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FINANCEIRA AVANCADA
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CAPITULO 1: PLANEAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO
Conceitualização
Planeamento
Planeamento financeiro
Processo de planeamento e os diversos planos
1. Conceitualização
Gestão – processo que visa alcançar objectivos organizacionais de uma forma eficiente e
eficaz, através do planeamento, organização, direcção e controlo dos recursos
(materiais, financeiros, humanos, etc).
As funções de Gestão
Planear – consiste em definir o rumo da organização, ou seja, o que se pretende
atingir (missão e objectivos) e o que fazer para tal (estratégia).
Organizar – Consiste em decidir, face aos objectivos pretendidos, as funções que
devem ser desempenhadas por cada colaborador da organização e como se devem
relacionar, vertical e horizontalmente.
Dirigir – Consiste em actuar de forma a conseguir dos subordinados um
desempenho tal que permita atingir os objectivos da organização.
Controlar – consiste em verificar em que medida os objectivos estão a ser
atingidos. Se isso não acontecer dever-se-á procurar compreender a razão dos
desvios, e, eventualmente tomar medidas correctivas.
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1.1. Planeamento
Planeamento – é um processo desenvolvido para o alcance de uma situação
desejada de um modo mais eficiente e efectivo, com a melhor concentração de esforços e
recursos pela empresa.
Segundo Masakazu Hoji (2004:385) Planeamento consiste em estabelecer com
antecedência as acções a serem executadas dentro de cenários e condições pré-
estabelecidas, estimando os recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades,
para atingir os objectivos fixados.
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empresa, sob pena dos planos estabelecidos não serem aqueles que foram feitos pelo
responsável mais alto.
Os planos financeiros devem estar interligados aos planos de actividade da
empresa (de produção, de marketing, etc), porque o planeamento financeiro é a expressão
monetária daquilo que são as realizações de uma organização.
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1.3. O propósito do plano
É o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais
proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes
em função dos objectivos empresariais que facilitarão a tomada de decisões futuras de
maneira mais rápida, coerente e eficaz.
Assim, a prática sistemática do planeamento tende a reduzir a incerteza envolvida
no processo decisório e, consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de
alcance dos objectivos e desafios estabelecidos para a empresa.
A sua relação genérica aos níveis de decisão pode ser estabelecida na seguinte “Pirâmide
organizacional”:
Decisões Planeamento
estratégicas estratégico
a) Planeamento estratégico
Deve ser definido como um Decisões táticas Planeamento tático
processo gerencial que permite o
corpo gerente estabelecer um rumo a Decisões Planeamento
ser seguido pela empresa com vista operacionais operacional
a obter um nível de optimização na
relação da empresa com o seu
ambiente. Este tipo de planeamento é da responsabilidade dos níveis mais altos da
empresa e diz respeito tanto à formulação de objectivos quanto à selecção dos cursos
da acção a serem seguidos para a sua consecução, levando em conta as condições
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externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Os objectivos por ele
prosseguidos são a longo prazo.
O documento resultante deste tipo de planeamento tem o nome de plano
estratégico.
b) Planeamento tático
É também um processo gerencial com objectivo de optimizar determinada área de
resultado e não a empresa num todo. Trabalha com objectivos e desafios
estabelecidos no planeamento estratégico. O seu horizonte temporal é o curto prazo.
Este tipo de planeamento é desenvolvido a níveis organizacionais inferiores,
tendo como principal objectivo a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a
consecução de objectivos previamente estabelecidos, segundo uma estratégia pré-
determinada.
O documento resultante deste tipo de planeamento tem o nome de plano tático.
c) Planeamento operacional
É um processo de formalização, sobretudo através de documentos escritos, das
metodologias de desenvolvimento e implementação estabelecidas. São pois planos de
acção ou planos operacionais.
Cada um dos planeamentos operacionais deve conter com detalhe o seguinte:
Os recursos necessários para o seu desenvolvimento e implantação;
Os procedimentos básicos a serem adoptados;
Os produtos ou resultados finais esperados;
Os prazos estabelecidos;
Os responsáveis pela sua execução e implantação.
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Descriminação Planeamento estratégico (PE) Planeamento tático (PT)
Prazo Mais longo Mais curto
Amplitude Mais Ampla Mais restrita
Riscos Maiores Menores
Actividades Fins e meios Meios
Flexibilidade Menor Maior
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processo de tomada de decisões na empresa deve conter, ao mesmo tempo, as
componentes individuais e organizacionais, bem como a acção nestes dois níveis pode ser
orientada de tal forma que garanta certa confluência de interesses dos diversos factores
alocados no ambiente da empresa. O processo de planear envolve, portanto, um “modo de
pensar”; e um salutar modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem
questionamentos sobre o que será feito, como, quando, quanto, para quem, porquê, por
quem e onde será feito. O processo de planeamento financeiro pode ser ilustrado num
quadro, na óptica global. É sempre necessário, ao elaborar o planeamento, definir os
propósitos, objectivos e meios a alcançar.
Objectivos e metas da empresa
Demanda total de mercado Previsão de vendas de longo prazo Nossa participação de mercado
Demanda total de mercado Previsão de vendas de curto prazo Nossa participação de mercado
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Por sua vez, a previsão de vendas a longo prazo exige a determinação dos tipos e
quantidades de produtos que serão fabricados no presente e nos anos futuros do horizonte
do planeamento. Esta é a estratégia de “Produto mix”.
As previsões e orçamentos de curto prazo são formulados dentro das
características de um plano de longo prazo.
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3. Soma o activo e o passivo obtido pela execução do passo 2, anterior.
Haverá um desequilíbrio entre a soma do activo e a do passivo, a favor do
activo. A diferença serão as necessidades financeiras que poderão ser
financiadas pelos lucros retidos ou, então, pelas fontes externas (novas
emissões ou capitais alheios).
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1. Para cada conta do balanço ou de custo que se pretende analisar,
recolhem-se os valores verificados no passado com referência aos diversos
volumes de custos de saldos do balanço e as vendas médias no período.
2. Os valores recolhidos são apontados em tabelas em que, em relação a cada
nível de custo ou saldo se inscrevem o ano que se está a analisar e as
vendas respectivas.
3. Estas séries de valores assim recolhidos são depois apontadas num
diagrama cartesiano, onde na abcissa se indicam os diferentes volumes de
vendas.
4. Assinalam-se assim os pontos específicos para cada par de valores e,
através deles, traça-se uma recta de tendência, isto é a olho ou mediante o
método dos mínimos quadrados.
5. O ponto de cruzamento entre a perpendicular traçada a partir do ponto (na
abcissa) das vendas para o ano em análise e aquela linha ou recta traçada a
olho, constitui o valor do custo ou do iten do balanço em análise.
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Seja:
KT- Custo total
KF- Custo Fixo
KV- Custo variável
pv- preço de venda
Q*- quantidade de venda crítico
V*- Ponto crítico de venda em valor
CV – Custo de venda unitário
Q – quantidade
R = Q*pv-CF-Q*Cv
O ponto crítico pode sofrer mudanças (preço, cv, KF), se tal acontece antes de a empresa
atingir o seu ponto crítico, haverá deslocação do ponto crítico; dever-se-á determinar um
novo ponto crítico.
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CAPÍTULO 2: RENDIBILIDADE DA EMPRESA
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A correcta interpretação do quadro dos indicadores de rendibilidade merecem-nos as
seguintes observações:
As vendas incluem a prestação de serviços e são líquidas dos descontos
comerciais, devoluções dos clientes e impostos indirectos (IVA em especial);
Os outros custos abrangem os custos industriais não incorporados, os custos de
distribuição, os custos administrativos e os custos financeiros de funcionamento,
mas não incluem as amortizações e provisões de exploração;
As rubricas das diversas provisões referem-se aos respectivos (custos líquidos) do
exercício (provisões criadas no exercício, mas não utilizadas);
Os outros resultados (extra-exploração) são líquidos das amortizações e provisões
relacionadas com as actividades inorgânicas da empresa.
O imposto sobre o rendimento do exercício, engloba o valor estimado do imposto
que incide sobre os lucros da principal actividade da empresa, os impostos sobre
os rendimentos de capitais, as mais-valias e outros rendimentos;
Os resultados antes de CFF e depois de impostos sobre lucros apresentam uma
natureza normativa (pressuposto de que a empresa é exclusivamente financiada
por capitais próprios), devendo ser assim calculados:
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rendas e impostos directos), sendo de referir, a título de exemplo o seguinte indicador
designado por rácio da rendibilidade social da empresa (RS).
Aquele rácio representa o valor acrescentado líquido gerado por uma unidade de capital
investido e é susceptível do seguinte desdobramento:
RS = VAL/VL: ITL/VL
Também de uma forma sintética, tal como aconteceu com a rendibilidade social da
empresa, vejamos os principais indicadores da rendibilidade dos detentores do seu capital
(remunerações, ou valorização das participações financeiras dos titulares do capital
social).
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QUADRO DOS INDICADORES DE RENDIBILIDADE
Observacose:
* Integram, quando for caso disso, os custos do leasing das imobilizacoes
** Há autores que não consideram as provisões para depreciacao ou
desvalorizacao do capital circulante para o calculo daquele indicador.
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O valor de mercado da empresa obtém-se através da multiplicação do valor da cotação na
bolsa de valores pelo numero de acções emitidas pela sociedade (capitalização bolsista),
observe-se que o inverso do ultimo dos rácios referidos é designado por ROM (Return on
market value), o rácio preço lucro (RPL ou PER), é um importante indicador para as
empresas que possuam as suas acções cotadas na bolsa e recorram ao mercado de capitais
(emissão de novas acções de obrigação), este indicador será tanto mais elevado quanto
maior for o preço das acções e particularmente sensível a estabilidade económica e
financeira das empresas as oportunidades do seu crescimento, ao risco e aos próprios
métodos contabilísticos (relevação dos lucros) utilizados pelas sociedades. Merecem-nos
ainda algumas referências os dois seguintes indicadores:
(Resultado liquido / preço da acção) x 100 - Este indicador designa-se por taxa de
rendimento da aplicação (investimento).
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1.1.3.1. O Meios Libertos Brutos (MLB)
Os MLB de exploração anuais representam os excedentes financeiros brutos gerados pela
exploração da empresa e que, portanto não são absorvidos pela cobertura dos custos totais
de exploração, incluindo os custos financeiros de financiamento. Tem pois, uma origem
exclusivamente económica pois dependem unicamente do nível dos custos e dos
proveitos de exploração (são determinados através da dedução dos proveitos, dos custos
de exploração desembolsáveis, custos operacionais totais, deduzidos das amortizações e
provisões de exploração) e da eficiência da gestão económica da empresa nos diversos
estágios do seu ciclo de exploração e nos vários níveis hierárquicos, sobretudo nos de
natureza operacional. Eles se calculam de modo seguinte:
MLB = RE + PR +AR
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MLB = RAJIAR = AR + CFF +IRC +RL
Assim a sua relação com as vendas líquidas (mostrando que quanto maior o rácio maior
são os excedentes financeiros obtidos com as vendas).
Estes resultam dos MLB de exploração anuais e são afectados pelas políticas de
amortização e reintegrações do imobilizado de exploração e de constituição das provisões
para a cobertura dos diversos riscos associados a sua actividade operacional.
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Custos financeiros de funcionamento: Alem dos descontos financeiros
concedidos, há que maximizar os descontos financeiros obtidos e minimizar os
custos resultantes do desconto das letras a receber.
O seu comportamento é verificado pelo seguinte rácio de rendibilidade (vulgo
rendibilidade de vendas) e cuja maximização é importante para a empresa.
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politica financeira (CFF), além do enquadramento fiscal da empresa (nível da taxa de
imposto sobre lucros) e da actuação de outros factores (nível dos resultados extra
exploração).
Os MLL constituem um contributo positivo para a tesouraria global da empresa, ou seja,
representam o mais significativo dos seus recursos financeiros anuais (meios líquidos)
destinados a diversas finalidades:
Remuneração dos capitais próprios;
Simples consolidação da situação financeira;
Reembolso dos débitos de financiamento;
Financiamento dos investimentos em capital fixo (ciclo das operações de
investimento)
Para ver a parcela relativa das vendas líquidas que gera excedentes líquidos adopta-se o
seguinte rácio:
(MLL / Vendas liquidas) x 100
Os MLLR ou auto financiamento anual são composto pelos MLL anuais deduzidos dos
resultados (preferenciais ou comuns) distribuídos aos sócios (accionistas), trabalhadores e
órgãos sociais (RD – Lucros distribuídos).
O auto financiamento anual resulta da influência de seguintes factores:
Económicos (os mesmos que afectam os MLB)
Financeiros e de natureza fiscal (os que se reflectem nos MLL)
Legais (obrigatoriedade da constituição da reserva legal)
Pacto social da própria empresa (constituição de reservas estatutárias)
Da politica de distribuição de dividendos.
Os MLLR tem o mesmo significado do ponto de vista da tesouraria da empresa que os
MLLT, apenas com a diferença de que a remuneração dos capitais próprios (lucros
distribuídos – RD) já se encontra coberta.
Para visualização dos conceitos de MLB, consideremos esta relação (no pressuposto de
inexistência dos resultados extra exploração).
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{MLB – (CFF + IRC) = MLL} – RD = MLLR = RLR + AR + PR
Onde:
RLR – Resultados líquidos retidos = RL – RD
A rendibilidade dos capitais próprios da empresa (RCP), também designada por return on
equit (ROE), expressa-se pela seguinte relação:
Onde a primeira razão (RL/AT) é conhecida por rendibilidade liquido de activo ou return
on investiment (ROI) e define as relações entre um indicador de rendibilidade global e o
conjunto de meios que contribuíram para a sua formação.
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solvabilidade total (ST) = CP/Divida, ora a rendibilidade global da empresa é
particularmente afectada pela sua rendibilidade de exploração.
3. A rendibilidade da exploração
3.1. O conceito e os limites da teoria do CVR
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CONTA DE EXPLORAÇÃO E RESULTADOS
Contos %
1-Vendas líquidas x 100
2 -Custos variáveis x x
3 -Margem Bruta (1-2) x x
4 -Custos Fixos Totais x x
5 -Resultados de Exploração (RE) (3-4) x x
6 -Custos financeiros de financiamento (CFF) x x
7 -Resultados antes de impostos s/lucros (RAI)(5-6) x x
8 -Imposto s/rendimento (ISRE) x x
9-Resultados Líquidos (RL) (7-8) x x
Sejam:
CT-Custos Totais
CF -Custos Fixos Totais
CV -Custos Variáveis Totais
MT -Margem Total das Vendas Líquidas (excesso das vendas em relação a CV)
Q -Unidades produzidas e vendidas (nível de actividade)
CVu-Custo variável unitário (CV)/Q
VL-Valor das Vendas líquidas totais anuais (receitas anuais)
P -Preço de venda unitário
RE -Resultados de Exploração Anuais
CT = Cvu . Q + CF
como VL= P.Q, temos
MT = (P -Cvu) .Q …………1) e portanto:
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RE = MT -CF ……………..2)
Se designarmos por q o coeficiente de não absorção do preço de venda unitário
pelo custo variável unitário, i.e., se:
α= 1.00 –Cvu/p ………… 3)
resultará das expressões 1) e 3)
MT = α .VL..………………….4)
Exemplos
Q = 12000 UNIDADES
P = 10000 USD
CV = 6000 USD
CF = 30000 cts
IMPOSTO = 40%
Os custos totais (CT) serão: 6.0x12000+30000 = 102.000 cts
A margem total das vendas líquidas sobre os custos variáveis totais (MT) será:
MT = (10 – 6)X12.000 = 48000 cts
Os resultados de exploração (RE) serão: RE = 48.000 – 30000 = 18.000cts
A conta de exploração e resultados da empresa A para o ano X apresenta-se a seguir:
Descrição CTS %
Vendas líquidas 120.000 100
Custos variáveis totais 72000 60
Margem total (1-2) 48000 40
Custos fixos 30000 25
Resultados de exploração (3-4) 18000 15
Imposto sobre rendimento (40%) 7200 ------
Resultados líquidos 10800 ------
Como se pode verificar o coeficiente de não absorção do preço de venda unitário pelo
custo variável unitário (α) = 1 – (6/10) = 0.4
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Depois deste pequeno exemplo, passemos a inventariação e critica dos pressupostos mais
importantes da teoria CVR:
É sempre possível classificar os custos da empresa em fixos e variáveis.
Os custos fixos mantêm-se rigorosamente estáveis ao longo do tempo
independentemente do nível de actividade;
Os custos variáveis são rigorosamente proporcionais em relação ao nível de
actividade
A gama de produção da empresa reduz-se num só produto ou a diversos produtos
que, no entanto, variam em proporções exactamente constantes em relação ao
nível de actividade
O preço de venda unitário é estável ao longo do tempo
A fabricação de produtos acabados identifica-se com o volume físico das vendas
ou seja não há lugar a formação de stocks de produtos acabados e em via de
fabrico.
Os pressupostos acima citados, merecem as seguintes observações:
A possibilidade de classificação dos custos em fixos e variáveis nem sempre é
realista devido a existência de custos semi-fixos ou semi-variáveis acresce que os
custos podem variar em função de outros factores internos que não apenas o nível
de actividade da empresa, ou, inclusivamente, de natureza externa.
Como sabemos os custos fixos (custos de estrutura) mantêm-se estáveis apenas
durante um certo período de tempo e dentro de uma determinada zona de variação
do nível da actividade da empresa ou seja, o seu andamento processa-se em
escada.
O custo variável unitário não e uma função linear do nível de actividade. Mas sim
uma função curvilínea devido a lei dos rendimentos crescentes e decrescentes.
Que justamente afecta o andamento do custo variável unitário, correspondendo-
lhe a famosa curva (U); desta forma e como se encontra subjacente a teoria do
CVR, será pouco rigoroso considerar-se o custo variável unitário
permanentemente constante, não existindo, por outro lado, uma relação rígida
entre a natureza de um custo e o seu grau de variabilidade.
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A gama de produção da empresa raramente abrange um único produto ou diversos
produtos, cujas variações ocorram sempre em proporções constantes; no entanto,
observe-se que será possível ultrapassar esta limitação da teoria do CVR através
da aplicação de modelos matemáticos sofisticados, como, por exemplo, a
programação linear.
O comportamento real do preço de venda unitário geralmente não aponta para a
sua constância temporal, revestindo a forma de uma curva côncava, como é
sabido.
Finalmente, e relativamente ao último dos pressupostos da teoria CVR, cabe-nos
referir que a invariância dos stocks de produtos acabados e em vias de fabrico é
pouco realista, particularmente quando o nível de actividade da empresa se
encontra numa fase de crescimento ou regista sensíveis flutuações sazonais.
Grau económico de alavanca (GEA) – Pode ser avaliado para uma determinada
estrutura da empresa, através da relação entre a margem total das vendas líquidas sobre
os custos variáveis totais (MTo) e os respectivos resultados de exploração, isto é:
GEA = MTo/REo
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REo – Resultado de exploração
O grau económico de alavanca (GEA), desde que ocorram todos os pressupostos da teoria
do CVR e se manifeste o efeito económico de alavanca (existência de custos fixos) é
sempre constante e superior a unidade; contudo e na e medida em que se proceder a
alterações (aumentos) dos custos de estrutura, o grau económico de alavanca elevar-se-á,
podendo atingir o seu ponto máximo (∞), quando os resultados de exploração se
aproximarem do valor zero (ponto morto económico).
O conceito de efeito e grau de económico de alavanca tem um enorme interesse para
análise do risco e viabilidade económica da empresa. Realmente e para uma primeira
abordagem os resultados de exploração revelam uma forte sensibilidade as variações da
margem total das vendas liquidas sobre os custos variáveis totais.
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Q0 = CF/(P – CVu) - Em quantidade
V0 = CF/(1 – CVu/P) – Em valor
Outro conceito que permite avaliar o risco económico, é o conceito de Valor esperado
dos resultados de exploração anuais – E(RE), tendo em conta os seguintes
pressupostos da teoria CVR: Manutenção temporal do P e dos KF.
O desvio padrão da margem total das vendas sobre os custos variáveis totais (σMT) será
assim determinado, onde σQ se identifica como desvio-padrão das vendas físicas
ocorrido em determinado período de tempo.
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4. A rendibilidade dos capitais próprios
KE = KN + KX + KI
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As relações entre as variações percentuais dos RL e as variações percentuais dos RE
(ΔRL/RLo : ΔRE/REo) são, para uma determinada estrutura empresarial e para
diferentes níveis de actividade, designado por Grau Financeiro de Alavanca (GFA), que
pode ser assim determinado:
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ET – Exigível Total
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O efeito financeiro de alavanca manifesta-se sempre que ocorram CFF e impostos sobre
lucros, podendo actuar num ou noutro sentido (positivo ou negativo).
O efeito financeiro de alavanca possibilita-nos analisar a capacidade da empresa para,
através do recurso ao crédito, maximizar os resultados líquidos e a rendibilidade dos
capitais próprios, e a sua importância justifica plenamente que voltemos a abordar agora.
O risco financeiro pode ser definido em duas perspectivas, mas interdependentes a saber:
1. Perspectiva económica
2. Perspectiva financeira
1. Perspectiva económica
2. Perspectiva financeira
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Na óptica estrutural, o risco financeiro reporta-se a probabilidade da solvabilidade total
(ST = CP/Exigível Total) atingir níveis que sejam considerados, pelos accionistas
(sócios) ou pelos credores da empresa, como inadequados;
Nesta acepção, o risco financeiro encontra-se ligado a correcta estruturação dos capitais
permanentes adequados.
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Os GEA e GFA encontram-se, portanto, inter-relacionados e, o conceito de grau
combinado de alavanca (GCAo) mostra-nos essa interdependência.
Para uma determinada estrutura de capital, o GCA obtém-se pela razão entre a margem
total de vendas sobre os custos variáveis totais e RAI:
6. A rendibilidade e a tesouraria
6.1.O auto-financiamento
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O auto-financiamento acumulado é o somatório das amortizações, reintegrações e
provisões acumuladas, das reservas e dos resultados líquidos transitados de exercícios
anteriores e do respectivo exercício.
Assim, devemos lembrar aqui que os factores determinantes do nível dos RL são:
RE = VL – CT de exploração
RL = RAI – PISL
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5. Factores de política empresarial, influenciam nos RLR (resultados líquidos
retidos), através dos RD (resultados distribuídos).
RLR = RL – RD
A liquidez (grau de liquidez) assim de um elemento activo consiste na sua aptidão para
se converter a curto prazo em meios monetários (disponibilidades).
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Política de formação de stocks
Política de obtenção de crédito
Política de investimentos em capital fixo
Política de financiamento dos investimentos em capital fixo
Política de distribuição de lucros
Como já foi estudado e concluído nas lições de gestão financeira I, o balanço tradicional
tem natureza estática e jurídico-contabilística tal que não é completamente corrigido pelo
mapa de origens e aplicações de fundos (óptica contabilística).
É assim que surge o mapa de fluxos financeiros que tem natureza essencialmente
financeira.
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3. Os recebimentos extra-exploração integram todas as receitas extra-exploração
(líquidas de eventuais variações de crédito concedido) e outros recebimentos
resultantes do ciclo das operações financeiras – Ex: empréstimos bancários
obtidos.
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MAPA DE FLUXOS FINANCEIROS
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A rendibilidade de exploração (RE)
A política de formação de stocks
A política de obtenção de crédito
A política de investimentos em capital fixo (óptica financeira)
A política global de financiamento
A política de distribuição de lucros
Importa referir ainda que, o ponto mais alto da sua importância está na clara separação
das operações que afectam a tesouraria extra-exploração, como mais tarde veremos:
Resulta de:
1. Actividades inorgânicas e;
2. Situação financeira (CFF) – ligado ao financiamento do activo fixo
3. Fiscalidade (IRPC)
4. Políticas de dividendos
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5. Outros fluxos financeiros associados aos ciclos das operações financeiras e de
investimentos.
Ou seja
TG = TEn + TEEn
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Logo, podemos concluir que a variação do saldo do disponível em dois anos consecutivos
é igual a tesouraria global do último ano da comparação.
7. Conceito de viabilidade financeira
8. A rendibilidade e a inflação
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CAPITULO 3: A PREVISAO FINANCEIRA
O ciclo de cash flow corresponde ao período de tempo que vai do ponto em que a
empresa faz um desembolso para adquirir matéria-prima, até ao ponto de recepção do
dinheiro resultante da venda do produto acabado fabricado com aquela matéria-prima.
Intimamente ligado a este conceito existe o de giro (rotação) de caixa.
Giro de caixa - é o número de vezes por ano que a caixa da empresa efectivamente se
reveza.
Por outro lado, podemos ainda dizer que, o conceito de ciclo de cash-flow procura
demonstrar as implicações das estratégias de administração de cash flow (de caixa)
dentro da empresa.
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REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CICLO DE CASH FLOW
Regra de Gestão: Quanto maior for a rotação de caixa, menor é o valor de caixa
requerido (lembre-se que caixa aqui refere-se `a meios circulantes líquidos, isto é,
facilmente convertíveis em dinheiro).
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Porém, deve-se chamar atenção para que este critério não seja adoptado cegamente, sob
pena de se ficar sem caixa.
Esta chamada de atenção suscita a seguinte questão: “Qual deve ser, então, o montante de
caixa mínimo?”
GC = Giro de Caixa
DAT = Desembolsos Anuais Totais
SMC = Saldo Médio de Caixa
CM = Caixa Mínimo
Onde
Se a empresa iniciar o ano com um certo valor de CM (ou SMC) deve ter dinheiro
suficiente para pagar as suas contas no vencimento (pois nesta assunção as compras,
produção e vendas da empresa ocorrem a uma taxa constante durante o ano) sem precisar
de tomar em empréstimo, quaisquer fundos adicionais nessas circunstâncias.
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Pela manutenção de caixa mínimo incorre-se num custo de oportunidade, cujo montante
em valor se pode determinar:
CCM = CM* K
Onde:
CCM – Custo de Caixa Mínimo
CM – Caixa Mínimo
K – Custo de oportunidade anual para manter um caixa mínimo
Conforme visto anteriormente, este objectivo pode ser atingido com a aplicação das
diferentes estratégias de administração de caixa:
Como qualquer outra estratégia de gestão de caixa, esta também permite a redução
das necessidades de caixa.
Ela consiste em aumentar o período de pagamento (X1 – no gráfico anterior) o que
vai resultar na diminuição do ciclo de caixa; mantendo todo o resto constante (X2 +
X3 – X1< X2 +X3 –X1 anterior).
Deve-se notar que nem sempre esses retardamentos são bem correspondidos pelos
fornecedores o que, leva a que as empresas tenham muitas restrições em retardar os
pagamentos.
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Os fornecedores são dependentes dos seus clientes para realizar vendas maiores
ou adequadas.
Os fornecedores reconhecem que a empresa (seu cliente) e nova e, em
crescimento, e que se deve ajuda-la a crescer para ela conseguir maiores vendas
futuras.
A minimização da caixa necessária na base desta estratégia pode ser conseguida numa
das formas seguintes:
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c) Aceleração do processo de recebimento
Padrões de crédito são créditos da empresa usadas para determinar a quem se deve
conceder credito.
Porem, a empresa ao tomar estas medidas deve ter em atenção as consequências nas
vendas e lucros resultantes da tomada de cada uma das medidas ou todas em conjunto.
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caixa operacional, vimos e concluímos que cada uma delas favorece a gestão de caixa
(i.e, rotação = giro de caixa).
Porém, as necessidades de caixa operacional da empresa terão uma redução mais
significativa se se combinarem as diferentes estratégias de administração de caixa. Essa é,
deve ser, a preocupação de qualquer empresa, tendo em conta os cuidados já referidos
para cada uma das estratégias, isto é:
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2.1.1. Características das necessidades financeiras
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Os valores dos diversos stocks normais, i e, os geralmente exigidos para o regular
funcionamento da empresa (aprovisionamento, produção e comercialização dos
produtos acabados).
As necessidades financeiras de exploração normais podem não ter uma tradução efectiva
no capital circulante permanente de exploração ideal, pois é essencial a consideração das
condições concretas de organização e gestão da empresa.
2.1.1.2. De extra-exploração
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Tal como as necessidades financeiras, os recursos financeiros também resultam do ciclo
de exploração ou ciclo das operações financeiras.
Eles podem ser:
1. De exploração
2. De extra-exploração
Os que não acarretam, por definição, custos explícitos, embora possam dar origem a
determinados custos implícitos (perda de um desconto de pronto pagamento como
consequência de retardamento dos pagamentos, optando por prazos mais longos).
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Os créditos obtidos dos fornecedores correntes (créditos titulados) com prazos
pré-negociados ou tradicionais.
O crédito normal obtido dos trabalhadores da empresa
Os créditos obtidos do sector público Estatal que resulte de situações litigiosas ou
de mora.
Os adiantamentos normais (contratuais) dos clientes, i e, não forçados pela
empresa.
Resultam por via de regra da dilatação dos prazos de pagamento aos fornecedores
correntes, aos trabalhadores, ao sector público e aos organismos Estatais e, geralmente
originam pesados custos financeiros explícitos.
Não são provenientes do ciclo de exploração, mas sim do ciclo das operações financeiras,
como por exemplo:
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CAPÍTULO 4: ORÇAMENTO DE CAPITAL (ANÁLISE DE INVESTIMENTOS)
É também definido como a previsão de receitas e despesas que terão lugar num
determinado período de tempo em relação aos activos fixos de exploração de uma
empresa.
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3.3. Projectos de inovação para introdução de novos produtos ou
mercados (novos)
Tem por objectivo a redução de custos de funcionamento, a produção de novos
produtos ou atingir novos mercados, ou aperfeiçoar os existentes. Implica
modificação nas linhas de fabricação e, consequentemente, estudos de mercado e
de rentabilidade.
3.4. Projectos de segurança ou de protecção do ambiente.
Destinam-se a cumprir ordens governamentais, acordos gerais de trabalho,
garantindo a segurança dos trabalhadores e da restante população circundante.
São exemplos:
Projectos para investimentos destinados a destruição de produtos tóxicos,
poluição do meio ambiente, etc.
A decisão de investir depende do seu tamanho e não de garantia de retornos
positivos directos.
4.1. Independentes
Quando a aceitação ou rejeição de um projecto não é influenciável pela
aceitação ou rejeição de outro ou outros projectos.
4.3. Dependentes
Quando a aceitação de um projecto depende da aceitação de outro ou outros
projectos (há complementaridade).
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I. A detecção das oportunidades de investimento
A realização de novos investimentos em AF deve resultar dos objectivos e
estratégias da empresa e da existência de um processo de gestão participativa e,
consequentemente, aberta e motivadora.
Assim, o normativo dos investimentos da empresa deve claramente prever a
possibilidade e os gestores, posicionados nos graus hierárquicos inferiores,
efectuarem propostas para a realização de novos investimentos, dado que o
comum é os gestores que se situam nos níveis hierárquicos superiores são quem
faz propostas de investimentos.
58
Do tipo de investimento a fazer e do montante total das despesas em activos fixos
e do fundo de maneio necessário depende a extensão e a profundidade dos estudos
a realizar sobre os novos investimentos.
Porém os parâmetros essenciais à elaboração dos estudos dos investimentos são,
regra geral, os seguintes:
6.2. A tecnologia
Consiste na ponderação de toda a tecnologia alternativa existente, de modo a
escolher a adequada; tendo em conta a dimensão e a localização do investimento.
A tecnologia a utilizar determina o montante total, da despesa de investimento e,
consequentemente, a rendibilidade do projecto.
59
6.3.1. Dimensão teórica do projecto
É a sua capacidade física anual de produção normal, durante um certo
período de tempo e a um determinado ritmo diário, que geralmente é
para as actividades industriais de laboração não contínua, é
quantificada em 225 d/ano ao ritmo de 8 h/dia.
Regra de Stigler
É uma regra que permite criticar a dimensão de projectos de
investimentos, embora seja uma regra empírica (pois não considera
importantes diferenças entre as empresas do mesmo sector de
actividade) que permite aproximar à realidade.
60
verificada a contribuição de cada escalão para a produção sectorial
total: Considerar-se-á que a dimensão de cada escalão se aproxima da
sua ineficiência, na medida em que a sua contribuição para a produção
global do sector for mais diminuta.
6.4. A localização
É óptima a localização de um projecto que permite minimizar os custos de
exploração (numa óptica empresarial) ou de maximizar o diferencial Benefícios-
Custos (numa óptica social).
O risco de um projecto dos fluxos de caixa de um projecto pode ser estimado. Para isto o
gestor necessita de informação sobre a distribuição de probabilidades dos fluxos de caixa.
61
São a totalidade de gastos com: Estudos, decisão, preparação da implementação,
período de gestão, arranque, ritmo de cruzeiro e termo da vida útil; inclui também
a aquisição de activos fixos e do fundo de maneio de exploração ou A.
Circulante).
Onde:
i. A preparação da implementação dos investimentos
Consiste essencialmente em definir as equipas e os responsáveis, e em
estabelecer adequados mecanismos de controlo: a este ponto, na prática, é
igual à gestão do projecto.
62
A inflação é obrigatoriamente contemplada, pelo menos até ao
arranque do projecto.
Os custos e os proveitos dos novos investimentos em AF não são
influenciados durante toda a sua vida útil pela eventual actução da
inflação ou da desvalorização da moeda.
Onde:
I0 = Investimento inicial
n = Vida útil do projecto
Ri = fluxos gerados pelo projecto
Onde:
K = custo de capital
I0 = Investimento inicial
n = Vida útil do projecto
Ri = fluxos gerados pelo projecto
Procedimentos de cálculo
Calcular os valores acumulados dos cash-flow do projecto
mediante a soma ao longo dos anos
Identificar o ano em que ocorre a mudança do sinal, de negativo
para positivo.
Adicionar o quociente entre o último valor negativo e o valor do
ano imediatamente a seguir, ao número de períodos em que a soma
63
dos fluxos de caixa permaneceu negativo devido ao sinal negativo
do investimento inicial (e subsequentes se existirem).
PB
Ex: __0____1_____2__.__3____
CF -100 40 40 40
CFAC -100 -60 -20 20
0
Y tem um PB (PRI) = 2 anos, enquanto Z tem PB = 3 anos, ora pelo PB, escolhe-
se o Y, porém considerando os FC posteriores Z gera maiores excedentes (700
Mt) que Y (120 Mt).
64
óptimo critério de decisão por ser difícil ou impossível
prever ou medir riscos (inflação e instabilidade dos
governos).
2. Por considerar FC em vez de lucros contábeis (note que
só os FC pagarão as contas da empresa) torna-se uma
melhor medida que o uso da taxa média de retornos.
3. O PB é uma medida de risco, logo é sempre
aconselhável utilizá-lo pelo menos como suplemento
das outras medidas de decisão (VAL ou TIR).
4. Se o cálculo do Pay-Back, considerar o valor do
dinheiro no tempo pode ser preferível à taxa média de
retorno.
Interpretação do Pay-Back
Risco
Quanto menor for o PB, menor é o risco do projecto, pois a incerteza de
ocorrência futura de fenómenos económicos danosos torna-se reduzida e, por
conseguinte, reduz a preocupação de não recuperar pelo menos o valor investido
no projecto.
n
t
VAL = ∑ [ Ri / (1 + K*) ] - I0
i=1
A utilizar sempre em fluxos de caixa mistos
65
Uso de calculadoras financeiras
VAL = 0;
n
∑ [ Ri / (1 + K*)t] - I0 = 0
i=1
n
∑ [ Ri / (1 + K*)t] = I0
i=1
onde K* = TIR
66
Método gráfico
Método gráfico ou simular
n
IRP = ∑ Ri / I0
i=1
Com a taxa de actualização
n
t
IRP = ∑ [Ri /(1 + K) ] / I0
i=1
O IRP mostra a rendibilidade do projecto por cada dólar investido
b) Se IRP = 1, Indeterminado
67
2. Pode haver conflito entre o VAL e a TIR, como critérios de decisão de
investimentos entre projectos alternativos (mutuamente exclusivos).
VAL
Proj A
Proj B
Zona de conflito
K
Ki KA KB TIR B
TIR A
Eventuais conflitos devem ser resolvidos, usando como critério de resolução o
VAL
i Ri
0 -1.600
1 +10.000
2 -10.000
68
TIR 1 = 25% e TIR 2 = 400%
VAL
0 K
25% 400%
-1600
Observações
1. Normalmente o VAL é uma função decrescente da taxa de
actualização.
Exemplo:
i Tempo
n
t
VAL = 0 = ∑ [ Ri / (1 + K*) ] - I0
i=1
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É um polinómio de grau n, admitindo, portanto n raízes. Porém, em
condições normais, n-1 raízes são negativas ou imaginárias, enquanto que
apenas uma é real e positiva.
Por isso se diz, nestes casos, que existe, apenas, uma única TIR.
Exemplo:
70
No exemplo gráfico a seguir apresentado, a existência ou não de conflito entre o
VAL e a TIR como critérios de decisão dependerá da posição relativa do custo de
capital, em comparação com a taxa de indiferença (Ki).
Só para as taxas de custo de capital superiores a Ki, é que não existiria qualquer
conflito.
Exemplo gráfico:
VAL
Zina de conflito
K
Ki TIR A TIR B
Exemplo
71
Ki Taxa de 3
Projecto Custo reinvestimen VF = ∑Ri (1 + K)i-4 VA = VF/(1+i)3
i=1 i=2 i=3
to 1
A 10.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 6,00% 15.918,00 13.365,00
10,00% 16.550,00 13.896,00
18,30% 17.912,00 15.040,00
20,00% 18.200,00 15.281,00
23,40% 18.784,00 15.771,00
B 10.000,00 0,00 0,00 16.550,00 6,00% 16.550,00 13.896,00
10,00% 16.550,00 13.896,00
18,30% 16.550,00 13.896,00
20,00% 16.550,00 13.896,00
23,40% 16.550,00 13.896,00
Para k = 6%
VAL A = 13.365 – 10.000 = 3.365
VAL B = 13.896 – 10.000 = 3.896
3
t
5000 * ∑ [ 1 / (1 + K*) ] -10.000 = 0
i=1
72
CONCLUSÃO
Por todas as razões apontadas e, ainda, pelo facto de só o VAL atender ao efeito
do custo de capital, o critério do VAL é o mais indicado para a decisão do
projecto de investimento.
No entanto alguns gestores afirmam que a TIR é mais fácil visualizar e interpretar
que o VAL.
73
VAL = VLFt / (1+k)t
Pela tabela podemos ver que o momento óptimo para o corte de madeira é
o ano 4, pois aí maximiza o valor. E até o ano 4, o VFL aumenta mais de
10%. Depois do ano 4 o ganho em valor absoluto é positivo, mas menor
que o custo de capital.
74
do primeiro corte de árvores. O valor do terreno limpo inclui o
valor actual de todos os cortes subsequentes.
A segunda solução é de longe a mais simples, se conseguir prever o valor
do terreno limpo de árvores.
Exemplo:
Suponha que tem de escolher entre duas máquinas, A e B.
As duas máquinas têm uma concepção diferente, mas tem capacidades
idênticas e executam exactamente a mesma função.
A máquina A custa 15.000 cts e tem uma duração de 3 anos. O seu
funcionamento custa 4000 cts/ano.
A máquina B é um modelo “económico” que custa apenas 10.000
cts, mas só dura 2 anos e o seu funcionamento custa 6.000 cts/ano.
Estes são fluxos de tesouraria reais: os custos são previstos em cts
de poder de compra constantes.
Assim, uma máquina com VA total (custos) de 21.000 cts distribuídos por
3 anos (0 a 2) não é necessariamente melhor do que uma máquina
competitiva com VA (custos) de 25.690 cts distribuídos por 4 anos (0 a 3).
75
Ao mesmo tempo que nos certificamos que as vendas resultantes igualam
à esse VA total (custo).
VA da anuidade = PMT*PviFAk,n
Este método, que não pode ser abrangente por tão simples que, pressupõe
que determinada máquina será substituída por outra igual – que nenhuma
máquina mais barata surgirá nos anos 2 e 3. Se esta surgisse, então a
escolha entre as máquinas A e B no ano zero, teria que ter em conta a
outra máquina porque a escolhida deve ser substituída.
76
No ponto 12.2, consideramos que o tempo de vida de cada máquina é fixo.
Porém, na prática a substituição de equipamento depende mais dos
aspectos económicos do que a sua usura física.
Exemplo:
77
Exemplo: Considere que o presente valor residual é de 8.000 cts e que no
próximo ano será de 7.000 cts.
78
Exemplo:
Suponha que o custo de oportunidade do capital é de 10%, que a nossa
empresa dispõe de 10.000 cts na totalidade e que tem as seguintes
oportunidades:
Limitações do método
Quando é relacionado mais do que recurso, o método falha bastante.
Exemplo:
Suponhamos que o limite orçamental de 10.000 cts se aplica aos fluxos de
tesouraria em cada um dos anos 0 e 1 e que a nossa lista de projectos é
assim aplicada:
79
escolha de projectos. Daí que este método não se aplique quando os
projectos são mutuamente exclusivos, ou quando um projecto depende do
outro (dependentes).
80
CAPITULO 5 – DECISÕES FINANCEIRAS ESTRATÉGICAS
Capital social (ou autorizado) é o valor correspondente ao número máximo das acções
que pode ser emitido pela empresa (sociedade). Este número máximo consta nos estatutos
da sociedade e só poderá ser alterado com a autorização dos accionistas – corresponde no
balanço a conta capital social.
Acções emitidas em carteira (ou não em circulação) – corresponde as que não foram
subscritas ou então a empresa não adquiriu (próprias acções de capital), e as mantêm na
empresa para posterior revenda. Estas acções devem ser submetidas do capital social para
81
se obter o capital subscrito. Pois, as acções emitidas são relevadas no balanço ao seu
valor ao par.
Direitos colectivos
a) De alterar os estatutos com aprovação dos funcionários designados pelo estado
b) Adoptar e alterar o regimento interno
c) Eleger os directores da sociedade
d) Autorizar a venda de activos fixos
e) Realizar fusões
f) Modificar a quantidade de assoes ordinárias autorizadas
g) Emitir acções ordinárias, obrigações e outros títulos
h) De preferência geral relativamente a qualquer valor que a empresa queira colocar
em circulação.
82
a) Votar de acordo com o estabelecido pelos estatutos da empresa;
b) Vender suas acções, sua participação como proprietários e, desse modo transferir
a sua propriedade para outras empresas
c) Inspeccionar os livros da empresa (tudo em atenção que tal necessidade ou gozo
de direito não deva prejudicar andamento normal da empresa0
d) Reclamar os activos residuais da empresa no caso de dissolução, entretanto, os
possuidores de acções ordinárias são os últimos dos reclamantes aos activos da
sociedade
Divisão de renda
Numa empresa de propriedade individual os fundos utilizados são fornecidos apenas pelo
proprietário. Tendo este direito de 100% sobre a renda e o controle, e sobre a perda e a
responsabilidade. Tão logo o proprietário incorra em dívidas entretanto, assume contratos
que colocam limitações na sua liberdade total de controlar a empresa e de dividir a renda
da firma.
Numa sociedade limitada (quotas de outros), contudo esses direitos são divididos entre os
sócios, da empresa, de uma maneira previamente acordada. Na ausência de um acordo
formal e prévio, é feita uma divisão pela lei estadual (código comercial). Numa sociedade
anónima surgem aspectos mais significantes no que tange aos direitos dos proprietários.
83
Divisão de controlo
Os possuidores de acções ordinárias exercem o controle legal da empresa através do
direito de voto. Na prática, em muitas empresas os principais funcionários constituem a
maioria dos membros do conselho directivo ou administração. Sendo assim podendo este
conselho ser controlado pela gerência.
84
Não envolvem despesas fixas isto é se a empresa gera lucros, pode pagar
dividendos sobre as acções ordinárias, sem que haja qualquer obrigatoriedade
legal, enquanto que as obrigações pagam obrigatoriamente juros.
Não possuem datas de vencimento fixadas
Desde que elas forneçam garantia contra perdas aos credores a venda de acções
ordinárias aumenta o valor do credito da empresa
Podem ser periodicamente vendidas com facilidade do que podem ser obtidos os
capitais alheios.
Elas são muito procuradas por um certo grupo de investidores por duas razoes:
Carregam um alto retorno esperado em relação as acções preferenciais ou aos
empréstimos
Fornecem aos investidores uma melhor garantia contra a inflação do que as
acções preferenciais ou obrigações, já que representam a propriedade do
património.
Desvantagens
A venda de acções dá o direito de voto ou controle ao proprietário das acções
adquiridas, por esta razão entre outras um financiamento adicional de capital
próprio é evitado frequentemente por firmas novas e pequenas. Os gerentes
proprietários podem não desejar dividir o controle das suas companhias com
elementos de fora.
As acções ordinárias dão a um maior numera de proprietários o direito de
participar na renda
Os custos de subscrição e distribuição das acções ordinárias são usualmente
maiores do que os de subscrição e distribuição de acções preferenciais ou de
capital alheio pois os custos de investigação sobre investimentos em títulos de
capital próprio são maiores do que os de investigação da viabilidade de títulos de
empréstimos similares bem como as acções tem maior risco
Quanto menor for o capital alheio utilizado do que necessário na sua estrutura
óptima de capital maior será o custo médio ponderado de capital do que o
necessário
85
4.2. Do ponto de vista social.
São uma forma desejável de financiamento porque tornam as empresas um seguimento
principal da economia menos vulneráveis as consequências dos declínios das vendas e
lucros. Se as vendas e os lucros caem o financiamento de acções ordinárias não envolvem
custos fixos ou despesas fixas. O pagamento dos quais pode forçar a empresa a uma
reorganização ou mesmo falência. Por outro lado pode ter consequências sociais
desagradáveis ou menos desejáveis. Os preços das acções ordinárias caem em períodos
de recessão o que prova subida no custo eleva também o custo global do capital, o qual
por sua vez reduz o investimento agravando a recessão económica. Mas no período de
expansão os efeitos são inversos.
86
Algumas reservas podem representar a contrapartida de uma reavaliação do activo ou as
consequências de uma mais-valia de fusão. Os prémios de emissão incluem-se
igualmente nesta rubrica.
87
Cálculo de prémio de emissão
Suponhamos uma empresa com capital de 100000 cts constituído por acções de 1000 cts
cada e subscritas por igual número de accionistas. A empresa tem uma reserva de lucros
de 20.000 cts. Esta empresa decide aumentar o seu capital em 50% com uma emissão de
acções de valor nominal igual a das anteriores. Cada accionista só tem direito a uma
acção. Passando um (1) período económico a empresa não conseguiu aumentar os seus
lucros retidos e decide. Distribuir pelos accionistas o valor liquidado da empresa.
Onde:
CsA →Capital social anterior
∆cs→ Aumento do capital social
Ra→ Reserva anterior
PE→ Premio de emissão
N⁰ Aa → Numero de acções anteriores
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N⁰ An→ Numero de acções novas
1200 = (100.000+ 5000 + 20000 +PE) / (100 + 50) → PE = 10.000 cts
7. Diferenciação entre:
Premio de fusão – é a diferença entre avaliação da situação líquida da sociedade
A, incorporada na sociedade B, é o valor nominal global das acções da sociedade
B atribuídas aos accionistas da sociedade A como remuneração da sua entrega em
bens para realização do capital. Este prémio é lançado na situação líquida da
sociedade B, sociedade incorporante, deve ser considerado como uma reserva
integrante dos capitais próprios.
Premio de emissão de acções – é a diferença entre o preço de emissão de uma
acção e o seu valor nominal
Premio de emissão de obrigações – é a diferença entre o preço da obrigação e o
valor real exigido aos obrigacionistas quando da emissão. O valor total destas
diferenças figura no fim do activo no balanço, enquanto os custos plurianuais e
pode ser amortizado de forma mais menos rápida. Passivo e lançado o total do
montante do empréstimo. Em princípio, este prémio constitui um atractivo para o
investidor ou para o aforrador mas quando as taxas de remuneração são elevadas e
a procura de obrigações é grande, ele tende a desaparecer.
Prémio de reembolso de obrigações – é a diferença entre o preço real de
reembolso de uma obrigação e o valor nominal dessa mesma obrigação e o valor
nominal dessa mesma obrigação quando da respectiva emissão. Esta diferença é
lançada no activo do balanço na conta prémios de reembolso de obrigações e deve
ser rapidamente amortizada.
89
8.1. Instrumentos de Divida Tradicionais (ou clássicos)
Os empréstimos de sócios - correspondem aos suprimentos dos sócios em
virtude das dificuldades que nos últimos anos tem existido na obtenção de credito
feito das instituições bancárias devido a politica de plafound de credito, os sócios
das empresas tem por vezes sido chamado a financiar a actividade e os
investimentos em curso e ou programas da sua empresa. Este financiamento pelos
sócios poderá dar ou não lugar a juros.
Os empréstimos bancários - são de médio longo prazo, normalmente 3 a 5 e a 7
anos destinam-se a financiar investimentos em curso ou no inicio. Na prática a
empresa deve negociar da melhor forma possível o prazo, o período de carência
de juros, de capital ou de ambas e a taxa de juro. Quando os projectos são de
alguma importância os empréstimos poderão ser sindicados sob a modalidade
“cristal”. Empréstimo cristal é um empréstimo sindicado que consiste na tomada
de fundos por períodos de 6 meses (com renovação automática), a grande
vantagem é que o contratante de empréstimo negoceia um mútuo de médio/longo
prazo, com taxas de juros de curto prazo que são 2 a 3 pontos percentuais mais
reduzidas que as taxas de juro de médio e longo prazo, para alem de poder
negociar as melhores condições junto das várias instituições bancárias. Ao utilizar
o empréstimo contratante tem a possibilidade de escolher as propostas que
apresentem as taxas de juro mais reduzidas.
Empréstimos bancários externos (euromercados) - o euromercado engloba
duas realidades distintas nomeadamente o mercado monetário e o mercado de
capitais. O mercado monetário emprestam-se e tomam-se fundos com maturidade
de 24 horas a 1 ano tendo como objectivo a resolução de situações de
desequilíbrio de tesouraria enquanto que o mercado de capitais divide-se primeiro
em mercado de euro – obrigações – mercado a longo prazo (5 a 20 anos), embora
a media oscila entre 7 a 10 anos, segundo mercado do euro – créditos – mercado
dos créditos internacionais a médio prazo, entre 2 a 12 anos.
Obrigações garantidas e obrigações não garantidas (Debentures)
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Obrigações garantidas (Sccured bonds) – quando a obrigação tem direito a uma
certa fracção de determinada propriedade da empresa emitente em caso de
falência da mesma e consequente impossibilidade de pagamento de juros e capital
em divida.
Obrigação não garantida (Debentures) – é um certificado indicando que uma
empresa tomou emprestado uma certa quantia e promete reembolsa-la numa data
futura, pagando o emitente aos possuidores da debentures um montante estipulado
de juros a intervalos especificados (geralmente em semestre).
Obrigações hipotecárias – são uma forma de obrigações com garantia. São pois,
títulos que tal como qualquer obrigação incorporam o direito de o seu titular
receber os juros de capital, mas que adicionalmente conferem um privilégio
creditório especial sobre os créditos hipotecários afectados a respectiva emissão,
com procedência sobre quaisquer outros credores para efeitos de reembolso do
capital e recebimento dos juros. Os créditos hipotecários são a créditos vencidos,
afectos a garantia de obrigações hipotecárias de que são sujeitos activos as
entidades emitentes que em Portugal por exemplo apenas podem ser instituições
de crédito ou para bancários.
Obrigações convertíveis – são aquelas que, por decisão do seu detentor podem
ser convertidos num número definido de acções da mesma empresa, desde que se
verifiquem certas condições durante um determinado período. O direito de
conversão não é cotado separadamente pelo que é incorporado na cotação da
obrigação. O direito de conversão das obrigações em acções mediante é um
determinado rácio – Rácio de conversão (conversion ration) isto é o numero de
acções a que cada obrigação da direito a converter – pode proporcionar ao
investidor um ganho significativo no caso de a cotação das acções subir mais do
que a cotação esperada na altura da emissão das obrigações. Por isso a taxa de
rendimento destas obrigações não se pode medir apenas pela taxa de cupão e pelo
regime de pagamento de juros uma vez que geralmente a componente mais
importante de rendimento destes títulos reside exactamente no rácio de
conversão isto é na possibilidade que as obrigações têm de se converterem em
acções e na evolução das cotações.
91
Por exemplo uma empresa emite obrigações ao valor nominal de 10000 MT, podendo
as mesmas serem transformadas em 4 acções a qualquer momento. Numero de acções
a que a obrigação da direito igual rácio conversão = 4 então se o detentor da
obrigação pretender ficar com 4 acções da empresa, na troca ele estará a perder um
titulo de 10000,00MT de valor nominal., logo cada uma dessas acções tem o valor de
2.500,00MT (10000/4), este é o chamado preço de conversão (conversion price).
RC = NOC/∆NA
92
Vantagens e Desvantagens das Obrigações Convertíveis
Para o emitente:
Vantagens
Dá a possibilidade de emissão de obrigações a uma taxa de juro mais
baixa do que conseguiria uma emissão tradicional
No momento da emissão tem encargos financeiros reduzidos
Pode obter um preço mais elevado para acções ao emitir obrigações que
podem ser transformadas no futuro em acções a um preço
significantemente acima da cotação actual
A emissão de convertibilidade não implica necessariamente uma queda
das cotações das acções existentes no momento, dados que não existe uma
diluição imediata das acções
Desvantagens
A inevitabilidade do efeito diluição do valor de cada acção e o
desaparecimento do efeito fiscal da redução dos encargos financeiros
(juros pagos pela obrigação), no momento da conversão.
Para o investidor
Vantagens
Se a empresa evoluir positivamente o valor da obrigação acompanhara
paralelamente essa tendência, de tal modo que, a partir de certo ponto esse
valor ultrapassara longamente o nível de uma obrigação tradicional mais
se assemelhando a uma acção
Se o futuro não for risonho para a empresa com os consequentes reflexos
na cotação das acções a convertível tem sempre um nível de sustentação
que é o valor da obrigação propriamente dita e que constitui um dos dois
limites inferiores do valor da convertível
Desvantagens
93
As emissões deste tipo são muitas vezes acompanhadas de uma opção de
reembolso antecipado por conta do emitente (call provision or call
trigger), nestas condições a empresa emitente pode decidir a amortização
da emissão antes da maturidade isto é quando lhe seja benéfico o que não
corresponde aos interesses do subscritor/ detentor.
94
Custo efectivo e Rendibilidade das Obrigações Convertíveis
95
96
97