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SINAIS DE ALERTA DE RISCO PSÍQUICO

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SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

Introdução ................................................................................................ 3

Fatores Psíquicos: a relação entre ambiente e biológico ..................... 5


A família de uma criança recém-nascida ........................................... 11
A formação do vínculo/apego ......................................................... 12

O desenvolvimento da função parental .......................................... 14

A participação paterna .................................................................... 15

Dificuldades comuns da fase .......................................................... 16

O conceito de fatores de riscos: da área biomédica a psicossocial ... 18


Fatores de riscos associados ao estresse da criança e suas
consequências .............................................................................................. 26
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 29

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Introdução

A possibilidade de identificar a existência de sofrimento psíquico


precocemente que incide sobre a emergência de uma psicopatologia ou de
algum atraso no desenvolvimento, vem sendo investigada por pesquisadores
que partem da relação que se estabelece entre o bebê e aqueles que exercem
as funções parentais para pensar a constituição psíquica. Com base no
pressuposto de que a linguagem que compartilham é integrante da estruturação
do funcionamento psíquico e a constituição do psiquismo é entendida como
elemento organizador do desenvolvimento infantil em todas as suas vertentes
(física, cognitiva, linguística e psicomotora), tais estudos têm servido de
referência na busca de alternativas para a detecção e intervenção precoce ou a
tempo, nos casos em que se evidenciam risco para perturbações da
comunicação e da interação em bebês que podem rumar para uma estruturação
de tipo autista.

A possibilidade de se verificar se os processos fundamentais à


constituição psíquica estão ocorrendo, a partir de sinais fenomênicos
observáveis na relação mãe-bebê, tem-se mostrado de fundamental importância
na clínica de bebês. Cada vez mais, entende-se que a possibilidade de
reconhecimento de impasses nessa constituição, podem promover mudanças
significativas que contribuem para a saúde mental presente e futura do bebê.

O desenvolvimento infantil pode ser definido como um processo


multidimensional e integral, que envolve o crescimento físico, a maturação
neurológica, o desenvolvimento comportamental, sensorial, cognitivo e de
linguagem e as relações socioafetivas. Tem como efeito tornar a criança capaz
de responder às suas necessidades e as do seu meio, considerando seu
contexto de vida (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE, 2005).

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A multiprofissionalidade diz respeito à atuação conjunta de várias
categorias profissionais. O processo avaliativo, então, requer uma ação
articulada nas diferentes áreas do conhecimento: Pedagogia, Psicologia,
Fisioterapia, Fonoaudiologia, Serviço Social e áreas médicas, utilizando
instrumentos padronizados e técnicas específicas. (LUZ, 2009).

Kupfer et al. consideram o desenvolvimento humano como produto de


uma dupla incidência, tomando os processos maturativos de ordem neurológica
e genética de um lado e, de outro, os processos de constituição do sujeito
psíquico. Nesse contexto, diferenciam o risco ao desenvolvimento do risco
psíquico. Enquanto o primeiro seria fruto de dificuldades subjetivas que afetam
ou incidem no desenvolvimento da criança, mas que não questionam a
instalação de um sujeito psíquico, tais como os casos de hiperatividade, de
sintomas psicomotores como a agitação motora, a enurese, encoprese, entre
outros. O risco psíquico estaria relacionado a entraves na constituição subjetiva
que gerariam problemas na estruturação rumo à emergência de uma
psicopatologia grave , tais como autismos, psicoses e, de um modo geral, os
denominados “distúrbios globais do desenvolvimento”

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Fatores Psíquicos: a relação entre ambiente e biológico

A literatura traz evidências de que o desenvolvimento infantil é um


processo condicionado e determinado por inúmeros fatores, como: biológicos,
ambientais e socioeconômicos. A aquisição de habilidades motoras e cognitivas
depende de fatores genéticos e maturacionais e, ainda, de um adequado
desenvolvimento pré e pós-natal constituindo assim a base biológica para o
desenvolvimento normal.

Assim, quando essas condições são favoráveis, é provável que a criança


tenha um potencial de resistência a adversidades físicas e psicológicas. Quando
o contrário acontece, dependendo da gravidade das condições adversas, o
desenvolvimento pode ser afetado de diferentes formas.

O risco biológico define os principais fatores que influenciam os desfechos


do desenvolvimento infantil em crianças de países desenvolvidos. A idade
gestacional o peso ao nascimento representam fatores preditivos importantes no
prognóstico do desenvolvimento infantil e, geralmente, são importantes nos
desfechos do primeiro ano de vida. Portanto, prematuridade, baixo peso ao
nascer e desnutrição são alguns dos fatores de risco biológico que influenciam
no curso do desenvolvimento infantil.

Além disso, tem-se ainda, asfixia perinatal, peri-intraventricular,


hemorragia, displasia broncopulmonar, distúrbios bioquímicos e hematológicos

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durante o período neonatal, microcefalia, malformações e infecções congênitas
como outros fatores de risco biológico. No entanto, neste trabalho, optou-se por
abordar a prematuridade, pois, é o fator biológico preponderante nos estudos
encontrados nesta revisão bibliográfica.

O recém-nascido a termo é aquele cuja idade gestacional é de 37 a 42


semanas, e o pré-termo, é todo aquele que nasce com menos de 37 semanas.
A classificação utilizada sobre peso divide-se em: baixo peso ao nascer (abaixo
de 2.500 gramas), esta categoria é por sua vez dividida em: muito baixo peso ao
nascer (menos de 1.500 gramas) e moderado baixo peso ao nascer (de 1.500 a
2.499 gramas). No outro extremo da escala, estão os bebês com alto peso ao
nascer (4.500 gramas ou mais). Esta subdivisão tem sido usada para identificar
de forma mais precisa os bebês com riscos mais sérios.

Atualmente, os avanços na área de Neonatologia têm contribuído


significantemente para melhorar o índice de sobrevivência de bebês nascidos
pré-termo e com peso abaixo de 1500g, por meio de novas técnicas e métodos.
Até mesmo recém nascidos com extremo baixo peso, em torno de 500 ou 600g,
têm sobrevivido, na medida em que seja assegurada a oportunidade de receber
assistência médica especializada em unidades de tratamento intensivo, as UTIs
neonatais.

Entretanto, sabe-se que estes bebês estão sob maior risco para déficits
no desenvolvimento em relação aos bebês a termo porque podem ser
identificados sinais de vulnerabilidade na criança prematura. O aumento da
sobrevida dos recém-nascidos prematuros nas últimas décadas provocou um
interesse crescente na predição do desenvolvimento global de longo prazo
dessas crianças. A partir desse interesse, vários autores têm detectado sinais
neurológicos anormais durante o primeiro ano de vida desses recém-nascidos,
embora tenha sido difícil prever se estes sinais serão transitórios ou definitivos.

Por isso, ressalta-se a importância de estudar o desenvolvimento do bebê


nascido pré-termo dentro de um contexto guiado pela associação de diversos
fatores de risco, que envolvem variáveis como o nascimento e os resultados do
estado clínico de saúde do bebê durante o período de internação hospitalar. Em
relação ao comprometimento no desenvolvimento, estudos apontam a

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prematuridade como valor preditivo para o atraso no desenvolvimento motor e
cognitivo.

Na literatura há um grande interesse sobre a influência do nascimento


prematuro no desenvolvimento da linguagem. Nesses estudos, os autores têm
demonstrado diferenças tanto na sua recepção como na sua expressão,
manifestadas pelo tamanho do vocabulário, no atraso da aquisição, na
complexidade da linguagem, no processo fonológico e na memória de curto
prazo.

Sendo assim, percebe-se a prematuridade como um fator de risco


biológico ao desenvolvimento global da criança podendo variar, em termos de
efeitos nocivos, nas diferentes áreas do desenvolvimento infantil. No entanto, em
estudos mais recentes, alguns autores vêm argumentando sobre a interação do
fator biológico e social como fatores de risco potencializadores nos efeitos ao
desenvolvimento. No Brasil, a crescente morbidade observada em crianças que
apresentaram intercorrências clínicas ao nascimento pode ser resultado da
associação de fatores biológicos e sócio-ambientais.

O risco social configura-se como um fator ambiental, sendo entendido


como uma variável moderadora, que interfere e modifica a relação entre risco
biológico e desfechos do desenvolvimento infantil. A relação entre genética e
ambiente é dinâmica e também cumulativa na sua capacidade de influenciar o
desenvolvimento do indivíduo e alterar comportamentos subsequentes.

Portanto, é necessário compreender os múltiplos fatores investigando os


que se relacionam especificamente à criança, assim como, aqueles que se
relacionam ao ambiente. Sabe-se que, no ambiente familiar, a criança pode
receber proteção, como também, conviver com riscos para o seu
desenvolvimento.

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O risco socioeconômico, isto é, a baixa renda familiar, configura-se como
um dos mais preocupantes para o desenvolvimento da criança, já que limita e,
muitas vezes, priva estas crianças e sua família da aquisição de bens e serviços,
de saneamento básico, moradia, alimentação e outros elementos que são
imprescindíveis para um desenvolvimento adequado e sem intercorrências.

O atraso no desenvolvimento nesta faixa sócio-econômica permanece


alto e pode ocorrer devido ao fato de que algumas crianças que sobrevivem ao
risco biológico acabam passando por situações de estresse relativas às
condições desfavoráveis em que vivem propiciadas, na sua maioria, pelo
aumento da urbanização, violências, mudanças na estrutura familiar e, em
algumas áreas específicas, pela diminuição do suprimento alimentar, ou seja,
ausência de oportunidades esperadas para um desenvolvimento saudável.
Ressalta-se ainda, a importância das condições sociais para a saúde mental.

A pobreza age como um facilitador de risco para que crianças apresentem


problemas no desenvolvimento, pois, a desvantagem socioeconômica surge
como mecanismo causal subjacente aos aspectos ambientais e biológicos. Além
disso, a pobreza pode ser um dos fatores desencadeantes de estado depressivo
da mãe que, na maioria das vezes, é a principal referência da criança na
construção de sua subjetividade.

O estresse materno associa-se a sintomas emocionais na criança, dentre


eles a ansiedade. Este comportamento infantil tem sido associado à
imprevisibilidade e incontrolabilidade do ambiente, como também, à ansiedade
dos pais. Estes pais devem estabelecer limites apropriados à idade em
exploração incentivando simultaneamente o desenvolvimento dos pontos de

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vista cognitivo, social e linguístico. Para realizar satisfatoriamente esta tarefa, a
mãe como principal cuidadora, deve estar emocionalmente estável. No entanto,
há um grande número de mães que apresentam sintomas depressivos que
comprometem sua competência para exercer sua função dificultando, assim, o
estabelecimento do vínculo mãe-filho.

A ausência do vínculo adequado pode contribuir para o surgimento de


dificuldades na aquisição de habilidades futuras, visto que nos primeiros meses
e anos de vida, o desenvolvimento e crescimento infantil estão mais vulneráveis
aos efeitos ambientais. Pesquisas indicam que mães deprimidas, especialmente
quando a depressão é crônica, podem conversar pouco e ser menos sensíveis
com seus bebês, oferecendo menor apoio e menos limites aos filhos. Quanto às
crianças, são mais propensas à insegurança, e podem ter um desenvolvimento
de linguagem e cognitivo mais lentos.

Sendo assim, a construção de um ambiente doméstico dotado de práticas


psicossociais favoráveis ao desenvolvimento infantil permite adquirir
conhecimentos e habilidades, estabelecer relações e construir seu próprio
ambiente físico e social, pois o cuidador é a pessoa capaz de decifrar os sinais
que a criança emite para então atendê-la nas suas necessidades
desenvolvimentais.

O desenvolvimento emocional na infância está intimamente associado ao


estado psíquico inicial da mãe, sobretudo, às condições para o exercício da
função materna. Quando a criança não evolui, no brincar simbólico e na
linguagem, pode estar havendo uma falha relacionada a problemas no exercício
das funções parentais, em especial da função materna, devido a problemas
como depressão pós-parto ou estabelecimento de limites, ausência de desejo
pelo filho, entre outros, que podem levar ao fracasso do circuito pulsional
completo, o qual será descrito posteriormente, produzindo transtornos
importantes de desenvolvimento como a psicose e favorecendo outros de base
genética como autismo6.

A interação é o ponto de origem, o lugar de construção da subjetividade,


e, portanto, no qual se constrói a linguagem. Quando essa interação não ocorre
de forma efetiva, há uma falha no investimento do diálogo e as funções parentais,

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em especial a materna, exercida de modo não suficientemente bom dificultam a
evolução linguística e psíquica da criança. No processo de interação, adulto e
criança são parceiros e as relações familiares têm papel fundamental para a
aquisição da linguagem pela criança, pois, ao dedicar seu olhar e escuta para a
criança, o cuidador, convoca-a para um lugar enunciativo, faz dela um endereço,
um que pode escutar. Ao interpretar suas manifestações, sejam verbais ou não-
verbais, reconhece a autoria da produção infantil e engendra o lugar de um eu
para a criança.

Os sentimentos maternos criam um clima emocional que confere ao bebê


uma variedade de experiências vitais muito importantes por estarem
caracterizadas pelo afeto materno. Tais experiências são essenciais na infância
porque, nesse período, os afetos são de altíssima relevância, maior do que em
qualquer outro período posterior da vida, visto que, do ponto de vista psicológico,
grande parte dos aparelhos sensório, perceptivo e de discriminação sensorial
ainda não amadureceu; como consequência, a atitude emocional da mãe serve
para orientar os afetos do bebê e conferir qualidade de vida à sua experiência.

Nesse sentido, tem-se a contribuição de estudos relatando que crianças


que dispunham de menor tempo diário com a mãe apresentaram uma maior
frequência de déficit no equilíbrio estático quando comparadas àquelas que
permaneciam mais tempo com a mãe sugerindo que a presença materna pode
agir como um fator de proteção para aquisição dessa habilidade motora.

Um aspecto importante apontado nesse estudo é a escolaridade da mãe


que se associa positivamente à melhor organização do ambiente físico e
temporal, à maior oportunidade de variação na estimulação diária, com
disponibilidade de materiais e jogos apropriados para a criança e maior
envolvimento emocional e verbal da mãe com a criança, fatores que favorecem
o desenvolvimento cognitivo da criança.

Porém, quando expostas a um ambiente psicologicamente desfavorável,


as crianças passam por condições de alto risco para sua saúde física e mental,
já que as características familiares estão fortemente associadas com a saúde
mental da criança. Sabe-se que problemas de saúde mental na infância podem
prejudicar o desenvolvimento da criança e estão associados ao risco de

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transtornos psicossociais na vida adulta havendo uma significante associação
entre estresse materno e problema de saúde mental infantil.

Em casos de crianças prematuras os fatores de risco biológico,


associados aos fatores de risco psicossociais, constituem uma situação de
múltiplo risco em que um agrava o outro aumentando a ameaça ao
desenvolvimento sadio e adaptativo da criança. Da mesma forma, baixos níveis
de responsividade materna são relacionados a déficits nas habilidades de
iniciativa social, tanto para crianças nascidas pré-termo quanto para crianças
nascidas a termo, além disso, a responsividade materna pode ser preditora
significante da linguagem receptiva e expressiva dessas crianças.

Assim, observa-se que os comportamentos maternos em interação com a


criança atuam como variáveis moderadoras do risco biológico do nascimento à
medida que exercem efeito diferencial em grupos de crianças vulneráveis
podendo tanto atenuar quanto agravar os efeitos adversos dos fatores de risco.

A partir dessas colocações fica evidente a importância das primeiras


relações no contexto do desenvolvimento infantil uma vez que as leituras
dialéticas da construção humana e, portanto, da linguagem se dão por meio
desta experienciação entre a mãe e o bebê. Nessa perspectiva, o
desenvolvimento é efeito de um processo de implicação entre a criança e o
adulto tornando-se interessante, na medida do possível, dedicar o olhar também
para o adulto, mais especificamente à mãe, para as formas como este se coloca
em relação ao seu filho. Ao ver o adulto na relação com a criança ou escutá-lo
narrar seu cotidiano é possível se deparar com indícios que apontem para algum
problema na díade mãe-bebê.

A família de uma criança recém-nascida

O profissional de saúde, desde o pré-natal, deve estar atento às


mudanças e às necessidades de adaptação que ocorrem nas famílias diante do
nascimento de um novo ser. De igual forma, o profissional de saúde deve saber
que não é uma tarefa fácil uma família adaptar-se a uma nova realidade,

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especialmente quando se trata do primeiro filho. Neste caso, os pais necessitam
ajustar seu sistema conjugal, criando um espaço para os filhos. Além disso, é
preciso aprender a unir as tarefas financeiras e domésticas com a educação dos
filhos.

Um estudo evidencia que o bom relacionamento do casal está associado


a um maior apoio do pai à lactação e uma maior participação dele nos cuidados
com a criança (FALCETO; GIUGLIANI; FERNANDES, 2004). Cabe ressaltar que
a mudança com o nascimento da criança ocorre não apenas na família nuclear,
mas também na família ampliada, que passa por uma alteração importante em
seus papéis, avançando um grau em seu sistema de relacionamentos: irmãos
tornam-se tios, sobrinhos tornam-se primos, pais tornam-se avós, entre outros
exemplos de alterações na configuração familiar (CARTER; MCGOLDRICK,
2001).

E é dentro do referido contexto familiar ou por intermédio de seu substituto


(instituições ou pessoas que exerçam a função de cuidadores) que acontecerão
as primeiras relações da criança, tão importantes para o seu desenvolvimento
psicossocial. Os laços afetivos formados, em especial entre pais e filhos,
influenciam o desenvolvimento saudável do bebê e determinam modos de
interação positivos, que possibilitam o ajustamento do indivíduo aos diferentes
ambientes de que ele irá participar (DESSEN; POLONIA, 2007).

A formação do vínculo/apego

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O apego, vínculo emocional recíproco entre um bebê e seu cuidador,
constrói-se baseado em relacionamentos preliminares estabelecidos ainda com
o feto e com a criança imaginada pelos pais, antes mesmo do seu nascimento.
Após o nascimento, o bebê, para sobreviver, precisa de alguém que cuide dele
e que assegure que suas necessidades físicas (alimentação, limpeza, cuidado,
proteção, entre outras) e psicossociais (de se sentir seguro, amado, protegido,
valorizado) sejam atendidas.

Qualquer atividade por parte do bebê que provoque uma resposta do


adulto pode ser considerada um comportamento de busca de apego: sorrir,
chorar, sugar e olhar nos olhos. Por isso, é importante que o profissional de
saúde, em contato com a família, observe cuidadosamente como os cuidadores
(em especial, a mãe) reagem a tais comportamentos. São afetuosos? Oferecem
aconchego frequente ao bebê? Reagem de forma irritada ou agressiva ao choro?
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006; BRAZELTON; CRAMER, 1992). Por vezes,
os modos como se dão as reações aos comportamentos do bebê podem ser
indicativos de que sua família precisa de auxílio para superar o momento de
crise.

A prática da amamentação favorece a formação de vínculo entre mãe e


filho e deve ser estimulada. Entretanto, a amamentação não é um
comportamento inato, mas sim um hábito que se adquire e se aperfeiçoa com a
prática, que depende de aprendizado e da interação positiva entre os fatores
culturais e sociais3 (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).

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O desenvolvimento da função parental

Considerando-se que a relação que se estabelece entre pais e filhos é


fundamental para os futuros relacionamentos da criança, o profissional de saúde
deve estar atento e deve estimular o desenvolvimento da parentalidade
(DEMOTT, 2006), definida como o conjunto de remanejamentos psíquicos e
afetivos que permitem ao adulto tornar-se pai ou mãe (CORRÊA FILHO;
CORRÊA; FRANÇA, 2002).

O termo parentalizar designa a influência positiva que uma pessoa exerce


sobre o sentimento que um adulto tem de ser pai e mãe e refere-se à vivência
da identidade parental e aos sentimentos de competência dos pais com relação
aos cuidados que eles dispensam ao seu bebê. Quem pode exercer a
parentalização? O bebê (durante suas interações com os pais), os cônjuges (que
podem parentalizar um ao outro), a família ampliada e os profissionais que
trabalham com pais e bebês (idem).

Os profissionais de saúde podem auxiliar a formação da parentalidade


oferecendo espaço para a manifestação de sentimentos comuns durante o
referido processo, sentimentos como o medo de não conseguir manter a vida e
o crescimento de seu bebê, o medo de não conseguir envolver-se
emocionalmente com o seu bebê de modo autêntico e pessoal (e de que ele não
se desenvolva emocionalmente), a preocupação em como criar o bebê (se irá ou
não permitir sistemas de apoio necessários) e o medo de não conseguir
modificar-se ou reorganizar sua identidade (CORRÊA FILHO; CORRÊA;
FRANÇA, 2002; STERN, 1997).

É importante também que o profissional de saúde reconheça os pais que


desenvolvam bem a parentalidade, que se mostrem envolvidos com o
crescimento do filho, apoiando as suas novas necessidades, para que tais
atitudes sejam estimuladas. Conhecendo e identificando a presença desses
sentimentos, o profissional de saúde pode estimular o pai, a mãe ou outros
responsáveis, evitando julgamentos e valorizando sempre as boas práticas de
atender as necessidades da criança. Sempre que os pais desejarem, os

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profissionais de saúde devem lhes disponibilizar grupos de apoio que promovam
a aquisição de habilidades na formação da parentalidade (DEMOTT, 2006).

A participação paterna

A participação paterna em todas as fases de desenvolvimento da criança


é um elemento importante para o seu crescimento saudável, pois representa um
relevante fator protetivo para a saúde de todos os envolvidos. Geralmente, nos
serviços de saúde da Rede SUS, observa-se ainda um baixo engajamento dos
pais nas decisões e ações relacionadas à saúde infantil. Inclusive, fala-se muito
em saúde materno-infantil, mas pouco ainda em saúde paterno-infantil
(relacionada ao vínculo físico, psicológico e afetivo que as crianças estabelecem
com aqueles que exercem a função paterna em suas vidas).

No entanto, estudos indicam que a maior parte dos homens gostaria de


participar das consultas e de receber informações sobre ações de prevenção e
promoção relacionadas à saúde de seus filhos (DUARTE, 2007). Neste sentido,
é de suma importância minimizar este tipo de exclusão, que gera, muitas vezes,
um grande sentimento de frustração e que reforça ainda mais o distanciamento
masculino das questões relativas à saúde dos filhos.

Para isso, é necessário considerar os aspectos socioculturais e os


preconceitos que permeiam o simbólico imaginário masculino tanto dos
profissionais quanto da população usuária dos serviços de saúde. No que tange
ao nascimento, é importante ressaltar que os relatos sobre a participação
masculina indicam que ela constitui um fator que reforça os vínculos familiares e
contribui para a diminuição da ansiedade durante a chegada da criança,
reduzindo a depressão materna no pós-parto e colaborando para a melhoria dos
aspectos gerais de saúde da criança.

Para a ampliação e o fortalecimento da participação paterna na saúde


familiar, os profissionais da Rede SUS devem estar atentos para o acesso e o
acolhimento de qualidade desses pais, incluindo-os como sujeitos na lógica das
consultas realizadas em conjunto com as mães e as crianças.

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Para isso, é fundamental que o pai/cuidador seja visto também como um
indivíduo responsável pelo bem-estar da criança nas diversas fases da sua vida,
devendo ser incorporado às atividades rotineiras realizadas pelas equipes de
saúde, para que, por exemplo, tenha direito a uma voz ativa nas consultas
realizadas pelos profissionais de saúde. Por tal motivo, os serviços de saúde da
Rede SUS podem e devem criar estratégias criativas que objetivem ampliar a
participação e a responsabilização paterna na promoção do crescimento
saudável das crianças.

Dificuldades comuns da fase

O nascimento de um bebê, em especial quando se trata do primeiro filho,


pode ser considerado como um evento propício ao surgimento de problemas
emocionais nos pais, tais como depressão e manifestações psicossomáticas
(SCHWENGBER; PICCININI, 2003), que podem afetar o modo como os pais se
relacionam com seu filho.

Os episódios de melancolia pós-parto denominados “baby blues” referem-


se a uma manifestação transitória e frequente do humor que aparece no decorrer
dos primeiros dias pós-parto (com intensidade maior em torno do 3º ao 6º dia
após o parto).

A puérpera apresenta um estado de fragilidade e hiperemotividade


transitória (choro fácil, irritabilidade, tristeza ou hipersensibilidade) que não é
considerado depressão pós-parto. O manejo adequado inclui uma orientação

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sobre a sua frequência e transitoriedade, o estímulo à manifestação de
sentimentos e a aceitação de apoio (CORRÊA FILHO; CORRÊA; FRANÇA,
2002).

A depressão pós-parto, cuja incidência varia entre 12% e 19% das


puérperas (RUSCHI et al., 2007), pode constituir um problema que afeta não
apenas a mãe, mas também o bebê e até mesmo o próprio pai. Um estudo
evidencia que a amamentação feita por mães com depressão puerperal corre
maior risco de ser interrompida precocemente nos primeiros dois meses (evento
conhecido como desmame precoce) (HASSELMANN; WERNECK; SILVA,
2008).

Sabe-se ainda que os bebês, por dependerem muito da qualidade dos


cuidados e do modo como as mães respondem às suas demandas, tornam-se
especialmente vulneráveis à depressão pós-parto. Tendo em vista a influência
deste quadro no contexto familiar e na relação mãe-bebê (FRIZZO, G. B.;
PICCININI, 2005), o profissional de saúde deve estar atento à presença de
sintomas compatíveis com depressão (irritabilidade ou choro frequente,
sentimentos de desamparo, desesperança, falta de energia e motivação,
desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, incapacidade de lidar
com novas situações e queixas psicossomáticas) (DEMOTT, 2006).

A atenção do profissional de saúde deve estar mais focada principalmente


em relação à época de início dos sintomas (período que é mais tardio do que o
princípio dos eventos de “baby blues”, em torno da 5ª e 6ª semana puerperal) e
em relação à sua intensidade e duração. Uma vez detectados tais sintomas, a
puérpera deve ser monitorada com mais atenção pela equipe de saúde.

O fortalecimento da rede de apoio social no momento da chegada de um


novo membro à família contribui para a superação de dificuldades relacionadas
ao estresse, para a resolução de conflitos e o restabelecimento de uma dinâmica
familiar saudável. Isso constitui, inclusive, fator protetor para evitar o
desenvolvimento de relacionamentos disfuncionais, tais como: maus-tratos à
criança, violência intrafamiliar, abuso de substâncias psicotrópicas (como álcool,
drogas, medicamentos etc.), conflitos, entre outros (DESSEN; POLONIA, 2007).
Assim, as mães devem ser estimuladas a ampliar as redes sociais de apoio, uma

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vez que isso resulta em interação positiva na relação mãe-bebê (DEMOTT,
2006). Cabe aos profissionais de saúde identificar pessoas que possam oferecer
suporte à família, destacando-se os próprios membros familiares, como avós,
tios, primos e também amigos, companheiros, vizinhos. Tais redes poderão
oferecer suporte de diversas formas: apoio material ou financeiro, executando
pequenas tarefas domésticas, cuidando dos outros filhos, orientando, prestando
informações e oferecendo suporte emocional (PEREIRA, 2008).

O profissional de saúde deve estar atento também às novas


configurações familiares e ao papel ocupado pelas avós, que têm sido, em
muitas famílias, as principais cuidadoras. Em alguns casos, o papel
desempenhado pelas avós ultrapassa o de apoiadoras no cuidado, pois muitas
delas são as responsáveis pelos cuidados físicos e afetivos das crianças
(DESSEN; BRAZ, 2000). Percebe-se que o fenômeno de distribuição de papéis,
que na família tradicional era fortemente delimitado, hoje se encontra
flexibilizado, principalmente nas classes mais populares (CARTER;
MCGOLDRICK, 2001).

O conceito de fatores de riscos: da área biomédica a


psicossocial

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Em meio à complexidade do mundo contemporâneo, cada vez mais a
criança em desenvolvimento é exposta a fatores biológicos, cognitivos e
psicossociais que as tornam vulneráveis. O ambiente escolar também é palco
onde os diversos comportamentos se manifestam, e são percebidos pelos
profissionais que ali atuam.

No intuito de contribuir com os estudos na área do desenvolvimento


infantil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) vem construindo
o Índice de Desenvolvimento Infantil-(IDI) para o Brasil, procurando incorporar
algumas dimensões do conceito do desenvolvimento infantil e elementos do
enfoque de direitos humanos contidos na doutrina da proteção integral da
Convenção sobre os Direitos da Criança, e do Estatuto da Criança e do
Adolescente. A concepção de desenvolvimento humano e bem-estar nos últimos
anos, deixou de destacar apenas os indicadores de natureza econômica, como
a renda pessoal e incorporou uma visão holística que toma como indicador maior
“o-ser humano integral “como a razão de ser do desenvolvimento (UNICEF
2001).

Apresenta-se de forma resumida os conceitos que estão presentes no


olhar de pesquisadores brasileiros acerca dos fatores de riscos a fim de verificar
os aspectos recorrentes como a ideia de “eventos negativos de vida “ , “eventos
estressores “ de natureza física e emocional , que interferem no comportamento
,portanto, a exposição a esses fatores de risco pode exacerbar a condição de
vulnerabilidade e impossibilitar que as crianças respondam satisfatoriamente ao
estresse.

Ao proceder a revisão de literatura, observou-se que o conceito de fatores


de risco ao longo dos anos, aborda aspectos marcantes em relação à causa e
efeito das doenças cardiovasculares, da obesidade, da diabetes, da hipertensão
e quando se reporta a infância aborda aspectos ligados aos riscos da
prematuridade , da gravidez na adolescência , do uso de drogas durante a
gravidez e dos distúrbios nutricionais , carências vitamínicas ou mesmo o atraso
mental , as psicoses infantis que apontam as variáveis pré e peri-natais no
desenvolvimento dos transtornos psiquiátricos com vistas à identificação de
fatores etiológicos para as psicoses infantis.

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A psicologia do desenvolvimento evidencia alguns fatores de natureza
biológica que tornam um indivíduo vulnerável, tais como: a prematuridade,
desnutrição, baixo peso, lesões cerebrais, atraso no desenvolvimento. Mostra
também, fatores de natureza psicossocial, como a família desestruturada, o
desemprego, a pobreza, a dificuldade de acesso à saúde e educação e ressalta
ainda os fatores de risco de natureza genética: pais com desordens afetivas,
esquizofrenia, desordens antissociais, hiperatividade, déficit de atenção e
isolamento, que tornam as crianças potencialmente vulneráveis aos eventos
estressores, consideradas, portanto, crianças em situação de risco que
acarretam problemas ao desenvolvimento.

Mostra também, que alguns indivíduos são mais suscetíveis ou


vulneráveis a esses eventos, quando comparados a outros na mesma situação
de risco, por diferenças fisiológicas ou psicológicas.

Na década de 80 Garmezy (1985) já mostrou em estudos realizados com


crianças, onde afirmava que os fatores de risco aumentavam a probabilidade de
a criança desenvolver uma desordem emocional ou comportamental , gerada por
atributos biológicos e genéticos .Essa ideia foi confirmado nos estudos
realizados por outros pesquisadores que consideraram os fatores de risco como
“processos complexos que podem justificar a consequência de uma
psicopatologia” .

Na mesma direção Eisenstein & Sousa (1993) conceituam riscos como “


variáveis ambientais ou contextuais “ que aumentam a probabilidade da
ocorrência de algum efeito indesejável ao desenvolvimento mental.

Os estudos realizados por Yunes e Szymanski (2000) Reppold (2002),


Garmezy e Rutter (2000), Hutz (2002), Koller e Xavier (2006), abordam os fatores
de riscos ao desenvolvimento da criança, trazendo aspectos convergentes e
complementares acerca do conceito de fatores de risco, pois concebem fatores

20
de riscos como “variáveis ambientais”, “eventos estressantes da vida”,“
condições ou situações “associadas à alta probabilidade de ocorrência, negativa
ou indesejável, que podem comprometer a saúde, o bem-estar ou o desempenho
social do indivíduo, inibindo de certa forma as possibilidades de desenvolvimento
integral.

O conceito de fator de risco esteve inicialmente relacionado ao termo


mortalidade segundo (Grünspun (2003) foi somente a partir da década de 1980,
com a publicação de diversas pesquisas, que o termo veio sendo associado aos
estudos sobre desenvolvimento humano. (Hagerty &Cols,2000).

O termo “fator de risco” foi associado aos estudos sobre desenvolvimento


humano e sua identificação passou a ser investigada a fim de avaliar sua
influência no desenvolvimento de crianças, com vistas a organizar intervenções
nos espaços de interações.

Uma pesquisa realizada por Pedromônico ( 2003) aponta indícios de que


as crianças nascidas prematuras ou com autismo são mais propensas ao retardo
mental , o que é ampliado nos casos citados por Horowitz (1992) ao apontar a
dimensão motora do desenvolvimento como determinação genética que recebe
pouca influência do ambiente externo ,no entanto, a linguagem enquanto
dimensão cognitiva, tem os componentes genéticos esculpidos e moldados pelo
ambiente, daí perceber-se que as famílias com baixo nível de escolarização tem
também, baixa qualidade de estimulação doméstica e por extensão, a criança
apresenta baixo vocabulário e desenvolvimento cognitivo.

O Ministério da Saúde aponta os riscos à saúde elencando a ausência de


um trabalho de prevenção e acesso ao atendimento médico e hospitalar, além
da falta de vínculo parental, distúrbios evolutivos, crianças separadas da mãe ao
nascer. Todas essas situações vão se apresentando como “variáveis ambientais
que tem a probabilidade de interferir no atraso do desenvolvimento”, quando
comparadas com crianças que não sofreram efeitos de tais variáveis.

O termo risco tem sido utilizado no campo da saúde mental, também, com
o significado de estressor ou fator que predispõe a um resultado negativo ou
indesejado segundo Cowan, & Schulz(1996).

21
A legislação pertinente à proteção à infância - Estatuto da Criança e do
Adolescente (1990) que resguarda os direitos conquistados democraticamente
e concebe a criança como cidadã de direitos, veio ampliar o interesse pelas
pesquisas na área dos riscos sociais e os fatores de risco passaram a serem
vistos numa dimensão psicossocial e interdisciplinar , visto que as várias ciências
se preocupam com os fatores de riscos o que demonstra os pesquisadores
Graziela Sapienza & M. Pedromônio (2003) desde a década de 80 quando
associaram fatores de risco à diversidade em qualquer etapa do ciclo vital
,mudando a direção do desenvolvimento

Nesse sentido Ramey(1998) complementa com a ideia de fatores de risco


como “variáveis ambientais” que repercutem nas crianças portadoras de
determinados atributos biológicos, com maior probabilidade de apresentar
distúrbios ou atraso no desenvolvimento.

Conger e Cols (1994) consideram os fatores de risco como “estímulos


aversivos” que afetam o comportamento e a qualidade das relações familiares,
ao mesmo tempo em que criam condições inadequadas ao desenvolvimento.

Melo, M H S da S.(1999) afirma que os fatores de risco psicossociais


tendem a modelar o repertório infantil, tanto no desenvolvimento de problemas
comportamentais e emocionais quanto na aquisição de comportamentos
inadequados.

Desse modo os autores formularam conceitos pertinentes aos fatores de


risco como “eventos negativos de vida” que aumentam a probabilidade do
individuo apresentar problemas físicos e emocionais que interferem no
comportamento e acentuam a condição de vulnerabilidade, a lém de e
impossibilitar respostas satisfatórias aos eventos estressores .

A evolução do conceito de fatores de riscos desde a década de 80 deixa


patente a dimensão psicossocial e no período de 1995 a 2005 percebe-se nos
estudos realizados por Hutz (1996;2007) Haggerty & cool (2000) que a
denominação recorrente de fatores de risco é de “eventos estressantes da vida”,
considerados como quaisquer mudanças no ambiente que induzem a um alto
grau de tensão e interferem nos padrões normais de resposta do indivíduo,
associados a uma grande variedade de distúrbios físicos e mentais .

22
As pesquisas na área da Saúde, da Psicologia e da Terapia Ocupacional
mostram que a prontidão da criança durante os primeiros anos de vida, num
período denominado sensível ou crítico do desenvolvimento é crucial para a
aquisição de informações sociais, afetivas e cognitivas e levam a uma
estabilização e maior proliferação de determinadas sinapses em detrimento de
outras. Se a mãe falha em prover ao bebê a proteção e estímulo adequados, as
chances de prejuízo dos processos do desenvolvimento neurobiológico e
psicológico aumentam significativamente, tendo repercussão no processo
desenvolvi mental a médio e longo prazo.

Fica claro a consideração feita acerca da qualidade da interação mãe-


criança ou a qualidade da maternagem como contribuintes importantes para o
padrão de desenvolvimento neurológico, neuroendócrino e psicológico do
indivíduo.

Haggerty & cols. (2000) conceitua fatores de risco como “predisposição


para a vulnerabilidade! expressa no comportamento. Um conceito atribuído por
Hughes (2001) destaca os fatores de risco como “variáveis de relacionamento”
que podem aumentar a probabilidade de abuso na própria convivência familiar
onde se faz presente eventos de violência presenciados ou vividos pelas
crianças” .

O Ministério da saúde menciona as crianças com falta de vínculo parental


nos primeiros anos de vida, como alguém propenso aos distúrbios evolutivos,
pois as crianças separadas da mãe ao nascer por doença ou prematuridade, as
crianças nascidas com malformações congênitas ou doenças crônicas (retardo
mental, anormalidades físicas, hiperatividade) demonstrarão baixo desempenho
escolar e evasão escolar (Ministério da Saúde, 2002).

Segundo Ferreira (2000, p.156) o: “[...] risco significa perigo ou


possibilidade de perigo, ou de prenúncio de um mal ou aquilo que provoca tal
circunstância ou mesmo aquilo que inspira cuidados”.

Para esse autor, o risco decorre de eventos estressantes e causa


doenças, problemas de comportamento, variando seus efeitos de acordo com as
condições de vida e o apoio social recebido no âmbito da família e da escola,
uma vez que “aquilo” que se apresenta como risco, pode servir de superação e

23
fortaleza, já que é recorrente a ideia de que há indivíduos mais suscetíveis ou
vulneráveis a esses eventos estressantes, quando comparados a outros na
mesma situação de risco, por diferenças fisiológicas ou psicológicas .denotam
comportamentos diversos .

Ferreira & Marturano, 2002; Horowitz, 1992; Melo 1999) afirmam que a
exposição aos fatores de risco afeta negativamente o desenvolvimento da
criança trazendo problemas, principalmente de comportamento. Explicam ainda,
que os riscos psicossociais, principalmente quando combinados, tendem a
modelar “o repertório” infantil tanto no desenvolvimento de problemas
comportamentais e emocionais quanto na aquisição de comportamentos
adequados..

O significado atribuído a “eventos” é sinônimo de acontecimento ou de


ação, tem característica de algo passageiro, inconstante, que pode voltar a
ocorrer ou não e pode ocorrer em diferentes momentos da vida, sendo
confirmado pelos estudos de Eisentem &Sousa (1993 p.18) uma vez que se
apresentam como “variáveis ”’ambientais e contextuais que concorrem para
acumular a probabilidade da ocorrência de efeitos indesejados no
desenvolvimento mental .

Reppold (2002) define fatores de risco como:

Tal afirmativa permite entender que os fatores de risco presentes


aumentam a probabilidade de a criança desenvolver uma desordem emocional
ou comportamental e esses fatores, por incluir atributos biológicos e genéticos
da criança e/ou da família, ou mesmo, atributos da comunidade a exercerem
influência no ambiente em que vive.

Na concepção de Koller & Xavier (2006), o risco está associado às


características ou aos eventos que podem levar a resultados ineficazes,
enfraquecendo a pessoa diante da situação de estresse, sendo confirmada por

24
Hutz (2007p.35), que assim se expressa “[...] os fatores de risco são eventos
negativos de vida que, quando presentes, aumentam a probabilidade do
indivíduo apresentar problemas físicos e emocionais”.

Segundo Haggerty (2000) os fatores de risco tornam a pessoa


potencialmente vulnerável e sujeita aos estressores de natureza biológica e
psicossocial, que são assim classificados: riscos psicossociais (desvantagens
socioeconômicas, famílias desorganizadas); riscos genéticos (esquizofrenia,
hiperatividade, déficit de atenção, desordem afetiva).

Horowitz (1992) apud Sapienza,( 2005) aponta a dimensão motora do


desenvolvimento como determinação genética a receber pouca influência do
ambiente externo , no entanto, a linguagem enquanto dimensão cognitiva ,tem
os componentes genéticos esculpidos e moldados pelo ambiente, daí perceber-
se que as famílias com baixo nível de escolarização tem, também, baixa
qualidade de estimulação doméstica e por extensão, a criança apresenta baixo
vocabulário e desenvolvimento cognitivo. As crianças expostas aos fatores de
risco tem modelado o seu comportamento e podem ser negativamente afetadas
principalmente, no seu comportamento, pois os riscos psicossociais, estão
presentes no dia –a –dia das crianças e podem modelar o repertório infantil.).

Dessa forma, o conceito de risco assumiu um caráter flexível e dinâmico,


na medida em que situações que se configuram para alguns sujeitos como risco,
no sentido de promover consequências negativas sobre o seu desenvolvimento,
para outros, tais situações não impactam negativamente sobre seu
desenvolvimento, podendo, ao contrário, configurar-se como indicador de
proteção.

As condições de pobreza da família se configuram em pesquisas


realizadas por Sapienza (2005) como aversivos que afetam o comportamento e
a qualidade das relações familiares, criando, assim, condições inadequadas ao
desenvolvimento, concorrendo para o aumento dos problemas de
comportamento, especialmente na adolescência.

Os conflitos Inter parentais frequentes provocam uma mistura complexa


de adversidades crônicas, eventos estressantes e acúmulo de riscos, além de
outros aspectos que dão origem aos estressores advindos de mudanças de

25
escola, de professor, convivência com situações novas e novas figuras que
exercem autoridade na escola.

Fatores de riscos associados ao estresse da criança e suas


consequências

As pesquisas na área do risco realizadas por (Garmezy; Rutter, 1983)


apontam os tipos de estressores que têm na infância e na vida das pessoas em
geral, classificando-os em fatores de natureza biológica que tornam um indivíduo
vulnerável, como: a prematuridade, desnutrição, baixo peso, lesões cerebrais,
atraso no desenvolvimento. Mostram, também, fatores /de natureza psicossocial
como a família desestruturada, o desemprego, a pobreza, a dificuldade de
acesso à saúde e educação. Ressalta ,portanto, os fatores de risco de natureza
genética: pais com desordens afetivas, esquizofrenia, desordens antissociais,
hiperatividade, déficit de atenção e isolamento, que tornam as crianças
potencialmente vulneráveis aos eventos estressores e consideradas, em
situação de risco para no seu desenvolvimento.

Para identificar esses eventos estressantes recorreu-se a Lipp(2001) que


traz o conceito de “estresse” como uma resposta complexa do organismo, que

26
envolve reações físicas, psicológicas, mentais e hormonais frente a qualquer
evento que seja interpretado pela pessoa como desafiante.

A palavra estresse pode ser substituída por medo, raiva ou ansiedade e a


definição permanecerá igualmente válida, ou seja, não se discriminou estados
emocionais complexos de uma reação primária do organismo. Segundo Lipp
(2003) as principais fontes do estresse infantil são as mudanças significativas e
constantes, o excesso de responsabilidade, o excesso de atividades , as brigas
familiares, a morte e as exigências excessivas ou a rejeição por seus pares .

Há um crescente volume de estudos científicos que segundo Myers(2003)


e Morais Souza e Baptista (2004) tratam da influência do sistema nervoso e
endócrino no sistema imunológico, sendo assim os estressores ,em conjunto
com uma série de variáveis biológicas e genéticas estariam diretamente
relacionadas com o aumento da probabilidade do desenvolvimento de algumas
doenças ,tais como herpes, lúpus, doenças do coração ,entre outras.

No âmbito social e psíquico vê-se que há experiências estressoras no


desenvolvimento infantil, tais como: divórcio dos pais; Habigzang, Koller (2006)
Abuso sexual/físico contra a criança; Lisboa et al. (2002), Pobreza e
empobrecimento.

Além dos estressores citados, as pesquisas realizadas por Kuczynski


(2011) afirmam que as constantes mudanças de residência, insatisfação com a
quantidade de tempo que os pais passam com os filhos, mudança de cuidadores,
medo da separação dos pais e mudança nos padrões econômicos e a angústia
e solidão ficam acentuadas como eventos estressores também.

O enfoque está na resposta do organismo a um estímulo mediado pela


interpretação que lhe é dado. Esse estímulo, interpretado como desafiador,
provoca um quebra na homeostase do funcionamento interno que, por sua vez,
cria uma necessidade de adaptação para preservar o bem-estar e a vida. A
necessidade de adaptação exige a emissão de várias estratégias adequadas ou
não de enfrentamento e (Lipp (2001) atribui ao mau comportamento adaptativo
que se constituem na forma como a pessoa lida com o estresse.

27
Diversos autores têm trabalhado os fatores desencadeadores e
mantenedores da violência intrafamiliar através de pesquisas bibliográficas
realizadas na década de 90 em revistas brasileiras Gomes (2002) e apontou
que os principais fatores de risco observados foram a reprodução de
experiências de violência familiar vividas na infância se perpetuando nos maus
tratos em diferentes gerações e a presença de desajustes familiares ,psíquicos
e do alcoolismo levam aos aspectos sociais ,econômicos e culturais acentuados
pela desigualdade , dominação de gênero e a relação intergeracional.

Ainda ser refere a outro aspecto destacado que são as práticas parentais
e valores na vida adulta, pertinentes às relações entre experiências de criação
no ambiente familiar e o estilo parental que focalizam a relação fraterna , pois
são mediadas pela calorosidade ou pela restritividade .

A exposição a múltiplos e contínuos eventos adversos podem colocar em


risco a trajetória do desenvolvimento típico da criança. Considera-se como fator
de risco toda a sorte de eventos negativos da vida, e que, quando presentes,
aumentam a probabilidade dos indivíduos a apresentar problemas físicos,
sociais e emocionais (Yunes&szymanski, 2001).

Dentre os riscos assinalados por Szymanski (2001) há aqueles que não


são susceptíveis às intervenções, pois estão relacionados aos aspectos culturais
já cristalizados e aos eventos estressantes como ansiedade materna e qualidade
da interação mãe e filho, e podem melhorar ou reverter com as intervenções
psicológicas.

Sabendo dos impactos dos estressores na vida de uma criança e das


dificuldades de aprendizagem decorrentes da falta de atenção, pouca
concentração, isolamento, agressividade, transtornos psiquiátricos e
psicológicos, que podem acarretar consequências psicossociais de longo prazo,
há que se buscar mecanismos ou estratégias de intervenção no espaço escolar
para auxiliar os profissionais a desenvolverem repertório, estratégias de
enfrentamento na tentativa de minimizar as consequências desastrosas para o
desenvolvimento físico, mental e social.

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