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Roteiro da Unidade I
2. Rural e urbano pelas experiências originais
Experiências.
Cidades e campos seguem diminuindo a evidência de suas marcas distintivas...
Já faz anos que não os encontramos do modo fácil, divisável pelas paisagens...
No que diz respeito à realidade social estudada, campo e cidade, responda sobre as
facilidades do modo positivista de estudar.
a) As cidades são entidades ao mesmo tempo públicas e privadas, biológicas
e culturais, cujas bases históricas de sua morfologia não estão abertas aos
instrumentos metodológicos.
b) A vida no campo está lá, em suas formas tradicionais de produção e sociabilidade,
esperando para ser capturada pelos modelos e pelas teorias.
c) A cidade e o campo têm atividades comuns e distintas, que se interpenetram,
o que torna difícil sua apreensão total.
d) As diferenças atuais entre o rural e o urbano em muitas
regiões são de difícil identificação.
e) Não há mais campo reduzido às atividades agrárias.
Resposta
No que diz respeito à realidade social estudada, campo e cidade, responda sobre as
facilidades do modo positivista de estudar.
a) As cidades são entidades ao mesmo tempo públicas e privadas, biológicas
e culturais, cujas bases históricas de sua morfologia não estão abertas aos
instrumentos metodológicos.
b) A vida no campo está lá, em suas formas tradicionais de produção e sociabilidade,
esperando para ser capturada pelos modelos e pelas teorias.
c) A cidade e o campo têm atividades comuns e distintas, que se interpenetram,
o que torna difícil sua apreensão total.
d) As diferenças atuais entre o rural e o urbano em muitas
regiões são de difícil identificação.
e) Não há mais campo reduzido às atividades agrárias.
Sociologia Rural e Urbana
O CAMPO.
José Arthur Rios (1979): explanação das fases da sociologia nos EUA.
Maria Isaura Pereira de Queiroz, José de Souza Martins e Margarida Maria Moura:
camponeses e o rural etnográfico.
Além dos questionamentos básicos que são feitos sobre a existência desse camponês e se a
modernização expropriou ou expropria o camponês, Jollivet (1998) encaminha sua reflexão por
meio de três referências básicas:
Se antes rural e urbano apareciam de modo nítido, com seus conteúdos, limites e fronteiras,
tornaram-se objeto de disputas intermináveis já há algum tempo (a globalização do capital,
dos anos 1970 para cá, acentuou tais dificuldades classificatórias), passando a haver muita
controvérsia entre estudiosos e pesquisadores do fenômeno urbano, de historiadores a
geógrafos, politólogos, antropólogos e urbanistas.
Começaremos por aqueles que têm visão clara do objeto, passando para a
conturbada contemporaneidade.
Sociologia Rural e Urbana
A CIDADE.
A Escola de Chicago. Segundo Eufrásio (1995), o desenvolvimento da Sociologia nos
Estados Unidos pode ser dividido em cinco fases: surgimento, difusão, consolidação,
funcionalista e diversificação.
Robert Park coteja as formas físicas da cidade às condutas morais dos habitantes.
Seu trabalho é de grande interesse, apesar de esvaziar o valor
dos sentimentos e das emoções como motivadores das ações,
reconhecer tal dimensão inviabilizaria a reflexão e o
planejamento da ação racional (SILVA, p. 70).
Park desenvolve o conceito de regiões morais, conectadas a
regras e costumes, papéis e status quo...
Sociologia Rural e Urbana
QUARTOS DE
ALUGUEL
MÁ VIDA
II
ZONA DE
I III
TRANSIÇÃO
GHETTOS ZONA DE
DEUTSCHLAND CENTROS HABITAÇÕES
GHETTOS
OPERÁRIAS
CHINA
TOWN
BLACK BELT
ÁREA DOS LOCAIS
NOTURNOS V
BAIRROS ALTOS ZONA DOS TRABALHADORES
PENDULARES
ÁREA DOS
BUNGALOW
Fonte: adaptado de: DONNE,
M. D. Teorias sobre a cidade.
Lisboa: Edições 70, 1983.
Sociologia Rural e Urbana
Louis Wirth
Quanto aos nós das polêmicas relações urbano-rurais, sai do lugar comum de negá-las,
enfocando sua interpenetração.
Para Max Weber existem diferentes origens e formas assumidas pelas cidades. Essas
diferenças se articulam no decorrer da história do lugar e fazem com que a definição dessas
“instituições” agregue diferentes elementos. As cidades representam, quase sempre, tipos
mistos e que, portanto, não podem ser classificadas em cada caso senão tendo-se em conta
seus componentes predominantes (WEBER, apud SILVA, 2009, p. 60). Nesse caso, um dos
elementos que se destaca do conjunto para a apreciação da cidade é o econômico (SILVA,
2009, p. 60).
Sociologia Rural e Urbana
Movimento crítico
Complexidade assumida, mas não liquidada, posto que acabemos por amparar a análise nas
ciências ou saberes parcelares... Como superar, de fato, o perfil analítico que só sabe
fragmentar? Muitas construções teóricas se puseram à obra para resolver tal problema:
desde teoria crítica de Karl Marx (David Harvey, Henri Léfèbvre, Manuel Castells, Paul
Singer), a fenomenologia (Maurice Merleau-Ponty) e o niilismo nietzschiano.
O que é o campo e, por extensão, o rural e o agrário? E daí o que é então a cidade, o urbano?
Como as pessoas vivem nesse campo, o lugar da pergunta anterior? Podemos chamá-las de
camponesas? São trabalhadores rurais? São empregados? Podemos opô-las ao homem da
cidade, ao homem urbano?
Questões diretas e de simplicidade aparente. Valorizamos aqui a integração e não a
separação de categorias e conceitos que, de fato, encontram-se todos conectados.
Os conceitos fundamentais do tema são: sociedade,
comunidade, Estado, urbanização, organizações e espaço
rural, agrário; organizações e espaço urbano e da cidade.
Interatividade
Com a expressão vita ativa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor,
trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde
uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem
na Terra.
Estamos caminhando e entramos, agora, nos lugares com o objetivo de observar neles a
vida acontecendo; pessoas trabalhando, comendo, dormindo, circulando. Nesse momento,
nossa preocupação é com o que há de primário, quase estritamente orgânico em nossas
atividades garantidoras da existência; ocupamo-nos com essa ordem de necessidades
e impulsos.
A ambientação desse labor do corpo processador de recursos está mais para a Physis
grega; agente nas cadeias e nos ciclos energéticos, com os imperativos de coletar,
plantar e criar.
O labor, reafirmando Hannah Arendt, está nas bases do estabelecimento dos fatos sociais,
como relações campo-cidade, rural-urbano. Assim como labor é a motivação de ocupações
“originais” ou vernáculas, territorialização em função dos recursos, com “pouca” margem
para manobras, em virtude de nossa dependência direta das fontes de alimentação
ambiental de nosso ecossistema corporal.
Trata-se de uma dimensão pré-histórica, velha como o mundo, que vive para a busca de
alimentos, abrigo, fugindo de predadores. E se as conquistas “humanas” da Terra, de boa
parte dos processos naturais, datam de milhares de anos; boa parte disso expressa nos
casos de domesticação ambiental, principalmente de plantas e animais.
Sociologia Rural e Urbana
E ainda no quesito distância, labor, lavor, rural, foi sendo, estrategicamente, integrado ao
mercado, na frente das políticas econômicas com fins de convertê-lo ao mercado de trabalho, o
que lhe retirava acesso aos meios de produção; ao passo que também não fazia parte dos
planos políticos, era e é ignorado por outros. Hannah Arendt continua, de modo crítico:
“À primeira vista, porém, é surpreendente que a era moderna […] não tenha produzido uma
única teoria que distinguisse claramente entre o animal laborans e o homo faber, entre ‘o
labor do nosso corpo e o trabalho de nossas mãos’.
Sobre labor e trabalho, do modo como vimos nos inspirando em Hannah Arendt, é possível
afirmar que:
a) Tratar do labor é uma forma de estudar os povos primitivos.
b) Trabalho é o modo mais simples de lidar com os recursos.
c) Tais considerações da autora nada têm a ver com Karl Marx.
d) Há na vita activa uma conjugação de atividades articuladas, que não são em si mesmas
mais ou menos complexas, apenas adequadas.
e) A ação é para ela a mais importante, pois, muito mais que o labor, conecta
pessoas civilizadamente.
Resposta
Sobre labor e trabalho, do modo como vimos nos inspirando em Hannah Arendt, é possível
afirmar que:
a) Tratar do labor é uma forma de estudar os povos primitivos.
b) Trabalho é o modo mais simples de lidar com os recursos.
c) Tais considerações da autora nada têm a ver com Karl Marx.
d) Há na vita activa uma conjugação de atividades articuladas, que não são em si mesmas
mais ou menos complexas, apenas adequadas.
e) A ação é para ela a mais importante, pois, muito mais que o labor, conecta
pessoas civilizadamente.
Sociologia Rural e Urbana
Raymond Williams
Conexões.
Raymond Williams
Williams (1989) expõe a trama que liga os espaços rural e urbano de modo multidimensional,
provocando muitas reflexões sobre as ligações entre a vida nos campos e a vida nas
cidades, principalmente quando aponta para “os fios da natureza” (WILLIAMS, 1989, p. 102-
103) persistentes, apesar da urbanização devastadora. Seu intento é desmitificar as várias
visões simplistas das relações entre a cidade e o campo, as mais comuns sendo aquelas que
atrelam a vida rural à dinâmica das cidades.
Ricardo Abramovay.
ANDRADE, M. C. de. A questão do território no Brasil. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
ARENDT, H. A condição humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2007.
CARVALHO, I. S. H.; BERGAMASCO, S. M. P. P. Sociologia rural e etnociências:
convergências e diálogos interdisciplinares. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPPAS, 5.
2010, Florianópolis. Disponível em: https://bit.ly/3oa2FIW. Acesso em: 30 jan. 2019.
EUFRÁSIO, M. A. A formação da Escola Sociológica de Chicago. Plural. Sociologia, USP,
São Paulo, n. 2, p. 37-60, 1. sem. 1995. Disponível em: https://bit.ly/3OblwxS. Acesso em: 21
maio 2019.
FROEHLICH, J. M. Gilberto Freyre, a historia ambiental e a
“rurbanizacao”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 7, n.
2, VII(2): 281-301, jul./out. 2000. Disponível em:
https://cutt.ly/ELLpIOM. Acesso em: 11 jun. 2019.
HAVILAND, W. A. et al. Princípios de antropologia. São Paulo:
Cengage Learning, 2011.
JOLLIVET, M. A “vocação atual” da sociologia rural. Estudos
Sociedade e Agricultura, n. 11, 1998.
Referências