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Urbana
Profa. Dra. Elaine Mundim Bortoleto
Editora
Geografia Urbana
Editora
GEOGRAFIA URBANA
EXPEDIENTE
COORDENAÇÃO GERAL COORDENAÇÃO DE
Nelson Boni REVISÃO ORTOGRÁFICA
Esthela Malacrida
AUTOR(ES) COORDENAÇÃO,
Profa. Dra. Elaine M. Bortoleto PROJETO GRÁFICO E CAPA
João Guedes
Editora
Sumário:
AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS AULA 7: A URBANIZAÇÃO
SOBRE A CIDADE E O BRASILEIRA���������������������������� 7-1
URBANO���������������������������������� 1-1
AULA 8: MORADIA E
AULA 2: CAPITALISMO E O DESIGUALDADE SOCIAL
PROCESSO URBANO NA CIDADE: PERIFERIA E
INDUSTRIAL���������������������������� 2-1 HABITAÇÃO���������������������������� 8-1
AULA 3: A PRODUÇÃO DO ESPAÇO AULA 9: Metropolização e
URBANO���������������������������������� 3-1 Reestruturação Urbano
Industrial��������������������������������� 9-1
AULA 4: PROCESSOS E FORMAS
ESPACIAIS������������������������������ 4-1 AULA 10: Segregação Socioespacial
e Violência Urbana��������������� 10-1
AULA 5: DINÂMICA DA EVOLUÇÃO
URBANA – PROCESSO DE AULA 11: Problemas Ambientais
USO E OCUPAÇÃO Urbanos��������������������������������� 11-1
DO SOLO��������������������������������� 5-1
AULA 12: A GEOGRAFIA URBANA E
AULA 6: REDE URBANA����������������������� 6-1 O ENSINO DE GEOGRAFIA� 12-1
AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS
SOBRE A CIDADE E O
URBANO
Tópicos
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CIDADE ABERTA/SEM MUROS������� 1-26
CIDADES���������������������������������������������� 1-3
CARACTERÍSTICAS DAS
CONCEITO DE CIDADE���������������������� 1-5 CIDADES EM SUA ORIGEM������������� 1-28
CONCEITO DE URBANO�������������������� 1-7 CIDADE-ESTADO NA GRÉCIA��������� 1-30
ORIGEM E FORMAÇÃO DAS EXPANSÃO DAS CIDADES NO
CIDADES: ANTIGUIDADE; IDADE IMPÉRIO ROMANO��������������������������� 1-34
MÉDIA E CAPITALISMO COMERCIAL1-9
CARACTERÍSTICAS DA CIDADE����� 1-37
A ALDEIA - CONDIÇÕES PARA O
AS CIDADES NA IDADE MÉDIA –
SURGIMENTO DA CIDADE �������������� 1-14
FIM DO IMPÉRIO ROMANO�������������� 1-39
AS CIDADES NA AN TIGUIDADE ���� 1-21
FIM DO IMPÉRIO ROMANO –
CIDADE NA MESOPOTÂMIA EXPANSÃO ÁRABE E A CIDADE����� 1-42
(sumeriana) 3.500 AC����������������������� 1-22
REFLEXÕES FINAIS������������������������� 1-44
CIDADE NO EGITO – 3.000 AC��������� 1-24
REFERÊNCIAS:��������������������������������� 1-45
AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
”
sintética, a sua trajetória
1-3
AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
A cidade do passado e a
cidade atual
Transformações no
processo de produção do
espaço urbano
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
CONCEITO DE CIDADE
É muito difícil definir cidade a partir de um único conceito. Apresentamos aqui tre-
chos do trabalho do Prof. Pedro de Almeida Vasconcelos, “As metamorfoses do con-
ceito de cidade” (Mercator, Fortaleza, v. 14, n. 4, Número Especial, p. 17-23, dez,
2015) para uma percepção mais aprofundada do conceito e de suas transformações
ao longo da evolução da ciência geográfica.
Lewis Mumford em seu livro A Cultura das Cidades, define a cidade como um “[...]
plexo geográfico, uma organização econômica, um processo institucional, um teatro
de ação social e um símbolo estético de unidade coletiva” (MUNFORD, 2008, p. 443).
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Henri Lefebvre foi um dos intelectuais que mais estudou as cidades, em “O Direito
à Cidade”, de 1968, ele definiu a cidade como “a projeção da sociedade sobre o terre-
no” (LEFEBVRE, 2002, p. 64).
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
CONCEITO DE URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Para Roberto Lobato Corrêa (1989, p. 9), o “espaço urbano” é um “espaço frag-
mentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e cam-
pos de lutas”.
Em 1994 Milton Santos estabeleceu a diferença entre “urbano”, que seria frequen-
temente o abstrato, o geral e o externo, e a “cidade”, seria o particular, o concreto
e o interno . A cidade seria para o autor ao mesmo tempo, uma região e um lugar
(SANTOS, 1994, p. 69-71).
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
A primeira semente para o surgimento das cidades foi lançada no Período Paleolítico.
Mesmo sem ter se fixado a uma única moradia, a caverna tinha um grande significa-
do para o homem paleolítico, representava mais que apenas um lugar de segurança,
mas o local onde também desenvolvia relações pessoais e sociais (acasalamento, a
partilha do alimento em grupo, a pratica de seus rituais e suas artes) relações e
ações, que depois também serão motivo de fixação nas cidades.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
de mudas. Isto se deu há cerca de 15 mil anos e todo esse processo foi muito lento,
porque somente três ou quatro mil anos mais tarde essas práticas se sistematizaram,
através do plantio e da domesticação de outras plantas com sementes, e da criação
de animais em rebanhos.
Faz-se relevante ressaltar que para que essa “domesticação” de animais e plantas
ocorresse, foi necessário uma revolução sexual também, com a fixação do homem a
um território, ocorrendo não a divisão sexual do trabalho – a separação entre o traba-
lho do homem e da mulher.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
”
de, são obras da mulher.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
”
social [...]
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Consequências:
• suprimento alimentar amplo e seguro;
• fixação em aldeias;
• ampliação da população
(Esquema: Turra Neto, Necio, s/d)
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
produtividade; técnicas de armazenamento em maior escala; bem como toda uma or-
ganização social, religiosa e política, para garantir o armazenamento e gestão do ex-
cedente e para coordenar os trabalhos coletivos em obras públicas, como a irrigação
e as construções de templos e armazéns. A guerra também passou a demandar mais
recursos e especialistas. (Turra Neto, s/d; Sposito, 1988)
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
”
apropriasse
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Assim, sem o excedente capturado do campo, a cidade não existiria. Para ga-
rantir esta transferência permanente do excedente do campo, toda uma série de insti-
tuições sociais surgiram...
Isso quer dizer que, para existir cidade, é preciso uma sociedade de classes (ou
seja, participação desigual das pessoas na produção e distribuição da riqueza).
Há uma centralização do poder – uma minoria dominando uma maioria – seguiu-se
uma centralização e concentração espacial do poder e dos recursos – aplicados
para maior controle da natureza e maior domínio de homens e territórios (Turra Neto,
s/d).
Há controvérsias sobre a própria origem dessa estrutura de classes: ela tanto po-
deria ter surgido a partir da diferenciação interna da comunidade, que estava se cons-
tituindo em urbana, quanto da dominação do urbano sobre o não urbano. Ou seja, é
possível que a constituição da realeza, a partir da transferência do excedente agrícola,
do mais-produto, tenha se dado tanto em troca da proteção que o rei dava aos mora-
dores desta aldeia — transmudando-se em cidade —, como pela dominação deste rei
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
AS CIDADES NA AN TIGUIDADE
De acordo com Sposito (1988) Os autores apontam a origem das cidades prova-
velmente perto de 3500 a.C, seu aparecimento na Mesopotâmia (área compreen-
dida pelos rios Tigre e Eufrates), tendo surgido posteriormente no vale do rio Nilo
(3100 a.C), no vale do rio Indo (2500 a.C.) e no rio Amarelo (1550 a.C). A explicação
de ordem “geográfica”, natural se apresenta como causa mais efetiva para seu surgi-
mento próximo aos rios - as primeiras cidades surgiram em regiões com predomínio
de climas semiáridos, daí a necessidade de se fixarem perto dos rios, repartir a água,
repartir os escassos pastos, e proceder ao aproveitamento das planícies inundáveis,
ricas de húmus e propícias ao desenvolvimento da agricultura. “Assim, embora fos-
sem resultado do social e do político enquanto processo, as primeiras cidades tiveram
suas localizações determinadas pelas condições naturais, de um momento histórico,
em que o desenvolvimento técnico da humanidade ainda não permitia a superação
destas imposições” (SPOSITO, 1988, p. 15).
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
CIDADES MURADAS: cercadas por muros e algumas tinham fossos, o que indi-
vidualizava, de forma clara, o espaço urbano, e facilitava a tarefa dos governantes de
defender seus governados de um ataque inimigo. As formas predominantes eram de
ruas e muros traçados retilineamente, formando entre si ângulos retos.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
–– Cidadela: lugar central, situado no alto (sítio em acrópole). Alto de colina: fun-
ção defensiva e simbólica (domínio/poder)
–– A cidadela é repertório das mais ricas relíquias da arte e da técnica: a arte
monumental reduzia o homem a uma posição inferior;
–– A cidadela era expressão do poder, nela se concentravam o templo, o ar-
mazém, o palácio: o poder se irradiava da cidadela para toda cidade e aldeias
e os tributos afluíam para dentro dela.
–– A muralha: artifício militar de defesa e de controle da pop. Urbana - produziam
distinções sociais e ambientais
–– A cidadela também tinha papel econômico: foi onde primeiro se realizava o
mercado (no templo) – economia totalitária;
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
CIDADE-ESTADO NA GRÉCIA
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Forma da cidade: acrópole (lugar central) Templo dos Deuses Paço Municipal
(substitui o palácio) Anfiteatros.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
CARACTERÍSTICAS DA CIDADE
Termas – banhos públicos Vias pavimentadas – estradas com pedra batida, com
pontes de pedra sobre cursos d’água Viadutos Aquedutos – 13 no total trazem 1 bilhão
de m3 de água/dia.
Fórum – equivalente a ágora grega, lugar das assembleias. Não era simplesmente
uma praça aberta: tinha prédio da justiça, espaço para oradores.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
”
árabe
Vida nas cidades diminui, - êxodo para campo. Cerca de 20% da população na
Europa fica nas cidades. Cidade perde papel político, de controle do território. Cidade
fortificada: defesa - surgimento do Burgo.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Cidade Medieval: Planta converge para o topo: campanário, igreja e praça (cen-
tro da cidade).
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
Século X: nova vida econômica nas cidades (fim das invasões), comércio se
expande.
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
REFLEXÕES FINAIS
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AULA 1: NOÇÕES CONCEITUAIS SOBRE A CIDADE E O URBANO
REFERÊNCIAS:
BENEVOLO, L. História da cidade. São Paulo: MUNFORD. L. A cidade na história. São Paulo:
Perspectiva, 2007. Martins Fontes, 2008.
CASTELLS, Manuel. A questão urbana. São SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e
Paulo: Paz e Terra, (1972) 2006. urbanização. São Paulo: Contexto, 1988.
CORREA, Roberto Lobato. O espaço urbano. SCIFONI, Simone. Geografia Urbana I -
São Paulo: Ática, 1989. GEOGRAFIA/FFLCH/USP, 2013.
HARVEY, David. A produção capitalista do es- SINGER, P. Economia Política da urbanização.
paço. São Paulo: Anna Blume, 1973. São Paulo: Brasiliense, 1973.
LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Belo Vasconcelos, Pedro de Almeida . As metamorfo-
Horizonte: Humanitas, (1970) 2002. ses do conceito de cidade. (Fortaleza, v. 14, n.
4, Número Especial, p. 17-23, dez, 2015).
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