possuía e que era
constituído pelos seguintes valores (Expressos em Kz):

 Mercadorias diversas 500.000,00


 Mobiliário de escritório 400.000,00
 Dívidas a fornecedores 300.000,00
 Uma viatura de marca Hyundai para o transporte dos trabalhadores
1.200.000,00
 IRT em dívida 500.000,00;
 Depósitos a ordem no BPC 700.000,00.

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Em 05 de Janeiro, Osvaldo Cativa entrega à sociedade um cheque sobre o


BPC no valor de 45% da sua quota, 63 notas de Kz 2.000,00 e um terreno
avaliado em Kz 350.000,00

Neste mesmo dia fez-se o pagamento por transferência bancaria das


despesas de constituição da sociedade no valor de Kz 80.000,00

Pretende-se que:

a) registe as operações de abertura no Diário Geral da empresa;

b) Passe as mesmas operações ao razão Geral;

c) Elabore o balanço Inicial.

5.3. Abertura De Escrita Das Sociedades Anónimas


Este tipo de sociedade apresenta, fundamentalmente, as seguintes
características2:

 O capital está dividido em acções;


 O valor do capital é geralmente elevado e não pode ser
inferior a um valor expresso em kwanzas equivalente a USD
20.000,00;
 Permite a reunião de um grande número de sócios que
nesta sociedade se denominam de accionistas;
 A responsabilidade de cada accionista é limitada ao
valor das acções que possam subscrever;
 Não pode ser constituída com um número de accionistas
inferior a cinco3.

2
Consultar a Lei das Sociedades Comerciais (Lei Nº 1/04 de Fevereiro): artigo 301º e seguintes.

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5.3.1. Formas de Subscrição das Acções


As acções são títulos representativos do capital social das
sociedades anónimas e das sociedades em comandita por acções. Um
investidor que tenha, por exemplo, 10 acções de uma empresa com 100
acções emitidas, detém 10% (10/100) do capital da empresa. E, de uma
forma geral, tem direito a 10% dos votos e 10% dos resultados que a
empresa distribuir (dividendos).

A subscrição das acções pode ser pública ou particular.

 A subscrição é pública quando qualquer pessoa tem


possibilidade de participar do capital social da empresa subscrevendo
uma ou mais acções. Neste caso, a constituição da sociedade deve ser
provisória, por escritura pública, em que apenas intervêm os sócios
fundadores;
 A subscrição é particular quando os sócios fundadores
subscrevem todo o capital social. Neste caso, a sociedade constitui-se
desde logo definitivamente.

5.3.2. Tipos de Acções


Para efeitos de contabilização interessará, fundamentalmente,
conhecer como as acções podem ser classificadas quanto aos direitos que
conferem aos seus possuidores.

Neste sentido, os accionistas como proprietários da empresa têm


direitos sobre os activos e proveitos da empresa depois de todas as dívidas
estarem pagas.

Assim, há que considerar dois tipos de acções:

3
A Lei das sociedades comerciais apresenta excepção no nº2 do seu artigo 304º.

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1. Acções Ordinárias: o proprietário deste tipo de acções


tem direito a:
 Uma percentagem no montante do lucro a
distribuir que é proporcional ao número de acções possuídas;
 Participar nas assembleias gerais e eleger os
corpos gerentes;
 Participar, com frequência, em futuras aquisições
de acções da empresa sempre que esta aumente o seu capital;
 Participar, em caso de liquidação da empresa, na
divisão de capitais remanescentes, isto é, em valores que
restam após a liquidação de todas as obrigações da empresa.
2. Acções Preferenciais: os detentores deste tipo de
acções gozam de todos os direitos conferidos pelas acções ordinárias
bem como de direitos prioritários sobre os accionistas ordinários.
Entre estes podemos destacar:
 Direito a receber dividendos antes dos accionistas ordinários;
 Direito de preferência na partilha dos capitais remanescentes no
caso de liquidação da empresa;
 Vantagens na contagem de votos em assembleias gerais;
 Direito a receber dividendos.

Há três valores relativamente às acções que é importante clarificar:

 O valor nominal: é o valor facial da acção aquando da


constituição da sociedade;
 O valor da cotação: é o preço a que a acção é
transaccionada na bolsa de valores;
 O valor contabilístico: é o valor que resulta da divisão
do valor dos capitais próprios pelo número de acções existentes.

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5.3.3. Emissão de Acções


No momento de lançamento das acções no mercado há a considerar
o valor pelo qual é emitida (valor de emissão) e o valor nominal da mesma
(valor que se encontra inscrito no título). Da comparação destes valores
podem resultar três situações:

1. Acções ao par – quando o valor de emissão é igual ao


seu valor nominal;
2. Acções abaixo do par – quando o valor do titulo é
superior ao seu valor de emissão;
3. Acções acima do par – quando o valor nominal do
titulo é inferior ao seu valor de emissão.

5.3.4. Prémio de Emissão


Se o valor de emissão das acções for superior ao seu valor nominal
resulta uma diferença que deverá ser registada na conta Prémios de emissão
de acções. Este é, igual à diferença entre o valor de subscrição e o valor
nominal das acções.

5.3.5. Suprimentos
Por vezes, os accionistas podem entregar à sociedade valores
superiores ao capital subscrito. À diferença existente entre o valor entregue
e o capital subscrito dá-se o nome de suprimento. Assim, entende-se
suprimento como um empréstimo de um acionista à respectiva sociedade.

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5.4. Exercícios
Exercício 1
A 2 de Janeiro de 2013 constitui-se, no cartório Notarial da Huíla, a
Sociedade ManuelS, SA., com um capital social de Kz 10.000.000,00
dividido em 10.000 acções de igual valor nominal.
As acções foram subscritas na totalidade ao par e realizadas, no dia 15 de
Janeiro, metade em dinheiro e metade por transferência bancaria através do
BPC.
Pretende-se que registe no Diário Geral as operações de abertura desta
sociedade.

Exercício 2

A 3 de Junho de 2013, constitui-se a sociedade Ventura SA., com sede na


Chibia, com um capital social de Kz 20.000.000,00 dividido em 20.000
acções de igual valor nominal. Dada as boas perspectivas de lucro, a
empresa colocou no mercado esta acções pelo valor de Kz 1.500,00 cada.
Estas foram subscritas na totalidade, sendo o capital realizado
integralmente no dia 24 de Junho, no BPC.
Pretende-se que registe no Diário Geral as operações de abertura desta
sociedade.

Exercício 3
O Senhor Euclides Fábio, jurista, resolveu transformar o seu
estabelecimento em nome individual numa sociedade anónima, com capital
de Kz de 5.000.000,00 dividido em 5.000 acções, pelo que se associou com
pessoas para construir a sociedade EFabio, SA.A sociedade com sede na
Matala, foi constituída, por escritura lavrada no cartório notarial da Huíla

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em 4 de Maio de 2012, tendo cada sócio subscrito 20% do capital. Todos


os sócios realizaram integralmente as suas quotas.
No dia 8, o Sr. Euclides Fábio entregou a sociedade mercadorias avaliadas
em Kz 800.000,00 e diverso mobiliário de escritório avaliado em Kz
200.000,00.

No dia 12, os restantes accionistas depositaram na conta da empresa no


BFA, o valor correspondente as suas subscrições.

Pretende-se que registe no diário geral os lançamentos de abertura desta


sociedade.

Exercício 4
Por escritura pública de 4 de Janeiro do ano passado, lavrada no cartório
notarial da Huíla, foi constituída uma sociedade anónima, sob a
denominação ÂngelaF, SA., com o capital de Kz 10.000.000,00,
representadas por 5.000 acções de igual valor. Estas acções foram
oferecidas ao público pelo prazo de oito dias, pelo valor de Kz 2.200,00
cada, no BAI, com a obrigação de entrega imediata de 40% do valor dos
títulos subscritos.

No dia 15, foi recebido o produto da subscrição, tendo a empresa pago ao


banco uma comissão de Kz 100.000,00.

No dia 18, foram pagas várias despesas relativas à constituição da


sociedade no valor de Kz 200.000,00.

Pretende-se que registe no Diário Geral as operações descritas.

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