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GEOGRAFIA AU

LA
Prof. Gleidson
04

URBANIZAÇÃO
Exercícios
01. O fenômeno fundamentalmente urbano conhecido foram invadidos por famílias de baixa renda. Em 1961,
como gentrificação consiste em uma série de melhorias o governo, pressionado pelo movimento popular, cria
físicas ou materiais e mudanças imateriais econômicas, oficialmente a cidade com o nome de Núcleo Bandei-
sociais e culturais que ocorrem em alguns centros ur- rante.
CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em Brasília. Revista
banos antigos, os quais experimentam uma apreciável Brasileira de História, n. 47, 2004 (adaptado).
elevação de seu status. Caracteriza-se normalmente
pela ocupação dos centros das cidades por uma parte Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade so-
da classe média, de elevada remuneração, que desloca cial comum nas cidades brasileiras associada à dificul-
os habitantes da classe baixa, de menor remuneração, dade de ter acesso
que viviam no centro urbano. O deslocamento vem A) às áreas com lazer gratuito.
acompanhado de investimentos e melhorias tanto nas B) ao mercado imobiliário formal.
moradias quanto em toda área afetada, tais como co- C) ao transporte público eficiente.
mércio, equipamentos e serviços. Isto implica, portanto, D) aos reservatórios com água potável.
mudanças no mercado de solo e habitacional. Em con- E) ao emprego com carteira assinada.
junto, o fenômeno proporciona uma maior estima das
áreas renovadas e, inclusive, uma recuperação do valor 03. (Enem 2018/PPL)
simbólico dos centros urbanos. De fato, tal como tem
assinalado J. Van Weesep, atualmente considera se a
gentrificação como expressão espacial de uma profun-
da mudança social.
Fonte: Maria Alba Sargatal Bataller Revista Continentes (UFRRJ), ano 1, n. 1,
2012.

Ao se analisar o texto, constata-se que o processo de


gentrificação

A) torna-se antagônico, pois ao mesmo tempo que


incorpora novos elementos sociais a um espaço
degradado, expulsa outros elementos.
B) resgata áreas degradadas, democratizando-as e
incorporando-as ao restante da cidade.
C) intensifica ainda mais as desigualdades sociais,
pois torna as áreas centrais espaço exclusivo de
grandes empreendimentos comerciais.
D) minimiza os problemas urbanos decorrentes da
exclusão social, pois reacomoda as classes so-
O critério que rege a hierarquia urbana é a
ciais menos favorecidas a espaços urbanos mais
adequados. A) existência de distritos industriais de grande porte.
E) ignora o abismo existente entre as classes so- B) importância histórica dos centros urbanos tradi-
ciais no país ao privilegiar os agentes urbanos cionais.
em detrimento de uma parcela significativa da C) centralidade exercida por algumas cidades em
população que vive em áreas rurais. relação às demais.
D) proximidade em relação ao litoral das principais
02. (Enem 2018/PPL) A antiga Cidade Livre foi ideali- cidades brasileiras.
zada por Bernardo Sayão, em 1956, para ser um centro E) presença de sedes de multinacionais potenciali-
comercial e recreativo para os trabalhadores de Brasí- zando a conexão global.
lia. Ganhou esse nome porque lá era permitido não só
residir como também negociar, com isenção de tribu- 04. (Enem/2018) Foi-se o tempo em que era possível
tação. A perspectiva era de que a cidade desapareces- mostrar um mundo econômico organizado em camadas
se com a inauguração de Brasília. Com isso, os lotes bem definidas, onde grandes centros urbanos se liga-
não foram vendidos, mas emprestados em forma de vam, por si próprios, a economias adjacentes “lentas”,
comodato àqueles interessados em estabelecer resi- com o ritmo muito mais rápido do comércio e das fina-
dência ou comércio. A partir de 1960, os contratos de nças de longo alcance. Hoje tudo ocorre como se essas
comodato foram cancelados e os comerciantes, trans- camadas sobrepostas estivessem mescladas e inter-
feridos para a Asa Norte. Os terrenos desocupados
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permeadas. Interdependências de curto e longo alcan- 07. (Enem 21) A participação social no planejamento e
ce não podem mais ser separadas umas das outras. na gestão urbanos ganhou impulso a partir do Estatuto
BRENNER, N. A globalização como reterritorialização. Cadernos Metrópole, n. da Cidade (Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu con-
24, jul.-dez. 2010 (adaptado).
dições para elaboração de planos diretores participati-
A maior complexidade dos espaços urbanos contempo- vos, instrumentos esses indutores da expansão urbana
râneos ressaltada no texto explica-se pela e do ordenamento territorial que, a princípio, devem
A) expansão de áreas metropolitanas. buscar representar os interesses dos diversos segmen-
B) emancipação de novos municípios. tos da sociedade. No entanto, é notório o limite à repre-
C) consolidação de domínios jurídicos. sentação dos interesses das camadas sociais menos
D) articulação de redes multiescalares. favorecidas nesse processo. Este rumo deve ser corri-
E) redefinição de regiões administrativas. gido e deve-se continuar buscando mecanismos de
inclusão dos interesses de toda a sociedade.
05. (Enem 2011/PPL)Os dados do recenseamento ge- Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — ODS n. 11: tornar as
cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e susten-
ral do Brasil de 1991 parecem confirmar a tendência ao táveis. Brasília: Ipea, 2019.
movimento que, nos anos de 1970, já se vinha regis- Qual medida promove a participação social descrita no
trando, com o aumento do número de cidades médias. texto?
Os municípios com população entre 200 mil e 500 mil A) Redução dos impostos municipais.
habitantes passam de 33 para 85, em 1991.
Santos, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado). B) Privatização dos espaços públicos.
C) Adensamento das áreas de comércio.
O aumento do número de cidades médias, retratado D) Valorização dos condomínios fechados.
pelo autor Milton Santos, ainda persiste nos dias atuais E) Fortalecimento das associações de bairro.
no território brasileiro. Uma justificativa para este fato
seria: 08. (Enem 21) Desde 2009, a área portuária carioca
A) A chegada de multinacionais na região amazôni- vem sofrendo grandes transformações realizadas no
ca com a criação da Zona Franca de Manaus, no escopo da operação urbana consorciada conhecida
início dos anos de 1970. como Porto Maravilha. Parte importante na tentativa de
B) O processo de criação de novas cidades planeja- tornar o Rio de Janeiro um polo de serviços internacio-
das no interior do país, baseadas em uma eco- nal, a “revitalização” urbana deveria deixar para trás
nomia extrativista mineral. uma paisagem geográfica que ainda recordava a cida-
C) A expansão do agronegócio nas regiões litorâ- de do início do século passado para abrir espaço, em
neas do país, como no caso da cana-de-açúcar e seu lugar, à instalação de modernas torres comerciais,
do cacau no litoral nordestino. espaços de consumo e lazer inéditos e cerca de cem
D) O processo de desconcentração das atividades mil novos moradores, uma nova configuração socioes-
econômicas como a indústria e a agricultura in- pacial capaz de alçar a área portuária do Rio de Janeiro
tensiva para áreas do interior do país. ao patamar dos waterfronts de Baltimore, Barcelona e
E) A desconcentração das atividades industriais e Buenos Aires.
LACERDA, L.; WERNECK, M.; RIBEIRO, B. Cortiços de hoje na cidade do
agropecuárias, que se concentravam na porção amanhã. E-metropolis, n. 30, set. 2017.
central do país e hoje atingem áreas litorâneas. As intervenções urbanas descritas derivam de um pro-
cesso socioespacial que busca a
06. (Enem 2017/PPL) Está cada vez mais difícil delimi-
tar o que é rural e o que é urbano. Pode-se dizer que o A) intensificação da participação na competitividade
rural hoje só pode ser entendido como global.
um continuum do urbano do ponto de vista espacial; e B) contenção da especulação no mercado imobiliá-
do ponto de vista da organização da atividade econô- rio.
mica, as cidades não podem mais ser identificadas C) democratização da habitação popular.
apenas com a atividade industrial, nem os campos com D) valorização das funções tradicionais.
a agricultura e a pecuária.
SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Nova Economia, n. 7, maio 1997. E) priorização da gestão participativa.

As articulações espaciais tratadas no texto resultam 09. (Enem 2020)A expansão das cidades e a formação
do(a) das aglomerações urbanas no Brasil foram marcadas
pela produção industrial, e pela consolidação das me-
A) aumento da geração de riquezas nas proprieda- trópoles como locais de seu desenvolvimento. Na se-
des agrícolas. gunda metade do século XX, as metrópoles brasileiras
B) crescimento da oferta de empregos nas áreas estenderam-se por áreas de ocupação contínua, confi-
cultiváveis. gurando densas regiões urbanizadas.
MOURA.R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e reprodução
C) integração dos diferentes lugares nas cadeias de padrões. Disponível em: www.http://www.ub.edu. Acesso em: 11 fev. 2015
produtivas.
D) redução das desigualdades sociais nas regiões O resultado do processo geográfico descrito foi o(a)
agrárias.
E) ocorrência de crises financeiras nos grandes cen- A) valorização da escala local.
tros. B) crescimento das áreas periféricas.
C) densificação do transporte ferroviário.
D) predomínio do planejamento estadual.
E) inibição de consórcios intermunicipais.

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10. (Enem 2016) O Rio de Janeiro tem projeção imedia-
ta no próprio estado e no Espírito Santo, em parcela do
sul do estado da Bahia, e na Zona da Mata, em Minas
Gerais, onde tem influência dividida com Belo Horizon-
te. Compõem a rede urbana do Rio de Janeiro, entre
outras cidades: Vitória, Juiz de Fora, Cachoeiro de Ita-
pemirim, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda -
Barra Mansa, Teixeira de Freitas, Angra dos Reis e Te-
resópolis.
Disponível em: http://ibge.gov.br. Acesso em: 9 jul. 2015 (adap-
tado).
O conceito que expressa a relação entre o espaço
apresentado e a cidade do Rio de Janeiro é:

A) Frente pioneira.
B) Zona de transição.
C) Região polarizada.
D) Área de conurbação.
E) Periferia metropolitana.

11. (Enem 2015) O processo de concentração urbana


no Brasil em determinados locais teve momentos de
maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente
passa por uma desaceleração no ritmo de crescimento
populacional nos grandes centros urbanos.
BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento popu-
lacional e novos arranjos regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br.
Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).

Uma causa para o processo socioespacial mencionado


no texto é o(a)

A) carência de matérias-primas.
B) degradação da rede rodoviária.
C) aumento do crescimento vegetativo.
D) centralização do poder político.
E) realocação da atividade industrial.

GABARITO____________________________________________________________
01.[A]. 02.[B]. 03.[C]. 04.[D]. 05.[D]. 06.[C]. 07.[E]. 08.[A]. 09.[B]. 10.[C]. 11.[E].

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