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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Faculdade de Economia

Licenciatura em Economia

Efeito Crowding-Out da Despesa Pública sobre o Investimento Privado em Moçambique


(2000-2020)

Hélio Augusto Muende Nhampossa

Maputo, Outubro de 2022


Conteúdo
Capitulo I...............................................................................................................................................1
Introdução..............................................................................................................................................1
1.1 Contextualização........................................................................................................................1
1.2 Problematização.........................................................................................................................2
1.3 Objectivos.....................................................................................................................................3
1.3.1 Objectivo geral..............................................................................................................................3
1.3.2 Objectivos específicos...................................................................................................................3
1.4 Hipóteses..........................................................................................................................................3
1.5 Justificativa......................................................................................................................................3
1.6 Limitações....................................................................................................................................4
1.7 Estrutura do Trabalho...................................................................................................................4
CAPÍTULO II:...................................................................................................................................5
REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................................................5
2.1 Neoclássicos.................................................................................................................................5
2.2 Keynesiano...................................................................................................................................5
2.3 Equivalência Ricardiana...............................................................................................................6
2.4 Revisão Empírica.............................................................................................................................6
CAPITULO III.......................................................................................................................................8
3. Despesa Pública em Moçambique......................................................................................................8
Capitulo IV.......................................................................................................................................10
Procedimentos metodológicos..........................................................................................................10
4.1 Metodo e Dados..........................................................................................................................10
4.2 Descrição da fonte de Dados......................................................................................................12
4.3 Trimestrização dos dados: método de Lisman e Sandee.............................................................12
5. Procedimentos do Teste Econométrico.........................................................................................13
5.1 Teste de Estacionaridade............................................................................................................13
5.2 O Teste de Phillips e Perron.......................................................................................................14
5.3 Teste de Cointegração................................................................................................................14
5.4 Escolha de número óptimo de defasagens..................................................................................16
5.5 Teste de Casualidade..................................................................................................................16
5.6 Derivação das funções Impulso-Resposta e de Decomposição da Variância do Erro.................16
6. Cronograma..................................................................................................................................17
7. Orçamento....................................................................................................................................18
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................19

ii
Índice de Figuras

Figura 1: Desmostração do Efeito Crowding Out no modelo IS-LM…………………………5


Figure 2: Despesa pública (%PIB)…………………………………………………………….8
Figure 3: Formação Bruta de Capital (%PIB)…………………………………………………9

Figure 4: Formação Bruta de Capital vs Despesa Pública……………………………………10

iii
Lista de Abreviaturas

ADF- Augmented Dickey-Fuller

AIC- Critério de Informação de Akaike

FRI – Funções de Impulso-Resposta

INE- Instituto Nacional de Estatistica

IS-LM- Investment-Saving and Liquidity Preference-Money supply

MEF-Ministerio de Economia e Financas

MQO- Minimos Quadrados Ordinarios

PIB- Produto Interno Bruto

PGC-Plano Geral do Estado

PP- Phillips-Perron

VAR- Modelo Vectorial Autoregressivo

VECM – Modelo de Correcao de Erros de Vectores (Vector Error Correction Model)

iv
Capitulo I

Introdução
Neste capítulo, procura-se contextualizar o tema de pesquisa e explicar a relevância do seu
estudo. Apresenta-se também o problema que se pretende resolver, os objectivos da pesquisa,
as hipóteses, a estrutura do trabalho, limitações encontradas,, e por último a metodologia.

1.1 Contextualização
Os investimentos são unanimemente considerado pelos economistas como o coração da
economia, e a sua a relação com a despesa pública é uma polêmica no âmbito
macroeconômico que tem fortes implicações na determinação da política governamental de
promoção do crescimento econômico.

A utilização de instrumentos de política fiscal; a Despesa Pública para regular a economia


pode exercer um papel de complementaridade (efeito Crowding In) ou de substituibilidade
(efeito Crowding Out) em relação ao investimento privado doméstico, dependendo
preferêncialmente da forma como a despesa pública é realizada, e o modo como este é
financiado (Ferreira 2017, 28).

Neste sentido, a despesa pública poderá actuar de maneira contra-cíclica, aumentando a


demanda por insumos e serviços do sector privado, por outro lado pode gerar déficits fiscais
capazes de reduzir o investimento privado (efeito crowding-out), se o financiamento for
através de recuros internos1, como é o caso da economia Moçambicana.

A principal implicação desta situacao, é que para além, de reduzir a parcela de crédito 2 que
deveria ser concedida ao sector privado, eleva as taxas de juros, reduzindo o grau de
investimentos do sector privado (efeito Crowding Out), o que influi adversamente sobre o
crescimento da economia a médio e longo prazo.

Todavia, o debate em torno deste assunto, tem sido objecto de várias pesquisas e
controvérsias, para alguns o efeito da despesa pública sobre o investimento privado é
negativo, enquanto os outros trazem resultados positivos.

Neste estudo, propomo-nos a análisar o efeito Crowding Out de cada componente da despesa
pública sobre o investimento privado, tal como procedeu Sen & Kaya (2013). Pretendendo-se
1
Com a suspensao temporaria do apoio direto ao orcamento do Estado pelos doadores externos, forcou o Estado a buscar
outras formas para financiar a despesa crescente, neste caso o endividamento interno.
2

1
com este exercício identificar as principais componentes da despesa pública, que tendem a
gerar um efeito Crowding Out do investimento privado, e com base nos resultados propor
medidas de reestruturação da despesa pública, com o intuito de estimular e dinamizar os
investimentos anémicos do sector privado, incluindo a melhoria do clima de investimento em
Moçambique.

1.2 Problematização
A quantidade e a heterogeneidade da despesa pública, tem um impacto na demanda agregada
e no produto nacional e afecta a alocação de recursos na economia. Porém para alcançar um
desenvolvimento econômica efectivo, a despesa pública deve ser alocada de forma a induzir
aumentos na produção, nos investimentos correntes e nas expectativas futuras de
investimentos que ditam o rumo da economia (Budiyanto et al).

A alocação da despesa pública adoptada em Moçambique não tem desempemhado um papel


fundamental, na dinamização do investimento privado e nem na obtenção de um ciclo
virtuoso de crescimento, como consequência de elevação das despesas de funcionamento e o
sistemático deficit primário, com consequências graves sobre as despesas de investimento
(Oreiro 2007).

De acordo com os dados publicados pelo INE (2016), a economia moçambicana registou uma
expansão das despesas de funcionamento em 19,7% em comparação a 2015 correspondente à
20,5% do PIB. Enquanto que as despesas de investimento reduziram em 6.6%, ficando em
torno 4.25% do PIB.

Portanto este cenério mostra que uma parte expressiva dos recursos do Estado são desviados
para áreas de funcionamento ao invês de áreas de infraestruturas económicas. Em suma a
politica fiscal em Moçambique, tem sido responsável pelo baixo crescimento econômico por
desestimular o aumento do investimento privado e ao mesmo tempo não elevar de forma
significativa os investimentos públicos em infraestrutura. Em que pesem, de um lado, na
retoma, do fôlego de crescimento perdido há mais de 6 anos, quando a nossa trajetória de
crescimento medio de 7% ao ano foi interrompida.

Portanto, é importante que o governo tenha em atenção estes cenários, tanto na alocação da
despesa pública, bem como na restruturação das fontes de financiamento do mesmo, dado que
essas escolhas afectam o sector privado, inibindo na maioria das vezes o seu florescimento, o
que terá implicações tanto no emprego e no crescimento económico a médio e longo prazo.

2
1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo geral


O objectivo da pesquisa é analisar o efeito separado de cada componente da despesa pública
sobre o investimento privado em Moçambique 2000-2020.

1.3.2 Objectivos específicos


 Explicar a tendência da despesa pública no periodo em estudo;
 A valiar o comportamento do investimento privado no periodo em apreço;
 Estimar a relação entre cada componente da despesa pública e o investimento ao
sector privado;

1.4 Hipóteses
Neste trabalho, tomou-se em consideração as seguintes hipóteses;

H 0 – A despesa pública gera um efeito Crowding Out sobre o investimento privado no


periodo de 2000-2020;

H 1 – A despesa pública gera um efeito Crowding in sobre o investimento privado no periodo


de 2000-2020.

1.5 Justificativa
Portanto, este estudo, analisa o efeito separado das diferentes categarias da despesa pública
sobre o investimento privado. A motivação para tal análise está na compreensão dos efeitos
macroeconómicos da politica fiscal que tanto ostracizam o investimento privado em
Moçambique, sendo a relação entre a despesa pública e o investimento privado, um aspecto
chave no comportamento ou sustentabilidade da economia no curto e longo prazo.

Para os policy makers, as conclusões deste trabalho servirão de directrizes para formulacao de
politica s macroeconómicas eficazes e compatíveis com a realidade do pais, no que concerne
a restrururação da despesa pública para a moldagem de um padrão de crescimento baseado no
desenvolvimento de um sector privado forte e vigourante, através da melhoria do clima de
investimento.

Contudo a investigação é também uma ferramenta inestimável para estudantes e


investigadores, pois formará a base para investigações futuras sobre o efeito de cada rúbrica

3
da despesa pública no investimento privado de paises em vias de desenvolvimento,
Moçambique como um estudo de caso. E finalmente a presença de pouca literatura empírica
sobre o efeito separado das diferentes categorias da despesa pública sobre o investimento
privado em Moçambique, foi um dos motivos que condicionaram a feitura da presente
monografia.

1.6 Limitações
O estudo considera os efeitos de cada componente da despesa pública sobre o investimento
privado em Moçambique no periodo 2000-2020, perfazendo um horizonte de análise de 20
anos. Contudo para efeitos econométricos teve-se que correr o modelo no horizonte trimestral
para obter o mínimo de observações (84 observações).

Os dados trimestrais, foram obtidos pela interpolação dos dados do INE e Ministério de
Economa e Finanças (MEF), Plano Geral do Estado (PGC) com uso do método de Lisman e
Sandee (1964). Neste contexto, os dados podem sofrer algumas limitações quanto a sua
precisão.

1.7 Estrutura do Trabalho


Este trabalho encontra-se estruturado de seguinte modo. Capítulo1 a introdução, com destaque
para as cinco dimensões que a compõem: a contextualização do tema, o problema a estudar,
os objectivos da pesquisa, as hipóteses e as limitações. De seguida é apresentado no capítulo 2
uma breve resenha das principais teorias que servem de enquadramento para este estudo. O
capítulo 3 apresenta o comportamento do investimento privado e de igual modo da despesa
pública em Moçambique no periodo 2000-2020, enquanto que o capítulo 5 é constituido pela
descrição e justificação da metodologia adoptada. Os principais resultados são disutidos no
capitulo 6. Finalmente, o capitulo 7 sintetiza as conclusões mais relevantes e recomendacões.

4
CAPÍTULO II:
REVISÃO DA LITERATURA
A literatura teórica sobre o tema mostra que as opiniões sobre a validade do crowding-out ou
hipótese de crowding in são variados. Geralmente, os economistas tendem a ver os efeitos
agregados da política fiscal sobre o investimento em diferentes perspetivas.

2.1 Neoclássicos
A visão neoclássica assume que a economia está geralmente no nível de pleno emprego, eles
sustentam que o aumento dos gastos de consumo resultaria em uma diminuição da poupança.
Devido à identidade poupança-investimento na economia, neste ambito espera-se que a taxa
de juros aumente para equilibrar a diminuição da poupança. E um aumento da taxa de juros
reduz o nivel de investimento privado na economia.

Os neoclássicos afirmam ainda que, uma vez que os gastos do governo são menos produtivos
do que o investimento privado, o aumento da produção como resultado dos gastos do governo
financiados pela dívida não compensa totalmente o efeito negativo da redução do
investimento privado na produção (Alauddin M. Majumder 2007).

Figura 1: Desmostração do Efeito Crowding Out no modelo IS-LM

i LM i

i 1 -------- ----------------- i1 -------- E'

i 0 --------- ------------------ i 0 -------------- E

IS 0 IS 1

y0 y I1 I0 I

Fonte: (Dornbusch, 2008)

Na visão Neoclássica o maior gasto publico não leva a qualquer alteração da renda, apenas
gera uma variação na taxa de juros, que provoca uma redução no investimento privado de
magnitude semelhante a variação no gasto público. Temos apenas substituição de gastos
privados por gastos públicos, o chamado crowding out ou efeito subsituição (Vasconcelos,
2014 pag 214).

5
2.2 Keynesiano
A análise keynesiana justifica a intervenção do governo na economia com base em falhas de
mercado. A economia keynesiana argumenta que as decisões do setor privado às vezes levam
a resultados macroeconômicos ineficientes e, portanto, defende respostas políticas ativas do
setor público, incluindo ações de política monetária do banco central e ações de política fiscal
do governo para estabilizar a produção ao longo dos ciclos de negócios (Muhammad et. al).

Deste modo em contraste com a visão neoclássica, a visão keynesiana argumenta que um
aumento nos gastos do governo estimula a atividade econômica doméstica e, portanto, atrai o
investimento privado em vez de expulsar. De acordo com a visão keynesiana, é raro uma
economia estar sempre no nível de pleno emprego. Em geral, as economias estão em um nível
de subemprego. Nesse caso, num estado com subemprego de recursos, supõe-se que a
sensibilidade do investimento às taxas de juros seja baixa (Nicolau, 2011). Dessa forma, um
aumento nas taxas de juros em decorrência de um aumento dos gastos do governo, seria
mínimo e, portanto, o nível de produção da economia se expandiria, pois o princípio do
multiplicador fiscal funcionaria e, assim, uma mudança nos gastos do governo geraria uma
mudança maior no nível de produção da economia (Froyen, 2014).

2.3 Equivalência Ricardiana


Sugere que o investimento privado não resulta nem no efeito crowding-in, nem no efeito
crowding-out e, como tal, considera-se que o investimento privado e os gastos
governamentais se comportam de forma independente um do outro. A premissa para essa
visão é que um aumento nos gastos do governo deverá ser acompanhado por um aumento nos
impostos no futuro, se não hoje (Philip Arestis 2011). Assim, espera-se que os gastos do
governo financiados pela emissão de títulos públicos sejam reembolsados pela receita gerada
por meio de impostos cobrados no futuro. As taxas de juros e o investimento privado,
portanto, permanecem inalterados à medida que os agentes econômicos percebem que seus
rendimentos seriam tributados no futuro.

No entanto, este princípio é alvo de debate entre os economistas, especialmente porque ele
depende de hipóteses restritivas. Os consumidores precisariam entender como as mudanças no
padrão de gastos e de impostos do governo os afetariam ao longo de toda vida e, além disso,
deveriam ser capazes de alterar seus hábitos de consumo em função dessas mudanças (Soaves
Gomes, 2016 pag. 6).

6
2.4 Revisão Empírica
Ao que parece, a literatura é bastante rica em termos de estudos empíricos sobre efeito
crowding-out ou crowding in. Porém, o debate sobre este tema ainda está esta longe de chegar
a um consenso.

Afonso e Sousa (2011) utilizaram uma análise VAR com dados trimestrais de Portugal
abrangendo o período de 1979:T1-2007:T4, e chegaram ao resultado de que os gastos
governamentais excluem o investimento privado. Başar e Temurlenk (2007) chegaram ao
mesmo resultado usando o mesmo modelo para a Turquia para o período 1980-2005. Outro
estudo de Afonso e Sousa (2009) obteve exatamente o mesmo resultado dos dois estudos
acima usando um modelo VAR com um conjunto de dados trimestrais para quatro países
desenvolvidos, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha e Itália.

Num estudo pertecente a Kollamparambil e Nicolãou (2011). Eles empregaram teste de raiz
unitária e análise VAR para a África do Sul por três períodos diferentes, 1946-2005, 1960:Q1-
2006:Q1 e 1965-2005. Eles descobriram que o investimento do governo não atrai nem
expulsa o investimento privado, mas cria um efeito indireto no investimento privado por meio
do acelerador.

Wang (2005) examinou o efeito dos gastos desagregados do governo sobre o investimento
privado para a economia canadense de 1961-2004, aplicando uma técnica de ECM. Os
resultados empíricos mostraram que os gastos públicos em saúde e educação tiveram
impactos positivos, enquanto os gastos com infraestrutura tiveram efeitos negativos sobre o
investimento privado. Da mesma forma, outras despesas como encargos de dívidas e
previdência social tiveram efeitos negativos, embora insignificante.

Erenburg e Wohar (1995) examinaram a relação causal entre investimento privado e provisão
governamental de capital público e gastos de investimento do governo por meio do teste de
causalidade de Granger usando dados anuais dos EUA para o período 1954-1989. Eles
descobriram que o investimento do governo e o investimento privado compartilham uma
relação simbiótica. Além disso, seus achados demonstraram a existência de efeitos de
retroalimentação entre o investimento público e o privado.

Ahmed e Miller (1999) implementaram três métodos econométricos diferentes, incluindo teste
do multiplicador de Lagrange, modelo de efeito aleatório e MQO para 39 países
desenvolvidos e em desenvolvimento para o período de 1975-1984. Com base em suas

7
descobertas empíricas, eles mostraram que os gastos governamentais relacionados a transporte
e comunicação estimulam o investimento privado nos países em desenvolvimento. .

Da revisão dos vários estudos acima referidos, aparentemente o efeito das despesas públicas
no investimento privado é um tema controverso na economia.

CAPITULO III

3. Despesa Pública em Moçambique


A despesa pública representa um importante instrumento de politica através do qual pode ser
criado um ambiente propício para uma maior particpação do sector privado na economia,
servindo de alavanca para impulsionar o crescimento económico.

Figure 1: Despesa pública (%PIB)


50
45
DGt (%PIB)
40
35
30

2010 2012 2014 2016 2018 2020


Anos

Fonte: INE- Elaboração do Autor

Durante o período de 2010 – 2014 a despesa pública apresenta uma tendência de crescimento
de 30.5% e 41.8% em relação ao PIB, respectivamente. E esta trajetória ascendente reflete o
efeito crescente das receitas totais resultante do aumento do preço das commodities.

Em 2014 a despesa pública atingiu níveis elevados em comparação aos outros anos, como
consequência do incremento da despesa pública em 28.6%, com o crescimento a ritmos
insuficientes das receitas, em parte devido ao impactos negativo dos ataques verificados na
zona centro do pais. Diante deste cenário o incrimento da despesa pública teve implicações no
aumento do endividamento.

8
No ano imediatamente a seguir, verificou-se uma queda acentuada da despesa pública, tendo
caído de 31.4% para 30.1%, respectivamente. Este resultado pode ser parcialmente explicado
pela crise da dívida que assolou a economia Moçambicana apartir de 2015.

Apartir de 2017 a despesa pública cresce de forma moderada. Este fenômeno deve - se as
mais valias ganhas pelo negócio da venda de 25% da concessão que a empresa de energia
italiana ENI detinha para EXXON MOBIL, na Área 4 de exploração de gás natural na bacia
de Rovuma. A venda rendeu ao Estado 350 milhões de dólares norte-americanos em Imposto
sobre Rendimento de Pessoas Colectivas.

Figure 2: Formação Bruta de Capital (%PIB)


60
50
FBC (% GDP)
40
30
20

2010 2012 2014 2016 2018 2020


Anos

Fonte: World Bank (2020) – Elaboração do Autor

Em 2011 a 2012, o investimento privado cresceu a um ritmo acelerado e, apesar da ligeira


desaceleração observada no periodo de 2013-2015, o investimento privado retomou a
trajetória ascendente nos finais de 2015 até 2016. De seguida, regista-se uma queda acentuada
do nivel de investimento privado, o que reflete os obsáculos ao crecimento, incluindo a
diminuição do investimento directo estrangeiro, o risco político e, em termos mais amplos, a
descoberta das dividas ocultas ou não declaradas que provocaram uma brusca inflexão no
processo de crescimento da nossa economia apatir de 2016.

Adicionalmente, no início de 2017, têm sido observados sinais da retoma do investimento


privado. Contudo em 2018 o investimento privado cresceu, porém a ritmos decrecentes, Estes

9
desenvolvimentos refletem a crescente insurgência em cabo delgado que eclodiu nos finais de
2017.

Todavia, no ano seguinte (2019), verificou-se uma queda no investimento privado, resultado
dos efeitos dos ciclones Idai e Kenneth que se abateram sobre o centro e norte do pais em
Março e Abril de 2019 respectivamente e mais recentemente a pandemia do COVID-19 cujo
impacto provocou em 2020 a primeira contração da economia de Moçambique em quase 30
anos, e o sector privado foi severamente afectado.

Figure 3: Formação Bruta de Capital vs Despesa Pública


60
50
40
30
20

2010 2012 2014 2016 2018 2020


Anos

FBC (% GDP) DGt (%PIB)

Fonte: INE-World Bank: Elaboração do Autor

É notável, que a despesa pública e o investimento privado em Moçambique tiveram um


comportammento médio anual complementar (efeito Crowding In), ao longo do periodo em
alusão.

Capitulo IV
Procedimentos metodológicos
Nesta seccão descreve-se de forma sucinta os procedimentos metodológicos que serão
seguidos para a procecussão do objectivo geral do trabalho.

4.1 Metodo e Dados


Para avaliar o efeito da despesa pública sobre o investimento privado, o estudo enfatiza a
desagregação da despesa pública em 6 categorias: despesas correntes ( Dct ) , despesa com

10
transferências ( Dt t ), despesa de capital ( Dk t ), despesa com juros ( Dj t ), despesa com saúde
(Dst ), e a despesa com educação Det . O modelo é construido da seguinte forma:

DG=f( Dc t , Dt t , Dk t , Dit , Djt , Dst , Det ) (1)

Em contraste com outros estudos que analisam efeito da despesa pública sobre o investimento
privado, este estudo sugere a versão modificada do modelo de Sen e Kaya (2014), dada da
seguinte forma:

p
I =f ¿ (2)

O logaritmo é utilizado para todas as variáveis ( Dc t , Dt t , Dk t , Dit , Djt , Dbst e I ), pois


p

segundo Cruz e Teixeira (1999), o logaritmo dos dados aumentará a estabilidade para
variância e otimização das estimativas empíricas.

Quanto a direção esperada da relação entre as variáveis macroeconómicas entre o


investimento privado e as componentes da despesa pública basea-se na intuição económica e
nos pressupostos teóricos aludidos na fundamentação teórica e empírica:

Dc t tem efeito negativo o que significa que um aumento da despesas correntes em uma
unidade, reduz o investimento privado;

Dt t espera-se que um aumento da despesa com transferencias correntes reduz a quantidade de


recursos a disposição do governo que poderia usar de forma produtiva, para impulsionar o
sector privado;

Djt espera se que um aumento da despesa com serviço da divida reduz a quantidade de
recursos a disposição do governo que poderia usar de forma produtiva, para impulsionar o
sector privado.

Dit a despesa pública relacionada a transporte e comunicação estimula o investimento privado


nos países em desenvolvimento, isto é, o aumento dos gastos governamentais em
investimentos em uma unidade, aumentam ou impulsionam o investimento privado. O que
significa que este possui um efeito”Crowding In” sobre o investimento privado;

Dst e De t são despesas de saúde e educação, causam efeito Crowding in ou “expansão” no


investimento privado, isto é um aumento da despesa publica em servicos de saude e educação

11
entre outros melhora a perfomance do capital humano um insumo que participa de forma
directa na produção.

Dk t – o sinal esperado deve ser positivo, pois que os gastos com investimentos em bens de
capital, afectam positivamente o investimento privado.

4.2 Descrição da fonte de Dados


O Presente estudo analisa séries temporais que possuem uma frequência trimestral
contemplando o período de 2000 a 2020, sendo um total de 84 observações por série. As
diferentes fontes usadas para a obtenção dos dados são mencionadas na Tabela 1.

Figure 4: Descricão de dados e Fontes

Variável Descricão Fonte


I
p
Investimento Privado INE- Anuário Estatistico
Dc Despesas Correntes INE-MEF
Dt Despesa com Transferências INE-MEF
Dk Despesas de Capitais INE- Anuário Estatistico
Di Despesa de Investimento INE-MEF
Dj Despesas com Juros INE-MEF
Ds Despesas com Saúde INE-MEF
De Despesas com Educação INE-MEF

Importa ainda aludir que, para efeitos de expansão da amostra, procedeu-se a transformação
destes dados para periodicidade trimestral com base no método de interpolação linear
proposto por Lisma & Sandee (1964).

4.3 Trimestrização dos dados: método de Lisman e Sandee


Lisman & Sandee (1964) desenvolveram um método que possibilita desagregar dados anuais
em trimestrais. Este método consiste em multiplicar os elementos de uma matriz da série
temporal de três anos consecutivos pela matriz de conversão de Lisman & Sandee, para gerar
os valores trimestrais do ano.

X1t 0.073 0.198 -0.021

X 2 t = -0.010 0.302 -0.042 X t −1

12
X3t -0.042 0.302 -0.010 X t −2

X 4t -0.021 0.198 0.073 X t −3

Onde X t é a observação anual para o ano t, e X jt é a observação estimada do trimestre j no


ano t3.

Apesar do método de Lisman & Sandee conter alguns aspetos arbitrários, possui simplicidade,
plausibilidade e utilidade prática. O pressuposto básico do método é de que os valores
pretendidos não devem ser conhecidos não podendo deste modo ser assumida a sazonalidade
ou flutuação.

5. Procedimentos do Teste Econométrico


5.1 Teste de Estacionaridade
O processo estocástico pode ser chamado estacionário se sua média e variância forem
constantes ao longo do tempo e se o valor da covariância entre dois períodos de tempo
depender apenas da defasagem entre esses períodos e não do período actual, no qual a
variância é calculada (GUJARATI, 2008). Estes requesitos podem ser expressos
algebricamente da seguine forma:

Média E (Y t ) = μ

Variânca var (Y) = E (Y t −μ)2=σ 2

Convariânca γ k =E ¿)¿)]

Na análise de regressão de séries temporais a estacionaridade, é um dos primeiros


pressupostos a ser verificado para garantir que as equações que estimamos não sejam
espúrias. Entre os principais testes de raízes unitárias, os mais utilizados para a verificação da
estacionaridade, são os testes Dickey-Fuller Aumentado (ADF), conforme apresentado em
Dickey e Fuller (1979 e 1981) e o teste não paramétrico PhillipsPerron (PP) desenvolvido por
Phillips e Perron (1988), Dickey e Pantula (1987), DickeyFuller ajustado à tendência (DF-
GLS), Dickey & Fuller e Kwiatkowski, Phillips, Schmidt, & Shin (1992) (Kpss) e os testes M

3
O método de Lisman e Sandee (1964) garante: a) que a soma dos valores trimestrais seja igual ao total anual; b) que se os totais anuais em
três anos sucessivos forem Xt-1, Xt e Xt+1, os valores trimestrais durante o ano 2 são os mesmos, mas em ordem inversa do que teriam sido
se os totais anuais fossem Xt+1, Xt e Xt-1; c) que se os totais anuais em três anos sucessivos aumentarem em passos iguais (Xt-Xt-1=Xt+1-
Xt) os valores trimestrais durante o ano 2 também aumentarão em passos iguais; e que se Xt-Xt-1=XtXt+1 os valores trimestrais durante o
ano 2 devem estar na senóide

13
de Perron e Ng (1996). Para a verificação da estacionaridade neste trabalho foi empregue o
teste de Phillips Perron (1988).

5.2 O Teste de Phillips e Perron


No caso de pequenas amostras, os testes DF e ADF mostram a tendência para não rejeitar
facilmente a hipótese nula, o que é sintoma de que estes testes são pouco potentes (Ribeiro,
2014). Por sua vez, Gujarati (2006:657) mostra que a maioria dos testes DF têm baixa
potência, isto é, esses testes podem encontrar uma raiz unitária mesmo quando não há
nenhuma. Alternativamente na literatura estão disponíveis outros testes de raízes unitárias,
com vista a ultrapassar ou minimizar esse problema, e é neste contexto que é descrito o teste
Phillips e Perron.

O teste de phillips-perron (pp), apresentado em Phillips e Perron (1998) e experesso da


seguinte forma:

∆ Y t =α t + γ Y t−1 + μt

A semelhança dos testes DF e ADF a hipotese nula e alternativa e dada por:

 H 0: γ = 0, existe raiz unitaria – a serie e nao estacionaria

 H 0: δ < 0, nao existe raiz unitaria – a serie e estacionaria

A principal crítica em relação aos testes de raiz unitária refere-se ao seu baixo poder dado que
não conseguem distinguir um processo estacionário de outro quase estacionário. Os seus
resultados são fortemente influenciados pela presença ou não de constante e/ou tendência,
número de desfasagens utilizadas para eliminar a auto - correlação dos resíduos e também
pelo próprio tamanho da amostra utilizada. Segundo Brooks (2002), estes testes produzem
resultados viesados, pois falham ao não rejeitar a hipótese nula de raiz unitária quando ela é
falsa, e a rejeitar a hipótese alternativa de que a série é estacionária quando ela é verdadeira,
dado que a informação contida em pequenas amostras é insuficiente para a adequada tomada
de decisão.

5.3 Teste de Cointegração


Enders (1995), afirma que duas variáveis são cointegradas quando o termo erro da regressão
da variável dependente na variável explicativa e I(0); isto e, apesar de Y t e X t serem variáveis
I(1), ut =Y t −α −β xt e I(0). Em termos práticos, e com sentido econômico, integração significa
que existe uma relação de longo prazo, ou de equilíbrio, entre elas (Gujarati, 2008).

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Em suma a relação de cointegração entre as séries acontece com dois requisitos fundamentais:
os resíduos da regressão devem ser estacionários e as séries devem ser integradas de mesma
ordem, portanto ambas devem possuir o mesmo (d), sendo d o número de diferenças e por
conseguinte a ordem de cointegração.

Para descobrie se duas ou mais serie sao ou nao cointegrada, podemos empregar para alem do
teste de Cointegracao de Durbin-Watson, o teste de Engle-Granger.

Os teste de Cointegracao de Engle-Granger e Engle-Granger aumentado consistem em testar a


presenca da raiz unitaria sobre os residuos da regressao de Cointegracao usando os teste de
DF e ADF.

Se a hipótese nula e regeitada, as duas variaveis formam uma relação de longo prazo ou de
equilibrio entre elas, pelo que infere-se que o modelo mais adequado é o VAR na forma de
Vector de Correção de Erros (VECM), e a especificação econométrica do modelo poderá
tomar a seguinte forma:

∆ Y t =∏ Y t−1 + Γ 1 ∆ Y t −1+ Γ 1 ∆Y t−2 +… Γ 1 ∆ Y t− ( k−1) + μt (3)


1

k i
Onde: ∏ ¿ (∑
j−1
β i -−I g ; Γ= (∑ β j)−I g;∆ Y e o vector de diferenças com n variáveis;
j−1

μt ( 0 , ∑ t ) , sendo ∑t uma matriz de μt varianças com E( μt , μs ¿, ∀ t ≠ s . De acordo com


Johansen & Juselius (1990), este modelo possui g variáveis do lado esquerdo da equação e k-
1 variáveis dependentes desfasadas do lado direito, sendo que cada uma está associada a
matriz de coeficientes .

Por outro lado, se a hipotese nula não é regeitada, as duas variáveis não formam uma relação
de longo prazo ou de equilibrio entre elas, pelo que infere-se que o modelo mais adequado é o
VAR na sua forma original, e a especificação econométrica do modelo poderá tomar a
seguinte forma:

∆ Y t = A0 + A1 Y t−1 +…+ A p Y t − p +B 0 Z t + B1 Z t−1 +…+ B p Z t −r +ε t (4)

Onde, y é o vector nx 1 que inclui variáveis endógenas, z é o vector mx 1cujos elementos são
variáveis exógenas do modelo, A0 é o vector nx 1 de interceptos, A1 , … , A p são nxm matrizes
de coeficientes que associam valores defasados de variáveis endogenas e seus actuais,

15
B1 ,… , B p são nxm matrizes de coeficientes que associam valores actuais de variáveis

exógenas a valores de variáveis endógenas, e ε té um vector nx 1 de disturbios IID ( N , σ 2 ) .

5.4 Escolha de número óptimo de defasagens


Seleção do número ótimo de desfasamentos para a estimação do modelo será necessário obter
o número óptimo de lags. Essa escolha será feita a partir dos critérios de informação (Akaike
e Schwarz,), sendo o melhor aquele que minimiza estes valores. Ainda assim será dado
preferência ao BIC (Schwarz) devido ao fato de este ser o critério que mais penaliza os
modelos que contêm maior número de parâmetros a estimar, pelo que gera modelos mais
parcimoniosos, contudo será feita uma análise caso a caso.

5.5 Teste de Casualidade


O teste de causalidade à Granger procura determinar a direção da causalidade entre duas
variáveis, em que se x causa à Granger y, os valores passados de x auxiliam na previsão do
valor presente de y. É um teste em que se compara dois modelos, um com restrição e outro
sem a restrição. Compara-se a soma dos quadrados dos resíduos de cada um dos modelos e
verifica se a diferença entre elas é ou não estatisticamente significativa, em que a hipótese
nula se testa se algum dos coeficientes, nomeadamente os que estão associadas as observações
passadas de uma determinada variável são todas iguais a zero.

5.6 Derivação das funções Impulso-Resposta e de Decomposição da Variância do Erro


De acordo com Sims (1980) e Enders (1995), a metodologia VAR ofereceu uma poderosa e
nova arma analítica – de funções de resposta de impulso (FRI). De modo geral, a função de
resposta de impulso mostra como um choque numa determinada variável se propaga para as
demais variáveis do sistema ao longo do tempo, permitindo verificar não somente a
magnitude desse impacto sobre as demais variáveis, mas também o seu horizonte temporal. A
análise de decomposição de variância permite verificar qual é a participação relativa de
determinada variável na explicação da variância d e outra variável do modelo.

Para Cardoso e Vieira (2007), a análise de decomposição de variância e funções impulso-


resposta possibilitam a análise da interação dinâmica das variáveis macroeconômicas em
estudo, sem que se assuma a priori, endogeneidade de uma ou mais variáveis nos modelos. A
análise de decomposição de variância permite verificar qual é a participação relativa
(percentual) de determinada variável na explicação da variância de outra variável do modelo,
sendo que as funções impulso-resposta possibilitam verificar a resposta de determinada

16
variável ao longo do tempo, com relação a choques ocorridos em outras variáveis do modelo.
Nesta análise de impulso e resposta é possível verificar o sentido dos efeitos de impulso sobre
as outras respostas e esse efeito pode ser positivo ou negativo, consoante a situação. As
funções de resposta ao impulso partem da estimação de um vetor auto regressivo (VAR) e
podem ser representadas através de um vetor de média móvel através da equação abaixo:


X t =θ + ∑ φ ε t −1 (5)
i=0

Onde X t representa o vector de media movel que resulta da interacao entre duas variaveis; e
uma constante,φ mostra o efeito dos choques Y t e Zt nas variaveis que compoem o vector X t ,

ou seja, mostra o impacto da mudanca em uma unidade nos Y t e Zt , por fim ∑ φ ε t −1,
i=0

corresponde ao somatorio das respostas observadas nas variaveis que constituem o vector X t
em decurso de um choque Y t e Zt .

6. Cronograma
Periodo A B C D E F G H I
20/08/22
10/09/22
27/09/22
10/10/22
29/10/22
10/11/22
15/11/22
20/11/22
02/12/22
A – Formulação do tema e o projecto de pesquisa

B – Revisão Bibliográfica

C – Recolha de dados e transformação para periodo mensal

D – Construção do modelo econométrico

E – Estimação do modelo e análise de dados

F – Formulação de criticas e possiveis solucões

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G – Análise do projecto final pelo supervisor

H– Correção e modificações

I– Submissão do trabalho

7. Orçamento
Rubricas Custos (MT)
Ida a Biblioteca 24mt/dia*15
Pesquisa em internet 6mt/h*200
Impressão do Projecto 50 mt
Impressão do primeiro exemplar encadernado 600 mt
Impressão dos exemplares finais encadernados 1200 mt
Total 1800,00

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Awolowo, Obafemi. 2014. "The Impact of Government Expenditure on Gross
Domestic Private Investment in Nigeria (1975-2012)". Peace Osinike.
 Budiyanto, Priyarsono, Bonar Sinaga, e Tahlim Sudaryanto. 2014. "Regional
Governments Spending, Private Investment and Employment Perfomance in
Indonesia". Naskah diterima, 16.
 "Constrangimentos do Sector Financeiro no Desenvolvimento do Sector Privado em
Moçambique". 2017. Nathan Associates Inc.
 Fayed, Mona Esam. 2012. "Crowding Out Effect of Public Borrowing: The Case of
Egypt". Cairo University.
 Ferreira, Angêlo. 2017. "Analíse, Desafios e Perspectivas de Investimentos Públicos
em Moçambique em Tempo de Crise". UNIWIDER.
 Gomez, Ebrima. 2018. "The Impact of Domestic Debt on Private Investment in the
Gambia". Anadolu University.
 Machava, Agostinho. 2017. "Crédito Bancário em Moçambique: Será que o Sector
Público “expulsa” o Sector Privado?" Reseachgate.
 Manda, Smart. 2019. "Does Government Borrowing Crowd Out Private Sector
Investment in Zimbabwe?" Reserve Bank of Zimbabwe.
 Mun, Mok, e Normaz Ismail. 2015. "The Impact of Domestic Public Debt on
Financial Development in Malaysia". University Putra Malaysia.
 Oreiro, J. 2007. "Acumulação de capital privado, investimento em infraestrutura e
ciclos virtuosos de crescimento num modelo dinâmico kaleckiano". Mimeografado.
 Rocha, Carlos, e Joanilio Teixeira. 1996. "complementaridade versus substituição
entre investimento público e privado na economia brasileira: 1965-90*". Universidade
de Brasília.
 Sen, Huseyin, e Ayse Kaya. 2014. "Crowding-Out or Crowding-In? Analyzing
Spending on Private Investment in Turkey". PanoEconomicus.
 Seng, Kelly. 2018. "Peasaran et al. (2001) Bound Test and ARDL Cointegration Test".
Universiti Putra Malaysia.

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 Valarezo, Diego. 2020. "Efectos de la inversion sobre la privada en la economia
ecuatoriana para el periodo 2006-2016". Universidad del Azuay.
 Vieira, Ivandra Ismael. 2019. "The crowding out effect of public (internal) debt on
private sector credit: Mozambique Experience". UNU-WIDER.
 World Bank. 2017. "Actualidade económica de Moçambique". World Bank.
 Zaheer, Sajjad, Fatima Khaliq, e Muhammad Rafiq. 2017. "Does Government
Borrowing Crowd Out Private Sector Credit in Pakistan". State Bank of Pakistan.

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