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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde


Curso de Fonoaudiologia
Trabalho de Conclusão de Curso
Aluna: Giovanna Guezin Garcia RA: 00224668
Profa. Orientadora: Dra. Maria Cecilia de Moura
Resumos dos Artigos
1. Síndrome de Kabuki: estudo de caso a respeito das características
comportamentais, cognitivas, sociais e fonoaudiológicas.
Resumo: A Síndrome de Kabuki é um distúrbio bastante raro, com múltiplas anomalias
congênitas. O objetivo do estudo foi descrever características comportamentais, cognitivas e
sociais de uma criança com seis anos de idade com Síndrome de Kabuki, e suas implicações no
processo escolar. Como resultados, verifica-se que a criança apresenta retardo mental
moderado, com implicações comportamentais e sociais e problemas fonoarticulatórios. Tais
características dificultavam sua inserção na escola regular e o convívio com os pares. O estudo
das dificuldades apresentadas pela criança colaborou para que pais e professores pudessem
atuar com mais eficácia no seu desenvolvimento. Palavras-chave: Síndrome de Kabuki, Retardo
Mental, Educação Infantil. Considerada uma síndrome rara, sua incidência no Japão é 1:32000.
Quanto mais geneticistas tomam conhecimento de suas características, mais casos são
diagnosticados em todo o mundo, sugerindo uma incidência semelhante à do Japão, sem
preferência por sexo ou etnia. O diagnóstico da Síndrome de Kabuki é clínico, visto a alteração
genética ser incerta, e não é fácil de ser feito, pois apresenta grande variabilidade de sinais e
sintomas. Quanto às características associadas, podem apresentar manifestações variáveis,
tais como: hipotonia, problemas alimentares, convulsões, microcefalia e anomalias visuais
como estrabismo ou nistagmo. A maioria das crianças possui frouxidão ligamentar e retardo do
crescimento; os bebês demoram a ganhar peso e algumas crianças serão obesas na
adolescência, sem qualquer alteração endócrina que possa explicar o fato. É descrito
dificuldade de atenção, pronúncia, linguagem e problemas auditivos.

O artigo trás dados interessantes pois relata que as escolas vêm recebendo cada vez mais
crianças com necessidades especiais e não estão recebendo capacitação para atender
pedagógica e psicologicamente essa população. Explica detalhadamente o que é a Síndrome
de Kabuki.

2. Distúrbio de leitura e escrita na Síndrome de Silver-Russell.


Resumo: A síndrome de Silver-Russell constitui uma rara doença genética. O seu fenótipo
clássico inclui retardo no crescimento intrauterino e pós-natal, hemihipertrofia, assimetria
lateral, assimetria de membros, clinodactilia do quinto dedo da mão e um número variável de
dismorfismos faciais, entre eles a desproporção craniofacial e a face triangular. A descrição de
suas manifestações fonoaudiológicas, além de escassa, enfatiza aspectos craniofaciais e orais
em detrimento dos comprometimentos de leitura e escrita. O objetivo deste estudo foi relatar
o caso de uma garota de 14 anos de idade com a Síndrome de Silver-Russell, a qual, após ser
submetida a: Teste Illinois de Habilidades Psicolinguísticas; Prova da Consciência Fonológica;
Prova de Leitura e Escrita e Teste de Desempenho Escolar, teve diagnóstico fonoaudiológico de
Distúrbio de Leitura e Escrita. Os dados da avaliação evidenciaram a presença de prejuízo na
modalidade escrita da linguagem, determinado primordialmente por déficit no processamento
fonológico. Com base nos achados, sugere-se a realização de avaliação das habilidades de
memória fonológica, consciência fonológica e acesso ao léxico mental em crianças com
Síndrome de Silver-Russell, durante o período pré-escolar, com o intuito de impedir a
instalação e o agravamento de comprometimentos da linguagem escrita.

Não obstante a presença de dismorfismo facial e assimetria corporal, considerados como


manifestações típicas desta síndrome, a extensão da variabilidade fenotípica permanece
desconhecida. A combinação de três ou mais dessas características possibilita o diagnóstico
clínico. Ocasionalmente, os achados clássicos podem estar associados à presença de sinais
minor, tornando a identificação da síndrome ainda mais precisa e evidente. Os sinais minor da
Síndrome de Silver Russell incluem comissuras labiais viradas para baixo, micrognatia, manchas
café-com-leite e sindactilia 2,3 nos pés. Eventualmente, surgem anomalias, como a
deformidade de Sprengel, cardiopatia congênita e alterações gênito-urinárias. As
características faciais são notórias desde o nascimento, mas se tornam mais visíveis com a
evolução do crescimento. O atraso no fechamento da fontanela anterior é comum. Os
pacientes, geralmente, são pequenos para a idade gestacional e permanecem abaixo do
percentil 3 da curva de crescimento durante a infância e adolescência, haja vista a idade óssea
encontrar-se atrasada, na maioria dos pacientes. O artigo trás dados interessantes pois ele
relata o caso de uma garota de 14 anos com síndrome de Russell, que se dá através da
genética. Explica como a síndrome de Russell acontece, qual a sua origem e as suas
consequências.

3. Aspectos da linguagem oral de crianças nascidas a termo e pequenas para a


idade gestacional.
Resumo: existem poucos estudos avaliando o processo de desenvolvimento da fala e
da linguagem de crianças nascidas pequenas para a idade gestacional, embora
alterações nessas áreas possam acarretar problemas psicossociais e escolares. O
objetivo desse estudo é investigar aspectos da linguagem oral em crianças, de quatro a
sete anos, nascidas a termo e pequenas para a idade gestacional e se esses achados
diferem quando comparados aos encontrados em crianças nascidas adequadas para a
idade gestacional. Segundo a Organização Mundial de Saúde, recém-nascidos com
baixo peso são aqueles com peso ao nascer inferior a 2500g, sendo considerados a
termo os que nascem a partir da 37ª semana de gestação. Crianças pequenas para a
idade gestacional são as que apresentam, ao nascer, peso abaixo do esperado para
respectiva idade gestacional em semanas, isto é, peso situado abaixo do percentil 10,
baseado na curva de crescimento intrauterino, o qual pode estar associado à restrição
do crescimento intrauterino. Dentre as possíveis doenças que crianças pequenas para
a idade gestacional podem apresentar, destacam-se o desenvolvimento de obesidade,
coronariopatias, hipertensão, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor, problemas visuais, auditivos, comportamentais e
de aprendizagem, intercorrências que parecem interferir diretamente no processo de
desenvolvimento da fala e linguagem. É importante ressaltar que as questões
envolvendo o desenvolvimento de fala e linguagem são essenciais no processo de
socialização e interação. Alterações nessas áreas podem acarretar problemas
psicossociais e escolares, pois é por meio da linguagem que a criança e adultos
expressam seus sentimentos, emoções, trocam experiências com seus pares,
transmitem informações, conhecimentos e são inseridos na comunidade. Sendo assim,
o acompanhamento do processo de desenvolvimento da linguagem torna-se de vital
importância em quadros com questões clínicas expressivas que podem ocasionar
prejuízos globais. O artigo trás dados interessantes pois ele relata a investigação de aspectos
da linguagem oral em crianças, de quatro a sete anos, nascidas a termo e pequenas para a
idade gestacional. Essa pesquisa prioriza os aspectos clínicos e nutricionais por apresentarem
riscos de doenças.

4. Caracterização do desenvolvimento motor e crescimento pondero-estatural


de lactentes com tuberculose.
Resumo: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa; na infância é um evento
sentinela causado pelo contato com adulto infectado, podendo acarretar atrasos no
desenvolvimento motor, cognitivo, de linguagem e social do lactente. Fatores
ambientais, culturais e sociais aos quais o lactente é exposto permitem seu
desenvolvimento, portanto o isolamento e a visão da família e da sociedade sobre a
tuberculose trazem contextos que impedem o relacionamento com outras crianças e
outros adultos, podendo causar atrasos. O diagnóstico da tuberculose na infância
ocorre pela avaliação clínico-radiológica associada à baciloscopia, cultura de escarro e
recentemente por estes rápidos de biologia molecular, sempre que possível4. Porém,
crianças menores de 10 anos apresentam especificidades que devem ser consideradas
durante sua investigação diagnóstica.
O desenvolvimento infantil é um processo contínuo e complexo que se inicia no
período intrauterino e segue de forma intensa nos primeiros anos de vida, sob
influência de fatores genéticos, ambientais, culturais e sociais aos quais a criança está
exposta. Assim, a primeira infância, período de 0 a 6 anos de idade, é uma etapa
fundamental para o desenvolvimento do ser humano. O desenvolvimento motor
apresenta variações de movimentos e, a redução dessas variações, pode caracterizar-
se por desenvolvimento suspeito. As mudanças que ocorrem durante os primeiros 12
meses de vida da criança são as mais importantes, por ocorrer grandes saltos
evolutivos em curtos períodos de tempo. As modificações nos marcos do
desenvolvimento típico são percebidas a cada mês, de maneira que as crianças podem
ser inseridas em faixas etárias motoras por meio da presença de critérios como
reações, reflexos, planos de movimento, padrões de movimento e aquisição de
habilidades motoras. (5)
O artigo trás dados interessantes pois ele caracteriza o desenvolvimento motor de
lactentes com tuberculose e o crescimento pondero-estatural, em comparação à
lactentes sem tuberculose.

5. Influência da reposição do hormônio do crescimento no desenvolvimento


neuropsicomotor. Relato de caso.
Resumo: A resposta estatural ao uso de hormônio do crescimento na baixa estatura já está
comprovada na literatura. A influência dos componentes do eixo fator de crescimento
semelhante à insulina tipo 1 sobre desenvolvimento, função, regeneração, neuroproteção,
cognição e funções motoras tem sido avaliada em estudos experimentais e em adultos com
lesão de sistema nervoso central. No entanto, ainda são poucas as pesquisas sobre o impacto
clínico da reposição hormonal no desenvolvimento neuropsicomotor. (6)

Este relato apresenta o caso de um paciente com excelente recuperação pôndero-estatural e,


de forma ainda mais surpreendente, de desenvolvimento neuropsicomotor, em resposta ao
uso de hormônio do crescimento. O resultado observado fortalece a correlação entre achados
experimentais e clínicos, no que diz respeito à resposta da plasticidade cerebral ao hormônio
do crescimento em crianças. Paciente do sexo masculino nasceu pré-termo com múltiplos
agravos no período neonatal e de lactente jovem, e que, por 6 anos, apresentou deficit
relevante do crescimento, na maturação óssea e do desenvolvimento neuropsicomotor. Aos 6
anos de idade, apresentava baixa estatura, baixa velocidade de crescimento e baixo peso. Era
incapaz de sustentar o peso axial, não tinha desenvolvido habilidade motora fina e nem
controle esfincteriano, e apresentava também disfunção na deglutição e na linguagem. Exames
complementares mostraram IGF1 baixo, sem alterações na imagem da região hipotálamo-
hipofisária e idade óssea compatível com 3 anos − para a idade cronológica de 6 anos e 1 mês.
A terapia de reposição com hormônio do crescimento promoveu forte impacto na recuperação
pôndero-estatural e também do desenvolvimento neuropsicomotor desta criança.

O conceito de desenvolvimento em crianças é amplo e se refere a uma transformação


complexa, contínua e progressiva, tanto física quanto psíquica. Na prática assistencial, o
desenvolvimento neuropsicomotor é avaliado por meio da identificação dos principais marcos,
segundo a idade da criança. Os componentes do eixo do hormônio do crescimento e do fator
de crescimento semelhante à insulina tipo 1 estão envolvidos não apenas no crescimento,
desenvolvimento e mielinização do cérebro, mas também em sua plasticidade, afetando a
gênese de neurônios, astrócitos, células endoteliais e oligodendrócitos, o que se traduz em
diversos efeitos cognitivos. O artigo trás dados importastes pois ele relata como o
desenvolvimento neuropsicomotor é avaliado e como o hormônio do crescimento estão
envolvidos no desenvolvimento e mielinização do cérebro.

6. Mutações genéticas: percepção docente/discente e práxis em escola pública


na planície litorânea no Piauí.
Resumo: As mutações genéticas são condições biológicas em que ocorrem alterações
na informação genética celular. Embora percebidas como negativas e geralmente
associadas a doenças, as mutações desempenham importante papel no processo
evolutivo e de melhoramento genético. Esse estudo objetiva avaliar a percepção de
docentes e de discentes da 3ª série em escolas públicas no interior do Piauí no que se
refere ao estudo das mutações genéticas e propor uma Sequência de Ensino
Investigativa que facilite o processo ensino-aprendizado. Após aprovação no Comitê de
Ética em Pesquisa, o estudo foi desenvolvido nas escolas públicas estaduais da Planície
Litorânea do Piauí. Os dados foram coletados por meio de questionários
disponibilizados na plataforma Google Forms. O questionário docente mostrou que:
74% dos professores possuem especialização; 58% ministram pelo menos 24 aulas
semanais; 72% afirmam que a falta de conhecimento prévio dos alunos dificulta o
ensino das mutações; 46% dizem que a abordagem nos livros didáticos é quase sempre
superficial. Para 41% dos estudantes as mutações com o processo evolutivo enquanto;
53% dos alunos consideram que as mutações são alterações no DNA que podem ser
herdadas pais ou adquiridas ao longo da vida. Partindo dos dados do questionário
discente desenvolveu-se na turma de aplicação uma SEI de abordagem do tema. Os
produtos desenvolvidos foram: um blog on-line para a divulgação dos materiais
produzidos; e uma sequência de ensino investigativa que melhore o processo ensino-
aprendizagem acerca do tema. O desenvolvimento desse estudo melhorou a
compreensão da forma como alunos e professores percebem o processo ensino-
aprendizagem das mutações genéticas. A análise dos dados relacionados com a
aplicação da SEI nos permitiu descobrir o quanto esse tipo de metodologia ativa é
capaz de melhorar a qualidade do processo de construção do conhecimento por meio
do envolvimento dos alunos.

A genética é um dos temas centrais da Biologia e a compreensão dos conceitos


essenciais dessa área é fundamental para a análise e desmistificação de muitas
situações práticas e do cotidiano, por exemplo: o ganho de produtividade do
agronegócio, os seres transgênicos, o desenvolvimento de vacinas, o diagnóstico e
tratamento de doenças, os transplantes de órgãos e tecidos etc. Tendo em vista a
importância dos avanços tecno científicos experimentados pela genética e ciências
biologias nas últimas décadas, a escola tem, entre suas funções, o papel de inserir os
alunos na compreensão dessas realidades práticas. Porém, quando analisamos o
processo ensino aprendizagem que se desenvolve na escola, constata-se que os
professores, em grande medida, assumem uma abordagem demasiadamente
expositiva, supervalorizando ideias e conceitos teóricos, como se estes não
guardassem ligação com a realidade discente. O artigo trás dados importantes pois
relata o estudos de mutações genéticas dos docentes e discentes do terceiro ano de
uma escola no Piauí, que facilite o processo de ensino-aprendizado.

7. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor em prematuros com


alterações ultrassonográficas cerebrais no período neonatal.
Resumo: Os avanços científicos e tecnológicos que ocorreram nas UTI neonatais nas
últimas décadas, aumentaram a sobrevida de bebês cada vez mais prematuros. Devido
ocorrência de possíveis sequelas inerentes a essa condição, houve um interesse maior
pelo desenvolvimento dos bebês egressos dessas unidades de tratamento. O presente
estudo é retrospectivo, longitudinal, analítico do tipo caso controle, aninhado a uma
coorte. Foi avaliado o desenvolvimento motor e cognitivo de prematuros que tiveram
alterações ultrassonográficas cerebrais no período neonatal e os possíveis fatores de
risco para o seu atraso. Selecionou-se 99 crianças prematuras com peso de nascimento
menor ou igual a 1800 gramas e idade gestacional abaixo de 37 semanas e que fizeram
ultrassonografia transfontanelar no período neonatal durante sua internação em UTI
neonatal. Analisaram-se variáveis socio econômicas, culturais, ambientais, eventos
clínicos perinatais e características maternas. Para avaliação do desenvolvimento
neuropsicomotor utilizou-se o Teste de Denver II. A população foi composta de
crianças com 12 meses de idade corrigida. A média de peso de nascimento foi de 1032
gramas e a média de idade gestacional foi de 31,3 semanas. As alterações
ultrassonográficas estiveram presentes em 49,4% das crianças. Destas, a leucoma lácia
periventricular foi a mais presente nos bebês com alteração no Teste de Denver II na
idade corrigida de 1 ano. Dentre os testes realizados, 34,3% tiveram resultados
desfavoráveis. Dos fatores de risco para alteração de desenvolvimento, alterações
ultrassonográficas cerebrais e renda familiar mostram-se estatisticamente significantes
para o estudo.

O valor preditivo positivo dos exames ultrassonográficos transfontanelares para


alterações de desenvolvimento neuropsicomotor, foi de 51,02% e valor preditivo
negativo de 82%. Ao se acrescentar a variável renda familiar às alterações
ultrassonográficas transfontanelares, o valor preditivo positivo aumentou para 90% e o
valor preditivo negativo reduziu-se para 71,91%. Acredita-se que o acréscimo à análise
da variável renda familiar baixa é boa alternativa para aumentar a capacidade de
predição de alterações do desenvolvimento de prematuros com alterações
ultrassonográficas transfontanelares. O artigo trás dados importante pois ele relata
sobre bebês que nasceram prematuros e que avaliaram o desenvolvimento motor e
cognitivo com alterações ultrassonográficas.

8. Repercussões fonoaudiológicas na Síndrome de Seckel: estudo de caso.

Resumo: Síndrome de Seckel, trata-se de condição rara e de herança autossômica


recessiva, hereditário, caracterizada por um severo retardo de crescimento
intrauterino, baixa estatura proporcional, microcefalia com queixo retraído e pequeno,
nariz grande e curvo, em alguns casos retardo mental, várias anomalias congênitas em
face, crânio e esqueleto, entre outras malformações. O objetivo deste estudo foi
identificar as manifestações fonoaudiológicas encontradas nesta Síndrome, a partir do
relato de um caso clínico, de um paciente do gênero masculino, de 09 anos de idade,
encaminhado pela odontopediatria, com queixa de alteração no padrão respiratório.
Foi realizada avaliação fonoaudiológica que abordou: descrição física, aspectos das
funções estomatognáticas, da linguagem oral e escrita, da voz e audição e dos
aspectos cognitivos. Para complementação do diagnóstico fonoaudiológico, foram
realizadas avaliações ortodôntica, otorrinolaringológica e fisioterapêutica. Com relação
às funções estomatognáticas, a criança apresentou respiração de modo oral,
mastigação com preensão dos alimentos nos dentes laterais, mastigação unilateral,
com lábios entreabertos e movimentos exagerados da musculatura perioral;
deglutição com interposição de língua e participação da musculatura orofacial. Fala
com articulação imprecisa e travada, devido à limitação de abertura de boca. No
tocante à voz, o paciente apresentou tempo máximo de fonação reduzido, laringe em
posição elevada, ressonância nasal, ataques vocais suaves e intensidade fraca. Não
fora observada nenhuma alteração na linguagem oral e escrita. A escassez de estudos
relatando manifestações fonoaudiológicas na Síndrome de Seckel, associada à raridade
de ocorrência, justifica o interesse em realizar este estudo, para colaboração de maior
conhecimento por parte dos fonoaudiólogos e profissionais de saúde.

Esta Síndrome afeta por igual tanto homens como mulheres, sem apresentar
predomínio étnico ou geográfico, sendo caracterizada por retardo intrauterino, baixo
peso ao nascer, microcefalia, nanismo, "cabeça de pássaro" e frequentes infecções das
vias aéreas superiores. O retardo mental pode estar presente, mas em um grau muito
menor do que o esperado, levando em consideração o tamanho do crânio. Esses
pacientes são geralmente crianças agradáveis e simpáticas, hipercinéticas e se
distraem facilmente. Nesse cenário, o fonoaudiólogo exerce um papel imprescindível
no trabalho com indivíduos que apresentam malformações craniofaciais e quadros
sindrômicos. A atuação desse profissional junto a equipe multidisciplinar contribui
para o diagnóstico e intervenção precoce. O artigo trás dados importantes pois ele
relata sobre uma síndrome rara que afeta principalmente bebês em formação.

9. Perfil do nanismo hipofisário no hospital de clínicas de Porto Alegre e reteste


dos pacientes com deficiência isolada idiopática de hormônio do crescimento.

Resumo: O nanismo hipofisário é a baixa estatura que resulta da deficiente produção


de hormônio do crescimento (GH). A deficiência de GH (DGH) pode ser isolada ou
associada á deficiência de TSH, ACTH ou gonadotrofinas. Não há estatísticas brasileiras
a respeito do nanismo hipofisário. A incidência de DGH no Reino Unido é de 1:60.000
nascidos vivos; entre escolares escoceses, a prevalência é de 1:80.000. A incidência é
igual entre os sexos, quando consideradas causas orgânicas; quando todos os
pacientes em tratamento são considerados, a proporção M:F pode varias de 1,6:1 até
3:1. O retardo de crescimento é o sinal mais comum de DGH na infância. A variedade
da apresentação do quadro clínico dependem da idade de início e do grau da
deficiência. Crianças com doença moderada apresentam sinais clínicos após os 6
meses. Em geral, elas têm peso normal ao nascer e comprimento discretamente
menos que a média. A velocidade de crescimento diminui progressivamente, e a idade
óssea é atrasada. Há aumento da gordura periabdominal, diminuição da massa
muscular, retardo da dentição, cabelos finos, crescimento deficiente das unhas e voz
fina, devida à hipoplasia da faringe. Em casos graves de DGH congênita, hipoglicemia,
micropênis nos meninos e hiperbilirrubinemia direta podem estar presentes no
período neonatal. Frequentemente, a DGH é diagnosticada, mas a causa não é
identificada, o que se denomina DGH idiopática. Nos pacientes em tratamento com
hormônio do crescimento humano recombinante, 78% da DGH é idiopática.

10. Perfil metabólico de crianças com nanismo nutricional atendidas no centro de


recuperação e educação nutricional – CREN/AL.

Resumo: A desnutrição, quando ocorre de forma crônica na infância, causa redução no


crescimento e alterações endócrinas adaptativas para garantir a manutenção da vida.
Neste sentido, o IGF-1 e o cortisol têm sido indicados como marcadores do estado
nutricional dessas crianças com déficit de estatura. Os altos níveis de cortisol e os
baixos níveis de IGF-1 favorecem a gliconeogênese e a liberação de ácidos graxos pelo
tecido adiposo e inibem a ação do GH dependentes de IGF-1 no crescimento. Por estes
motivos, é importante investigar também o perfil lipídico. Associada a deficiência
energética, verificada nessas crianças desnutridas, observa-se a carência de vitaminas
e minerais. A anemia por carência de ferro é, atualmente, a deficiência nutricional
mais frequente no mundo, seguida pela hipovitaminose A. O ferro e a vitamina A são
essenciais para o crescimento e desenvolvimento normais. Além da inadequada
ingestão de alimentos, as parasitoses intestinais têm sido consideradas importantes
fatores na etiologia das anemias carenciais e da DEP. Dentro deste contexto, o
presente estudo objetivou estudar o perfil socio econômico, nutricional e bioquímico
de crianças atendidas no Centro de Recuperação e Educação Nutricional. Para tal
foram selecionadas 79 crianças com idades entre 12 e 71 meses. Os dados socio
econômicos e a avaliação antropométrica foram realizados em consulta nutricional. As
dosagens bioquímicas foram realizadas entre os meses de junho e julho de 2008. Nesta
época, foi coletada uma amostra de 10 ml de sangue em jejum de 12 horas, para
dosagens de IGF-1, vitamina A sérica, hemograma e lipidograma completos. A
dosagem do cortisol salivar foi realizada em um segundo momento para que o estresse
da retirada do sangue não interferisse no resultado do mesmo. A presente pesquisa
encontrou uma população com uma condição socio econômica precária e homogênea,
onde o número de filhos encontrou-se associado ao grau de desnutrição apresentado
pelas crianças estudadas. A maior parte das crianças tinham entre 12 e 36 meses,
encontrava-se poli parasitada (79,7%) e apresentaram anemia (44,3%), esta última
altamente associada também ao grau de desnutrição. As dosagens de vitamina A
demonstraram um resultado surpreendente, pois não foi encontrado nenhum caso de
hipovitaminose A, revelando que a suplementação de vitamina A implementada pelo
Governo Federal tem sido eficiente. Com relação aos níveis de cortisol, a maioria das
crianças encontrava-se dentro da normalidade. Por outro lado, a maior parte dos
níveis de IGF-1 permearam o limite inferior, revelando sua queda durante a
desnutrição crônica e sua forte associação com a mesma. Os resultados do lipidograma
revelaram que quase a totalidade das crianças apresentou pelo menos um tipo de
dislipidemia (98,9%), sendo os níveis baixos de HDL associados ao grau de desnutrição.
Conclui-se, portanto, que a desnutrição crônica apresentada pelas crianças estudadas
gera adaptações endócrinas que provocam modificações permanentes no perfil
lipídico.

Referências:
1. Schoen-Ferreira T. H, Ramos J. M, Ávila M. E, Dabbur R. R, Lima T. A, , Marteleto
M. R. Síndrome de Kabuki: estudo de caso a respeito das características
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escrita na síndrome de Silver-Russell. Revista Brasileira em Promoção da Saúde
[Internet]. 2006;19(2):0.
3. Rios, Noemi Vieira de Freitas Aspectos da linguagem oral de crianças nascidas à
termo e pequenas para a idade gestacional. / [Manuscrito]. Salvador, 2021.
4. Fagundes Cinti M, Felipe Pádua R, dos Santos Cardoso de Sá C. Caracterização
do desenvolvimento motor e crescimento pondero-estatural de lactantes com
tuberculose. Ver Neurocienc 2018; 26:1-20.
5. Motta F, Eisencraft AP, Crisostomo LG. Influência da reposição do hormônio do
crescimento no desenvolvimento neuropsicomotor. Relato de caso Einstein.
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6. Ibiapina Rodrigues F. Mutações genéticas: percepção docente/discente e práxis
em escola pública em Planície Litorânea do Piauí. Piauí, Teresina, 2020. 114 f.
7. Desterro e Silva da Cunha R. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor
em prematuros com alterações ultrassonográficas cerebrais no período
neonatal. São Luís, 2007.
8. Ferreira de Brito A, Elaine Zuim de Moraes Baldrighi S. Repercussões
fonoaudiológicas na síndrome de seckel: estudo de caso. Rev. CEFAC. 2015 Ste-
Out; 17(5): 1698-1715.
9. Pedroso da Silva L. Perfil do nanismo hipofisário no hospital de clínicas de Porto
Alegre e reteste dos pacientes com deficiência isolada idiopática de hormônio
do crescimento. Porto Alegre, dezembro de 2004.
10. Rossiter Stux Veiga G. Perfil metabólico de crianças com nanismo nutricional
atendidas no Centro de Recuperação e Educação Nutricional – CREN/AL.
Maceió, 2009. CDU: 612.391-053.2.

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