Você está na página 1de 14

Índice

1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.........................................................................................................................1
1.1.1. Objectivo Geral..........................................................................................................1
1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................1
2. Metodologia..............................................................................................................................2
2.1. Tipo de pesquisa................................................................................................................2
2.2. Tipo de abordagem............................................................................................................2
2.3. Tipos de procedimentos....................................................................................................2
3. Revisão da Literatura................................................................................................................3
3.1. Finanças Públicas..............................................................................................................3
3.1.1. Acepções de Finanças Públicas.................................................................................3
3.2. Legislação das Finanças Públicas.....................................................................................4
3.1.1. Sistema de Administração Financeira do Estado – SISTAFE...................................4
3.2.2. Inconvenientes do SISTAFE em Moçambique.........................................................5
3.2.3. Objectivos do SISTAFE............................................................................................5
3.2.4. Princípios Fundamentais............................................................................................6
3.3. Autonomia Administrativa do SISTAFE..........................................................................6
3.3.2. Autonomia Administrativa e Financeira....................................................................6
3.4. Organização e Funcionamento do SISTAFE....................................................................7
3.4.2. Subsistema do Orçamento do Estado........................................................................8
3.4.3. Subsistema da Contabilidade Pública........................................................................8
3.4.4. Subsistema do Tesouro Público.................................................................................9
3.4.5. Subsistema do Património do Estado........................................................................9
36.5. Subsistema do Controlo Interno..................................................................................10
3.5. A conta única (CUT).......................................................................................................11
4. Conclusão...............................................................................................................................12
5. Bibliografia.............................................................................................................................13
1. Introdução
As Finanças Públicas de um país estão orientadas para a gestão das operações relacionadas com
a receita, a despesa, o orçamento e o crédito público. Dentre as suas preocupações principais
estão a obtenção, distribuição, utilização e o controle dos recursos financeiros do Estado. A
arrecadação dos tributos decorre de uma manifestação do poder de império do Estado, impondo
obrigações pecuniárias à sociedade, retirando- lhes parte da riqueza produzida, com vista a
realizar a actividade financeira.
A captação de recursos pelo Estado é feita principalmente por meio da tributação, isto é, a
actividade governamental que visa subtrair coercitivamente uma parcela dos recursos da
sociedade. A política tributária consiste na definição de directrizes e no gerenciamento da
tributação. Outra importante forma de captação de recursos é a proveniente das transferências de
recursos entre os entes.
A Actividade Financeira do Estado corresponde a utilização de meios económicos (meios
objectivamente raros susceptíveis de aplicações alternativas) por entidades públicas ou pela
própria comunidade, a fim de satisfazer necessidades comuns. Como em qualquer outra
actividade e pelo facto de esta actividade envolver complexas arbitragens de interesses e uma
estrutura institucional articulada em razão de fins públicos e do exercício do poder político de
autoridade pública esta é regida por princípios e mecanismos jurídicos próprios. Em
Moçambique, a legislação que rege a Actividade Financeira do Estado remonta a mais de um
século como resultado da herança colonial, sendo de destacar o Regulamento de Fazenda que
data de 1901 e o Regulamento de Contabilidade Pública que data de 1881.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
Perceber a importância da legislação das finanças públicas e do Sistema de Administração
Financeira do Estado no processo do desenvolvimento das actividades no sector público.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Descrever o que são finanças públicas e seus objectivos;
 Perceber como é feita a legislação das finanças públicas e do SISTAFE;
 Perceber quais são os princípios e objectivos do SISTAFE;

1
 Compreender quais são os componentes do SISTAFE em Moçambique e em que áreas
actuam;
2. Metodologia
De acordo com ADRANDE (2007) a metodologia corresponde aos procedimentos que serão
utilizados para a realização do trabalho, bem como o uso dos mecanismos de resolução das
questões específicas do trabalho como se deve resolver uma questão.
Importa referir que o conhecimento científico resulta da investigação metódica, sistemática, da
realidade. Ele transcende os fatos e os fenómenos em si mesmos, analisa-os para descobrir suas
causas e concluir as leis gerais que os regem (GALLIANO, 1986, pg. 19).
2.1. Tipo de pesquisa
No que diz respeito ao tipo de pesquisa, segundo GIL (2008, pg. 26), existem 3 tipos de pesquisa
que podem ser: pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.
Deste modo, a presente pesquisa pode ser classificada com descritiva, caracterizada por GIL
(2008, pg. 28) como a que tem como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
2.2. Tipo de abordagem
Quanto a abordagem, segundo MARCONI e LAKATOS (2003, pg. 221), a pesquisa pode ser:
qualitativa e quantitativa.
A presente pesquisa é qualitativa, que de acordo com ANDRADE (2007), pesquisa qualitativa
está relacionada ao levantamento de dados sobre motivação de um grupo, em compreender e
interpretar determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma
população.
2.3. Tipos de procedimentos
Segundo MARCONI e LAKATOS (2003, pg. 221), quanto aos procedimentos a pesquisa pode
ser: bibliográfico, monográfico, comparativo, tipográfico e histórico.
No presente trabalho, deu-se enfase a pesquisa bibliográfica. Segundo MARCONI e LAKATOS
(2003, pg. 183), a técnica de pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído principalmente por livros e artigos científicos.

2
3. Revisão da Literatura
3.1. Finanças Públicas
De acordo com IBRAHIMO (2002), por finanças públicas designa-se a realidade económica de
um ente público, ou com funções públicas, tendente a afectar bens à satisfação de necessidades
que lhe estão confiadas ou, dito doutro modo, e aproximadamente, as finanças públicas referem-
se à aquisição e utilização de meios financeiros pelas entidades públicas que incluem o Estado,
as autarquias e entidades para estaduais.
As finanças públicas compreendem a captação, a gestão e a execução de recursos pelo Estado
para financiamento de suas actividades. A captação de recursos pelo Estado é feita
principalmente por meio da tributação, isto é, a actividade governamental que visa subtrair
coercitivamente uma parcela dos recursos da sociedade.
Conforme SOUSA FRANCO (2007), quando falamos de Finanças Públicas referimo-nos “à
actividade económica de um ente público tendente à afectação de bens à satisfação de
necessidade que lhe estão confiadas
Ainda para SOUSA FRANCO (2007), pode afirmar-se que, modernamente, o objectivo das
Finanças Públicas abrange o estudo de todos os aspectos que envolvem a utilização, pelo sector
público, de recursos económicos, tendo em vista alcançar adequados níveis de emprego,
crescimento, desenvolvimento e de distribuição do rendimento, através de bens ou da prestação
de serviços.
3.1.1. Acepções de Finanças Públicas
Para SOUSA FRANCO (2007), a expressão finanças públicas pode ser utilizada em três sentidos
fundamentais:
a) Sentido orgânico - Fala-se de finanças públicas para designar o conjunto dos órgãos do
Estado ou de outro ente público (incluindo a parte respectiva da Administração Publica) a
quem compete gerir os recursos económicos destinados a satisfação de certas
necessidades sociais (p. ex. Ministério das Finanças).
b) Sentido objectivo - Designa a actividade através da qual o Estado ou outro ente público
afecta bens económicos a satisfação de certas necessidades sociais.

3
c) Sentido subjectivo - Refere a disciplina cientifica que estuda os princípios e regras que
regem a actividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades que lhe estão
confiadas.
3.2. Legislação das Finanças Públicas
A Lei n.º 14/2020: Estabelece os princípios e normas de organização e funcionamento do
Sistema de Administração Financeira do Estado, abreviadamente designado por SISTAFE.
3.1.1. Sistema de Administração Financeira do Estado – SISTAFE
Para IBRAHIMO (2002), o Estado ao prosseguir os seus fins tem, naturalmente, necessidades
económicas cuja satisfação implica despesas. Não importa o regime político prosseguido, o que
importa é que qualquer Estado, quer ele siga formas de desenvolvimento do tipo capitalista, quer
siga as do tipo socialista, necessita de realizar despesas com as diversas necessidades colectivas
que prossegue, como sejam de saúde, educação, defesa da soberania, entre outras.
O Sistema de Administração Financeira vigente assenta em normas legais que remontam de há
mais de cem anos, sendo de destacar o Regulamento de Fazenda, que data de 1901, e o
Regulamento de Contabilidade Pública, de 1881.
A necessidade de reforma com vista a introduzir legislação e modelos de gestão mais adequados
às necessidades actuais de administração do erário público foram determinando a adopção e
implementação pontuais de algumas medidas. Com efeito, a partir de 1997 tem se vindo a
desenvolver esforços de modernização nas áreas do Orçamento do Estado, impostos indirectos,
alfândegas, entre outras, com o objectivo de melhorar o sistema de programação e execução
orçamental, harmonizar o sistema dos impostos indirectos e a pauta aduaneira com os sistemas
vigentes nos países da região em que Moçambique se insere e delinear circuitos de registo na
área da contabilidade pública, visando torná-los mais eficientes, eficazes e transparentes.
Com vista a estabelecer de forma global, abrangente e consistente os princípios básicos e normas
gerais de um sistema integrado de administração financeira dos órgãos e instituições do Estado e,
ao abrigo do disposto no nº 1 do Artigo 135 da Constituição da República, a Assembleia da
República aprovou a Lei 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração
Financeira do Estado, doravante designado por SISTAFE, tendo sido regulamentado pelo
Decreto nº 23/2004, de 20 de Agosto, onde estão contidas as principais normas de gestão
orçamental, financeira, patrimonial, contabilística e de controlo interno do Estado.

4
A necessidade de reforma com vista a introduzir legislação e modelos de gestão mais adequados
às necessidades actuais de administração do erário público, determinou a adopção e
implementação pontuais de algumas medidas.

O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de programação, gestão, execução e


controle do erário público, de modo a permitir o seu uso eficaz e eficiente, bem como produzir a
informação de forma integrada e atempada, concernente à administração financeira dos órgãos e
instituições do Estado. O SISTAFE é aplicado a todas instituições do Estado, ligados através da
Contabilidade Pública.

3.2.2. Inconvenientes do SISTAFE em Moçambique


Para IBRAHIMO (2002), consequência disto, é a situação do actual sistema de gestão financeira
do Estado em Moçambique que se tem revelado inadequado e ultrapassado para as realidades e
desafios do século XXI. Vários são os motivos de inadequação da administração financeira do
Estado:
 Métodos rudimentares de trabalho;
 Incapacidade de cobrir e tratar contabilística e financeiramente mais de um terço de todos
os recursos públicos aplicados em órgãos e instituições do Estado;
 Sistema maioritariamente manual, de partidas simples;
 Sistema manual, lento, trabalhoso e sujeito a erros;
 Gestão de tesouraria ineficaz pela dispersão de fundos públicos e multiplicidade de
contas bancárias distribuídas pelos diversos sectores, entre outros. Transformações
ocorridas no plano da política económica e social,
3.2.3. Objectivos do SISTAFE
Para IBRAHIMO (2000) e LEI 9/2002, O SISTAFE tem por objectivos:
a) Estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programação, execução, controlo e
avaliação dos recursos públicos;
b) Desenvolver subsistemas que proporcionem informação oportuna e fiável sobre o
comportamento orçamental e patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;

5
c) Estabelecer, implementar e manter um sistema contabilístico de controlo da execução
orçamental e patrimonial adequado às necessidades de registo, da organização da
informação e da avaliação do desempenho das acções desenvolvidas no domínio da
actividade financeira dos órgãos e instituições do Estado;
d) Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e eficaz e
procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites;
e) Estabelecer, implementar e manter um sistema de procedimentos adequados a uma correcta,
eficaz e eficiente condução económica das actividades resultantes dos programas, projectos
e demais operações no âmbito da planificação programática delineada e dos objectivos
pretendidos.
3.2.4. Princípios Fundamentais
Para IBRAHIMO (2002), O SISTAFE é um programa abrangente na medida em que mexe com
toda as entidades públicas da esfera económica e financeira do Estado pois, todos os órgãos e
instituições do Estado independentemente do regime administrativo e financeiro a que estão
sujeitas, e a personalidade jurídica de que dispõem, são abrangidas pelo sistema. O SISTAFE
rege-se, de entre outros, pelos seguintes princípios:
a) Regularidade financeira, pela qual a execução do orçamento do Estado deve ser feita em
harmonia com as normas vigentes e mediante o cumprimento dos prazos estabelecidos;
b) Legalidade, o qual determina a observância integral das normas legais vigentes;
c) Economicidade, na base do qual se deve alcançar uma utilização racional nos recursos
postos à disposição e uma melhor gestão de tesouraria;
d) Eficiência, que se traduz na minimização do desperdício para a obtenção dos objectivos
delineados;
e) Eficácia, de que resulta a obtenção dos efeitos desejados com a medida adoptada,
procurando a maximização do seu impacto no desenvolvimento económico e social.
3.3. Autonomia Administrativa do SISTAFE
O regime geral de administração financeira dos órgãos e instituições do Estado é o de autonomia
administrativa, entendendo-se por esta a capacidade concedida aos serviços e organismos do
Estado de praticar actos administrativos definitivos e executórios, no âmbito da respectiva gestão
administrativa corrente (LEI 9/2002).

3.3.2. Autonomia Administrativa e Financeira

6
Para a LEI 9/2002, o SISTAFE tem as seguintes autonomias:
 O regime excepcional de administração financeira dos órgãos e instituições do Estado é o
de autonomia administrativa e financeira, entendendo-se por esta a capacidade reconhecida
por lei a uma entidade pública dotando-a com poderes próprios para praticar actos
administrativos definitivos e executórios, no âmbito da respectiva gestão administrativa e
financeira corrente.
 Os órgãos e instituições do Estado só poderão dispor de autonomia administrativa e
financeira quando esta se justifique para a sua adequada gestão e, cumulativamente, as suas
receitas próprias atinjam o mínimo de dois terços das respectivas despesas totais.
 Para efeitos do disposto neste artigo não são consideradas receitas próprias os recursos
provenientes do Orçamento do Estado, nomeadamente os resultantes das transferências
correntes e de capital, dos orçamentos da Segurança Social, de quaisquer outros órgãos ou
instituições do Estado dotados ou não de autonomia administrativa e financeira e as receitas
provenientes de donativos ou legados.
 A atribuição do regime excepcional, com fundamento na verificação dos requisitos
previstos neste artigo, bem como a sua cessação, nos termos a regulamentar, é da
competência do Governo, salvo nos casos em que a Lei expressamente defina em contrário.
3.4. Organização e Funcionamento do SISTAFE
Para a LEI 9/2002, O SISTAFE compreende um conjunto de órgãos, subsistemas, normas e
procedimentos administrativos que tornam possível a obtenção da receita, a realização da
despesa e a gestão do património do Estado, incluindo suas aplicações e correspondente registo.
A administração financeira do Estado compreende também a obtenção e gestão das receitas que
não determinem alterações ao património do Estado. A direcção e coordenação do SISTAFE
competem ao Ministro que superintende a área das Finanças. O exercício económico, no âmbito
do SISTAFE, coincide com o ano civil. Serão consideradas no exercício económico respectivo:
 As receitas nele cobradas e recebidas;
 As despesas nele pagas;
 As despesas nele por pagar quando regularmente efectuadas
Para IBRAHIMO (2000), cada um destes subsistemas compreende um conjunto de órgãos,
normas e procedimentos administrativos que tornam possível a respectiva gestão. Por sua vez,
cada um dos subsistemas, são integrados por macro processos que compreendem a:

7
a) Elaboração das Propostas do Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), Plano económico e
Social (PES) e Orçamento de Estado (OE);
b) Execução do Orçamento do Estado (Conta Geral do Estado);
c) Administração do Património do Estado;
d) Avaliação da Gestão do Orçamento e do Património do Estado.

Os macros processos por sua vez são compostos por conjuntos de procedimentos organizados de
modo a instruir, de forma padronizada, as actividades a serem executadas na gestão das finanças
públicas.
3.4.2. Subsistema do Orçamento do Estado
Para LEI 9/2002, O Subsistema do Orçamento do Estado, designado abreviadamente por SOE,
compreende todos os órgãos ou instituições que intervêm nos processos de programação e
controlo orçamental e financeiro e abrange ainda as respectivas normas e procedimentos.
Compete aos órgãos e instituições que integram o SOE:
a) Preparar e propor os elementos necessários para a elaboração do Orçamento do Estado;
b) Preparar o projecto de Lei Orçamental e respectiva fundamentação;
c) Avaliar os projectos de orçamentos dos órgãos e instituições do Estado;
d) Propor medidas necessárias para que o Orçamento do Estado comece a ser executado no
início do exercício económico a que respeita;
e) Preparar, em coordenação com o Subsistema do Tesouro Público, a programação relativa à
execução orçamental e financeira, mediante a observância no disposto na presente Lei e
respectiva regulamentação complementar;
f) Avaliar as alterações ao Orçamento do Estado;
g) Avaliar os processos de execução orçamental e financeira
3.4.3. Subsistema da Contabilidade Pública
De acordo com a LEI 9/2002, O Subsistema de Contabilidade Pública, designado
abreviadamente por SCP, compreende todos os órgãos e instituições do Estado que intervêm nos
processos de execução orçamental, recolha, registo, acompanhamento e processamento das
transacções susceptíveis de produzir ou que produzam modificações no património do Estado, e
abrange ainda as respectivas normas e procedimentos.
Compete aos órgãos ou instituições que integram o SCP:

8
a) Elaborar e propor normas, procedimentos técnicos, relatórios e mapas, bem como a
respectiva metodologia e periodicidade, tendo em vista a harmonização e
uniformização contabilísticas;
b) Elaborar e manter actualizado o plano de contas;
c) Proceder à execução do Orçamento do Estado;
d) Acompanhar e avaliar o registo sistemático e atempado de todas as transacções;
e) Elaborar os relatórios de informação periódica a apresentar pelo Governo a
Assembleia da Republica;
f) Elaborar a Conta Geral do Estado.
3.4.4. Subsistema do Tesouro Público
Ainda para LEI 9/2002, O Subsistema do Tesouro Público, designado abreviadamente por STP,
compreende o conjunto dos órgãos e instituições do Estado que intervêm nos processos de
programação, captação de recursos e gestão de meios de pagamento e abrange ainda as
respectivas normas e procedimentos. Compete aos órgãos ou instituições do Estado que integram
o STP nomeadamente:
 Zelar pelo equilíbrio financeiro;
 Administrar os haveres financeiros e mobiliários;
 Elaborar a programação financeira;
 Elaborar as estatísticas das Finanças Publicas;
 Gerir a conta única;
O Tesouro Público, compreendendo os direitos, as garantias e obrigações da responsabilidade do
Estado, tem por objecto a elaboração da programação financeira, os desembolsos e pagamentos
relativos à execução orçamental e financeira.
3.4.5. Subsistema do Património do Estado
Para LEI 9/2002, O Subsistema do Património do Estado, designado abreviadamente por SPE,
compreende os órgãos ou instituições do Estado que intervêm nos processos de administração e
gestão dos bens patrimoniais do Estado e abrange ainda as respectivas normas e procedimentos.
Compete aos órgãos ou instituições que integram o SPE:
 Coordenar a gestão dos bens patrimoniais do Estado;
 Organizar o tombo dos bens imóveis do Estado; Elaborar anualmente o mapa de
inventário físico consolidado e das variações dos bens patrimoniais do Estado;

9
 Proceder periodicamente ao confronto dos inventários físicos com os respectivos valores
contabilísticos. Propor normas e instruções regulamentares pertinentes sobre os bens
patrimoniais do Estado.
A inventariação e gestão do património do Estado compete à entidade onde se localizam os bens
e direitos patrimoniais, de acordo com a legislação vigente.

O Património do Estado tem por objecto a coordenação e gestão dos bens patrimoniais do
Estado, a organização da informação relativa à inventariação dos referidos bens e à elaboração
do respectivo inventário.

36.5. Subsistema do Controlo Interno


Para LEI 9/2002, O Subsistema do Controlo Interno, designado abreviadamente por SCI,
compreende os órgãos e entidades que intervêm na inspecção e auditoria dos processos de
arrecadação, cobrança e utilização dos recursos públicos e abrange ainda as respectivas normas e
procedimentos. Artigo 63 Compete aos órgãos ou entidades que integram o SCI:
 Exercer as actividades de verificação da aplicação dos procedimentos estabelecidos e o
cumprimento da legalidade, regularidade, economicidade, eficiência e eficácia tendo em
vista a boa gestão na utilização dos recursos postos à disposição dos órgãos e instituições
do Estado.
 O Governo, por intermédio do Ministro que superintende a área das Finanças, pode
submeter à auditoria independente, pontual ou sistemática, os órgãos e instituições do
Estado.
O controlo interno tem por objecto:
 Fiscalizar a correcta utilização dos recursos públicos e a exactidão e fidelidade dos dados
contabilísticos;
 Garantir, através da fiscalização, a uniformização da aplicação das regras e métodos
contabilísticos.
 Verificar o cumprimento das normas legais e procedimentos aplicáveis;
Para LEI 9/2002, Com vista a desconcentrar os procedimentos de cada macro processo, cada
subsistema contém unidades funcionais de implementação destes procedimentos,
nomeadamente: unidades de supervisão, unidades intermédias e unidades gestoras, cada uma
com funções distintas mas, operando em conexão. É através destas unidades que os órgãos e

10
instituições do Estado vão exercer as suas actividades de gestão financeira. Para cada órgão ou
instituição do Estado vamos encontrar uma única unidade de supervisão que será responsável
pela orientação e supervisão técnica do subsistema a que pertence. Por outro lado, de acordo com
as suas necessidades de desconcentração cada órgão ou instituição do Estado pode ter mais do
que uma unidade intermédia.
A unidade intermédia representa o elo de ligação entre a unidade de supervisão e as unidades
gestoras, possibilitando deste modo a aplicação do princípio de desconcentração dos
procedimentos. As unidades gestoras podem ser beneficiárias ou executoras.

As primeiras são todos os órgãos e instituições do Estado destinatárias de uma parcela do OE ou


detentoras de uma parcela do Património do Estado. As segundas são as que têm capacidade
administrativa de executar os procedimentos estabelecidos nos macro processos do SISTAFE e
apoiam as unidades gestoras beneficiárias a ela vinculadas.

3.5. A conta única (CUT)


Para LEI 9/2002, A CUT é uma conta bancária de tipo piramidal, com as necessárias sub –
contas, através da qual se movimenta quer a arrecadação e cobrança de receitas quer o
pagamento de despesas do Estado, seja qual for a sua proveniência ou natureza. O objectivo aqui
é tornar mais eficiente a gestão da liquidez necessária para a execução do Orçamento através da
centralização de todos os fluxos financeiros de e para o Orçamento, por via da sua integração em
grupos de contas globalizadoras por natureza de fundos nelas transitados. Cada instituição ou
órgão do estado que opera recursos do tesouro terá uma conta, com reflexos contabilísticos, que
representa a sua parcela na CUT.
Os recursos do tesouro ficam fisicamente depositados em duas contas do Banco de Moçambique
(BM), denominadas subconta CUT de despesa e sub-conta CUT de receita. O saldo das
disponibilidades financeiras na sub conta CUT da despesa deverá ser igual aos saldos das contas
contabilísticas representativas da CUT no plano básico de contabilidade pública. E também, o
saldo das disponibilidades da sub-conta CUT de receita deverá ser igual aos saldos das contas
contabilísticas representativas da CUT no plano de contabilidade da rede de Cobrança. A
administração bem como a supervisão e garantia da adesão dos Bancos Comerciais à CUT
compete ao Banco de Moçambique (BM) no seu papel de caixa do Estado.

11
4. Conclusão
As Finanças Públicas de um país estão orientadas para a gestão das operações relacionadas com
a receita, despesa, orçamento e o crédito público; que no mundo globalizado verifica-se uma
tendência de mudança das funções do Estado em direção das suas atividades clássicas, acrescidas
do papel de regulador da economia e protetor dos direitos sociais e que a crise do sistema
financeiro internacional ampliou a complexidade e a velocidade das respectivas mudanças.
A Contabilidade proporciona uma série de informações e sua integração com os outros diversos
sistemas dos governos/empresas auxilia os administradores na busca de soluções para os
problemas apresentados. Muitas administrações públicas apresentam projectos implantados na
sua gestão dizendo o quanto executaram em um determinado período, preocupando-se em
mostrar o volume de obras realizadas, de populações atendidas, etc. Dificilmente, dizem que este
ou aquele projecto foi feito com baixos custos e excelente qualidade.
A preocupação com a correcta aplicação dos recursos públicos tem levado os administradores à
busca de formas de se tentar medir custos mais adequadamente, visando o conhecimento de
como foi feito determinado projecto e qual o custo-benefício dele para a população. Os recursos
são escassos, por isso, é fundamental sua aplicação com racionalidade.
A Administração Financeira é a disciplina que estuda a actividade financeira do Estado. As
finanças do Estado estão directamente ligadas a um instrumento chamado Orçamento Público,
que é o compromisso do governante com a sociedade para a execução de políticas públicas.
A necessidade de maior eficiência, eficácia e efectividade por parte dos órgãos governamentais,
a demanda por uma avaliação sistemática, contínua e eficaz enfatiza a necessidade de
indicadores de desempenho no sector público. A administração pública notou que economias
mais eficientes, mais desenvolvidas, são fundamentais para uma boa gestão de recursos públicos.
E, dentre essas medidas, estão a redução de deficit fiscal e maior capacidade alocativa de
recursos. Adicionalmente, uma análise de eficiência sobre os gastos públicos contribui para a
melhora dos resultados, pois há uma melhor gerência dos recursos. A eficiência no sector público
é tão pretendida.

12
5. Bibliografia

ANDRADE, M. M. (2007). Introdução à metodologia do trabalho cientifico. 8ª edição. São


Paulo: Atlas

GALLIANO, A. G. O. (1986). Método Científico: teoria e Prática. São Paulo: Harba.

GIL, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Edição. São Paulo: Atlas.

IBRAIMO, I. (2002). O Direito e a Fiscalidade: Um Contributo para o Direito Fiscal


Moçambicano. Maputo: ART C.

LEI nº 9 de 12 Fevereiro de 2002 – Sistema de Administração Financeira do Estado

MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica. 5ᵃ


Edição, São Paulo: Atlas.

SOUSA FRANCO. António, Finanças Públicas e Direito Financeiro, 4.a Edição, Coimbra
Editora, 2007.

13

Você também pode gostar