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Normalização contabilística é o processo que consiste em criar uma metodologia uniforme a ser
seguida pelas unidades económicas Fereira (1984).
Para Borges & Ferrão (1999), normalização contabilística “é um processo dinâmico que visa a
adequação da realidade contabilística face as mutações do meio envolvente económico-
financeiro que rodeia as unidades económicas”
Rodrigues & Pereira (2004) definem normalização contabilística como um processo de aumento
de comparabilidade das práticas contabilísticas estabelecendo-se limites ao seu grau de variação).
A harmonização contabilística pode ser entendida como sendo o processo pelo qual as diferenças
nas práticas contabilísticas entre os países são reduzidas, Weffort (2003).
A normalização contabilística é um processo dinâmico que visa criar uma metodologia comum,
a ser seguida pelas diversas unidades económicas com o objectivo fundamental de permitir a
universalidade, compreensibilidade e comparabilidade das informações entre os diversos
agentes económicos.
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1.2 Objectivos da normalização contabilística
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vantajosa até ao ponto em que possa ser aplicada na empresa, sendo nefasta quando não se
adapte às características e necessidades reais das unidades económicas, nos aspectos que se
proponha uniformizar, Borges (2007).
Neste contexto, deve-se concordar com alguns autores ao concluírem que “sempre haverá
discordâncias sobre o que deve ser divulgado e de que forma” Hendiksen at all (2002).
Numa tentativa de lidar com alguma subjectividade e para alcançar a comparabilidade nas contas
de entidades diferentes, foram desenvolvidas as Normas de Contabilidade. Estas normas são
desenvolvidas tanto ao nível nacional, como a nível internacional. Neste contexto, irá-se singir
nas Normas Internacionais de Contabilidade (NICs).
O IASB foi constituído em 1973 (como Internacional Accounting Standards Committee) para
trabalhar no melhoramento e harmonização do relato financeiro. O IASB desenvolve as IFRS
através dum processo internacional que envolve toda profissão de Contabilidade e Auditoria, os
preparadores e utentes das demonstrações financeiras e organismos nacionais de formulação de
normas de Contabilidade.
@ João Calenga 3
O IASB é composto por 14 membros provenientes de nove países e possuem experiência vasta
em tais áreas como auditores, preparadores de demonstrações financeiras, utentes de
demonstrações financeiras e académicos.
O IASC foi constituído em 29 de Junho 1973, como resultado de um acordo entre associações
profissionais da Alemanha, Austrália, Canada, EUA, França, Holanda, Japão México Reino
Unido e Irlanda. Ao longo da sua existência criou 41 normas referidas como IAS. O IASC foi
substituído pelo IASB em 2001, o qual adoptou as 41 Normas do IASC e desenvolveu novas
normas, referidas como IFRS. A Moldura actual das normas que se designa GAS (Global
Accounting Standards) é constituída por:
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1.6.3 Objectivos do IASB
A Comissão Europeia estabeleceu um comité para investigar áreas de conflito entre as suas
normas e as do IASB com vista a alcançar a comparabilidade. O IASB, por seu turno, tem usado
as directivas da União Europeia no seu trabalho.
Todas empresas cotadas em bolsa na Europa tem vindo a aplicar as IFRS nas suas contas desde
Janeiro de 2005.
O IASB também trabalha em conjunto com as Nações Unidas. As nações unidas apoiam a
harmonização de normas contabilísticas e o melhoramento do relato financeiro, por mais que não
sejam em si uma entidade que formula normas de Contabilidade. As Nações Unidas por isso
dependem do trabalho do IASB, por exemplo ao adoptarem Estrutura Conceptual de Relato
Financeiro do IASB como o exemplo a seguir a nível internacional.
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1.6.7 Federação Internacional de Contabilistas (IFAC)
O IFAC é um organismo do sector privado e foi constituído em 1977. Tem presentemente mais
de 100 organismos profissionais de contabilistas de cerca de 80 países. O objectivo principal do
IFAC é coordenar a Contabilidade numa escala global através da emissão e do estabelecimento
de normas internacionais de auditoria, gestão financeira, ética, educação e formação contínua. O
IFAC também organiza o Congresso Mundial de Contabilistas que acontece uma vez cada 4
anos. O IASB está afiliado no IFAC.
Embora estas fontes sejam a base do GAAP de cada país, o conceito também inclui os efeitos de
fontes não monetárias tais como:
O regime de acréscimo prevê que as transacções e eventos devem ser reconhecidos no período
em que ocorrem, independentemente do recebimento ou pagamento de caixa ou de equivalente
de caixa e devem ser registados e reportados nas DF’s dos períodos com os quais se relacionam.
O regime de continuidade exige que as DF’s sejam preparadas no pressuposto de que a empresa
está em continuidade e continuará a desenvolver normalmente as suas actividades no futuro
@ João Calenga 6
previsível. Assim, assume-se que a entidade não tem intenção, nem necessidade de cessar as suas
operações ou de reduzir significativamente o seu volume de transações.
a) Compreensibilidade
A informação deve ser compreensível pelos utentes que tendo um razoável conhecimento da
envolvente empresarial e da contabilidade as estudem com razoável diligência.
b) Relevância
A informação é relevante quando for útil para a tomada de decisões económicas dos utentes das
demonstrações financeiras, ou seja, sempre que tenha prestado algum apoio na avaliação dos
acontecimentos passados, presentes e futuros ou na confirmação ou ainda correcção das suas
avaliações passadas. A relevância da informação financeira é influenciada pela natureza,
materialidade e pela oportunidade dos factos patrimoniais relatados.
c) Materialidade
d) Oportunidade
A informação deve ser fornecida no momento em que é necessária, pois em caso contrário será
mais que inútil. De facto, o valor duma informação contabilística decresce com o quadrado do
tempo decorrido até à sua recepção pelo destinário.
e) Fiabilidade
Uma informação é fiável se for digna de confiança pelos seus usuários, devendo para o efeito,
estar isenta de erros materiais. Para que a fiabilidade da informação seja conseguida, é necessário
que se verifiquem os seguintes requisitos:
Plenitude,
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Representação fidedigna,
Substância sobre a forma,
Neutralidade,
Prudência,
f) Comparabilidade
Activo é um recurso controlado por uma entidade como resultado de evento(s) Passado(s) do
qual benefícios económicos vão fluir para a empresa.
Passivo é uma obrigação presente (não um cometimento futuro) duma entidade como resultado
de evento(s) passado(s) cuja resolução implicara num defluxo de benefícios económicos da
entidade.
Capital Próprio é interesse residual sobre os Activos depois de deduzir todas as obrigações.
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Proveito é um incremento de benefícios económicos durante um período contabilístico na forma
de influxos ou incremento de activos ou redução de passivos de que resulta um aumento dos
capitais próprios.
Até a independência nacional, apenas os sectores de seguros e da banca estavam obrigados a uma
normalização contabilística. Face à ausência de normas que estabelecessem terminologia de
contas, sua ordenação, critérios valorimétricos uniformes e princípios contabilísticos que
permitissem a determinação dos resultados para uma tributação justa, verificada nos restantes
sectores de actividades e em 1977 foi reconhecida a necessidade duma normalização
contabilística para o sector empresarial no país, segundo apontam as directivas económicas e
sociais do IIIº Congresso da Frelimo, realizado em 1977, Frelimo (1978).
Esta intenção só se efectivou em 1984 através do decreto nº 13/84 de 14 de Dezembro que
aprova o Plano Geral de Contabilidade (PGC), obrigatoriamente aplicável a todas as unidades
económicas com excepção das que exercem actividades nos ramos bancários ou de seguros.
Este PGC foi concebido para servir de instrumento de direcção e controlo do Estado sobre a
economia, pois, nesta altura, a contabilidade geral foi definida como sendo “ sistema de
informação destinado a exercer o papel jurídico e de controlo”, Moçambique, Conselho de
Ministros (1984).
Pelo facto de este instrumento ter se revelado insuficiente face às transformações verificadas no
ambiente económico, político e social ao longo do tempo, e com o objectivo de adoptar aos
novos desafios de gestão, o PGC ora aprovado sofreu ligeiras alterações e ajustamentos que
culminaram com a publicação do decreto nº 36/2006 de 25 de Julho.
Com o decorrer do tempo, este instrumento foi se mostrando desajustado, e registou a sua última
alteração em 2009 através do Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro. Esta alteração marca o
momento mais importante da evolução da normalização contabilística no sector empresarial
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moçambicano, pois, para além de prever a criação de um Organismo Regulador da Normalização
Contabilística que velará pela revisão, ajustamento, interpretação e actualização do Sistema,
aprova o novo sistema de contabilidade para o sector empresarial em Moçambique que integra:
O Plano Geral de contabilidade para empresas de grande e média dimensão baseado nas IFRS, o
qual se designa PGC – NIRF, incluindo o calendário de implementação obrigatória pelas grandes
e médias empresas a partir de 1 de Janeiro de 2010 e 1 de Janeiro de 2011, respectivamente.
Adopção das NIC envolve a afiliação aos organismos normalizadores como sejam a
IFAC e o IASB e da adopção completa das suas normas de contabilidade.
A estratégia Situacional consiste em, partindo das NIC e práticas contabilísticas dos
países desenvolvidos, desenvolver se normas nacionais tendo em conta a situação
económica, politica e social vigente.
É a abordagem que Moçambique adoptou. Pois partindo das normas da IASB divulgadas em
2008 compilou aquilo que designamos de PGC - NIRF
O Plano Geral de Contabilidade (PGC- NIRF), foi elaborado com base nas Normas
Internacionais de Relato Financeiro, designadas por NIRF´s, referenciadas no primeiro tema, que
constituem um conjunto de princípios, regras e procedimentos, que constituem o normativo
contabilístico aplicável na república de Moçambique.
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É baseado nas Normas Internacionais de Contabilidade (NIC) e nas Normas Internacionais de
Relato Financeiro emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board). As NICs e
NIRF´s aprovadas em Outubro de 2008, são as que serviram de base para a elaboração do PGC.
Estes documentos são susceptíveis de alterações devido a introdução de novos negócios e das
condições económicas.
Em Moçambique não existia uma Estrutura conceptual formalmente definida. Sendo que o PGC
constituía o núcleo das normas a seguir no âmbito da contabilidade empresarial e fazia referencia
aos objectivos das DF’s, características qualitativas da informação financeira, reconhecimento e
mensuração dos elementos da DF’s.
A estrutura conceptual do IASB de 1989, é objecto de uma revisão periódica, e tem como
objectivos os seguintes:
De salientar que a estrutura conceptual não é uma norma por si só, em caso de conflitos entre
qualquer norma e a estrutura conceptual, prevalecem sobre esta as exigências da norma.
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Auto-avaliação
3. Quais dos seguintes argumentos não são a favor da padronização das normas de Contabilidade
mas sim de escolha livre de normas?
a) Enfoque legal
b) Enfoque económico
c) Enfoque estrutural
d) Enfoque comportamental
a) Neutralidade
b) Fiabilidade
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c) Representação fidedigna
d) Todas as características acima.
7. A adopção das NIRF no sector bancário de Moçambique foi essencialmente feita através duma
estratégia:
a) Evolucionária
b) Transferência de Tecnologia
c) Plena Adopção
d) Situacionista
a) Flexíveis
b) Rígidas
c) Sempre obrigatórias.
d) Nunca obrigatórias
9. Qual das seguintes afirmações não traduz um objectivo do relato financeiro anual das entidades:
10. O reconhecimento dos rendimentos na base do acréscimo (accrual basis) deve ser efectuado:
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