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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 CONCEITO BÁSICO DE ECONOMIA E FINANÇAS .................................. 4

3 MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA ......................................... 4

3.1 Organização da Atividade Econômica .................................................. 4

4 FUNDAMENTOS DA MICROECONOMIA E DA MACROECONOMIA ..... 13

4.1 Ferramentas de Análise Econômica ................................................... 14

4.2 Análise Macroeconômica ................................................................... 17

5 FINANÇAS ................................................................................................ 18

5.1 Empresas e finanças .......................................................................... 18

5.2 Planejando Finanças .......................................................................... 19

5.3 O orçamento ....................................................................................... 21

6 CUSTOS: CONCEITOS E TIPOS ............................................................. 22

6.1 Classificação dos custos: Fixos e Variáveis ....................................... 23

7 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS ............ 25

7.1 Ferramentas para uma gestão financeira segura ............................... 26

7.2 Análise e decisão a partir das ferramentas de gestão ........................ 28

8 FERRAMENTAS DE CONTROLE CONTÁBIL NO PLANEJAMENTO


ECONÔMICO-FINANCEIRO..................................................................................... 29

8.1 Tipos de controles internos ................................................................ 30

8.2 Controle de custos ............................................................................. 30

8.3 Auditoria interna ................................................................................. 31

8.4 Fluxo de caixa .................................................................................... 32

9 TIPOLOGIA E APLICABILIDADE DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS


33

9.1 Demonstração do resultado do exercício – DRE ................................ 34

9.2 Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados – DLPA............... 35


1
9.3 Estrutura da demonstração das mutações do patrimônio líquido –
DMPL 35

9.4 Demonstração de origens e aplicações de recursos – DOAR............ 36

10 EMPREENDEDORISMO E A VISÃO DO PLANEJAMENTO


FINANCEIRO ............................................................................................................ 37

10.1 Ferramentas de gestão financeira ................................................... 38

10.2 Planejamento financeiro .................................................................. 39

10.3 Tecnologia de informação ou sistemas informatizados ................... 39

10.4 A importância da gerência de dados ............................................... 40

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 41

12 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 41

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 CONCEITO BÁSICO DE ECONOMIA E FINANÇAS

Fonte: www.tnh1.com.br/
Existe uma ampla gama de conceitos de Economia, mas todos eles assentam
no princípio de que a Economia é uma ciência social, que estuda a maneira como a
sociedade decide empregar recursos escassos, procurando produzir diferentes bens
que permitam satisfazer as necessidades humanas.
Finanças é o estudo de com as pessoas alocam recursos escassos ao longo
do tempo com o fim de obter benefícios com esta alocação. É saber gerir o capital,
saber onde e como aplicá-lo, que retorno será melhor. É o necessário para
implementação, ampliação ou gestão de negócios para obtenção do poder aquisitivo
a fim de satisfazer desde as necessidades básicas até a auto realização, ou seja,
finanças é a administração de recursos para se alcançar as metas e objetivos.

3 MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA

3.1 Organização da Atividade Econômica

De um ponto de vista global, a sociedade de cada país está organizada para


desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação, distribuição e
consumo de bens e serviços de uma forma que chamamos de “sistema econômico”.
Toda economia opera segundo um conjunto de regras e regulamentos. Ex. As
empresas devem ter licenças específicas a fim de que possam produzir e vender
seus produtos; os trabalhadores devem ser registrados em carteira; os contabilistas,
4
a fim de que possam exercer sua profissão devem ser formados em escolas
oficialmente reconhecidas, além de terem de ser filiados ao órgão de classe (no
caso o Conselho Regional de Contabilidade). Faz-se o mesmo tipo de exigência
para os profissionais de diversas categorias tais como médicos, engenheiros,
advogados, economistas, etc. Essas são apenas algumas das muitas regras
existentes em nossa economia. Assim, todas as leis, regulamentos, costumes e
práticas tomados em conjunto, e suas relações como os componentes de uma
economia (Empresas, Famílias e Governo) constituem um "Sistema Econômico".
Sistema Econômico é o conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais
que caracterizam a organização econômica de uma sociedade.
Essas relações condicionam o sentido geral das decisões que se tomam em
toda a sociedade e os ramos predominantes de sua atividade. Todo sistema
econômico deve tratar de responder às três perguntas seguintes:
1. Que bens e serviços produzir e em que quantidade? Deve-se escolher
entre mais estradas asfaltadas ou ferrovias, ou mais escolas ou
hospitais, ou deve-se produzir mais alimentos ou mais bens de capital.
2. Como produzir tais bens e serviços? Toda sociedade deve determinar
quem vai ser responsável pela produção, que meios e técnicas serão
empregados e quais serão os métodos e organização seguidos no
processo produtivo.
3. Para quem produzir? Como vai se distribuir o total da produção
nacional entre os diferentes indivíduos e famílias.
Para responder às perguntas anteriores, existem basicamente três
mecanismos ou sistemas: economia de mercado, economia de planificação central e
a economia mista.

Economia de Mercado
O sistema de "Economia de Mercado" é típico das economias capitalistas, as
quais têm, como característica básica, a propriedade privada dos meios de produção
e sua operação tendo por objetivo a obtenção de lucro, sob condições em que
predomine a concorrência. (concorrência entre os vendedores de bens similares,
para atrair clientes; concorrência entre compradores, para garantir os bens que

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desejam; concorrência entre trabalhadores, para obter empregos; concorrência entre
empregadores, para conseguir trabalhadores).
Em uma economia baseada na propriedade privada e na livre iniciativa, os
agentes econômicos (indivíduos e empresas) preocupam-se em resolver
isoladamente seus próprios problemas tentando sobreviver na concorrência imposta
pelos mercados.
Neste tipo de sistema econômico, os consumidores e empresas, agindo
individualmente, interagem através dos mercados acabando por determinar o que,
como e para quem produzir.

O Sistema de Preços
Em uma economia de mercado a ação conjunta de indivíduos e empresas
permite que milhares de mercadorias sejam produzidas de maneira espontânea,
sem que haja uma coordenação geral das atividades econômicas. Na verdade,
existe um mecanismo de preços automático e "inconsciente" que trabalha,
garantindo o funcionamento do sistema econômico, dando a ele uma certa
ordenação, de maneira tal que tudo é realizado sem coação ou direção central de
qualquer organismo consciente.
Em um mercado livre, caracterizado pela presença de um grande número de
compradores e vendedores, os preços refletem as quantidades que os vendedores
desejam oferecer e as quantidades que os compradores desejam comprar de cada
bem.
Em uma economia de mercado, tanto os bens e serviços quanto os recursos
produtivos têm seus preços e quantidades determinados pelo livre jogo da oferta e
procura, ou seja, pela livre concorrência. Do confronto entre oferta e procura resulta
um preço, e é esse preço que exerce uma função econômica básica. É ele, que por
suas variações, orienta a produção e o consumo.
O mecanismo de preços é, portanto, um vasto sistema de tentativas e erros,
de aproximações sucessivas, para alcançar o equilíbrio entre oferta e procura. O
desejo das pessoas determinará a dimensão da procura, enquanto que a produção
das empresas determinará a dimensão da oferta. O equilíbrio entre a oferta e a
procura será atingido pela flutuação do preço.

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O que vale para os mercados de bens e serviços, também vale para o
mercado de recursos produtivos (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial)
Em uma economia complexa e interdependente, as pessoas não conseguem
dizer diretamente aos produtores o que desejam consumir. O mecanismo de
mercado fornece, através dos preços, uma forma de comunicação indireta entre
produtores e consumidores, possibilitando uma adaptação da produção às
necessidades de consumo; possibilita, ao mesmo tempo, uma adaptação do
consumo à escassez relativa dos diferentes tipos de bens e serviços.

O Que, Como e Para Quem Produzir


Em uma economia de mercado o Estado não deve intervir em nenhum
aspecto da atividade produtiva, devendo ficar sua ação restrita ao atendimento das
necessidades coletivas, tais como a Justiça, a Educação, etc. Cabe ainda ao Estado
o estabelecimento de regras visando proteger a liberdade econômica, zelando,
assim, pelo livre jogo da oferta e procura.

- O que produzir?
Em um sistema econômico baseado nas ações apenas das famílias e das
empresas, as próprias unidades familiares determinam o valor de cada bem ou
serviço através do mercado. Quanto mais as pessoas desejarem um produto,
atribuirão a ele um valor cada vez maior. Como nesse tipo de economia o valor de
cada bem é medido pelo seu preço, quanto maior for a disposição das pessoas em
apoiar seus desejos com dinheiro, mais elevado deverá ser o preço desse bem.
Assim, a maneira pela qual as unidades familiares gastam a sua renda entre os
diversos bens e serviços estabelece um sistema de avaliação entre os mesmos, ou
seja, fornece uma estrutura de preços dentro do sistema econômico que possibilita
às empresas, que perseguem o lucro, produzir aquilo que as pessoas desejam.
O dinheiro entregue pelos consumidores às empresas servirá para pagar os
salários, juros e dividendos que os consumidores, no papel de proprietários de
recursos, recebem como renda mensal.

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- Como Produzir?
O como produzir será determinado pela competição entre os diversos
fabricantes. Em função da concorrência de preços resta ao produtor, na tentativa de
maximizar seu lucro, optar pelo método de produção mais barato quanto possível, o
que envolve, naturalmente, considerações a respeito dos preços dos fatores de
produção a serem utilizados. Assim, se o fator capital é caro e o fator trabalho
barato, as empresas procurarão se utilizar de técnicas que usem o fator trabalho
mais intensivamente. Verifica-se, novamente, a existência de um mecanismo de
preços orientando as decisões dos empresários quanto aos métodos produtivos a
serem utilizados.

- Para Quem Produzir?


Em uma economia de mercado, a oferta e a procura de fatores de produção
determina as taxas salariais, os aluguéis, as taxas de juros e os lucros que irão se
constituir na renda das unidades familiares. A renda de cada família irá depender da
quantidade dos diferentes recursos produtivos que ela pode oferecer no mercado de
fatores e do preço que as empresas estão dispostas a pagar pela utilização dos
mesmos. Se um indivíduo dispuser somente de sua força de trabalho para oferecer
no mercado de fatores, sua renda será determinada pelo salário que receber no
mês.
Se o mesmo indivíduo for proprietário de terras e arrendá-las, sua renda
mensal será acrescida pelo aluguel da terra, dado pelo arrendamento mensal da
quantidade de terra arrendada.
Assim, em função da quantidade de recursos pertencentes a cada unidade
familiar, teremos a distribuição de renda nesse tipo de economia. Uma vez que a
quantidade de bens e serviços apropriados por família está limitada por seus
rendimentos, tanto maior será a participação de cada unidade familiar na
determinação de "para quem produzir" quanto maior for a sua renda.

O Fluxo Circular da Atividade Econômica


O diagrama apresentado na figura abaixo mostra, ainda que de maneira
simplificada, a maneira pela qual em uma economia de mercado o mecanismo de
preços ajusta a oferta e procura das famílias à oferta e procura das empresas.

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Fazem parte de uma economia de mercado dois tipos de agentes
econômicos: as famílias e as empresas. Ela é composta, ainda, por dois tipos de
mercados: o mercado de bens de consumo e serviços e o mercado de recursos
produtivos.

Analisemos, primeiro, a metade superior do diagrama. As famílias desejam


satisfazer suas necessidades através da aquisição dos mais variados tipos de
produtos. Estabelece-se, então, uma procura por bens e serviços (roupas, alimentos,
remédios, serviços médicos, etc.).
A quantidade de bens que uma unidade econômica familiar pode adquirir é
limitada pela sua renda. Quanto mais elevada for sua renda, mais bens de consumo
poderá comprar. As empresas, por sua vez, buscam a obtenção do máximo lucro
vendendo seus produtos às unidades familiares.
Através da interação entre oferta e procura teremos a determinação de preços
e quantidades transacionadas de cada bem, equacionando-se a questão de "o que
produzir". Estabelece-se, então, um fluxo real de mercadorias e serviços das
empresas às famílias. Em contrapartida cria-se também um fluxo de moeda das
famílias às empresas como pagamento pelos produtos adquiridos.
A metade inferior do diagrama nos mostra o processo de formação de preços
dos recursos produtivos no mercado de fatores de produção.
As famílias, na qualidade de proprietários dos recursos produtivos, agem no
mercado de fatores ofertando terra, trabalho, capital e capacidade empresarial.

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As empresas, por sua vez, empenham-se na compra e contratação de fatores
produtivos junto às famílias estabelecendo-se, então, uma procura por esses
recursos. Do confronto entre oferta e procura dos fatores de produção teremos a
formação de seus preços, que indicarão aos produtores o "como produzir".
Teremos então um fluxo real de recursos das famílias para as empresas.
Estas, em contrapartida, pagarão às famílias, sob a forma de moeda, os salários,
aluguéis, juros e lucros correspondentes à utilização dos serviços dos fatores,
ficando estabelecido, dessa forma, um fluxo monetário das empresas para as
famílias.
A questão distributiva (o "para quem produzir") será equacionada
simultaneamente às demais. A quantidade de fatores pertencentes a cada unidade
familiar e o preço desses fatores irá determinar a distribuição de renda; e maior será
a participação da unidade familiar na determinação de "o que produzir" quanto maior
for sua renda.

Economia Planificada Centralmente


Esse tipo de organização econômica é típica dos países socialistas, em que
prevalece a propriedade estatal dos meios de produção. Nesse tipo de sistema as
questões de "o que", "como" e "para quem" produzir não são resolvidas de maneira
descentralizada, via mercados e preços, mas pelo planejamento central em que a
maior parte das decisões de natureza econômica são tomadas pelo Estado.
A ação governamental se faz presente através de um órgão central de
planejamento, a quem cabe elaborar os planos de produção de todos os setores
econômicos. Tais planos são elaborados a partir de um levantamento não só das
necessidades a serem atendidas como também dos recursos e técnicas disponíveis
para a produção, a fim de dimensionar o que cada empresa, seja ela agrícola,
comercial ou industrial, pode realmente produzir.
Identificadas às disponibilidades existentes, fixam-se as metas de produção,
ou seja, as quantidades a serem produzidas de cada bem procurando, na medida do
possível, atender as necessidades de consumo da sociedade. Equaciona-se, desta
forma, a questão "o que e quanto" produzir.
Cabe, da mesma forma, ao órgão de planejamento determinar os processos
de produção a serem utilizados. O Poder Central distribui não só as tarefas do plano,

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mas também os meios de produção, tanto materiais como financeiros. O órgão
central de planejamento determina como designar a produção às diferentes fábricas
e esforça-se para que cada fábrica tenha os fatores de produção necessários para
poder obter a quantidade exigida. Fica então resolvida a questão "como" produzir.
A questão "para quem" produzir, que trata da maneira pela qual a produção
total de bens e serviços será distribuída entre os indivíduos é também resolvida pelo
órgão de planejamento, a quem cabe determinar os salários dos diferentes tipos de
profissão. Nesse tipo de economia, existe um "sistema de preços" que são meros
recursos contábeis que ajudam a controlar a eficiência com que os produtos são
produzidos. Assim, caso alguma empresa que esteja produzindo de maneira
ineficiente acusará "prejuízo financeiro". Caso contrário, surgirá o "excedente".

Economia Mista
Nos sistemas de economia mista, uma parte dos meios de produção pertence
ao Estado (empresas públicas) e a outra parte pertence aos setores privados
(empresas privadas). Na realidade, as organizações econômicas descritas
anteriormente (Economia de Mercado e Economia de Planejamento Central) nunca
existiram em sua forma mais pura. O que se observa nos diversos países é uma
mescla desses dois sistemas que ora se aproxima de um tipo de organização, ora
do outro, conforme o grau de participação do Estado na economia.
Nesse tipo de sistema, cabe ao Estado a orientação e controle de muitos
aspectos da economia. Para tanto, ele se utiliza das empresas públicas e de outros
instrumentos, tais como a legislação, a tributação, o orçamento governamental, etc.

- O Que Produzir?
Em um sistema de economia mista, em que existe propriedade privada dos
meios de produção, o Estado não pode determinar ao empresário o que produzir. O
Estado não pode, por exemplo, determinar a um agricultor que plante arroz em vez
de milho, ou a um industrial que produza tecidos em vez de calçados. Pode,
entretanto, influir indiretamente para resolver a questão “o que” produzir.
O Estado pode, por exemplo, através da tributação, sinalizar aos produtores
aquilo que deve ser produzido. É o caso de isenção ou mesmo de redução de
impostos em alguns setores (indústria automobilística, por exemplo) e a concessão

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de incentivos fiscais em outros. Outro instrumento é o controle do crédito. Por
exemplo, crédito subsidiado para algumas atividades, com a finalidade de estimulá-
las. Outra maneira de o Estado intervir é através de suas empresas públicas, que se
destinam a produzir bens e serviços necessários à coletividade e que o setor privado
não se interessa ou não tem condições de explorar uma vez que exigem elevados
investimentos e apresentam retorno lento (saneamento básico, transporte, energia,
etc.)
Não obstante a intervenção do Estado na economia, os produtores numa
economia mista, ao decidirem “o que produzir” seguem, também, as indicações
fornecidas pelo sistema de “preços”.

- Como Produzir?
A questão “como produzir” em um sistema misto é solucionada distintamente,
conforme se enfoque o setor público ou o setor privado da economia. A nível do
setor público, essa questão é resolvida de acordo com o planejamento
governamental em que o importante não é a obtenção de lucros, mas o atendimento
adequado das necessidades da coletividade. No âmbito do setor privado, a questão
é solucionada de acordo com a concorrência.

- Para Quem Produzir?


Nos sistemas de economia mista a questão distributiva é resolvida, em geral
pelo sistema de preços.
Entretanto, aos detentores de renda mais baixa o Estado oferece ensino
gratuito, assistências médicas, jurídica, além de outros serviços a que essa camada
da população não tem acesso.
Além disso, o Estado procura criar mecanismos que garantam às pessoas o
recebimento de uma renda que lhes permita satisfazer suas necessidades básicas.
Por exemplo, a criação do seguro desemprego e o estabelecimento de salário
mínimo.

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4 FUNDAMENTOS DA MICROECONOMIA E DA MACROECONOMIA

Fonte: www.diferenca.com

A Microeconomia é um ramo da Economia que estuda o comportamento dos


agentes econômicos (consumidores, empresários, trabalhadores e governo) e se
preocupa em desvendar como tais agentes tomam suas decisões e quais as
repercussões dessas decisões entre eles e no restante da sociedade. A
Microeconomia, por exemplo, esclarece como os consumidores fazem suas
escolhas de compra, ou como as empresas decidem produzir, e de que forma as
decisões influenciam na formação dos preços no mercado.
O mercado é, quase sempre, o objeto de estudo da Microeconomia,
principalmente, no que diz respeito à forma como os agentes econômicos interagem
formando alianças ou como os preços se formam. A Microeconomia nos ajuda a
entender as diferenças entre os diversos mercados existentes, suas características e
como os concorrentes interferem nas estratégias e decisões um dos outros.
A Macroeconomia estuda os chamados agregados da economia. Tais
variáveis, objeto das principais questões relacionadas a esse campo da Ciência
Econômica, são frequentemente encontrados na mídia, seja em jornais, revistas e
telejornais, através das matérias realizadas por jornalistas e comentaristas
econômicos.
As análises e notícias que aparecem na mídia, pela sua frequência e
importância, fazem parte de nosso cotidiano. Assim, as pessoas e as empresas, que
sabem que são afetadas pelas variáveis, se interessam e realizam suas próprias
avaliações sobre os cenários macroeconômicos e suas realidades podem ser

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influenciadas pelas variáveis. Os meios de comunicação, por exemplo, noticiam o
comportamento das variáveis da seguinte forma:
Renda Nacional (PIB): quando um determinado jornal noticia qual o valor do
PIB no último trimestre e qual seu crescimento em relação ao mesmo período do
ano anterior; revela quanto de riqueza foi gerada no país.
Taxa de Desemprego: quando um determinado apresentador de telejornal
anuncia a magnitude da taxa de desemprego e se essa taxa é maior ou menor do
que a do mesmo período do ano anterior; mostra, de forma agregada, quantas
pessoas no país estão, involuntariamente, sem emprego.
Inflação: Quando uma revista faz uma matéria sobre as razões pelas quais a
inflação está se elevando; revela que os preços, em todo o país, estão aumentando
e procura explicações para esse fato.
Percebemos que o entendimento das variáveis macroeconômicas, além de
estar presente no cotidiano de uma parcela significativa da população, também é
importante para as decisões tomadas pelos Administradores nas empresas, haja
vista que as organizações atuam em um ambiente no qual as variáveis
macroeconômicas as influenciam tomar decisões em relação ao reajuste de seus
preços, à compra de seus insumos e à aplicação de seu caixa. Dessa forma,
entender as variáveis macroeconômicas afeta a maneira como os gestores
conduzem suas organizações.

4.1 Ferramentas de Análise Econômica

Os Modelos
Como em outras Ciências, a Economia se reveste da possibilidade de
compreender a realidade de acontecimentos e fenômenos e pretende responder a
perguntas que intrigam pesquisadores, teóricos e sociedade. Nesta Ciência, assim
como nas outras, a principal ferramenta de análise são os modelos, ou seja,
representações da realidade de forma resumida com uma quantidade reduzida de
variáveis, consideradas principais para o entendimento do fenômeno que o modelo
pretende explicar. Dessa forma, um modelo nada mais é do que uma simplificação
da realidade, no caso da Economia, da realidade dos agentes econômicos e dos
mercados nos quais eles interagem.

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A simplificação que os modelos apresentam, por um lado, não nos permite
enxergar todos os aspectos envolvidos no fenômeno estudado, mas por outro,
permite que entendamos de forma mais clara as relações existentes entre as
principais variáveis envolvidas. Os modelos precisam, para mostrar estas relações
entre as variáveis, ser construídos a partir de sua formalização, ou seja, precisam
ser apresentados sob a forma de uma linguagem universal. No caso da Economia,
tais construções se dão por meio da matemática, tanto no que diz respeito às
abordagens gráficas como às algébricas.
A formalização dos modelos só é possível a partir de um conjunto de
condições pré-estabelecidas, conhecidas como pressupostos do modelo. Tais
condições quase sempre se apresentam, inicialmente, na forma de limitação das
variáveis consideradas e podem avançar até a forma como as variáveis se
relacionam.

Abordagem Analítica
Na Economia as questões são tratadas sob dois prismas: o primeiro diz
respeito às explicações e previsões dos fenômenos econômicos relacionados ao
comportamento dos agentes econômicos (abordagem positiva) e o segundo se
relaciona com as sugestões de como deveria ser a realidade econômica, quase
sempre esta abordagem está associada à formulação de políticas públicas
(abordagem normativa).
Exemplos:
Positiva: Normalmente, quando o preço de um bem se eleva, a demanda por
ele diminui.
Normativa: Para que os preços de um determinado bem, cuja necessidade
seja alta pelos seus consumidores (ex: remédios para AIDS) não se eleve em
excesso, é preciso colocar um valor máximo tabelado pelo Governo.

A Tomada de Decisão
A Microeconomia estuda a tomada de decisão pelos agentes econômicos e
seus efeitos sobre os mercados e sobre a economia como um todo. De forma que
esta matéria pode sobremaneira auxiliar na gestão das organizações. Assim,

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diversos aspectos da microeconomia permeiam o dia-a-dia dos gestores e das
escolhas que eles precisam realizar.
Dessa forma, entendendo a sistemática dos comportamentos dos agentes
econômicos e desenvolvendo modelos analíticos que nos ajudem a interpretá-los, a
Microeconomia se coloca como um conjunto de conhecimentos que pode servir
como base nas decisões organizacionais.
A Macroeconomia, normalmente, serve de modelo de análise e de base para
decisões de política econômica, tomada pelos gestores dos Governos. Tais políticas
macroeconômicas possuem alguns objetivos, tais como:
Pleno Emprego: os governos geralmente perseguem o pleno emprego dos
recursos da economia, principalmente, em relação ao emprego dos trabalhadores.
Estabilidade de Preços: a economia que não apresenta uma certa
estabilidade dos preços, como foi o caso do Brasil em época recente, imprime a seu
povo uma carga pesada de perda de valor de seus ganhos, principalmente na
população mais pobre.
Distribuição de Renda: a busca por melhores condições de vida para a
população em países como o Brasil deve ser uma constante e passa,
necessariamente, pela distribuição mais justa de renda.
As políticas conduzidas pelos Governos, que buscam os resultados
apresentados anteriormente, o fazem através das chamadas políticas fiscal,
monetária e cambial. Nesses casos, os tomadores de decisões de política ou os
Policy Makers, lançam mão de diversos instrumentos, tais como:

Política Fiscal
Política tributária: arrecadação de tributos.
Política de gastos: controle de despesas.
Política Monetária
Emissões.
Reservas compulsórias.
Open market.
Regulamentação do crédito e da taxa de juros.
Política Cambial
Controle sobre a taxa de câmbio.

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4.2 Análise Macroeconômica

A Macroeconomia aborda as questões econômicas dividindo-as em duas


partes distintas, porém interligadas, a saber: a parte real e a parte monetária. Nessa
divisão são estudados os seguintes mercados: de bens e serviços, de trabalho,
financeiro e cambial. Nesses mercados é estudada a determinação de inúmeras
variáveis importantes para a Economia de um país, como no quadro a seguir.

Considerando o mercado de bens e serviços, a Macroeconomia procura


dimensionar a produção de todos os bens e serviços do país, e para isso agrega
todo o valor da produção no produto nacional. Os preços de forma geral também são
estudados e remetem ao cálculo do nível de inflação no país.
No mercado de trabalho, o estudo da Macroeconomia se detém na questão
da quantidade de trabalhadores no país que querem estar empregados, mas não
conseguem vagas (nível de desemprego). Nos mercados financeiros, a
macroeconomia se preocupa com a quantidade de moeda necessária às transações
comerciais e sua influência em outras variáveis, como por exemplo, nos preços dos
bens. Neste mercado também é determinada a taxa de juros.
Na Economia existem agentes que emprestam dinheiro e outros que buscam
os empréstimos, esta é a dinâmica no mercado de títulos que representa as dívidas,
tais como: títulos do governo, duplicatas, ações, debêntures, etc.
No mercado cambial, a Macroeconomia se interessa pelo valor da taxa de
câmbio, ou seja, pela relação entre a moeda nacional e uma determinada moeda
estrangeira. Além do valor do câmbio é importante a análise sobre sua determinação
e a influência que este tem sobre variáveis importantes como o agregado das

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importações e exportações do país, ou sobre as reservas de divisas, ou seja, quanto
o país possui de moeda estrangeira no Banco Central.

5 FINANÇAS

Fonte: www.coachfinanceiro.com

5.1 Empresas e finanças

O pensamento financeiro está em várias atividades do nosso dia a dia.


Podemos citar como exemplo as atividades básicas que realizamos como a compra
mensal de mantimentos no supermercado ou aquelas decisões que envolvem um
grande volume de dinheiro, como a compra da casa própria.
Nestas duas situações você terá que controlar seus recursos para realizar
bons negócios, ou seja, precisa avaliar, pesquisar e realizar controles para gerir bem
o seu dinheiro.
Para que uma empresa seja bem-sucedida e contemple todos os seus
objetivos, tanto no seu processo de planejamento como na execução, será
fundamental que se desenvolvam também controles confiáveis da movimentação de
todos os recursos financeiros. Se esses controles forem bem elaborados, podemos
dizer que teremos uma boa gestão financeira.
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2008, apud Salanek Filho, 2012, p. 11)
o objetivo da administração financeira é ganhar dinheiro e aumentar o valor do
patrimônio dos proprietários.

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Para Gitman, (2004, apud Salanek Filho, 2012, p. 11) a administração
financeira diz respeito as responsabilidades e tarefas de controle visando a melhoria
do resultado da empresa.
Para Lemes Junior (2002, p. 243, apud Salanek Filho, 2012, p. 11) “A
administração financeira direciona a empresa e estabelece o modo pelo qual os
objetivos financeiros podem ser alcançados. Em sua maioria, as decisões demoram
bastante para serem implantadas. Numa situação de incerteza, isso exige que as
decisões sejam analisadas com grande antecedência. ”
Podemos afirmar que, controlar finanças de uma empresa, guardada as suas
devidas proporções, é como controlar as nossas contas de finanças pessoais. Todos
nós precisamos ganhar dinheiro para conseguir pagar as nossas contas e, além
disso, todos deveríamos gastar menos do que ganhamos, certo? Nessa condição,
obtendo ganhos maiores do que gastos, iremos ter um saldo positivo (uma sobra de
dinheiro) que poderemos poupar para adquirir futuramente outros bens (como um
carro ou uma moto).
Outro ponto fundamental para aprendemos são as nomenclaturas utilizadas
em finanças. Inicialmente serão comentadas sobre as entradas e saídas de recursos
financeiros. Quando recebemos dinheiro dizemos que temos um crédito e quando
desembolsamos dinheiro, teremos um débito. No item a seguir definiremos essas
duas grandes contas financeiras.

5.2 Planejando Finanças

Em todas as áreas de negócios as melhores decisões sempre são aquelas


que foram tomadas de forma planejada. Uma decisão que foi pensada com
antecedência terá uma menor probabilidade de dar errada do que aquela tomada
por impulso e sem nenhum tipo de planejamento.
Na área financeira isso não é diferente. Podemos até afirmar que nesta área o
risco é ainda maior, pois envolve recursos financeiros, podendo assim gerar grandes
“prejuízos”. Uma decisão financeira sem uma análise preliminar, sem uma reflexão
de suas consequências, poderá gerar impactos negativos e dependendo do volume
de dinheiro, envolvido nessa decisão, comprometer seriamente a empresa podendo
levá-la a “insolvência”.

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Com os comentários acima foi possível você observar como uma decisão
financeira errada pode gerar sérios problemas para a empresa. Nesse módulo, em
que estamos estudando a gestão financeira nos negócios, podemos imaginar que
um planejamento inadequado, sem a definição clara dos seus gastos ou que não
receba toda a receita esperada, pode ser um caso que se enquadre neste tipo de
situação.

O que é um planejamento financeiro

Fonte: www.coachfinanceiro.com

Um planejamento financeiro pode começar a qualquer momento. Pode ser


feito no instante que a empresa está sendo criada, pode ser durante a execução de
suas atividades e também pode ser feito quando começam as dificuldades
financeiras.
É fundamental que no momento do planejamento sejam levados em conta
todos os aspectos financeiros que são visíveis e também observar se não existem
aspectos financeiros que são invisíveis. Como assim? Aspectos visíveis e invisíveis,
você pode estar se perguntando! É muito comum em finanças você não lembrar de
tudo que irá gastar. Geralmente são lembrados dos gastos mais comuns e
evidentes, ficando esquecidos aqueles gastos que você somente irá lembrar na hora
de pagar.
Outro ponto também que devemos sempre tomar cuidado é que, na hora de
pesquisar e planejar fica estabelecido um determinado valor e na hora de pagar
acabam aparecendo outros valores. Por que isso acontece? A resposta é simples!
Foi por falta de planejamento.
Para Santos (2011, apud Salanek Filho, 2012, p. 20), o planejamento
financeiro empresarial pode ter início em qualquer etapa do empreendimento. O
20
mais recomendado é que seja feito mesmo antes de iniciar e fundar o
empreendimento e/ou empresa, deve levar em consideração todos os aspectos
financeiros calculados para o monitoramento.
Segundo Mandelli (2009, apud Salanek Filho, 2012, p. 20), o conceito de
planejamento financeiro deve ser fragmentado em planejamento e finanças. Pelo
dicionário, planejamento é traçar metas, elaborar planos direcionados a
peculiaridades do projeto que se almeja pôr em prática. Já as finanças, pode-se
dizer que são um método de administração dos recursos disponíveis, encaixando- -
se no meio empresarial ou particular, discutindo-se a distribuição e aplicação dos
recursos.

5.3 O orçamento

Tudo em finanças deve ser orçado


Um orçamento é uma espécie de antecipação daquilo que vai acontecer nas
finanças da empresa. Todo negócio que está programado deve, durante a sua
programação, ter a elaboração de um orçamento. Assim, teremos uma ideia clara
daquilo que possivelmente seja recebido e também daquilo que possivelmente seja
pago. O orçamento também pode ser definido como uma espécie de “previsão”. No
orçamento você vai definindo os valores do negócio como se ele já estivesse
acontecendo.
Toda empresa deveria elaborar o seu orçamento com antecedência.
Anotando quais serão as receitas e os gastos dos períodos futuros. Essa
orçamentação deve ser feita com base em previsões. Pode ser usado também
aquilo que aconteceu em um período passado, mas nunca se limitando a copiar o
que já aconteceu. É muito importante não se basear apenas no passado para definir
o futuro de uma empresa.
Outro ponto relevante é que um orçamento deve ser realista e equilibrado. Na
hora do preenchimento os valores devem aproximar ao máximo da realidade. Caso
a diferença seja muito alta, entre aquilo que foi gasto e o valor orçado, quer dizer
que o orçamento foi mal elaborado.
Para Nascimento (2006, p.6, apud Salanek Filho, 2012, p. 24), “Orçamento é
um instrumento de formalização. Neste intuito, representa a quantificação das metas

21
e objetivos da empresa, através de modelos contábeis prospectivos. Estes relatórios
abrangem dados de caráter financeiro ou de caráter quantitativo, podendo ter um
caráter operacional ou estratégico. ”
Para Prado, Cordeiro e Salanek Filho (2009, p. 197) “O orçamento é um
instrumento de natureza econômica com objetivo de prever determinadas quantias
que serão utilizadas para determinados fins”.
Segundo Catelli, o orçamento pode ser sumarizado como um plano de ação
detalhado, desenvolvido e distribuído como um guia para as operações e como uma
base parcial para subsequente avaliação de desempenho.
Segundo Padoveze (2007) orçar significa processar todos os dados
introduzindo os dados previstos para o próximo exercício, considerando as
alterações já definidas para o próximo exercício.

6 CUSTOS: CONCEITOS E TIPOS

Fonte: cakeerp.com

Classificação dos custos: Direto e Indireto


O portal de contabilidade define “Custo direto como aquele que pode ser
identificado e diretamente apropriado, no momento de sua ocorrência, isto é, está
ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele que pode ser
atribuído ou identificado direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou
departamento”. (Zanduca, 2010, apud Salanek Filho, 2012, p. 33).
O mesmo autor ainda destaca que os custos diretos têm a propriedade de ser
“perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Os custos são qualificados aos

22
portadores finais (produtos), individualmente considerados. ” O autor ainda destaca
que esses custos constituem todos aqueles elementos de custo individualizáveis
com respeito ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a
produção dos mesmos.
O mesmo portal define custo indireto como “aquele que não se pode apropriar
diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência.
Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego de
critérios pré-determinados. ” São aqueles que apenas mediante aproximação podem
ser atribuídos aos produtos por algum critério de rateio.

Fonte: https://profmariojorge.com.br

6.1 Classificação dos custos: Fixos e Variáveis

Os custos variáveis são aqueles que se alteram com as quantidades de


serviços produzidos, ou seja, são os custos de produção. O custo variável é o valor
gasto diretamente com os serviços que a empresa produz. Para contextualização,
nas atividades de prestação de serviços são os gastos com a mão de obra
diretamente envolvida e materiais utilizados.
Guerreiro (2006, p. 16, apud Salanek Filho, 2012, p. 34) o custo variável é
aquele que guarda relação direta com a produção. “Quando o volume de produção e
vendas aumentam, o custo aumenta; quando o volume de produção e vendas
diminuem, o custo também diminui. ”
Classificam-se como custos variáveis aqueles que variam proporcionalmente
de acordo com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem

23
diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado
período (Zanduca, 2010, apud Salanek Filho, 2012, p. 34).
Os custos fixos são os custos que não se alteram com as quantidades de
serviços produzidos, ou seja, são os custos de estrutura. São realizados para
adequado funcionamento da empresa, independentemente do valor das vendas.
Exemplos: aluguel da sede da empresa, condomínio, IPTU, água, luz, telefone,
salários administrativos, pró-labore (retirada dos sócios), encargos sociais sobre
salários e pró- -labore, honorários profissionais (contador e outros).
Guerreiro (2006, p.17, apud Salanek Filho, 2012, p. 34) menciona que os
custos fixos são valores consumidos que não guardam estreita correlação com a
produção e com as vendas da empresa. “Quando o volume de produção e vendas
aumentam – dentro de um determinado intervalo – o custo fixo permanece de certa
forma indiferente”.
Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de
aumento ou diminuição da produção. Independem, portanto, do nível de atividade,
conhecidos também como custo de estrutura (Zanduca, 2010, apud Salanek Filho,
2012, p. 34).
Os custos fixos dizem respeito a tudo aquilo que a empresa terá que pagar
independente se algum produto ou serviço é produzido. Vamos pegar como exemplo
o custo de acesso à internet que a empresa possui no seu escritório sede. Vamos
supor que a empresa gaste R$ 100,00 todos os meses para ter um acesso à internet
de alta velocidade, esse valor será pago todo mês independente do volume de
produção. Caso a empresa produza, por exemplo, 10% da sua capacidade total terá
que pagar esse valor integral todo mês. Ou seja, não existe relação direta e
proporcional entre o custo de internet e o volume produzido. Será sempre no valor
de R$ 100,00.
Por outro lado, em relação aos custos variáveis o raciocínio é diferente. Esses
custos já são diretamente relacionados com a atividade da empresa e recebem
também a denominação, como já dito na aula anterior, de custos de produção.
Esses custos apenas existiram quando produtos ou serviços forem realizados.
Vamos utilizar como exemplo a compra de matéria-prima. Vamos supor que o custo
de um determinado componente seja de R$ 250,00. A empresa apenas irá comprar

24
esse item se tiver produzindo. À medida que produza mais, necessitará comprar um
maior volume desta matéria-prima.

7 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS

Fonte: gestaodavirada.com

Em um mercado financeiro cada vez mais complexo e competitivo, onde as


empresas estão inseridas de maneira peculiar, o gestor financeiro tem um papel
cada vez mais importante dentro de uma empresa, principalmente, empresa de
pequeno e médio porte.
Partindo desse prisma dividimos aqui, a gestão financeira, em dois vértices:
gestão operacional e gestão estratégica. Entende-se aqui gestão, como processos
administrativos que influenciarão no controle, decisão e execução de qualquer
trabalho ou tarefa.
A gestão operacional resume-se ao controle das movimentações monetárias
realizadas pela empresa. A entrada e saída de recursos. Sendo assim, todo o
departamento financeiro das empresas pode ser dividido em células. O contas a
pagar e o contas a receber, por exemplo, são partes do departamento financeiro.
Já a gestão estratégica é a junção de todas as informações levantadas pelas
“células” com a finalidade de transformar dados em ação, ou seja, de analisar os
números que a empresa apresenta com critérios voltados para o um desempenho
desejado.

25
É fundamental o entendimento desta divisão da gestão financeira, uma vez
que, uma empresa, por exemplo, pode ter todo o seu departamento financeiro bem
estruturado, com as funções claras, mas, não conseguir reverter essa condição em
estratégia.
As empresas não têm uma visão muito clara da importância do departamento
financeiro para o sucesso da empresa.
Um estudo realizado pelo Sebrae- SP (2006), sobre a sobrevivência e
mortalidade de empresas paulistas, identificou que entre os fatores que fechamento
desses negócios ou que dificultam a sua condução é a sincronização entre receitas
e despesas.
Entre os empreendedores que fecharam sua empresa, 35% apontaram a falta
de sincronismo como a principal dificuldade. Aqueles que permanecem em
atividade, essa dificuldade atinge 28%.
Entende-se que, essas empresas têm o que chamamos de competência
técnica, mas quando se trata de administração, em sua totalidade, dos recursos
financeiros eles são omissos, não dando a devida atenção ao assunto.

7.1 Ferramentas para uma gestão financeira segura

A sincronia entre o setor de compras, comercial, contas a pagar e a receber e


o controle da produção é de suma importância para o desenvolvimento e controle
financeiro da empresa. E para fazer a ligação sistêmica entre estes setores existem
duas ferramentas: o fluxo de caixa e o demonstrativo de resultados.
Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa nada mais é do que a sintetização dos movimentos
monetários realizados por uma empresa em um determinado período. É o registro
de despesas e receitas. Tratamos aqui do fluxo de caixa diário, de forma simples,
pois existem várias maneiras de se aplicar o fluxo de caixa. Pode ser criado um fluxo
de caixa somente para o setor de compras, por exemplo, chamamos de fluxo de
caixa por atividade. Mas, para nosso trabalho falaremos sobre o fluxo de caixa
global, ou seja, aquele que abrange todas as transações da empresa.
Parece simples, mais para construção do fluxo de caixa é preciso disciplina e
metodologia.

26
Cada empresa tem sua especificidade, sendo assim, os fluxos monetários são
diferentes, tendo que, cada empresa adaptar o seu modelo de fluxo de caixa.
Vale dizer, a construção do fluxo de caixa é particular da empresa, não
admitindo “importação de modelos”.
Por esse motivo é importante o conhecimento de todo o ciclo financeiro da
empresa, suas receitas e suas despesas, para melhor formatação do fluxo de caixa.
Com relação ao período do lançamento dos movimentos, é aconselhável que
seja feito diariamente, para que se obtenha um melhor controle e conhecimento das
informações.

Segundo Ferreira (2005, apud De Moraes; De Oliveira, 2013, p. 4), para uma
eficiente administração dos fluxos de caixa, deve-se conhecer o ciclo operacional e o
ciclo de caixa.

O ciclo operacional corresponde ao tempo entre a compra de matérias-primas


e o pagamento pela venda de produtos acabados.
Já o ciclo de caixa é o período de tempo em que os recursos da empresa se
encontram comprometidos entre o pagamento dos insumos, e o recebimento pela
venda do produto acabado. Em resumo, os dias para pagamento das obrigações
devem ser mais longos do que os dias de recebimento dos direitos.
O fluxo de caixa opera entre superávit e déficit. Quando o fluxo insistir em
déficit, temos que analisar onde está ocorrendo o problema, aí está à importância da
gestão estratégica, ler e interpretar os números.

Demonstrativo de resultados do exercício (DRE)


Num primeiro momento podemos entender o DRE, como uma simples
ferramenta da contabilidade, entretanto ela é fundamental para a gestão financeira,
uma vez que, através dela avaliamos se a empresa projeta lucro ou prejuízo.

A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração contábil


que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou
redução do patrimônio líquido ente duas datas. Ela deve ser apresentada de
forma dedutiva, isto é, inicia-se com a Receita operacional bruta e dela
deduzem-se custos e despesas, para apurar o lucro líquido [...] (HOJI, 2009,
p.267, apud De Moraes; De Oliveira, 2013, p. 4).

Através do DRE, verifica-se o comportamento financeiro d em uma empresa,


em cada setor. Como a DRE demonstra a “contribuição” de várias partes da
27
empresa para a realização de lucro ou prejuízo, logo, diagnosticamos prováveis
falhas na gestão dos departamentos ou setores.

7.2 Análise e decisão a partir das ferramentas de gestão

A construção do fluxo de caixa e do demonstrativo de resultado, e de


qualquer outra ferramenta de controle e gestão, requer rigor e atenção, não é um
trabalho fácil de ser feito, não pela complexidade da elaboração em si, mas, pela
necessidade do levantamento de informações que passam por diversos setores.
Destarte, o trabalho mais difícil, acredito, é a leitura dos números que o Fluxo
e a DRE nos oferecem depois de prontos.
É partir desta leitura que tomaremos as decisões de investimento da
empresa, por exemplo, sendo que, esta decisão, em um mercado competitivo pode
ser a chave para o sucesso.
Para entender os dados podemos analisar através de padrões históricos e
setoriais.

As análises através de padrões históricos, podem envolver:


• Análises históricas – que fazem a comparação da evolução dos índices de
períodos anteriores com o período em análise.
• Análises prospectivas – que comparam os resultados projetados em
função de objetivos e hipóteses de trabalho utilizados no processo de
planejamento financeiro da empresa, com os resultados atuais e, até
mesmo, anteriormente obtidos, indicando evoluções passíveis de serem
aceitas ou não. (LEMES JR.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, P.M.S. 2010, p. 76,
apud De Moraes; De Oliveira, 2013, p. 5).

Também pode-se comparar os dados levantados com outras empresas do


mesmo segmento. Chamamos de análise setorial. De certa forma, quando
elaboramos um fluxo de caixa, por exemplo, estamos fazendo ao mesmo tempo um
controle das origens e destinos dos recursos financeiros da empresa.

28
8 FERRAMENTAS DE CONTROLE CONTÁBIL NO PLANEJAMENTO
ECONÔMICO-FINANCEIRO

Fonte: www.rtek.com.br

A economia globalizada introduziu uma revolução econômico-financeira e


concepções que necessitam de um maior conhecimento sobre os controles
contábeis nas empresas, com base na utilização de informações sobre o mercado e
a situação financeira e patrimonial concreta das organizações.
De acordo com Johnson & Kaplan (1993, apud Pinto et al, 2009, p. 2) o
ambiente econômico contemporâneo exige excelência dos sistemas corporativos de
contabilidade gerencial. Assim, as empresas que sofrem competição com flutuações
nas taxas de câmbio, os preços das mercadorias e produtos, falta de recursos para
a sustentação de despesas administrativas, estoques, implementação de
tecnologias de informação, atualização de controles contábeis para a tomada de
decisões e a análise dos cenários presente e futuro.
Assim, constata-se como o controle contábil é eficaz para demonstrar para a
organização financeira das empresas, para a análise do fluxo de compras e vendas,
aplicações em operações de liquidação imediata, facilitando a ação dos gestores no
momento de estabelecer sua própria estrutura, de acordo com suas atividades.
Iudícibus (1998, apud Pinto et al, 2009, p. 3) traz que a experiência mostra
que a existência e o bom funcionamento de um sistema contábil como fonte de
controle interno em empresas pode evitar elevados custos como fraudes, erros e
omissões, influenciando, consequentemente, no êxito da empresa. Dessa forma, a
empresa que não fortalece seu gerenciamento baseada nas atribuições citadas pelo
29
autor, não terá possibilidade de acesso a recursos como os financiamentos
diferenciados para empresas.
Constata-se que importantes mudanças ocorridas no ambiente econômico e
social fizeram com que as empresas crescessem incentivadas pelas novas
oportunidades de empreendimento, como as oportunidades de obter recursos
financeiros. A necessidade de controle contábil e planejamento financeiro é feita
para permitir as condições de competir no mercado a partir da implementação de
ações que venham dimensionar a produção.

8.1 Tipos de controles internos

A controladoria é uma estratégia desafiadora na empresa, usando técnicas e


recursos para tratamento de dados financeiros confiáveis, suporte e controle de
atividades e adequação de recursos às organizações. É um processo organizacional
que exige controle interno referentes a: operacionalizações envolvendo o ciclo de
pagamentos, controle contábil adequado, auditoria, ciclo de produção da empresa,
contabilidade, sistemas de segurança de informação e área tributária.
Todas essas medidas organizacionais e administrativas têm a função de
favorecer formas de crescimento estruturado, desenvolvendo sistemas eficientes de
captação de recursos e garantindo a sustentabilidade das atividades. Assim,
constata-se que a controladoria é eficaz para demonstrar para a organização
financeira das empresas as formas de manter sua própria estrutura de acordo com
suas atividades.
De acordo com Robles Jr. (1994, apud Pinto et al, 2009, p. 3) a controladoria
evita fraudes nas empresas porque dificultam a realização de atividades ilícitas
frente às complexidades dos negócios e os avanços tecnológicos, que imprimem
maiores desafios e riscos às fraudes financeiras.

8.2 Controle de custos

O controle de custos de produção é muito proveitoso no processo de


gerenciamento de empresas quanto à análise do comportamento dos custos, dos
orçamentos com base no custo de fabricação e formação do preço de venda.

30
A contabilidade de custos é uma ferramenta especial no estabelecimento de
orçamentos, custos-metas e padrão, cálculo dos valores cobrados dos
consumidores em relação aos produtos e serviços, e gastos financeiros com
despesas gerais. Ela presta auxílio às organizações fornecendo análises sobre o
comportamento dos custos e despesas, variações entre custos previstos e reais,
análise da evolução das vendas, custos, lucro e capital investido em linhas de
produtos e serviços.
Para Abbas (2001, apud Pinto et al, 2009, p. 3) uma das tendências do
mundo empresarial é a transição da economia baseada na produção para aquela
economia baseada nos serviços. E segundo Kaplan (1998, apud Pinto et al, 2009, p.
3) as mudanças ocorridas no ambiente competitivo, fazem com que gerentes
necessitem de informações para melhorar a qualidade, pontualidade e eficiência das
atividades que executam. Assim, além de compreender precisamente o custo e a
lucratividade de cada um de seus produtos, serviços e clientes, estas
transformações obrigam as empresas a praticar novas formas de gestão, adotando
metodologias de custeio que possibilitem implantar ações gerenciais que garantam
competitividade frente aos seus concorrentes.

8.3 Auditoria interna

A auditoria interna compreende o exame de documentos, livros e registros,


inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas,
relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses
registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.
O objeto da auditoria é o conjunto de todos os elementos de controle do
patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, papéis,
documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade e a
legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos
interesses patrimoniais.

31
8.4 Fluxo de caixa

Zdanowicz (1998, apud Pinto et al, 2009, p. 4) ressalta que o processo de


planejamento do fluxo de caixa visa à concepção de uma estrutura de informações
útil, prática e econômica que possibilite à empresa estimar de forma segura os
futuros ingressos e desembolsos de caixa. O principal objetivo do orçamento de
caixa é dimensionar, para um dado período, a disponibilidade de recursos para
suprir as necessidades de caixa da empresa.
Segundo Sell (2004, apud Pinto et al, 2009, p. 4), o fluxo de caixa orçado é
realizado a fim de facilitar a comparação e o entendimento das variações ocorridas
em determinado período. Através dessa ferramenta, o gestor poderá dispor de
informações financeiras capazes de auxiliá-lo na administração de suas
insuficiências de caixa. O autor afirma que uma vez expirado o prazo do fluxo de
caixa orçado, adiciona-se ao demonstrativo o fluxo de caixa realizado, que
automaticamente gerará uma variação positiva ou negativa do período.
Uma das vantagens de se analisar o comportamento do caixa ao longo de um
período é justamente conhecer as necessidades e/ou folgas de caixa, podendo a
empresa tomar decisões com mais tranquilidade. Marion (2001, apud Pinto et al,
2009, p. 4) considera que a demonstração dos fluxos de caixa é a indicação das
alterações ocorridas no exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa,
segregada em fluxos das operações, dos financiamentos e dos investimentos.

32
9 TIPOLOGIA E APLICABILIDADE DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Fonte: www.blbbrasil.com.br

Balanço patrimonial
O balanço patrimonial representa a demonstração financeira e patrimonial de
uma determinada empresa, quando as atividades do período-base se encerram. Em
sua técnica contábil, essa tipologia demonstrativa deve conter os seguintes grupos
de contas:
− Ativo realizável em longo prazo: são os direitos realizáveis após o término
do exercício seguinte e os derivados de adiantamentos, empréstimos ou
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia.
− Ativo circulante: É tudo aquilo que irá se cumprir até o exercício social
seguinte, equivalente ao capital em giro. O capital de giro é a diferença do ativo
circulante do passivo circulante.
− Ativo permanente: São os investimentos realizados, as participações
permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza.
− Passivo circulante: representado pela categoria circulante que envolve as
obrigações da companhia, inclusive financiamentos.
− Patrimônio social: representa os valores que os sócios ou acionistas têm na
empresa em um determinado momento.
O balanço patrimonial é um instrumento fundamental nas tomadas de
decisões e seus resultados demonstram as operações da empresa e as transações
33
que terão realização futura. Conforme Gazzoni (2003, apud Pinto et al, 2009, p. 5),
ele retrata uma situação da entidade em uma determinada data.
Pelo balanço são fornecidos alguns instrumentos para a gestão, que reduzem
os impactos financeiros de manutenção de investimentos no capital de giro e,
reduzem, também, os desperdícios em investimentos pouco viáveis. É considerado
peça-chave, pois propicia o acobertamento de deficiências no sistema
organizacional de produção, vendas e desenvolvimento tecnológico. Constata-se,
então, que o ele é fundamental pelas informações das contas adicionais que são
evidenciadas aos usuários. E sua finalidade está na complementação de dados da
movimentação ocorrida no período, evidenciada pela demonstração de resultados.
Dessa forma, é possível observar, na gestão empresarial, condições de
identificar a movimentação ocorrida no período e como a estrutura patrimonial e
financeira se modificou no mesmo. A apresentação dos elementos patrimoniais
assume grande importância, pois trata-se de peça contábil utilizada para revisão e
análise dos negócios.

9.1 Demonstração do resultado do exercício – DRE

O objetivo deste demonstrativo é apresentar o resultado do exercício,


explicando a composição de sua apuração e determinando o valor do resultado por
quota ou ação do capital integralizado, permitindo ao gestor a demonstração dos
aumentos e reduções causados no patrimônio líquido pelas operações da empresa.
Conforme Neves e Viceconti (1995, apud Pinto et al, 2009, p. 5), as receitas
representam normalmente aumento do ativo, através de ingresso de novos
elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações,
aumentando o ativo, aumenta-se o patrimônio líquido. Enfim, toda a receita
operacional bruta inclui as atividades sobre produtos, mercadorias ou serviços e as
despesas operacionais acham-se compreendidas nas despesas com vendas e
administrativas.
De acordo com Assaf (2003), a demonstração do resultado do exercício tem
como finalidade exclusiva apurar o lucro ou prejuízo de exercício, e transferir esse
resultado para lucros ou prejuízos acumulados. Neste contexto, Iudícibus (1998,
apud Pinto et al, 2009, p. 5) nos mostra que o demonstrativo evidencia de uma

34
forma estruturada os componentes que provocaram a alteração na situação líquida
patrimonial em determinado período, mostrando se a empresa auferiu lucros ou
incorreu prejuízos em determinado período.
Assim, constata-se que com a demonstração do resultado do exercício, pode-
se apresentar uma visão sobre o modo de operar no desenvolvimento dessas
demonstrações para as organizações utilizadas na tomada de decisão. Verifica-se,
também, que as demonstrações financeiras permitem às empresas uma maior
transparência em suas ações, quando estas são conscientes de seus papéis no
relacionamento com acionistas, investidores, credores, fornecedores, clientes,
governos e empregados.

9.2 Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados – DLPA

O objetivo da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados constitui-se


na apresentação do saldo residual de lucros ou prejuízos, suas alterações durante o
exercício e a destinação dada ao lucro ao final de cada exercício social, ou em
períodos intermediários. O lucro (ou prejuízo) líquido do exercício constitui-se no
resultado líquido final de cada exercício transferido para a conta de lucros ou
prejuízos, para ser utilizado, a partir de propostas efetivadas pelos acionistas.
Sua relevância está no fornecimento da movimentação ocorrida nas contas do
patrimônio líquido, indicando o fluxo, origem das contas e o valor dos acréscimos ou
diminuições do patrimônio líquido durante o exercício, indicando a formação e a
utilização de todas as reservas, e não apenas das originadas por lucros, servindo de
compreensão, inclusive quanto ao cálculo dos dividendos obrigatórios.

9.3 Estrutura da demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL

Essa demonstração tem por objetivo facilitar a análise das modificações


ocorridas nos componentes do patrimônio líquido, durante determinado período,
geralmente o exercício social.
As modificações são decorrentes de aumento de capital por subscrição, por
incorporação de reservas de lucros, por incorporação de reservas de capital, pela
incorporação de lucros acumulados, pela redução do capital por prejuízos não

35
absorvidos, por lucros e reservas, ajuste de exercícios anteriores, reversões de
reservas de lucros, transferência do lucro ou prejuízo líquido do exercício,
destinação do lucro líquido do exercício e dividendos a acionistas por ação de
capital.
Segundo Iudícibus (1998, apud Pinto et al, 2009, p. 6) essa demonstração
constitui-se de um instrumento de decisão da gestão, porque representa de forma
analítica, as variações de todas as contas do patrimônio líquido. O gestor poderá
aplicar as técnicas de análise, os métodos pelos quais são extraídos índices para
melhor entender a situação patrimonial da entidade e junto aos demais
demonstrativos implementar e traduzir os demonstrativos em índices de estrutura,
liquidez e rentabilidade, de maneira a entender como o patrimônio da entidade está
estruturado, sua capacidade de pagamento, bem como o retorno do investimento.

9.4 Demonstração de origens e aplicações de recursos – DOAR

A demonstração de origens e aplicações de recursos origina-se basicamente


de uma análise das variações ocorridas na posição financeira da empresa,
decorrentes dos ativos e passivos circulantes, cuja diferença representa o capital
circulante líquido.
Os recursos são gerados à medida que as receitas excedem as despesas. As
principais fontes ou origens de recursos são demonstradas de acordo com as
categorias que fazem parte dos recursos financeiros gerados pelas operações
realizadas no período. Constituindo-se de categorias de resultados que apresentam
o lucro líquido do exercício ocorrido em função de uma série de transações que
implicam ou não alterações da posição financeira da empresa.
A relevância deste demonstrativo contábil centra-se na apresentação das
informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa.
Conforme Iudícibus (1998, apud Pinto et al, 2009, p. 6), as origens de recursos
representam os financiamentos e as aplicações de recursos representam os
investimentos. O excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações representa o aumento ou redução do capital circulante líquido.

36
10 EMPREENDEDORISMO E A VISÃO DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Fonte: blog.financas360.com.br

O empreendedorismo requer algumas tomadas de posições que envolvem


riscos, contudo algumas são fundamentais, como: investimento de capital de risco,
infraestrutura de alta tecnologia, ideias criativas, estratégias de planejamento e
controle financeiros, e cultura empreendedora.
Dentre as ações que determinam os recursos necessários para desenvolver
os negócios, criar e gerenciar uma empresa, esta identificação de oportunidades
requer a análise sobre o mercado que envolve as informações necessárias para o
conhecimento do controle financeiro da empresa, de seus gastos e diretrizes de
custos e produção.
Chiavenato (2005, apud Pinto et al, 2009, p. 7) aborda o surgimento do
empreendedorismo, definindo-o e comparando-o com os conceitos administrativos,
até o entendimento do processo empreendedor. Em sua concepção, todo
empreendedor deve ser necessariamente um bom administrador para obter o
sucesso e o empreendedor tem algumas características e atitudes que o diferenciam
do administrador tradicional. Para Davemport (1995, apud Pinto et al, 2009, p. 7) a
figura do empreendedor é de fundamental importância para o processo de abertura
de novas empresas, pelo fato de ser o agente desencadeador do fenômeno, assim

37
como os esforços do governo em possibilitar a eliminação de burocracias e das leis
que regulamentam os pequenos negócios.
A gestão empresarial demanda três ações específicas: planejamento,
execução e controle. Os gestores têm o papel de administrar, o que na verdade se
constitui em planejar ações de controle de recursos, a partir de estratégias que são
efetivadas a partir de conceitos e princípios.
As empresas em ambiente de negócios necessitam de manter um rigoroso
planejamento financeiro de suas ações, o que não lhes permite analisar o efeito de
suas decisões, mas permite ao empreendedor se organizar, definir estratégias e
planejar.
O exercício de administrar um negócio, seja ele de pequeno ou grande porte,
é uma tarefa que tem complexidades e riscos em razão do aumento da
competitividade e da estabilização da economia, o surgimento de novas tecnologias,
clientes mais exigentes quanto a preços e qualidade.

10.1 Ferramentas de gestão financeira

As ferramentas de gestão são imprescindíveis para os gestores iniciarem um


planejamento de ações para baseado em informações confiáveis que diminuam o
risco nos empreendimentos.
O planejamento é uma das funções do administrador. Dentre os instrumentos
de planejamento, a contabilidade é uma das ferramentas mais importantes, porque
permite aos gestores analisar todas as entradas e saídas de recursos, tendo uma
visão de curto, médio e longo prazo do fluxo monetário da empresa.
Assim, muitos autores como Gazzoni (2003); Silva (1999); Theófilo (2000) e
Valter (2004) consideram a importância do sistema do fluxo de caixa para o
planejamento e controle na gestão empresarial. A iniciativa de gestão contábil-
financeira permite ao gestor integrar também a perspectiva de gestão de processos
operacionais que envolvem a redução de custos dos processos operativos que inclui
também um sistema eficiente de política de crédito e cobrança para evitar as perdas
com a inadimplência.
Assim, alguns autores como Padoveze (2000); Perez Júnior et al (1997); Reis
(2003) e Reske Filho (2000) mostram que o planejamento é uma ferramenta

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essencial para o desenvolvimento de qualquer organização. Portanto, é também um
processo que ajuda na concentração de esforços e recursos pela empresa.

10.2 Planejamento financeiro

O planejamento financeiro estabelece diretrizes de mudanças na empresa


especialmente no que diz respeito ao controle de ações para atingir objetivos e
metas em curto e longo prazo. Essa ação permite aos gestores interpretar os dados
internos e externos da organização, bem como cenarizar as políticas financeiras
sobre as quais a empresa deve decidir, visando seu crescimento e a sua
rentabilidade.
Para Gitman (1997, apud Pinto et al, 2009, p. 8), o planejamento é uma parte
essencial da estratégia de qualquer empresa, pois trata-se de um instrumento
efetivo de controle pela sua natureza tática e operacional.
Esse sistema busca antecipar a visualização dos possíveis resultados
operacionais, que deverão ser alcançados no período. Segundo Zdanowicz apud
Gazzoni (2003), o planejamento financeiro e orçamentário permite visualizar as
medidas que deverão ser executadas, bem como as expectativas a respeito do
futuro da empresa. Assim, constata-se que o sistema adequado de informações visa
facilitar o trabalho de todos os envolvidos nas empresas.
Na visão de Gazzoni (2003, apud Pinto et al, 2009, p. 8) o objetivo principal
da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa suficientes para
cumprir com os compromissos assumidos, maximizando a riqueza da organização.
Dessa forma, a importância do controle contábil como instrumento do planejamento
financeiro, fornecer as informações suficientes e necessárias para decisão.

10.3 Tecnologia de informação ou sistemas informatizados

Com a tecnologia nos processos empresariais, satisfazer as exigências dos


clientes se tornou um parâmetro de qualidade no atendimento buscado pelas
organizações públicas e privadas. Por essa razão as empresas necessitam de base
tecnológica para permitir o desenvolvimento dos processos no desempenho dos
seus produtos ou serviços.

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Um sistema de gerenciamento de informação operacional em uma
organização é influenciado por várias necessidades, objetivos específicos, produtos
fornecidos, processos empregados, tamanho e estrutura da organização. Neste
contexto, os empreendedores têm investido em tecnologia de informação para
melhorar o desempenho administrativo e operacional.
Segundo Manãs (1999, apud Pinto et al, 2009, p. 8), no processo de gestão
de informações, as instituições públicas e privadas podem se apoiar em estratégias
para enfrentar os sistemas automatizados. Um sistema de informações poderá
influenciar a produtividade. O sistema informatizado permite ao usuário um fluxo de
trabalho com grande precisão e desempenho nas questões de rotina. Dessa forma
há uma necessidade de modelos e formas de aplicação do planejamento estratégico
organizacional, planejamento dos sistemas de informação, dos sistemas de
conhecimentos e da informática ou tecnologia da informação nas organizações
privadas e públicas.

10.4 A importância da gerência de dados

O gerenciamento dos dados gerados pelo sistema permite analisar os riscos


de erros nas estratégias de produção e metodologia de monitoramento de índices de
desempenho. Assim conforme Resende e Abreu (2003, apud Pinto et al, 2009, p. 8),
os dados, as informações e os conhecimentos permitem aos gestores tomarem as
decisões sobre dos níveis de produtividade, além de facilitar a visão de processos
inadequados ou de problemas relativos a processos operacionais.
O fator mais importante do uso de tecnologias de informações é o
aproveitamento inteligente das informações armazenadas nos bancos de dados da
empresa. É fundamental o processamento da informação para a utilização na
abordagem correta dos processos.
Com a implementação de sistemas de informatização a empresa tem
condições efetivas de realizar a atividade de gestão estratégica da informação que
tem por finalidade contribuir para o monitoramento competitivo e operacional. A
coleta de informação proporciona a organização do conhecimento, facilidade de
conhecer melhor as oportunidades e os riscos externos.

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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fernandes, A.; Pereira, E.; Bento, J. P.; Madaleno, M.; Robaina, M. Introdução à
Economia. Lisboa: EDIÇÕES SÍLABO, LTDA, 2017.

Oliveira, W.; Moraes, R. C. A importância da Gestão Financeira nas empresas. 2013.

Sanches, L. Introdução à Economia, Mato Grosso, 2018.

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Índice: uma visão geral. 2. ed. Belo Horizonte: SINDUSCON-MG, 2009. 72p. il.

Salanek Filho, P. Administração financeira. Curitiba. 2012.

Pinto, P. R. S.; Bianchini, V. K.; Yoshino, R. T.; Motta, G. de A.; Trulha, L. C.


Ferramentas Utilizadas Na Gestão Financeira: Um Estudo Multi-Casos Em
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12 BIBLIOGRAFIA

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MATARAZZO, D.C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 1998.

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