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TEMA:
Notas de Aulas
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ÍNDICE
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3.2 Fontes de Direito Financeiro. .................................................................................................. 52
3.3 Divisão interna do Direito Financeiro..................................................................................... 53
3.4. Relação entre finanças públicas e direito financeiro e outros ramos de direito ..................... 53
3.4.1 Direito Financeiro e Direito Constitucional ......................................................................... 54
3.4.2 Direito Financeiro e Direito Administrativo ........................................................................ 54
3.4.3 Direito Financeiro e Direito Penal ....................................................................................... 55
3.4.4 Direito Financeiro e Direito Processual ............................................................................... 55
3.4.5 Direito Financeiro e Direito Privado.................................................................................... 55
3.4.6 Direito Financeiro e Direito Internacional ........................................................................... 56
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 57
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1. Introdução a Finanças Públicas
Falar de finanças, é falar de meios ou instrumentos financeiros, que são o dinheiro (fundos) e os
créditos; os meios financeiros que têm de se adquirir e servem para se utilizar na compra de
produtos/bens e serviços ou como reserva de valor.
Finanças Públicas são as actividades económicas através do qual o estado ou outro ente público
afecta bens económicos1 para a satisfação de certas necessidades sociais.
As finanças públicas estudam a função financeira do Estado: aquela parte de tudo o que envolve o
dinheiro público, quer seja aquela parte da arrecadação de receitas (de impostos e taxas) quer seja
a parte das despesas (onde gastam). Obviamente que esta disciplina da ciência tem pontos de con-
tacto com outras ciências, como, por exemplo, com a Economia.
A autonomia das Finanças Públicas
Há até quem diga que não há grande diferença entre Finanças e Economia e que as primeiras não
têm autonomia relativamente às segundas. A posição da Escola de Coimbra (a posição mais ou
menos unânime) é que há, de facto, autonomia.
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1 Bem económico - é aquele que a sua oferta tem preço e é um bem escasso ao contrário do bem livre.
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A Economia é a ciência que estuda a afetação de recursos escassos e de emprego alternativo e
fina-lidades de desigual importância. Os recursos não são suficientes para satisfazer todas as
necessidades e, por isso, há que os distribuir.
O critério da Economia é, então, o critério da eficiência. Aos olhos da Economia, a melhor forma
de repartir os recursos é fazê-lo da maneira mais eficiente, porque isto será garantir que se satisfaz
o máximo de utilidades.
As finanças públicas também estudam o mesmo que a Economia mas, com a particularidade de
que os recursos são os recursos/fundos públicos do Estado. É dinheiro que o Estado, com a sua
auctoritas, vem buscar aos cidadãos e, por este facto, implica um cuidado especial e regras
especiais quer na vertente da cobrança desses fundos (temos de ter regras jurídicas claras), quer na
vertente dos gastos públicos.
Vertente Positiva – A Economia Pública mede, numa vertente positiva, os efeitos das
medidas económicas. Mede os impactos, positivos ou negativos, e como o Estado vai
resolver o problema económico. Ou seja, procura descrever e explicar os fenómenos
económicos.
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Vertente Normativa – estabelece recomendações sobre acções a tomar. Está presente o
pensamento da melhor via para atingir certo objectivo, estando inerente o juízo de valor.
Entende-se como necessidade colectiva as carências comuns sentidas por uma colectividade. O
exemplo disso são a falta de estradas para a circulação de pessoas e bens, a falta de Escolas Públicas
onde as crianças possam estudar, a falta de protecção dos Cidadãos. A função de prover bens e
serviços públicos é exclusiva do estado.
As Finanças Públicas surgem como necessidade de gestão de coisa pública, porque o estado
emprega dinheiro para realizar as suas actividades. A Actividade Financeira Pública, para poder
ser desenvolvida supõe que se tenham tomado decisões financeiras e que exista um substrato
organizacional e humano que não só as haja preparar como as vá executar.
O objecto do estudo das Finanças Públicas abrange o estudo de todos aspectos que envolvem a
aquisição e a utilização de recursos económicos, pelo estado com vista alcançar determinados
níveis de emprego, crescimento económico, desenvolvimento e de distribuição de rendimento,
através de bens e prestação de serviços.
a) Política Tributária que se materialize na capitação de recursos para atendimento das funções
da administração pública;
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b) Política Orçamental que pretende atingir objectivos que podem ser assim sumarizados:
Eficiência na afectação de recursos;
Distribuição adequada de rendimentos;
Estabilidade económica;
Crescimento e desenvolvimento económico.
Eficiência na afectação de recursos
Para garantir uma distribuição adequada de rendimento os Estado intervêm através de Finanças
Públicas em dois sentidos:
O Estado está privilegiadamente colocado para regular o fluxo circular do Produto e do rendimento
Nacional, e neste contexto adoptar os meios para anular possíveis e indesejadas flutuações.
O crescimento económico, que em termos reais é avaliado pelo crescimento real do PIB à um ritmo
maior que o crescimento populacional, devera ser um dos objectivos da política económica dos
Governos e da actividade financeira do estado. O desenvolvimento económico é no essencial, um
processo dinâmico visando alcançar a progressiva redução dos desequilíbrios entre regiões e na
distribuição do rendimento nacional.
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1.3 Missão das Finanças Públicas
A Missão das Finanças Públicas é garantir a captação, mobilização, alocação, controlo e aplicação
prudente, criteriosa, eficiente e transparente dos recursos públicos com vista a satisfazer as
necessidades de interesse público e promover o crescimento económico inclusivo e o
desenvolvimento harmonioso e sustentável do País.
A expressão Finanças Públicas pode ser utilizada em três sentidos diferentes, a saber:
Sentido orgânico – conjunto de órgãos do Estado ou de outro ente público que tem por
função gerir os recursos económicos destinados a satisfazer determinadas necessidades
sociais; (p. ex.: Ministério das Finanças).
Sentido objectivo – designam a actividade em si desenvolvida pelo Estado ou outro ente
público com vista à afectação dos meios económicos necessários à satisfação de
determinadas necessidades sociais.
Sentido subjectivo – Refere-se a disciplina científica que estuda os princípios e regras que
regem a actividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades que lhe estão
confiadas.
No segundo e terceiros sentidos, tende-se modernamente a designar-se por Economia Pública, quer
esta forma de actividade económica, quer o ramo de Economia que a estuda.
Na vertente normativa, na resolução do problema económico, temos três abordagens, três
princípios de intervir:
Princípio da Eficiência – analisa o melhor meio de afetar os recursos.
Princípio da Equidade – analisa a melhor ou pior igualdade no mercado (justiça
social).
Princípio da Liberdade – analisa se as políticas respeitam a liberdade individual
(soberania do agente económico).
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colectiva, podendo os agentes políticos prosseguir interesses não coincidentes com o interesse
público (agentes políticos egoístas, que seguem interesses próprios) – falhas de governo –
originando desvios face à perspetiva normativa da maximização do bem-estar social (o político
tem de ir ao encontro do bem comum para ser (re)eleito).
As entidades públicas, ao satisfazerem as necessidades que lhes estão confiadas, utilizam bens
económicos, desenvolvendo uma actividade na natureza económica. Assim, fala-se em fenómeno
financeiro procura exprimir justamente essa utilização de meios financeiros próprios para a
satisfação das necessidades comuns. Igualmente, representa o estado das relações económicas
entre as pessoas e instituições sociais, por um lado, e o Estado, do outro com essas instituições.
Sendo o fenómeno financeiro, fenómeno social pode ser encarado sob muitas perspectivas. As
mais importantes são: (1) a política, (2) a económica, e (3) a jurídica.
(a) Finanças Publicas e Poder Político – o fenómeno financeiro, tal como hoje o conhecemos,
pressupõe é um processo socialmente organizado e, em regra, coactivo de interpretação e
satisfação das necessidades públicas, em função do bem comum da comunidade considerada.
Trata-se, pois, de um fenómeno cuja base é social, (no sentido de que pressupõe a existência
de uma sociedade) e que implica ainda mais a organização dessa sociedade em comunidade
politica, com existência de uma diferenciação entre governantes e governados e exercício do
poder politico pelos governantes.
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(1) A existência de necessidades sociais, ou seja necessidades que resultam da própria vida
em sociedade e que são sentidas pelos indivíduos enquanto elementos integrantes da
sociedade e sentidas, ainda, pela própria sociedade em si.
(2) A existência de um processo pelo qual são definidas as necessidades que irão ser
satisfeitas, de acordo com a hierarquia estabelecida, afectados os recursos à sua
satisfação e impostas as opções aos elementos da sociedade (indivíduos e grupos).
(b) Comunidades Religiosas – existem no âmbito das comunidades religiosas fenómenos que se
assemelham, pelo menos formalmente aos fenómenos financeiros. Numa dupla perspectiva:
satisfação das necessidades colectivas e financiamento do funcionamento das instituições.
Estas comunidades funcionam à base de comparticipação dos fieis, quer através de doações
espontâneas, quer do pagamento de determinadas taxas em troca de serviços, sem no entanto,
sem recorrer à coacção.
(c) Organizações Internacionais – o problema de particular actualidade é o de saber se o
fenómeno financeiro se restringe ao quadro estatal ou se existem para além do Estado
fenómenos financeiros próprios da comunidade internacional, nomeadamente nas
organizações internacionais. A indagação sobre a existência de fenómenos extra-estatais não
se confundem com o reconhecimento forçoso de que existem regras internacionais que se
fazem sentir sobre a actividade financeira interna do Estado, como sejam os tratados e
convenções internacional relativos à tributação e luta contra a evasão fiscal.
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vs Organizações Nacionais de Transportadores (ONT) geram receitas próprias, com estas receitas
podem pagar uma percentagem na OIT.
Outras vezes, deparamo-nos, também, com organizações que visam satisfazer necessidades,
segundo uma lógica cooperativa ou colectiva, recorrendo à disciplina institucional interna do
grupo, mas sem a possibilidade de recorrer a mecanismos de coacção externa. Por exemplo, as
tradicionais formas de comportamento económico comunitário, as novas modalidades de unidades
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cooperativas ou autogestionárias, as instituições não contratuais. Estas formas de organização
económica constituem exemplos da economia comunitária, cooperativa ou colectiva.
Finalmente temos a economia pública (sujeito actual e importante: é o Estado) quando as pessoas
podem associarse em organizações políticas, nas quais tem por fim o interesse geral de sujeitos
indeterminados, indo para além da simples satisfação de necessidades comuns sociais. Para tal se
socorrem de poderes de autoridade – no duplo sentido da produção de preceitos sociais
obrigatórios, mesmo para quem não participou na respectiva elaboração, e da possibilidade de
recorrer, se necessário, à coacção por parte dos órgãos da instituição.
(b) O poder e a economia – é importante entender a relação entre o poder político (modelo ou
padrão da organização do Estado) e actividade económica, entendida como o processo
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orgânico de satisfação das necessidades humanas mediante a afectação de bens materiais
raros ou escassos a fins alternativos tais como individuais ou sociais, privados, comunitários
ou públicos. Esta relação pode ser de três tipos principais, a saber: (1) a ordenação económica;
(2) a intervenção económica e (3) a actuação económica pública.
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Abstenção económica do Estado – o Estado tende a não exercer funções de regulamentação e intervenção sobre a
actividade económica, para deixar agir espontaneamente a livre concorrência. Toda a orientação económica é
dominada pela preocupação de não modificar o comportamento normal dos sujeitos económicos privados, abstendo-
se quanto possível de interferir sobre eles ao desenrolar o seu comportamento próprio (actividade económica)
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A Ordenação económica (o que se pode fazer) – é o estabelecimento de um quadro politico-
institucional (essencialmente através de meios jurídicos), que regula a actividade económica e
condiciona o seu desenvolvimento, e que decorre:
a) Dos princípios da doutrina económica e social que obedecem à filosofia de organização
económica de cada país (liberalismo, social-democracia, socialismo, comunismo);
b) De princípios gerais – constituição económica – isto é, normas e práticas jurídico políticas
que regulam a atividade económica (em Moçambique, esta relação encontra-se na
Constituição da República de Moçambique);
c) De linhas/diretrizes concretas que especificam as orientações gerais, consolidadas na
legislação económica, regulando a actividade económica em geral ou, então, apenas
determinados sectores ou grupos da sociedade (por exemplo, lei da concorrência e lei de
delimitação do sector público/privado);
d) De administração ou jurisdição económica, isto é, imposições decorrentes de decisões
políticas ou judiciais que definem padrões e quadros em que o comportamento económico se
desenvolve.
Neste contexto, o Estado recorre ao seu poder para modificar o comportamento de sujeitos
económicos (não alterando os quadros gerais da actividade económica); e isso pode resultar de
disposições directas limitativas, como por exemplo, de restrições financeiras, do agravamento de
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impostos, de simples movimento de forte persuasão, ou coação psicológica (particularmente
quando existem crises graves), ou de muitas outras formas indirectas.
A intervenção económica do Estado, como vimos, pode ser directa ou indirecta, e representa a
relação mais flexível, diversificada e variada entre o Estado e a actividade económica. De referir
que, o Estado ao intervir, fá-lo, sem modificar os quadros gerais, da actividade económica, e sem
tão-pouco tomar decisões relativas à utilização de bens e satisfação de necessidades sociais ou
estaduais, isto quer dizer o Estado não assume-se como sujeito económico.
Em resumo:
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além das zonas consideradas, anteriormente, existem outras áreas de actividades que o Estado
chamou a si prestar, variando de país para país, como, por exemplo: os Correios e
Telecomunicações, certas modalidades de Créditos, a Rádio e Televisão (por vezes em
concorrência com os privados).
Resumindo: em todos os casos vistos designam-se por actividade económica directa do Estado,
quando o próprio Estado actua como agente ou sujeito económico, formulando escolhas ou
opções económicos no interesse de comunidade que lhe cumpre satisfazer.
(1) Como formas de ordenação, pode referir-se as disposições constitucionais que se referem
à actividade económica; a legislação sobre os sectores institucionais de produção; a
legislação sobre sociedades comercias.
(2) No que diz respeito a intervenção, de referir, por exemplo, a realização de compras pelo
Estado para facilitar o combate à depressão económica; a constituição de empresas
públicas com o fim de promover o desenvolvimento económico; o tabelamento de preços
(por exemplo, combustíveis), adopção de medidas anti-inflacionárias, a acção psicológica
da persuasão dos industriais para estimular o aparecimento de novas indústrias; a
aprovação de um Plano Económico e social pelo Parlamento sob proposta do Executivo.
(3) Na sua actuação económica, o Estado cobra imposto e realiza despesa; dispõe de
edifícios, de florestas, de recursos minerais; tem acções e obrigações de que é titular;
contrai e reembolsa empréstimos; vende o seu património; etc. Nenhum dos
comportamentos acima referidos exclui um do outro são cumuláveis. Assim, a actuação do
Estado pode ser uma forma de intervenção, por um lado, e por outro pode não o ser, a
ordenação económica pode assumir-se como mera forma de intervenção generalizada, e
até pode ser tomada como meio de criação de bens.
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satisfação das necessidades em bens e serviços públicos, isto é, a actividade financeira das
entidades públicas.
Finanças Privadas - compreendem aspectos tipicamente monetários do financiamento de
uma economia, abrange problemas relacionados com a moeda e créditos ou, mais
restritamente, os mercados financeiros onde se transaccionam activos representados por
títulos a médio e a longo prazos.
A actividade financeira das entidades públicas enquadra-se nas Finanças Públicas enquanto a
actividade das pessoas singulares e colectivas privadas se considera no âmbito das Finanças
Privadas.
O Estado e as Empresas têm as suas próprias finanças, as finanças públicas e as finanças privadas,
respectivamente.
A produção dos bens e serviços pode ser feita pelo Estado ou pelas Empresas Privadas. Por vezes,
as empresas não querem satisfazer as necessidades, pois na maior parte das vezes estas têm de
renunciar total ou parcial do lucro. Para ocorrer a satisfação das necessidades colectivas tem o
Estado que se encarregar delas, e acarretar com as despesas inerentes que acabam por ser pagar
através dos impostos. Esta é a principal diferença entre as Finanças Públicas e as Finanças
Privadas.
As empresas privadas produzem bens, fazem despesas, para financia-las tem de recorrer aos meios
de financiamento. Estes podem ser o dinheiro do dono ou dos sócios ou através do recurso ao
crédito. Porém este financiamento deve ser recuperado através da venda de mercadorias
(produtos).
No entanto, o Estado também recebe unidades monetárias que se destinam à cobertura de despesas,
mas estas não conseguem cobrir a sua totalidade, tendo de recorrendo aos impostos. Na raiz dos
meios de financiamento da empresa privada está sempre uma relação de troca; os preços, na
verdade, representam a contraprestação, presente e futura, das mercadorias que as empresas
fabricam ou vendem. Os impostos pagos pelos contribuintes representam a maioria das receitas do
Estado, os fenómenos financeiros que dai advêm são estudados pelas Finanças Públicas.
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Uma qualquer empresa precisa de reconstruir, através da venda dos produtos e serviços, o valor
dos capitais fixos e circulantes utilizados na produção, dai resulta que tenha de pautar as suas
despesas pelas receitas que possa obter. Se as despesas não forem inferiores ou, quanto muito,
iguais às receitas, a empresa começa a ter perdas, pouco a pouco arruína-se e pode mesmo
desaparecer. Com o Estado não acontece o mesmo, o Estado pode lançar impostos obrigando os
cidadãos a entregar-lhe, sem contrapartida, parcelas do seu rendimento ou capital; tem, portanto,
nas suas mãos um meio poderoso de financiamento. Daí que as despesas do Estado não estejam
subordinadas às suas receitas: ele pode cobrar receitas na medida das despesas que se dispõe a
realizar.
À medida que o Estado aumenta os impostos vai também aumentando a resistência dos
contribuintes, e não só dos contribuintes dos grupos ou classes sociais dominadas, como os
contribuintes, em número cada vez maior, dos grupos ou classes dominantes. A certa altura a
resistência de uns e de outros começa a ser tão forte, que o Estado tem de atacar, deixando de
prosseguir com o agravamento dos impostos.
O Estado, no fundo, determina as receitas e as despesas em ordem aos fins que pretende atingir.
O Estado também produz bens, também faz despesas, também tenta reduzir ao mínimo as suas
despesas. Mas o Estado ou não vende os bens que produz – é o caso dos bens públicos, que apenas
satisfazem as necessidades colectivas; ou os vende a um preço que não é estabelecido com a mira
do lucro, e sim com a mira da satisfação das necessidades individuais julgada conveniente – é o
caso dos bens semi-públicos.
O Estado, ou não pode propor-se, ou não se propõe receitas superiores às despesas. Se em qualquer
serviço público as obtém, não é com o intuito de lucrar, mas com o intuito de apenas satisfazer as
necessidades que julga deverem ser satisfeitas. Neste caso, ficam de lado, claro está, as explorações
em que o Estado produz bens privados, as quais exorbitam do campo das finanças públicas e
praticamente quase nada contam.
As finanças Públicas distinguem-se claramente das privadas quanto ao fim que prosseguem quer
quanto aos meio utilizados.
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a) Quanto aos meios utilizados:
As Finanças Públicas, utilizam meios de financiamentos obtidos através do exercício do poder
de coação. Para dizer que, os recursos das finanças Públicas advêm das contribuições
autoritariamente imposta pelo estado aos cidadãos, isto é, o estado coage ao cidadão a contribuir,
sob a forma genérica de tributos, enquanto, as Finanças Privadas utiliza meios de financiamentos
provenientes da troca dos bens e serviços produzidos no mercado, isto é, os recursos que resultam
dos preços pagos pelos cidadãos, estabelecidos segundo uma forma negocial.
b) Quanto ao objectivo (seu fim):
As Finanças Públicas providenciam bens e serviços para satisfazer necessidades públicas, isto é,
satisfação das necessidades colectivas da sociedade; enquanto, as Finanças Privadas providenciam
bens e serviços que colocam no mercado destinados a satisfazer necessidades individuais ou
particulares (privadas).
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para a prossecução da Missão das Finanças Públicas, em geral, ou de uma ou mais partes
específicas das Finanças Públicas, em particular.
As contas das empresas públicas e dos governos autárquicos não fazem parte das finanças públicas.
Embora a legislação referente a Conta Geral do Estado, o encerramento das contas do Estado
devem incluir balanços gerais das empresas públicas e dos governos autárquicos.
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1.9 Conceito de Dinheiros Públicos
As entidades públicas que devem possuir ou deter os dinheiros públicos são: o Estado, as
instituições públicas, as autarquias locais, as empresas públicas, ou outros organismos ou entidades
devidamente autorizados.
Notas suplementares
1. Para efeitos de entendimento dos dinheiros como públicos é indiferente o facto de terem
sido gerados ou despendidos no estrangeiro; por exemplo as receitas e despesas consulares;
2. Os dinheiros públicos não perdem a sua natureza pública pelo simples facto de serem
transferidos para beneficiários privados, exteriores ao sector público.
Na literatura especializada, existem várias explicações teóricas para a existência do Estado. Uma
classificação muito comum organiza estas teorias em:
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Teoria de origem violenta do Estado (teoria da força) - o Estado, que resultou do
domínio dos mais fortes sobre os mais fracos, os quais tiveram de criar meios (regras) para
exercer a sua soberania (não tem uma maneira democrática de exercer o poder - Estado
real) – visão negativa comparativamente à visão positiva dada pela Teoria de origem
contratual.
Teoria de origem contratual/do contrato social (é nesta teoria que se baseiam todas
as teorias modernas) - o Estado decorre de uma convenção entre os membros da sociedade
(Estado racional) para defender os seus direitos naturais e satisfazer as necessidades
coletivas (ordem e condições mínimas - exemplo: defender a propriedade, aumentar a
segurança, proteger a organização política, etc.). O contrato social prevalece enquanto a
população concorda com as necessidades coletivas a satisfazer e a forma como estas são
satisfeitas. – Visão democrática.
Teoria de origem divina – está interligada com as teorias de origem familiar (está na sua
origem) - crença de que o monarca tem o direito de reinar por vontade de Deus e não dos
seus vassalos.
Teoria do direito natural – está interligada com as teorias de origem contratual (está na
sua origem) - existência de um “Estado da Natureza” antes da existência de um Estado
contratualista.
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alternativas por entidades públicas ou pela própria comunidade, a fim de satisfazer necessidades
comuns. Tomemos, um exemplo. Imaginemos que há uma praga de mosquitos, portadores de
malária, numa colectividade, e que os membros da comunidade pretendem exterminar os insectos.
Para isso, as alternativas possíveis são as seguintes:
(1) Não sair de casa para não ser picado por nenhum mosquito. Excepto se algum mosquito
entrar em casa, a solução será eficiente; tem porém um inconveniente de os residentes da
área não poderem se deslocar fora da casa. O custo directo desta alternativa é quase nulo;
mas ela tem o grande contra de impedir a actividade normal das pessoas.
(2) A comunidade fica em casa instala-se ar condicionados e assim melhoram as condições de
vida e de trabalho. O custo seria mais elevado: 55.000,00Mt. E, o mesmo inconveniente
continua a de não permitir a comunidade de desenvolver as suas actividades normais.
(3) A comunidade pode sair de casa; usando cremes ou outros processos de protecção contra
os mosquitos (redes mosquiteiras). O incómodo pode ser grande, e a eficácia da solução é
razoável, mas ela é barata: 800,00Mt. E permita às pessoas fazerem a sua vida fora da casa.
(4) Pode-se utilizar um nebulizador ou extintor no jardim de cada um dos residentes, afastando
um pouco mais os mosquitos infectados. A eficácia é duvidosa e o custo mais elevado:
5.500,00Mt.
(5) Nenhuma destas soluções elimina o mal na origem: os mosquitos continuarão a existir e a
multiplicarem-se. A única solução totalmente eficiente será a pulverização aérea dos seus
viveiros com pesticidas adequados: esta solução custará, por hipótese, 250.000,00Mt. (frete
de uma avioneta e aquisição de produtos químicos).
A escolha entre estas diferentes soluções técnicas – que não são equivalentes mas todas minimizam
o problema de combater mosquitos causadores de malária – depende das possibilidades
orçamentais (constrangimentos orçamental) de cada pessoa e dos inconvenientes pessoais de cada
uma delas. Para a generalidade, a alternativa 5 seria desejável, mas estaria acima das possibilidades
orçamentais de cada um.
As outras quatro alternativas seriam escolhidas consoante o custo e os orçamentos de cada um: os
mais pobres teriam acesso apenas a alternativa 1; outros disporiam de outras alternativas. A acção
individual tem, em regra, acesso às quatro primeiras soluções alternativas.
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Na verdade, a quinta solução, ainda que estivesse ao alcance dos recursos económicos de algum
particular muito rico, sempre possibilitaria a “boleia” ou “borla” de todos os outros: estes tirariam
o mesmo proveito que o financiador da iniciativa, mas de graça, enquanto este a pagou por inteiro.
Ou então, para ela poderão associar-se os vizinhos, empreendendo um acção comum: mas quem
garante que todos queiram contribuir, admitindo que algum tome por si a incitativa, de modo
parcialmente altruísta?
A verdade é que, sem fazer nada, os vizinhos que nada gastaram tiram o mesmo benefício da
extinção dos mosquitos; e, mesmo ficando mal vistos, podem não gastar nada, utilizando – por
“boleia” ou “à borla” – os benefícios gerados pelas acções dos outros. E pode suceder que os
poucos que aceitarem pagar ou cooperar de outra forma, acabariam por achar o custo tão caro que
isso os levaria a desistirem por não poderem financiar a acção necessária.
A acção pública mostra-se a mais adequada, pois, é a que é empreendida por entidades públicas:
entidades dotadas de poder de autoridade, obrigadas à prossecução de fins gerais da colectividade
e representativas dos seus membros, com base institucional que não é necessariamente a da
voluntariedade de associação (embora possa sê-lo em associações publicas livres). Este conjunto
de actividade constitui o cerne da economia pública (em sentido amplo, abrangendo as actividades
de ordenação, intervenção ou actuação económica publica); ou em sentido restrito, abrangendo
somente a actuação económica publica (do lado de obtenção de recursos – finanças públicas stricto
sensu).
Os intervenientes da Economia são todos agentes que intervém na economia exercendo pelo menos
uma actividade económica (Produção, Distribuição e Consumo) Empresa – todo conjunto
organizado de recursos financeiros, materiais e humanos actuando na produção de bens e serviços
que satisfazem necessidades, cujo principal objectivo é a maximização do lucro. Famílias – São
os principais demandantes de bens e serviços produzidos pelas empresas e são em simultâneo a
mão-de-obra das mesmas. Estado – é o agente regulador da economia, com o intuito de satisfazer
as necessidades colectivas.
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Necessidade - É o estado de carência ou insatisfação pela ausência de consumo de um bem ou
serviço. O Estado, ao desenvolver a sua actividade age ou actua para satisfazer um conjunto de
necessidades comuns. Assim, é pelo tipo de necessidades e pela forma como são satisfeitas que se
pode caracterizar a actividade financeira.
Primária
Importância
Secundária
Necessidades Económicas
Custo
Livres
Individuais
Abrangência
Colectivas
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Necessidades sociais – são aquelas que resultam necessariamente da vida em sociedade e são
sentidas pela sociedade no seu conjunto, ou como um todo.
Necessidades públicas – são aquelas cuja satisfação é feita pela actuação do Estado ou de outros
entes públicos.
Necessidades de satisfação passivas – são aquelas cuja satisfação se faz pela mera existência dos
bens, e não exigem, qualquer actividade do consumidor. Por exemplo: a necessidade de defesa do
território. Os habitantes de determinado país sentem a necessidade de estar permanentemente
defendidos ou protegidos contra possíveis ataques externos, mediante o serviço de exército. Daí a
razão de criação de exército, e que basta que esse serviço tenha sido criado, para que todos o
utilizem, isto é, para que todos satisfaçam a sua necessidade de defesa do território.
O que permite caracterizar uma necessidade como pública é a forma por que é satisfeita. E, a
circunstância de ser satisfeita pelo Estado ou por outro ente público.
Quanto a forma de satisfação, assume-se a satisfação privada, que pode ser através de criação de
bens, da prestação de serviços ou de utilização de bens.
Quanto a circunstâncias de estas necessidades serem satisfeitas pelo Estado ou outro ente público,
tem importantes consequências:
(1) a possibilidade de uso de coação na determinação das necessidades, como na escolha dos
processos de financiamentos (a obtenção de recursos para satisfazer as necessidades). Para isso
vai implicar a imposição de um sacrifício patrimonial aos particulares; e
(2) (2) os critérios de opção são distintos.
Embora possa haver decisões políticas, em geral o processo da decisão financeira obedecer aos
critérios que orientam em geral o sistema económico-social.
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dos particulares. São os casos de segurança pública, a defesa nacional, a administração civil e
outros serviços. É ao Estado que cumpre a responsabilidade de assegurar a satisfação.
Activa (princípio de exclusão): o produtor dos bens pode exigir um preço pela utilização desses
bens. Aí, vigora, o princípio da exclusão: o preço exclui os que não podem ou não estão em
condições de pagar. Por exemplo: o padeiro que fabricou o pão, ao marcar o preço impede quem
quer comer o pão sem ter pago previamente. Isso permite lhe, através da venda, cobrir as despesas
da produção.
Passiva (princípio de inexclusão): o produtor dos bens já não pode exigir pela utilização dos bens
preço nenhum. Imagine-se que alguém se recordou de organizar o serviço do exército. Desde que
o serviço existe, passa a ser utilizado por todos sem pagamento de qualquer preço. O indivíduo
que criou o serviço de exército não beneficia do princípio de exclusão: vê-se impossibilitado de
obter o mínimo pagamento dos utentes ou utilizadores desse serviço e fica com as despesas
integralmente a seu cargo.
Vários critérios têm procurado definir objectivamente critérios de racionalidade económicas, que
explicassem as opções formuladas antes ou para além de qualquer decisão política. De todas
teorias, um critério que importa reter é o dos bens públicos ou bens colectivos. Os bens públicos
tem uma natureza que implica uma alternativa ou não existem, e afecta o bem-estar geral; ou só
pode ser produzido por entes públicos. Tomemos os seguintes exemplos:
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(1) O farol de navegação marítima, a sua criação e funcionamento é incompatível com as
regras do mercado e, no entanto, a sua necessidade é sentida por todos os que fazem a
navegação costeira. As utilidades que ele presta não podem ser imputadas a um
determinado agente económico que possa como tal pagar a sua criação ou funcionamento.
E,
(2) Um interesse egoísta chega para financiar o uso de um bem, mas não pode vedar a sua
utilização pelos outros: o caminho municipal que dá acessos à quinta do Sr. Mungoi,
financiado pelo dono da quinta, é acessível a todos, além de ser considerado beneficiário,
fica compensado pelo proveito que tira do caminho. Todavia, isto só sucederá com pessoas
altruístas e com bens cujo custo de produção ou provisão não seja excessivamente elevado.
Pode ainda suceder que vários interessados se associem para construir o caminho de acesso
às suas quintas, mas não poderão, se se tratar de vias públicas, vedar a utilização a outros
pelo que alguns se sentirão tentados a não participar, beneficiando-se da obra comum; ou
então tentarão cobrar uma portagem, ou vedar o acesso aos outros – o que só pode ser o
Estado a consentir ou impor.
Bens Públicos;
Bens Privados; e
Bens Sem-Públicos.
Assim, entende-se por um Bem Público um bem cujos benefícios são usufruídos por toda
comunidade de modo indivisível, independentemente da vontade de um qualquer indivíduo querer
ou não consumir o bem público.
Bens públicos ou bens colectivos são aqueles em que, para um determinado nível de existência
ou provisão do bem, a sua utilização por uma pessoa não prejudica minimamente a utilização por
25
qualquer outra. Ex.: estradas, hospitais públicos, escolas públicas, defesa nacional, etc. É o caso
de um farol, da defesa nacional, do serviço de patrulha policial ou patrulha costeira, do
funcionamento geral dos órgãos de soberania, caminho municipal que dá acesso a quinta do Sr.
Beltrano.
Bens públicos propriamente ditos (puros) – são os que se limitam a satisfazer as necessidades
colectivas. O consumo destes bens por um indivíduo não afecta o seu acesso por outro. Todos
usufruem dos bens e não há como o governo mensurar o quanto cada indivíduo o usa e assim
tributálo, podendo ser usados mesmo por aquele que não é tributado. Ex.: iluminação pública.
Bens privados são aqueles produzidos por Entidades Privadas e que para sua aquisição, o produtor
exige o pagamento de um preço, excluindo todos os que não querem pagar. Estes bens satisfazem
as necessidades individuais ou pessoais. Ainda pode-se definir:
Bem privado é aquele que não pode ser compartilhado por todos. Há concorrência entre os
indivíduos. O direito de propriedade não permite que todos tenham acesso ao bem.
Bens semi-públicos são aqueles produzidos por uma colectividade de carácter público ou privado
podendo ser gratuitos, parcial ou totalmente custeados pelos utilizadores. Por outra: Bem semi-
público - é aquele que pode ser oferecido tanto pelo Governo quanto pelo sector privado. O
governo o oferece para tentar reduzir as desigualdades de acesso. E, em alguns casos, há uma
selecção para possibilitar o acesso ao bem, atendem ao princípio de exclusão ou seja excluem do
usufruto aqueles que não pagam. Ex: serviços de Educação e Saúde.
Aspecto importante:
a) Prestam pela sua própria natureza, utilidades indivisíveis todos os indivíduos têm acesso
aos bens públicos à mesma disponibilidade, isto é, os bens públicos não são susceptíveis
de serem utilizados por um só indivíduo isoladamente. Ex.: a iluminação pública.
26
b) São bens não exclusivos, significa que não é possível privar ninguém da sua utilização.
Ex.: o Estado de segurança nacional que é garantido pelo exército e pela polícia é usufruído
por todos sem nenhuma exclusão; e
c) São bens não emulativos – significa que os sujeitos não entram em concorrência para
conseguir a sua utilização.
Bens Públicos:
Bens Privados:
Os bens privados são fornecidos por entidades privadas;
Pode haver bens/serviços individuais objecto de provisão mista (caso muito frequente:
parcerias público-privado);
A generalidade dos bens individuais tende a ser objecto de provisão privada;
Satisfazem as necessidades individuais;
São produzidos por agentes privados;
Implicam concorrência entre os consumidores;
27
Pagamento do preço fixado pelo mercado entre os produtores e consumidores. Bens semi-
públicos
São produzidos pela colectividade pública ou privado;
Satisfazem necessidades independentes da procura dos consumidores;
Podem ser gratuitos, parcial ou totalmente custeados pelos utilizadores.
Resumindo: Consoante a entidade que oferece os bens ou serviços, consideraremos de bens
públicos, nos casos de bens oferecidos por entidades públicas; de bens privados, nos casos de
bens oferecidos por entidade privadas e de bens semi-públicos nos casos em que há provisão
conjunta ou por iniciativa comum de bens colectivos por entidades públicas e privadas.
A provisão dos bens públicos pode e deve ser feita pelo Estado por diversas razões:
O Estado tem uma perspectiva de interesse geral;
O Estado tem perspectiva temporal ilimitada e uma capacidade de risco superior à dos
outros grupos ou associações contratuais;
O Estado dispõe de autoridade para impor regras da utilização dos bens patrimoniais e
seu funcionamento (coacção, no seu aspecto sociológico); e
O Estado tem por via de regra, em cada comunidade, dimensão que lhe possibilita
empreender esforços que não estão ao alcance de instituições ou pessoas privadas e que
a comunidade em si não pode resolver com êxito.
28
Obtenção dos recursos necessários para assegurar a provisão dos bens através de
financiamentos: receitas públicas (impostos), créditos e donativos.
Povo
Território
Poder Político Definição do Estado: conjunto de pessoas, ou agregado populacional (que
possui cultura, costumes, hábitos, passado histórico e língua comuns) que se fixa num
determinado território e aí exerce o poder político.
A divisão moderna das funções do Estado é a seguinte:
(a) Funções Políticas – através destas o Estado garante os interesses superiores da Nação, gerindo
a administração pública, e aplicando os recursos na satisfação das necessidades colectivas e
promovendo a paz. O Estado dispõe, portanto, de múltiplas instituições como as polícias, os
tribunais ou o exército.
(b) Funções Sociais – O Estado promove a melhoria das condições de vida e de bem-estar da
população. A garantia de acesso gratuito a serviços essenciais aos segmentos da população
mais carenciados (justiça, saúde, educação, etc), correcção das desigualdades sociais,
segurança social, fazem parte destas funções.
(c) Funções Económicas – intervindo mais ou menos numa economia moderna, espera-se do
Estado que:
a) Afecte criteriosamente os escassos recursos da economia;
b) Estabilize a economia e garanta o seu bom funcionamento,
c) Defina as regras jurídicas que regulamentam a vida económica,
d) Promova o crescimento e o desenvolvimento económico.
Tradicionalmente, estudam-se as três funções do Estado, segundo o critério de Musgrave (hoje,
muito utilizado):
A função de alocação (afetação de recursos);
A função de estabilização económica;
A função de redistribuição.
29
A função do Estado de alocação de recursos é quando o estado se substitui ao mercado na
produção/disponibilização de bens – trata-se dos bens públicos e dos bens semipúblicos.
Aceitando que os mercados funcionam tendencialmente bem, a verdade é que há falhas de
mercado. Quando estas ocorrem, significa que os mercados não produzem determinados produtos
nas quantidades desejáveis. Nestas situações, o Estado substitui-se aos mercados privados para
garantir a eficiência e a equidade.
A função de estabilização não é apenas face a uma crise, sendo muito importante também em perí-
odos inflacionistas. Quando não há crescimento económico, tende a haver uma pressão
inflacionista e, aqui, faz parte da política de estabilização a política anti-inflacionista. O estabilizar
não é apenas uma política contra a recessão, podendo ser também, por exemplo, uma política anti-
inflacionista.
A função do Estado da redistribuição relaciona-se com facto de que quem distribui os rendimentos
são os mercados, através dos salários, rendas, juros e lucros (são estas as quatro formas de distribui-
ção do rendimento pelos mercados). No entanto, o que acontece é que o Estado, sobretudo a partir
da 2ª Guerra Mundial (uma vez que, graças ao investimento americano na Europa no pós-guerra,
algumas pessoas começaram a viver melhor e outras a viver pior), tem a função de redistribuir as
riquezas para que os rendimentos distribuídos pelos mercados sejam mais iguais. Ou seja, para que
os ricos recebam menos e paguem mais e os pobres recebam mais e paguem menos. Esta
redistribuição pode operar-se tanto nas receitas como nas despesas.
O Estado deve ir buscar a quem tem mais para dar a quem tem menos, para garantir um mínimo
de subsistência/sobrevivência a todos – a isto chamamos de taxa progressiva. Que tem menos
rendi-mento paga uma percentagem menor e quem tem mais rendimento paga uma percentagem
30
maior. Há quem defenda que os impostos de taxa única (a taxa única de IRPS) são injustos, porque
tanto o rico como o pobre pagam o mesmo.
31
3) Externalidades Positivas
Em presença de externalidades positivas, os níveis de produção, associados ao equilíbrio de
mercado, são inferiores àqueles que seriam socialmente ótimos. Assim, por exemplo, a
expansão da educação básica gera benefícios para a sociedade que extrapolam os benefícios
auferidos pelos estudantes e suas famílias. Esses benefícios externos não são considerados na
decisão privada de frequentar a escola porque os estudantes não são compensados pelas
vantagens usufruídas pelo resto da coletividade, decorrente de sua decisão de estudar.
Existem três funções do sector público numa economia mista contemporânea: a) afectação, b)
distribuição e c) estabilização.
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Razões para a existência da função Afectação (porque é que o Estado intervém no mecanismo
de mercado):
o A Economia está a afastar-se das regras de concorrência perfeita. O Estado atua como
fiscal.
o Mesmo que a Economia atue dentro das regras de concorrência perfeita, existem falhas de
mercado, responsáveis por a Economia estar num ponto ineficiente (para as ultrapassar, é
necessário desencadear uma ação corretiva adequada, dentro da área de Pareto), sendo elas:
o Existência de bens e serviços públicos (cujo fornecimento o mercado não assegura):
o consumo é partilhado (não rivalidade - a maioria dos consumidores podem
usufruir dele, sem prejuízo do consumo alheio) e ninguém pode ser excluído pelo
preço (não exclusividade). Exemplo: caso da segurança pública ou da iluminação
pública;
o Externalidades (positivas/negativas) - Existência de efeitos externos da produção
ou do consumo de bens mercantis não sinalizados pelo preço de mercado
conduzindo a uma divergência entre o ótimo de mercado e o ótimo social.
Acto involuntário;
Não é refletida no sistema de preços (a externalidade em si não tem esse
efeito, o Estado é que pode intervir, mexendo no sistema de preços);
Influencia outros agentes económicos. Exemplo: o tabaco, que é prejudicial
à saúde e ao meio ambiente - para evitar esta externalidade negativa, o
Estado aumenta o seu preço
Monopólios naturais – O Cmg está abaixo do Cmd, o que impede que nesta
indústria se pratique P=Cmg, mas sim P=Cmd
o Informação imperfeita – informação assimétrica (quando alguém tem mais
informação do que outro) e informação incompleta (quando estão todos a actuar na
base da ignorância), o que leva à incerteza e ao risco.
33
Igualdade de oportunidades – assegurar a todos os cidadãos o acesso a certos bens e serviços
considerados meritórios (cuidados básicos de saúde, ensino básico, defesa, etc.)
Desigualdade de rendimentos – alterar a distribuição de rendimentos resultante do mercado. A
distribuição de rendimento e riqueza numa sociedade é, em grande parte, uma herança do
passado, na medida em que determina a distribuição de direitos de propriedade entre os agentes
económicos.
O princípio base subjacente a esta função é o da equidade. Mesmo que a situação de mercado
seja eficiente, a distribuição dos recursos económicos feita pelo mercado (distribuição primária),
em função da dotação de fatores produtivos das famílias e da respetiva remuneração, pode não ser
consistente com o que a sociedade entende por uma distribuição justa − o conceito de equidade é
claramente mais subjetivo do que o conceito de eficiência.
Desta forma, segundo o princípio da Equidade, o Estado deve intervir para promover a justiça
social) a dois níveis:
34
o Equilíbrio de contas existentes e;
o Crescimento económico.
A função de estabilização tem por objectivo, promover a estabilização macroeconómica da
economia, de forma a contribuir para o crescimento sustentado da economia, para níveis de
emprego elevados, para uma estabilidade de preços e para um equilíbrio das contas externas.
As decisões políticas são profundamente influenciadas pela época histórica em que ocorrem, e
sujeitam-se a um princípio de equilíbrio entre bens públicos e bens privados, tendentes a definir,
em cada sociedade, os óptimos sociais de previsão relativa dos bens públicos e de dimensão global
do sector publico, nomeadamente o sacrifício imposto pelo Estado através da tributação, que é nas
sociedades modernas o melhor índice sintético da relação públicoprivada.
35
Opções de sistemas: temos correntes de pensamento a considerar (i) Milton Friedman e F. Von
Hayek defendem que a socialização operada pelo crescimento do sector público e das necessidades
satisfeitas de forma pública põe em risco os valores liberais, e (ii) Joseph Schumpeter mostrou
como a evolução da organização empresarial se orientava no sentido de instauração evolutiva de
uma certa forma de socialismo, pela gradual transformação interna do capitalismo.
Tudo depende, de opções de princípios e de fins gerais que eles ditam à actividade financeira; a
pretensão de apresentar explicações científicas compatíveis com o comportamento do Estado na
sociedade industrial não dispensa de ter como enquadramento doutrinário ou ideológico de uma
teoria que, não obstante, ser necessário ajustar a uma dada realidade. Há por certo, argumentos
teoricamente fundados: o mercado orienta a produção com eficiência, mas não distribui a riqueza
com justiça; as soluções globais são, sempre no campo de doutrinas e no plano de ideias e políticas.
2) Funções do Sistema Financeiro – Richard Musgrave e Sousa Franco identificaram três funções
do sistema financeiro do Estado:
(i) afectação de recursos;
(ii) distribuição de riqueza; e
(iii) objectivos macroeconómicos (estabilização, crescimento e reformas estruturais).
(i) Afectação de recursos – significa atribuição eficiente de recursos sociais apropriados pelo
Estado à provisão de bens públicos, incluindo a função segurança do Estado.
(ii) Distribuição de riqueza – significa atribuição, de acordo com os critérios adoptados, dos
recursos existentes entre os membros da sociedade
(iii)Objectivos macroeconómicos – designadamente:
o Estabilização: manutenção de um nível satisfatório da actividade económica,
assegurando a expansão equilíbrio, a plena utilização de recursos e a estabilidade
da moeda que passa pela adopção de medidas apropriadas, por exemplo o controlo
de inflação.
o Crescimento e reformas estruturais: aumento do potencial produtivo nacional,
garantindo assim a manutenção ou intensificação da expansão em períodos longos,
outras formas de remodelação das estruturas económicas e sociais.
36
1.25 Os meios de financiamento dos bens públicos
Os bens públicos são financiados por três tipos de receitas públicas, nomeadamente, as receitas
patrimoniais, as receitas tributárias e as receitas creditícias.
(1) Receitas patrimoniais – são valores que o estado recebe pela prestação de serviços, venda
de bens e produtos sob o seu domínio ou pela utilização individual do património público.
As receitas patrimoniais são voluntárias, pois surgem da manifestação de vontade de um
determinado indivíduo em usufruir de um produto, bem ou serviço que esteja sob domínio
do estado.
(2) Receitas tributárias (impostos e taxas) – são valores provenientes do cumprimento de
obrigações impostas por lei aos cidadãos. São, portanto, receitas coativas.
(3) Os impostos – são prestações coativas, unilaterais, sem fins de punição, que são impostas
aos indivíduos em relação aos quais se verificam certos pressupostos, previstos na lei e que
exprimem determinadas situações de riqueza.
(4) As taxas – são prestações do mesmo tipo que os impostos mas, que se diferem daqueles
pelo facto de que os particulares a quem são exigidas auferem uma determinada utilidade
relacionada com o funcionamento de um serviço ou utilização de um bem.
(5) Receitas creditícias – são resultantes dos empréstimos contraídos pelo estado para cobrir
défices orçamentais ou de tesouraria, ou ainda para esterilizar o poder de compra e
combater a inflação. Podem ser portanto, receitas voluntárias ou coativas.
37
Estrutura Socioeconómica – a forma como se configuram numa dada economia, quer os seus
elementos extra-económicos (condições geográficas, demográficas, institucionais, etc.), quer os
elementos económicos permanentes: as estruturas da produção, da repartição, da circulação e do
consumo, numa dada economia.
Economia urbana – existe no modelo de Economia Grega-latina como nas economias nacionais
do sec. XV ao sec. XVIII europeus em diversas economias mais evoluídas extra-europeias.
Estes são dominados pela influência de idênticos factores fundamentais como a sujeição a uma
tecnologia complexa, evoluída e integrada com o saber científico, motivações hedonísticas e
materialistas nos agentes económicos e a adopção de atitudes económicas activas. Numa época o
capitalismo foi dominante e o colectivismo quis ser a sua alternativa global. Hoje há ainda
economias nacionais colectivistas e economias mistas (de transição para o mercado), mas o mundo
hoje é dominado mais do que nunca por uma economia de mercado com forte presença do Estado.
38
A ideia de propriedade privada começa por ser entendida em termos absolutos, dela decorrem o
predomínio do capital dentro da empresa, sem que haja praticamente qualquer possibilidade de
intervenção do Estado.
Por outro lado, a iniciativa privada concretiza-se numa serie de princípios, entre os quais assumem
particular destaque:
A ideia básica do funcionamento deste sistema é que a propriedade privada e liberdade económica
são as condições do progresso e bem-estar de todos. Para a economia funcionar é necessário
encontrar um princípio de mercado, que é dominado pela Lei da Procura e da Oferta, definindo a
relação entre os bens e o preço.
As principais doutrinas que têm inspirado este regime económico estão agrupadas em quatro tipos:
39
Individualismo – concebe o sistema social como uma simples rede de relações entre os
Indivíduos e o Estado com o objectivo de prosseguir os fins individuais agregados.
Concepções solidaristas – solidariedade social determina a existência de relações, que dão
origem ao aparecimento de instituições com fins e funções próprias (Institucionalismo), ou
o aparecimento de relações de corporação entre as instituições (Corporativismo), ou visam
prevalecer os interesses ou valores sociais nas organizações (socialismos não marxistas).
Doutrinas organicistas – dotadas de entidades próprias na sua organização, quer se trate de
uma organização baseado por extractos sociais (Corporativismo), quer na prevalência do
Estado como forma social de entidade suprema (Estatismo diverso tipo).
Transpersonalismos sociais – encaram a organização social e do Estado como expressão
de realidades que transcende a sociedade.
Regime liberalista
Este regime económico caracteriza-se por um Estado Mínimo e com um papel restrito,
assegurando apenas as funções de soberania: defesa, segurança e justiça.
As Finanças Públicas são caracterizadas por umas finanças liberais que têm quatro perspectivas
fundamentais: privatização da Economia, Sector público reduzido, Princípio Mínimo e a
simplicidade das finanças públicas.
Ao Estado compete apenas criar as condições que permitem à sociedade manter-se organizada e
estável.
40
A separação científica e teórica entre finanças e economia, sendo a segunda uma separação
radical. De acordo com a separação científica, as finanças são dominadas por princípios mais
jurídico-administrativa e política, sendo a economia dominada por princípios económico-sociais.
A Actividade Financeira deve ser organizada de forma a não perturbar a actuação livre dos sujeitos
económicos, tendo duas consequências: a actividade financeira não deve causar distorções na
actividade económica privada; as instituições e actividade financeira não devem propor alterações
ou comando da actividade económica.
A Actividade Financeira decorre entre o poder público e o direito privado, onde os liberais põem
em causa os direitos fundamentais.
O princípio da legalidade em sentido estrito vem garantir aos cidadãos - proprietários a reserva de
competência no parlamento.
O imposto é uma receita típica das Finanças Clássicas, sendo neste período conhecida também
por Finanças tributárias, levando a uma redução do património do Estado, aumento da riqueza
41
mobiliária no RN acompanhada pela abstenção do Estado, a ideia de contribuição como dever de
cidadania. Este instrumento financeiro atinge as classes agrárias tradicionais e os consumidores.
O equilíbrio orçamental significa que as despesas totais devem ser cobertas pelas receitas normais
ou pelos rendimentos do Estado, só recorrendo ao crédito em situações de calamidade ou guerra.
Sempre que existisse um défice, o Estado iria recorrer a emissão de moeda e empréstimos, sendo
que estes podem levar a uma situação crítica do país.
Liberalismo → Intervencionismo
No domínio dos factos, ocorreu uma serie de acontecimentos que foram determinantes ou
justificando um maior papel do Estado na direcção da vida económica, como o sejam: o aumento
da intervenção política das classes mais desfavorecidas e das próprias classes médias, pelo sufrágio
universal e o aparecimento dos partidos trabalhistas e socialistas; a crescente concentração de
empresas e o capital cada vez mais elevado que é necessário produzir; a larga diversificação dos
modelos sociais de desenvolvimento e a necessidade de intervenção militares por forças armadas
profissionais crescentemente caras.
A intervenção do estado foi também determinada por uma série de acontecimentos que originaram
roturas mais ou menos profundas com o liberalismo:
42
Fim dos anos 80 e anos 90 – tendências de privatização, neo-liberalismo e nacionalismo
Regime Intervencionista
As Finanças Públicas são caracterizadas por umas finanças modernas, com autonomia do sector
público e das suas funções, a regra do óptimo, a dimensão crescente do sector público e a
pluralidade e complexidade do sector.
As Finanças Públicas numa situação de equilíbrio parcial do sector da economia pública e num
equilíbrio geral da Economia Privada e da Economia Pública leva a um sistema económico que
tende ser misto, ou seja, as Finanças Colectivistas.
A regra do óptimo é um critério que serve ao sector público como meio de melhorar a satisfação
das necessidades públicas e o possível óptimo social que inspiram as finanças públicas na
actividade económica.
A dimensão crescente do sector público absorve uma grande parte do Rendimento Nacional
resultante de uma maior complexidade do sistema administrativo e da criação de novas
necessidades.
43
Esta complexidade deve-se ao facto do Estado ter uma estrutura muito elaborada e daí ter
necessidade de criar empresas Públicas (SPE) e de recorrer com frequência a empréstimos públicos
(Crédito), dado que as receitas (Impostos) não são suficientes para cobrir estas despesas.
A actividade financeira e as Finanças estão sujeitas aos princípios sociais, económicos e políticos
que estão interligados com um conjunto de teorias e práticas intervencionistas.
As finanças Públicas abandonam as finanças neutras, dado que visam o bom aproveitamento com
o objectivo de influenciar o comportamento dos sujeitos económicos privados e da economia
global - Finanças Funcionais. Assim, as Finanças Públicas passam a ser utilizadas como
instrumentos de políticas sociais e económicas (Políticas Financeiras). Dado isto, as Finanças
Públicas são dominadas pela funcionalidade e a sua estrutura e gestão é determinada pelos fins
sociais que pretendem realizar.
Assim, surgem direitos económicos e sociais com grande peso financeiro devido a existência de
formas diversificadas de participação e intervenção social.
O reaparecimento do património e consequentemente as suas receitas, fez com que o Estado torna-
se um empresário (SPE) com a criação de empresas públicas ou mistas.
O imposto nas Finanças Modernas é visto como um instrumentos fiscal (Finanças Clássicas), mas
também como um instrumento de políticas económicas e sociais que servem para a redistribuição
da riqueza ou para combater a inflação.
O abandono do princípio do equilíbrio orçamental é por vezes esquecido para combater problemas
económicos e sócias, como a recessão e o desemprego.
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Colectivismo
Os sistemas colectivistas surgem apenas no séc. XX, que se caracterizam por três grandes traços:
a apropriação pública aos meios de produção (com desaparecimento tendencial da propriedade
privada), a subordinação vinculativa ao plano e a existência de motivações dominantes de interesse
estatal, solidariedade social ou bem-estar colectivo, mais propriamente o igualitarismo.
a) A privatização da economia
A economia era totalmente privada, competindo ao Estado criar condições para manter a sociedade
organizada e estável e a propriedade privada por si, se defendia. Eram funções do Estado, a defesa,
45
segurança, administração geral e manutenção da ordem, quando muito, a prestação de outros
serviços que não interessassem ao capital privado.
b) O princípio do mínimo da actividade económica pública
Tanto em quantidade como em qualidade, a actividade financeira estatal deve-se reduzir ao mínimo
imprescindível de modo a absorver o mínimo de rendimento nacional e restringindo-se as
actividades básicas de autoridade e administração.
c) Neutralidade financeira
A receita típica do liberalismo é o imposto. O período das Finanças clássicas é o período das
Finanças tributárias. O imposto garantia um peso devido a redução do património estatal, aumento
da importância da riqueza imobiliária do conjunto do rendimento nacional e ainda generalização
da ideia de que o imposto é dever de cidadania. Os sistemas fiscais típicos do liberalismo assentam
na ideia de justiça meramente formal.
e) Equilíbrio Orçamental
Era o princípio orientador da actividade liberal. Para os clássicos, este equilíbrio orçamental
significava que as despesas totais devem ser cobertas pelas receitas normais (impostos e receitas
patrimoniais) e o recurso ao empréstimo seria excepção em caso de guerra.
46
2.2 Transição para as Finanças Modernas
A transição das finanças neutrais para as finanças modernas ou intervencionistas foi determinada
pelos seguintes factores:
1) A passagem do sufrágio de censitário a universal – o voto passa a ser garantido não só pelas
classes possuidoras mas também pela classe operária e para conquistar o voto desta última
classe, o governo no poder cria certos benefícios que aumentam a despesa pública,
nomeadamente a instrução e a assistência médica gratuitas entre outros, abrindo-se deste
modo o caminho para o alargamento do sector público;
2) reconhecimento pelos clássicos de que a distribuição da riqueza, exclusivamente fundada
no funcionamento do mercado, não era a mais desejável do ponto de vista do equilíbrio
geral;
3) A existência de muitos monopólios e oligopólios, o que levou à subida de preços, aumentou
a necessidade da intervenção do estado como regulador e como agente económico,
dedicandose a actividades que exigiam grandes quantidades de capital e que pudessem
concorrer com as grandes organizações monopolistas.
4) Após os efeitos nefastos das guerras, os liberais sentiram já a necessidade de que o estado
lhes garantisse a paz, liberdade e segurança.
O surgimento de novas teorias económicas com maior ênfases nas de Keynes, que defendiam a
existência de um “estado do bem-estar” (welfare state), reafirmando a necessidade da intervenção
do governo com vista a corrigir os desequilíbrios, dos quais o subemprego era a manifestação mais
visível. Foi com estas teorias que se desenvolveu a ideia de que o recurso ao empréstimo e à
emissão da moeda em certas circunstâncias podia ser benéfico à economia.
As Finanças Intervencionistas ou activas – têm a sua génese nas teorias keynesianas dos anos
30 do séc. XX e defendiam políticas económicas com vista à construção de um “estado do bem-
estar social” – (Well fare state).
47
1) A regra do mínimo é substituída pela regra do estado óptimo – o estado procura, com a
sua intervenção directa, suprir as falhas do mercado;
2) Alargamento do sector público, motivado pelas novas funções assumidas pelo estado;
3) O estado passa a intervir directamente na economia, abandonando o seu papel
abstencionista e assumindo um papel de relevo na actividade económica.
As finanças modernas são fruto dos regimes económicos intervencionais e dirigistas. Esta é a razão
de ordem. A dimensão crescente dos actos públicos é uma das características das finanças
modernas a qual passa a resolver parcelas que se situam entre 30 a 50% do rendimento nacional.
Alarga-se o património estatal, multiplicam-se as empresas públicas e o peso do imposto cresce.
As finanças tornam-se activas, pois passam a ter uma atitude e uma prática interveniente. Com
o crescimento do papel do Estado na actividade económica, a actividade privada fica restringida e
condicionada.
Ao contrário do sistema liberal, há uma integração entre a economia e finanças estando sujeitas à
intreracção das mesmas forças e princípios. As finanças públicas abandonam o ideal de
neutralidade e passam a ser utilizadas como instrumento das políticas económicas e sociais – ou
seja, surgem as políticas financeiras. E também alguns aspectos jurídicos próprios do liberalismo
como é o caso das garantias individuais que sofrem alterações. O imposto ganha maior importância
e surgem as receitas, provenientes do património mobiliário estadual. Portanto, nas finanças
modernas o imposto tem tanta importância como nas clássicas; mas ele passa a ser utilizado como
instrumento de politica económica ou de politica social servindo, por exemplo, para redistribuir a
riqueza.
De entre os aspectos que o Governo, o Estado e os actores do mercado em geral devem assumir
como factores críticos para o sucesso de um sistema de Finanças Públicas efectivo, levando em
conta o seu próprio contexto e estágio de desenvolvimento económico e social nacional, e para os
quais os processos de suporte e de governação devem concentrar maior atenção e esforços, figuram
os seguintes:
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Assegurar um domínio interno total, efectivo e duradoura de gestão e de execução das
operações de Finanças Públicas e de uma Administração Financeira do Estado adequada
ao contexto da tendência à modernização e globalização do mundo actual;
Assegurar que as transformações organizacionais sejam suportadas por tecnologias de
informação e comunicação e prossigam os benefícios económicos e sociais desejados e
garantir a escolha e implementação de tecnologias apropriadas e a gestão adequada de
mudanças organizacionais e comportamentais para esse efeito requeridas;
Assegurar que as transformações se realizem de forma controlada e sistémica, gradual,
coordenada, coerente e contemplando, adequadamente, os papéis e estágios de maturidade
de cada instituição e aliadas a prioridades estratégicas do Governo e com uma clara Visão
de Desenvolvimento e das Finanças Públicas; e
Assegurar a valorização da profissionalização dos recursos humanos e uma capacidade
política, organizacional, técnica e tecnológica compatível com a capacidade económico-
financeira e à altura de promover e viabilizar a implementação de reformas institucionais
e comportamentais que se mostrem necessárias ao longo do processo desenvolvimento da
gestão das Finanças Públicas e do respectivo sistema no seu todo.
2.6 Conclusão
Os bens públicos, apesar da indivisibilidade que lhes é característica, podem prestar utilidades
individuais. É o caso dos bens semi-públicos. Importa salientar que o uso comum dos bens públicos
pode ser gratuito ou oneroso, conforme for estabelecido por meio da lei da pessoa jurídica à qual
o bem pertencer. Ex: o uso do zoológico é oneroso.
A introdução das receitas tributárias como meio de financiamento dos bens públicos deveu-se
essencialmente à insuficiência das receitas patrimoniais, as quais tornaram-se muito mais baixas
desde a afirmação do liberalismo. Hoje em dia, as receitas tributárias apresentam a parte mais
significativa das receitas públicas e em Moçambique apresentaram um aumento considerável
desde o último trimestre do ano passado.
49
3. Direito Financeiro
Para Carvalho (1997, p.12), Direito Financeiro é a actividade estatal destinada a conseguir meios
para acudir às necessidades públicas, ou seja, são os meios para o Estado desempenhar as suas
actividades. Ficará a cargo do Direito Financeiro a regulamentação para a obtenção, a gestão e
a aplicação dos meios materiais necessários à realização dos interesses do Estado.
Franco (2008, p.97) considera Direito Financeiro, o direito das receitas, ou seja, que respeita à
regulamentação dos processos pelos quais o Estado ou outros entes públicos obtêm os meios
necessários ao financiamento das necessidades públicas. É um ramo de direito que regula
mediante um regime próprio a actividade financeira do Estado.
“O Direito Financeiro não é em si autónomo, por não constituir um sistema orgânico de preceitos
e ser apenas um conjunto de normas heterogéneas unificadas em função da matéria que os regula”.
Teixeira (1992, p.13)
De acordo com Teixeira (1992), a limitação da autonomia do Direito Financeiro, deve-se a sua
limitação no que tange ao alcance e interesse. O direito financeiro não é uma ciência fechada, ela,
aceita a incorporação de normas subsidiárias de tratamento das matérias no seu âmbito desde que
não se confrontem com os princípios particulares do direito financeiro.
Temos uma forma específica de regulação social (sem a qual não se reconhece a especificidade da
satisfação das necessidades públicas), um regime jurídico autónomo e coerente que permite o
50
exercício de uma função social complexa, instituições jurídicas próprias e uma disciplina jurídica
autonomizada.
Estamos perante um muito antigo ramo de Direito, produto do Estado liberal saído da tripla
influência inglesa, norte-americana e francesa. Nele encontramos o consentimento dos
contribuintes, a separação e interdependência de poderes, a distinção entre poderes de autorização
orçamental e de execução orçamental, a autorização para cobrança de receitas e realização de
despesas, a legalidade e o cabimento orçamentais, o regime tributário, a autorização do crédito
público, o exercício de formas específicas de responsabilidade financeira dos agentes responsáveis
pelos dinheiros e valores públicos correspondentes à jurisdição própria do Tribunal de
Administrativo. E se virmos bem temos permanentemente uma arbitragem entre a atividade do
Estado e a dos cidadãos, enquanto contribuintes e enquanto beneficiários dos serviços públicos.
Os poderes financeiros são diversos dos administrativos. Antes de mais, a Administração pública
não pode, por si só, pôr em prática as opções orçamentais de receitas e despesas – que dependem
de consentimento parlamentar. Não existe, pois, o privilégio de execução prévia e há o recurso
para os tribunais fiscais ou financeiros. E se os poderes financeiros têm especificidade própria
também se distinguem da aplicação do Direito Civil ou do Direito Comercial – uma vez que no
Direito Financeiro estamos perante poderes de autoridade do Estado (v.g. no regime da dívida
pública).
Em suma, no Direito Financeiro estamos perante um ramo de Direito Público, em que o interesse
público está presente, ainda que este deva ser sempre ponderado em função da protecção da esfera
privada dos cidadãos (contribuintes, credores do Estado, beneficiários dos serviços públicos).
Por outro lado, estamos diante de instituições próprias (imposto, orçamento, crédito público,
tesouro) e vida jurídica autónoma (administração financeira, Tribunal Administrativo). O Direito
Fiscal é um sub-ramo do Direito Financeiro, com as mesmas características deste, mas que se
autonomizou em razão da grande relevância social da tributação – considerando os direitos,
deveres e interesses dos contribuintes.
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A autonomia do Direito Financeiro deve ser analisada em vários ângulos. No sentido legislativo,
onde, ela está imbuída de Leis próprias e fontes, quer no sentido didáctico (imposta por
conveniências práticas do ensino), quer ainda a um sentido científico.
No tocante às leis, refira-se que o regime de finanças das a lei do Orçamento de Estado reveste de
um valor reforçado, devendo ser respeitada pelas leis que sejam aprovadas no seu âmbito,
prevalecendo hierarquicamente.
A violação da lei de o Orçamento do Estado poderá dar lugar a uma inconstitucionalidade material,
se se entender que o legislador ordinário não tinha liberdade para adoptar caminho diferente, na
sequência do disposto na lei fundamental (v.g. quanto a princípios e regras orçamentais).
O Orçamento de Estado é aprovado por lei, num sistema monista parlamentar, que tem uma
natureza especial, como veremos, de lei-plano, com vigência anual, que se traduz numa
autorização política, jurídica e económica ao governo, para cobrar receitas e realizar despesas,
concebendo e realizando uma política de finanças públicas.
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No âmbito definido por leis e decretos, temos os regulamentos financeiros. Estão neste caso, com
graus diferentes de eficácia: os decretos regulamentares, as resoluções de Conselho de Ministros,
portarias, despachos ministeriais, despachos e instruções de responsáveis administrativos e
deliberações de entidades autónomas e órgãos locais que tenham carácter genérico.
Quanto à jurisprudência, ainda que se discuta a inclusão dos actos uniformizadores entre os actos
normativos, a verdade é que os mesmos assumem indiscutível importância, com consequências
práticas na vida jurídica, pela relevância na esfera jurisdicional – quer se trate de decisões do
Tribunal Supremo, do Tribunal Constitucional ou do Tribunal Administrativo.
A doutrina e o costume não são entre nós fontes de direito; e a interpretação das normas de Direito
Financeiro e a aplicação das leis no tempo não revestem regras especiais diferentes das que
vigoram na nossa ordem jurídica em geral.
O Direito Financeiro, compreende três ramos que, embora sem autonomia científica, cada um
deles, são nitidamente separáveis – o Direito das Receitas, o Direito das Despesas e o Direito da
Administração Financeira.
3.4. Relação entre finanças públicas e direito financeiro e outros ramos de direito
Segundo Teixeira (1995, p.28), a natureza unitária e incindível da ordem jurídica, o consequente
carácter relativo da autonomia de qualquer dos seus sectores e a impossibilidade de existir um
ramo de Direito inteiramente independente, auto-suficiente e fechado, vivendo só por si, sem
comunicação com os restantes, impõem naturalmente que as várias zonas do mundo jurídico se
relacionam entre si, se entrecruzem e interpenetram, trocando influências, princípios e soluções
dogmáticas.
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Realmente, ao falar do Direito Financeiro, ela tem as suas origens no direito público, donde
emergem outros ramos como são os casos do Direito Processual, Penal, Civil, administrativo,
constitucional, entre outros. Assim, apercebe-se que ela não é em si exclusivamente independente
dos outros, existem alguns elementos que o mantém ligado aos outros, dai a relevância de se fazer
um cruzamento para podermos perceber o que o liga dos outros ramos acima citados.
Miranda (1997, p.14), afirma que falar em Direito constitucional, pensa-se mais na regulamentação
jurídica, no estatuto, na forma de Direito que é a Constituição. Falando em Direito político pensa-
se mais no objecto da regulamentação;
O Direito constitucional deve ser apercebido como o tronco da ordem jurídica estatal (mas só
desta), o tronco donde arrancam os ramos da grande árvore que corresponde a essa ordem jurídica;
O Direito Constitucional trata da estrutura estatal e da instituição política do governo; É o ramo
principal do direito, porque condiciona os demais; organiza o Estado; distribui competências do
poder público que faz parte o Direito Financeiro. Esta actividade é a ciência das finanças,
consubstanciada em normas legais que emanam do Direito Constitucional.
Direito Administrativo - é o ramo do Direito Público que regulamenta a actividade estatal, com
todos os serviços públicos postos à disposição da sociedade, em busca do bem comum. Vale dizer
que o Direito Administrativo se preocupa com a prestação do serviço público, a forma e limites de
actuação e ainda disciplina o relacionamento entre entes públicos e privados, e a relação dos
indivíduos com a Administração Pública.
O Direito Administrativo funciona como fiscalizador dos actos praticados pelos agentes públicos.
Todo o acto público só tem validade após a anuência do direito administrativo. Dai que, esta,
encontra-se ligada ao financeiro, pois, é quem valida os seus actos.
Basta admitirmos que a tributação é realizada a partir de relações jurídicas em virtude das quais o
Estado irá arrecadar os seus recursos indispensáveis ao funcionamento da estrutura pública e o
segundo disciplinará como os mesmos serão empregados, tudo conforme a Constituição e as Leis.
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3.4.3 Direito Financeiro e Direito Penal
Direito Penal é o ramo do direito público que disciplina as condutas humanas que podem pôr em
risco a coexistência dos indivíduos na sociedade. O Direito Penal vai regular essas condutas com
base na protecção dos princípios relacionados à vida, intimidade, propriedade, liberdade, enfim,
princípios que devem ser respeitados no convívio social.
Dessa forma, o Direito Penal vai descrever as condutas considerados crimes (condutas mais
graves) e contravenções (condutas menos grave) e as respectivas penas cominadas. Vale dizer que
o Estado é o responsável pelo direito de punir, e o faz mediante critérios pré-estabelecidos, com o
intuito de desestimular os indivíduos a transgredirem as normas, e, também, de readaptar o
indivíduo ao convívio social.
Assim, o Direito Penal vai fornecer as regras de incriminação de condutas contrárias às normas
de Direito Financeiro. Ex. Lei de Responsabilidade Fiscal. Casos de sub ou super facturação;
Casos em que o agente público sonega imposto; Transferem dinheiro para sua conta bancária;
entre outros actos ilícitos cometidos.
Para definir o objecto de estudo do Direito Processual, primeiramente é importante dizer que é o
Estado que detém o poder de aplicar o Direito, estabelecendo a ordem, aplicando as penalidades,
e solucionando os conflitos entre as partes, por meio de um processo judicial. Dessa forma, o
Direito Processual visa disciplinar de que forma isso vai se dar, estabelecendo princípios e regras
a serem previamente obedecidas, tanto pelo Estado, quanto pelas partes na disputa judicial. Assim
a função do Direito processual é organizar a forma de como o Estado vai prestar esse poder dever
de julgar, e como as partes devem agir no embate judicial.
Direito Internacional Público: é o ramo do Direito voltado a disciplinar as relações entre os vários
Estados, possuindo princípios e directrizes, que visam uma interacção pacífica entre os Estados,
tanto na esfera política, económica, social e cultural. Vale dizer que são criados organismos
internacionais, tais como a ONU e a OMC, para auxiliar na descoberta de interesses comuns, e de
que forma interacção dos Estados vai se dar. Os instrumentos dos acordos entre os Estados são
denominados tratados.
Conclui-se que, o Direito Internacional fornece ao Direito Financeiro regras jurídicas relativas
a actividade financeira internacional. Ex. A contracção de um empréstimo junto ao FMI, BIRD,
BM, perdão de dívidas, entre outros.
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BIBLIOGRAFIA
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PEREIRA, Paulo Trigo, AFONSO, António, SANTOS, José Carlos Gomes. ARCANJO, Manuela,
CABRAL, Ricardo. (2009). Economia e Finanças Públicas, Editora Escolar. 2ª ed
TEXEIRA, António Braz. (1992). Finanças Públicas e Direito Financeiro. Coimbra. 1992;
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Editora Lda,
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