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PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL

Aula 01

Profª Ma. Lorena Moura Santana


lorenamoura@unifsa.com
Você consegue identificar nesta
figura, uma cidade?
A cidade como objeto de estudo
• Trabalhar com as cidades é uma overdose de informações;
• “Tudo na cidade é intencional”; Profa. Luciana Nery
• Natural e artificial se confundem o tempo todo;
• As intervenções humanas nem sempre são tão óbvias;
• Todas as intervenções devem ser pautadas na mobilidade – como
o cidadão se desloca e na acessibilidade;
• “As questões sobre a cidade e seu desenvolvimento [...] deveriam
ser debatidas todos os dias por todos os que vivem e trabalham
nos centros urbanos e claro, pelos que governam”.
PFEIFFER, CLAUDIA. Um novo modelo para as cidades. Caderno Rumos. São Paulo. 2014
A cidade como objeto de estudo
• Urbanização brasileira – rápida, intensa - a partir década de 1950;
• Velocidade “eletrizante do período atual de globalização” é
referencial para que todas as sociedades se insiram no cenário
global; Maurício Abreu (geográfo);
• O Brasil é um país de cidades novas; Brasília – 60 anos; Belo
Horizonte – 123 anos; Teresina – 169 anos; Fortaleza – 294 anos;
Rio de Janeiro – 455 anos; São Paulo – 467 anos;
• A maior parte dos núcleos urbanos surgiu no século XX;
• 85% da população vivendo em centros urbanos;
CARLOS, Ana Fani; SOUZA, Marcelo; SPOSITO, Maria Encarnação (organizadores). A produção do espaço urbano: agentes e
processos, escalas e desafios.
A cidade como objeto de estudo
• O processo de urbanização contemporâneo: produção, reprodução e
transformação do espaço urbano - cidade como mercadoria; privatização dos
espaços; espaços públicos para quem?
• O crescimento das cidades brasileiras não foi acompanhado por políticas
capazes de adequá-las às exigências da vida contemporânea, nem de conferir
aos brasileiros, o cumprimento de seus direitos urbanos prescritos e
garantidos pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Cidade – Lei
10.257 de 2001.
• Hoje, com mais de 213 milhões de habitantes (projeção do IBGE), os desafios
são maiores – falta, antes de tudo, um planejamento adequado do território
para que a democracia e o desenvolvimento possam ocorrer plenamente;
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/box_popclock.php

CARLOS, Ana Fani; SOUZA, Marcelo; SPOSITO, Maria Encarnação (organizadores). A produção do espaço urbano: agentes e
processos, escalas e desafios.
A cidade como objeto de estudo

Nós arquitetos e urbanistas, em conjunto com outras categorias


profissionais, movimentos sociais e a sociedade civil organizada, temos a
tarefa de contribuir, de forma multidisciplinar, para a construção de cidades
resilientes, criativas, sustentáveis e acolhedoras.
A cidade como objeto de estudo

Para Lefebvre (2001):


• O direito à cidade deve atingir a todos;
• Deve existir onde a vida urbana ocorra em sua plenitude, com
acesso aos equipamentos públicos que permitam a permanência
nas cidades da forma mais humana para os cidadãos;
• Para tal, é imprescindível o estudo dos elementos que estruturam
o espaço urbano.

LEFEBRVE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001.


Elementos estruturadores do espaço urbano
Elementos estruturadores constituem morfologicamente a paisagem urbana e orientam o desenho
das cidades ; Podem ser físicos ou não.
Os elementos “básicos”:
- Relevo;
- O traçado – que dá “forma” da cidade;
- A rua - enquanto item estruturante da hierarquia dos traçados e das escalas da forma urbana
(LAMAS, 2010, p. 100);
- Espaços livres urbanos – ruas, praças, parques, canteiros, terrenos sem uso;
- Áreas verdes;
- Lotes;
- Edificações e seus diversos usos e funções;

O surgimento das cidades brasileiras é INTIMAMENTE ligada à


existência de uma praça ou edifício religioso.
Elementos estruturadores do espaço urbano

Vista aérea da cidade de Teresina.


Vista aérea da cidade de Teresina. Rio Poty, Parque Potycabana e Avenida Raul Lopes Fonte: Trip Advisor
Fonte: TYBA online
Elementos estruturadores do espaço urbano

Vista aérea da cidade de Teresina. Praça Marechal Deodoro – Praça da Bandeira


Fonte: Arquivo Público
Elementos estruturadores do espaço urbano

Vista aérea da cidade de Teresina. Bairro Centro


Fonte: Mobilize Brasil/Juscelino Reis
Introdução ao estudo do Planejamento Urbano -
CONCEITOS
Planejar – Elaborar um plano; Programar; Projetar;
Planejamento – Ato ou efeito de planejar; Preparação; Estabelecimento
de métodos;
“processo técnico instrumentando para transformar a realidade existente
no sentido de objetivos previamente estabelecidos” (SILVA, 2006, p.89)
Planejamento Urbano – “É possível compreender que o termo designa o
ato de planejar, organizar ações e tarefas com a utilização de métodos
adequados para atingir determinado objetivo – nesse caso, o
desenvolvimento sustentável das cidades”.

SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. São Paulo. Malheiros, 2006
Introdução ao estudo do Planejamento Urbano
• As cidades brasileiras são vítimas do analfabetismo urbano (Gilberto Dimenstein);

Consiste na desinformação dos indivíduos


sobre o funcionamento das cidades (suas
diversas dinâmicas), na identificação de
problemas e falta de capacidade de proposição
de soluções.
• E por que esse entendimento não deve ser restrito aos profissionais que
lidam diretamente com a gestão das cidades?
Porque habitantes mais conscientes significam comunidades mais organizadas
e atentas, capazes de pressionar e fiscalizar o poder público.
Introdução ao estudo do Planejamento Urbano

ALGUNS PROBLEMAS

Poluição;
Péssima qualidade dos sistemas de transporte público e/ou ausência de modais;
Insalubridade da periferia;
Falta de moradia;
Concentração de rendas;
Desmatamento;
Crise de ordem sanitária.

VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. Mobilidade Urbana e Cidadania. SENAC, 2016


Introdução ao estudo do Planejamento Urbano
• As cidades estão em constante mutação; são organismos vivos;
• Para que uma cidade possa funcionar, é necessário que haja um
ENTRELAÇAMENTO de interesses entre:
O Estado (poder público) em suas esferas Federal, Estadual e Municipal;
O cidadão (enquanto indivíduo e coletividade)
Organizações privadas

A CIDADE É UMA
PRODUÇÃO COLETIVA!
VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. Mobilidade Urbana e Cidadania. SENAC, 2016
O processo de urbanização contemporâneo
• Uma das características da urbanização contemporânea refere-se a ampliação das
desigualdades no âmbito do processo geral da reprodução capitalista ampliada e nas
diversas cidades podem ser verificados estes efeitos;
• Cidade condicionada às demandas do capital;
• Fronteiras difusas entre o espaço urbano e o espaço rural;
• Cidade e campo perderam seus conceitos “puros”, de fácil identificação e delimitação:
Onde começam e terminam as cidades?
• Cidades – diversidades de escala e de vida social, econômica e política;
• O espaço urbanizado se constitui de acordo com as demandas colocadas ao Estado pela
sociedade industrial/mercantil. E as pessoas? Realmente interferem nesse processo?
• Campo – gerenciado pela iniciativa privada?
• Processos urbanos participativos: realidade ou utopia?
Cidade Sustentável – como chegar lá?

LEITE, CARLOS. Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes: desenvolvimento sustentável num


planeta urbano. Porto Alegre. Bookman. 2012.
Espaço Urbano

PESSOA, Thisciane; SANTANA, Lorena – 20 anos do Estatuto da Cidade: Reflexões sobre sua aplicação na Legislação Urbana
de Teresina, PI.
Espaço Urbano

PESSOA, Thisciane; SANTANA, Lorena – 20 anos do Estatuto da Cidade: Reflexões sobre sua aplicação na Legislação Urbana
de Teresina, PI.
Cronologia Ambiental
• Final do século XVIII – Revolução Industrial
• 1914 – 1918 – Primeira Guerra Mundial;
• 1918 – 1939 – Período entre guerras;
• 1939 – 1945 – Segunda Guerra Mundial;
• 1945 – Criação da ONU – Organização das Nações Unidas;
• 1968 – Clube de Roma;
• 1972 - Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente na cidade
de Estocolmo – Suécia;
• 1982 – Conferência de Nairóbi – Quênia;
• 1987 - Divulgação do Relatório Brundtlandt
• 1992 – Rio 92 ou Eco 92;
• 2002 – Rio +10 – Johannesburgo – África do Sul
• 2012 – Rio + 20 e Cúpula dos Povos - Rio de Janeiro, Brasil
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

• É um CONCEITO;
• O desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

(ONU, 2015)
• Os estudos e discussões sobre MEIO AMBIENTE, CLIMA,
SUSTENTABILIDADE e RELAÇÃO HOMEM x NATUREZA
só ganharam força no final da década de 1960, em busca de
soluções para conter os desastres ambientais;
• Ou seja, é uma discussão NOVA!
• Conferências – Conciliar ECONOMIA e CONSERVAÇÃO DO
MEIO AMBIENTE;
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
Uma das mais completas e mais avançadas do mundo;
• Lei 9.605/1998 - Lei dos Crimes Ambientais;
• Lei 12.305/2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS);
• Lei 6.766/1979 - Lei do Parcelamento do Solo Urbano;
• Lei 6.938/1981 - Institui a Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente;
• Lei 7.347/1985 - Lei da Ação Civil Pública;
• Lei 9.433/1997- Lei de Recursos Hídricos;
• Lei 9.985/2000 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza;
• Lei nº 11284/2006 - Lei de Gestão de Florestas Públicas ;
• Lei 12.651/2012 - Novo Código Florestal Brasileiro
• Lei 11.445/2007 - Estabelece a Política Nacional de Saneamento Básico;

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