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Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

CONTEÚDOS DA UNIDADE 01: NOÇÕES GERAIS SOBRE GESTÃO FINANCEIRA

 Introdução;
 Conceito de Finanças;
 Principais Providências que as Empresas Devem Tomar em Relação às Finanças;
 Relevância da Área de Finanças;
 Componentes do Ambiente Financeiro: Gerentes Financeiros, Mercados Financeiros e
Investidores;
 Conceito de Gestão Financeira;
 A Importância da Gestão Financeira na Empresa;
 O Papel do Gestor Financeiro na Organização;
 Ferramentas Utilizadas pelo Gestor na Tomada de Decisões;
 Decisões da Administração Financeira;
 Falhas Mais Comuns na Gestão Financeira.

INTRODUÇÃO

Ao longo dos tempos vem sendo comprovado que a sociedade depende de registos
contábeis e económico-financeiro para obter bons desempenhos, quer no campo governamental,
empresarial ou mesmo familiar. Por isso mesmo, hoje esses conceitos são fortes aliados aos
gestores financeiros, fornecendo aos mesmos relatórios que podem ser analisados e a partir dai
diagnosticar a situação financeira da empresa.

A gestão financeira é fundamental para que as empresas sejam bem-sucedidas e


sustentáveis buscando a perpetuidade. Portanto, essa gestão financeira concentra-se sobre o estudo
das decisões financeiras assumidas na empresa. Assim, antes de debruçarmos sobre o conceito de
Gestão Financeira, importa demarcar muito claramente a definição de empresa.

Assim, por empresa entenda-se um agrupamento humano hierarquizado, que mobiliza


meios humanos, materiais e financeiros para extrair, transformar, transportar e distribuir produtos
ou prestar serviços e que, atendendo a objectivos definidos por uma direcção (pessoal ou colegial),
faz intervir nos diversos escalões hierárquicos as motivações do lucro e da utilidade social,
MENEZES (1999, p. 17).

Autor: Rosângelo Paúnde Página 1


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Esta definição de empresa, é uma dentre as mais destacadas. Por isso mesmo, merece
algumas observações, tais como:

A definição coloca uma das tónicas no “agrupamento humano hierarquizado”, que


constitui o agente mobilizador dos diversos meios disponíveis na empresa: o próprio trabalho
humano, os meios materiais e os recursos financeiros.

O lucro e a utilidade social constituem, as motivações da actuação dos gestores das


empresas e, portanto, os fundamentos para a quantificação e a temporalização dos seus objectivos.

Assim, o gestor financeiro tem a responsabilidade de conhecer o mundo das finanças, pois
ele utilizara esses instrumentos para a sua tomada de decisão, bem como a melhor distribuição dos
recursos da empresa.

Um dos objectivos fundamentais da gestão financeira é a estabilidade, no sentido de não


afectação do ciclo produtivo por falta de pagamento e assegurar a capacidade de desenvolvimento.
Para tal, o gestor financeiro conta com o apoio de recursos que desde que utilizados de forma
correcta e organizada servem de ferramentas de análise dos índices da situação financeira da
empresa, permitindo assim ao administrador estar em condições de tomar decisões correctas no
momento correcto, para que dessa forma consiga atingir sua meta principal que é de alavancar a
organização.

NOTA:

Uma boa gestão de recursos financeiros reduz substancialmente as despesas financeiras.


Por isso mesmo, essa deve ser a preocupação constante das empresas, pois os custos financeiros
podem absorver valores significativos de sua receita operacional.

Alguns dos conceitos em Gestão Financeira mais importantes é o de Cash Flow (Fluxos
de Caixa) e o do Valor Temporal do Dinheiro. Assim, o primeiro trata-se da diferença entre os
recebimentos e os pagamentos durante um certo período de tempo, por exemplo um ano. O
segundo, está intimamente associado às oportunidades de investimento (custo de oportunidade)
que se deparam aos indivíduos, ou seja, quanto é que valerá um valor actual “x” hoje, daqui a
por exemplo um ano.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 2


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CONCEITO DE FINANÇAS

Praticamente todos os indivíduos e organizações ganham ou levantam dinheiro e gastam


ou investem dinheiro. Assim, Finanças são os processos pelos quais o dinheiro é transferido (por
meio de financiamento e de investimento) entre empresas, indivíduos e grupos, GITMAN &
MADURA, 2003.

Outrossim, finanças é a ciência de administrar fundos e, ocupa-se do processo, instituições,


mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e
governos.

A maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, por isso mesmo,
todas as áreas da empresa: contabilidade, produção, marketing, recursos humanos, pesquisas e
outras, necessitam interagir com a área de finanças para realizarem seu trabalho.

PRINCIPAIS PROVIDÊNCIAS QUE AS EMPRESAS DEVEM TOMAR EM RELAÇÃO


ÀS FINANÇAS

Com relação as finanças, as empresas devem ter as seguintes providências:

 Organizar os registos e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente


controlados;
 Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e
recebimentos;
 Controlar o movimento de caixa e os controles bancários;
 Classificar custos e despesas em fixos e variáveis;
 Definir a retirada dos sócios;
 Fazer previsão de vendas e fluxo de caixas e;
 Acompanhar a evolução do património da empresa, conhecendo a lucratividade e a
rentabilidade.

RELEVÂNCIA DA ÁREA DE FINANÇAS

Entender Finanças não só prepara as pessoas para carreiras, mas também lhes dá condições
para tomarem decisões como investidores. Independentemente de quanto a pessoa tem para

Autor: Rosângelo Paúnde Página 3


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investir, o conhecimento de finanças pode ajudar a decidir em que tipo de investimento financeiro
investir seu dinheiro, quanto deve ser investido e como os recursos investidos devem ser
distribuídos entre diferentes investimentos.

COMPONENTES DO AMBIENTE FINANCEIRO

O ambiente financeiro é composto de três componentes básicos: Gerentes Financeiros,


Mercados Financeiros e Investidores (incluindo credores).

GERENTES FINANCEIROS

Os gerentes financeiros são responsáveis pela decisão de como investir os recursos de uma
empresa para expandir seus negócios e como obter recursos (financiamentos). As acções realizadas
pelos gerentes financeiros, ao tomarem decisões para suas respectivas empresas, são conhecidas
como administração financeira ou gerenciamento financeiro.

Espera-se que os gerentes financeiros tomem decisões financeiras que maximizem o valor
da empresa e o valor do preço de suas acções. Em geral, eles são remunerados de maneira a se
sentirem incentivados a atingir esse objectivo.

Portanto, os gerentes financeiros através da função financeira, analisam as demonstrações


para avaliar o desempenho anterior da empresa e para tomar as decisões de financiamento e
decisões de investimento consistentes com seus planos e metas.

DECISÕES DE FINANCIAMENTO PELOS GERENTES FINANCEIROS

Quando as empresas obtêm recursos, seu financiamento pode ser classificado como
financiamento por dívida ou financiamento por capital próprio. Assim, no financiamento por
dívida, os fundos emprestados são usados para financiar investimentos em projectos. Por
exemplo, as empresas podem obter empréstimos ou emitir títulos de dívida, que são certificados
que representam um crédito fornecido à empresa pelo comprador do título. Por conseguinte, no
financiamento por capital próprio, os fundos são obtidos em troca de participação accionária
na empresa e usados para financiar investimentos em projectos.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 4


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Outrossim, as empresas podem obter financiamento de capital próprio retendo parte de seus
lucros ou emitindo títulos patrimoniais (acções), que são certificados que representam o
interesse de propriedade na empresa emitente.

As decisões de financiamento enfocam o lado direito do balanço patrimonial da


empresa e envolvem duas áreas principais. Em primeiro lugar, devem ser estabelecidos os níveis
de financiamento de curto e longo prazos. Uma segunda preocupação, igualmente importante, é
determinar as melhores fontes de financiamento em uma determinada ocasião.

DECISÕES DE INVESTIMENTO PELOS GERENTES FINANCEIROS

Os gerentes financeiros avaliam as oportunidades potenciais de investimento para a


empresa, a fim de determinar se devem persegui-las. As decisões de investimento dos gerentes
financeiros afectam significativamente o grau de sucesso das empresas, uma vez que determinam
em quais tipos de negócios suas empresas se engajam.

Assim, as decisões de investimento determinam a composição de activos encontrados no


lado esquerdo do balanço patrimonial: o gerente financeiro tenta manter níveis ideais de cada
tipo de activo circulante1, como caixa, por exemplo.

Ele também decide em quais activos imobilizados (como edifícios ou equipamentos) deve
investir e quanto os activos imobilizados existentes precisam ser modificados, substituídos ou
liquidados. Por isso mesmo, essas decisões são importantes, por afectarem o sucesso da empresa
no cumprimento de suas metas.

Os investimentos feitos pela empresa destinam-se a gerar fluxos de caixa (diferença entre
recebimentos e pagamentos), que ofereçam um retorno sobre os investimentos. Assim, a empresa

1
Activo Circulante, em contabilidade, é a referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro em
curto prazo. Outrossim, o activo circulante representa as disponibilidades financeiras (os bens e direitos) que deverão
ser convertidos em dinheiro, vendidos ou consumidos em um determinado ciclo de operações. Por isso mesmo, dentro
do grupo de contas do activo de uma empresa, é aquele que tem maior grau de liquidez, também conhecido por
realizável a curto prazo. Como exemplos temos: caixa da empresa, saldo em bancos, aplicações financeiras, contas a
receber de clientes, mercadorias.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 5


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espera receber de volta, por um investimento, uma quantia superior à inicialmente empregada.
Entretanto, esses investimentos estão sujeitos a riscos ou a incertezas sobre o retorno.

INVESTIDORES

Os investidores são indivíduos ou instituições financeiras que fornecem recursos (fundos)


a empresas, agências de governo ou pessoas que precisam de recursos. Os investidores
individuais geralmente fornecem recursos às empresas, comprando seus títulos (acções e
títulos de dívida). As instituições financeiras que oferecem recursos são referidas como
investidores institucionais. Algumas dessas instituições focalizam a concecção de empréstimos;
outras costumam comprar títulos emitidos pelas empresas.

MERCADOS FINANCEIROS

Os mercados financeiros são fóruns em que ofertantes e demandantes de fundos podem


negociar directamente, ou seja, são ambientes nos quais os fornecedores e os demandantes de
fundos podem realizar negócios directamente.

Enquanto as instituições financeiras concedem empréstimos e realizam investimentos sem


o conhecimento directo dos ofertantes (poupadores) de fundos, nos mercados financeiros os
ofertantes sabem a quem seus recursos foram emprestados ou onde foram investidos.

Assim sendo, para a oferta de fundos, existem dois principais mercados financeiros a saber:
o mercado monetário e o mercado de capitais. Portanto, as transações em obrigações de curto
prazo, ou títulos negociáveis, ocorrem no mercado monetário. Os títulos de longo prazo (ações
e obrigações), são negociados no mercado de capitais.

Para levantar recursos, as empresas podem usar colocações privadas 2 ou ofertas


públicas 3 . A colocação privada envolve a venda directa de uma nova emissão de títulos,

2
Colocação privada é a venda de uma emissão de novos títulos, geralmente obrigações ou ações preferenciais, de
forma directa a um investidor ou a um grupo de investidores.
3
Oferta pública é a venda não exclusiva de obrigações ou acções ao público em geral.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 6


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geralmente sob a forma de obrigações4 ou acções preferenciais5, a um ou mais investidores, como


seguradoras ou fundos de pensão.

A maioria das empresas, contudo, levanta fundos por meio da oferta pública de títulos,
que é a venda não exclusiva de obrigações e acções ao público em geral.

Todos os títulos são originalmente emitidos no mercado primário6, o único em que o


emissor, seja ele corporativo ou governamental, se envolve directamente na transação e se
beneficia directamente da emissão. Ou seja, a empresa efectivamente recebe o produto da venda
dos títulos.

Uma vez que os títulos comecem a ser negociados entre poupadores e investidores, tornam
-se parte do mercado secundário7. O mercado primário é aquele em que se negociam títulos
‘novos’. O secundário pode ser considerado um mercado de títulos de ‘segunda mão’

CONCEITO DE GESTÃO FINANCEIRA

Gestão Financeira é um conjunto de actividades administrativas que envolvem as bases


da administração, relacionadas com planeamento, análise e controle, com o objectivo de
maximizar os resultados económicos e/ou financeiros gerados pelas operações empresariais,
(GITMAN & MADURA, 2003).

4
Obrigações são notas de crédito emitidas pelo Estado ou por uma Empresa. Portanto, quem investe em obrigações,
está a emprestar dinheiro a uma destas entidades. Tomando como exemplo uma empresa, quando investimos no
mercado de acções, estamos a comprar parte dessa empresa, ou seja, a entrar no seu capital accionista. Mas, quando
investimos no mercado de obrigações, estamos a emprestar-lhe dinheiro. Por isso mesmo, existem dois mercados onde
é possível comprar obrigações: o primário e o secundário.
5
Acções preferenciais são um tipo de parcela representativa do capital social de uma empresa, sem direito a voto e,
com prioridade na distribuição de dividendos. Na extinção da empresa, os detentores deste tipo de acção têm prioridade
na restituição do capital em caso de falência. Outrossim, acções preferenciais são uma classe de acções que paga uma
taxa pré-definida de dividendos acima do dividendo atribuído as acções ordinárias e, com preferência sobre estas
relativamente ao pagamento de dividendos e à liquidação de activos. Portanto, o dividendo preferencial é normalmente
cumulativo, o que significa que se por qualquer motivo não for pago, deverá ser adicionado ao dividendo do exercício
seguinte. As acções preferenciais, não conferem, habitualmente, o direito a voto.
6
Mercado primário é o mercado financeiro no qual ocorrem as emissões iniciais de títulos; único mercado no qual
o emitente está directamente envolvido na transação.
7
Mercado secundário é o mercado financeiro no qual são negociados títulos previamente emitidos.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 7


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Entre as funções da actividade, destacam-se:

 A integração das acções de obtenção, operação e controle dos recursos financeiros;


 Determinação das necessidades dos recursos financeiros, planeamento e inventário dos
recursos disponíveis;
 Captação de recursos externos de forma eficiente (em relação aos custos, prazos,
condições fiscais e demais condições) e;
 Aplicação e equilíbrio adequados na perspectiva da eficiência e rentabilidade.

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NA EMPRESA

O objectivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e


aumentar o valor do património por meio da geração do lucro liquido proveniente das actividades
operacionais.

Assim, uma gestão correcta permite que se visualize a actual situação da empresa e, isso
só é possível, se a empresa tiver registos adequados que permitem análises e colaboram com o
planeamento para optimizar resultados.

O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO NA ORGANIZAÇÃO

O gestor financeiro moderno precisa de uma boa formação generalista, visão sistémica e
integrativa de todo o negócio e deve estar em contacto permanente com as áreas da empresa,
controlando e fomentando o negócio com informações estratégicas de todas as áreas da empresa.

Assim, a crescente complexidade no mundo dos negócios determinou, ainda, que o


responsável pela área financeira desenvolvesse uma visão mais integrativa da empresa e de seu
relacionamento com o ambiente externo.

O administrador financeiro pode ser um director, gerente ou apenas um controlador, mas


cabe a esse profissional estar preocupado com a obtenção, a análise e o controle dos recursos
financeiros e, dos resultados económicos da empresa ou de uma de suas actividades.

A gestão dos recursos financeiros da empresa vai além da simples negociação de prazos e
de juros de uma determinada transação de investimento. Portanto, para a optimização dos recursos
financeiros pressupõe interacções continuas do administrador com os clientes, acionista,
Autor: Rosângelo Paúnde Página 8
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investidores, instituições financeiras, autoridades, regulamentação, bem como o acompanhamento


constantes de taxas, riscos, parâmetros de mercado que, por sua natureza é dinâmico e volátil.

HOJI (2004, p.21), destaca três funções básicas de um administrador financeiro:

 Análise, planeamento e controle financeiro;


 Tomadas de decisões de investimentos e;
 Tomadas de decisões de financiamento.

Portanto, o empresário deve estar atento a estas funções básicas em seu negocio, ou seja,
deve analisar, planear e controlar o uso de seus recursos financeiros e tomar decisões de
investimentos e de financiamentos precisas e inteligentes.

FERRAMENTAS UTILIZADAS PELO GESTOR NA TOMADA DE DECISÕES

Para tomar uma decisão, o gestor financeiro necessitará de relatórios e ferramentas e


técnicas de finanças. Assim, os relatórios mais comuns e eficazes na gestão financeira são os
seguintes: Balanco Patrimonial (BP), o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o
Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).

DECISÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

O gestor financeiro deve preocupar-se com três áreas na gestão financeira: Orçamento de
Capital, Estrutura de Capital e Administração de Capital de Giro.

ORÇAMENTO DE CAPITAL

É o processo de planeamento e gestão dos investimentos de uma empresa em longo prazo.


Nessa função, o gestor financeiro procura identificar as oportunidades de investimento, cujo valor
para empresa é superior ao seu custo de aquisição. Em termos amplos, isto significa que, o valor
do fluxo de caixa gerado por um activo deve superar o custo desse activo.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 9


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ESTRUTURA DE CAPITAL

É a combinação de capital de terceiros8 e do capital próprio9, existente na empresa. O


administrador financeiro tem duas preocupações no que se refere a essa área. A primeira é, quando
se deve tomar emprestado? A segunda preocupação é quais são as fontes menos dispendiosas de
fundos para a empresa?

Para além dessas questões, o gestor financeiro precisa decidir exactamente como e onde os
recursos devem ser captados e, também, cabe a esse gestor a escolha da fonte e do tipo de fonte
apropriado, que a empresa, por ventura, tomará emprestado.

ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO

Capital de giro é o activo circulante10 e o passivo circulante11 de uma empresa. A gestão


de capital de giro de uma empresa é uma actividade diária que visa assegurar que a empresa tenha
recursos para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras.

8
Capital de Terceiros são os recursos externos que as empresas buscam para financiar suas actividades, a partir de
entidades terciárias, como é o caso dos empréstimos. Portanto, na contabilidade, o capital de terceiros é formado por
todo o Passivo Exigível (que são as obrigações de uma empresa que serão liquidadas após o final do exercício
financeiro seguinte). Estes valores constituem as obrigações adquiridas por meio de contratos a crédito e que são
reembolsadas aos credores depois de um tempo.
9
Capital Próprio é o valor liquido do património de uma empresa. O capital próprio é a diferença entre o activo e o
passivo, ou seja, a diferença entre tudo aquilo que a empresa possui e deve a terceiros. Portanto, se a empresa vender
todos os seus activos e pagar todas as suas dívidas, ficará com o capital próprio.
10
Activo Circulante, em contabilidade, é a referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro em
curto prazo. Outrossim, o activo circulante representa as disponibilidades financeiras (os bens e direitos) que deverão
ser convertidos em dinheiro, vendidos ou consumidos em um determinado ciclo de operações. Por isso mesmo, dentro
do grupo de contas do activo de uma empresa, é aquele que tem maior grau de liquidez, também conhecido por
realizável a curto prazo. Como exemplos temos: caixa da empresa, saldo em bancos, aplicações financeiras, contas a
receber de clientes, mercadorias.
11
Passivo Circulante são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano, como por exemplo, contas a
pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou de matéria prima, impostos a recolher, empréstimos bancários
com vencimento nos próximos 360 dias, provisões.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 10


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FALHAS MAIS COMUNS NA GESTÃO FINANCEIRA

A inexistência de uma adequada gestão financeira nas empresas, provoca uma série de
problemas de análises, planeamento e controle financeiro das suas actividades operacionais, entre
as quais citam-se:

 Não ter as informações correctas sobre o saldo de caixa, valor dos stocks das mercadorias,
valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas fixas ou
financeiras, etc;
 Não saber se a empresa está obtendo lucro ou não, em suas actividades operacionais,
porque não elaboram a mapa demostrativo de resultados;
 Não calcular correctamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem seus
custos e despesas;
 Não conhecer correctamente o volume e a origem dos recebimentos e o volume e o destino
dos pagamentos, porque não elaboram o mapa do fluxo de caixa;
 Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial;
 Não conhecer correctamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um
registo adequado do stock de mercadorias;
 Não saber correctamente o valor das despesas fixas da empresa, por não ser feito a
separação das despesas pessoais dos sócios em relação às despesas da empresa;
 Não saber administrar correctamente o capital de giro da organização pois não possuem
conhecimento do ciclo financeiro de suas operações;
 Não fazer análise e planeamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema de
informação gerencial (Fluxo de Caixa, Demonstrativo de Resultados e Balanço
Patrimonial).

Autor: Rosângelo Paúnde Página 11


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Exercícios de Consolidação da Unidade

1. O que são finanças? Explique como esse campo afecta a vida de todas as pessoas e
organizações.
2. O que vem a ser a área de serviços financeiros?
3. Quais os tipos jurídicos mais comuns de organização de empresas?
4. Indique e descreva sucintamente alguns tipos de modalidades jurídicas de organização,
além das sociedades por acções, que confiram aos seus proprietários responsabilidade
limitada.
5. Porquê o estudo da administração financeira é importante para a sua vida profissional,
independentemente de sua área de actuação na empresa? E, porquê é importante na sua
vida pessoal?
6. Quais as principais diferenças entre a contabilidade e as finanças no que se refere à enfase
dada aos fluxos de caixa e a tomada de decisões?
7. Quais as principais actividade do administrador financeiro relacionadas com o balanço
patrimonial da empresa?
8. Que papel os mercados financeiros desempenham em nossa economia?
9. O que são mercados primários e mercados secundários?
10. Que relação existe entre instituições financeiras e mercados financeiros?
11. O que é o mercado de capitais? E, diga quais os principais títulos nele negociados.
12. O que é o mercado monetário?

Autor: Rosângelo Paúnde Página 12


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CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO DA UNIDADE

1. O que são finanças? Explique como esse campo afecta a vida de todas as pessoas e
organizações.

Resposta:

O termo finanças pode ser definido como “a arte e a ciência de administrar o dinheiro”.
Praticamente todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam, gastam ou investem
dinheiro. Finanças diz respeito ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos
envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A
maioria dos adultos se beneficiará ao compreender esse termo, pois isto lhes dará condições de
tomar melhores decisões financeiras pessoais. Aqueles que atuam fora dessa área também se
beneficiarão ao saber interagir de forma eficaz com administradores, processos e procedimentos
financeiros da empresa.

2. O que vem a ser a área de serviços financeiros?

Resposta:

Serviços financeiros é a parte das finanças que se ocupa da concepção e distribuição de


serviços de assessoria e produtos financeiros a pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais.
Não obstante, envolvem diversas oportunidades de carreira interessantes em instituições bancárias
e afins, assessoria financeira pessoal, investimentos, imóveis e seguros.

3. Quais os tipos jurídicos mais comuns de organização de empresas?

Resposta:

Autor: Rosângelo Paúnde Página 13


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Dentre as modalidades de organização de empresas, as três mais comuns no mundo são a


firma individual12, a partnership (sociedade de pessoas)13 e a sociedade por acções14. As firmas
individuais constituem as mais numerosas. Mas as sociedades por acções predominam no que
concerne a facturamento e lucro líquido. Assim, para a cadeira de Gestão Financeira, dar-se-á
ênfase às sociedades por acções.

12
Firmas Individuais é uma empresa pertencente a uma única pessoa e gerida para seu próprio benefício. Geralmente,
é um pequeno empreendimento, como uma oficina de bicicletas, um serviço de personal trainer ou uma empresa de
encanamentos. A maioria das firmas individuais se encontra nos sectores de atacado, serviços e construção civil.
Normalmente a firma individual é gerida pelo proprietário, com a ajuda de alguns colaboradores. O proprietário se
utiliza, em geral, de recursos próprios ou capta empréstimos e é responsável por todas as decisões do negócio. Ele está
sujeito à responsabilidade ilimitada, ou seja, todos os seus bens e não só o montante originalmente investido, podem
ser requisitados para saldar dívidas com credores.
13
Partnerships ou Sociedades de Pessoas são sociedade que envolve dois ou mais proprietários actuando em
conjunto com o objectivo de obter lucro. Esse tipo de sociedade costuma ser maior do que as firmas individuais. Elas
estão mais presentes nos ramos financeiro, de seguros e imobiliário. Empresas de auditoria e correctoras de títulos
imobiliários são muitas vezes formadas por grande número de sócios. A maioria das partnerships é estabelecida por
meio de um documento formal conhecido como contrato social. Em geral, todos os sócios têm responsabilidade
ilimitada e cada um é legalmente responsável por todas as dívidas da sociedade.
14
Sociedade por Acções é uma entidade artificial criada por lei. Conhecida também como ‘entidade legal’, ela tem
os poderes de uma pessoa, no sentido de que pode mover ações judiciais e ser acionada judicialmente, firmar e ser
parte em contratos, e adquirir bens em seu nome. Aliado a isso, a sociedade por acções é dominante no que concerne
a facturamento e lucros. Embora as sociedades por acções se dediquem a actividades de todos os tipos, as industriais
respondem pela maior parte das receitas e dos lucros. Os proprietários de uma sociedade por acções são os accionistas
e seu direito de propriedade, ou equity, é representado tanto por acções ordinárias (que é a forma mais pura e simples
de propriedade em uma sociedade por ações. Os accionistas esperam ser remunerados por meio de dividendos, ou
seja, distribuições periódicas de lucro ou pela realização de ganhos decorrentes do aumento do preço da acção)
como por acções preferenciais (que são um tipo de parcela representativa do capital social de uma empresa, sem
direito a voto e, com prioridade na distribuição de dividendos. Na extinção da empresa, os detentores deste tipo de
acção têm prioridade na restituição do capital em caso de falência).

Portanto, a administração das sociedades por ações encontra-se organizada de forma democrática. Os
accionistas (proprietários) votam periodicamente para eleger os membros do conselho de administração e deliberar
sobre outras questões, como a alteração do estatuto social. O conselho de administração costuma ser responsável pelo
desenvolvimento de planos e objectivos estratégicos, pelo estabelecimento de políticas gerais, pela orientação dos
negócios da empresa, pela aprovação de grandes dispêndios e pela contratação ou demissão, pela remuneração e pelo
monitoramento dos principais directores e executivos. Os membros do conselho podem ser tanto “internos”, como
altos executivos da firma, quanto “externos”, como executivos de outras firmas, grandes acionistas e líderes
nacionais ou comunitários. O presidente ou diretor executivo (CEO) é responsável pela administração da empresa no
dia a dia e pela execução das políticas estabelecidas pelo conselho de administração. O CEO deve apresentar relatórios
periódicos aos membros do conselho.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 14


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4. Indique e descreva sucintamente alguns tipos de modalidades jurídicas de


organização, além das sociedades por acções, que confiram aos seus proprietários
responsabilidade limitada.

Resposta:

As outras formas de organização jurídica de empresas que conferem aos proprietários


responsabilidade limitada dentre tantas, as mais populares, são as seguintes: as Sociedades em
Comandita15 (Limited Partnerships - LPs), as Sociedades do Tipo S16 (S Corporations, ou S
Corps), as Sociedades por Acções de Responsabilidade Limitada 17 (Limited Liability
Corporations - LLCs) e as Limited Liability Partnerships18 - LLPs.

Cada uma destas formas jurídicas de empresa representa uma forma ou uma combinação
especializada das características dos tipos descritos anteriormente. O que têm em comum são o
facto de que seus proprietários gozam de responsabilidade limitada e o de que costumam ter menos
de 100 proprietários.

5. Porquê o estudo da administração financeira é importante para a sua vida


profissional, independentemente de sua área de actuação na empresa? E, porquê é
importante na sua vida pessoal?

15
Sociedade em que um ou mais sócios têm responsabilidade limitada, desde que pelo menos um sócio (o
comanditado) tenha responsabilidade ilimitada. Os sócios limitados não podem ter voz activa na gestão da empresa;
são investidores passivos.
16
Para fins fiscais, trata-se de uma entidade, que permite a certas sociedades por acções com 100 acionistas ou menos
optar por serem tributadas como sociedades por cotas. Seus accionistas obtêm os benefícios organizacionais de uma
sociedade por acções e as vantagens fiscais de uma sociedade por cotas. Entretanto, perdem certas vantagens fiscais
relacionadas a planos de aposentadoria.
17
Este tipo de firmas confere a seus proprietários, como aos das sociedades de tipo S, responsabilidade limitada e
tratamento fiscal de uma sociedade por cotas. Mas, ao contrário da S Corp, a LLC pode controlar mais de 80% de
outra sociedade por acções. Elas são apropriadas para empreendimentos conjuntos de duas ou mais empresas (joint
ventures) ou projectos desenvolvidos por meio de uma subsidiária.
18
Sociedade em que todos os sócios têm responsabilidade limitada. São legalmente responsáveis por seus próprios
actos de imperícia, mas não pelos dos demais sócios. A LLP é tributada como uma partnership. É frequentemente
usada por profissionais liberais, como advogados e contadores.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 15


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Resposta:

Estudo da administração financeira é importante para a minha vida profissional,


independentemente de minha área de actuação na empresa, na medida em que, entender os
conceitos, as técnicas e as práticas financeiras permite que eu me familiarize com as actividades e
as decisões que cabem ao administrador financeiro.

No entanto, como a maioria das decisões empresariais é medida em termos financeiros, o


administrador financeiro representa um papel central na operação da empresa. Assim, pessoas de
todas as áreas de responsabilidade seja, na contabilidade, na área de sistema de informação, na
administração, no marketing, nas operações e outras, precisam ter um conhecimento básico da
função de administração financeira para lhes ajudar igualmente na tomada de decisões.

Ainda assim, como alguém que queira ingressar na carreira de administrador financeiro,
preciso entender as actividades do administrador financeiro para aumentar as chances de sucesso
na carreira escolhida.

No entanto, todos os gestores de uma empresa, independentemente dos cargos que ocupem,
interagem com o pessoal financeiro para justificar necessidades de contratação, negociar
orçamentos operacionais, lidar com avaliações de desempenho financeiro e defender propostas,
pelo menos em parte, com base em seus méritos financeiros. É claro que os gestores que
compreenderem o processo de tomada de decisões financeiras estarão mais habilitados a lidar com
questões de finanças e, portanto, terão maiores chances de conseguir os recursos de que precisam
para atingir suas próprias metas.

E, finalmente, entender finanças é importante na minha vida pessoal, pois ajuda-me


bastante na gestão das finanças familiares.

6. Quais as principais diferenças entre a contabilidade e as finanças no que se refere à


enfase dada aos fluxos de caixa e a tomada de decisões?

Resposta:

A primeira grande diferença está na enfase no fluxo de caixa, na medida em que, a função
primordial do contabilista é desenvolver e relatar dados para mensurar o desempenho da empresa,

Autor: Rosângelo Paúnde Página 16


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avaliar sua situação financeira, atender aos requisitos dos reguladores de títulos e apresentar os
relatórios por eles exigidos, além de registar e pagar impostos. Portanto, usando determinados
princípios padronizados e geralmente aceitos, os contabilistas preparam demonstrações
financeiras que reconhecem as receitas no momento da venda (tenha o pagamento sido recebido
ou não) e reconhecem as despesas no momento em que são incorridas. Essa abordagem é
conhecida como regime de competência. O administrador financeiro, por outro lado, enfatiza
os fluxos de caixa, as entradas e saídas de dinheiro. Ele mantém a empresa solvente, planeando
os fluxos de caixa necessários para que ela honre suas obrigações e adquira os activos necessários
para realizar suas metas.

O administrador financeiro aplica esse regime de caixa para reconhecer as receitas e


despesas apenas quando das entradas e saídas efectivas de caixa. Independentemente de seus lucros
ou prejuízos, cada empresa precisa ter fluxo de caixa suficiente para atender suas obrigações à
medida que se tornem devidas.

A segunda grande diferença entre finanças e contabilidade tem a ver com a tomada de
decisões. Os contabilistas dedicam a maior parte de seus esforços (ou seja, o seu foco) é à colecta
e apresentação de dados financeiros. Os administradores financeiros têm como seu foco avaliar as
demonstrações contábeis, desenvolvendo mais dados e tomam decisões com base na análise
marginal resultante. É claro que isso não quer dizer que os contabilistas jamais tomem decisões,
ou que os administradores financeiros jamais colectem dados.

7. Quais as principais actividade do administrador financeiro relacionadas com o


balanço patrimonial da empresa?

Resposta:

Para além do envolvimento constante com a análise e o planeamento financeiros, as


principais actividades dos administradores financeiros são tomar decisões de investimento e de
financiamento. Portanto, as decisões de investimento determinam a combinação e os tipos dos
activos que a empresa detém. Por outro lado, as de financiamento determinam a combinação e os
tipos de financiamento por ela usados. Essas decisões podem ser mais facilmente compreendidas
por meio do balanço patrimonial. Entretanto as decisões são efectivamente tomadas com base nos

Autor: Rosângelo Paúnde Página 17


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efeitos do fluxo de caixa (diferença entre recebimentos e pagamentos) sobre o valor geral da
empresa.

8. Que papel os mercados financeiros desempenham em nossa economia?

Resposta:

Sabendo que, os mercados financeiros são fóruns em que ofertantes e demandantes de


fundos podem realizar negócio directamente e, os ofertantes por causa disso mesmo, sabem a quem
seus recursos foram emprestados ou onde foram investidos, desempenham um papel fundamental
na economia visto que eles são responsáveis por canalizar os recursos de pessoas que poupam (ou
seja, que tem renda maior que sua disposição em gastar) para aqueles que desejam gastar mais do
que sua disponibilidade, quer seja em forma de consumo ou de investimento. Essa transferência
de fundos permite que pessoas com boas oportunidades de investimento, mas com poucos recursos
correntes, possam expandir a produção de bens e serviços na economia. Da mesma forma, os
consumidores podem planear seu consumo, optando por consumir no presente mais do que sua
renda ou deixar para posterior o consumo, aumentando assim o nível de bem-estar na sociedade.

9. O que são mercados primários e mercados secundários?

Resposta:

O mercado primário é o mercado financeiro no qual ocorrem as emissões iniciais de


títulos, ou seja, é o único mercado no qual o emitente está directamente envolvido na transação.
Por conseguinte, o mercado secundário é o mercado financeiro no qual são negociados títulos
previamente emitidos.

10. Que relação existe entre instituições financeiras e mercados financeiros?

Resposta:

A relação que existe entre as instituições financeiras e mercados financeiros é de


dependência, na medida em que, as instituições financeiras participam activamente dos mercados
financeiros na qualidade de ofertantes e demandantes de fundos, na comora e venda de obrigações
e de acções.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 18


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11. O que é o mercado de capitais? E, diga quais os principais títulos nele negociados.

Resposta:

O mercado de capitais é aquele que permite transações entre ofertantes e demandantes de


fundos de longo prazo, como as emissões de títulos de empresas e órgãos governamentais. A
espinha dorsal desse tipo de mercado é formada pelos mercados de corretagem e de distribuição,
que fornecem um fórum para transações com obrigações e acções. Assim, os principais títulos dos
mercados de capitais são as obrigações (dívida de longo prazo) e as acções. As obrigações são
instrumentos de dívida de longo prazo usados por empresas e órgãos governamentais para levantar
grandes somas de dinheiro, geralmente junto a um grupo variado de aplicadores. As obrigações
emitidas por empresas costumam pagar juros semestrais a uma determinada taxa de juros
contratual. Apresentam vencimento inicial entre 10 e 30 anos e valor de face, ou nominal, de
$1.000,00 a ser restituído na data de vencimento ordinárias e preferenciais (títulos de participação
accionária, ou propriedade).

12. O que é o mercado monetário?

Resposta:

O mercado monetário é criado por uma relação financeira entre ofertantes e demandantes
de fundos de curto prazo (com vencimento em um ano ou menos). Os mercados monetários existem
porque algumas pessoas físicas, empresas, órgãos governamentais e instituições financeiras
dispõem de fundos temporariamente ociosos (aqueles que não estão investidos numa conta para
gerar lucros) aos quais desejam dar uso remunerado. Ao mesmo tempo, outras pessoas físicas,
empresas, órgãos governamentais e instituições financeiras têm necessidade sazonal ou temporária
de financiamento. O mercado monetário aproxima esses ofertantes e demandantes de fundos de
curto prazo. A maior parte das transações do mercado monetário se dá em títulos negociáveis (que
são instrumentos de dívida de curto prazo, como Letras do Tesouro, notas promissórias
comerciais e certificados de depósito negociáveis), emitidos, respectivamente, pelo governo, por
empresas e por instituições financeiras.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 19


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CONTEÚDOS DA UNIDADE 02: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E SUA ANÁLISE

 Introdução;
 O Relatório da Administração;

Introdução

O estudo das demonstrações financeiras e a respectiva análise é importante em


variadíssimas áreas, na medida em que:

Por exemplo, na área de Contabilidade, para conhecer o relatório da administração e a


elaboração das quatro principais demonstrações financeiras [Demonstração de Resultados (DRE),
Balanço Patrimonial (BP), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e as Demonstração das
Mutações do Património Liquido (DMPL)], para perceber como as empresas consolidam suas
demonstrações financeiras internacionais e, por fim para saber como calcular e interpretar índices
financeiros para fins de tomada de decisões.

Na área de Administração, para saber quais são as partes interessadas no relatório da


administração e por quê; como as demonstrações financeiras serão analisadas pelas pessoas de
dentro e de fora da empresa para avaliar diversos aspectos do desempenho, para ter em conta a
cautela necessária ao usar a análise de índices financeiros e, para perceber como as demonstrações
financeiras afectam o valor da empresa.

Na área de Marketing, para compreender os efeitos de suas decisões sobre as


demonstrações financeiras, especialmente a demonstração do resultado e a demonstração dos
fluxos de caixa, e como a análise de índices, sobretudo daqueles que envolvem dados sobre vendas,
afectará as decisões da empresa sobre os níveis de stocks, as políticas de crédito e os preços.

Na área de Operações, para entender como os custos das operações se reflectem nas
demonstrações financeiras da empresa e como a análise de índices, especialmente daqueles que
envolvem activos, custo das mercadorias vendidas, ou stocks, pode afectar solicitações de novos
equipamentos ou instalações.

Igualmente, o estudo das demonstrações financeiras e sua análise é importante na vida


pessoal, visto que, muitos dos princípios de administração financeira são aplicáveis à sua vida

Autor: Rosângelo Paúnde Página 20


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pessoal, como por exemplo, as transações de compra e venda, de tomada de empréstimos e de


poupar e investir para atingir objetivos financeiros. Essas metas exigem interação com instituições
e mercados financeiros. Você também precisa considerar o impacto dos impostos sobre seus planos
financeiros. Por isso mesmo, aprender os fundamentos da administração financeira pode ajudá-lo
a gerenciar melhor suas finanças pessoais.

O RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

Qualquer sociedade por ações tem muitas aplicações para os registos e relatórios
padronizados de suas actividades financeiras. Por isso mesmo, os relatórios devem ser preparados
periodicamente para os reguladores, credores, proprietários e administradores. Por conseguinte, as
directrizes usadas para elaborar e manter registos e relatórios financeiros são conhecidas como
princípios contábeis geralmente aceitos.

RELATÓRIO AOS ACIONISTAS

É o relatório anual que as empresas abertas devem fazer aos acionistas e, o mesmo relatório
resume e documenta as actividades financeiras da empresa durante o ano anterior.

CARTA AOS ACCIONISTAS

A carta aos accionistas é o principal comunicado da administração da empresa. Descreve


os eventos que se considera terem tido maior efeito sobre a empresa no decorrer do ano. Também
discute, em termos genéricos, a filosofia de administração, questões de governança corporativa,
estratégias e providências, além de planos para o ano seguinte. Há links no site do livro que o
levarão a alguns bons exemplos de cartas aos acionistas.

AS QUATRO PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As quatro principais demonstrações financeiras que são exigidas para apresentação aos
acionistas são:

1. Demonstração de Resultado;
2. Balanço Patrimonial;
3. Demonstração dos Fluxos de Caixa e;
4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 21
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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

A demonstração de resultado fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais


da empresa durante um determinado período. As mais comuns abrangem um período de um ano
encerrado numa data específica, normalmente 31 de dezembro de cada ano. Muitas grandes
empresas, contudo, operam num ciclo financeiro de 12 meses, chamado de ano fiscal, que se
encerra em alguma outra data. Além disso, é comum elaborar demonstrações de resultados mensais
para uso da administração e obrigatório fornecer aos acionistas de companhias abertas
demonstrações de resultados trimestrais.

MODELO BÁSICO DE UM MAPA DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Exercícios Anuais Encerrados em


Descrição 31 de Dezembro
2019 2020
Receitas de Vendas
- Custo das Mercadorias Vendidas
= Lucro Bruto
- Despesas Operacionais:
 Com Vendas
 Gerais e Administrativas
 Arrendamentos mercantis
 Depreciação
Total das Despesas Operacionais
= Resultado Operacional
- Despesas Financeiras
= Lucro Líquido antes do Imposto de Renda
- Imposto Devido (alíquota “x” em %)
= Lucro Líquido depois do Imposto de Renda
- Dividendos Preferenciais
= Lucro Disponível aos Accionistas Ordinários
Lucro por Acção (LPA)a

Autor: Rosângelo Paúnde Página 22


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Dividendo por Acção (DPA)b

NOTA:

a
O Lucro por Acção (LPA) é calculado dividindo-se o lucro disponível aos accionistas
ordinários pelo número de acções ordinárias existentes.

b
O Dividendo por Acção (DPA) é calculado dividindo-se o valor total de dividendos
pagos aos accionistas ordinários pelo número de acções ordinárias existentes.

EXERCICIO:

Com base nos dados abaixo da empresa ellgorddo SARL do exercício económico findo a
31 de dezembro de 2020, preencha o respectivo Mapa Demonstrativo de Resultados e, diga qual
foi o Lucro por Acção e o dividendo por acção:

Arrendamentos Mercantis: 35.000,00Mt;

Com vendas: 100.000,00Mt;

Custo das Mercadorias Vendidas: 2.088.000,00Mt;

Depreciação: 239.000,00Mt;

Despesas Financeiras: 93.000,00Mt;

Dividendos pagos aos accionistas ordinários: 98.000,00Mt

Dividendos preferenciais: 10.000,00Mt

Gerais e Administrativas: 194.000,00Mt;

Imposto devido (alíquota 29%);

Para as acções ordinárias foram autorizadas 100.000 acções e, emitidas 76.262 acções.

Receitas de Vendas: 3.074.000,00Mt;

Autor: Rosângelo Paúnde Página 23


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BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial é uma descrição resumida da posição financeira da empresa em


uma certa data. Essa demonstração equilibra os activos da empresa (aquilo que ela possui) contra
seu financiamento, que pode ser capital de terceiros (dívidas) ou capital próprio (fornecido pelos
proprietários e também conhecido como patrimônio líquido).

É importante distinguir entre activos e passivos de curto prazo e de longo prazo. Os activos
circulantes e passivos circulantes se caracterizam pelo curto prazo. Isso significa que devem ser
convertidos em caixa (activo circulante) ou pagos (passivo circulante) dentro de um ano. Todos
os demais activos e passivos, juntamente com o patrimônio líquido, que se presume ser de duração
indeterminada, são considerados de longo prazo, ou permanentes, uma vez que se espera que
permaneçam nos livros da empresa por mais de um ano.

É de praxe listar os activos em ordem decrescente, dos mais líquidos – caixa - para os
menos líquidos. Títulos negociáveis são investimentos de curto prazo e alta liquidez mantidos
pela empresa, como Letras do Tesouro ou certificados de depósito.

Por causa de sua liquidez elevada, os títulos negociáveis são considerados uma forma de
caixa (quase caixa). As contas a receber representam o valor total devido à empresa por seus
clientes em decorrência de vendas a prazo.

Os stocks abrangem matéria-prima, produção em andamento (produtos semiacabados) e


produtos acabados mantidos pela empresa.

O item activo imobilizado bruto reflete o custo histórico de todos os activos fixos (de longo
prazo) que a empresa adquiriu.

O activo imobilizado líquido representa a diferença entre o activo imobilizado bruto e a


depreciação acumulada, isto é, a despesa total registada de depreciação do activo imobilizado
(referimo-nos ao valor líquido do activo imobilizado como valor contábil).

Assim como os activos, as contas de passivo e patrimônio líquido vão do curto para o longo
prazo. O passivo circulante inclui fornecedores, que se referem a contas devidas por compras a
crédito efectuadas pela empresa; títulos a pagar, que abrangem empréstimos de curto prazo,

Autor: Rosângelo Paúnde Página 24


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geralmente obtidos em bancos comerciais; e despesas a pagar, valores devidos por serviços cujo
valor não pode ser facturado. (alguns exemplos desta última categoria são impostos devidos ao
governo e salários de funcionários).

Dívidas de longo prazo representam obrigações cujo pagamento não é devido no ano
corrente. O patrimônio líquido representa os direitos que os proprietários têm na empresa. O item
referente a ações preferenciais diz respeito aos ingressos históricos oriundos da venda de acções
preferenciais.

Em seguida, o valor pago pelos compradores originais das ações ordinárias é apresentado
por dois lançamentos: ações ordinárias e ágio na venda de acções. O lançamento ações ordinárias
representa o valor nominal das ações ordinárias. O ágio na venda de ações ordinárias constitui o
montante dos ingressos, além do valor nominal, recebidos na venda original das ações ordinárias.

A soma de acções ordinárias e ágio na venda de ações, dividido pelo número de acções
existente, corresponde ao preço por ação originalmente recebido pela empresa numa única emissão
de acções ordinárias.

Finalmente, os lucros retidos representam o total acumulado de todos os lucros, deduzidos


dos dividendos, que foram retidos e reinvestidos na empresa desde sua fundação. É importante
observar que os lucros retidos não são caixa e já foram empregados para financiar os activos da
empresa.

MODELO BÁSICO DE UM BALANCO PATRIMONIAL

Descrição Em 31 de Dezembro
ACTIVO 2019 2020
Activo Circulante
Caixa
Títulos Negociáveis
Contas a receber de clientes
Stocks
Total do Activo Circulante (1)

Autor: Rosângelo Paúnde Página 25


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Activo Imobilizado Bruto


Terrenos e Edificações
Maquinas e Equipamentos
Moveis e Utensílios
Veículos
Outros (Inclusive Arrendamento Mercantil)
Total do Activo Imobilizado Bruto
- (Depreciação Acumulada)
= Activo Imobilizado Líquido (2)
Total do Activo [(1) + (2)]
PASSIVO E PATRIMÓNIO LÍQUIDO
Passivo Circulante
Fornecedores
Títulos à Pagar a Bancos
Despesas à Pagar
Total do Passivo Circulante
Dívidas de longo prazo (incluindo arrendamento mercantil)
Total do Passivo (1)
Património Líquido
Acções Preferenciais
Acções Ordinárias
Ágio na Venda de Acções Ordinárias
Lucros Retidos
Total do Património Líquido (2)
Total do Passivo e Património Líquido [(1) + (2)]

EXERCÍCIO:

Autor: Rosângelo Paúnde Página 26


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Com base nos dados abaixo da empresa ellgorddo SARL do exercício económico findo a
31 de dezembro de 2020, preencha o respectivo Balanco Patrimonial:

Acções ordinárias, valor nominal de cada acção é 2,50Mt e, foram autorizadas 100.000 acções e,
emitidas 76.262 acções.

Ações Preferenciais, valor nominal de cada acção é 100,00Mt e, foram autorizadas e emitidas
2.000 acções.

Ágio na venda de acções ordinárias: 428.000,00Mt e, os lucros retidos totalizaram:


1.135.345,00Mt

Caixa: 363.000,00Mt;

Contas a Receber de Clientes: 503.000,00Mt

Depreciação acumulada: 2.295.000,00Mt

Despesas a pagar: 159.000,00Mt

Dividas de Longo Prazo (incluindo arrendamento mercantil): 1.023.000,00Mt

Fornecedores: 382.000,00Mt

Maquinas e equipamentos: 1.866.000,00Mt

Moveis e Utensílios: 358.000,00Mt

Outros: 98.000,00Mt

Stocks: 289.000,00Mt

Terrenos e edificações: 2.072.000,00Mt

Títulos a Pagar a Bancos: 79.000,00Mt

Títulos Negociáveis: 68.000,00Mt

Veículos: 275.000,00Mt

Autor: Rosângelo Paúnde Página 27


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APLICAÇÕES DE ÍNDICES FINANCEIROS

As informações constantes das quatro demonstrações financeiras básicas são de grande


importância para diversas partes interessadas que necessitam regularmente de medidas relativas
acerca do desempenho da empresa. A palavra-chave aqui é relativas, pois a análise de
demonstrações financeiras se baseia no uso de índices, ou valores relativos. A análise de índices
envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros para analisar e monitorar o
desempenho da empresa. Os insumos fundamentais para a análise de índices são a
Demonstração do Resultado e o Balanço Patrimonial.

PARTES INTERESSADAS

A análise com base em índices extraídos das demonstrações financeiras de uma empresa
interessa aos accionistas, aos credores e aos administradores do próprio negócio. Os
accionistas estão interessados nos níveis actuais e futuros de retorno e risco da empresa, que
afectam diretamente o preço da acção. Os credores se interessam principalmente pela liquidez
de curto prazo da empresa e sua capacidade de fazer frente aos pagamentos de juros e
amortização. Uma preocupação secundária dos credores é a lucratividade; eles querem garantias
de que o negócio seja sadio.

Os gestores, assim como os accionistas, se debruçam sobre todos os aspectos da situação


financeira da empresa e buscam produzir índices financeiros que sejam considerados favoráveis
tanto pelos proprietários quanto pelos credores. Além disso, a administração usa os índices para
monitorar o desempenho empresarial de um período para outro.

TIPOS DE COMPARAÇÕES ENTRE ÍNDICES

A análise de índices não se refere apenas ao cálculo de um determinado índice. Mais


importante do que isso é a interpretação do valor do índice. É necessário que haja uma base
significativa para a comparação, para responder a perguntas como “está alto ou baixo demais?”
e “isso é bom ou mau para a organização?”. Para tal, podemos fazer dois tipos de comparação
entre índices: em Corte Transversal e em Séries Temporais.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 28


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ANÁLISE EM CORTE TRANSVERSAL

A análise em corte transversal envolve a comparação dos índices financeiros de


diferentes empresas num mesmo ponto no tempo. Os analistas muitas vezes querem examinar o
desempenho de uma empresa em relação ao de outras do mesmo sector. Frequentemente, uma
empresa compara seus índices com os de uma concorrente importante ou um grupo de concorrentes
que deseja imitar. Esse tipo de análise em corte transversal é chamado também de benchmarking.

ANÁLISE EM SÉRIE TEMPORAL

A análise em série temporal avalia o desempenho ao longo do tempo. A comparação do


desempenho actual com o passado, por meio de índices, permite que os analistas avaliem os
avanços de uma empresa. Tendências emergentes podem ser identificadas por meio de
comparações entre diversos anos. Quaisquer variações significativas de um ano para outro podem
representar sintomas de algum problema sério.

ANÁLISE COMBINADA

A abordagem mais informativa à análise de índices combina as análises em corte


transversal e em série temporal. Uma visão conjunta permite avaliar a tendência do
comportamento de um índice em relação à tendência do sector.

PRECAUÇÕES AO USAR A ANÁLISE DE ÍNDICES

Antes de discutir índices específicos, devemos considerar as seguintes precauções relativos


ao seu uso:

1. Índices que revelem grandes desvios em relação à norma são apenas sintomas de um
problema. Assim, é necessário fazer análises aprofundadas para isolar as causas desse
problema;
2. Um índice por si só não costuma fornecer informações suficientes para se julgar o
desempenho geral da empresa. Todavia, se a análise estiver voltada para algum aspecto
específico da posição financeira de um negócio, um ou dois índices talvez sejam
suficientes.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 29


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3. Os índices que estão sendo comparados devem ser calculados com demonstrações
financeiras referentes à mesma data do ano. Se isso não ocorrer, os efeitos da sazonalidade
poderão levar a conclusões e decisões erradas.
4. Na realização de análises de índices, é preferível usar demonstrações financeiras auditadas.
Se elas não tiverem sido auditadas, os dados poderão não reflectir a verdadeira condição
financeira da empresa.

CATEGORIAS DE ÍNDICES FINANCEIROS

Os índices financeiros podem ser classificados, por uma questão de conveniência, em cinco
categorias principais: liquidez, actividade, endividamento, lucratividade e valor de mercado.

Basicamente, os índices de liquidez, actividade e endividamento medem o risco. Os de


lucratividade medem retorno; os de valor de mercado capturam tanto o risco quanto o retorno.

Como regra geral, os dados necessários para a realização de uma análise financeira
adequada incluem, no mínimo, a demonstração de resultado do exercício e o balanço patrimonial.

ÍNDICES DE LIQUIDEZ

A liquidez de uma empresa é medida em termos de sua capacidade de saldar suas


obrigações de curto prazo à medida que se tornam devidas. A liquidez diz respeito à solvência da
posição financeira geral da empresa, ou seja, a facilidade com que pode pagar suas contas em dia.

Como um precursor comum de dificuldades financeiras é uma liquidez baixa ou em


declínio, esses índices podem fornecer sinais antecipados de problemas de fluxo de caixa e
insolvência iminente do negócio.

As duas medidas fundamentais de liquidez são: o índice de liquidez corrente e o índice


de liquidez seca.

Índice de Liquidez Corrente

O índice de liquidez corrente, é um dos índices financeiros mais comumente citados, mede
a capacidade da empresa de pagar suas obrigações de curto prazo. É, é expresso da seguinte
maneira:

Autor: Rosângelo Paúnde Página 30


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𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞
𝐈𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐋𝐢𝐪𝐮𝐢𝐝𝐞𝐳 𝐂𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 =
𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐯𝐨 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞

De um modo geral, quanto maior for o índice de liquidez corrente, mais liquida a empresa.
Portanto, um índice igual a 2,0 pode ser considerado aceitável, mas isso depende do sector em que
a empresa actua.

Índice de Liquidez Seca

O índice de liquidez seca assemelha -se ao de liquidez corrente, mas exclui do cálculo o
stock, que costuma ser o menos líquido dos activos circulantes. A liquidez geralmente baixa do
stock resulta de dois factores principais:

1. Muitos tipos de stocks não podem ser facilmente vendidos porque são itens semi-acabados,
itens de propósito especial e assemelhados e;
2. O stock costuma ser vendido a prazo, o que significa que se torna uma conta a receber antes
de se converter em caixa.

Diante disso, o índice de liquidez seca é calculado da seguinte forma:

𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞 − 𝐒𝐭𝐨𝐜𝐤𝐬


𝐈𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐋𝐢𝐪𝐮𝐢𝐝𝐞𝐳 𝐒𝐞𝐜𝐚 =
𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐯𝐨 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞

Um índice de liquidez seca de 1,0 ou mais é, por vezes, recomendado, mas, como no caso
da liquidez corrente, o valor aceitável depende em grande medida do sector em questão. O índice
de liquidez seca só fornece uma medida melhor da liquidez geral quando o stock da empresa não
pode ser facilmente convertido em caixa. Se o stock for líquido, o índice de liquidez corrente será
uma medida preferível da liquidez geral.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 31


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ÍNDICES DE ACTIVIDADE

Os índices de actividade medem a velocidade com que diversas contas se convertem em


vendas ou caixa, isto é, em entradas ou saídas. No que se refere às contas do circulante, as medidas
de liquidez costumam ser inadequadas porque as diferenças entre a composição dos activos
circulantes e os passivos circulantes podem afectar significativamente sua ‘real’ liquidez.

Assim, é importante ir além das medidas de liquidez geral e avaliar a actividade (liquidez)
de contas específicas do circulante. Há diversos índices disponíveis para medir a actividade das
principais contas do circulante, inclusive stocks, contas a receber e contas a pagar. Também pode
ser empregada a eficiência do uso do activo total.

Giro do Stock

O giro do stock costuma medir a actividade, ou liquidez, do stock de uma empresa. É


calculado da seguinte forma:

𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐚𝐝𝐨𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐢𝐝𝐚𝐬


𝐆𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐒𝐭𝐨𝐜𝐤 =
𝐒𝐭𝐨𝐜𝐤𝐬

O giro resultante só tem significado se comparado com o de outras empresas do mesmo


sector ou com o giro da mesma empresa no passado. Um giro do stock de 20,0 não seria atípico
para uma quitanda (pequenas mercearias de venda de ovos, frutas e verduras, etc.), ao passo que
4,0 é um resultado comum para uma indústria. O giro do stock pode ser facilmente convertido na
idade média do stock (numero médio de dias de vendas em stocks), dividindo-se 365, que é o
número presumido de dias do ano, pelo resultado do respectivo índice.

Prazo Médio de Recebimento

O prazo médio de recebimento, ou a idade média das contas a receber, é útil para avaliar
as políticas de crédito e cobrança. Pode ser obtido dividindo -se o saldo de contas a receber de
clientes pelo valor diário médio das vendas:

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐚 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐛𝐞𝐫 𝐝𝐞 𝐂𝐥𝐢𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬


𝐏𝐫𝐚𝐳𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐛𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 =
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐃𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬
Autor: Rosângelo Paúnde Página 32
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Onde:
𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐀𝐧𝐮𝐚𝐢𝐬
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐃𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 =
𝟑𝟔𝟓

O prazo médio de recebimento somente é significativo em relação às condições de crédito


da empresa. Se a empresa oferece prazo de 30 dias para pagamento a seus clientes, um prazo médio
de recebimento de por exemplo 40 dias pode indicar um departamento de crédito ou de cobrança
mal administrado, ou ambos.

Prazo Médio de Pagamento

O prazo médio de pagamento, ou idade média das contas a pagar a fornecedores, é


calculado da mesma forma que o prazo médio de recebimento:

𝐅𝐨𝐫𝐧𝐞𝐜𝐞𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬
𝐏𝐫𝐚𝐳𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐏𝐚𝐠𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 =
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐃𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐂𝐨𝐦𝐩𝐫𝐚𝐬

Onde:
𝐂𝐨𝐦𝐩𝐫𝐚𝐬 𝐀𝐧𝐮𝐚𝐢𝐬
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐃𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐂𝐨𝐦𝐩𝐫𝐚𝐬 =
𝟑𝟔𝟓

A dificuldade para o cálculo deste índice reside na necessidade de identificar as compras


anuais, valor este que não consta das demonstrações financeiras (DRE e BP). Normalmente, as
compras são estimadas como uma percentagem do custo das mercadorias vendidas.

O valor deste índice só é significativo em relação às condições médias de crédito oferecidas


à empresa. Se os fornecedores da empresa lhe tiverem oferecido, em média, 30 dias de prazo para
pagamento, um analista atribuirá à organização um baixo rating (avaliação) de crédito.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 33


Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

Credores e fornecedores em potencial são os principais interessados no prazo médio de


pagamento porque isso fornece informações a respeito dos padrões de pagamento de contas da
empresa.

Giro do Activo Total

O giro do activo total indica a eficiência com que a empresa utiliza seus activos para gerar
vendas. O giro do activo total é calculado da seguinte maneira:

𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬
𝐆𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥 =
𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥

De modo geral, quanto mais alto o giro do activo total de um negócio, maior a eficiência
na utilização de seus activos. Essa medida tende a ser de grande interesse para a administração
porque indica se suas operações foram financeiramente eficientes.

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

A situação de endividamento de uma empresa indica o volume de dinheiro de terceiros


usado para gerar lucros. De modo geral, o analista financeiro está mais preocupado com as dívidas
de longo prazo porque estas comprometem a empresa com uma série de pagamentos contratuais
ao longo do tempo.

Portanto, quanto maior for o endividamento, maior o risco de que ela se veja
impossibilitada de honrar esses pagamentos contratuais.

Como os direitos dos credores devem ser satisfeitos antes da distribuição de lucros aos
accionistas, estes dão muita atenção à capacidade da empresa de amortizar suas dívidas. Os
credores também se preocupam com o endividamento das empresas.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 34


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De modo geral, quanto mais dívidas uma empresa usa em relação ao seu activo total, maior
a sua alavancagem financeira. Alavancagem financeira 19 é uma amplificação do risco e do
retorno por meio do uso de financiamento a custo fixo, como dívida e acções preferenciais. Quanto
mais dívidas de custo fixo uma empresa usa, maiores serão o risco e o retorno esperados.

Há dois tipos de medidas gerais de endividamento: as medidas do grau de endividamento


e as da capacidade de serviço da dívida. O grau de endividamento mede o montante de dívida
em relação a outros valores importantes do balanço patrimonial. Uma medida popular do grau de
endividamento é o índice de endividamento.

O segundo tipo de medida da dívida, a capacidade de serviço de dívidas, reflecte a


capacidade da empresa para efectuar pontualmente os pagamentos necessários ao longo da
vigência de uma dívida.

A capacidade da empresa de pagar determinados encargos fixos se mede por meio dos
índices de cobertura. Normalmente, dá -se preferência a índices de cobertura elevados, porém um
índice alto demais (acima do padrão sectorial) pode resultar em risco e retorno
desnecessariamente baixos.

De maneira geral, quanto menores os índices de cobertura da uma empresa, menor a


certeza de que ela consiga pagar suas obrigações fixas. Se uma empresa for incapaz de satisfazer
essas obrigações, seus credores podem exigir amortização imediata, o que, na maioria dos casos,
leva à falência.

Portanto, dois índices populares de cobertura são: o índice de cobertura de juros e o índice
de cobertura de obrigações fixas.

19
Termo genérico que designa qualquer técnica utilizada para multiplicar a rentabilidade da empresa através de
endividamento, ou seja, resulta, portanto, da participação de terceiros na estrutura do capital da empresa.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 35


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Índice de Endividamento Geral

O índice de endividamento geral mede a proporção do activo total financiada pelos


credores da empresa. Assim, quanto mais elevado, maior o montante de capital de terceiros
usado para gerar lucros.

Esse índice é calculado da seguinte forma:

𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐯𝐨 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥
𝐈𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐄𝐧𝐝𝐢𝐯𝐢𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐆𝐞𝐫𝐚𝐥 =
𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥

Quanto mais elevado esse índice for, maior o grau de endividamento da empresa e maior
sua alavancagem financeira (qualquer técnica utilizada para multiplicar a rentabilidade da
empresa através de endividamento, ou seja, resulta, portanto, da participação de terceiros na
estrutura do capital da empresa).

Índice de Cobertura de Juros

O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa de honrar seus


pagamentos contratados de juros. Assim, quanto maior seu valor, maior a capacidade da
empresa de cumprir suas obrigações de pagamento de juros. O índice de cobertura de juros é
calculado por:

𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐎𝐩𝐞𝐫𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 𝐨𝐮 𝐋𝐀𝐉𝐈𝐑


𝐈𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐉𝐮𝐫𝐨𝐬 =
𝐉𝐮𝐫𝐨𝐬

O lucro operacional é o mesmo que lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) e, esse
dado se encontra na demonstração de resultados. O índice de cobertura para ser aceitável, sugere-
se que o seu valor esteja igual a pelo menos 3,0 e, de preferência, mais próximo de 5,0.

Índice de Cobertura de Obrigações Fixas

O índice de cobertura de obrigações fixas mede a capacidade da empresa de fazer frente


a todos os seus compromissos fixos, tais como juros e principal, arrendamento mercantil e

Autor: Rosângelo Paúnde Página 36


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dividendos preferenciais. Portanto, no caso do índice de cobertura de juros, quanto maior o


valor, melhor.

A fórmula do índice de cobertura de obrigações fixas é:

𝐈𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚çõ𝐞𝐬 𝐅𝐢𝐱𝐚𝐬


𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐎𝐩𝐞𝐫𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 𝐨𝐮 𝐋𝐀𝐉𝐈𝐑 + 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐧𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬
=
𝟏
𝐉𝐮𝐫𝐨𝐬 + 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐧𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 + (𝐀𝐦𝐨𝐫𝐭𝐢𝐳𝐚ç𝐚𝐨 𝐝𝐨 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐢𝐩𝐚𝐥 + 𝐃𝐢𝐯𝐢𝐝𝐞𝐧𝐝𝐨𝐬 𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬) × [𝟏 − 𝐓]

Onde:

T: é a alíquota aplicável aos resultados da empresa.

𝟏
O termo [𝟏−𝐓] é incluído para ajustar o principal depois do imposto de renda e os

pagamentos de dividendos preferenciais a um equivalente pré-imposto de renda condizente com


os valores pré-imposto de renda dos demais termos.

Assim como o índice de cobertura de juros, o índice de cobertura de obrigações fixas


mede o risco. Quanto menor o índice, maior o risco para credores e proprietários e, quanto
maior o índice, menor o risco. Esse índice permite que os interessados avaliem a capacidade da
empresa de fazer frente a obrigações fixas adicionais sem ir à falência.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Há muitas medidas de rentabilidade. Tomadas em seu conjunto, essas medidas permitem


aos analistas avaliar os lucros da empresa em relação a um dado nível de vendas, um dado nível
de activos ou o investimento dos proprietários. Se não houvesse lucro, uma empresa não atrairia
capital externo.

Proprietários, credores e administradores dão muita atenção à expansão dos lucros por
causa da grande importância que o mercado lhes atribui. Como índices de rentabilidade, temos os
seguintes:

Autor: Rosângelo Paúnde Página 37


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Margem de Lucro Bruto

A margem de lucro bruto mede a percentagem de cada unidade monetária de vendas que
permanece após a empresa deduzir o valor dos bens vendidos. Assim, quanto maior a margem
de lucro bruto, melhor (isto é, menor o custo das mercadorias vendidas). A margem de lucro
bruto é calculada da seguinte forma:

𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 − 𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐚𝐝𝐨𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐢𝐝𝐚𝐬


𝐌𝐚𝐫𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐨 =
𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬

Ou

𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐨
𝐌𝐚𝐫𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐨 =
𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬

Margem de Lucro Operacional

A margem de lucro operacional mede a percentagem de cada unidade monetária de


vendas remanescente após a dedução de todos os custos e despesas excepto juros, imposto de
renda e dividendos de acções preferenciais.

Representa o “lucro puro” obtido sobre cada centavo de vendas. Os lucros operacionais
são ditos “puros” porque medem apenas o lucro sobre as operações e não consideram juros,
impostos e dividendos de acções preferenciais. É preferível uma margem de lucro operacional
elevada. A margem de lucro operacional é calculada por:

𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐎𝐩𝐞𝐫𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥
𝐌𝐚𝐫𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐎𝐩𝐞𝐫𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 =
𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬

Margem de Lucro Líquido

A margem de lucro líquido mede a percentagem de cada unidade monetária de vendas


remanescente após a dedução de todos os custos e despesas, inclusive juros, impostos e dividendos

Autor: Rosângelo Paúnde Página 38


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de acções preferenciais. Portanto, quanto mais elevada a margem de lucro líquido de uma
empresa, melhor. A margem de lucro líquido é calculada da seguinte maneira:

𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐃𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧í𝐯𝐞𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐀𝐜𝐜𝐢𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐨𝐬


𝐌𝐚𝐫𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐨 =
𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬

A margem de lucro líquido é uma medida frequentemente associada ao sucesso de uma


empresa em relação ao lucro obtido com as vendas. O que representa uma ‘boa’ margem de lucro
líquido varia de modo considerável de um sector para outro.

Por exemplo, uma margem de lucro líquido de 1% ou menos não seria incomum para uma
mercearia, ao passo que uma margem de lucro líquido de 10% seria baixa para uma indústria.

Lucro por Acção (LPA)

O lucro por acção (LPA) de uma empresa costuma ser de interesse para accionistas
existentes ou em potencial e para a administração. O LPA representa o número de unidades
monetárias ganhas durante o período para cada acção ordinária em circulação. O lucro por acção
é calculado como:

𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐃𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧í𝐯𝐞𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐀𝐜𝐜𝐢𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐨𝐬


𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐀𝐜çã𝐨 (𝐋𝐏𝐀) =
𝐍ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐜çõ𝐞𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐞𝐦 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚çã𝐨

O valor do LPA, representa o valor monetário ganho por cada acção ordinária em
circulação.

Retorno sobre o Activo Total (ROA – Return on Total Assets)

O retorno sobre o ativo total (ROA), muitas vezes chamado de retorno sobre o
investimento (ROI), mede a eficácia geral da administração na geração de lucros a partir dos
activos disponíveis.

Assim, quanto mais elevado o retorno sobre o activo total de uma empresa, melhor.
O retorno sobre o activo total é calculado como segue:

Autor: Rosângelo Paúnde Página 39


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𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐃𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧𝐢𝐯𝐞𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐀𝐜𝐜𝐢𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐨𝐬


𝐑𝐞𝐭𝐨𝐫𝐧𝐨 𝐒𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐨 𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥 =
𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥

Retorno sobre o Capital Próprio (ROE – return on common equity)

O retorno sobre o capital próprio (ROE) mede o retorno obtido sobre o


investimento dos acionistas ordinários na empresa. De modo geral, quanto mais alto esse
retorno, melhor para os proprietários. O retorno sobre o capital próprio é calculado assim:

𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐃𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧𝐢𝐯𝐞𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐀𝐜𝐜𝐢𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐨𝐬


𝐑𝐞𝐭𝐨𝐫𝐧𝐨 𝐒/ 𝐨 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐚𝐥 𝐏𝐫ó𝐩𝐫𝐢𝐨 =
𝐏𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦ó𝐧𝐢𝐨 𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐀𝐜𝐜𝐢𝐨𝐧𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐨𝐬

ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO

Índices de valor de mercado relacionam o valor de mercado da empresa, medido


pelo preço actual de sua acção, com alguns valores contábeis. Esses índices fornecem informações
sobre como os analistas do mercado avaliam o desempenho da empresa em termos de risco e
retorno. Igualmente, tendem a refletir, em termos relativos, a avaliação que os accionistas
ordinários fazem de todos os aspectos do passado da empresa e do desempenho futuro esperado.
Aqui, trataremos de dois índices de valor de mercado mais populares, um que se concentra nos
lucros e outro que leva em conta o valor nominal.

Índice Preço/Lucro (P/L)

O índice preço/lucro (P/L) é muito usado para avaliar a maneira como os


proprietários enxergam o preço da acção. Não obstante, o índice P/L mede o montante que os
investidores estão dispostos a pagar por unidade monetária de lucro de uma empresa.

O nível desse índice indica o grau de confiança que os investidores depositam no


desempenho futuro da empresa. Portanto, quanto maior o índice preço/lucro, maior a
confiança. O índice preço/lucro é calculado da seguinte maneira:

𝐏𝐫𝐞ç𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐀𝐜çã𝐨 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚


Í𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐏𝐫𝐞ç𝐨/𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 (𝐏/𝐋) =
𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐀𝐜çã𝐨
Autor: Rosângelo Paúnde Página 40
Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

O índice preço/lucro é mais informativo quando aplicado em análises em corte


transversal, usando um índice preço/lucro sectorial ou o de uma empresa benchmark.

Índice de Valor de Mercado/Valor Patrimonial (VM/VP)

O índice de valor de mercado/valor patrimonial (VM/VP) fornece uma avaliação


de como os investidores encaram o desempenho da empresa, relacionando o valor das acções da
empresa ao seu valor patrimonial, ou seja, o valor contábil em forma pura.

Assim, para calcular o índice VM/VP, precisamos antes identificar o valor


patrimonial por acção ordinária:

𝐏𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦ó𝐧𝐢𝐨 𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐨 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐨


𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐏𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦𝐨𝐧𝐢𝐚𝐥 𝐩𝐨𝐫 𝐀𝐜çã𝐨 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚 =
𝐍ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐜çõ𝐞𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚𝐬

Assim, teremos:

𝐏𝐫𝐞ç𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐀𝐜çã𝐨 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚


Í𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐕𝐌/𝐕𝐏 =
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐏𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦𝐨𝐧𝐢𝐚𝐥 𝐩𝐨𝐫 𝐀𝐜çã𝐨 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚

Assim como os índices P/L, os índices VM/VP são normalmente usados em análise
transversal para permitir comparar o retorno e o risco da empresa com os de outras.

EXERCÍCIO:

Com base na demonstração de resultados e no balanço patrimonial da empresa


ellgorddo SARL que procedeu o preenchimento acima, calcule os índices constantes desta ficha.
Para tal, adicionam-se ainda os seguintes dados:

As compras anuais, correspondem a 70% dos custos dos produtos vendidos; o valor
da amortização do principal é de 71.000,00Mt e, no final do ano 2020, as acções ordinárias
estavam sendo vendidas à um preço de 32,25Mt.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 41


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CONTEÚDOS DA UNIDADE 03: ANÁLISE VERTICAL (AV) E ANÁLISE HORIZONTAL


(AH).

 Introdução;
 Análise Vertical (AV);
 Análise Horizontal (AH);
 Exercícios de Consolidação da Unidade.

ANÁLISE VERTICAL (AV) E ANÁLISE HORIZONTAL (AH)

A análise vertical e a análise horizontal se apresentam como formas de avaliação das


demonstrações financeiras, como se observa a seguir.

ANÁLISE VERTICAL (AV)

RIBEIRO (1997, p. 173) afirma que, a Análise Vertical, também denominada por
alguns analistas como Análise por Coeficientes ou ainda Análise de Estrutura, é aquela através
da qual se compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Portanto,
ela evidencia a percentagem de participação de cada elemento no conjunto.

Esta analise, acontece de cima para baixo ou de baixo para cima, indicando resultados
em efeito cascata. Ela é utilizada para identificar a percentagem de participação de determinado
indicador no resultado.

Recebe esse nome (análise vertical), porque ao contrário da análise horizontal, são
analisadas as colunas das demonstrações financeiras. Assim, o objectivo da análise vertical é
medir percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte, permitindo
que sejam feitas comparações caso existam dois ou mais elementos.

Através da análise vertical verifica-se a participação de cada elemento em relação ao


todo. E é no Balanço Patrimonial (BP) e na Demonstração de Resultados de Exercício (DRE)
que sua aplicação tem maior importância.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 42


Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

Aliado a isso, SILVA (2006, p. 226), acrescenta ainda que, o primeiro propósito da
análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração de
resultados e do balanco patrimonial em relação a determinado referencial.

No balanço, por exemplo, é comum determinarmos quanto por cento representa cada
rubrica (e grupo de rubricas) em relação ao activo total.

Observe que a análise vertical apresenta o quanto cada conta é importante em relação
à demonstração financeira a que pertence. Portanto, ao comparar percentuais da própria empresa
em anos anteriores, o gestor financeiro consegue inferir se há itens fora das proporções normais.

A principal vantagem da análise vertical é a fácil comparação de balanços,


demonstrações de resultados e outros relatórios financeiros de empresas dos mais variados portes.

Assim, na análise vertical, cada linha de uma demonstração financeira é analisada


como uma representação da percentagem do foco principal da declaração, ou seja:

 Na Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), cada item de linha pode ser


representativo das Receitas de Vendas Brutas ou Receitas de Vendas Liquidas. A
escolha, depende muito do critério adoptado pela empresa em análise.
 No Balanco patrimonial (BP), cada item de linha pode ser representativo do Total de
Activo ou Total do Passivo.

Assim, a análise vertical permite que cada demonstração financeira de uma empresa
seja representada dentro de um processo padrão em todas as indústrias. Além disso, permite uma
comparação fácil com períodos anteriores. Aliado a isso, a análise vertical facilita a avaliação da
estrutura das demonstrações financeiras (BP e DRE) e a representatividade de cada conta em
relação ao total do activo e passivo, bem como a participação de cada conta do Demonstrativo de
Resultados na formação do lucro ou prejuízo do período analisado.

A metodologia do cálculo da análise vertical é simples e, consiste em calcular o


percentual de cada conta em relação a um valor base. Na análise vertical de um Balanço
Patrimonial, calcula-se o valor percentual de cada conta em relação ao total do activo ou
passivo. Assim, a fórmula da análise vertical será a seguinte:

Autor: Rosângelo Paúnde Página 43


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𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚 𝐨𝐮 𝐆𝐫𝐮𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚𝐬


𝐀𝐧á𝐥𝐢𝐬𝐞 𝐕𝐞𝐫𝐭𝐢𝐜𝐚𝐥 (𝐀𝐕) = × 𝟏𝟎𝟎%
𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐨𝐮 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐯𝐨

Na análise vertical de uma Demonstração de Resultados, calcula-se o valor


percentual de cada conta em relação as Receitas de Vendas Brutas ou Receitas de Vendas
Liquidas. Assim, a fórmula da análise vertical será a seguinte:

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚 𝐨𝐮 𝐆𝐫𝐮𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚𝐬


𝐀. 𝐕. = × 𝟏𝟎𝟎%
𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐚𝐬 𝐨𝐮 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐚𝐬

Vale lembrar que o resultado apresentado pela análise vertical deve ser analisado
em conjunto com a análise horizontal e os demais índices como: liquidez, endividamento e
rentabilidade.

ANÁLISE HORIZONTAL (AH)

BLATT (2001, p.60) define Análise Horizontal (AH) como tendo por objectivo
demonstrar o crescimento ou queda ocorrida em itens que constituem as demonstrações contábeis
em períodos consecutivos.

Assim, a análise horizontal compara percentuais ao longo de períodos, ao passo


que, a análise vertical os compara dentro de um período. Esta comparação é feita olhando-se
horizontalmente ao longo dos anos nas demonstrações financeiras e nos indicadores.

A análise horizontal (AH) verifica a evolução dos elementos do Balanço Patrimonial


(BP), do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e do Demonstrativo de Fluxo de Caixa
(DFC) durante um período. Seu objectivo é analisar se os valores das demonstrações financeiras
cresceram ou diminuíram em comparação com as informações de períodos anteriores.

Ou seja, a análise horizontal permite verificar tanto a situação patrimonial da empresa


(analisada pelo balanco) quanto seu desempenho (analisado pelo DRE ou DFC). Assim, a análise
horizontal, ao apresentar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras, permite que
seja realizada uma comparação para tirar conclusões sobre a evolução da empresa.
Autor: Rosângelo Paúnde Página 44
Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

Esta análise é chamada de horizontal, porque o profissional financeiro baseia-se


na evolução dos saldos das contas ao longo dos anos, ou seja, são comparados os mesmos
elementos, porém em exercícios diferentes.

Portanto, com a analise horizontal, o gestor financeiro avalia como ocorreu a evolução
dos mais variados itens das demonstrações financeiras em intervalos de tempo.

O cálculo é bastante simples e, como trata-se de uma comparação, o ano mais antigo
será considerado como ano base e todos os seus valores serão equivalentes a 100%. Assim, os
valores dos anos subsequentes serão um percentual desse valor base. Para tal, a formula para o seu
cálculo é a seguinte:

𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐀𝐜𝐭𝐮𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐈𝐭𝐞𝐦


𝐀𝐧á𝐥𝐢𝐬𝐞 𝐇𝐨𝐫𝐢𝐳𝐨𝐧𝐭𝐚𝐥 (𝐀𝐇) = [𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐨 𝐈𝐭𝐞𝐦 𝐧𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐢𝐨𝐝𝐨 𝐁𝐚𝐬𝐞 − 𝟏] × 𝟏𝟎𝟎%

Autor: Rosângelo Paúnde Página 45


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EXERCÍCIO # 01: Com base no Mapa de Demostração de Resultados abaixo, faça a análise vertical e horizontal da mesma.

Exercícios Anuais Encerrados em 31 de Dezembro


Descrição 2020 AV(2020)% AH(2020)% 2019 AV(2019)% AH(2019)%
Receitas de Vendas (bruta) 600.000,00 670.000,00
- Deduções 2.800,00 5.700,00
= Receita Líquida 597.200,00 664.300,00
- Custo das Mercadorias Vendidas 333.040,00 371.000,00
= Lucro Bruto 264.160,00 293.300,00
- Despesas Operacionais:
 Com Vendas 26.629,00 29.700,00
 Gerais e Administrativas 148.155,00 150.300,00
Total das Despesas Operacionais 174.784,00 180.000,00
= Resultado Operacional 89.376,00 113.300,00
+ Receitas Financeiras 2.941,00 3.217.58
- Despesas Financeiras 36.701,00 32.417,58
+ Outras Receitas 17.200,00 20.000,00
= Lucro Líquido antes do Imposto de 72.816,00 104.100,00
Renda
- Imposto Devido (alíquota “x” em %) 24.029,00 34.353,00
= Lucro Líquido depois do Imposto de 48.787,00 69.747,00
Renda

Autor: Rosângelo Paúnde Página 46


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RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO # 01:

Exercícios Anuais Encerrados em 31 de Dezembro


Descrição 2020 AV(2020)% AH(2020)% 2019 AV(2019)% AH(2019)%
Receitas de Vendas (bruta) 600.000,00 100% -10,5% 670.000,00 100% 100%
- Deduções 2.800,00 0,47% -50,9% 5.700,00 0,9% 100%
= Receita Líquida 597.200,00 100% -10,1% 664.300,00 100% 100%
- Custo das Mercadorias Vendidas 333.040,00 55,8% -10,2% 371.000,00 55,9% 100%
= Lucro Bruto 264.160,00 44,2% -9,9 293.300,00 44,2% 100%
- Despesas Operacionais:
 Com Vendas 26.629,00 4,5% -10,3% 29.700,00 4,5% 100%
 Gerais e Administrativas 148.155,00 24,8% -1,4% 150.300,00 22,6% 100%
Total das Despesas Operacionais 174.784,00 29,3% -2,9% 180.000,00 27,1% 100%
= Resultado Operacional 89.376,00 15% -21,1 113.300,00 17,1% 100%
+ Receitas Financeiras 2.941,00 0,5% -8,6% 3.217.58 0,5% 100%
- Despesas Financeiras 36.701,00 6,1% 13.2% 32.417,58 4,9% 100%
+ Outras Receitas 17.200,00 2,9% -14% 20.000,00 3% 100%
= Lucro Líquido antes do Imposto de 72.816,00 12,2% -30,1% 104.100,00 15,7% 100%
Renda
- Imposto Devido (alíquota “x” em %) 24.029,00 33% -30,1% 34.353,00 33% 100%
= Lucro Líquido depois do Imposto de 48.787,00 8,2% -30,1% 69.747,00 10,5% 100%
Renda

Autor: Rosângelo Paúnde Página 47


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NOTA:

Para o calculo da Análise Vertical (AV), primeiro usamos como valor base, o valor das Receitas de Vendas Brutas para
determinar a percentagem da contribuição das deduções nas Receitas de Vendas Brutas.

Posto isto, para a obtenção das percentagens das contribuições de cada conta ou grupo de contas subsequentes na mesma análise,
usa-se como ponto de referência as Receitas de Vendas Líquidas. Finalizando, para a dedução da percentagem de contribuição do
imposto devido, usa-se como base de análise o valor do Lucro líquido Antes do Imposto de Renda.

Para interpretar os respectivos resultados obtidos através desta análise, basta colocar e responder a seguinte questão: com
quanto/que percentagem o item “x” contribui para a obtenção das Receitas de Vendas Brutas/Receitas de Vendas Líquidas ou
ainda dos Lucros Líquidos antes do Imposto de Renda, no ano em análise?

Exemplo:

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚 𝐨𝐮 𝐆𝐫𝐮𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐚𝐬 𝟐.𝟖𝟎𝟎,𝟎𝟎


𝐀𝐧á𝐥𝐢𝐬𝐞 𝐕𝐞𝐫𝐭𝐢𝐜𝐚𝐥(𝐀𝐕) = 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐚𝐬 𝐨𝐮 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐚𝐬 × 𝟏𝟎𝟎% → 𝑨𝑽 = 𝟔𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎,𝟎𝟎 × 𝟏𝟎𝟎% → 𝑨𝑽 = 𝟎, 𝟒𝟕%

NOTA:

A Análise Horizontal (AH), trata-se de uma comparação entre dois ou mais exercícios económicos. Para tal, basta que saibamos
que, o valor do ano anterior é sempre base para a análise dos anos subsequentes. Posto isto, basta aplicar a fórmula abaixo e, obteremos
os respectivos resultados para a análise horizontal. Portanto, para fazer a interpretação dos valores basta que façamos e respondamos a
seguinte questão: o porquê da variação percentual (positiva ou negativa) deste item do ano “x” para o ano “y”?

𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐀𝐜𝐭𝐮𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐈𝐭𝐞𝐦 𝟔𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎


𝐀𝐧á𝐥𝐢𝐬𝐞 𝐇𝐨𝐫𝐢𝐳𝐨𝐧𝐭𝐚𝐥 (𝐀𝐇) = [ − 𝟏] × 𝟏𝟎𝟎% → 𝑨𝑯 = [ − 𝟏] × 𝟏𝟎𝟎% → 𝑨𝑯
𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐨 𝐈𝐭𝐞𝐦 𝐧𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐢𝐨𝐝𝐨 𝐁𝐚𝐬𝐞 𝟔𝟕𝟎. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎
= −𝟏𝟎. 𝟒𝟓%
Autor: Rosângelo Paúnde Página 48
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EXERCÍCIO 2: Dada a DRE abaixo, faça a análise vertical e horizontal da mesma, comentando os resultados obtidos.

Exercícios Anuais Encerrados em 31 de Dezembro


Descrição 2019 AV(2019)% AH(2019)% 2020 AV(2020)% AH(2020)%
Receitas de Vendas (bruta) 600.000,00 670.000,00
- Deduções 2.800,00 5.700,00
= Receita Líquida 597.200,00 664.300,00
- Custo das Mercadorias Vendidas 333.040,00 371.000,00
= Lucro Bruto 264.160,00 293.300,00
- Despesas Operacionais:
 Com Vendas 26.629,00 29.700,00
 Gerais e Administrativas 148.155,00 150.300,00
Total das Despesas Operacionais 174.784,00 180.000,00
= Resultado Operacional 89.376,00 113.300,00
+ Receitas Financeiras 2.941,00 3.217.58
- Despesas Financeiras 36.701,00 32.417,58
+ Outras Receitas 17.200,00 20.000,00
= Lucro Líquido antes do Imposto de 72.816,00 104.100,00
Renda
- Imposto Devido (alíquota “x” em %) 24.029,00 34.353,00
= Lucro Líquido depois do Imposto de 48.787,00 69.747,00
Renda

Autor: Rosângelo Paúnde Página 49


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Resolução do Exercício n° 02.

Exercícios Anuais Encerrados em 31 de Dezembro


Descrição 2019 AV(2019)% AH(2019)% 2020 AV(2020)% AH(2020)%
Receitas de Vendas (bruta) 600.000,00 100% 100% 670.000,00 100% 11,7%
- Deduções 2.800,00 0,47% 100% 5.700,00 0,9% 103,6%
= Receita Líquida 597.200,00 100% 100% 664.300,00 100% 11,2%
- Custo das Mercadorias Vendidas 333.040,00 55,8% 100% 371.000,00 55,9% 11,4%
= Lucro Bruto 264.160,00 44,2% 100% 293.300,00 44,2% 11%
- Despesas Operacionais:
 Com Vendas 26.629,00 4,5% 100% 29.700,00 4,5% 11,5%
 Gerais e Administrativas 148.155,00 24,8% 100% 150.300,00 22,6% 1,5%
Total das Despesas Operacionais 174.784,00 29,3% 100% 180.000,00 27,1% 3%
= Resultado Operacional 89.376,00 15% 100% 113.300,00 17,1% 26,8%
+ Receitas Financeiras 2.941,00 0,5% 100% 3.217.58 0,5% 9,4%
- Despesas Financeiras 36.701,00 6,1% 100% 32.417,58 4,9% -11,7%
+ Outras Receitas 17.200,00 2,9% 100% 20.000,00 3% 16,3%
= Lucro Líquido antes do Imposto de 72.816,00 12,2% 100% 104.100,00 15,7% 43%
Renda
- Imposto Devido (alíquota “x” em %) 24.029,00 33% 100% 34.353,00 33% 43%
= Lucro Líquido depois do Imposto de 48.787,00 8,2% 100% 69.747,00 10,5% 43%
Renda

Autor: Rosângelo Paúnde Página 50


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EXERCÍCIO # 03: Com base nos dados abaixo da empresa ellgorddo SARL do exercício
económico findo a 31 de dezembro de 2019 e 2020, preencha o respectivo Balanço Patrimonial e,
proceda com a Análise Vertical (AV) e Análise Horizontal (AH), comentando os resultados
obtidos de ambas análises:

Descrição Em 31 de Dezembro
ACTIVO 2019 2020
Activo Circulante
Caixa
Títulos Negociáveis
Contas a receber de clientes
Stocks
Total do Activo Circulante (1)
Activo Imobilizado Bruto
Terrenos e Edificações
Maquinas e Equipamentos
Moveis e Utensílios
Veículos
Outros (Inclusive Arrendamento Mercantil)
Total do Activo Imobilizado Bruto
- (Depreciação Acumulada)
= Activo Imobilizado Líquido (2)
Total do Activo [(1) + (2)]
PASSIVO E PATRIMÓNIO LÍQUIDO
Passivo Circulante
Fornecedores
Títulos à Pagar a Bancos
Despesas à Pagar
Total do Passivo Circulante
Dívidas de longo prazo (incluindo arrendamento mercantil)

Autor: Rosângelo Paúnde Página 51


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Total do Passivo (1)


Património Líquido
Acções Preferenciais
Acções Ordinárias
Ágio na Venda de Acções Ordinárias
Lucros Retidos
Total do Património Líquido (2)
Total do Passivo e Património Líquido [(1) + (2)]

DADOS:

ANO DE 2019:

Acções ordinárias, valor nominal de cada acção é 2,50Mt e, foram autorizadas 100.000 acções e,
emitidas 76.244 acções.

Ações Preferenciais, valor nominal de cada acção é 100,00Mt e, foram autorizadas e emitidas
2.000 acções.

Ágio na venda de acções ordinárias: 418.000,00Mt e, os lucros retidos totalizaram:


1.011.390,00Mt

Caixa: 288.000,00Mt;

Contas a Receber de Clientes: 365.000,00Mt

Depreciação acumulada: 2.056.000,00Mt

Despesas a pagar: 114.000,00Mt

Dividas de Longo Prazo (incluindo arrendamento mercantil): 967.000,00Mt

Fornecedores: 270.000,00Mt

Maquinas e equipamentos: 1.693.000,00Mt

Autor: Rosângelo Paúnde Página 52


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Moveis e Utensílios: 316.000,00Mt

Outros: 96.000,00Mt

Stocks: 300.000,00Mt

Terrenos e edificações: 1.903.000,00Mt

Títulos a Pagar a Bancos: 99.000,00Mt

Títulos Negociáveis: 51.000,00Mt

Veículos: 314.000,00Mt

ANO DE 2020:

Acções ordinárias, valor nominal de cada acção é 2,50Mt e, foram autorizadas 100.000 acções e,
emitidas 76.262 acções.

Ações Preferenciais, valor nominal de cada acção é 100,00Mt e, foram autorizadas e emitidas
2.000 acções.

Ágio na venda de acções ordinárias: 428.000,00Mt e, os lucros retidos totalizaram:


1.135.345,00Mt

Caixa: 363.000,00Mt;

Contas a Receber de Clientes: 503.000,00Mt

Depreciação acumulada: 2.295.000,00Mt

Despesas a pagar: 159.000,00Mt

Dividas de Longo Prazo (incluindo arrendamento mercantil): 1.023.000,00Mt

Fornecedores: 382.000,00Mt

Maquinas e equipamentos: 1.866.000,00Mt

Moveis e Utensílios: 358.000,00Mt

Autor: Rosângelo Paúnde Página 53


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Outros: 98.000,00Mt

Stocks: 289.000,00Mt

Terrenos e edificações: 2.072.000,00Mt

Títulos a Pagar a Bancos: 79.000,00Mt

Títulos Negociáveis: 68.000,00Mt

Veículos: 275.000,00Mt

Autor: Rosângelo Paúnde Página 54


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Resolução do Exercício número 03:

Descrição Em 31 de Dezembro
ACTIVO 2019 AV(2019)% AH(2019)% 2020 AV(2020)% AH(2020)%
Activo Circulante
Caixa 288.000,00 8,8% 100% 363.000,00 10,1% 26%
Títulos Negociáveis 51.000,00 1,6% 100% 68.000,00 1,9% 33,3%
Contas a receber de clientes 365.000,00 11,2% 100% 503.000,00 14% 37,8%
Stocks 300.000,00 9,2% 100% 289.000,00 8% -3,7%
Total do Activo Circulante (1) 1.004.000,00 30,7% 100% 1.223.000,00 34% 21,8%
Activo Imobilizado Bruto
Terrenos e Edificações 1.903.000,00 58,2% 100% 2.072.000,00 57,6% 8,9%
Maquinas e Equipamentos 1.693.000,00 51.8% 100% 1.866.000,00 51,9% 10,2%
Moveis e Utensílios 316.000,00 9,7% 100% 358.000,00 10% 13,3%
Veículos 314.000,00 9,6% 100% 275.000,00 7,7% -12,4%
Outros (Inclusive Arrendamento 96.000,00 2,9% 100% 98.000,00 2,7% 2,1%
Mercantil)
Total do Activo Imobilizado Bruto 4.322.000,00 132,2% 100% 4.669.000,00 129,8 8%
- (Depreciação Acumulada) 2.056.000,00 62,9% 100% 2.295.000,00 63,8% 11,6%
= Activo Imobilizado Líquido (2) 2.266.000,00 69,3% 100% 2.374.000,00 66% 4,8%
Total do Activo [(1) + (2)] 3.270.000,00 100% 100% 3.597.000,00 100% 10%

Autor: Rosângelo Paúnde Página 55


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PASSIVO E PATRIMÓNIO
LÍQUIDO
Passivo Circulante
Fornecedores 270.000,00 8,3% 100% 382.000,00 10,6% 41,5%
Títulos à Pagar a Bancos 99.000,00 3% 100% 79.000,00 2,2% -20,2%
Despesas à Pagar 114.000,00 3,5% 100% 159.000,00 4,4% 39,5%
Total do Passivo Circulante 483.000,00 14,8% 100% 620.000,00 17,2% 28,4%
Dívidas de longo prazo (incluindo 967.000,00 29,6% 100% 1.023.000,00 28,4% 5,8%
arrendamento mercantil)
Total do Passivo (1) 1.450.000,00 44,3% 100% 1.643.000,00 45,7% 13,3%
Património Líquido
Acções Preferenciais (100@2.000 200.000,00 6,1% 100% 200.000,00 5,6% 0%
acções)
Acções Ordinárias (2.50@76.244 acções 190.610,00 5,8% 100% 190.655,00 5,3% 0,02%
e 2.50@76.262 acções)
Ágio na Venda de Acções Ordinárias 418.000,00 12,8% 100% 428.000,00 11,9% 2,4%
Lucros Retidos 1.011.390,00 30,9% 100% 1.135.345,00 31,6% 12,3%
Total do Património Líquido (2) 1.820.000,00 55,7% 100% 1.954.000,00 54,3% 7,4%
Total do Passivo e Património Líquido 3.270.000,00 100% 100% 3.597.000,00 100% 10%
[(1) + (2)]

Autor: Rosângelo Paúnde Página 56


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CONTEÚDOS DA UNIDADE 04: VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

 Introdução;
 O Papel do Valor do Dinheiro no Tempo em Finanças;
 Valor Futuro versus Valor Presente;
 Padrões Básicos de Fluxos de Caixa;
 QUANTIAS ÚNICAS;
 Valor Futuro de uma Quantia Única;
 Conceitos de Valor Futuro;
 Equação para o Valor Futuro;
 Valor Presente de uma Quantia Única;
 Conceito de Valor Presente;
 Equação para o Valor Presente;
 ANUIDADES;
 Tipos de Anuidades;
 Valor Futuro e Valor Presente de uma Anuidade Ordinária ou Comum;
 Valor Futuro e Valor Presente de uma Anuidade Vencida ou Antecipada;
 Exercícios de Consolidação da Unidade;

Introdução

O valor do dinheiro no tempo é muito importante a sua percepção nas diversas áreas do
saber, como por exemplo, na contabilidade na medida em que, o ajudará a compreender os cálculos
do valor do dinheiro no tempo a fim de contabilizar determinadas transações tais como amortização
do empréstimo, pagamento de leasing e taxas de juros de títulos de renda fixa. Na administração,
visto que, ajudará no conhecimento dos cálculos para gerenciar os recebimentos e desembolsos de
maneira que a empresa extraia o máximo valor de seus fluxos de caixa. Outro aspecto não menos
importante, é o conhecimento do valor temporal do dinheiro para o planeamento financeiro pessoal
na aplicação de certa quantia em uma poupança hoje para acumular um montante determinado em
data futura. Isso só é possível, sabendo os contornos do cálculo do valor do dinheiro no tempo.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 57


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O PAPEL DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO EM FINANÇAS

O valor do dinheiro no tempo é um dos conceitos mais importantes em finanças. O dinheiro


que a empresa tem em mãos hoje, vale mais do que no futuro, pois o dinheiro, hoje, pode ser
investido e render retornos positivos.

Os administradores e os investidores sempre se deparam com oportunidades de obter taxas


de retorno positivas sobre seus fundos, seja fazendo aplicações em projectos atraentes, seja
recebendo juros sobre títulos ou depósitos remunerados. Assim, o momento das entradas e saídas
de caixa tem consequências económicas importantes que os administradores financeiros
reconhecem explicitamente como o valor do dinheiro no tempo. Assim, o valor do dinheiro no
tempo baseia-se na crença de que um dólar hoje vale mais do que um dólar a ser recebido numa
data futura qualquer.

Portanto, vamos iniciar o estudo do valor do dinheiro no tempo em finanças com duas
perspectivas desse valor: valor futuro e o valor presente.

VALOR FUTURO VERSUS VALOR PRESENTE

Os valores e as decisões financeiras podem ser avaliados por meio de técnicas tanto de
valor futuro quanto de valor presente. Embora essas técnicas resultem nas mesmas decisões, o
enfoque que proporcionam é diferente. As técnicas de valor futuro costumam medir os fluxos
de caixa ao fim de um projeto. As de valor presente medem os fluxos de caixa no início do
projeto (tempo zero). O valor futuro é caixa a ser recebido em alguma data vindoura e o valor
presente é caixa disponível imediatamente.

PADRÕES BÁSICOS DE FLUXOS DE CAIXA

O fluxo de caixa, sejam entradas (valores +) ou saídas (valores -) de uma empresa pode
ser descrito segundo seu padrão geral. Assim, pode ser definido como quantia única, uma
anuidade ou uma série mista.

Quantia única: é uma soma monetária única disponível, ou a ser recebida, numa data
futura. Alguns exemplos são $ 1.000,00 hoje e $ 650,00 a receber ao fim de dez anos.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 58


Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

Anuidade: é uma série contínua de fluxos de caixa periódicos. Assim, para os propósitos
deste material, trabalharemos principalmente com fluxos anuais. Alguns exemplos são pagar ou
receber $ 800,00 ao fim de cada um dos próximos sete anos.

Série mista: é uma série de fluxos de caixa que não é uma anuidade, isto é, é uma série
de fluxos de caixa periódicos desiguais que não reflita um padrão específico qualquer. As
duas séries de fluxos de caixa a seguir, A e B, servem de exemplo.

Final Série Mista de Fluxo de Caixa


do Ano A B
1 $ 100,00 -$ 50,00
2 $ 800,00 $ 100,00
3 $ 1.200,00 $ 80,00
4 $ 1.200,00 -$ 60,00
5 $ 1.400,00
6 $ 300,00

Observe que nenhuma das duas séries apresenta fluxos de caixa iguais e periódicos e, que
A é uma série mista de seis anos e B é uma série mista de quatro anos.

Assim, nas próximas páginas, vamos desenvolver os conceitos e técnicas para a


determinação dos valores futuro e presente de quantias únicas, de anuidades e de séries
mistas, respectivamente.

QUESTÕES PARA REVISÃO

1. Qual é a diferença entre valor futuro e valor presente? Qual abordagem os administradores
financeiros costumam preferir? Porquê?
2. Defina e diferencie os três principais padrões de fluxo de caixa.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 59


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QUANTIAS ÚNICAS

VALOR FUTURO DE UMA QUANTIA ÚNICA

Os conceitos e cálculos mais básicos de valor futuro e valor presente referem -se a quantias
únicas, sejam elas actuais ou futuras. Começaremos pela análise do valor futuro de quantias
actuais. A seguir, usaremos os conceitos subjacentes para determinar o valor presente de quantias
futuras. Veremos que, embora o valor futuro seja intuitivamente mais atraente, o valor presente é
mais útil na tomada de decisões financeiras.

Muitas vezes precisamos determinar o valor, num momento futuro, de uma dada quantia
em dinheiro depositada hoje. Por exemplo, se você depositar $500,00 hoje numa conta que paga
juros de 5% ao ano, quanto terá nessa conta ao fim de exactos dez anos?

O valor futuro é o valor, numa determinada data futura, de uma quantia depositada hoje
e que rende juros a uma taxa especificada. Depende da taxa de juros obtida e do prazo pelo qual
se mantém o valor em depósito. Aqui, exploraremos o valor futuro de uma quantia única.

O CONCEITO DE VALOR FUTURO

Falamos de juros compostos 20 para indicar que o valor dos juros obtidos sobre um
determinado depósito tornou -se parte do principal ao fim de um período qualquer. O termo
principal refere -se à quantia sobre a qual incidem os juros. O tipo mais comum de composição é
o anual.

Assim, o valor futuro de uma quantia actual é identificado por meio da aplicação de juros
compostos ao longo de um prazo especificado. As instituições de poupança anunciam retornos a
juros compostos de x%, ou juros de x%, com composição anual, semestral, trimestral, mensal,
semanal, diária ou até contínua.

20
Juros Compostos, são juros auferidos sobre um dado depósito e que passam a fazer parte do principal (valor
monetário sobre o qual incidem os juros) ao fim de um período estipulado.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 60


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EQUAÇÃO PARA O VALOR FUTURO

𝐕𝐅𝐧 = 𝐕𝐏 × (𝟏 + 𝐢)𝐧

Onde:

VFn : Valor Futuro no final do período “n”;

VP: Valor Presente, ou seja, principal original;

i: Taxa de Juros anual;

n: número de períodos (normalmente anos) pelo qual o dinheiro é mantido aplicado.

Exemplo:

João deposita $800,00 numa conta de poupança que paga 6% de juros compostos
anualmente. Ele quer saber, quanto terá ao fim de cinco anos?

Dados:

VP = $800,00

i = 6% ao ano ≈ 0,06 a.a

n = 5 anos.

VFn ?

Resolução:

VFn = VP × (1 + i)n → VF5 = 800 × (1 + 0,06)5 → VF5 = 800 × 1,3382255776 → VF5


= $1.070,58.

Resposta:

No fim do quinto ano da aplicação do valor presente de $800,00 a juros compostos, o João
terá um valor futuro de $1.070,58.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 61


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USO DE FERRAMENTAS DE CÁLCULO PARA DETERMINAR O VALOR FUTURO

Resolver a equação do exemplo anterior envolve elevar 1,06 à quinta potência. Assim
sendo, usar uma calculadora financeira ou uma tabela de juros, facilita bastante o cálculo do valor
futuro.

Portanto, usando uma tabela que fornece os valores futuros de (1 + i)n, o valor de cada
célula da tabela é chamado Factor de Valor Futuro. Esse valor é o multiplicador usado para
calcular, a uma taxa de juros especificada, o valor futuro de uma quantia actual para qualquer
tempo dado. Assim, o factor do valor futuro para um principal inicial de $1,00 composto a i% por
“n” períodos é chamado de FVFi,n.

𝐅𝐚𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐅𝐮𝐭𝐮𝐫𝐨 → 𝐅𝐕𝐅𝐢,𝐧 = (𝟏 + 𝐢)𝐧

Encontrado a intercessão da taxa de juros anual ‘i” e do número de períodos necessário


“n”, você terá identificado o Factor de Valor Futuro aplicável a um problema específico
qualquer. Assim, o usando o FVFi,n como factor, podemos reescrever a equação geral do Valor
Futuro nos seguintes moldes:

𝐕𝐅𝐧 = 𝐕𝐏 × 𝐅𝐕𝐅𝐢,𝐧

Essa expressão indica que, para encontrar o valor futuro ao fim do período “n”, de um
depósito original, basta multiplicar o depósito original pelo Valor Presente e pelo Factor de Valor
Futuro aplicável.

VALOR PRESENTE DE UMA QUANTIA ÚNICA

Muitas vezes é útil determinar o valor, hoje, de uma quantia futura de dinheiro. Por
exemplo, quanto eu teria que depositar hoje, numa conta remunerada a 7% ao ano, para acumular
$ 3.000,00 ao fim de cinco anos?

O Valor Presente é o valor actual em dinheiro de um montante futuro, ou seja, é a quantia


de dinheiro que precisaria ser investida hoje a uma dada taxa de juros e por um determinado
prazo para corresponder ao montante futuro.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 62


Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

Por isso mesmo, o valor presente depende, em grande parte, das oportunidades de
investimento e do momento no tempo em que o montante deve ser recebido.

O CONCEITO DE VALOR PRESENTE

O processo de determinação de valores presentes costuma ser chamado de Desconto dos


Fluxos de Caixa21. Trata-se de responder à seguinte pergunta: “Se posso receber i % sobre meu
dinheiro, quanto é o máximo que eu estaria disposto a pagar, hoje, pela oportunidade de receber
VFn dólares daqui a ‘n” períodos?”.

O processo, na verdade, é o inverso da composição de juros. Em vez de determinar o valor


futuro de dólares actuais investidos a uma dada taxa, o desconto determina o valor presente de uma
quantia futura, admitindo a oportunidade de obter determinado retorno sobre o dinheiro.

Essa taxa anual de retorno pode ser chamada de taxa de desconto, retorno exigido, custo
do capital e custo de oportunidade. Esses termos serão empregados de maneira intercambiável
neste material.

Outrossim, o Valor Presente é o valor monetário corrente de uma quantia futura, ou seja,
é o capital que precisaria ser investido hoje, a certa taxa de juros, por um período estipulado para
igualar-se à quantia futura.

EQUAÇÃO DE VALOR PRESENTE

O valor presente de uma quantia futura pode ser encontrado matematicamente resolvendo
a equação do Valor Futuro, para VP. Ou seja, o valor presente, VP, de uma quantia futura qualquer,
VFn, a ser recebido daqui a “n” períodos e admitindo um custo de oportunidade de “i”, é calculado
da seguinte maneira:

𝐕𝐅𝐧 𝟏
𝐕𝐏 = 𝐧
→ 𝐕𝐏 = 𝐕𝐅𝐧 × [ ]
(𝟏 + 𝐢) (𝟏 + 𝐢)𝐧

21
Desconto de Fluxo de Caixa é o processo de determinação de Valores Presentes, ou seja, é o oposto da capitalização
de juros.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 63


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Onde:

VP: Valor Presente, ou seja, principal original;

VFn : Valor Futuro no final do período “n”;

i: Taxa de Juros anual;

n: número de períodos (normalmente anos) pelo qual o dinheiro é mantido aplicado.

Exemplo:

O João quer encontrar o valor presente de $1.700,00 que serão recebidos daqui a oito anos.
Seu custo de oportunidade é de 8%.

Dados:

VP =?

i = 8% ao ano ≈ 0,08 a.a

n = 8 anos.

VFn = $1.700,00

Resolução:

𝐕𝐅𝐧 1.700.00 1.700.00


𝐕𝐏 = 𝐧
→ VP = 8
→ VP = → VP = $918,46
(𝟏 + 𝐢) (1 + 0,08) 1,850930

Resposta:

O Valor presente deve ser de $918,46, para encontrar um Valor Futuro de $1.700,00, findo
oito anos a uma taxa de oportunidade de 8% ao ano.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 64


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USO DE FERRAMENTAS DE CÁLCULO PARA DETERMINAR O VALOR PRESENTE

O cálculo do valor presente pode ser simplificado com o uso do Factor de Valor Presente.
Esse factor é o multiplicador usado para calcular, a uma determinada taxa de desconto, o valor
presente de uma quantia a ser recebida num período futuro. O Factor de Valor Presente de $ 1
descontado a i % por “n” períodos é conhecido como FVPi,n.

𝟏
𝐅𝐚𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞 → 𝐅𝐕𝐏𝐢,𝐧 =
(𝟏 + 𝐢)𝐧

Assim, sendo FVPi,n o factor correcto, podemos reescrever a equação geral do Valor
Presente do seguinte modo:

𝐕𝐏 = 𝐕𝐅𝐧 × 𝐅𝐕𝐏𝐢,𝐧

Portanto, esta expressão indica que, para determinar o Valor Presente de um montante a
ser recebido num período futuro “n”, basta multiplicar o montante futuro VFn, pelo Factor de
Valor Presente apropriado.

ANUIDADES

Quanto você estaria disposto a pagar, hoje, dado que pode obter 7% sobre investimentos
de baixo risco, para receber uma soma garantida de $3.000,00 ao fim de cada um dos próximos 20
anos?

Quanto você teria ao cabo de cinco anos se, ao fim de cada um dos próximos anos, seu
empregador retivesse e investisse $1.000,00 de sua bonificação anual, garantindo-lhe uma taxa
anual de retorno de 9%? Para responder a essas perguntas, você precisa entender a aplicação do
valor do dinheiro no tempo tendo em conta às anuidades.

Assim sendo, uma anuidade é uma série de fluxos de caixa periódicos iguais, ao longo de
um determinado período de tempo. Esses fluxos de caixa costumam ser anuais, mas podem

Autor: Rosângelo Paúnde Página 65


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ocorrer a intervalos diferentes, como mensais (aluguer, prestação do carro, etc.). Os fluxos de
caixa de uma anuidade podem ser entradas (por exemplo, os $3.000,00 recebidos ao fim de cada
ano pelos próximos 20 anos) ou saídas (por exemplo, os $1.000,00 investidos ao fim de cada ano
pelos próximos cinco anos) de caixa.

TIPOS DE ANUIDADE

Há dois tipos básicos de anuidade (Anuidade Ordinária/comum e Anuidade


Vencida/antecipada). Numa anuidade ordinária (ou comum), o fluxo de caixa se dá no fim de
cada período. Numa anuidade vencida (ou antecipada), o fluxo de caixa ocorre no início de cada
período.

ANUIDADE ORDINÁRIA/COMUM

VALOR FUTURO DE UMA ANUIDADE ORDINÁRIA/COMUM

Os cálculos necessários para encontrar o valor futuro de uma anuidade ordinária são
exemplificados a seguir:

𝐅𝐚𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐅𝐮𝐭𝐮𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐀𝐧𝐮𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚 → 𝐅𝐕𝐅𝐀 𝐢,𝐧 = ∑(𝟏 + 𝒊)𝒏−𝟏
𝒊=𝟏

Esse factor é o multiplicador usado para calcular o Valor Futuro de uma Anuidade
Ordinária ou comum a uma dada taxa de juros e por certo período de tempo.

Assim, usando VFAn para representar o Valor Futuro de uma Anuidade de “n” anos,
PMT para representar o valor a ser depositado anualmente ao fim de cada ano, ou seja,
prestações anuais e FVFAi,n para representar o Factor de Valor Futuro aplicável a uma anuidade
ordinária de um dólar composta a i% por “n” anos, pode-se expressar a relação entre essas
variáveis como:

𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × 𝐅𝐕𝐅𝐀 𝐢,𝐧

Autor: Rosângelo Paúnde Página 66


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Portanto, reescrevendo a fórmula teremos:


𝐧

𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × ∑(𝟏 + 𝐢)𝐧−𝟏


𝐢=𝟏

Onde:

VFAn = Valor Futuro de uma Anuidade Ordinária de “n” anos;

PMT = é o valor a ser depositado anualmente ao fim de cada ano, ou seja, prestações anuais;

i = Taxa de Juro anual;

n = número de períodos (normalmente anos) pelo qual o dinheiro é mantido aplicado.

Exemplo:

O senhor Paulo quer saber o Valor Futuro de uma Anuidade ao fim de cinco anos de um
deposito de $1.000,00 ao fim de cada ano, em uma conta de poupança que renderá 7% de juros
anuais durante os próximos cinco anos.

Dados:

VFAn =?

PMT = $1.000,00

i = 7% de Juro anual;

n = 5 anos.

Resolução:
𝐧

𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × ∑(𝟏 + 𝐢)𝐧−𝟏


𝐢=𝟏

Anos PMT (𝟏 + 𝒊)𝒏−𝟏 𝐏𝐌𝐓 × (𝟏 + 𝒊)𝒏−𝟏


1 $1.000,00 1 1.000,00
2 $1.000,00 1,07 1.070,00

Autor: Rosângelo Paúnde Página 67


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3 $1.000,00 1,1449 1.144,90


4 $1.000,00 1,225043 1.225,04
5 $1.000,00 1,311079601 1.310,80
∑ $5.750,74

Resposta:

O Valor Futuro da Anuidade ordinária será de $5.750,74.

NOTA IMPORTANTE:

Para além da fórmula acima, existe uma outra muito mais rápida e fácil para o cálculo do
Valor Futuro de uma Anuidade Ordinária ou Comum, como ilustra-se a seguir:

𝟏
𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × × [(𝟏 + 𝐢)𝐧 − 𝟏]
𝐢

Resolução do Exemplo Anterior:

𝟏 1
𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [(𝟏 + 𝐢)𝐧 − 𝟏] → VFAn = 1.000 × × [(1 + 0,07)5 − 1] → VFAn
𝐢 0,07
0,4025517307
= 1.000 × → VFAn = 1.000 × 5,75073901 → VFAn
0,07
= $5.750,74.

Resposta:

O Valor Futuro da Anuidade ordinária será de $5.750,74.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 68


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VALOR PRESENTE DE UMA ANUIDADE ORDINÁRIA/COMUM

Muitas vezes, em finanças, precisamos determinar o Valor Presente de uma série de fluxos
de caixa a ser recebida em períodos vindouros. Uma anuidade é, evidentemente, uma série de
fluxos de caixa iguais e periódicos. Assim, o método para encontrar o valor presente de uma
anuidade ordinária é semelhante ao que acabamos de descrever. Evidentemente que, para este caso,
também existem métodos longos e breves para a realização desse cálculo.

Os cálculos de anuidades podem ser simplificados com o uso de calculadora financeira,


planilha eletrônica ou tabela de juros.

Portanto, a fórmula de Factor de Valor Presente de uma Anuidade Ordinária com


fluxos de caixa descontados a i % por “n” anos, FVPAi,n será:

𝒏
𝟏
𝐅𝐚𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐀𝐧𝐮𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚 → 𝐅𝐕𝐏𝐀 𝐢,𝐧 = ∑
(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝒊=𝟏

Esse factor é o multiplicador usado para calcular o valor presente de uma anuidade
ordinária, a uma dada taxa de desconto, por um determinado período de tempo. Sendo VPAn o
valor presente de uma anuidade ordinária de “n” anos, PMT o valor a ser recebido anualmente
ao fim de cada ano e FVPAi,n o factor de valor presente aplicável a uma anuidade ordinária de
um dólar descontada a i % por “n” anos, podemos expressar a relação entre as variáveis da
seguinte forma:

𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × 𝐅𝐕𝐏𝐀 𝐢,𝐧

Portanto, reescrevendo a fórmula teremos:


𝒏
𝟏
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × ∑
(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝒊=𝟏

Onde:

VPAn = Valor Presente de uma Anuidade de “n” anos;


Autor: Rosângelo Paúnde Página 69
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PMT = é o valor a ser recebido anualmente ao fim de cada ano, ou seja, prestações anuais;

i = Taxa de Juro anual;

n = número de períodos (normalmente anos).

Exemplo:

O João quer determinar o valor presente de uma anuidade ordinária de cinco anos de
$700,00, admitindo um custo de oportunidade de 8%.

Dados:

VPAn =?

PMT = $700,00

i = 8% de Juro anual;

n = 5 anos.

Resolução:
𝒏
𝟏
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × ∑
(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝒊=𝟏

Anos PMT 𝟏 𝟏
𝐏𝐌𝐓 ×
(𝟏 + 𝒊)𝒏 (𝟏 + 𝒊)𝒏
1 $700,00 0,9259259 648,15
2 $700,00 0,8573388 600,14
3 $700,00 0,7938322 555,68
4 $700,00 0,7350299 514,52
5 $700,00 0,6805832 476,41
∑ $2.794,90

Resposta: O Valor Presente da anuidade ordinária é de $2.794,90.


Autor: Rosângelo Paúnde Página 70
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NOTA IMPORTANTE:

Para além da fórmula acima, existe uma outra muito mais rápida e fácil para o cálculo do
Valor Presente de uma Anuidade Ordinária ou Comum, como ilustra-se a seguir:

𝟏 𝟏
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × × [𝟏 − ]
𝐢 (𝟏 + 𝒊)𝒏

Resolução do Exemplo Anterior:

𝟏 𝟏 1 1
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × × [𝟏 − ] → VPA n = 700 × × [1 − ] → VPAn
𝐢 (𝟏 + 𝒊)𝒏 0,08 (1 + 0,08)5
= 8.750 × [1 − 0,6805831970] → VPAn = 8.750 × 0,319416803 → VPAn
= $2.794,90.

Resposta:

O Valor Futuro da Anuidade ordinária será de $2.794,90.

ANUIDADES VENCIDAS/ANTECIPADAS

VALOR FUTURO DE UMA ANUIDADE VENCIDA/ANTECIPADA

As anuidades vencidas ou antecipadas são aquelas em que os fluxos de caixa se dão ou


ocorrem no início do período.

Assim, aplicamos ao Factor de Valor Futuro de uma anuidade ordinária uma simples
conversão para que possa ser usado como anuidades vencidas. Portanto, a fórmula do FVFAi,n
vencida será:

𝐅𝐚𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐅𝐮𝐭𝐮𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐀𝐧𝐮𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐜𝐢𝐝𝐚 → 𝐅𝐕𝐅𝐀 𝐢,𝐧


= 𝐅𝐕𝐅𝐀 𝐢,𝐧 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚 × (𝟏 + 𝒊)

Autor: Rosângelo Paúnde Página 71


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Essa equação nos diz que o factor de valor futuro de uma anuidade vencida pode ser
encontrado por meio da simples multiplicação do factor de valor futuro de uma anuidade
ordinária, de mesmo rendimento e período, pela expressão (1 + i).

Porquê esse ajuste é necessário? Porque cada fluxo de caixa de uma anuidade vencida rende
juros por um ano a mais do que uma anuidade ordinária (do início ao final do ano). Multiplicar
FVFAi,n por (1 + i) acrescenta o rendimento de juros de mais um ano a cada fluxo de caixa da
anuidade.

Assim sendo, a fórmula para o cálculo do Valor Futuro de uma Anuidade Vencida será:

𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [∑(𝟏 + 𝐢)𝐧−𝟏 ] × (𝟏 + 𝐢)


𝐢=𝟏

Onde:

VFAn = Valor Futuro de uma Anuidade Vencida de “n” anos;

PMT = é o valor a ser depositado anualmente no inicio de cada ano, ou seja, prestações anuais;

i = Taxa de Juro anual;

n = número de períodos (normalmente anos) pelo qual o dinheiro é mantido aplicado.

Exemplo:

O senhor Paulo quer saber o Valor Futuro de uma Anuidade ao fim de cinco anos de um
deposito de $1.000,00 no início de cada ano, em uma conta de poupança que renderá 7% de juros
anuais durante os próximos cinco anos.

Dados:

VFAn =?

PMT = $1.000,00

i = 7% de Juro anual;

Autor: Rosângelo Paúnde Página 72


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n = 5 anos.

Resolução:
𝐧

𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [∑(𝟏 + 𝐢)𝐧−𝟏 ] × (𝟏 + 𝐢)


𝐢=𝟏

Anos PMT (𝟏 + 𝒊)𝒏−𝟏


1 $1.000,00 1
2 $1.000,00 1,07
3 $1.000,00 1,1449
4 $1.000,00 1,225043
5 $1.000,00 1,311079601
∑ 5,751022601

𝐕𝐅𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [∑(𝟏 + 𝐢)𝐧−𝟏 ] × (𝟏 + 𝐢) → VFA5 = 1.000 × [5,751022601] × (1 + 0,07)


𝐢=𝟏
→ VFA5 = $6.153,59.

Resposta:

O Valor Futuro da Anuidade Vencida será de $6.153,59.

VALOR PRESENTE DE UMA ANUIDADE VENCIDA/ANTECIPADA

Também podemos encontrar o valor presente de uma anuidade vencida. Esse cálculo pode
ser facilmente realizado por meio de um ajuste do cálculo para uma anuidade ordinária. Como os
fluxos de caixa de uma anuidade vencida ocorrem no início, não no final de cada período, cada
fluxo de caixa de uma anuidade vencida é descontado por um ano a menos do que o de uma
anuidade ordinária. Uma conversão simples pode ser feita nos factores de valor presente de
anuidades ordinárias, para aplicá-los a uma anuidade vencida.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 73


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Portanto, a fórmula do FVPAi,n vencida será:

𝐅𝐚𝐜𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐀𝐧𝐮𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐜𝐢𝐝𝐚 → 𝐅𝐕𝐏𝐀 𝐢,𝐧


= 𝐅𝐕𝐏𝐀 𝐢,𝐧 𝐎𝐫𝐝𝐢𝐧á𝐫𝐢𝐚 × (𝟏 + 𝒊)

A equação indica que o factor de valor presente para uma anuidade vencida pode ser obtido
por meio da multiplicação do factor de valor presente aplicável a uma anuidade ordinária, de
igual rendimento e período, pela expressão (1 + i). Essa conversão faz um ajuste para o facto de
que cada fluxo de caixa de uma anuidade vencida é descontado por um ano a menos do que uma
anuidade ordinária comparável.

Multiplicar FVPAi,n por (1 + i) acrescenta um ano de juros a cada fluxo de caixa da


anuidade. E acrescentar a cada fluxo de caixa um ano de juros reduz em um, o número de anos de
desconto de cada fluxo de caixa.

Assim sendo, a fórmula para o cálculo do Valor Presente de uma Anuidade Vencida
será:

𝒏
𝟏
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [∑ ] × (𝟏 + 𝐢)
(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝒊=𝟏

Onde:

VPAn = Valor Presente de uma Anuidade Vencida de “n” anos;

PMT = é o valor a ser depositado anualmente no inicio de cada ano, ou seja, prestações anuais;

i = Taxa de Juro anual;

n = número de períodos (normalmente anos) pelo qual o dinheiro é mantido aplicado.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 74


Apontamentos da Disciplina de Gestão Financeira I – UniSave - Maxixe

Exemplo:

O João quer determinar o valor presente de uma anuidade vencida de cinco anos de
$700,00, admitindo um custo de oportunidade de 8%.

Dados:

VPAn =?

PMT = $700,00

i = 8% de Juro anual;

n = 5 anos.

Resolução:
𝒏
𝟏
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [∑ ] × (𝟏 + 𝐢)
(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝒊=𝟏

Anos PMT 𝟏
(𝟏 + 𝒊)𝒏
1 $700,00 0,9259259
2 $700,00 0,8573388
3 $700,00 0,7938322
4 $700,00 0,7350299
5 $700,00 0,6805832
∑ 3,99271

𝒏
𝟏
𝐕𝐏𝐀 𝐧 = 𝐏𝐌𝐓 × [∑ ] × (𝟏 + 𝐢) → VPA5 = 700,00 × [3,99271] × (1 + 0,08)
(𝟏 + 𝒊)𝒏
𝒊=𝟏
→ VPA5 = 700,00 × [3,99271] × (1 + 0,08) → VPA5 = 700,00 × 4,3121268
→ VPA5 = $3.018,49

Resposta: O Valor Presente da anuidade vencida é de $3.018,49.

Autor: Rosângelo Paúnde Página 75


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EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO DA UNIDADE

1. Para cada um dos casos indicados na tabela a seguir, calcule o valor futuro da quantia única
de caixa, depositada hoje, que estaria disponível ao final do prazo de depósito, se os juros
fossem compostos anualmente, à taxa especificada, ao longo desse prazo.
Caso Fluxo Único Taxa de Juros Prazo (anos)
A $ 200,00 5% 20
B $ 4.500,00 8% 7
C $ 10.000,00 9% 10
D $ 25.000,00 10% 12
E $ 37.000,00 11% 5
F $ 40.000,00 12% 9

2. Use a fórmula básica de valor presente, o custo de oportunidade dado, i, e o número de


períodos, n, para calcular o factor de valor presente em cada um dos casos da tabela a
seguir.
Caso Custo de oportunidade “i” N° de Períodos “n”
A 5% 20
B 8% 7
C 9% 10
D 10% 12

3. Para cada caso mostrado na tabela a seguir, calcule o valor presente do fluxo de caixa,
descontado à taxa dada e admitindo que o fluxo de caixa seja recebido ao fim de cada
período indicado.
Caso Fluxo Único Taxa de Desconto Final do Período (anos)
A $ 7.000,00 12% 4
B $ 28.000,00 8% 20
C $ 10.000,00 14% 12
D $ 150.000,00 11% 6

Autor: Rosângelo Paúnde Página 76


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E $ 45.000,00 20% 8

4. Responda a cada uma das perguntas a seguir.


a) Que investimento único feito hoje a 12% de juros anuais valerá $ 6.000 ao fim de seis
anos?
b) Qual o valor presente de $ 6.000, a serem recebidos ao fim de seis anos, se a taxa de
desconto for de 12%?
c) Quanto é o máximo que você pagaria hoje por uma promessa de recebimento de $ 6.000
ao fim de seis anos, se seu custo de oportunidade fosse de 12%?
d) Compare, contraste e discuta as respostas dadas em a), b) e c).

5. Valor Futuro de uma Anuidade. Para cada caso relacionado na tabela a seguir, responda
às perguntas adiante.
Caso Valor da Anuidade Taxa de Juros Prazo de Depósitos (anos)
A $ 2.500,00 8% 10
B $ 500,00 12% 6
C $ 30.000,00 20% 5
D $ 11.500,00 9% 8

Calcule o Valor Futuro da Anuidade, admitindo ser:

a) Uma Anuidade Ordinária;


b) Uma Anuidade Vencida;
c) Compare suas conclusões dos itens a) e b). Em igualdades de condições, que tipo de
Anuidade (Ordinária ou Vencida) é preferível? Justifique sua resposta.

6. Valor Presente de uma Anuidade. Considere os casos a seguir.


Caso Valor da Anuidade Taxa de Juros Prazo (anos)
A $ 12.000,00 7% 3
B $ 700,00 20% 9

Autor: Rosângelo Paúnde Página 77


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C $ 140.000,00 5% 7
D $ 22.500,00 10% 5

Calcule o Valor Presente da Anuidade, admitindo ser:

a) Uma Anuidade Ordinária;


b) Uma Anuidade Vencida;
c) Compare suas conclusões dos itens a) e b). Em igualdades de condições, que tipo de
Anuidade (Ordinária ou Vencida) é preferível? Justifique sua resposta.

7. Valores Futuros de Anuidades. João Paulo precisa escolher a melhor dentre duas séries
de fluxos de caixa com custos iguais: a anuidade X, uma anuidade vencida com entrada de
caixa de $ 9.000 por ano, durante seis anos, e a anuidade Y, uma anuidade ordinária com
entrada de caixa de $ 10.000 por ano, durante seis anos. Suponha que João Paulo possa
obter retorno de 15% em suas aplicações.
a) Em termos puramente subjetivos, que anuidade você acha que é mais atraente? Por quê?
b) Determine o valor futuro no fim do sexto ano, VFA6, para as anuidades X e Y.
c) Use o resultado do item b) para indicar qual das duas anuidades é mais atraente. Explique
sua resposta. Compare sua constatação com a resposta subjetiva dada no item a).

Autor: Rosângelo Paúnde Página 78


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CONTEÚDOS DA UNIDADE 05: VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO. CONTINUAÇÃO.

 SÉRIES MISTAS;
 Valor Futuro de uma Série Mista;
 Valor Presente de uma Série Mista;
 Composição de Juros com Frequência Maior que a Anual: Composição Semestral,
Trimestral, Mensal, Semanal, Diária;
 Equação Geral para Composição com Frequência Maior do que a Anual;
 Taxas de Juros Anuais Nominais e Efectivas;
 Aplicações Especiais do Valor do Dinheiro no Tempo;
 Determinação dos Depósitos Necessários para Acumular uma Quantia Futura;
 Amortizações de Empréstimos;

EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO DA UNIDADE

1. Você pode optar entre duas séries de fluxos de caixa por cinco anos e quantias individuais.
Uma delas é uma anuidade ordinária, e a outra, uma série mista. Você pode optar pela
alternativa A ou pela B e, em qualquer dos casos, sob a forma de série ou de quantia
individual. Dadas as séries e as quantias únicas associadas a cada alternativa (veja a tabela
a seguir) e admitindo um custo de oportunidade de 9%, qual das alternativas (A ou B) e
sob que forma (série de fluxos de caixa ou quantia única) você preferiria?

Final do Ano Série de Fluxo de Caixa


A B
1 $ 700,00 $ 1.100,00
2 $ 700,00 $ 900,00
3 $ 700,00 $ 700,00
4 $ 700,00 $ 500,00
5 $ 700,00 $ 300,00
Quantia única
Tempo Zero $ 2.825,00 $ 2.800,00

Autor: Rosângelo Paúnde Página 79


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CONTEÚDOS DA UNIDADE 06: POLITICA DE DIVIDENDOS (Trabalho em Grupo a ser


entregue até ao dia 13.11.2021)

 Introdução;
 Questões Históricas sobre a Política de Dividendos;
 Conceito de Dividendos;
 Objectivos de Política de Dividendos;
 Tipos de Políticas de Dividendos;
 Factores que Afectam a Política de Dividendos;
 Teorias da Política de Dividendos: Teoria Residual, Teoria da Irrelevância dos
Dividendos e, Teoria da Relevância dos Dividendos

Autor: Rosângelo Paúnde Página 80

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