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FACULDADE DE ECONOMIA E CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria


Contabilidade Financeira I

1.1 Normalização Contabilística

Normalização contabilística é o processo que consiste em criar uma metodologia uniforme a ser
seguida pelas unidades económicas Fereira (1984).

Para Borges & Ferrão (1999), normalização contabilística “é um processo dinâmico que visa a
adequação da realidade contabilística face as mutações do meio envolvente económico-
financeiro que rodeia as unidades económicas”

Rodrigues & Pereira (2004) definem normalização contabilística como um processo de aumento
de comparabilidade das práticas contabilísticas estabelecendo-se limites ao seu grau de variação).

A harmonização contabilística pode ser entendida como sendo o processo pelo qual as diferenças
nas práticas contabilísticas entre os países são reduzidas, Weffort (2003).

Harmonização contabilística é o processo através do qual vários países de comum acordo


realizam mudanças nos seus sistemas e normas contabilísticas, para torná-las compatíveis,
partindo de uma teoria geral de contabilidade e um marco conceitual comum que fundamente
suas normas, respeitando as características de cada país” Amenabar (2000)

A partir dos conceitos acima arrolados pode-se concluir o seguinte:

A normalização contabilística é um processo dinâmico que visa criar uma metodologia comum,
a ser seguida pelas diversas unidades económicas com o objectivo fundamental de permitir a
universalidade, compreensibilidade e comparabilidade das informações entre os diversos
agentes económicos.

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1.2 Objectivos da normalização contabilística

Segundo (Borges, 2007), a normalização contabilística prossegue objectivos bem definidos,


assentes na definição de conjunto de regras e princípios que visam a:
 Elaboração de um quadro de contas que devem ser seguidas pelas unidades económicas;
 Definição de regras de mensuração e de reconhecimento dos elementos das
demonstrações financeiras;
 Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas;
 Concepção de mapas - modelo para as demonstrações financeiras a ser divulgadas pelas
unidades económicas;
 Definição de princípios contabilísticos que devem ser seguidos na contabilidade das
diversas entidades económicas.

1.3 Vantagens da normalização contabilística

Segundo Laines at all (2004) a normalização contabilística traz as seguintes vantagens:


 Facilita a análise, interpretação e compreensão da informação elaborada em diferentes
países, fortalecendo deste modo a credibilidade da informação por parte dos seus
usuários;
 Elimina barreiras a livre circulação de capitais a nível internacional;
 Simplifica o trabalho das empresas multinacionais de auditoria pelo facto de poderem
aplicar princípios equivalentes em todos os países;
 Facilita as autoridades fiscais na medição do lucro empresarial sobre o qual tributam as
empresas estrangeiras de acordo com normas uniformes de reconhecimento de custos e
proveitos;
 Contribui para a redução dos custos operacionais, uma vez que, elimina a necessidade de
elaboração de múltiplos conjuntos de demonstrações financeiras por parte das instituições
com actuação internacional;
 Facilita os processos de fusões.

1.4 Desvantagens da normalização contabilística

Embora a normalização contabilística seja vantajosa em todos os domínios (registo, análise e


estudo), ela comporta em si um grande inconveniente, que é o de poder ser excessiva. Ela é

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vantajosa até ao ponto em que possa ser aplicada na empresa, sendo nefasta quando não se
adapte às características e necessidades reais das unidades económicas, nos aspectos que se
proponha uniformizar, Borges (2007).

Neste contexto, deve-se concordar com alguns autores ao concluírem que “sempre haverá
discordâncias sobre o que deve ser divulgado e de que forma” Hendiksen at all (2002).

1.5 Obstáculos à normalização Contabilística


 O impacto económico das práticas contabilísticas, na medida em que a harmonização
contabilística tende a diminuir a importância dos interesses de grupos específicos dos
países;
 Ausência de organismos profissionais fortes em diversos países, que influenciam o
processo de desenvolvimento da contabilidade internacional;
 A resistência dos países em abdicar do seu normativo nacional a favor de uma
regulamentação internacional definida exteriormente.

1.6 Normas Internacionais de Contabilidade

Numa tentativa de lidar com alguma subjectividade e para alcançar a comparabilidade nas contas
de entidades diferentes, foram desenvolvidas as Normas de Contabilidade. Estas normas são
desenvolvidas tanto ao nível nacional, como a nível internacional. Neste contexto, irá-se singir
nas Normas Internacionais de Contabilidade (NICs).

1.6.1 Estrutura do International Accounting Standards Board (IASB)

As Normas Internacionais de Relato Financeiro são produzidas pelo International Accounting


Standards Board (IASB). O IASB é um organismo independente, financiado pelo sector privado
cuja missão é formular normas de Contabilidade com a sua sede em Londres.

O IASB foi constituído em 1973 (como Internacional Accounting Standards Committee) para
trabalhar no melhoramento e harmonização do relato financeiro. O IASB desenvolve as IFRS
através dum processo internacional que envolve toda profissão de Contabilidade e Auditoria, os
preparadores e utentes das demonstrações financeiras e organismos nacionais de formulação de
normas de Contabilidade.

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O IASB é composto por 14 membros provenientes de nove países e possuem experiência vasta
em tais áreas como auditores, preparadores de demonstrações financeiras, utentes de
demonstrações financeiras e académicos.

A partir de Abril de 2001, o IASB assumiu as responsabilidades de formulação de normas do seu


predecessor, o IASC (International Accounting Standards Committee).

O IASC foi constituído em 29 de Junho 1973, como resultado de um acordo entre associações
profissionais da Alemanha, Austrália, Canada, EUA, França, Holanda, Japão México Reino
Unido e Irlanda. Ao longo da sua existência criou 41 normas referidas como IAS. O IASC foi
substituído pelo IASB em 2001, o qual adoptou as 41 Normas do IASC e desenvolveu novas
normas, referidas como IFRS. A Moldura actual das normas que se designa GAS (Global
Accounting Standards) é constituída por:

 41 Normas referenciadas como IAS (produzidas pelo IASC).


 7 Normas referenciadas como IFRS (produzidas pelo IASB).

1.6.2 Causas e contextos que caracterizam o surgimento do IASC

 Necessidade de desenvolver um modelo de harmonização que se caracteriza por envolver


a profissão e não o governo;

 Tentativa de estabelecer normas de aceitação voluntaria e não leis.

 Utilizar uma estrutura conceptual, onde predomina a substancia sobre a forma e a


divulgação da informação financeira ao invés de ocultar;

 Pressões exercidas pelas empresas de multinacionais e pelas empresas de auditorias, no


sentido de uma harmonização contabilística à escala internacional o que permitiria a
redução dos custos na preparação da informação financeira, visto que uma empresa
multinacional tem de preparar tantas demonstrações financeiras quanto os países em que
opera;

 Necessidade da comparabilidade dos relatórios financeiros devido a globalização do


comércio e dos mercados de capitais.

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1.6.3 Objectivos do IASB

a) Desenvolver, no interesse público, um único conjunto de normas de Contabilidade que sejam


de alta qualidade, fáceis de entender, cuja aplicação possa ser requerida a nível global;

b) Promover o uso e aplicação rigorosa destas normas;

c) Trabalhar activamente com organismos nacionais de formulação de normas como forma de


convergência de normas nacionais e IFRS para o alcance de soluções de alta qualidade.
Contudo, falaremos um pouco mais sobre o IASB nas Contabilidades seguintes.

1.6.4 Outras influências internacionais

Existem alguns organismos internacionais que precisamos mencionar. Futuramente precisamos


de entender em pormenores o detalhe do seu funcionamento mas o conhecimento da sua
existência certamente facilitará o processo de aprendizagem.

1.6.5 O IASB e a Comissão Europeia

A Comissão Europeia já reconheceu o papel do IASB na harmonização de normas contabilísticas


a nível mundial e representantes da Comissão Europeia participam nas reuniões do IASB assim
como participam em comités do IASB trabalhando na elaboração de novas normas. Isto
eliminará a existência de normas diferentes.

A Comissão Europeia estabeleceu um comité para investigar áreas de conflito entre as suas
normas e as do IASB com vista a alcançar a comparabilidade. O IASB, por seu turno, tem usado
as directivas da União Europeia no seu trabalho.

Todas empresas cotadas em bolsa na Europa tem vindo a aplicar as IFRS nas suas contas desde
Janeiro de 2005.

1.6.6 Nações Unidas

O IASB também trabalha em conjunto com as Nações Unidas. As nações unidas apoiam a
harmonização de normas contabilísticas e o melhoramento do relato financeiro, por mais que não
sejam em si uma entidade que formula normas de Contabilidade. As Nações Unidas por isso
dependem do trabalho do IASB, por exemplo ao adoptarem Estrutura Conceptual de Relato
Financeiro do IASB como o exemplo a seguir a nível internacional.

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1.6.7 Federação Internacional de Contabilistas (IFAC)

O IFAC é um organismo do sector privado e foi constituído em 1977. Tem presentemente mais
de 100 organismos profissionais de contabilistas de cerca de 80 países. O objectivo principal do
IFAC é coordenar a Contabilidade numa escala global através da emissão e do estabelecimento
de normas internacionais de auditoria, gestão financeira, ética, educação e formação contínua. O
IFAC também organiza o Congresso Mundial de Contabilistas que acontece uma vez cada 4
anos. O IASB está afiliado no IFAC.

1.6.8 Princípios de Contabilidade Geralmente Aceites (GAAP)

GAAP significa todas regras, de qualquer fonte, que orientam a Contabilidade.

Em países individuais isto é visto como uma combinação de:


 Código comercial
 Normas contabilísticas nacionais
 Requisitos da bolsa de valores

Embora estas fontes sejam a base do GAAP de cada país, o conceito também inclui os efeitos de
fontes não monetárias tais como:

 Normas Internacionais de Relato Financeiro

 Requisito das leis de outros países

1.7 Pressupostos básicos da Contabilidade Financeira

Como já foi referenciado anteriormente que a contabilidade financeira, surge na necessidade de


apresentar ao exterior o patrimônio das empresas, a estrutura de a apresentação exige que as
Demonstrações Financeiras (DF,s), sejam apresentadas tomando em consideração os
pressupostos de regime de acréscimo e continuidade.

O regime de acréscimo prevê que as transacções e eventos devem ser reconhecidos no período
em que ocorrem, independentemente do recebimento ou pagamento de caixa ou de equivalente
de caixa e devem ser registados e reportados nas DF’s dos períodos com os quais se relacionam.

O regime de continuidade exige que as DF’s sejam preparadas no pressuposto de que a empresa
está em continuidade e continuará a desenvolver normalmente as suas actividades no futuro

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previsível. Assim, assume-se que a entidade não tem intenção, nem necessidade de cessar as suas
operações ou de reduzir significativamente o seu volume de transações.

1.7.1 Características qualitativas das Demonstrações Financeiras


A estrutura conceptual identifica as características qualitativas que tornam úteis as informações
nas demonstrações financeiras, nomeadamente:

a) Compreensibilidade

A informação deve ser compreensível pelos utentes que tendo um razoável conhecimento da
envolvente empresarial e da contabilidade as estudem com razoável diligência.

b) Relevância

A informação é relevante quando for útil para a tomada de decisões económicas dos utentes das
demonstrações financeiras, ou seja, sempre que tenha prestado algum apoio na avaliação dos
acontecimentos passados, presentes e futuros ou na confirmação ou ainda correcção das suas
avaliações passadas. A relevância da informação financeira é influenciada pela natureza,
materialidade e pela oportunidade dos factos patrimoniais relatados.

c) Materialidade

Está relacionada com a alteração do sentido da decisão económica resultante do seu


conhecimento, ou seja, é material toda a informação que quando omissa ou inexacta influencie as
decisões que possam ser tomadas com base nas demonstrações financeiras.

d) Oportunidade

A informação deve ser fornecida no momento em que é necessária, pois em caso contrário será
mais que inútil. De facto, o valor duma informação contabilística decresce com o quadrado do
tempo decorrido até à sua recepção pelo destinário.

e) Fiabilidade

Uma informação é fiável se for digna de confiança pelos seus usuários, devendo para o efeito,
estar isenta de erros materiais. Para que a fiabilidade da informação seja conseguida, é necessário
que se verifiquem os seguintes requisitos:

 Plenitude,
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 Representação fidedigna,
 Substância sobre a forma,
 Neutralidade,
 Prudência,

f) Comparabilidade

Os utilizadores devem ser capazes de comparar demonstrações financeiras de uma empresa


através do tempo, com vista a poder identificar tendências na posição financeira e no
desempenho, e ou, comparar demonstrações financeiras de diferentes empresas, com vista a
poder avaliar de forma relativa a sua posição financeira, seu desempenho e alterações na sua
posição financeira.
É importante realçar que a comparabilidade da informação esta associada ao principio de
consistência, segundo o qual os factos patrimoniais da mesma natureza devem ser tratados de
forma idêntica, ainda que em momentos diferentes, e, sempre que não se possa assegurar a
contabilização coerente, os utentes devem ser informados desse facto e das razões que estiveram
subjacentes a essa mudança.

1.7.2 Elementos das Demonstrações Financeiras


As Demonstrações Financeiras tem os seguintes elementos:
 Activo
 Passivo
 Capital Próprio
 Proveito
 Custo

Activo é um recurso controlado por uma entidade como resultado de evento(s) Passado(s) do
qual benefícios económicos vão fluir para a empresa.

Passivo é uma obrigação presente (não um cometimento futuro) duma entidade como resultado
de evento(s) passado(s) cuja resolução implicara num defluxo de benefícios económicos da
entidade.

Capital Próprio é interesse residual sobre os Activos depois de deduzir todas as obrigações.

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Proveito é um incremento de benefícios económicos durante um período contabilístico na forma
de influxos ou incremento de activos ou redução de passivos de que resulta um aumento dos
capitais próprios.

Custo é um decréscimo de benefícios económicos durante um período contabilístico na forma de


defluxos ou redução de activos ou aumento de passivos de que resulta um decréscimo dos
capitais próprios.

1.8 A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NO SECTOR EMPRESARIAL EM


MOÇAMBIQUE

Até a independência nacional, apenas os sectores de seguros e da banca estavam obrigados a uma
normalização contabilística. Face à ausência de normas que estabelecessem terminologia de
contas, sua ordenação, critérios valorimétricos uniformes e princípios contabilísticos que
permitissem a determinação dos resultados para uma tributação justa, verificada nos restantes
sectores de actividades e em 1977 foi reconhecida a necessidade duma normalização
contabilística para o sector empresarial no país, segundo apontam as directivas económicas e
sociais do IIIº Congresso da Frelimo, realizado em 1977, Frelimo (1978).
Esta intenção só se efectivou em 1984 através do decreto nº 13/84 de 14 de Dezembro que
aprova o Plano Geral de Contabilidade (PGC), obrigatoriamente aplicável a todas as unidades
económicas com excepção das que exercem actividades nos ramos bancários ou de seguros.

Este PGC foi concebido para servir de instrumento de direcção e controlo do Estado sobre a
economia, pois, nesta altura, a contabilidade geral foi definida como sendo “ sistema de
informação destinado a exercer o papel jurídico e de controlo”, Moçambique, Conselho de
Ministros (1984).

Pelo facto de este instrumento ter se revelado insuficiente face às transformações verificadas no
ambiente económico, político e social ao longo do tempo, e com o objectivo de adoptar aos
novos desafios de gestão, o PGC ora aprovado sofreu ligeiras alterações e ajustamentos que
culminaram com a publicação do decreto nº 36/2006 de 25 de Julho.

Com o decorrer do tempo, este instrumento foi se mostrando desajustado, e registou a sua última
alteração em 2009 através do Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro. Esta alteração marca o
momento mais importante da evolução da normalização contabilística no sector empresarial

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moçambicano, pois, para além de prever a criação de um Organismo Regulador da Normalização
Contabilística que velará pela revisão, ajustamento, interpretação e actualização do Sistema,
aprova o novo sistema de contabilidade para o sector empresarial em Moçambique que integra:

O Plano Geral de contabilidade para empresas de grande e média dimensão baseado nas IFRS, o
qual se designa PGC – NIRF, incluindo o calendário de implementação obrigatória pelas grandes
e médias empresas a partir de 1 de Janeiro de 2010 e 1 de Janeiro de 2011, respectivamente.

1.9 Estratégias da normalização contabilística e a abordagem seguido por Moçambique

São conhecidas quatro estratégias de Normalização Contabilística a saber:

 Abordagem evolucionária consiste em o País definir os seus próprios padrões sem


nenhuma influência externa. Define as suas próprias normas, princípios, objectivos e os
procedimentos.

 Abordagem de transferência de tecnologias nestas abordagem os sistemas


contabilísticos dos países em vias desenvolvimento irão se desenvolver automaticamente
como resultado do facto de contabilidade e auditoria das multinacionais estarem a operar
nesses países.

 Adopção das NIC envolve a afiliação aos organismos normalizadores como sejam a
IFAC e o IASB e da adopção completa das suas normas de contabilidade.

 A estratégia Situacional consiste em, partindo das NIC e práticas contabilísticas dos
países desenvolvidos, desenvolver se normas nacionais tendo em conta a situação
económica, politica e social vigente.

É a abordagem que Moçambique adoptou. Pois partindo das normas da IASB divulgadas em
2008 compilou aquilo que designamos de PGC - NIRF

1.10 O PGC –NIRF

O Plano Geral de Contabilidade (PGC- NIRF), foi elaborado com base nas Normas
Internacionais de Relato Financeiro, designadas por NIRF´s, referenciadas no primeiro tema, que
constituem um conjunto de princípios, regras e procedimentos, que constituem o normativo
contabilístico aplicável na república de Moçambique.

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É baseado nas Normas Internacionais de Contabilidade (NIC) e nas Normas Internacionais de
Relato Financeiro emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board). As NICs e
NIRF´s aprovadas em Outubro de 2008, são as que serviram de base para a elaboração do PGC.
Estes documentos são susceptíveis de alterações devido a introdução de novos negócios e das
condições económicas.

1.11 Quadro Conceptual


A estrutura conceptual pode ser entendida como sendo uma interpretação da teoria geral da
contabilidade, mediante a qual se estabelecem os fundamentos conceptuais em que se apoia a
preparação e divulgação da informação financeira” Borges (2007).

Em Moçambique não existia uma Estrutura conceptual formalmente definida. Sendo que o PGC
constituía o núcleo das normas a seguir no âmbito da contabilidade empresarial e fazia referencia
aos objectivos das DF’s, características qualitativas da informação financeira, reconhecimento e
mensuração dos elementos da DF’s.

No entanto, há que salientar que com a convergência para os padrões internacionais de


contabilidade, já existe no país uma estrutura conceptual, que consta do PGC-NIRF, designado
por Quadro Conceptual e que refere a existência de todos níveis da estrutura conceptual do
IASB.

A estrutura conceptual do IASB de 1989, é objecto de uma revisão periódica, e tem como
objectivos os seguintes:

 Ajudar os preparadores das DF’s na aplicação das NIRF’s;


 Ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas DF’s;
 Ajudar os auditores na formulação de uma opinião de auditoria.

De salientar que a estrutura conceptual não é uma norma por si só, em caso de conflitos entre
qualquer norma e a estrutura conceptual, prevalecem sobre esta as exigências da norma.

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Auto-avaliação

1. Um dos objectivo do IASB é promover a preparação das demonstrações financeiras usando o


Euro
Verdadeiro
Falso

2. Uma estrutura conceptual é:


a) Uma expressão teórica das normas de Contabilidade
b) Uma lista de termos importantes usados pelo IASB
c) Um documento que engloba os princípios teóricos geralmente aceites que formam a
estrutura de referência para o relato financeiro.
d) Uma forma das demonstrações financeiras

3. Quais dos seguintes argumentos não são a favor da padronização das normas de Contabilidade
mas sim de escolha livre de normas?

a) Reduzem variações nos métodos usados para produzir as demonstrações financeiras


b) Obrigam as empresas a divulgar as suas políticas contabilísticas
c) Constituem uma alternativa menos rígida do que a legislação
d) Pode haver uma tendência à rigidez na aplicação das regras

4. Algumas pessoas sugerem que o organismo de formulação de normas é desnecessário pois as


próprias normas de Contabilidade são desnecessárias. Outras são de opinião de que tais normas
devem ser produzidas pelo governo, de modo a que sejam legisladas.

Comente as afirmações acima evidenciando de forma clara tendo em a essência da normalização


Contabilística.

5. Qual é o enfoque do objectivo das demonstrações financeiras plasmado no PGC-NIRF ?

a) Enfoque legal
b) Enfoque económico
c) Enfoque estrutural
d) Enfoque comportamental

6. Qual das características qualitativas das demonstrações financeiras consubstanciam a dimensão


ética da contabilidade?

a) Neutralidade
b) Fiabilidade

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c) Representação fidedigna
d) Todas as características acima.

7. A adopção das NIRF no sector bancário de Moçambique foi essencialmente feita através duma
estratégia:

a) Evolucionária
b) Transferência de Tecnologia
c) Plena Adopção
d) Situacionista

8. Num processo de normalização contabilística, as normas são:

a) Flexíveis
b) Rígidas
c) Sempre obrigatórias.
d) Nunca obrigatórias

2. No caso de existirem incoerências entre o quadro conceptual e as IFRS, prevalece o disposto:


a) Nas IFRS, porque a o quadro conceptual é uma norma internacional de contabilidade.
b) No quadro conceptual, porque este está acima de qualquer norma.
c) Nunca existem incoerências entre o quadro conceptual e as IFRS.
d) Nenhuma das anteriores.

9. Qual das seguintes afirmações não traduz um objectivo do relato financeiro anual das entidades:

a) Fornecer informação que seja útil para as decisões de investimento de financiamento.


b) Fornecer informação acerca das fontes de fundos da entidade, do seu grau de exigibilidade e
das respectivas alterações.
c) Fornecer informação acerca do valor de liquidação da entidade.
d) Fornecer informação útil à medição dos fluxos de caixa esperados.

10. O reconhecimento dos rendimentos na base do acréscimo (accrual basis) deve ser efectuado:

a) No período em que ocorram as transacções.


b) No período a que dizem respeito os efeitos das transacções.
c) No período em que ocorram os recebimentos.
d) Nenhuma das anteriores

11. Os gastos em base de caixa (cash basis) são reconhecidos:

a) No período a que dizem respeito os efeitos das transacções efectuadas.


b) No período em que ocorram os pagamentos por caixa.
c) No período em ocorram os pagamentos.
d) Nenhuma das anteriores

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