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GESTAO FINANCEIRA I

JULHO/AGOSTO DE 2021

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NOE BAMBISSA, MSc05/03/23
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE
GESTÃO FINANCEIRA
• Conceito de gestão financeira
• Funções do gestor financeiro
• O lugar das finanças na empresa
• Essência da função financeira
• Os objectivos da empresa
• Impacto da inflação na gestão financeira

2 05/03/23
Conceito de gestão financeira
A gestão financeira é uma das tradicionais áreas
funcionais da gestão, encontrada em qualquer
organização no qual cabem as análises, decisões e
actuações relacionadas com os meios financeiros
necessários à actividade da organização.
Desta forma, a função financeira integra todas
as tarefas ligadas à obtenção, utilização e
controlo de recursos financeiros de forma a
garantir, por um lado, a estabilidade das operações
da organização e, por outro a rendibilidade.

3 05/03/23
Objectivos da gestão financeira
 Assegurar à empresa uma estrutura financeira
equilibrada e que não coloque a empresa em risco financeiro
nem no curto nem no longo prazo. Este equilíbrio pode ser
medido pela comparação entre as aplicações de capital
efectuadas e as fontes desses mesmos capitais.
 Assegurar a rendibilidade dos capitais investidos (quer dos
capitais próprios, quer dos capitais alheios). Esta rendibilidade
pode ser verificada comparando o valor dos resultados obtidos
com o valor dos próprios capitais investidos.
 Garantir a estabilidade das operações da empresa
assegurando a existência dos capitais financeiros necessários
quer à actividade corrente, quer à realização de investimentos
em capital fixo e outros.
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Funções do gestor financeiro
 As funções do gestor financeiro consistem no planeamento sobre a obtenção
e utilização/aplicação dos fundos tendo como objectivo, a maximização do
valor da empresa.
Para prossecução dessas funções o gestor financeiro desenvolve tarefas que
podem ser postas em 3 grandes grupos:
 Planeamento, através do qual ele estabelece o intercâmbio com todos os outros
responsáveis da empresa com base nos seus planos gerais, ou seja, outros
executores que têm sobre si a execução dos planos gerais da empresa.
 Zelar pelos investimentos e decisões financeiras bem como a sua interacção,
isto é, compete-lhe definir formas de investir, montantes, momentos, áreas onde a
empresa deve alocar esses investimentos ou recursos num dado momento. Como,
que valor, quando e onde alocar?
 Coordenar com outros gestores da empresa ou de negócios para ajudar a
empresa a operar o mais eficiente possível.

 
5 05/03/23
O lugar das finanças na empresa
O lugar de um gestor financeiro numa empresa não pode
ser definido como universalmente aceite.
Os conteúdos de trabalho de cada empresa variam,
variando também as suas responsabilidades.
Não existe, nenhuma regra geral que permite definir o
lugar da função da financeira no seu conteúdo para todas
as empresas, porque a estrutura de uma empresa depende
da sua dimensão, nível e tipo de actividade que a
organização desenvolve, do seu passado e das relações
existentes entre os grupos que motivam as organizações.
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Essência da função financeira
A essência da função financeira são os investimentos,
financiamentos e a forma como deve ser consumido o resultado
destas actividades ou seja a política de distribuição de dividendos.
É importante referir que, a função financeira numa organização
é da responsabilidade do gestor financeiro. Por outras palavras,
a função financeira integra:
A determinação das necessidades de recursos financeiros
(planeamento das necessidades, a inventariação dos recursos
disponíveis, a previsão dos recursos libertos e o cálculo das
necessidades de financiamento externo);
A obtenção de financiamento da forma mais vantajosa (tendo em
conta os custos, prazos e outras condições contratuais, as condições
fiscais, a estrutura financeira da empresa);
7 05/03/23
Essência da função financeira (Cont.)
A aplicação criteriosa dos recursos financeiros,
incluindo os excedentes de tesouraria (por forma a
obter uma estrutura financeira equilibrada e
adequados níveis de eficiência e de rentabilidade);
A análise financeira (incluindo a recolha de
informações e o seu estudo por forma a obter
respostas seguras sobre a situação financeira da
empresa);
A análise da viabilidade económica e financeira
dos investimentos.
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Os objectivos da empresa
Maximização do lucro – a curto prazo
Maximização do valor da empresa – longo prazo (pressupõe o crescimento e
desenvolvimento da empresa).Para a gestão financeira o objectivo económico das
empresas é a maximização do seu valor de mercado, pois dessa forma estará sendo
aumentada a riqueza dos seus proprietários (accionistas).

Objectivo social – Define a responsabilidade social de uma organização. É


atingido à medida que a empresa vai maximizando o seu valor.

9 05/03/23
Impacto da inflação na gestão financeira
 Inflação é a perda da capacidade aquisitiva da moeda,
como consequência da subida generalizada e persistente do
nível geral dos preços.

Efeitos
 A inflação pode produzir efeitos variados no sector, na
empresa ou na economia em geral.
 As consequências variam de empresa para empresa
dependendo da dimensão da empresa, da estrutura;
Aplicação dos fundos e da origem desses mesmos fundos.

10 05/03/23
Efeitos da inflação segundo “Fred Weston”
 A inflação influi nas taxas de juro, isto é, há uma subida nas taxas de
juro.
 Dificulta o planeamento financeiro da organização ou de negócios
porque, sendo assim difícil prever as oscilações exactas dos custos e
proveitos futuros (risco e incerteza no futuro).
 Provoca o aumento da procura de capitais com o intuito de se
aumentarem os investimentos, já que agora necessita-se de mais dinheiro
para levar a cabo um empreendimento que a alguns anos era mais barato e
menos oneroso.
 Baixa o preço das acções devido ao aumento das taxas de juro pois o
efeito é directo no mercado das acções, quanto maior for a taxa de juro,
menor será o preço das acções.
 Provoca problemas contabilísticos. Durante os períodos precedentes, as
empresas relevam lucros elevados e fictícios, pois são o equilíbrio dos
11
custos e proveitos num determinado momento. 05/03/23
OS DOCUMENTOS FINANCEIROS E
NOÇÃO DE CASH-FLOW (FLUXOS DE
CAIXA)
• BALANCO
• MAPA DE DEMONSTRACAO DE
RESULTADOS
• NOCAO DE CASH-FLOW
• DEMOSTRACAO DE FLUXOS DE CAIXA

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BALANÇO

Balanço é um documento que mostra as origens e


aplicações de fundos; por um lado mostra também a área
onde foram aplicados os fundos e por outro, o tipo e
origens desses fundos, sumarizando a posição duma
empresa num determinado momento.

13 05/03/23
MAPA DE DEMOSTRAÇÃO DE
RESULTADOS
É um documento que mostra a situação
económica duma empresa, isto é, a síntese dos
efeitos financeiros das operações realizadas pela
empresa num específico período contabilístico ou
num dado período económico (em quanto é que
contribuíram os financiamentos para o aumento
do valor/riqueza da empresa).

14 05/03/23
Diferença entre balanço e Mapa resultados

O balanço responde questões tais como: donde


vem os recursos e onde foram usados.
O mapa de resultados responde que efeitos
produziram as operações realizadas com os
recursos financeiros num dado período.

15 05/03/23
Noção de cash-flow ou fluxo de caixa
Cash-flow pode ser definido como o resultado de fluxos das
entradas e saídas de dinheiro como consequência da actividade da
empresa.
Numa óptica estrutural o cash-flow se confunde com o lucro no
equilíbrio do balanço.
Fluxo de caixa ou Cash-Flow = Entradas – Saídas (não se
incluem custos não desembolsáveis assim como compras e vendas
a prazo cujos montantes ainda não foram pagos e nem recebidos),
portanto, o fluxo de caixa é um elemento de natureza financeira.
Lucro = Proveitos – Custos (incluem custos não
desembolsáveis, compras e vendas a prazo), portanto, o lucro é
um elemento de natureza contabilística/económica.
16 05/03/23
Distinção entre lucro e Cash-flow
Acabamos de dizer que a perspectiva contabilística dá ênfase aos
lucros, enquanto que a óptica financeira dá ênfase ao cash-flow ou
fluxo de caixa.
Na perspectiva financeira, o valor de qualquer activo numa
empresa depende do valor dos fluxos de caixa que ela vai gerar.
Não há nenhuma organização que paga suas despesas com lucros
– grande particularidade entre cash-flow e lucro. Todos os
pagamentos têm que ser feitos em dinheiro (fluxo de caixa),
embora para o pagamento de dividendos se recorra ao lucro.
Por isso, uma empresa não pode vender muito a crédito
impulsionada pelo lucro, porque isso pode levá-la a falência
técnica. Logo, começam a surgir dificuldades no pagamento de
despesas correntes (salários) e mais tarde as dívidas de maior
valor, como os empréstimos (financiamento)
17 05/03/23
Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)

Seguindo as Normas Internacionais de Relato


Financeiro, o fluxo de caixa pode ser incorporado
às demonstrações financeiras tradicionalmente
publicadas pelas empresas. Basicamente, a DFC
deve ser segmentado em três grandes áreas:
Actividades Operacionais;
Actividades de Investimento;
Actividades de Financiamento.

18 05/03/23
Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)
(Continuação)
 As Actividades Operacionais são explicadas pelas receitas e
despesas decorrentes da industrialização, comercialização ou
prestação de serviços da empresa. Estas actividades têm ligação
com o capital circulante líquido da empresa.
 As Actividades de Investimento são os gastos efetuados no
Realizável a Longo Prazo, em Investimentos, nos Activos
Tangíveis ou Intangíveis, bem como as entradas por venda dos
activos registados nos referidos subgrupos de contas.
 As Actividades de Financiamento são os recursos obtidos do
Passivo Não Circulante e do Património Líquido. Devem ser
incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. As
saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores
pagos aos accionistas a título de dividendos, distribuição de lucros.
19 05/03/23
DIVIDENDOS PAGOS (actividade de
financiamento)=Resultado no balanco inicial (RBI)
+Resultado liquido do exercicio (RLE)-Resultado
no ultimo balanco (RUB)

20 05/03/23
MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DA
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE
CAIXA
Método directo
Divulgam-se os principais componentes dos recebimentos e
pagamentos de caixa em termos brutos, pelo ajustamento
das vendas, custo das vendas e outras rubricas.
Método Indirecto
Consiste em ajustar o resultado líquido do exercício dos
efeitos das transacções que não sejam a dinheiro,
acréscimos e diferimentos relacionados com recebimentos
ou pagamentos futuros e contas de proveitos ou de custos
relacionados com fluxos de caixa respeitantes às
actividades de financiamento e investimento.

21 05/03/23
Metodo directo
Método directo
Divulgam-se os principais componentes dos recebimentos e
pagamentos de caixa em termos brutos, pelo ajustamento
das vendas, custo das vendas e outras rubricas.
1. Recebimento de clientes=Vendas-variacao de clientes
2. Pagamento a fornecedores=Compras-variacao de
fornecedores
Custo das mercadorias vendidas=Existrencias
inciais+Compras-existencias finais

22 05/03/23
Método Indirecto
Método Indirecto
Consiste em ajustar o resultado líquido do exercício dos
efeitos das transacções que não sejam a dinheiro,
acréscimos e diferimentos relacionados com recebimentos
ou pagamentos futuros e contas de proveitos ou de custos
relacionados com fluxos de caixa respeitantes às
actividades de financiamento e investimento.
1. Resultado liquido
2. +Custos nao desembolsaveis

23 05/03/23
Análise das Demonstrações
Financeiras

NOE 05/03/23 24
BAMBISSA, MSc
ANALISE FINANCEIRA

25 05/03/23
ANÁLISE FINANCEIRA
O objectivo primário da contabilidade é fornecer informações
a serem usadas na tomada de decisões;
Este objectivo é realizado através de descrições em palavras e
números apresentados em forma de demonstrações
financeiras;
O ciclo contabilístico é um ciclo analítico e sistemático que
começa com a recolha e processamento de dados das
transacções e termina com a avaliação da situação financeira.
As demonstrações financeiras representam o produto final
do processo contabilístico mas não contemplam uma
avaliação específica dos dados contabilísticos.

.
26 05/03/23
ANÁLISE FINANCEIRA (Cont)
O processo de análise financeira respeita ao
processo de avaliação das informações contidas
nas demonstrações financeiras.
 A análise financeira é um elo de ligação entre
as informações financeiras e o processo de
tomada de decisões.
 O Processo de análise financeira representa uma
poderosa ferramenta de gestão porque assegura a
manutenção de bom sistema de planeamento e
controlo financeiro.

27 05/03/23
ANÁLISE FINANCEIRA (Cont)
 A análise financeira fornece informações do tipo:
 Até ponto a empresa atingiu o seu objectivo de maximizar a
riqueza dos accionistas?
 Será a empresa capaz de honrar o serviço da dívida?
 Será que a empresa tem capacidade de fornecer serviços pós-
venda e garantia dadas aos clientes?
 Porquê é que a empresa não paga dividendos?
 Estamos a receber um bom retorno nos nossos investimentos?
 Somos capazes de obter fundos adicionais para financiar a
nossa expansão?
 Será a nossa empresa/fábrica, com a capacidade actual, capaz de
produzir bastante para satisfazer a procura?
 Se o desempenho da empresa não é satisfatório em que áreas se
localiza o problema?

28 . 05/03/23
DEMOSTRAÇÕES E RELATÓRIOS
FINANCEIROS
Dos vários relatórios que as empresas enviam a seus accionistas,
o relatório anual é provavelmente o mais importante. Este, é um
relatório publicado anualmente por uma empresa para os seus
accionistas. Ele contém demonstrações financeiras básicas, bem
como a posição da administração sobre as operações do
respectivo ano e as perspectivas da empresa.
O relatório anual apresenta quatro demonstrações financeiras
básicas: a demonstração de resultados, o balanço patrimonial,
demonstração dos fluxos de caixa e demonstração das variações
no capital próprio.
Consideradas em conjunto, essas demonstrações apresentam
um resumo das operações da empresa e sua situação
financeira.
29 . 05/03/23
BALANÇO (BALANCE SHEET)
 Documento que expressa a situação patrimonial e a posição financeira da
empresa num dado momento.
 Pela análise do balanço podemos encontrar resposta a questões como sejam:
 Qual é o valor contabilístico do património?
 A empresa tem capacidade de pagar os seus compromissos a curto prazo?
 Qual é o grau de endividamento da empresa ?
 Quanto dinheiro a empresa deve aos fornecedores, bancos e aos
accionistas?
 Qual é o valor total dos investimentos feitos na empresa?
 Qual é o valor dos produtos acabados, matérias primas e mercadorias
existentes na empresa?
 Quanto dinheiro a empresa tem em caixa e nos bancos? (disponível)

.
30 05/03/23
Demonstração de Resultados
Documento que apresenta o desempenho económico
durante um certo período de tempo.
A Demonstração de resultados apresenta a formação do
resultado (lucro ou prejuízo) num certo período.
A através do mapa de resultados podemos responder às
questões seguintes:
 Qual foi o valor total das vendas do período?
 Qual o custo das actividades básicas da empresa
(produção, venda, administração e finanças)?
 Qual foi lucro total e o lucro por acção do período?

31 . 05/03/23
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Com a aprovação do decreto 70/2009, de 22 de Dezembro
(Decreto que aprova o Sistema de Contabilidade para o Sector
Empresarial em Moçambique aplicável a todas as unidades
económicas com excepção das que exerçam actividades nos
ramos bancários ou seguros), muitas mudanças se verificaram no
código de contas e, uma dessas mudanças foi a substituição da
obrigatoriedade da publicação do Mapa de Origem e Aplicação
de Fundos (MOAF) pela Demonstração de Fluxos de Caixa
(DFC).
A DCF permite ao usuário ver como o caixa alterou de um
período para o outro, quais contas foram responsáveis por esta
alteração e qual foi o resultado obtido com cada actividade
deste fluxo.
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05/03/23
Demonstração das variações no CP
Esta demonstração tem também uma orientação temporal.
Apresenta o detalhe dos capitais próprios e explica as
variações havidas nas componentes dos capitais próprios
durante o período.
As principais componentes do Capital Próprio são:
 Capital Realizado (Paid-in capital), que integra o capital
social e o prémio de emissão.
 Lucros Retidos (retained earnings), representa os lucros
líquidos acumulados retidos para uso futuro.
A Demonstração da variação dos capitais próprios permite
aos utentes compreender a causa das variações dos capitais
próprios de um período para outro.
33 05/03/23
Técnicas de Análise Financeira
Análise Horizontal – análise das variações
percentuais nas demonstrações financeiras
comparativas
Análise vertical – Análise das relações de
cada item das demonstrações financeiras a
uma base específica, geralmente 100%.
Análise de rácios – Relação entre valores
específicos que constam das demonstrações
financeiras.
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05/03/23
Análise Horizontal
 Análise das grandezas específicas (Vendas, lucros, despesas,
etc.), se estão a aumentar ou a diminuir ao longo do tempo.
 O aumento absoluto é interessante mas considerado
isoladamente não é muito importante. É mais útil saber que,
por ex., as vendas aumentaram em 20% relativamente ao
ano anterior do que saber que as vendas aumentaram em
$200.000.
 O estudo das variações percentuais ao longo do tempo é
chamada análise horizontal.
 A percentagem de variação determina-se:
Computando a variação absoluta do último período para o
período corrente;
Dividindo o montante da variação pelo montante do ano base.
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05/03/23
Analise Horinzontal (Continuação)
Descrição 2018 2017 Variação Variação
Absoluta Percentual

Vendas Líquidas $38,303 $31,806 $6,497 20.4%

Resultados 4,766 1,035 3,731 360.5%


Líquidos

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05/03/23
Analise Horinzontal (Continuação)
Um incremento de 360.5% nos resultados
líquidos significa que o resultado líquido de 2018
foi 3.6 vezes superior que o resultado de 2017.
A análise horizontal revela que as vendas
líquidas aumentaram em 20.4% durante o ano de
2018.
Dado que as despesas totais cresceram menos que
o crescimento das vendas, os resultados
cresceram em 360.5%.

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05/03/23
Análise de Tendências
A análise de tendências percentuais são uma forma de
análise horizontal. As tendências mostram a tendência
do negócio nas principais áreas.
Como se comportaram as vendas nos últimos 5 anos?
Qual é a tendência da margem bruta?
A análise de tendência usa os dados do período base
que são usados como correspondentes a 100%.
Os valores dos períodos seguintes são divididos pelos
valores do ano base.

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05/03/23
Exemplo de análise de Tendências %
2018 2017 2016 2015 2014

Vendas $38,303 431,806 $27,611 24,215 $21,718


Líquidas

Custo das 19,688 16,715 15,318 14,709 13,049


Vendas

Margem Bruta 18,615 15,091 12,293 9,506 8,669

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05/03/23
Exemplo de análise de Tendências %
2018 2017 2016 2015 2014

Vendas 176% 146% 127% 111% 100%


Líquidas

Custo das 151 128 117 113 100


Vendas

Margem Bruta 215 174 142 110 100

40
05/03/23
Exemplo de análise de Tendências %
As vendas e custos da empresa tem
experimentado um crescimento ao longo do
tempo.
Crescimento dramático de custos e vendas
verificou-se em 2017 e 2018.
O crescimento das vendas tem sido superior que
o crescimento dos custos daí que o lucro bruto
tem estado a crescer duma forma significativa.

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05/03/23
Análise Vertical
Análise das relações de cada item das
demonstrações financeiras a uma base específica,
geralmente 100%.
Na análise vertical todos os itens das
demonstrações financeiras não expressos em
percentagem.
Na demonstração de resultados a base percentual
são as Vendas líquidas.
No Balanço a base percentual é o total dos activos

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05/03/23
Tecnologias Inovativas, SA
Demonstração de Resultados do Exercícios Findos em 31/12 de 2018 e 2017

2018 2018 2017 2017


USD Percent. USD Percent.
Vendas Líquidas $38,303 100.0% $31,806 100.0%
Custo das Vendas 19,688 51.4 16,715 52.6
Lucro Bruto 18,615 48.6 15,091 47.4
Despesas de Venda e 8,417 22.0 6,867 21.6
Admin.
Despesas de P &D 4,792 12.5 5,586 17.5
Lucro Operacional 5,406 14.1 2,638 8.3
Outros resultados 2,187 5.7 (126 (0.4)
Resultados Antes de 7,593 19.8 2,512 7.9
Impostos
Impostos S/ rendimento 2,827 7.4 1,477 4.6
05/03/23 43
Lucro Líquido $4,766 12.4% $1,035 3.3%
Tecnologias Inovativas, SA
Demonstração de Resultdos do Exercícios Findos em 31/12 de 2018 e 2017

2018 2017
Percent. Percent.
Vendas Líquidas 100.0% 100.0%
Custo das Vendas 51.4 52.6
Lucro Bruto 48.6 47.4
Despesas de Venda e Admin. 22.0 21.6
Despesas de P &D 12.5 17.5
Lucro Operacional 14.1 8.3
Outros rezultados 5.7 (0.4)
Resultados Antes de Impostos 19.8 7.9
Impostos S/ rendimento 7.4 4.6
Lucro Líquido 12.4% 3.3%
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05/03/23
Benchmarking
Trata de uma prática de comparar a
empresa com os padrões estabelecidos
pelas outras empresas com vista a
introduzir melhorias.
O Benchmarking pode ser feito:
Com as médias da indústria.
Com uma dada empresa.

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05/03/23
Benchmarking com a Média da Industria
Tecnologias Média da
Inovadoras Indústria
Vendas 100.0% 100.0%
Custo das Vendas 51.4 63.9
Margem Bruta 48.6 36.1
Despesas operacionais 28.8 32.8
Lucro Operacional 19.8 3.3
Imposto sobre rendimento 7.4 3.5
Lucro ou Prejuizo Líquido 12.4% (0,2%)

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05/03/23
Benchmarking com a Média da
Industria
A empresa em estudo é mais lucrativa que a
média da indústria.
A margem bruta é maior e a percentagem de
receita que é usada para cobrir as despesas
operacionais é mais baixa.
A empresa tem feito um bom trabalho no
controlo dos custos custos, e como resultado,
e consequetemente a percentagem do lucro
líquido é mais alta que a média da indústria.
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05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
(ANASLISE DE RACIOS)
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
 Um activo líquido é aquele que pode ser facilmente convertido em
caixa a um “justo valor de mercado”, e a “posição de liquidez” de
uma empresa lida com esta questão: a empresa será capaz de
atender às suas obrigações actuais?
 Estes são índices que mostram a relação entre o caixa e outros
activos circulantes em comparação com seus passivos circulantes.
Índice de liquidez corrente ou liquidez geral
 Indica a extensão pela qual os passivos circulantes são cobertos
pelos activos que se esperam converter em caixa no próximo
exercício.

Índice de liquidez corrente = Activo corrente/ Passivo corrente


48
05/03/23
Ex: Uso de Rácios na Tomada de decisões
sobre negócios
Os rácios jogam um papel importante na análise
financeira.
Um rácio é uma relação entre duas grandezas. Por
exemplo: se o activo corrente é $100.000 e passivo
corrente é $50.000, o rácio da liquidez é de $100.000
para $50.000, que se pode expressar em 2:1 ou 2/1.
Outras formas aceitáveis de expressão são:
Os Activos Correntes (AC) representam 200% do
Passivo Corrente (PC).
O negócio tem 2 USD de AC para cada 1 USD de PC
O rácio de liquidez geral é 2.0

49
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS

Índice de liquidez seco

Revela a capacidade da empresa de honrar seus compromissos


de curto prazo, se eles tornassem imediatamente vencidos.

Este índice é calculado deduzindo-se os stocks dos activos


circulantes e dividindo-se o restante pelos passivos
circulantes.
 
Índice de liquidez seco = (Activo corrente - Inventários - Activos biológicos)/Passivo
corrente

50
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Índice de liquidez imediata
Este indice reflecte apenas o valor imediatamente disponivel
para fazer face ao passivo corrente, pelo que representa o grau
de cobertura dos passivos de curto prazo por meios financeiros
liquidos.

Índice de imediata = Meios financeiros líquidos/Passivo corrente

51 05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
ÍNDICES DE ADMINISTRAÇÃO DE ACTIVOS
(OU ÍNDICES DE ACTIVIDADE)
 Este segundo grupo de índices (os índices de administração de
activos), avalia a eficiência com que a empresa está a
administrar seus activos, isto é, os índices de administração de
activos são uma série de índices que avaliam a eficiência com
que uma empresa administra seus activos.
Giro de Stock ou rotação de stock (inventários)
 O índice de giro ou índice de rotação de stock é definido como
as vendas divididas pelo stock:

Índice de rotação de stock ou giro de stock =


Custo das mercadorias vendidas/ (Stocks + activos biológicos)
05/03/2352
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS

Prazo médio de Recebimento


O Prazo Médio de Recebimento (PMR), também chamado de
“prazo médio de cobrança” (PMC), é usado para avaliar as
contas a receber. O PMR constitui o índice calculado ao dividir
as contas a receber (clientes) pelas vendas médias diárias; indica
a extensão média de tempo entre a realização de uma venda e o
recebimento do pagamento.

PMR/PMC = Contas a receber/Vendas médias diárias x (1+IVA)


Ou
PMR/PMC = Contas a receber / (Vendas anuais x (1+IVA)/360)

05/03/23 53
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Prazo médio de Pagamento
O Prazo Médio de Pagamento (PMP), indica o tempo
médio que a empresa demora a liquidar as suas dividas
(aos fornecedores).

PMP = Contas a pagar/Compras médias diárias x (1+IVA)


Ou
PMR/PMC = Contas a pagar / (Compras anuais x (1+IVA)/360)

NB: CMV=Ei+Compras-Ef

54 05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS

Giro do activo imobilizado


O índice de giro do activo imobilizado mede a eficiência
com que uma empresa utiliza suas fábricas e seus
equipamentos. Trata-se do índice de vendas em relação
aos activos imobilizados líquidos, portanto, é o índice de
vendas em relação aos activos fixos líquidos.

Índice de giro do activo imobilizado=Vendas/Activo imobilizado líquido

55
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Giro dos activos totais
Índice final da administração de activos, o índice de giro
dos activos totais mede a rotação de todos os activos da
empresa; ele é calculado dividindo-se as vendas pelos activos
totais:
Giro de activos totais = Vendas / Activos totais

A pergunta que se coloca é: Será que a empresa esta a


gerar um volume de negócios (vendas/prestação de
serviços)suficiente tendo em conta o investimento total de
56
activos?
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO
 A extensão pela qual uma empresa utiliza o capital de
terceiros, i.e, revela a proporcao dos activos totais financiada
por capitais alheios.
 Se o valor do racio e 1.0 significa que todos os activos da
empresa foram financiados pelos credores.
 Quanto maior é o valor do racio maior e pressao da empresa de
pagar o capital e juros na data de vencimento das prestacoes.
 Os credores olham para o racio da dividas com muitas
cautelas. Se a empresa esta a tomar novos emprestimos pode
ser muito dificil gerir-los no futuro.
 Os credores tendem a cobrar juros elevados quanto mais a
empresa estiver ja individada.
57
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Índice de endividamento
 O índice de endividamento é o índice da dívida total em relação aos
activos totais.

Índice de endividamento = Dívida Total / Activos totais

Índice de cobertura de juros (ICJ)


 Este índice é determinado dividindo-se os lucros antes dos juros e
impostos (LAJIR ou RAJI) pelos juros. Pode-se ainda afirmar que, o
índice de cobertura de juros (ICJ) é o índice do lucro antes do
imposto (LAJIR) em relação aos encargos de juros; mede a
capacidade da empresa de atender aos seus pagamentos de juros
anuais.

Índice de cobertura de juros (ICJ) = RAJI / Encargos de juros


58
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Índice de cobertura do encargo fixo
 Este índice é semelhante ao índice de cobertura de juros, mas é
mais abrangente porque reconhece que muitas empresas arrendam
activos e também devem realizar amortizações. O arrendamento
(leasing) tem-se tornado generalizado em certos sectores nos
últimos anos, fazendo este índice preferível ao índice de cobertura
de juros para muitos fins. Importa realçar ainda que este índice vai
para além do índice de cobertura de juros (ICJ) por incluir as
obrigações anuais de longo prazo e do fundo de amortização da
empresa.

Índice de cobertura = (LAJIR + Pagamento de leasing) / [(Encargos de juros


+ Pagamentos de leasing + Amortização/(1 – Taxa fiscal)]
59
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
 Os índices de lucratividade constituem uma série de índices que mostram os
efeitos combinados da liquidez, da administração de activos e da
administração da dívida sobre os resultados operacionais.
Margem líquida
 Este índice mede a renda por unidade monetária de vendas; ele é calculado
dividindo-se a renda líquida pelas vendas.
Margem líquida = LL / Vendas

Índice do poder de ganho básico (PGB)


 Este índice indica a capacidade dos activos da empresa de gerarem renda
operacional; ele é calculado dividindo-se os LAJIR (RAJI) pelos activos
totais.

Índice do poder de ganho básico = RAJI / Activos totais


60
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS

Retorno sobre os activos totais (ROA-return on total assets)


 É o índice da renda líquida para com os activos totais; avalia o
sucesso da empresa em usar os activos para gerar lucros.
 Avalia a capacidade de empresa de gerar retorno tanto para os
accionistas como para os financiadores.
Financiadores recebem juros como retorno.
Accionistas recebem o lucro liquido como retorno.

Retorno sobre os activos totais (ROA) = Lucro líquido disponível


para detentores de acções ordinárias / Activos totais

61
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Retorno sobre o património (ROE-return on common equity)
Indica a relacao entre o lucro liquido e o investimento
dos accionistas ordinarios. Quanto foi ganho por cada
Metical Investido?
É o índice do lucro líquido para com o património
líquido; mede a taxa de retorno sobre o investimento dos
detentores de acções ordinárias.
Retorno sobre o património (ROE) = Lucro líquido disponível
para os detentores de acções ordinárias / Património líquido
62
05/03/23
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO
 É uma série de índices que relacionam o preço das acções da empresa
com seus lucros e com o valor contábil por acção. Esses índices dão à
administração um indício do que os investidores pensam sobre o
desempenho histórico da companhia e suas perspectivas. Se a liquidez, a
administração de activos e da dívida e os índices de lucratividade da
companhia são bons, então os índices de valor de mercado são altos e os
preços de suas acções provavelmente serão tão altos quanto esperado.
Índice de preço/lucro (P/L)
 Este índice demonstra quanto os investidores estão dispostos a pagar por
unidade de lucro divulgado, isto é, é o índice do preço por acção para
com o lucro por acção; ele demonstra o valor em unidade monetária que
os investidores terão de pagar por 1 dólar de lucro corrente.

Índice de preço / lucro (P/L) = Preço por acção / Lucro por acção

05/03/23 63
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
Índice de mercado/valor patrimonial (M/VP)
 O índice do preço de mercado de uma acção para com o seu valor contábil fornece outro
indício de como os investidores vêm a empresa. Empresas com taxas relativamente altas
de retorno sobre o património geralmente vendem a múltiplos mais altos do valor contábil
do que as com baixos retornos.
 O Índice de mercado/valor patrimonial (M/VP), é o índice do preço de mercado de uma
acção para com o seu valor patrimonial.

Valor patrimonial por acção = Capital (acções ordinárias) / Número de acções


 
Índice de mercado /valor patrimonial
 É o índice do preço de mercado por acção pelo valor patrimonial.

Índice de mercado/valor patrimonial = Preço do mercado por acção / Valor patrimonial por acção

05/03/2364
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS

RESUMO DA ANÁLISE DE ÍNDICE: O QUADRO DU PONT

A equação Du Pont é uma fórmula que fornece a


taxa de retorno sobre os activos, multiplicando-se a
margem de lucro pelo giro total dos activos, isto é, a
margem de lucros vezes o giro dos activos totais é
chamada equação Du Pont. Isso fornece a taxa de
retorno sobre os activos (ROA):

ROA = MARGEM DE LUCRO X GIRO DOS ACTIVOS TOTAIS =


(LUCRO LÍQUIDO / VENDAS) X (VENDAS / ACTIVOS TOTAIS)

05/03/23 65
ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÓMICO-
FINANCEIROS
O ROA pode ser referido como uma função da:
Rendibilidades das Vendas (Lucro/Vendas)
Rotação do Activo Total (Vendas/ Activo Total)
A Rendibilidade Liquidas das vendas mede o
desempenho operacional da firma enquanto que a
rotação dos activos mede a utilização dos activos
totais.
ROA = (Lucro/Vendas) * (Vendas /Activo Total)

66
05/03/23
Limitações da Análise Financeira
 As decisões sobre negócios são tomadas em ambiente de
incerteza.
 O uso de rácios é tão limitado como o é o uso do termómetro
pelos médicos. Uma temperatura de 40% significa que algo está
mal mas não se sabe ainda o que é.
 Se a liquidez duma empresa repentimamente baixa, temos um
indicador de algo está mal, mas isso não indica qual é o
problema e como é que o mesmo pode ser corrigido. O gestor
deve analisar os valores que entram para seu computo.
o Será que o activo corrente diminuiu e o passivo corrente aumentou?
Porquê?
o Se o Activo corrente baixou, será problema de cash? As contas a
receber baixaram? Será que as existências baixaram?
67

05/03/23
Limitações da Análise Financeira (cont.)
Apenas analisando cada item particualr que compõe o
rácio o gestor poderá determinar como resolver o
problema.
O gestor deve avaliar os dados de todos os rácios
conjugando com outras informações sobre a empresa e
sobre a sua linha particular de negócios, tais como o
aumento da concorrência ou a rececção económica.
A legislação, os negócios internacionais, a competição, os
escândalos e outros factores pode tornar os lucros em
prejuizos e, vice versa.
68

05/03/23
O CICLO DE CAIXA

05/03/23 69
CICLO DE CAIXA
O ciclo de cash flow corresponde ao
período de tempo que vai do ponto em que a
empresa faz um desembolso para adquirir
matéria-prima, até ao ponto de recepção do
dinheiro resultante da venda do produto
acabado fabricado com aquela matéria-
prima.

05/03/2370
Estratégias de administração eficiente de caixa
A empresa deve adoptar, basicamente as seguintes estratégias:
 Retardar, tanto quanto possível, o pagamento das dívidas,
sem prejudicar o conceito de crédito da empresa,
aproveitando, porém quaisquer descontos financeiros
favoráveis.
 Girar os estoques com a maior rapidez possível, evitando,
contudo faltas de stocks que podem resultar na interrupção
da linha de produção ou numa perda de vendas.
 Receber o mais cedo possível as dívidas a receber, sem
perder vendas futuras, devido as técnicas severas de
cobrança; usando os descontos financeiros para acelerar as
cobranças se tais descontos forem economicamente
recomendáveis, isto é, favoráveis.
05/03/23 71
NOÇÕES SOBRE MODELOS DE
VALORAÇÃO DE TÍTULOS
Avaliação das obrigações
- Valor das Obrigações em pagamentos semi-anuais;
- Taxa de juro de uma obrigação
- Taxa de resgate
- Risco de taxas de juro em obrigações
Avaliação das acções
- valoração das acções preferenciais
- valoração e taxas de retorno das acções ordinárias.
72 03-05-23
Avaliação das obrigações
 Obrigações são títulos de crédito representativos de dinheiro proveniente de
empréstimo concedido, do ponto de vista do investidor. As obrigações podem
vencer juros anualmente ou semi-anualmente (semestralmente). Esse juro quando
calculado na data de emissão chama-se juro de cupão ou simplesmente cupão. É o
juro que uma obrigação paga durante a sua vida e esse juro é constante. Portanto,
o cupão é constante porque foi calculado na base do valor nominal das obrigações.

 Modelo Básico
M – valor nominal de maturação ao par (transacção à taxa de juro de mercado da data
de emissão).
Kd – taxa de retorno esperada (exigida ou requerida) numa obrigação;
n – número de anos que faltam para a maturação
V=Vo – Valor actual da obrigação
I – Juro do cupão (taxa de juro de mercado da data de emissão)
t – tempo que falta para a maturação
.
73 03-05-23
Avaliação das obrigações (continuação)
 Numa obrigação, até a data do seu vencimento as pessoas
recebem juros e no último dia da obrigação recebem o último
juro mais valor nominal.
 Valorizar uma obrigação significa determinar o valor actual
dessa obrigação; quanto vale uma obrigação no intervalo
entre a emissão e a maturação.
 Na emissão pagamos o valor nominal da obrigação e na
maturação recebemos o último juro e o valor nominal.
 A vida útil da obrigação é determinada na sua data de
emissão.

74 03-05-23
Valor actual de uma obrigação
 O valor actual de uma obrigação é a actualização dos
valores de cupões a receber mais o valor nominal; ou seja, o
somatório dos juros futuros esperados e o valor nominal dessa
obrigação.
V0=I*[1-(1+kd)^-n]/Kd + M*(1+Kd)^-n
  n        
I M  
Vo = ∑
Como I é constante, +teremos:
(1+Kd)t (1+Kd)n  
  t=1        

  n        

1 M  
Vo = I *∑ +
(1+Kd)t (1+Kd)n  

75   t=1         03-05-23
Taxa de juro do cupão vs cupão
Conhecido o I e o valor nominal da obrigação (M) é
possível determinar a taxa de juro do cupão.

I
Kd =
M

Entao;
I = Kd*M
Onde I = Cupão

76 03-05-23
Valor das Obrigações em pagamentos semi-
anuais
 As obrigações são, normalmente, pagas semi-anualmente ou
semestralmente.
 Se a taxa de juro nominal declarada é referente a um período
maior ao período de capitalização/actualização, a taxa para esse
período é calculada pelo critério de proporcionalidade de taxas.
in = 15% = i(2) = 7,5%
 Partindo do modelo básico, podemos construir a fórmula
calculando a taxa de juro proporcionalmente:
  2n          

1 1
Vo = I/2 *∑ ( ) + M(
t
)2n
1+Kd/2 1+Kd/2
  t=1          

Onde I/2 é o cupão semestral e n é o numero de semestres


77 03-05-23
Cálculo da taxa de juro de uma obrigação ou taxa
interna de rendibilidade das obrigações –
Yield to Maturity (YTM)
 Yield to Maturity (YTM) – é a taxa interna de rendibilidade de
uma obrigação. Se comprarmos hoje uma obrigação por certo
preço (diferente do valor nominal) qual seria a taxa de juro (Kd)
que ganharíamos até atingir o seu vencimento?
1. Ensaio de taxas
Para se fazer o ensaio de taxas, tem que se ter o valor
presente, de modo a se calcular a taxa de actualização.
O pressuposto da determinação de YTM é que conhece-se o
preço da obrigação. Conhecido o preço, comparamos com o
seu valor nominal e vemos se a obrigação vende acima ou
abaixo do par.
2. Fórmula aproximada de cálculo da YTM
I+ (M – V0)/n
78 . Kd = aprox YTM = 03-05-23
(M + 2*V0)/3
Taxa de resgate
 É a taxa com a qual se podem resgatar (pagar) as obrigações. Resgatar as
obrigações significa retirá-las do mercado (pagá-las) antes da data de
maturação. Isto acontece como consequência da baixa da taxa de juro no
mercado. Este fenómeno dá-se quando o emitente da obrigação retira os
direitos aos detentores de mantê-las até a data de maturação, resgatando-as.
 Acontece as vezes que, se a taxa de juro cair, a empresa que já tinha
contraído um empréstimo a uma taxa de juro maior vê-se a necessidade de
substituir as antigas obrigações (mais caras) pelas novas (mais baratas).
 Assim, a pessoa que detém a obrigação já não vai ter a possibilidade de
ganhar YTM, porque as obrigações vão ser retiradas. É claro que para os
detentores isto não é benéfico.
 Se por exemplo a taxa de juro cair de 15% para 10% significa que a
empresa poderia retirar as obrigações que custam 15% e substituí-las
por obrigações que custam 10%.
.
79 03-05-23
Preço de resgate
 O preço de resgate é o preço que a empresa deve pagar para
retirar as obrigações. Normalmente este preço é nominal mais
o juro de um ano.
V – Preço da obrigação hoje
N – Número de anos que faltam até a data de resgate
CP – Call price (preço de resgate)

 A incógnita é Kd = YTC

  N        
I CP  
V= ∑ +
(1+Kd)t (1+Kd)N  
  t=1        
80 03-05-23
Risco de taxas de juro em obrigações
 É o risco a que os investidores se expõem devido às mudanças
das taxas de juro de mercado, levando a que os investidores
realizem perdas ou ganhos financeiros.
 Por causa desta oscilação das taxas de juro, o investidor pode
incorrer em perdas ou ganhos extraordinários do capital.
 O risco é tanto maior quanto maior for o período que falta para a
maturação das obrigações.
 No caso em que a taxa de juro baixa, o obrigacionista tem um
ganho implícito (de oportunidade) porque recebe de juros mais
do que poderia receber se tivesse comprado agora.
 O emissor das obrigações por outro lado tem perdas implícitas
porque agora poderia pedir empréstimo a custos mais baixos.
.
81 03-05-23
Risco de taxas de juro em obrigações (continuação)
Exemplo: A Sra Joana comprou uma obrigação com valor nominal
de USD 1000, pagando USD 150 de cupão ao ano. Suponhamos
que acaba de ser emitida uma obrigação com menos riscos (ou de
características idênticas) e paga 20% de juros. E que o emissor da
obrigação da Sra Joana não está com planos de resgatar. A Sra
Joana estará a realizar perdas ou ganhos de capital por 14 anos que
os emissores não estão interessados em resgatar essa obrigação.
Resposta: A Sra Joana estará a realizar perdas de capital por
14 anos que os emissores não estão interessados em resgatar
essa obrigação. Isto porque se fosse feito o resgate da
obrigação, ela subscreverá nova obrigação a taxa de 20%
ganhando USD 200 do cupão; portanto USD 50 é a perda que a
Sra Joana está a realizar por ano.
.
82 03-05-23
Avaliação das acções
As acções são títulos nominativos que representam uma fracção do capital
social de uma empresa e o seu detentor tem direito a receber a sua quota-
parte nos lucros distribuídos anualmente (dividendos). As acções podem ser
ordinárias ou preferenciais.
Acções ordinárias – São aquelas acções normais cujos detententores mantêm
direitos de controlo da sociedade (a propriedade da empresa) além de outros
direitos associados ao facto de ser detententor de uma fracção do capital social
da empresa. Conferem os direitos de gestão da empresa, votar sobre os destinos
da sociedade e usufruir de todos os restantes direitos particulares. O dividendo
para estas acções dependerá das políticas da empresa sobre os dividendos e a
existência de lucros.
Acções preferenciais – São acções que se caracterizam por proporcionar
direitos especiais aos seus possuidores; pagam dividendo fixo previamente
acordado, ao longo da sua existência. O principal direito que as diferencia das
acções ordinárias é o facto de incorporar dividendo fixo a ser pago sempre que a
empresa realize lucros, independentemente das políticas de dividendos.
Ao avaliarmos as acções temos que saber se elas são ordinárias ou
83 preferenciais. 03-05-23
Avaliação das acções preferenciais
 Vp = Valor actual da acção preferencial
 Dp = Dividendo de uma acção preferencial
 Kp = Taxa de retorno requerida para um investimento em acções preferenciais

Dp
Vp =
Kp
 Esta fórmula é válida para o nr de anos não definido. Os pagamentos dos
dividendos são perpétuos (perpetuidade). Diz-se que são acções preferenciais
perpétuas.
 Exemplo: Seja uma acção preferencial perpétua pagando de dividendos 8,125
USD por ano. A taxa de retorno requerida é de 10%. Qual é o valor actual da
acção preferencial (valor da Vp).
Dp = 8,125 USD
Kp = 10%
Então o valor da acção em qualquer momento do tempo será:
Vp = 8,125/0,1
84 03-05-23
Vp = 81,25 USD
Taxa de retorno requerida de uma acção preferencial

Conhecido Vp e Dp podemos calcular a taxa de retorno


da seguinte forma:

Dp
Kp =
Vp

85 03-05-23
Valoração e taxas de retorno das acções ordinárias
 Definições dos termos básicos usados na avaliação das acções
ordinárias:
Dt = dividendo que o accionista espera receber no fim do ano t
Do = Dividendo mais recente já pago/o ultimo dividendo pago
D1 = Dividendo a ser pago no fim do corrente ano
D2 = Dividendo esperado no fim do segundo ano
Dn = dividendo esperado no fim de n-ésimo ano

p0 = preço actual do mercado duma acção


P1= preço esperado das acções no final do 1º ano
P2= preço esperado das acções no final do segundo ano
Pt= preço esperado das acções no ano t
86 03-05-23
Definições dos termos básicos usados na avaliação
das acções ordinárias (continuação)
 g = taxa esperada de crescimento dos dividendos. Se os dividendos são
esperados a crescer a uma taxa constante, então g também é igual a taxa
de crescimento esperada do preço da acção.
 Ks = taxa de retorno mínima aceitável, requerida ou exigida duma acção,
considerando seu risco e retornos disponíveis noutros investimentos.
D1

= rendibilidade ou rendimento esperado dos dividendos no próximo ano.


po

p1 - p0
= g → taxa de rendibilidade esperada ou rendimento
esperado dos ganhos de capital no ano1
p0
D1 p1 - p0
→ taxa de retorno total esperada dos
+ = Ks dividendos e dos ganhos de capital
p0 p0
87 03-05-23
Valoração das Acções Ordinárias
Cálculo do valor de uma acção (modelo geral)

D1 D2 D∞
VA= + +.....+
(1+Ks) 1
(1+Ks) 2
(1+Ks) ∞

∞  
Dt - Modelo generalizado de
VA=∑
(1+Ks)t valoração das acções
t=1  

88 03-05-23
Valoração das Acções Ordinárias (casos
especiais)

1. Os dividendos são os mesmos em cada


ano/dividendos constantes/dividendos com
crescimento nulo.
2. Dividendos com crescimento normal ou
constante.
3. Dividendos com crescimento anormal.
.

89 03-05-23
1. Avaliação das acções com crescimento
nulo de dividendos
O crescimento nulo significa que os dividendos são
constantes durante o tempo todo, isto é, g=0.
D1 = D2 = D3 = …. = D∞
D
P0 =
Ks
Podemos também determinar a taxa de retorno esperada
como sendo:
D
Ks =
P0

90 03-05-23
2. Valor da acção com crescimento constante
ou normal dos dividendos

 É preciso primeiro determinar os dividendos.

g = Taxa constante de crescimento (esperada)


D1 = D0 + D0*g
D1 = D0*(1+g)
D2 = D1 + D1*g = D0*(1+g) + D0*(1+g)*g = D0*(1+g)2

Dt=D0(1+g)t

91 03-05-23
Taxa de retorno esperada com crescimento
constante de dividendos

D0(1+g) D1
p0 = = Ks -
Ks - g
Condição de validade: Ks > g.g Este modelo chama-se
Modelo de Gordon.

Taxa de retorno esperada com crescimento constante


de dividendos

D1
Ks = +g
92
p0 03-05-23
3. Avaliação das acções com crescimento anormal
dos lucros e dos dividendos
 Nesta hipótese de avaliação das acções, os dividendos verificam
duas etapas de crescimento; uma etapa anormal que se segue
depois por uma etapa normal. Aqui não há fórmulas novas para
determinar o valor das acções, daí que o mais importante é o
raciocínio.
 Para calcular o valor da acção com crescimento anormal dos lucros e
dos dividendos, tem que obedecer certos procedimentos:
1º - Calcular os dividendos dos períodos ou anos de crescimento
anormal. Significa isto que, se no 1º ano o crescimento é de 10%, no
2º ano é de 12% e no 3º ano, 20%, o crescimento não é constante.
Isto é: D1 = D0(1+10%)1
D2 = D1(1+12%) ou D2 = D0(1+10%)(1+12%)
D3 = D2(1+20%) ou D3 = D0(1+10%)(1+12%)(1+20%)
2º - Actualizar esses dividendos à taxa de retorno mínima necessária.
93 03-05-23
3. Avaliação das acções com crescimento anormal
dos lucros e dos dividendos (continuação)

3º - Calcular o preço da acção (p t) no final do


período de crescimento anormal ou no início
do período de crescimento normal.
4º - Actualizar o preço
5º - Somar tanto o valor dos dividendos
actualizados como o preço da acção
actualizado.

94 03-05-23
3. Avaliação das acções com crescimento anormal
dos lucros e dos dividendos (continuação)
Exemplo:
A Zeo Computadores está a atravessar um rápido
crescimento. Espera-se que os lucros e os dividendos
cresçam a uma taxa de 18% durante os próximos 2 anos,
a 15% no terceiro ano e depois a uma taxa constante de
6%. O último dividendo foi 1.150 Mt por acção, e a sua
taxa de retorno necessária é de 12%.

 Calcule o valor da acção hoje e demonstre os ganhos


totais, de dividendos e de capitais.

95 03-05-23
Obrigado

96

05/03/23

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